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¿La regla que confirma la excepción? Un sistema de primos cruzados con primos
cruzados
Diego Villar IICS (CONICET-UCA/Argentina)
Lorena Córdoba (IICS UCA-CONICET/Argentina)
Redes de circulação entre manivas e mulheres nos rios da bacia do Rio Negro
Lorena França (UFSC- Brasil)
Título: Lo que se ve mejor con computadora, y sin computadora – el caso del sistema de
parentesco chimane (Bolivia)
Autor(es): Isabelle DAILLANT CNRS, EREA/LESC (Francia)
Resumo: Cuando recopilé los datos genealógicos de los chimanes (Amazonía boliviana),
principalmente hace unos 30 años, no existían todavía herramientas informáticas para
analizarlos. No eran necesarias para darse cuenta de que los chimanes respetaban de
manera muy estricta las reglas matrimoniales dravidianas. Sus prácticas resultaban en
una red de parentesco tan ordenada y coherente que las ecuaciones terminológicas
podían propagarse y recorrerla, sin tropezar con las contradicciones que en otras
sociedades suelen estorbarlas. Era algo que se percibía nítidamente en el campo, y con
el tratamiento manual que entonces se podía hacer de los datos. Sin embargo, resultaba
mucho más complicado demostrarlo, ya que, por razones que veremos, tal tratamiento
manual no permitía elaborar estadísticas significativas, y que mostrar casos no daba
cuenta del grado de generalidad de las prácticas, ni de la red en su conjunto. Sobre estos
aspectos, el tratamiento informático que se pudo hacer años después (en este caso con
el software Puck), con sus resultados sistemáticos y casi instantáneos, fue una ayuda
inestimable. No obstante, no sólo permitió confirmar y probar lo que ya se había
detectado a mano: también puso a la luz mecanismos que anteriormente habían
quedado desapercibidos. Pero, por otra parte, la larga y tediosa exploración que se había
hecho anteriormente a mano también había desvelado mecanismos –fundamentales
para el funcionamento del sistema– que, al contrario, no podían ser aprehendidos con
el tratamiento informático, precisamente por el carácter sistemático y exhaustivo de sus
resultados. Se ilustrarán más precisamente ambos casos.
Título: Um novo alento para decifrar a organização social Mẽbêngôkre via PUCK
Autor(es): Juliana P. Lima Caruso (USP); Vanessa R. Lea (UNICAMP); Leandro Mahalem
(FGV)
Resumo: Pela iniciativa de Klaus Hamberger, um dos desenvolvedores do programa
PUCK (Program for the Use and Computation of Kinship data), Lea retomou a primeira
parte de seus dados genealógicos levantados entre o subgrupo Mẽtyktire dos
Mẽbêngôkre (Kayapó), em Mato Grosso, entre os anos de 1978 e 1982. O conjunto de
dados foi publicado no Kinsources em 2020, disponível pelo link:
https://www.kinsources.net/kidarep/dataset-320-mebengokre-kayapo.xhtml. A partir
deste corpus publicado, de outubro de 2020 até maio de 2021 Lea, com a assessoria de
Juliana Caruso, já experiente com o programa PUCK, empreendeu uma série de
partições dos dados que evidenciou alguns achados importantes. Recentemente,
Leandro Mahalem, especialista em análises computacionais e de redes se juntou aos
esforços para analisar este complexo corpus empírico. Os Mẽbêngôkre têm uma
organização sui generis, com Casas matrilineares exogâmicas, uma terminologia Omaha
– algo associada na literatura antropológica com patrilinearidade, e com a herança
vicária patrilinear de amizade formal, algo associada com a prescrição ideal de cônjuges.
Tal caracterização foi rejeitada sumariamente por um pesquisador antecessor (Terence
Turner), mas a análise com o programa PUCK possibilitou a comprovação empírica da
natureza exogâmica dessas matricasas. Os Mẽbêngôkre são um dos povos Jê
Setentrionais, próximos aos Timbira, especialmente os Apinajé, em termos linguísticas,
caracterizados ora por uma terminologia Crow, ora por uma combinação de elementos
Crow e Omaha. A investigação dos dados levantados por Lea, Caruso e Mahalem
pretende contribuir tanto para uma nova compreensão dos Jê Setentrionais quanto à
tipologia Crow-Omaha em termos mais amplos.
Título: Do todo às partes, das relações aos termos: como ensinar vocabulário de
parentesco a um processador
Autor(es): Márnio Teixeira-Pinto (UFSC)
Resumo: Todo tratamento computacional de redes de parentesco parece encontrar um
forte limite na passagem entre o cálculo das relações codificadas numa matriz
genealógica e a adoção da linguagem nativa para se referir, mesmo que de modo
aproximado, a estas relações. Longe de ser um acessório não obrigatório ao uso de
ferramentas computacionais auxiliares à análise de redes de parentesco e casamento, o
sistema de termos para as relações de parentesco é fundamental para aproximar as
complexidades analíticas do processamento computacional da realidade prática da vida
nativa. Um Arara, por exemplo, apenas com algum esforço recupera o percurso de
cálculo que faz de uma dada pessoa a "filha da filha do irmão de sua mãe" (uma MBDD,
na 'parlance' analítica antropológica). No entanto, e modo inverso, ele é cotidianamente
levado a não esquecer jamais que aquela pessoa deve ser tratada e referida por uma
específica categoria selecionada no conjunto de termos nativos para as relações de
parentesco. Devemos assumir, portanto, que se aproximar cada vez mais da prática
nativa é um horizonte fundamental do desenvolvimento destas novas ferramentas
computacionais. Esta comunicação apresentará então um experimento inicial de como
ensinar a terminologia de parentesco Arara a uma poderosa engrenagem de cálculo
computacional de relações de parentesco e casamento, a MaqPar.
Título: ¿La regla que confirma la excepción? Un sistema de primos cruzados con primos
cruzados
Autor(es): Diego Villar IICS CONICET-UCA (Argentina); Lorena Córdoba (Doutora em
Antropologia / IICS UCA-CONICET)
Resumo: A partir de la importación del modelo terminológico dravidiano para
comprender las redes de parentesco de los indígenas sudamericanos, los especialistas
no han dejado de destacar los desvíos, los matices y las transformaciones amerindias
con respecto a ese modelo de clasificación parental, presuntamente consistente con el
matrimonio de primos cruzados. En efecto, a través de las décadas, la etnología de las
tierras bajas sudamericanas parece acumular tantas o más excepciones que
cumplimientos a la clásica asociación entre nomenclatura dravidiana y matrimonio de
primos cruzados, comprobando una y otra vez el carácter flexible y adaptable del
sistema y encontrando, en muchos casos, una baja ocurrencia empírica de ese tipo de
alianzas. Sin embargo, a partir de un análisis informático preliminar y exploratorio de la
red genealógica chacobo (Pano) de la Amazonía boliviana, es posible describir una
variación más de esa lógica matrimonial en la cual, no obstante, a través de los años, el
matrimonio bilateral de primos cruzados y con parientes próximos mantiene
efectivamente una notable incidencia estadística.
Título: Redes de circulação entre manivas e mulheres nos rios da bacia do Rio Negro
Autor(es): Lorena França (UFSC)
Resumo: Na bacia do Rio Negro, paisagem etnográfica de povos indígenas multiétnicos,
existe um sistema agrícola, do qual foram identificadas mais de 300 espécies cultivadas
e mais de centena de variedades da maniot esculenta, a mandioca brava, principal
expoente do cultivo local. O sistema pressupõe uma rede de trocas de manivas – nome
dado à parte aérea da planta que possibilita a sua reprodução por clonagem –, efetivada
principalmente por mulheres. Tal como já argumentado por Chernela (1986), “as
alianças matrimoniais criam canais que possibilitam a troca de cultivares de mandioca
na bacia do Uaupés”. Onde prevalece a regra de virilocalidade, as manivas são doadas
pela mãe e viajam, assim, pelo território com as mulheres. Em outros casos, as mulheres
iniciam suas roças com as manivas recebidas de sua sogra, e depois incrementam com
as manivas de sua mãe, de parentes consanguíneos ou de afins. As visitas a outras
comunidades incluem passeios nas roças de outrem e constituem momentos oportunos
de receber exemplares de manivas ainda desconhecidas. O interesse em aumentar a
própria coleção é guiado pelo valor de ‘beleza’ de uma roça, posto que uma roça bonita
é sempre capinada e com grande variedade de manivas. Cada mulher é a “dona da roça”
responsável por cuidar e alimentar suas manivas, estabelecendo uma relação de
consanguinidade com essas plantas. Neste trabalho, atualizo a discussão levantada por
Chernela e desenvolvida por Emperaire (2010, 2019) com dados de agrobiodiversidade
produzidos durante minha pesquisa de doutorado, expostos em duas redes moduladas
a partir do programa computacional Pajek. Na primeira, as 150 variedades de manivas
identificadas estão em relação com os quatro locais da pesquisa etnográfica no Alto Rio
Negro, a saber: uma comunidade no rio Uaupés, duas no rio Negro, uma no Içana e uma
no rio Aiari. Observar as manivas compartilhadas por duas ou mais calhas de rio ajuda a
refletir sobre as dinâmicas de relações entre as regiões que compõem o Alto Rio Negro.
A segunda rede apresenta uma aproximação dos dados por cada comunidade/rio. Como
podem ser percebidas as circulações de maniva entre as mulheres doadoras? Notamos
que as mulheres que possuem mais variedades de manivas em suas roças são aquelas
que estabelecem quantidade mais expressiva de relações sociais. Nesse trabalho, o
parentesco não é objeto de análise em primeiro plano, mas se inscreve como pano de
fundo das relações que orientam as trocas de cultivares.