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Universidade de Brasília
Instituto de Geociências
Graduação em Geologia
Brasília-DF
2018
2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 3
1.1 Localização e vias de acesso ......................................................................................... 3
1.2 Características da área de estudo ................................................................................ 3
1.2.1 Geologia .......................................................................................................................... 3
1.2.2 Pedologia e Geomorfologia ............................................................................................ 4
1.2.3 Zoneamento Hidrogeológico .......................................................................................... 5
1.2.4 Clima ...............................................................................................................................5
2 MÉTODOS .................................................................................................................... 6
2.1 Método da Vazão .......................................................................................................... 6
2.2 Método Bouwer & Rice ................................................................................................ 6
4 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 15
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 16
3
1 INTRODUÇÃO
Tabela 1.1 – Valores das coordenadas UTM, cota de elevação e solos constituintes dos pontos visitados nos
arredores do Parque Nacional de Brasília.
Coordenadas UTM 23 L Elevação
Ponto Poço Solo
UTM N (m) UTM E (m) (m)
P01 05 217373 8251223 1040 Plintossolo
P02 54 218419 8247406 1006 Latossolo vermelho
P03 30 219034 8245396 1055 Latossolo vermelho-amarelo
P04 27 225205 8247913 927 Gleissolo
P05 24 224145 8248961 956 Latossolo vermelho-amarelo
P06 46 221943 8258300 1073 Latossolo vermelho-amarelo
P07 11 222002 8259781 1152 Latossolo vermelho-amarelo
1.2.1 Geologia
O Distrito Federal situa-se na região de transição entre as porções externa e interna da
Faixa Brasília (Fuck et al., 1994; Freita-Silva e Campos, 1998). Na região de estudo, afloram
as unidades Meso-Neoproterozóicas Canastra (filitos), Paranoá (quartzitos/Q3 e metarrimitos
argilosos/R4) e Bambuí (metassiltitos e metarcóseos) (Fig.1.1). Tectonicamente, esta região é
marcada pelo sistema de cavalgamento Bartolomeu-Paranã.
4
Figura 1.1 – Mapa geológico do Distrito Federal na região da Bacia do Rio Jardim. Os pontos visitados estão
inseridos nos Grupos Canastras, Bambuí e Paranoá (Q3 e R4). Fiori (2010).
1.2.4 Clima
O clima do Distrito Federal é tropical com a concentração da precipitação pluviométrica
no período de verão. Os meses mais chuvosos são novembro, dezembro e janeiro, e a época
seca ocorre nos meses de inverno, ou seja, de junho a agosto (Baptista, 1998). Segundo
Embrapa (1978), as precipitações variam entre 1500 e 2000 mm anuais, sendo a média em torno
de 1600 mm, alcançando em janeiro o seu maior índice pluviométrico (320 mm/mês) e durante
os meses de junho, julho e agosto, chegando à média mensal total da ordem de 50 mm
Tabela 1.2 – Domínios, sistemas, subsistemas dos principais tipos de aquíferos característicos do Distrito Federal.
Adaptado de Fiori (2010).
Vazão
Domínio Sistema Subsistema Pedologia/Geologia
(m³h-1)
Freático P1 <0,8 latossolo arenoso e neossolo quartzarênico
P2 latossolo argiloso
– <0,5
P3 plintossolo e argissolo
P4 <0,3 cambissolo e neossolo litólico
Fraturado Paranoá S/A 12,5 metassiltito
A 4,5 ardósia
R3/Q3 12,0 quartzito e metarritmito arenoso
R4 6,5 metarritmito argiloso
Canastra F 7,5 filito micáceo
Bambuí – 6,0 siltito e arcóseo
Araxá – 3,6 mica xisto
Físsuro- Paranoá PPC 9,0 metassiltito, lentes de mármore
Cárstico Canastra F/Q/M 33,0 calcifilito, quartzito e mármore
6
2 MÉTODOS
Q
kv = Equação 2.1
5,5∆hr
R
r2 ln e h
kv = R
ln ( h0 ) Equação 2.2
2L∆t t
A B
C D
Figura 2.1 – A) O ensaio é iniciado quando um volume conhecido de água é inserido no poço; B) Rapidamente, é
feito a medição do rebaixamento do nível da água, simultaneamente à contagem de tempo. O ensaio é finalizado
quando atinge-se o nível estático do poço; C) Amostras de água do aquífero são coletadas para D) medição dos
parâmetros físico-químicos a partir de um multímetro.
8
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
(A) 6
8
Ponto 1
Nível Freático (m)
10
12
14
NE
16
Plintossolo
18
0 500 1000 1500 2000 2500
tempo (s)
(B) 5.0
Ponto 2
5.2
Nível Freático (m)
5.4
5.6
5.8 NE
Latossolo vermelho
6.0
0 200 400 600 800 1000
t empo (s)
Figura 3.1 – Variação das medidas do rebaixamento do nível freático, em metros, em relação ao tempo de duração,
em segundos. Notar a alta taxa de rebaixamento nos segundos iniciais em comparação ao término do ensaio, onde
os valores se estabilizam próximo ao nível estático. Foram realizados os ensaios nos: A) Ponto 1 (Poço 05); B)
Ponto 2 (Poço 54); continua.
9
(C) 15
Ponto 3
17
NE
Latossolo vermelho-amarelo
18
0 200 400 600 800 1000
tempo (s)
(D) 1.9
Ponto 4
Nível Freático (m)
2.0
NE
Gleissolo
2.1
0 50 100 150 200
tempo (s)
(E) 2
Latossolo vermelho-amarelo
Ponto 5
3
Nível Freático (m)
Grupo 1
4 Grupo 2
6
NE
7
0 500 1000 1500 2000 2500
tempo (s)
Continuação. Figura 3.1 – C) Ponto 3 (Poço 30), onde houveram medições realizadas por dois grupos distintos;
D) Ponto 4 (Poço 27); E) Ponto 5 (Poço 24), onde houveram medições realizadas por dois grupos distintos. Notar
as divergências entre os valores medidos para um mesmo poço, em ensaios diferentes. As principais diferenças de
medição, ocorrem nos segundos iniciais dos ensaios de infiltração, devido à alta taxa de rebaixamento. Porém, nos
minutos posteriores, há uma diminuição da taxa de rebaixamento, até a estabilização no nível estático do poço.
Nesta porção final, há uma coerência maior entre as medições dos grupos; continua.
10
(F) 18
Ponto 6
NE
Latossolo vermelho-amarelo
20
0 200 400 600 800
tempo (s)
(G) 2.5
Latossolo vermelho-amarelo
Ponto 7
Nível Freático (m)
2.6
2.7 NE
Continuação. Figura 3.1 – F) Ponto 6 (Poço 46); e G) Ponto 7 (Poço 11). NE – Nível Estático.
Tabela 3.1 – Variação da profundidade do nível freático em relação ao tempo, nos sete poços de monitoramento distribuídos na Bacia do Rio Jardim.
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3a Ponto 3b Ponto 4 Ponto 5a Ponto 5b Ponto 6 Ponto 7
Poço 05 Poço 54 Poço 30 Poço 30 Poço 27 Poço 24 Poço 24 Poço 46 Poço 11
NF (m) t (s) NF (m) t (s) NF (m) t (s) NF (m) t (s) NF (m) t (s) NF (m) t (s) NF (m) t (s) NF (m) t (s) NF (m) t (s)
7,56 7 0 15,66 20 15,95 0 2,00 0 2,74 0 4,27 0 18,37 0 2,53 0
10,75 15 5,13 10 15,86 45 16,23 10 2,04 10 3,61 15 4,43 10 18,74 10 2,58 15
11,48 30 5,50 20 16,20 60 16,40 20 2,04 30 3,98 30 4,53 30 18,92 30 2,59 30
11,63 60 5,63 35 16,98 90 16,59 30 2,04 45 4,11 45 4,64 60 19,06 60 2,60 45
12,00 90 5,68 45 17,17 120 16,75 45 2,04 60 4,21 60 4,84 90 19,15 90 2,61 60
12,35 120 5,73 60 17,21 150 16,85 60 2,04 90 4,37 90 4,94 120 19,23 120 2,61 90
12,90 180 5,78 90 17,23 180 17,04 90 2,04 120 4,49 120 5,01 150 19,33 180 2,61 120
13,42 240 5,80 120 17,24 210 17,12 120 2,04 180 4,60 150 5,09 210 19,39 240 2,61 180
13,85 300 5,82 150 17,25 240 17,17 150 4,74 180 5,16 240 19,43 300 2,62 300
14,20 360 5,83 180 17,27 270 17,20 180 5,47 300 5,28 300 19,50 450 2,62 420
14,69 480 5,84 240 17,27 300 17,22 210 5,57 450 5,39 360 19,52 600 2,62 600
15,02 600 5,84 300 17,28 330 17,23 240 5,62 600 5,50 420 19,53 750 2,62 900
15,15 660 5,84 420 17,29 360 17,24 270 5,99 900 5,55 450 19,54 805
15,25 720 5,84 600 17,29 420 17,25 300 6,22 1200 5,77 600
15,32 780 5,84 900 17,31 600 17,26 330 6,36 1500 5,95 750
15,43 900 17,31 720 17,27 360 6,45 1800 6,08 900
15,48 1020 17,31 840 17,28 420 6,50 2100 6,28 1200
15,51 1140 17,32 960 17,30 600 6,54 2400 6,41 1500
15,52 1260 17,32 1200 17,30 720 6,56 2700 6,47 1800
15,53 1500 17,32 1500 17,31 840 6,52 2100
15,53 1800 17,32 1800 17,31 960 6,55 2400
15,54 2100 17,31 1200 6,57 2700
17,32 1500
17,32 1800
NF – nível freático
t – tempo
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Tabela 3.2 – Principais parâmetros utilizados para calcular a condutividade hidráulica vertical (Método da Vazão)
da zona saturada dos sete poços de monitoramento. O raio de revestimento dos poços estudados é igual a r = 25
mm, enquanto que o diâmetro de perfuração é igual a 2”.
Ponto (Poço) NF (m) V (m³) Δt (s) Q (m³/s) h (m) h0 (m) Δh (m) kV (m³s-1)
1 (05) 15,57 0,05 2100 2,38E-05 15,54 7,56 7,98 2,17x10-5
2 (54) 5,86 0,03 900 3,33E-05 5,84 5,13 0,71 3,40x10-4
3a (30) 17,33 0,05 1800 2,78E-05 17,32 15,66 1,66 1,22x10-4
3b (30) 17,33 0,05 1800 2,78E-05 17,32 15,95 1,37 1,48x10-4
4 (27) 2,05 0,01 180 2,78E-05 2,04 2,00 0,04 4,70x10-3
5a (24) 6,63 0,02 2700 7,41E-06 6,56 2,74 3,82 1,41x10-5
5b (24) 6,63 0,02 2700 5,56E-06 6,57 4,27 2,30 1,76x10-5
6 (46) 19,54 0,01 805 1,24E-05 19,54 18,37 1,17 7,75x10-5
7 (11) 2,63 0,01 900 5,56E-06 2,62 2,53 0,09 4,64x10-4
Por outro lado, a condutividade hidráulica, calculada a partir do Método de Bouwer &
Rice, não reflete mudanças no que diz respeito à hierarquia de valores obtidos anteriormente
(Tab.3.3). Porém, há pequenas variações em função do raio efetivo (Re) considerado, em
relação a este método (Fig.3.3). Os maiores valores de kv correspondem a Re = 7R, enquanto
que os menores correspondem a Re = 3R.
0.005
Latossolo Vermelho
4 Gleissolo
0.004 Grupo Bambuí
Plintossolo
0.003
kv (m³s-1)
0.001 7
2
1 3a 3b 5a 5b 6
0.000
-0.001
Figura 3.2 – Comparação entre os valores de condutividade hidráulica vertical da zona saturada dos sete pontos
estudados. O Ponto 4 destaca-se em relação aos demais, sendo o maior valor de kv.
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Tabela 3.3 – Principais parâmetros utilizados para calcular a condutividade hidráulica vertical (Método Bouwer &
Rice) da zona saturada dos sete poços de monitoramento. O raio de revestimento dos poços estudados é igual a r
= 25 mm, enquanto que o diâmetro de perfuração é igual a 2”.
Seção kV (m³s-1)
Ponto (Poço) de ht (m) h0 (m)
Filtro 3R 4R 5R 7R
1 (05) 6 0,024 8,005 2,80x10-7 2,00x10-7 2,32x10-7 2,80x10-7
2 (54) 4 0,013 0,725 6,79x10-7 4,84x10-7 5,62x10-7 6,79x10-7
3a (30) 6 0,004 1,665 3,40x10-7 2,42x10-7 2,81x10-7 3,40x10-7
3b (30) 6 0,008 1,375 2,90x10-7 2,06x10-7 2,40x10-7 2,90x10-7
4 (27) 4 0,004 0,047 2,08x10-6 1,48x10-6 1,72x10-6 2,08x10-6
-7 -7 -7
5a (24) 4 0,069 3,890 2,27x10 1,62x10 1,88x10 2,27x10-7
5b (24) 4 0,058 2,360 2,09x10-7 1,49x10-7 1,73x10-7 2,09x10-7
6 (46) 4 0,001 1,165 7,53x10-7 9,50x10-7 1,10x10-6 1,33x10-6
7 (11) 4 0,008 0,095 4,18x10-7 2,98x10-7 3,46x10-7 4,18x10-7
5.00E-03
Método da Vazão
Método Bouwer & Rice (3R)
Método Bouwer & Rice (4R)
Método Bouwer & Rice (5R)
3.00E-03 Método Bouwer & Rice (7R)
kv (m³s-1)
1.00E-03
-1.00E-03
2.50E-06
4
2.00E-06
1.50E-06 6
kv (m³s-1)
1.00E-06
2
7
5.00E-07 1 3a 3b 5a 5b
0.00E+00
Figura 3.3 – Acima, comparação entre os métodos da Vazão e de Bouwer & Rice. Notar a coerência entre os
métodos, porém, os valores do primeiro método são mais altos; Abaixo, comparação entre os valores de
condutividade hidráulica em função dos diferentes valores do raio efetivo considerado. Notar que, quanto maior o
valor de Re, maior é a condutividade hidráulica para um dado aquífero.
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A principal diferença observada quando os métodos da Vazão e de Bouwer & Rice são
comparados é a tendência de o primeiro apresentar valores de condutividade hidráulica maiores
em relação ao segundo. De fato, essa discrepância de valores é esperada, uma vez que o primeiro
método é utilizado quando os parâmetros hidráulicos do aquífero são desconhecidos, enquanto
que o segundo é, inicialmente, utilizado para aquíferos livres.
Tabela 3.4 – Parâmetros físico-químicos medidos, a partir de um multímetro, nos poços de monitoramento.
CE Eh Temperatura Geologia
Ponto (Poço) pH Solo
(𝛍S.cm-1) (mV) (°C)
1 (05) 7,60 6,52 -15,6 25,0 Grupo Canastra Plintossolo
2 (54) 6,97 5,94 17,5 23,4 Grupo Canastra Latossolo vermelho
3 (30) 4,19 5,91 19,7 25,7 Grupo Canastra Latossolo vermelho-amarelo
4 (27) 5,89 6,09 9,0 24,0 Grupo Bambuí Gleissolo
5 (24) 8,45 6,89 -36,8 24,9 Grupo Bambuí Latossolo vermelho-amarelo
6 (46) - - - - Grupo Paranoá Latossolo vermelho-amarelo
7 (11) 4,94 6,55 -17,3 24,3 Grupo Paranoá Latossolo vermelho-amarelo
15
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS