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Formador Ivo Mateus


A primeira definição de Turismo foi proposta
pelos professores Hunziker e Krapf, em 1942,
sendo posteriormente adoptada pela Association
Internationale dês Experts Cientifiques du
Tourisme.

Naquela altura o Turismo era definido como o


“Conjunto de relações e fenómenos originados
pela deslocação e permanência de pessoas fora do
seu local habitual de residência, desde que tais
deslocações e permanências não sejam utilizadas
para o exercício de uma actividade lucrativa
principal, permanente ou temporária.
Em 1991 a Organização Mundial de Turismo
(OMT), apresentou uma nova definição
entendendo que o “Turismo compreende as
actividades desenvolvidas por pessoas ao longo
de viagens e estadas em locais situados fora do
seu enquadramento habitual por um período
consecutivo que não ultrapasse um ano, para
fins recreativos, de negócios e outros”.
* Turismo: “Deslocação
temporária e de curta
duração de pessoas para
locais fora do seu local de
residência, bem como as
suas actividades durante a
sua estadia nesses mesmos
locais” (BurKitt e Mendley, Tourism,
Past, Present & Future, Heineman, 1974).
Turismo refere-se a fruição do espaço
natural e cultural à provisão de transporte,
alojamento, recreação, alimentação e
serviços relacionados para viajantes
domésticos e internacionais.

Compreende a viagem por todos os


propósitos, desde o lazer até os negócios.

Turismo é um elaborado e complexo


processo de decisão sobre o que visitar,
onde, como e a que preço.

Nesse processo intervêm inúmeros fatores


de realização pessoal e social, de natureza
motivacional, econômica, cultural, ecológica
e científica, que ditam a escolha dos
destinos, a permanência, os meios de
transporte e o alojamento.
O que implica “essas” actividades desenvolvidas?

Realização de actividade por parte de visitantes que


saem fora do seu ambiente habitual, com exclusão
da rotina normal de trabalho e das práticas sociais;

A viagem e, normalmente, algum meio de transporte


para o destino;

O destino é o espaço de concentração das


facilidades que suportam aquelas actividades.
Definição de turista

Na segunda metade do século XVIII, passou a ser


normal os jovens aristocratas ingleses fazerem uma
viagem a que se chamou a Grand Tour, uma viagem de
aproximadamente 3 anos pelo continente europeu com
fins educativos.
Desta viagem nasce o termo touriste
designando as pessoas que faziam a Tour,
introduzido em França por Stendhal nas
suas “Mèmoires d’un Touriste”.

Muitas outras línguas adoptaram


posteriormente as palavras francesas
tourisme e touriste com o sentido restrito
de viagem feita sem fim lucrativo, por
distracção, repouso ou satisfação da
curiosidade de conhecer outros locais e
outras pessoas, embora a viagem não fosse
encarada como um mero capricho, mas
antes uma forma de aprendizagem ou um
meio complementar de educação.
De acordo com o conteúdo inicial da expressão, os
doentes de uma estancia termal, os comerciantes
que visitam uma feira ou uma exposição, ou os
crentes que se deslocam à Terra Santa, entre
outros, não são turistas.

No entanto, todos eles ao deslocarem-se para fora


da sua residência habitual utilizam os mesmos meios,
que aqueles que viajam por puro prazer. A única
diferença existente entre ambos é a motivação que
originou a viagem, porém os efeitos sociais e
económicos são idênticos.
Existem quatro elementos que se têm de ter em conta
naquela que é a definição moderna do termo turista:

Deslocação

Residência

Duração da permanência

Remuneração
Intervenientes no Turismo

Turista: Visitante que permanece, pelo menos, uma noite


no local visitado, ou que passam a noite fora do seu local
de residência por um período igual ou superior a 24 horas.
Pode ser nacional ou internacional.

Visitante – Toda a pessoa que se desloca para fora do seu


lugar habitual de residência com um objectivo que não
seja o de realizar uma actividade remunerada. Pode ser
nacional ou Internacional.

Excursionista (visitante de um dia) – Todo o visitante que


não pernoita no local visitado isto é, num alojamento
coletivo ou privado
Classificação do Sujeito Turístico

Para percebermos melhor a definição de Sujeito


turístico, é importante termos uma melhor
compreensão do que tem sido o Turista ao longo dos
tempos. Esta categoria, em geral aplicada àquele que
se encontra fora do seu lugar de residência e que,
nesta condição, procura por serviços de transporte,
hospedagem e alimentação. Desta forma, torna-se
necessário compreender o Turismo e os sujeitos que
para ele contribuem, quer o sujeito que se desloca quer
o sujeito que está envolvido n<a deslocação de
terceiros.
Classificação do Sujeito Turístico

Os turistas/Visitantes podem ser classificados em


função dos motivos da visita que efectuam:

Diversão:

Férias;

Visitas Culturais;

Práticas de Desporto;

Visitas a parentes e amigos;

Outras viagens
Motivos Profissionais:

Reuniões
Missões
Negócios

Outros motivos turísticos:

Estudos
Saúde
Trânsito
Motivos diversos
O Turismo pode ser classificado de acordo com os
seguintes critérios:

Segundo a origem dos visitantes:

Turismo doméstico ou interno – Que resulta das


deslocações dos residentes de um país, quer tenham a
nacionalidade ou não desse país, viajando apenas
dentro do próprio país isto é, realizado dentro das
fronteiras de um país;
Turismo receptor (inbound tourism) – abrange as
visitas a um país por não residentes.

Turismo emissor (outbound tourism) – resulta das


visitas de residentes de um país a outro ou outros
países.

Turismo interior – abrange o turismo realizado


dentro das fronteiras de um país e compreende o
turismo doméstico e o receptor.
Turismo nacional – refere-se aos movimentos dos
residentes de um dado país e compreende o turismo
doméstico e emissor.

Turismo Internacional – abrange unicamente as


deslocações que obrigam atravessar uma fronteira,
consiste no turismo receptor adicionado do emissor.
Segundo a duração da permanência

Turismo de Passagem – efectuado apenas pelo


período de tempo necessário para se alcançar uma
outra localidade ou país, objecto da viagem.
Estadia curta (n.º reduzido de noites);
Segundo a duração da permanência

Turismo de Permanência – realizado numa localidade


ou num país, objectivo da viagem, por um período de
tempo variável que, porém, exigirá, pelo menos uma
dormida. Estadia com maior duração.

Este depende do objectivo da viagem, das condições


existentes e características do local visitado (condições
naturais, investimentos realizados, capacidade criativa),
do país de origem, da duração das férias e das
motivações.
Segundo as repercussões na balança de pagamentos

As entradas de visitantes estrangeiros contribuem par


o activo da balança de pagamentos de um país, na
medida em que provocam a entrada de divisas. As
saídas de residentes nesse país têm um efeito passivo
sobre a balança por provocarem a saída de divisas
(turismo externo activo e turismo externo passivo).
Segundo as repercussões na balança de pagamentos

Turismo de Importação – turismo de residentes


praticado no estrangeiro (outgoing). Os turistas
saem para o estrangeiro e levam para lá o dinheiro
nacional – Outcoming.
Segundo as repercussões na balança de pagamentos

Turismo de Exportação – turismo de residentes no


estrangeiro praticado no país visitado. Venda de bens
e produtos turísticos a turistas estrangeiros
(entrada de divisas externas) – Incoming.
Segundo a organização da viagem

Turismo Individual – quando uma


pessoa ou um grupo de pessoas parte
para uma viagem cujo programa é por
elas próprias fixado, podendo modificá-
lo livremente, com ou sem intervenção
de uma agência de viagens.
O plano de viagem é feito pelo viajante;
Segundo a organização da viagem

Turismo colectivo ou de grupo (forfait ou package)


– quando um operador turístico ou uma agência de
viagens oferece a qualquer pessoa, contra o pagamento
de uma importância que cobre a totalidade do
programa oferecido, a participação numa viagem para
um determinado destino, segundo um programa
previamente fixado para todo o grupo.
- Com intervenção de uma entidade distribuidora de
viagens.
Segundo a qualidade e caracterização socioeconómica

Turismo de minorias – turismo individual ou formado


por pequenos grupos e caracterizando-se por um
princípio de selecção económica ou cultural;

Turismo de massas – realizado por pessoas com


menor nível de rendimentos viajando, na maioria, em
grupos. O turismo de massas é mais barato porque se
atingem economias de escala.
Segundo a natureza dos meios de viagem utilizados

Turismo Terrestre – automóvel, autocarro ou comboio

Turismo Náutico – barco, navio ou cruzeiro

Turismo Aéreo - avião


Segundo o grau de liberdade administrativa

Os países emissores, em situações de dificuldade das


respectivas balanças de pagamentos ou por razões
políticas, podem limitar as saídas dos seus nacionais por
vários meios: limitações na aquisição de divisas,
lançamento de impostos, obrigação da constituição, prévia
à saída do depósito de uma certa quantia de dinheiro,
obrigação de vistos, restrições na concessão de
passaportes, etc.

Os países emissores também limitam, sobretudo por


razões políticas, as entradas de estrangeiros ou as suas
deslocações no interior do país.
Segundo o grau de liberdade administrativa

Turismo dirigido – tem a ver com as regulamentações


existentes nos países quando limitam a liberdade das
deslocações de turistas;

Turismo livre – quando lhes concedem inteira liberdade


de movimentos.

Segundo as motivações

Tem a ver com as diferentes motivações da viagem.


Tipos de Turismo
Turismo de recreio

- Este tipo de turismo é praticado pelas pessoas


que viajam para «mudar de ares», por
curiosidade, ver coisas novas, desfrutar de belas
paisagens, das distracções que oferecem as
grandes cidades ou os grandes centros turísticos.
Turismo de repouso

- A deslocação dos viajantes incluídos neste grupo é


originada pelo facto de pretenderem obter um
relaxamento físico e mental, de obterem um benefício
para a saúde ou de recuperarem fisicamente dos
desgastes provocados pelo «stress».
Turismo cultural

- As viagens das pessoas incluídas neste grupo são


provocadas pelo desejo de ver coisas novas, de
aumentar os conhecimentos, de conhecer as
particularidades e os hábitos doutras populações, de
conhecer civilizações e culturas diferentes, de
participar em manifestações artísticas ou, ainda, por
motivos religiosos.
Turismo cultural

Os centros culturais, os grandes museus, os locais onde


se desenvolveram no passado as grandes civilização do
mundo, os monumentos, os grandes centros de
peregrinação ou os fenómenos naturais ou geográficos
constituem a preferência destes turistas.
Turismo desportivo

– Por um lado tem como


objectivo da viagem é o de
assistir às manifestações
desportivas como os jogos
olímpicos, os campeonatos
de futebol, os jogos de
inverno por outro lado,
centra-se nas práticas de
actividades desportivas
como a caça, a pesca, os
desportos náuticos, o
alpinismo, o ski, o ténis, o
golfe, etc.
Turismo de Negócios

- Incluem-se neste grupo as deslocações organizadas


pelas empresas para os seus colaboradores, quer como
prémio, quer para participarem em reuniões de contacto
com outros que trabalham em locais ou países
diferentes: as chamadas «viagens de incentivo».
Turismo político

- A participação em acontecimentos ou reuniões


políticas provocam uma movimentação significativa de
pessoas, quer se trate de ocasiões esporádicas, quer
de reuniões ou acontecimentos regulares.
Turismo de Saúde

– (Por Ex.º Termalismo) A permanência, durante um


certo período de tempo, nas termas, oferece a imagem
tranquilizadora de cuidados sérios com a saúde,
fazendo, actualmente, as termas um esforço para se
adaptarem às novas exigências científicas e
tecnológicas da nossa época.
Turismo Religioso

– As peregrinações, faz parte da prática religiosa dos


católicos, muçulmanos e budistas e as religiões em que
a peregrinação não existe, mas cujos crentes praticam
pelo menos uma forma de turismo ligada à religião – os
judeus e os protestantes que visitam locais que
guardam marcas dos seus antepassados.
Turismo étnico e de carácter social

- Incluem-se neste grupo as viagens realizadas para


visitar amigos, parentes e organizações, para
participar na vida em comum com as populações locais,
as viagens de núpcias ou por razões de prestígio social.
Mercado turístico

É o conjunto de actividades económicas em torno de


produtos turísticos, através dos quais diversos agentes
buscam satisfazer as suas necessidades e obter
benefícios.

Marketing turístico

É o conjunto de actividades que facilitam a realização de


trocas entre os diversos agentes que actuam, directa ou
indirectamente, no mercado dos produtos turísticos.
Produto turístico

Compõem-se de bens e serviços. Os bens turísticos


podem ser:

Materiais: mares, praias.

Imateriais: arte, folclore.

Livres: ar, clima.

Apropriáveis: colecções de arte, campos de


desporto, etc., que visam a satisfação fisiológica,
espiritual, cultural e moral do Homem.
Os serviços turísticos são compostos por:

Hospedagem;

Alimentação;

Entretenimento e lazer;

Agências;

Eventos;

Apoio e informação ao turismo;

Outros.
A Indústria de Viagens

Esta Indústria é uma mistura complexa de organizações


comerciais e de cariz voluntário que agem geralmente
como intermediário entre público e os produtos de
Turismo.

A indústria de viagens inclui:

Agentes de viagens;

Operadores Turísticos;

Empresas de transporte em autocarro;


A indústria de viagens inclui:

Organizadores de viagens com grupos;

Operadores de mini-férias;

Agências de incentivos;

Organizadores de hospitalidade empresarial e


organizadores de conferências;

As transportadoras, tais como as companhias aéreas e


os ferries, também podem ser incluídas nesta
categoria, especialmente quando oferecem os seus
próprios programas que incluam pacotes, alojamento e
visitas.
Agentes de viagens

- Os agentes de viagens vendem


férias ao público, funcionando como
retalhistas para os operadores
turísticos e para as transportadoras.
O seu lucro resulta de comissões e
de direito de preferência. A maioria
limita-se a fazer reservas de
produtos apresentados em brochuras
de operadores turísticos. Tal como o
nome indica, os agentes de viagens
de negócios especializam-se em
reservas de voos e alojamento para
quem faz viagens de negócios.
Operadores Turísticos

Os operadores turísticos
combinam num único pacote os
componentes de umas férias ou de
uma excursão e negoceiam tarifas
gerais que incluam viagens,
alojamento, transferências, visitas,
etc. Muitos deles vendem os seus
produtos através de brochuras
divulgadas nas agências de viagens.
Outros fazem operações de venda
directa através de correio e
distribuem as suas brochuras nos
jornais ou revistas.
Empresas de Transporte em
Autocarro

As empresas de transporte em
autocarro tanto podem ser
grandes operadores que publicam
a sua própria brochura de férias
em autocarro, como as pequenas
empresas que são propriedade de
uma família, cujo negócio é
constituído principalmente por
contratos privados de aluguer com
organizadores de grupos e
associações locais.
Operadores de mini-férias

Os operadores de mini-férias
podem ser cadeias de hotéis que
publicam as suas próprias brochuras
de mini-férias para promover a
ocupação de quartos de hotel
habitualmente vazios aos fins-de-
semana, ou em determinadas épocas
do ano.
Agências de Incentivo e Hospitalidade Empresarial

As viagens podem funcionar como uma motivação para o


pessoal de uma empresa ou para clientes. As agências de
incentivo procuram habitualmente eventos e itinerários
aos quais o público em geral não tem acesso, tornando as
viagens mais especiais.
Organizadores de Viagens com Grupos

Existem muitos organizadores de viagens com grupos


independentes e activos, muitos dos quais funcionam à
base de trabalho voluntário. As organizações que
preparam excursões em grupo através de trabalho
voluntário, incluem entre outras:

Sociedades femininas, tais como associações


profissionais de mulheres e instituições de
solidariedade;
Organizadores de Viagens com Grupos

Clubes sociais, tais como clubes de profissionais e


clubes de lazer;

Associações de reformados e clubes de reformados a


nível de empresas;

Grupos de interesse especial tais como as associações


artísticas e universidades para a terceira idade.

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