Você está na página 1de 12

5 ADMINISTRAÇÃO (eclesiástica)1

Mas a igreja também é uma organização, uma vez que, perante a lei
dos homens tem que ser organizada em pessoa jurídica, com estatutos,
sede, diretoria e outras exigências legais. Tem uma denominação,
patrimônio, regimento interno e existência física.

5.1 Administração assim na terra como no céu

Assim, na Igreja, Deus estabeleceu alguns primeiramente apóstolos; em


segundo lugar, profetas; em terceiro, mestres; em seguida, os que
realizam milagres, os que têm dons de curar, os que têm dom de prestar
ajuda, os que têm dons de administração e os que falam diversas
línguas. 1 Cor. 12:28; O próprio Deus criou uma equipe do céu para
efetuar uma gestão celestial na terra e, disse mais:

Da mesma maneira Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra


edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não prevalecerão contra
ela. Mat. 16:18. Também sujeitou tudo o que existe debaixo de seus pés
e o designou cabeça sobre absolutamente tudo o que há, e o
concedeu à Igreja, que é o seu Corpo, a plenitude daquele que satisfaz
tudo quanto existe, em toda e qualquer circunstância.

Em Ef. 1:22-23. Ele é a cabeça do Corpo, que é a Igreja; Ele é o princípio


e o primogênito dentre os mortos, a fim de que em absolutamente tudo
tenha a supremacia. Col. 1:18.

Como a organização é visível, local, humana, imperfeita, é temporária


(pode vir a desaparecer). Mas a igreja também é uma organização,
uma vez que, perante a lei dos homens tem que ser organizada em
pessoa jurídica, com estatutos, sede, diretoria e outras exigências legais.
Tem uma denominação, patrimônio, regimento interno e existência
física.

Seu patrimônio físico: Construções, móveis, instrumentos, veículos,


telefones, etc. Os símbolos: Sua bandeira, brasão, papel timbrado,
cartões de membros e credenciais de lideranças. Seus estatutos e
regimentos internos que expressam seus padrões de doutrinas e cultura
acrescenta-se ainda seu capital social e, capital intelectual, seus bens
tangíveis e contas bancárias e cartões de credito corporativo.

Não se esquecendo do seu patrimônio móvel e imóvel. O que parece


que as ―organizações ― se entendem mutuamente e internamente
1
Administrador CRA-RJ Nº 20-82437. MSc em Ciência da religião – Teologia.
com a mesma cultura organizacional, visão, missão e valor
obedecendo uma estrutura já verticalizada e hierarquizada com
distribuições de cargos e atribuições segundo ao interesse desta
gerencia.

Administração Eclesiástica tem como objetivo principal prover os


subsídios para uma gestão moderna e embasada na Legislação
nacional, sem, contudo, perder o foco da atividade principal da Igreja:
a expansão do Reino de Deus por meio da pregação do Evangelho.

O administrador engajado com o corpo e a presidência na busca do


bem servir, entendendo o que diz ― e quem quiser ser o primeiro deverá
ser escravo; como o Filho do homem, que não veio para ser servido,
mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. Mateus 20:27,28.

Até alguns anos atrás, essa função nas igrejas era exercida de forma
voluntária por algum membro, na maioria das vezes sem a qualificação
profissional exigida em lei, mas com disposição, interesse e boa
vontade. Isso bastava e viviam-se todos felizes dessa forma.

Isso se observava na Igreja em Jerusalém, no início da era cristã, tornou-


se padrão em todas as igrejas no NT, com relação à organização
eclesiástica: a existência de dois cargos, sendo que os
presbíteros/bispos serviam como supervisores espirituais (principal grupo
de liderança) e os diáconos, possivelmente, serviam executando tarefas
específicas e importantes no contexto da igreja, tais como
administração e finanças, benevolência, aconselhamento e
coordenação de pequenos grupos, dentre outras, como sugere
Grudem (1999, p. 770-771)

Ainda no livro de Atos, Paulo e Barnabé, na primeira viagem missionária,


voltando para cidades com igrejas recém-implantadas e designando
presbíteros para essas comunidades: "Paulo e Barnabé designaram- lhes
(ordenaram, elegeram) presbíteros (bispos) em cada igreja; tendo
orado e jejuado, eles os encomendaram ao Senhor, em quem haviam
confiado." (i) (Atos 14:23 - Bíblia NVI).

Quando não podia organizar pessoalmente as igrejas, Paulo delegava


essa tarefa, dando instruções claras quanto aos requisitos espirituais
necessários para se ocupar os cargos.

O administrador alinhado com a liderança cristã, ou seja, bispos,


pastores e apóstolos, proporcionam a organização ―visível religiosa um
caminho transparente e seguro para o exercício de suas atividades.

Uma igreja forte na área espiritual, digo, seus dons e ministérios


operando livre sem embaraço e na área administrativa por meio do seu
planejamento estratégico dinâmico e atualizado, colhendo resultados
de acordo com a visão e missão antes proposta por esta comunidade.

Como organização a igreja expressa o seu lado social, pois a mesma é


estabelecida em espaço geográfico e seus integrantes como cidadãos
possuem deveres, obrigações e direitos. As escrituras nos instruem sobre
essa relação com a sociedade como, por exemplo:

Estar sujeitos às autoridades "todo homem esteja sujeito às autoridades


superiores porque não há autoridade que não proceda de Deus: e as
autoridades que existem foram por ele constituídas" Rm.13.1.Pagar
impostos "É licíto pagar tributo a César? Dai, pois, a César o que é de
César e a Deus oque é de Deus" Mt. 22.17-21.

Esta Igreja é formada pelas diversas denominações verdadeiramente


bíblicas, que professam a mesma fé e que servem ao mesmo Deus e
Senhor, em todos os lugares do planeta. A Igreja como organização é
composta destas denominações ou grupos, cada uma com suas
particularidades e características próprias quanto a esta organização
ou instituição. Dentre estas características próprias encontra-se o
governo da Igreja.

5.2 Modelos administrativos eclesiásticos e visão bíblica

a) Episcopal: na forma episcopal, a autoridade reside no bispo. Há


vários graus de episcopado, ou seja, há variações quanto ao número
de níveis de bispos. A forma mais simples de governo episcopal é
encontrada na igreja Metodista, que só possui um nível de bispos. Um
pouco mais desenvolvida é a estrutura governamental da Igreja
Anglicana ou Episcopal, enquanto a Igreja Católica Romana possui o
sistema mais completo de hierarquia, com a autoridade investida
especialmente no sumo pontífice, o bispo de Roma, o papa.

b) Presbiteriana: O sistema presbiteriano de governo da igreja também


coloca a autoridade em determinado ofício, mas o ofício individual e o
detentor do ofício destacam-se menos que uma série de grupos
representativos que exercem tal autoridade. Esta autoridade é exercida
numa série de concílios. No âmbito da Igreja local, o conselho ou o
consistório é o grupo responsável pelas decisões. Este sistema difere do
episcopal no fato de existir só um nível de clero. Só existe o Presbítero
docente (o pastor) ou o Presbítero regente. Não existem níveis mais
altos, como o de bispo.

c) Congregacional: Esta forma destaca o papel do cristão como


indivíduo e tem a Igreja local como centro de autoridade. Dois
conceitos são básicos: o de autonomia e o de democracia. Seguindo
estes princípios, cada Igreja Local chama seu próprio pastor e
determina seu próprio orçamento. O princípio de democracia baseia-se
no sacerdócio de todos os crentes que, entendem, ficaria prejudicado,
caso bispos ou presbíteros recebessem prerrogativa de tomar as
decisões.

A organização humana e visível é por vezes imprudente em colocar


pessoas com ótimas ideias e bem intencionada ocupando
cargo/função de competência profissional regulamentada como no
caso em pauta, o administrador, que devidamente registrado no seu
conselho de classe.

Entendemos que a administração é um dom de Deus, e enxergamos


que esse dom está entre aqueles que são indispensáveis para o bom
funcionamento de qualquer equipe de ministério e principalmente de
toda uma igreja.

Muito clara está a figura do maior gestor ― o cabeça, que embora não
visível, ou o ― invisível mais real. Com forte comando ministrado da
igreja invisível para a igreja visível. Buscando capacitar e equipar e
mantendo-se no controle da administração terrena.

O ministério de todo pastor será muito mais frutífero e bem sucedido se


ele puder dedicar-se integralmente ao ministério da palavra em lugar
da administração. A única maneira de um pastor evitar as muitas
distrações da vida e permanecer firme durante toda a sua vida e
ministério, é saber o que Deus realmente chamou o pastor a fazer2.

Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por


constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem
por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como
dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos
modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se
manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória. (1 Pedro
5.2-4).

Por isso, necessitamos que na equipe pastoral tenha uma pessoa (ou
mais) com esse dom,(administrar) que possa tirar toda sobrecarga do
pastor no que diz respeito às responsabilidades administrativas.

Essa pessoa por sua vez deverá ter uma equipe competente que
trabalhará no sentido de oferecer toda infraestrutura de que a Rede
Pastoral e Ministerial precisará para seu bom funcionamento e
desempenho.

São funções ministeriais idênticas às que constam de 1 Timóteo 3.1-7, em


que Paulo fala a Timóteo para que observe tais requisitos, na

2
Brian Croft é o pastor efetivo da Auburndale Baptist Church em Louisville, Kentucky .
administração eclesiástica da igreja em Éfeso. Esse detalhe mostra que
as três epístolas pastorais formam de fato uma unidade de pensamento
e de finalidade, pois têm a mesma autoria.

Nessas cartas, as orientações são aplicáveis à administração


eclesiástica, nas igrejas locais, em todos os tempos e lugares. Segundo
os estudiosos, a epístola do apóstolo Paulo a Tito (Tito 1.5) foi escrita
aproximadamente no ano de 64 d.C., e provavelmente, foi redigida na
Macedônia, uma província que fazia fronteira com a Grécia. Por certo,
a carta foi escrita no tempo em que Paulo estava sob a custódia dos
soldados romanos.

Se Timóteo foi encarregado de transmitir ensinamentos, exortações e


mensagens a uma igreja que sofria os ataques dos falsos mestres, Tito
teve missão semelhante, porém com uma incumbência a mais, que foi
a de estabelecer presbíteros, ―em cada cidade‖, pondo ―em ordem‖
coisas que deveriam ser bem organizadas e estabelecidas.

Paulo demonstra na carta a Tito, que não era apenas pregador,


ensinador e ―doutor dos gentios‖, mas, também, um administrador
eclesiástico de larga visão ministerial. Tito, como 1 e 2 Timóteo, é uma
carta pessoal de Paulo a um dos seus auxiliares mais jovens. É chamada
de ‗epístola pastoral‘ porque trata de assuntos relacionados com
ordem e o ministério na igreja.

Tito, um gentio convertido (Gl 2.3), tornou-se íntimo companheiro de


Paulo no ministério apostólico. Nesta epístola, podemos dizer que há
pelo menos quatro assuntos principais ensinados pelo apóstolo Paulo:

§O ensino sobre o caráter e as qualificações espirituais necessárias a


todos os que são separados para o ministério na igreja — isto é, homens
piedosos, de caráter cristãos comprovados e bem sucedidos na direção
da sua família. (1.5-9);
§O estímulo a Tito para ensinar a sã doutrina, repreender e silenciar os
falsos mestres (1.10—2.1);
§A descrição de Paulo para Tito do devido papel dos anciões (2.1,2),
das mulheres idosas (2.3,4), das mulheres jovens (2.4,5), dos homens
jovens (2.6-8) e dos servos (2.9,10) na comunidade cristã em Creta;
§Por último, o apóstolo enfatiza que as boas obras e uma vida de
santidade a Deus são o devido fruto da fé genuína (1.16; 2.7,14).

A mentalidade pragmática aplicada ao meio cristão também faz com


que a igreja seja considerada como uma mera organização religiosa, e
não como um organismo vivo (1 Co 12.12). Certamente, assim como a
praticidade, a organização faz parte da vida e da realidade eclesial.
Foi A. W. Tozer quem disse que ―o homem que se opuser a toda
organização na igreja ignora completamente os fatos da vida. A arte é
a beleza organizada; a música é o som organizado; a filosofia, o
pensamento organizado; a ciência, o conhecimento organizado; o
governo não passa de sociedade organizada‖, e assim, também, a
igreja se expressa por meio do ministério organizado.

O perigo de transformar o organismo vivo em mera organização


religiosa reside tanto na desconsideração do caráter organizacional da
igreja, resultando em desordem, quanto no seu descontrole,
ocasionando apego às regras (e às técnicas) e frieza espiritual. Segundo
Tozer:
É doloroso ver um grupo de cristãos felizes, nascidos com simplicidade e
unidos pelos laços do amor celestial, perderem gradualmente seu
caráter simples, começando a controlar cada movimento do Espírito e
morrendo de dentro para fora.

O perigo é a superorganização que reduz a igreja a um


empreendimento humano e o pastor a um mero gerente eclesiástico.

5.3- O ofício de administrador

É um cargo de responsabilidade e seus deveres devem ser tomados


seriamente. Se o contrato de trabalho identificar o profissional como
Administrador, a igreja se sujeita a ser autuada numa eventual
fiscalização do Ministério do Trabalho, caso o profissional não possua
registro profissional.

Logo, habilitado para tal desenvoltura profissional que além de


conhecer a ciência da profissão desenvolve as etapas e as estratégias
com eficácia e eficiência no manuseio das ferramentas própria da sua
profissão e, por este possa legalmente representar a igreja em questão
na qualidade de um gerente científico.

O que é Administração

Administrar é arte de coordenar com eficiência, pessoas, processos,


recursos e o tempo, com um propósito específico.

Diferença entre liderar e administrar:


Liderar Administrar
1. Dar estrutura
2. Mostra o caminho
3. Mostra processos
4. Motiva, inspira os liderados
5. Organiza as pessoas
6. Cria a visão
7. Desenvolve a visão (ação)
8. Tem a voz de comando
9. Facilita a comunicação

A Palavra de Deus nos orienta e exorta: “Os olhos dos que veem não se
ofuscarão, e os ouvidos dos que ouvem estarão atentos.” (Isaías 32:3);
“Certo, como estou, da tua obediência, eu te escrevo, sabendo que
farás mais do que estou pedindo. (Filemom 1:21). Importante salientar
que a luz desta palavra que uma lacuna perigosa que algumas igrejas
por desconhecimento, ou por que não dizer por falta de um
administrador profissional, comete flagrante erro.

Infelizmente, temos constantemente presenciado o mau testemunho


que muitas Igrejas têm dado em relação à forma como gerenciam os
trabalhos imprescindíveis para o caminhar do Corpo de Cristo, agindo
muitas vezes de forma errônea, sem a devida orientação profissional,
com displicência e até mesmo em desobediência as Lei, podendo esta
ter em seus quadros um “responsável técnico”RT.

De acordo com o Artigo 3º, da CLT: ―Considera-se empregado toda


pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário.‖
Inadequado seria esquecer que o contrato de trabalho deve
obrigatoriamente ser registrado em Carteira de Trabalho e Previdência
Social (CTPS), no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sendo anotado
especificamente a data de admissão, a função e a remuneração,
conforme determina o Artigo 29°, da CLT

Isto serve para o administrador e demais pessoas contratadas na forma


da lei e, para os voluntários, digo, pessoas piedosas, com
disponibilidade de tempo e apaixonadas pela obra, ―contrato de
voluntário‖. Ao se analisar o conteúdo da Lei no 9.608/98, ao longo dos
seus 5 (cinco) artigos, verifica-se que o legislador se preocupou,
basicamente, em perfilar o trabalho voluntário a fim de distingui-lo do
trabalho assalariado 3.

5.4 O Planejamento estratégico

O autor encontra embasamento bíblico quando Moisés tem


aconselhamento do seu sogro Jetro no ato de delegar tarefas usando
princípios da administração como a divisão das tarefas com isto sendo
liberado Moisés para tarefas mais complexas.

<http://www.lex.com.br/contrato_1127037_CONTRATO_DE_PRESTACAO_DE_SERVICOS_VOLUNTARIOS
.aspx>.
O sogro de Moisés lhe sugeriu: ―Não é bom o que fazes!‖
Certamente em breve ficareis exaustos, tu e teu povo,
porquanto esta tarefa é sobremodo pesada para ti; não te será
possível realizá-la sozinho. Mas escolhe do meio do povo homens
capazes tementes a Deus, que sejam dignos de confiança e
inimigos de ganho desonesto. Êxodo 18 .17 – 18, 22,24

Moisés acatou o conselho de seu sogro, fez tudo como ele havia
sugerido. KJ Nove atitudes Administrativas na vida de uma Igreja
conhecer essas expressões administrativas ajudam a perceber o quanto
que essa atividade é importante na vida de uma igreja.

→Planejamento Estratégico: Igrejas bem administradas sabem para


onde estão indo. Elas possuem uma declaração de visão e missão, têm
estratégias e valores centrais claramente definidos, um cronograma que
norteia suas atividades com objetivos e alvos a curto, médio e longo
prazo, e um organograma que permite a todos visualizarem como a
igreja está estruturada dentro da visão.

Uma visão sem plano (que inclua metas mensuráveis) é simplesmente


um sonho. Dificilmente se realizará.

→Liderança Descentralizada: Igrejas bem administradas investem


tempo e recurso no treinamento de liderança e formação de equipes,
para que os diversos serviços (ministérios) sejam realizados de forma
eficiente, sem haver sobrecarga para uma minoria e principalmente
para o pastor. As principais decisões são tomadas de forma
interdependente com a participação das pessoas que precisam estar
envolvidas, mas sem anular a direção e principal voz de comando.

→Secretário (a) com dom administrativo: Igrejas bem administradas


valorizam um(a) bom(a) secretário(a), de preferência que seja
voltado(a) para tarefas e estruturada, com iniciativa e habilidades
específicas da função. A secretaria deve ter um espaço físico
adequado reservado para fixar alguns móveis ou equipamentos
indispensáveis à tarefa a ser realizada (mesas, arquivos, computadores,
etc). Arquivo merece um destaque, pois aqui estarão guardados os
documentos da instituição e que se forem extraviados podem causar
sérios problemas ao Pastor que responde judicialmente pela igreja.

→Formação de Administradores: Igrejas bem administradas tem a


preocupação de descobrir pessoas com o dom de administração, para
serem capacitadas e distribuídas nas mais diferentes equipes de
ministério da igreja. Toda equipe para funcionar bem precisa ter
pessoas com os seguintes dons: Liderança, Administração e Intercessão.

→Prestação de relatórios: Igrejas bem administradas desenvolvem uma


cultura de prestação de contas através de relatórios simples e fáceis de
serem preenchidos. Esse pequeno instrumento tem o poder de oferecer
informações precisas que ajudam no diagnóstico dos pontos fortes e
fracos da Rede Pastoral e Ministerial de uma igreja, bem com da própria
rede administrativa. Isso permite que a cada três ou quatro meses, seja
apresentado um relatório geral através de gráficos que mostrarão a
saúde da igreja.

→Orçamento Financeiro: Igrejas bem administradas trabalham dentro


de um orçamento financeiro anual. Sua receita não é gasta de forma
improvisada, momentânea e irresponsável. O orçamento financeiro
permite que todas as estratégias tenham os recursos necessários para
serem aplicados durante o ano. Implantar Grupos Familiares,
restauração e outras estratégias em sua igreja e não separar recursos no
orçamento para subsidiar o desenvolvimento do processo durante o
ano é praticamente assinar o atestado de óbito dessas estruturas. O
orçamento da igreja precisa refletir a visão e valores que foram
abraçados.

→Agenda Anual: Igreja bem administrada tem uma vida simples que
não induz os membros da igreja a inverterem as prioridades divinas. Suas
atividades refletem a visão e missão, são organizadas dentro das
estratégias e seguindo o critério de priorizar conforme sejam
indispensáveis, importantes e opcionais. A agenda, tanto da Rede
Pastoral como Ministerial, são trabalhadas com base nesses pressupostos
e principalmente de forma interdependente.

→Reuniões Facilitadoras: Igrejas bem administradas ensina sua liderança


para fazerem reuniões objetivas, bem elaboradas com princípios,
técnicas e dinâmicas facilitadoras, e acima de tudo com orientação e
unção divina, onde as pessoas sentem prazer em participar e podem
testemunhar a presença do Espírito de Deus.

→Contabilidade: É impossível obter boa e legal administração sem


uma contadoria bem elaborada. É imprescindível que o contador
mantenha os documentos contábeis atualizados e devidamente
atualizados.

5.5 Princípios norteadores

O autor observa que não é possível falar de administração eficiente sem


atentar para a aplicação de alguns princípios norteadores da
administração pública, que entende o autor ser plenamente aplicáveis
à vida da igreja. São eles:

» O Princípio da Legalidade segundo o qual o/a administrador/a não


pode agir contra a lei ou além da lei, só podendo agir nos estritos limites
da lei, vale dizer, que o/a administrador/a não é o/a dono/a da igreja,
mas ele/a submete-se à ditames legais previamente estabelecidos e
bem delineados nas nossas normas internas de administração;

» O Princípio da Moralidade onde o/a administrador/a, ao agir, deverá


decidir não só entre o legal e o ilegal, o conveniente e o inconveniente,
o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto,
levando-se em conta o texto explicitado em Tiago 4.17 – Aquele que
sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado;

» O Princípio da Impessoalidade segundo o qual quem administra, deve


fazê-lo visando o interesse comum, não sendo admitido o tratamento
privilegiado aos/as amigos/as ou mesmo líderes e o tratamento
diferenciado para aqueles que não lhe são gratos ou que não exercem
nenhum tipo de liderança direta ou indireta.

» O Princípio da Publicidade que objetiva assegurar transparência na


gestão, pois o/a administrador/a não é o/a dono/a dos recursos que
ele/a cuida, sendo mero delegatário a gestão dos bens comuns,
devendo possibilitar a todos o conhecimento pleno de suas condutas
administrativas. É premente que quem administra tenha coragem de ser
transparente e tenha um canal de comunicação aberto com a igreja,
pois a transparência e a comunicação são indispensáveis nas
instituições que levam a sério a administração, para que tudo seja
tratado em concílio ou pelos órgãos que administram a igreja no seu
interregno. Importante frisar que no pertinente à transparência, o
controle é um fator relevante, pois permite checar se tudo está
ocorrendo conforme o planejado e aprovado, além de apontar
fraquezas e erros;

» O Princípio da Eficiência onde se espera em relação à forma de


atuação do/a administrador/a que ele/a tenha o melhor desempenho
possível em suas atribuições, a fim de obter melhores resultados e,
quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar, exige-se que seja
o mais racional possível, no intuito de alcançar melhores resultados na
execução de suas atividades.

6 PROBLEMA DE PESQUISA

O autor neste projeto de pesquisa busca evidenciar questões de ordem


administrativa ainda bem pouco discutida na área eclesial, sendo
apresentado alternativa de maior abrangência com resultado e
transparência profissional e ao mesmo tempo eclesiástico.
→ Pode uma igreja visível (organização) contratar um administrador
profissional ou um RT para desenvolver toda pratica técnica da ciência
da administração?
→ Nesta contratação é obrigatório que o candidato seja crente em
Jesus e membro desta igreja visível (organização)?
→ E na igreja invisível (organismo) tem, e quem é o administrador e
direcionador dela?

6.1 Solução Proposta

A primeira hipótese levantada na seção anterior, Sim escolher um


profissional que atenda as necessidades eclesioadministrativas.
Evidentemente, alguém que professe a fé cristã. Um cristão sério, não
neófito, maduro, ponderado, hábil no trato com o público. É necessário
a devida qualificação e registro profissional. Lembrando que, no Brasil,
apenas os Administradores registrados nos CRA's podem exercer a
profissão de Administrador.

Importante salientar que a luz desta palavra que uma


lacuna perigosa que algumas igrejas por
desconhecimento, ou por que não dizer por falta de um
administrador profissional, comete flagrante ―erro. A
inobservância da palavra de Deus e as leis vigentes
frequentemente deparam-se com o mau testemunho
que algumas Igrejas têm dado em relação à forma como
gerenciam os trabalhos. Agindo muitas vezes de forma
errônea, sem a devida orientação profissional, com
displicência e até mesmo em desobediência as Leis4.

A seguir entende-se que não necessariamente membro da igreja local,


porém vital, acredita-se fundamental, é que seja alguém alinhado com
a visão pastoral. A Palavra de Deus orienta e exorta: “Os olhos dos que
veem não se ofuscarão, e os ouvidos dos que ouvem estarão atentos.”
(Isaías 32:3); “Certo, como estou, da tua obediência, eu te escrevo,
sabendo que farás mais do que estou pedindo. (Filemom 1:21).

Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente apóstolos, em


segundo lugar profetas, em terceiro mestres; depois os que realizam
milagres, os que têm dons de curar, os que têm dom de prestar ajuda,
os que têm dons de administração, e os que falam em diversas línguas‖
1º Co 12.28 (Nova Versão Internacional).

De acordo com o Marcus Cruz no seu artigo publicado no Instituto Jetro


enseja que A Palavra de Deus nos ensina a buscar com zelo os melhores
dons e a utilizá-los para edificação da Igreja. Muitas vezes não é isto
que estamos praticando. Com o crescimento, expansão e aumento das
igrejas, cada vez mais pastores têm assumido funções administrativas
em igrejas, funções estas que não condizem com a vocação, formação
e com os dons que Deus lhes deu. O desastre é inevitável e o desgaste
é, muitas vezes, irreparável.

4
JOSE EWERTON FEITOSA CRUZ
E acrescenta. Outro aspecto relevante a ser considerado é que o novo
código civil brasileiro exigiu das igrejas a constituição de uma
organização com CNPJ próprio, criação e constituição de órgãos
internos de controle e com funções definidas: conselhos administrativo e
fiscal (de gestão) e muitas outras obrigações administrativas que não
são pastorais.

A coordenação e o controle destas atividades não podem e não


devem ficar sob a responsabilidade de um pastor que não foi
preparado e que não estudou para isto. O risco de exposição e falha
no funcionamento no que diz respeito aos aspectos de ética,
transparência e de governança é enorme quando o pastor tem sobre si
esta responsabilidade e, em bom português, não sabe como
desempenhá-la.

Você também pode gostar