Você está na página 1de 146

Redação

Técnica

004G
Redação Técnica
5E
FICHA TÉCNICA

Desenvolvimento de conteúdo
Equipe Técnico-Pedagógica, Mediação e
Design Gráfico do Instituto Monitor

Editora
Katya Maia Motta

Coordenadora de Edição
Mariângela Nunes

Layout e Diagramação
Kleber Cavalcante

Colaborador
Katya Maia Motta

Monitor Editorial Ltda.


Av. Rangel Pestana,1105 – Brás
São Paulo/SP – CEP 03001-000
Tel.: (11) 3555-1000 / Fax: (11) 3555-1020
www.institutomonitor.com.br

Impressão
Parque Gráfico do Instituto Monitor: I.C.E. Monitor
Av. Rangel Pestana, 1113 – Brás
São Paulo/SP – CEP 03001-000
Tel./Fax: (11) 3555-1023

Em caso de dúvidas referente ao conteúdo, consulte o professor desta disciplina no Portal


do Aluno: www.institutomonitor.com.br/alunos

Todos os direitos reservados


Lei nº 9.610 de 19/02/98
Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, principalmente por sistemas
gráficos, reprográficos, fotográficos etc., bem como a memorização e/ou recuperação total
ou parcial, ou inclusão deste trabalho em qualquer sistema ou arquivo de processamento
de dados, sem prévia autorização escrita da editora. Os infratores estão sujeitos às
penalidades da lei, respondendo solidariamente as empresas responsáveis pela produção
de cópias.

5ª Edição - abril/2013
Redação
Técnica 004G/5

índice
Apresentação............................................................................ 9

Lição 1 – Redação Literária e Redação Técnica


Introdução.................................................................................. 11
1. A Teoria da Comunicação........................................................ 11
2. Modalidades de Redação........................................................ 17
3. Estrutura de Texto................................................................... 18
4. Qualidades do Texto................................................................ 19
5. Domínio da Informação.......................................................... 22
6. Ferramentas do Redator......................................................... 22
7. Como Organizar as Ideias...................................................... 24
Exercícios Propostos.................................................................. 25

Lição 2 – Estilo e Estética


Introdução.................................................................................. 27
1. Estilo...................................................................................... 27
2. Estética.................................................................................. 32
3. Normas Gerais para Redação................................................ 44
4. Digitação................................................................................ 44
5. Glossário de Termos e Estética Relacionada........................... 45
5.1 À atenção de - Aos cuidados de - Em mãos ................... 45
5.2 Algarismos......................................................................... 46
5.3 Anexos.............................................................................. 47
5.4 Aspas................................................................................ 47
5.5 Aposto.............................................................................. 47
5.6 Assinatura......................................................................... 47
5.7 Assunto ou Referência....................................................... 48
5.8 Cabeçalho......................................................................... 48
5.9 Caixa Postal...................................................................... 48
5.10 Código de Endereçamento Postal (CEP).......................... 48
5.11 Continuação.................................................................... 48
5.12 Corpo da Carta............................................................... 49
5.13 Cópias............................................................................. 49
6/004G Redação
Técnica

5.14 Correção de Erros........................................................... 49


5.15 Data................................................................................ 49
5.16 Despedida ou Fecho....................................................... 49
5.17 Destinatário..................................................................... 49
5.18 Grampeamento............................................................... 50
5.19 Valores............................................................................ 50
5.20 Itens................................................................................ 50
5.21 Maiúscula, Itálico, Sublinhado.......................................... 50
5.22 Pessoas Físicas ou Jurídicas........................................... 50
5.23 Pontuação....................................................................... 51
5.24 Signatário........................................................................ 51
5.25 Telefone........................................................................... 51
5.26 Vocativo........................................................................... 51
6. E-mail..................................................................................... 51
Exercícios Propostos................................................................... 53

Lição 3 – Redação Oficial e Redação Empresarial


Introdução................................................................................... 55
1. Redação Oficial....................................................................... 56
2. Documentos Oficiais................................................................ 58
2.1 Padrão Ofício..................................................................... 58
2.2 Mensagem........................................................................ 60
2.3 Memorando....................................................................... 60
2.4 Fax.................................................................................... 61
2.5 E-mail................................................................................ 61
2.6 Outros Documentos Considerados Oficiais........................ 62
3. Redação Empresarial............................................................... 70
4. Documentos Empresariais....................................................... 70
4.1 Ata.................................................................................... 70
4.2 Carta................................................................................. 71
4.3 Circular.............................................................................. 72
4.4 Comunicação Interna (CI).................................................. 72
4.5 E-Mail................................................................................ 72
4.6 Recibo............................................................................... 72
4.7 Contrato............................................................................ 73
4.8 Informação........................................................................ 75
4.9 Ordem de Serviço.............................................................. 77
4.10 Procuração...................................................................... 78
5. Exemplos de Documentos Oficiais e Empresariais .................. 79
Exercícios Propostos................................................................... 85

Lição 4 – Gramática Aplicada


Introdução................................................................................... 89
1. Importância do Conhecimento Gramatical............................... 89
2. Um Breve Resumo da Gramática Normativa............................ 90
3. Tópicos Importantes para Escrever Corretamente ................... 91
3.1 Acentuação Gráfica........................................................... 91
3.2 Algumas Palavras de Grafia Duvidosa................................ 94
Redação
Técnica 004G/7
3.3 Crase................................................................................ 96
3.4 Colocação Pronominal....................................................... 97
3.5 Concordância Verbal e Nominal......................................... 99
3.6 Emprego de Algumas Classes de Palavras...................... 103
3.7 Flexão do Infinitivo........................................................... 106
3.8 Formas de Tratamento e sua Concordância.................... 108
3.9 Numerais......................................................................... 111
3.10 Pontuação..................................................................... 112
3.11 Regência Verbal e Nominal............................................ 116
3.12 Separação Silábica........................................................ 121
3.13 Abreviações................................................................... 122
3.14 Símbolos das Unidades de Medida............................... 122
3.15 Denotação e Conotação................................................ 124
3.16 Formas Variantes........................................................... 124
4. Nova Ortografia .................................................................... 125
4.1 Alfabeto........................................................................... 125
4.2 Trema.............................................................................. 125
4.3 Acentuação..................................................................... 126
4.4 Emprego do Hífen........................................................... 128
Exercícios Propostos................................................................. 132

Respostas dos Exercícios Propostos................................ 135

Referências Bibliográficas.................................................. 139


Redação
Técnica 004G/9

apresentação
Todo profissional que busca sucesso na carreira deve estar cons-
ciente da importância de um preparo cuidadoso e abrangente. Uma
das grandes causas do desemprego atual não decorre apenas dos
problemas estruturais da economia mundial, mas também da falta
de qualificação técnica dos candidatos. Uma das áreas em que se
pode verificar esta deficiência é no que diz respeito a comunicação
e expressão. As pessoas não só se comunicam insatisfatoriamente
no dia a dia, como apresentam tremendas dificuldades na expres-
são escrita, tanto na correção gramatical das palavras, quanto na
incapacidade de elaborar textos mais específicos.

Visando melhorar este quadro, esta disciplina busca, com concei-


tos, definições e exemplos práticos, oferecer a ajuda necessária a
quem deseja aprimorar-se na redação empresarial.

A partir desta introdução, na qual já são apresentados conceitos in-


dispensáveis sobre a Comunicação, percorremos um caminho cujo
objetivo é adquirir conhecimentos que ajudem a redigir melhor. A
lição 1 traça um paralelo entre a Redação Literária e a Redação Téc-
nica, discutindo as qualidades que se deve buscar e as ferramentas
necessárias para os dois tipos. A lição 2 traz dois elementos impor-
tantes para a escrita de documentos: o estilo linguístico e a estéti-
ca dos textos, procurando oferecer exemplos concretos tirados da
bibliografia disponível. A lição 3, por sua vez, procura apresentar
diferenças entre a Redação Oficial e a Redação Empresarial, com
relevância na finalidade e formato dos documentos. Finalmente, a
lição 4 serve de apoio gramatical para o redator, ferramenta esta
que ele deve sempre ter à mão.

Bom Estudo!
Redação
Técnica 004G/11
lição 1
Redação Literária e
Redação Técnica

Uma leitura rápida destas definições já indica o caminho que nos


espera: uma preparação gradual que leve à capacidade de “redigir Antonio Houaiss
corretamente” e “escrever com ordem e método”. Comecemos por
conhecer um pouco mais do processo de comunicação humana.

Ao término desta lição, você será capaz de:


w identificar a Função de Linguagem mais apropriada para cada pro-
cesso de comunicação;
w conhecer os elementos de um processo de comunicação;
w compreender a importância de se melhorar a produção textual;
w reconhecer a significação das palavras;
w diferenciar as modalidades de redação;
w perceber as qualidades do texto;
w buscar ferramentas de auxílio apropriadas para a produção textual.

1. A Teoria da Comunicação
A comunicação é um processo contínuo em nossa vida. Começamos a
nos comunicar com a nossa mãe já no útero e, a partir de então, passa-
mos por um treinamento contínuo para sermos entendidos e entender o
mundo a nossa volta. Veja:
12/004G Redação
Técnica

Capitão ao Sargento Ajudante:


- Sargento! Dando-se amanhã um eclipse do Sol, deter-
mino que a companhia esteja formada, com uniforme de
campanha, no campo de exercício, onde darei explicações
em torno do raro fenômeno que não acontece todos os dias.
Se por acaso chover, nada se poderá ver e, neste caso, fica
a companhia dentro do quartel.

Sargento Ajudante ao Sargento de Dia:


- Sargento! De ordem do meu capitão, amanhã ha-
verá um eclipse do sol, em uniforme de campanha.
Toda a companhia terá de estar formada no campo
de exercício, onde seu capitão dará as explicações
necessárias, o que não acontece todos os dias. Se
chover, o fenômeno será mesmo dentro do quartel.

Sargento de Dia ao Cabo:


- Cabo! O nosso capitão fará amanhã um eclipse do sol no
campo de exercício. Se chover, o que não acontece todos
os dias, nada se poderá ver. Em uniforme de campanha o
capitão dará a explicação necessária, dentro do quartel.

Cabo aos Soldados:


- Soldados! Amanhã, para receber o eclipse que
dará uma explicação sobre o nosso capitão, o
fenômeno será em uniforme de exercício. Isto,
se chover dentro do quartel, o que não acontece
todos os dias.

A situação apresentada mostra deformações na comunicação e nos leva


à conclusão de que ela não correspondeu à verdade. Poderíamos di-
zer que a culpa foi das pessoas envolvidas, porque não reproduziram o
conteúdo da mensagem na sua totalidade, deformando-o de tal manei-
ra que a mensagem final nem de longe se parece com a inicial.

Uma das razões para essa diferenciação é o acréscimo pessoal de cada


um dos envolvidos. Contudo, se a mensagem tivesse sido transmitida
Redação
Técnica 004G/13
por escrito, o risco de má interpretação te- código e as informações de que você dispõe
ria sido bem menor, mas mesmo assim exis- sobre o referente, usar apropriadamente o
tiria. canal de comunicação, além de ser capaz de
produzir uma mensagem que satisfaça às
Essa é a razão fundamental do nosso curso: expectativas de quem vai ser o seu receptor.
não só proporcionar uma comunicação oral
REFERENTE
mais rica, mas principalmente desenvolver
habilidades para uma comunicação escrita Mensagem
correta e eficaz. EMISSOR Canal de Comunicação RECEPTOR
Código
Para que a comunicação aconteça, são neces-
sários os seguintes elementos:
Se, por outro lado, somos os receptores de
a
uma mensagem, devemos ser capazes de
O emissor, destinador ou remetente, que é a
pessoa ou grupo de pessoas que produzem a captar qual foi a intenção do emissor (que
mensagem. poderia ser um jornalista, um escritor, um
publicitário, um parente, um amigo, o chefe
b etc.): informar, entreter, vender etc.; é pre-
O receptor ou destinatário, que é a pessoa ou ciso levar em conta toda a trama comunica-
grupo de pessoas que recebem a mensagem. tiva para que a nossa leitura se torne mais
c consciente e mais crítica.
A mensagem propriamente dita, que contém as
informações transmitidas. 1.1 Linguagem

d Qualquer processo de comunicação: a mí-


O canal de comunicação ou de contato, que é o mica, que os surdos-mudos utilizam, ou a
meio usado para a transmissão da mensagem. chamada linguagem dos sinais; os sinais de
trânsito, com suas significações; a transmis-
e são de dados, seja por sinais ou por códigos:
O código, que, no caso de uma mensagem tudo isso está caracterizado como Lingua-
escrita, é a língua. Além da língua, outros gem. No entanto, queremos neste curso to-
códigos poderão ser usados, tais como cores,
formas, sinais etc. Para que a comunicação se mar como base a linguagem que se expressa
estabeleça com eficiência, o emissor e o receptor pela palavra humana, fruto de atividades
devem utilizar o mesmo código. elaboradas mentalmente.
f A fala e a escrita são dois tipos de expressão
O contexto ou referente, que é a situação ou linguística. Na comunicação escrita, os sons
objeto a que a mensagem se refere.
da fala (que é essencialmente a linguagem
humana) são expressos por meio dos símbo-
Quando se escreve ou se lê um texto, é pre- los gráficos; rigorosamente, ela procura ex-
ciso ter consciência do nosso papel na co- primir o mais fielmente possível os sons, o
municação. Se fizermos o papel do emissor, ritmo, as entonações, os timbres, e até mes-
é preciso que a nossa mensagem seja a mais mo supõe gestos e jogos fisionômicos da fala.
clara e correta possível; neste caso, devere-
mos considerar quais as características so- 1.2 As Funções da Linguagem
ciais e psicológicas do nosso receptor, para
que a mensagem alcance o resultado dese- Conforme o objetivo que o emissor tem em
jado. O sucesso da sua comunicação estará mente, ele utiliza a linguagem orientando-a
garantido se você usar adequadamente o para certas funções:
14/004G Redação
Técnica

a) Função referencial ou denotativa: quando o comunicador deseja


apenas comunicar algo, dar uma notícia, descrever um objeto, rela-
tar ou explicar uma experiência científica. Para tal, utiliza-se uma
linguagem clara e objetiva, cuidando para que os vocábulos denotem
sua real significação.
Exemplos:
Textos científicos, jornalísticos, técnicos, didáticos etc.

b) Função emotiva ou expressiva: quando o comunicador, além de rela-


tar algo, o faz acrescentando sua própria impressão pessoal, de modo
a causar no destinatário esta mesma emoção, sensibilizando-o.
Exemplos:
Poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico.
Saiba Mais “Sinto que viver é inevitável. Posso na primavera ficar horas
sentada fumando, apenas sendo. Ser às vezes sangra. Mas não
Um indivíduo só pode dizer-
há como não sangrar pois é no sangue que sinto a primavera.
se inteiramente livre, no
Dói. A primavera me dá coisas. Dá do que viver E sinto que um
âmbito da comunicação
dia na primavera é que vou morrer de amor pungente e coração
linguística, quando conhece
enfraquecido.”
todas as modalidades
Clarice Lispector
da língua a seu dispor e
escolhe aquela que melhor
convém ao momento do c) Função apelativa ou conotativa: quando o comunicador busca in-
discurso. É pouco, portanto, fluenciar o modo de pensar ou agir do receptor, tomando como base
conhecer apenas uma um texto, um fato, antigo ou não.
língua funcional ou a sua Exemplos:
variante sociolinguística. O
ideal é que o indivíduo seja Textos publicitários, discursos políticos etc.
um poliglota dentro da sua
própria língua.
Conhecer a norma culta, d) Função fática ou de contato: quando o comunicador, através de me-
assim, de certa forma, é canismos adequados tenta, apesar dos ruídos e obstáculos, manter o
sentir-se mais livre para receptor em contato, de modo que ele receba a mensagem.
comunicar-se. Norma culta,
Exemplos:
ou seja, a língua utilizada
Alô, quem fala?
segundo os padrões
Alô, você está me ouvindo?
estabelecidos pelos
Bom dia, tudo bem ?
clássicos, pode comparar-
Hum... hum...
se à etiqueta social: não é
Hã, o quê?
preciso usá-la para viver,
mas é absolutamente
indispensável conhecê-la
para conviver.
( Sacconi, L.A – Não Erre
Mais! São Paulo, Atual
Editora Ltda., 1990. p. 5)
Redação
Técnica 004G/15
e)  Função metalinguística: quando o comunicador usa o texto para ex-
plicar, definir, analisar, criticar, traduzir ou trocar termos e expres-
sões da própria linguagem.
Exemplos:
Dicionários e textos que visem à tradução do código ou à
elaboração do discurso.
“Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal
rompe a manhã.”
Carlos Drummond de Andrade

f) Função poética: quando o comunicador procura realçar os aspectos


formais da mensagem; para isso, ele pode lançar mão de recursos
especiais como ritmo, rimas, versos: é uma linguagem rica, original
e criativa.
Exemplos:
Soneto do amigo
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado


Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano


Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica


Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinícius de Moraes

1.3 A Escolha da Função Linguística

Para que a redação seja um ato efetivo de comunicação, o autor deve


levar em conta diversos fatores determinantes do tipo de texto a ser
produzido. Assim, se a redação for literária, a escolha da função que
a linguagem exercerá será diferente daquela encontrada na redação
técnica. Vamos conhecer um pouco do texto literário e do texto técnico:
16/004G Redação
Técnica

Texto Literário Texto Técnico


Função emotiva ou expressiva Função referencial ou denotativa
Função apelativa ou conotativa Função metalinguística
Função fática ou de contato -
Função poética -

1.4 Justificativas para Melhorar a Redação

O conhecimento das regras gramaticais serve de apoio para uma boa co-
municação escrita.

As justificativas fundamentais para a aprimorarmos cada vez mais são:


a) O ato de escrever é um processo contínuo, que estamos sempre apri-
morando.
b) O ato de escrever é vivencial, ou seja, está baseado na experiência
de vida e no modo como assimilamos as informações que recebemos
continuamente.
c) O ato de escrever é social; ninguém escreve só para si mesmo, mas para
os outros, de modo a divulgar, discutir, criticar, enriquecer. Este é um
processo de mão dupla, uma vez que todos são escritores e leitores ao
mesmo tempo.
d)  O ato de escrever é profissional. Devemos preocupar-nos em ser ca-
pazes de redigir não apenas por prazer, mas prin­cipalmente, e é isso
que importa aqui, para nos sairmos bem em situações de trabalho.

1.5 Significação das Palavras

Antes de entrarmos no estudo dos tipos de redação, é importante saber


que as palavras podem ter seu significado alterado, de acordo com a in-
tenção com que são utilizadas.

Quanto a sua significação, as palavras podem ser agrupadas assim:


w Sinônimas: são as palavras que, embora diferentes na forma, são se-
melhantes ou iguais no conteúdo.
Exemplos:
O céu está nublado.
O firmamento está estrelado.

w Antônimas: são as palavras diferentes na forma e opostas no signi-


ficado.
Exemplos:
A claridade aumenta.
A obscuridade diminui.
Redação
Técnica 004G/17
w Homônimas: são as palavras que, embora zes, peças narrativo-descritivas. Iniciemos
escritas de modo parecido, são diferentes então por entender o que se espera de nós
no significado. As homônimas podem ser: quando nos sentamos para redigir no local
de trabalho. Para facilitar, vamos falar, pri-
a) Homônimas Homógrafas: são semelhan- meiramente, da redação literária, para de-
tes na grafia, mas diferentes na pronún- pois nos determos na redação técnica.
cia (timbre fechado e aberto) e no signi-
ficado. 2.1 Descrição
Exemplos: Fazer uma descrição é retratar, verbalmente
A cor do sapato. ou através da palavra, alguém, um lugar
Aprendi a oração de cor. ou alguma coisa, usando meios adequados
para produzir na imaginação do outro uma
b) Homônimas Homófonas: semelhantes na impressão – a mais semelhante possível – da-
pronúncia, mas diferentes na grafia e no quilo que foi descrito. De certa maneira, é
significado. fazer com que o outro “veja” ou reconsti-
tua mentalmente o que está sendo retratado
Exemplos:
pela linguagem. As condições para uma boa
Lenço de seda. descrição devem levar em conta as mesmas
Espero que a febre ceda. qualidades de uma pintura: relevo, luz, tex-
tura, sombra, perspectiva, cor etc.
c) Homônimas Perfeitas: iguais na forma
(grafia e pronúncia), mas diferentes no Se a descrição for literária, busca-se pro-
significado. duzir a emoção estética pela forma com
Exemplos: que o objeto ou ser é descrito. Se for uma
descrição técnica ou científica, ela retrata
são (verbo); são (sadio); são (santo).
uma pessoa, lugar ou objeto, destacando
objetivamente seus pormenores com deta-
w Parônimas: são as palavras semelhantes
lhes precisos. Seu estilo é conciso, rápido,
na forma (quase a mesma grafia e quase
vivo. Pode-se ainda distinguir as descrições
a mesma pronúncia), mas de significados
estáticas das animadas, em que o ser ou ob-
diferentes.
jeto descrito está, ou não, em movimento.
Exemplos:
docente = o que ensina 2.2 Narrativa
discente = o que aprende
A narrativa acontece quando representa-
w De sentido figurado: são as palavras mos, por meio da palavra, um acontecimen-
que, além do seu conteúdo denotativo to ou uma série de acontecimentos, fictícios
(normal), assumem um conteúdo ou reais.
conotativo (diferente, expressivo).
Os elementos centrais de uma narrativa são
Exemplos: três: os personagens, as ações e as ideias;
O doente morreu (sentido denotativo). esses elementos estão estreitamente interli-
A tarde morreu (conteúdo conotativo). gados e são inseparáveis. Os dois primeiros
formam a matéria da narrativa e as ideias
2. Modalidades de Redação formam o seu significado; quanto à impor-
tância, os personagens se destacam porque
Como ponto de partida, vale notar que as são eles que vivem o enredo.
cartas e os relatórios são, na maioria das ve-
18/004G Redação
Técnica

A narrativa é muito importante porque é tuitiva do autor, que ele apresenta de modo
impossível viver sem ela, uma vez que no criativo. Essa modalidade de dissertação
nosso dia a dia estamos sempre narrando tem caráter literário e só pode ser classi-
algo, um fato que nos aconteceu, um sonho, ficada como dissertação se nela estiverem
uma viagem... Não há povo sem narrativa, constituídos argumentos lógicos e ordena-
ou seja, sem história. ção intencional das ideias de modo a levar
a uma conclusão. Sem essas características,
Podemos encontrar dois tipos de narrativa: o texto torna-se apenas uma simples descri-
a de ficção e a real. A narrativa de ficção ção com impressões pessoais.
busca, ao relatar os acontecimentos, re-
produzir a vida para que ela seja sentida Encontramos dissertações na vida profis-
através de termos afetivos ou psicológicos. sional, na propaganda, nos pareceres de
A linguagem torna-se pessoal, subjetiva, avaliação pessoal, nas cartas reivindica-
capaz de criar uma nova realidade a partir tórias etc. Não pense, porém, que os gêne-
dos dados intuitivos do artista. A narrativa ros narrativo, descritivo e dissertativo são
real (ou técnica) relata o mais objetivamen- sempre encontrados isoladamente. Os três
te possível os fatos. É o caso da História, da podem estar presentes em um só documento
Ciência, e sua finalidade principal é infor- de forma a um completar o sentido do outro,
mar, instruir, utilizando o recurso de uma embora sempre haja a predominância de
linguagem mais impessoal. um deles.

2.3 Dissertação 3. Estrutura de Texto


Quanto à dissertação, convém logo distin- Antes de falarmos na estrutura do texto, va-
guir seus dois tipos: a dissertação objetiva mos analisar a estrutura frasal, porque um
e a subjetiva. Na primeira busca-se expor, texto compõe-se de frases, obviamente. As
oralmente ou por escrito, um ponto básico. pessoas, quando escrevem, costumam usar
A dissertação objetiva supõe o exame crítico mais ou menos as mesmas palavras. Não se
de uma questão, e sua finalidade principal deve esquecer, entretanto, que o valor ex-
é instruir e convencer, transmitindo co- pressivo das palavras pode variar de pessoa
nhecimentos dos mais variados campos da para pessoa e que, dependendo do contexto
Cultura: Arte, Ciência, Filosofia etc. Para a em que se insere a frase, a mesma palavra
estruturação de uma dissertação objetiva, pode ter sentidos variados.
geralmente, parte-se da organização das
ideias, formando um raciocínio, na maior Na estrutura da frase, encontramos vocá-
parte das vezes, do geral para o particular, bulos que são básicos para o seu sentido,
dedutivamente, é o chamado silogismo. denominados palavras reais. São eles: verbo,
substantivo, adjetivo e pronome. As demais
Silogismo - dedução formal em que, postas palavras são elementos de ligação, sendo
duas proposições, as premissas, dela se tira chamadas de instrumentos gramaticais. São
uma terceira, a conclusão. eles: artigos, preposições e conjunções.

A dissertação subjetiva é a exposição de Exemplo:


uma visão pessoal do autor, na qual ele ma- O chefe criticou a secretária do diretor.
nifesta sua opinião e suas impressões, com
Palavras reais: chefe, criticou, secretá-
a finalidade de sensibilizar e conquistar o
ria, diretor
leitor. É subjetiva porque, ao lado dos argu-
mentos e do raciocínio, surgem elementos de Instrumentos gramaticais: o, a, do
ordem psicológica baseados na vivência in-
Redação
Técnica 004G/19
Quanto mais técnico for o texto, mais usa- de definições, apresentação de exemplos,
rá palavras como verbos, substantivos, ao pormenores, comparações e contrastes,
passo que adjetivos e advérbios são mais provas, ou pela apresentação de causas e
adequados para textos literários. É por isso consequências.
que se diz que quanto maior o número de
substantivos, maior a informação. 4.2 Adequação

Quando se produz um texto, utiliza-se uma Para alguns autores, a adequação é a regra
seleção de material linguístico adequado, a primordial a ser buscada pelo redator. É ela
saber: escolhem-se as palavras, as frases, a que vai orientar quando utilizar as outras
função linguística e a modalidade de orga- qualidades do texto, de modo a atingir os
nização do discurso, ou seja, se vai ser uma objetivos que a mensagem propõe. Se, por
narração, descrição ou uma dissertação. exemplo, você vai tratar de um assunto de-
sagradável com um cliente, a escolha de ex-
Três fatores são fundamentais para a obten- pressões que suavizem o significado do que
ção de um texto bem estruturado: é preciso informar será melhor aceita que
uma frase “nua e crua”.
UNIDADE COERÊNCIA ÊNFASE
4.3 Concisão
Além da estética. Esses três primeiros fato-
Dizemos que um texto é conciso quando ele
res (e outros) serão estudados mais detalha-
é breve, resumido, sucinto. Entre um texto
damente a seguir, quando trataremos das
longo e cheio de detalhes e outro conciso,
qualidades do bom texto, ao passo que a
destinatários com pouco tempo disponí-
estética será discutida na lição 2, em Estilo
vel preferirão os últimos, obviamente. Em
e Estética.
vista disso, sempre que for possível, é me-
lhor ir direto ao assunto e não ficar dando
4. Qualidades do Texto voltas intermináveis para dizer o que real-
Um texto de qualidade é aquele bem estru- mente importa.
turado. Com relação aos detalhes, quando Alguns conselhos para um texto conciso:
se fala em qualidades do texto, são neces-
Contenha-se para não redigir um texto
sárias: clareza, concisão e coerência. Mas
excessivamente detalhado.
será que todos os textos bons são claros,
concisos e coerentes? Dois textos, um literá- Vá direto ao assunto e evite preâmbulos
rio e outro técnico, podem ser considerados desnecessários.
ótimos, sem contudo haver qualquer ponto Atenha-se ao assunto e não acrescente
em comum entre eles. Então, é preciso alar- informações irrelevantes.
gar o leque das qualidades textuais para
chegarmos às características universais da Ao mesmo tempo em que você deve evi-
boa redação. Os requisitos mencionados a tar períodos muito longos, pois dificul-
seguir foram tirados de vários autores, pro- tam a compreensão, é necessário tomar
curando dar uma ideia bastante ampla do cuidado com o excesso de frases curtas,
que se espera de um texto de qualidade. pois muitas frases curtas produzem um
texto final mais longo.
4.1 Unidade Procure conhecer a medida de concisão,
Do ponto de vista da unidade, o texto deve ou seja, de quanto espaço você dispõe
apresentar uma ideia e um objetivo único a (ou prefere) para o seu texto. Artigos
alcançar. Ela pode ser desenvolvida através científicos ou jornalísticos, relatórios
ou despesas de correio podem limitar o
20/004G Redação
Técnica

tamanho da redação (uma folha a mais sos é preferível abrir mão da concisão
numa carta que vai ser enviada para em benefício da clareza para atingir o
muitas pessoas faz a maior diferença no objetivo desejado.
preço total da remessa).
Ligue adequadamente as ideias para não
4.4 Clareza correr o risco de apresentar as informa-
ções como peças independentes. As pa-
No mundo repleto de informações em que lavras de ligação (conjunções, advérbios)
vivemos, nem sempre é fácil apresentar são instrumentos eficazes para isso.
nossos argumentos de forma clara. Antes Opte pela linguagem acessível para a
de mais nada, é preciso estar consciente maioria dos leitores. O redator habili-
de que nem sempre o que é claro para você doso é aquele capaz de dizer coisas pro-
será claro para o seu destinatário, porque fundas de modo fácil, e não coisas fáceis
as pessoas não encaram as situações pelo e simples de modo complicado.
mesmo ângulo. Da mesma forma que a con-
cisão, a clareza é antes de tudo uma ques-
4.5 Coerência
tão de atitude. É preciso querer ser claro.
É preciso “entrar na pele” do outro, sentir
Quando se diz que uma pessoa é incoerente,
como ele sente, ver como ele vê. Se formos
quer dizer que ela fala uma coisa e faz ou-
capazes disso, conseguiremos uma comuni-
tra. Este é o exemplo mais comum. No tex-
cação eficaz.
to escrito, incoerência consiste em um texto
O segredo é raciocinar como o destinatário: confuso, contraditório ou sem um sequen-
se ele for uma criança, raciocine como uma ciamento apropriado de ideias. Há vários
criança; se ele for um adolescente, a mesma pontos em que o texto precisa apresentar
coisa. Se ele for um cliente, ponha-se no lu- coerência:
gar dele! Coerência interna do texto, o mesmo de
Sempre é bom observar algumas regras evitar contradições flagrantes, como é
práticas: o caso do funcionário que diz que não
está buscando outro emprego, mas se
Escolha bem as palavras. Evite demons- aparecer uma oferta vantajosa... O certo
trar erudição, utilizando termos tirados seria dizer que, no caso de aparecer uma
direto do dicionário. Além disso, convém oferta vantajosa, ele pensaria em mudar
afastar-se dos estrangeirismos, das pa- de emprego.
lavras de sentido ambíguo, vago e dos
termos técnicos fora do conhecimento Coerência com a realidade, de modo a
do seu leitor. transmitir a informação que realmente
conta. É como o caso da pequena empre-
Erudição - instrução vasta e variada, adquirida
sobre tudo pela leitura.
sa que divulga entre seus clientes uma
capacidade de produção que ela não
Evite o uso de adjetivos e advérbios está aparelhada para suportar. Coitados
(quando usados com valor qualificati- daqueles que acreditarem e coitados da-
vos), termos que afetam a precisão da queles que mentirem...
frase, já que podem refletir um julgamen- Ligação de ideias. Esta é uma recomenda-
to pessoal a respeito dos fatos, objetos ção parecida com o tópico sobre clareza.
ou pessoas. Um texto uniforme e coerente precisa
Utilize o método de desenvolver passo a apresentar as ideias e fatos relacionados
passo o seu raciocínio para que o leitor de modo que facilite ao leitor acompa-
possa assimilar cada etapa. Nestes ca- nhar o raciocínio apresentado.
Redação
Técnica 004G/21
Uniformidade de tratamento. A credibili- e captar a atenção do leitor, provocar nele
dade do redator será afetada se ele se o que se pretende. Vejamos algumas regras
propõe a falar, por exemplo, das regiões práticas para prender a atenção do leitor:
do Brasil e só trata de algumas delas. É
Escolher o ângulo certo. Um assunto to-
preciso dar pesos iguais aos fatos de igual
mado pelo ângulo errado desinteressa o
relevância. Por outro lado, se o leitor se
leitor. Se você vai escrever uma biografia,
propõe a tratar de um assunto polêmico,
busque os pontos capazes de emocio-
ele deve apresentar os prós e os contras,
nar, de prender a atenção de quem lê.
ajudando o leitor a formar o seu próprio
Se você vai escrever uma apostila sobre
julgamento sobre a questão.
matemática e mostra a importância dela
Relevância das informações. Tudo que na vida das pessoas citando exemplos
está no texto é pertinente? As informa- interessantes, é possível interessar até
ções estão efetivamente relacionadas mesmo aquele estudante que a detesta.
com os argumentos, com a narrativa, com Qualquer assunto deixa de ser chato se
a descrição que se está fazendo? Todos for apresentado por um redator habilido-
os dados relevantes estão presentes? A so. É possível escrever sobre astronomia
resposta a estas perguntas é muito im- de modo cativante para quem nunca fez
portante para que o autor escreva com mais do que olhar para o céu procurando
coerência e clareza, evitando que o autor sinais de chuva.
tenha a impressão de descuido, desinfor-
Direcionar o assunto ao interesse do
mação ou má-fé, o que é pior.
leitor. Como todos os seres humanos são
Fundamento das conclusões. Se você dotados de necessidades e desejos bási-
apresenta uma conclusão, em que se cos – afeto, segurança, bem-estar físico
baseia? Em dados concretos ou na sua etc., – um bom texto é aquele capaz de
própria impressão pessoal? Não é coeren- associar o assunto a um destes interesses
te formular conclusões baseando-se em do leitor, aumentando muito a probabi-
premissas não apresentadas ou falsas, e lidade de envolvê-lo.
em informações que o leitor desconhece.
Dialogar com o leitor. Não é muito mais
Fatos e opiniões. Apresentar um fato é envolvente ler um texto que parece ter
informar sobre algo que realmente acon- sido escrito para nós? Se o leitor se sente
teceu, cuja descrição esteja coerente com parte do texto, sentirá também neces-
a realidade. Apresentar uma opinião é sidade de reagir a isso, respondendo,
interpretar os fatos da nossa maneira, opinando, refletindo.
segundo as nossas impressões. Misturar
Usar ilustrações. Um texto se torna mais
as duas coisas pode levar o leitor a uma
enfático se utilizamos exemplos, fatos,
impressão ambígua quanto ao que é fato
histórias, casos, analogias, descrições de
e ao que é opinião. Podemos apresentar
cenários. Esses recursos são úteis por-
nossas opiniões sem, contudo, deixar de
que levam o leitor a imaginar com mais
apresentar os fatos. O segredo é informar
nitidez a situação e a envolver-se com
o leitor qual é o fato (acontecimento) e
ela, tornando-se ansioso para concluir a
qual é a nossa opinião sobre ele.
leitura do texto.
4.6 Ênfase e Vigor 4.7 Elegância
Por ênfase entende-se a capacidade que um
Um texto elegante não é aquele construído
tópico textual tem de sobressair-se entre vá- com palavras difíceis ou lances geniais de
rios, de for ma a atingir os objetivos do re- criatividade. Um texto elegante é o que não
dator. Vigor é a capacidade do texto de atrair
22/004G Redação
Técnica

é desagradável. Evite o sensacionalismo, as participação em eventos culturais, pesqui-


piadas de mau gosto, o sarcasmo, o trata- sa etc. Se você não faz isso ainda, comece
mento desrespeitoso contra membros de um já. Quanto mais o fizer, mais o seu leque de
grupo social qualquer, estereótipos precon­ interesses será ampliado, facilitando muito
ceituosos etc. Fuja das gírias, dos trocadi- na elaboração de textos.
lhos pobres e das conclusões óbvias. Repare
se a sequência das palavras utilizadas não
produz aquele som desagradável, chamado
de cacófato, tais como: a boca dela, a fé de
Paulo, eu vi ela etc., ou ecos, tais como:
Meu patrão ganha um dinheirão vendendo
sabão.

4.8 Objetividade
Como o nosso interesse é tratar de técnicas
redacionais voltadas para a produção de
documentos empresariais, essas qualidade
é particularmente exigida em textos técni-
cos, jornalísticos, científicos, nos relatórios,
ou em quaisquer outros, em que o redator
deva expressar-se sem projetar suas opini-
ões pessoais.

Você já deve estar sentindo falta de uma qua-


lidade fundamental, não é? É isso mesmo, a Um conselho bastante útil é registrar em fi-
tão indispensável correção gramatical. Sem chas tudo o que for considerado relevante
ela qualquer texto estaria comprometido, em termos de informação. Ao ler um livro,
descartado. É por isso que vamos dedicar anote frases significativas, ou registre coi-
toda a lição 4 aos pontos gramaticais mais sas interessantes ditas por pessoas em even-
necessários para a prática da redação, seja tos, entrevistas, reportagens. Nunca tenha
ela literária ou técnica. preguiça de buscar as informações, seja em
Concluindo o nosso estudo sobre as qua- qualquer área, porque elas se complemen-
lidades do texto, uma certeza deve ficar: tam e nos dão um conhecimento variado,
texto de qualidade é aquele que cumpre bem que aprofundaremos quando precisarmos
a sua missão. Trocando em miúdos, o des- de um tópico mais técnico e específico.
tinatário é quem vai dar a palavra final: o Ainda no que diz respeito à leitura, Richard
texto convence ou não convence, e isso é o Steele, um grande escritor irlandês, disse
que importa. que ela “é para a mente o que o exercício é
para o corpo”.
5. Domínio da Informação
Todo bom redator é aquele que tem o que 6. Ferramentas do Redator
dizer quando escreve. Não há como re- Redigir se aprende... redigindo!
digir sobre um determinado assunto sem
conhecê-lo, senão o texto resultante será Ninguém pode afirmar que já está pron-
fraco e superficial. As melhores fontes de to para fazer uma boa redação se apenas
informação são: leitura constante e varia- acumulou conhecimentos teóricos, regras,
da, conversas com pessoas bem informadas, dicas ou orientações, porque, na verdade, é
Redação
Técnica 004G/23
impossível guardar tudo na memória para 6.2 Dicionários
usar quando preciso. Além do estudo teóri-
co sobre a redação, o redator deve ter outros Alguma vez você já ouviu alguém dizer que
trunfos, que são as suas ferramentas, um o dicionário é o “pai dos burros”? Muito pelo
outro arsenal de informações de que ele vai contrário, ele é o pai dos inteligentes, da-
lançar mão à medida que vai necessitando. queles que não querem errar. No dicionário
você encontra o sinônimo mais adequado, a
Por isso é bom levantar quais são as maio- grafia correta das palavras, a regência dos
res dificuldades que o redator encontra na verbos. Lá está a classe gramatical a que a
hora de fazer uma redação. Veja esta lista: palavra pertence, se é substantivo, adjetivo
ou advérbio, além de exemplos de emprego
w domínio superficial do assunto que vai das palavras em frases ilustrativas.
tratar;
w falta de organização do raciocínio; 6.3 Livros de Redação e Estilo
w desconhecimento da gramática;
Como já foi dito, ninguém é capaz de guar-
w falta de leitura;
dar tudo na memória para sempre. Mesmo
w pontuação inadequada; que você tenha feito um bom curso na área
w falta de ideias para enriquecer o texto. de redação, tenha sempre à mão livros so-
bre o assunto, porque no futuro será preciso
Onde buscar o que falta? Vamos discutir a relembrar uma orientação importante, mas
seguir cada uma das ferramentas que você que já foi esquecida por falta de uso.
deve ter sempre à mão para um bom texto.
Procure nas Referências Bibliográficas as 6.4 Textos de Consulta da Área
obras que foram fundamentais para a con-
fecção deste módulo; certamente elas serão Um redator cuidadoso sempre procura
ótimas ferramentas para a redação. consultar livros específicos da área em que
atua. Procure sempre os melhores autores,
6.1 Gramáticas aqueles mais reconhecidos, cujas obras se-
Estudar gramática aleatoriamente é cansa- jam marcantes e que tenham mais abran-
tivo. Experimente consultá-la com uma dú- gência quanto aos assuntos e à bibliografia.
vida específica a partir de uma necessidade.
O estudo vai ter outro sabor, será muito 6.5 Livros de Consulta Rápida
mais proveitoso. Quem de nós já não teve (do tipo “Tira-Dúvidas”)
dúvida sobre o uso da crase, colocação pro-
nominal, flexão do infinitivo? É nesta hora Estes livros são bons porque foram feitos
que a gramática vem em socorro da nossa como um “pronto socorro” da Gramática,
falta de conhecimento. listando os assuntos por ordem alfabética
ou por assunto.
Não é necessário ser um profundo conhece-
dor da gramática para se tornar um bom re-
dator. O que é preciso é saber onde procurar
o quê. Para isso deve-se estar familiarizado
Sugestão: 1001 Dúvidas
com a sua estrutura para facilitar a consul- de Português – José de
ta. É claro que quanto mais adquirirmos o Nicola e Ernani Terra –
Editora Saraiva.
hábito de folhear a gramática, mais estare-
mos aprendendo sobre a língua portuguesa.
24/004G Redação
Técnica

6.6 Periódicos e Internet


A leitura e consulta a bons jornais, revistas e sites pode ser útil porque
ajudam o redator a manter-se atualizado com o estilo, os gostos e as
formas de expressão de seu tempo. São também ótima fonte de ensina-
mento que propiciam uma expressão mais rica e interessante.

6.7 Hemeroteca
Uma hemeroteca é um arquivo de periódicos e artigos. O redator cui-
dadoso não deve desprezar informações pertinentes aos seus interesses,
organizando um arquivo de notícias e artigos.

7. Como Organizar as Ideias


É frequente as pessoas comentarem que não sabem como começar a redi-
gir um texto. Sentam-se com o papel e o lápis, ou em frente ao computa-
dor e ficam longo tempo sem que uma simples ideia ocorra. De início você
precisa de um tema - depois é que vai decidir o que escrever sobre ele.
Antes de começar, você deve pesquisar o assunto sobre o qual vai es-
crever para ter elementos capazes de convencer pelo texto. A primeira
regra da boa redação é ter o que dizer sobre o tema. O resto do trabalho
fica por conta das regras que vamos estudar a seguir. Seguem alguns
conselhos práticos:
Planeje o que você vai escrever. Medite sobre o que vai escrever e re-
flita sobre como vai fazê-lo. Faça um roteiro, escrevendo os assuntos
que pretende comentar de maneira ordenada. Deixe um espaço em
branco entre os assuntos para poder intercalar um outro tópico que
porventura apareça ou para ligar os assuntos entre si. Evite emba-
ralhar os assuntos, deixando um sem concluir e depois voltando a
ele. Isso, além de tornar confusa a redação, mostra desorganização
mental da parte do redator.
Considere o receptor. Ele é um dos componentes fundamentais da
comunicação. Podemos chamá-lo de “audiência”, de “destinatário”,
de “cliente”, e é ele que vai nortear as suas decisões, o tipo de carta
ou relatório, a escolha das palavras etc.

Busque sempre a clareza. Se você escreve para alguém, quer fazer-se


compreender, não é? Lembre-se de todas as orientações sobre as
qualidades do texto.
Releia, corrija, reescreva, aperfeiçoe. Nunca acredite que um texto
preparado já esteja perfeito de primeira. Releia o seu texto verifican-
do se não precisa trocar palavras repetidas ou buscar aquele termo
mais exato. Olhe sempre com desconfiança para o que escreveu. Os
bons redatores nunca deixam de revisar seus textos.
Redação
Técnica 004G/25

Exercícios Propostos
1 - Para que a redação seja um ato efetivo de comunicação, o autor deve levar em conta diversos
fatores determinantes do tipo de texto a ser produzido. Assim, a escolha das funções mais
apropriadas para a redação técnica é:
( ) a) emotiva, referencial e poética.
( ) b) apelativa, referencial e metalinguística.
( ) c) poética, referencial e metalinguística.
( ) d) referencial e metalinguística.
( ) e) fática e referencial.

Leia atentamente o texto e assinale a alternativa correta.

ELE FAZ A CABEÇA DELAS


“O cabeleireiro e maquiador Mauro Freire afia a língua e as tesouras para cuidar do visual de
Carolina Ferraz, Cláudia Liz, Xuxa, Malu Mader, Zizi Possi e outras estrelas.”
Reportagem de capa da Veja São Paulo, semana de 8 a 14 de fevereiro de 1999

2 - Com base no texto, assinale a alternativa que apresenta os sinônimos para cuidar e visual:
( ) a) tratar e vestir
( ) b) tomar conta e tartar
( ) c) zelar e vestir
( ) d) tratar e aparência física
( ) e) tomar conta e clientes.
26/004G Redação
Técnica

3 - Relacione as duas colunas:


(1) Adequação
(2) Concisão
(3) Clareza
(4) Coerência
(5) Ênfase
(6) Elegância
(7) Objetividade

( ) a) Ligação de ideias. Fundamento das conclusões.


( ) b) Ir direto ao assunto e não ficar dando voltas intermináveis para dizer o que realmente
importa.
( ) c) É a capacidade que um tópico textual tem de sobressair sobre vários.
( ) d) Não usar gírias, trocadilhos pobres, conclusões óbvias.
( ) e) Qualidade é exigida em textos técnicos, jornalísticos.
( ) f) Orientar quando utilizar outras qualidades do texto.
( ) g) Escolha bem as palavras. Opte pela linguagem acessível.

4 - Assinale a alternativa que apresenta a função de linguagem predominante no verso a seguir:

Ah! Meu amor, não vá embora


Vê a vida como chora, vê que triste esta canção.
Não, eu te peço, não te ausentes
Pois a dor que agora sentes
Só se esquece no perdão...

( ) a) Emotiva
( ) b) Fática
( ) c) Referencial
( ) d) Metalinguística
( ) e) Apelativa

5 - Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):


( ) a) O primeiro passo para uma boa produção textual é estabelecer o tema e depois deci-
dir o que se vai escrever sobre ele.
( ) b) É o receptor que irá nortear a produção textual, tais como o tipo de carta ou relató-
rio, a escolha das palavras etc.
( ) c) Para ser elegante, o texto deve ser rebuscado e contar um vocabulário que exija um
alto nível cultural.
( ) d) Estrangeirismos, palavras de sentido ambíguo e termos técnicos são competências
de um bom redator.
( ) e) Um texto conciso deve ser breve, resumido e sucinto.
Redação
Técnica 004G/27
lição 2

Estilo e Estética
Quando se estuda Linguagem, encontra-se sempre referência aos termos
Fala, Discurso, Estilo e Níveis de Fala. Vejamos o que significa cada um
desses termos.

Cada indivíduo, culto ou não, quando se utiliza dos recursos linguísticos,


o faz particularmente, de acordo com seu temperamento, seu jeito.
Assim, Fala (ou Discurso) é o uso da língua comum em uma comunidade
linguística. Uma pessoa, ao fazer uso desse código, ou é extravagante,
verbalista, rica de imagens, ou é sóbria, econômica, preferindo a
simplicidade do vocabulário comum. Aí está o Estilo de cada um, que
se manifesta nas escolhas dos recursos linguísticos que o indivíduo faz.
Surgem então os Níveis de Fala, que são os variados modos de usar a
língua: há o nível comum ou literário, coloquial ou formal, popular
ou erudito etc. Desse modo, mesmo se prestando à multiplicidade dos
estilos, a língua não se desfigura; ao contrário, torna-se única e íntegra
na multiplicidade e na variedade, preservando o seu gênio, a sua índole,
submetendo todas as particularizações.

Ao término dessa lição, você será capaz de:

w Compreender os diferentes tipos de estilo de aplicá-los


apropriadamente;
w Reconhecer os principais Vícios de Línguagem;
w Conhecer e aplicar os tipos de Estética mais utilizados;
w Respeitar as Normas Gerais para redação.

1. Estilo
1.1 Definição

Estilo: sm. ... 1. Fig. Modo de exprimir-se falando ou escrevendo. (Aurélio Buarque de Holanda
Estilística: s2gf. 1. Pessoa que escreve com estilo apurado, elegante. Ferreira, O Dicionário da
sf. Disciplina que estuda a expressividade duma língua, i.e., sua Língua Portuguesa, Curitiba,
capacidade de emocionar mediante o estilo. Editora Positivo, 2008).
28/004G Redação
Técnica

Você já deve ter percebido que estilo não é apresentados a seguir estão relacionados com
sempre uma ferramenta favorável ao ato de a estrutura da frase.
falar ou escrever. É preciso então buscar o
domínio dos estilos que são úteis e conhecer a) Estilo monótono: é aquele em que o reda-
os que devem ser evitados para não com- tor demonstra imaturidade na expressão
prometer a eficácia redacional. escrita, fazendo uso exagerado das pala-
vras e, mas, aí, então. Neste estilo os fatos
Para uma pessoa comum, estilo é a maneira são apresentados em ordem cronológica,
própria de expressar seus sentimentos ou os denunciando ausência de esforço na ela-
acontecimentos presenciados. Para o redator, boração da frase.
estilo deve ser um trunfo, que deve variar de
acordo com a circunstância e o receptor. É a Exemplo:
capacidade de dizer a mesma frase de modo Estivemos na reunião ontem e não
diferente, é a habilidade de tornar novo o ficamos até o fim, mas achamos que
que antes estava desgastado. foi boa, só que muito longa e muito
cansativa.
1.2 Estilística e Eficácia Redacional
b) Estilo lacônico: é o texto parecido com um
Você já ouviu falar de eficiência e eficácia? telegrama, de frases curtas e rápidas. Não
Eficiência é realizar a tarefa corretamente, há uso de orações subordinadas, porque
e eficácia é a capacidade de alcançar o obje- as frases são breves e bem marcadas por
tivo, realizando a tarefa certa no momento vírgulas e pontos finais. Este modo de
certo. Neste contexto podemos aplicar os escrever pode facilitar a compreensão do
conceitos de estilística e eficácia redacional. texto, porque as ideias ficam mais claras
Redigir com eficiência pressupõe que você e inteligíveis.
saiba utilizar aqueles recursos e ferramentas Exemplo:
já discutidos na lição 1, porque a eficácia da
mensagem vai depender da sua criatividade, Embarcamos ontem a mercadoria soli-
da escolha de um estilo capaz de produzir no citada.
leitor a resposta que você espera. Favor acusar o recebimento.

A esta altura você já deve estar se pergun- c) Estilo ladainha: é um modo de expressão
tando: o que mais é preciso para um bom que lembra os textos da Bíblia. Há frases
texto empresarial? Acredite, você já tem encadeadas pela conjunção coordena-
praticamente em mãos tudo para fazer ex- tiva e, tornando a linguagem um tanto
celentes redações. Você já sabe que precisa familiar, facilitando a compreensão das
escolher qual o tipo de texto mais adequa- ideias.
do ao seu leitor, que esse texto deverá ter Exemplo:
qualidades (concisão, clareza, correção,
Nossos clientes aceitaram os preços e
objetividade), que você precisa dominar a
condições e prometeram uma resposta
informação e as ferramentas necessárias etc.
o mais breve possível...
O que lhe falta agora é conhecer os vários
estilos de redação, cuja utilização criativa
d) Estilo complexo e obscuro: é o preferi-
favorece muito a eficácia do seu texto.
do das pessoas prolixas, retóricas, que
1.3 Estilística Fraseológica gostam de impressionar pelo excesso de
pormenores, de adjetivos, de advérbios,
Este tópico foi chamado de “estilística fra- de frases longas, nas quais há excesso de
seológica” porque os vários estilos que serão quês e porquês.
Redação
Técnica 004G/29
Exemplo:
Dirijo-me a V.Sa. porque nossa última reunião não foi satisfatoriamente
conclusiva, visto que nem todos os assuntos foram a contento
discutidos, fato que desagrada a nossa humilde empresa e
desagradará também, tenho certeza, a empresas do tipo da sua.

e) Estilo truncado: é aquele em que o redator opta por separar orações


subordinadas entre si através de pontos finais. Este é um estilo mais de
acordo com a linguagem popular, em que a utilização das conjunções
subordinativas se torna inviável. Compare as frases do exemplo.
Exemplo:
Não vá à reunião, se não tem nada a acrescentar. (oração subordi-
nada)
Não tem nada a acrescentar? Não vá à reunião!

f) Estilo desdobrado: é a característica de autores que iniciam uma frase


mas não sabem como terminá-la. Tornam-se escravos de explicações
sem fim, em que sempre há motivo para outras frases adicionais,
excesso de vírgulas, parênteses, travessões.
Exemplo:
O diretor pensa em tirar férias no próximo mês (ele tentou tirar
no mês passado, isto é, novembro, mas não conseguiu), já que está
cansado (também precisa cuidar da saúde) e não quer deixar que suas
férias se acumulem, então pediu que lhe comunicasse sua decisão.

g) Estilo dinâmico: neste estilo, o redator utiliza frases curtas, incisivas


e agradáveis, em que muitas vezes o verbo é dispensado. É um estilo
cuja estrutura da frase aproxima-se das máximas e provérbios.
Exemplo:
Cada um na sua.
Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento.

1.4 Recursos Estilísticos Favoráveis e Desfavoráveis

Como mostra o tópico anterior, estilo é o que não falta. Contudo, a


utilização de um ou outro requer bom senso e conhecimento do desti-
natário. Nas relações comerciais e empresariais devem ser evitados os
estilos monótono, complexo, obscuro e desdobrado, porque prejudicam
a compreensão do texto. Os outros estilos podem ser utilizados, tendo-se
o cuidado de observar o seguinte:

O estilo lacônico pode ser útil porque é dinâmico, e em virtude de


sua brevidade torna mais fácil a compreensão do texto. Este recurso
é satisfatório para redatores e empresários cuja prioridade é apro-
30/004G Redação
Técnica

veitar bem o tempo, sem se perder com redações e leituras longas e


complicadas. No entanto, se o destinatário for exigente em matéria
de linguagem, esse estilo pode se revelar inadequado.
O estilo ladainha, como favorece a com­preen­são pela linguagem
familiar, pode apresentar resultados positivos se o redator demons-
trar habilidade na sua utilização; caso contrário, o uso excessivo
da conjun­ção e pode ser prejudicial à eficácia do texto por torná-lo
cansativo.
O estilo truncado pode trazer criatividade à linguagem, tornando
eficaz a mensagem. Utilizado como recurso estilístico, dá ênfase à
frase, tornando o período mais solto, mais rico e expressivo.
O estilo dinâmico confere beleza e agilidade à frase. Este recurso,
porém, só será adequado quando não trouxer ambiguidade pela au-
sência do verbo.

1.5 Outras Recomendações

Chamamos sua atenção para três outros fatores que podem prejudicar a
eficácia da sua redação: a utilização de expressões triviais e clichês, da
linguagem figurada, e de certas palavras e verbos. É claro que escrever
bem e com estilo depende de treino e persistência. Mas o estilo que já
é seu pode ser melhorado com alguns hábitos cuja aquisição deve ser
priorizada, como: conhecimento do vocabulário, estudo da gramática,
análise literária, leitura constante e refletida. Vejamos os fatores con-
traproducentes mencionados:

a) Uso de expressões triviais e clichês. Quem, por preguiça ou igno-


rância, lança mão de frases feitas e gastas, palavras cujo significado
não domina completamente, termos supérfluos, arrisca seriamente
a eficácia da sua mensagem. Procure sempre revisar o seu texto,
tornando-o limpo, livre de palavras repetidas e de ideias secundárias
e enfraquecedoras que podem tirar a força da ideia principal.

b) Uso de linguagem figurada. O uso da linguagem figurada requer ha-


bilidade e domínio no manejo da língua, sendo adequado para quem
pretende demonstrar suas qualidades de redator literário. Deve ser
evitada na linguagem empresarial , pois aí não é a imaginação que
deve ter papel relevante, mas a informação. Ao usar a linguagem
figurada, você corre o risco de ser mal interpretado.

c) Palavras e verbos que se devem evitar. Existem palavras e verbos que


nada acrescentam ao texto. São as chamadas palavras “parasitas da
prosa”, que nada acrescentam, ou são as de sentido amplo, incapazes
de dar ao texto empresarial precisão e clareza necessárias. Veja uma
lista delas:
w Verbos: ser, ter, haver, estar, permanecer.
Redação
Técnica 004G/31
Exemplos:
Estava com receio de lhe falar.
Receava falar-lhe.
A empresa tinha-lhe proporcionado bons salários.
A empresa proporcionara-lhe bons salários.

w Palavras “parasitas da prosa”: efetivamente, certamente, além disso,


tanto mais, por outro lado, definitivamente, a dizer a verdade, por
sua parte, por seu lado, na verdade.
w Palavras de sentido amplo: bom, capital, conjuntural, desejável,
estrutural, feliz, lucrativo, notadamente, rápido, sobremodo, so-
bretudo, útil, rico, pobre.

1.6 Vícios de Linguagem

Como o próprio nome já diz, vício de linguagem é uma agressão ao idioma


pela utilização errônea de palavras e expressões.

Os vícios de linguagem devem ser conhecidos para que seu uso seja
evitado. São eles:

a) Barbarismo - são palavras empregadas com erro na sua grafia,


pronúncia ou forma.
Exemplos:
Incorreto Correto
rúbrica rubrica
excessão exceção
abóboda abóbada
cidadões cidadãos
Também constituem barbarismos a troca de parônimos (eminente
por iminente, diferir por deferir etc.), o emprego de estrangeirismos
desnecessários (menu em vez cardápio), ou expressões viciadas por
outros idiomas (todos os dois em vez de ambos os dois: influência do
francês).

b) Solecismo - é o erro no uso da sintaxe, isto é, da concordância, da


colocação ou da regência.

Exemplos:
Errado a Houveram muitos problemas.
Certo a Houve muitos problemas.
Errado a Ele visava uma posição melhor.
Certo a Ele visava a uma posição melhor.
Errado a Esta carta é para mim ler.
Certo a Esta carta é para eu ler.

32/004G Redação
Técnica

c) Arcaísmo - é o erro ao usar palavras ou i) Colisão - é a sequência das mesmas


expressões que já caíram em desuso. consoantes numa frase.

Exemplos: Exemplos:
Vossa Mercê em vez de Você O rato roeu a roupa da rainha.
Boticário em vez de farmacêutico. Eram sociedades viciadas em ganhos
fáceis.
d) Plebeísmo - é o uso inadequado de pa-
lavras ou expressões triviais ou de gíria. j) Eco - é o uso de palavras que rimam numa
frase, sem que haja intenção para isso.
Exemplos:
Exemplos:
Este cara é muito competente...
Tenho a impressão de que a ocasião é
Esta secretária é um troço.
propícia para a promoção.
e) Pleonasmo vicioso - é a repetição de Meu superior não me dá valor.
palavras e expressões, tornando a ideia
redundante. Na lição 4 damos uma lista de palavras de
grafia duvidosa, que ajudarão na escolha
Exemplos: correta quanto ao significado. Nessa mesma
lição, você verá também o emprego de algu-
Entrou para dentro.
mas classes de palavras, onde estão listadas
Encarou de frente a questão.
as expressões de utilização mais comum e
f) Ambiguidade - é a construção sem cui- seu significado.
dado que permite ao leitor duas inter-
pretações. 2. Estética
Exemplos: 2.1 Definição
O diretor repreendeu a secretária em
sua sala. Quando se trata de documentos técnicos, é a
(na sala de quem?) estética que vai dispor os vários elementos ao
Venceu o São Paulo o Vasco. longo do papel, transformando a peça escrita
(quem venceu?) em algo agradável de se ler.

g) Hiato - é a utilização de várias vogais A estética vai além da mera distribuição


causando um som desagradável. dos parágrafos em uma folha de papel: é a
escolha do espaçamento entre parágrafos,
Exemplos: o tamanho das margens, onde colocar data,
Sou eu ou ainda é o outro? assinatura, número de referência...; é preciso
Já há alguns anos... levar em conta, além disso, que alguns tipos
de documentos têm sua própria estética. Na
h) Cacófato - é o som desagradável produ- lição 3 serão apresentados vários modelos e
zido pela junção de palavras, produzindo será possível observar a estética apropriada
palavra ridícula ou até obscena. para cada um.
Exemplos: Quem dispõe de computador não fica isento do
Ela ganha até quatro mil por cada tra- cuidado com a estética. Este equipamento fa-
balho. cilita muito o trabalho porque a tela já mostra
Você reparou na boca dela? como o documento vai sendo criado até estar
Redação
Técnica 004G/33
pronto para ser impresso em sua forma final. E antes da impressão final
é o momento em que as devidas correções ou melhoria de distribuição de
texto precisam ser feitas, para que se obtenha um documento perfeito. Se
o documento for impresso antes disso, algo pode estar errado e o resultado
será um desperdício de tempo, papel e tinta de impressão.

Um documento bem elaborado e com estética impecável representa a


empresa e as pessoas que o redigiram e assinaram. Observe estas dicas:

a Use sempre (quando houver) o papel timbrado da sua empresa, evitando


amassá-lo ou vincá-lo enquanto o manuseia.

b Distribua o documento na página de modo que o texto fique harmoniosamente


espaçado; se a parte escrita é pequena, não amontoe tudo na parte de cima
da página. Por outro lado, preste atenção para não deixar só a assinatura ou
uma frase final para a segunda página.

c Estabeleça uma estética padrão a ser seguida para os vários tipos de


documentos, cuidando para que outras pessoas que trabalham com você
conheçam este padrão. Isso facilita o trabalho de quem precisar substituí-
la, evitando a confecção de um documento totalmente estranho aos seus.

d Observe também a estética própria para os envelopes. Os serviços de


correios costumam orientar quanto à melhor maneira de dispor o texto
no corpo do envelope, para permitir a leitura das máquinas de triagem de
correspondência. Procure seguir fielmente estas indicações que evita­rão
extravio ou devolução de corres­pondências. Na lição 3, quando estivermos
apresentando modelos de documentos, mostraremos também um envelope
devidamente pronto para ser entregue aos Correios.

2.2 Tipos de Estética (Estilos) Utilizados

Quando se fala em estética também se fala em estilo. Neste caso, estilo


estético é o formato da correspondência, a distribuição do texto pelo
papel e as margens e espaçamentos adotados. Então, quando falarmos
em estilo bloco, ou semibloco, estamos nos referindo à estética, e não à
linguagem.

2.2.1 Correspondência Oficial

A correspondência oficial costuma ter seus próprios padrões estéticos,


definidos em documentos especificamente publicados para orientar não
apenas nesse aspecto, mas em outros, tais como a finalidade, a forma e
a estrutura dos documentos, a sua origem e destinação.
Dentre os documentos oficiais mais conhecidos destaca-se o ofício,
cujo padrão estético apresenta normas rígidas em sua forma e em sua
estrutura. Apenas para ilustrar (porque a correspondência oficial vai
ser apresentada com maiores detalhes na lição 3), apresentaremos nas
páginas seguintes os estilos estéticos do ofício, do memorando e do fax.
34/004G Redação
Técnica

Exemplo de ofício
5,5 cm
6,5 cm

10 cm
2,5 cm
Ofício nº 524/SG-PR
1,5 cm
Brasília, 27 de fevereiro de 1991.

Senhor Deputado,

1,5 cm
5 cm
Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama nº 154,
de 24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas
em sua carta nº 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão am-
paradas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas
instituído pelo Decreto nº 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).

2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressaltava a necessidade


de que – na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em
consideração as características socioeconômicas regionais.

3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras indígenas


deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao
disposto no art. 231, §1º, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir
os aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame
deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou
estadual competente.

4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão enca‑


minhar as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É
igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da so-
ciedade civil.

A Sua Excelência o Senhor


Deputado (Nome)
Câmara dos Deputados
70.160 – Brasília – DF

2 cm

(Fonte: Manual de Redação da Presidência da República, p. 42).

Esta é a folha nº 1 do ofício (observe como a estética do documento oficial


é detalhada); sua continuação está na página seguinte.
Redação
Técnica 004G/35
1 cm
(Fls. 2 do Ofício nº 524/SG – PR, de 27.2.91).

2,5 cm

5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção


ao índio serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos
públicos e das entidades civis acima mencionadas.

6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido


assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro da Justiça sobre os limites e a
demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos necessários,
inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária transparência e
agilidade. 1 cm

Atenciosamente,

2,5 cm

(Nome e cargo do signatário)

(Fonte: Manual de Redação da Presidência da República, p. 43).


36/004G Redação
Técnica

A seguir apresentamos o modelo estético de memorando segundo as


normas da redação oficial. Na redação empresarial a estética do memo-
rando é bem mais flexível.

Exemplo de memorando

Memorando nº 19/DJ Em XX de XXXX de XXXX.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração


Assunto: Administração, Instalação de microcomputadores

4 cm

Nos termos do “Plano Geral de Informatização”, solicito a Vossa Se-


nhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores
neste Departamento.

2. Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o


ideal seria que o equipamento fosse dotado de “disco rígido” e de monitor padrão
“EGA”. Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um “processador
de textos”, e outro “gerenciador de banco de dados”.

3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar


a cargo da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia
já manifestou seu acordo a respeito.

4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos


deste Departamento ensejará uma mais racional distribuição de tarefas entre
os servidores e, sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados.
1 cm
Atenciosamente,

4 cm

(Nome e cargo do signatário)

(Fonte: Manual da Presidência da República, p. 54).


Redação
Técnica 004G/37
Abaixo damos um modelo de formulário para fax, de acordo com as
regras dos documentos oficiais. Este formato também pode ser apro-
veitado para a correspondência empresarial.

IDENTIFICAÇÃO DO ÓRGÃO EXPEDIDOR


(Nº DE FAX)
(ENDEREÇO E TELEFONES)

DESTINATÁRIO: ________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Nº DE FAX: _______________________________________ DATA:_______/________/________

Nº DE PÁGINAS: ESTA + ____________________ Nº DOCUMENTO: ____________

MENSAGEM

(Fonte: Manual de Redação da Presidência da República, p. 58).


38/004G Redação
Técnica

2.2.2 Outros Documentos Considerados Oficiais


Como será explicado na lição 3, existe uma série de documentos cuja
classificação como oficial ou empresarial é polêmica. Dada sua fina-
lidade, optamos por chamá-los de “outros documentos considerados
oficiais”, porque são documentos cuja origem ou destino é um órgão
público. Por exemplo, se você precisa de um atestado, dependendo do
tipo, ele vai ser fornecido (ou solicitado) por órgão público: segurança
pública, escola pública, área da saúde pública. Da mesma forma, outros
documentos, como o requerimento ou a declaração, podem ou não ser
considerados documentos oficiais. Veja um modelo de atestado.

...........................................................................................................................................
(Órgão)

...........................................................................................................................................
(Unidade)

ATESTADO

3 espaços

11 espaços
........................... Atesto, para fins de prova junto à ......................................., que o
Sr. ............................................., ocupante do cargo .................................., para o qual
12 esp. foi nomeado por Decreto de ..................................................., não responde a processo

administrativo.

2 espaços

Brasília, ....... de ...................... de ..............

3 espaços

(assinatura)

(Fonte: Redigir & Convencer, Edméa Garcia Neiva e José Antônio Rosa, Editora STS, p. 105)
Redação
Técnica 004G/39
Veja agora um modelo de estética própria da declaração.

Timbre

DECLARAÇÃO

11 esp. Declaramos, sob as penas da lei, que ......................................................,

sociedade constituída de acordo com as leis de New York, Estados Unidos da América do

Norte, com sede em ................................... continua proprietária de .......................... ações


(por extenso)
nominativas, representando R$ ........................................ do capital social dessa sociedade.
(por extenso)
Estas ações estão representadas pelas seguintes características:

Nº de Ações Ordinárias Numeração das Ações Valor das Ações

Nº de Ações Preferenciais Numeração das Ações Valor das Ações

2 espaços

São Paulo, XX de XXXXX de XXXX.

3 espaços

(assinatura do representante legal)

3 espaços

(assinatura do contador – CRC nº)

(Fonte: Redigir & Convencer, Edméa Garcia Neiva e José Antônio Rosa, Editora STS, p. 107)
40/004G Redação
Técnica

O requerimento também é um documento cuja estética é bem definida.


Observe o modelo:

Invocação

7 esp.

11 esp.
____________________________________________
12 esp. ____________________________________________ 3 esp.
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
2 esp.
Fórmula de
encerramento

2 esp.
Data

3 esp.

Assinatura

(Fonte: Redigir & Convencer, Edméa Garcia Neiva e José Antônio Rosa, Editora STS, p. 120)

2.2.3 Correspondência Empresarial

Os tipos estéticos mais utilizados são aqueles que facilitam o trabalho:


sem entrada de parágrafos, sem divisão silábica no fim da linha, com
todas as frases alinhadas na margem esquerda. Os outros tipos devem
ser mostrados porque as pessoas podem preferi-los e porque nas corres-
pondências oficiais ainda se usa o parágrafo recuado e outros detalhes
específicos. Na lição 3, quando mostrarmos os vários modelos de docu-
mentos, deixaremos clara a visualização da sua estética.
Redação
Técnica 004G/41
Veja a seguir três tipos de estilo estético, utilizados para as cartas.

a) Estilo Endentado ou Semibloco

_________________________________ 1
___________________ 2 3 _________________
___________________ 4
s
ue
___________________ 5 toq
e5
ad
trad
______________________ 6 m
en
co
rafo
rág
pa

__________________________________
15 a 20 esp.
___________________________________________ 5 a 10
esp.

___________________________________________
___________________________________________
7
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________ margem direita rígida

___________________ 8

___________________ 9

(Fonte: Redigir & Convencer, Edméa G. Neiva e José A. Rosa, Editora STS, p. 141)

Este estilo apresenta data alinhada à direita, parágrafo com entrada de


15 a 20 toques (ou espaços), margem alinhada à direita e assinatura do
signatário à direita, mas sem alinhamento com a margem.
42/004G Redação
Técnica

b) Estilo Bloco

_________________________________________ 1

___________ 2 3 __________________
_______________ 4

ma
rge
m
dir
___________________ 5 eit
as
olt
___________________ 6 a


___________________________________________
5 a 10
_________________________________________ esp.
15 a 20 esp.
___________________________________________
___________________________________________

7
___________________________________________
___________________________________________
__________________________________________

_________________________________________
___________________________________________
___________________________________________

___________________ 8

(Fonte: Redigir & Convencer, Edméa G. Neiva e José A. Rosa, Editora STS, p. 142)

No estilo bloco, não há preocupação com a margem direita alinhada,


nem o parágrafo apresenta entrada. A data continua alinhada à direita
e o signatário está posicionado no mesmo lugar que no estilo endentado
ou semibloco.
Redação
Técnica 004G/43
c) Tipo Bloco Compacto

__________________________________1
___________________ 2

________________________ 3

___________________ 4 se mar
m ge
co m
________________ 5 rt d
es ire
na ita
sp s
___________________ 6 al olt
av a
ra
s
5 a 10
___________________________________________ esp.
15 a 20 esp.
_________________________________________
___________________________________________
___________________________________________ 2
7
___________________________________________
___________________________________________
________________________________________

_______________ 8

___________________ 9

(Fonte: Redigir & Convencer, Edméa G. Neiva e José A. Rosa, Editora STS, p. 143)

Este é, sem dúvida, o estilo mais prático e vem sendo largamente uti-
lizado na correspondência empresarial. Pode ser adotado para cartas,
memorandos, comunicações internas, relatórios etc.
44/004G Redação
Técnica

2.2.4 Correspondências Particulares w Colocou-se no lugar do destinatário para


sentir-se como ele;
Não precisa necessariamente obedecer a w Dispõe de informações precisas sobre o
qualquer padrão, porque o que vale é a in- fato que motiva á redação;
formalidade, a liberdade de expressão. Se as
pessoas que se correspondem são íntimas, a w Domina todas as palavras necessárias e
carta pode ser manuscrita. Se for social ou já escolheu o vocabulário adequado;
cerimoniosa, deve ser digitada. Este último w Tem em mente as respostas às perguntas que
tipo engloba as cartas de apresentação, as de o destinatário fez em sua correspondência
candidatos a emprego e as de demissão. Neles anterior;
encaixam-se perfeitamente a carta-bilhete,
w Calculou o tamanho do texto para saber
o cartão postal, os cartões comemorativos de como distribuir na folha de papel;
datas, os bilhetes.
w Sabe como iniciar, desenvolver e concluir
a correspondência.
2.2.5 Relatórios

Os relatórios têm sua estética semelhante a


4. Digitação
dos textos longos, seguindo as margens de
A redação de documentos e textos em geral
3 cm acima e à esquerda e de 2 cm abaixo
tem utilizado os processadores de texto que
e à direita. Os parágrafos são separados
são, sem dúvida, uma ferramenta que facilita
por espaços duplos e iniciam na margem
e agiliza a escrita devido aos diversos recur-
esquerda, sem recuo. Pode-se optar ou não
sos de que dispõe.
por uma margem alinhada à direita. O título
principal deve vir centralizado no topo da
O trabalho de editar e formatar textos no
página e com letras maiúsculas. Os demais
computador torna-se extremamente simples
títulos e subtítulos podem ser numerados,
após certo treino, pois os programas são ca-
seguindo uma hierarquia para facilitar a
pazes de interagir com o usuário facilitando
montagem do índice. No final, o relatório
o trabalho.
deve ser datado e assinado pela pessoa que
o redigiu. Embaixo e à esquerda, por último,
Documentos inteiros são gravados em CDs,
colocam-se as iniciais de quem o redigiu,
Pendrives, ou até mesmo enviados por e-mail
em letras maiúsculas, seguidas de barra,
para serem entregues às editoras quando se
e as iniciais de quem o digitou, em letras
trata da publicação de livros. O editor de
minúsculas.
texto permite que o trabalho seja modificado
à vontade antes da gravação e da impressão
3. Normas Gerais para Redação final. Veja algumas das facilidades disponí-
veis nos editores de texto:
Depois de tudo o que foi falado sobre o ato de
redigir, os estilos, o que é favorável e o que w apagamento automático de letras, pa-
não é para a redação, a estética a ser adotada, lavras, linhas, parágrafos ou capítulos
achamos útil estabelecer passos para o mo- inteiros;
mento em que você se prepara para escrever
w facilidade de disposição dos títulos ou
o seu documento. Esteja sempre certo de que:
parágrafos à esquerda, centro ou direita
da página;
w Sabe qual é o objetivo do documento;
w facilidade de alinhamento de margens;
w Sabe que tipo de documento deve utilizar;
Redação
Técnica 004G/45
w formatação automática de letras com um simples comando (negrito,
sublinhado ou itálico);
w inúmeras formas de letras (fontes) disponíveis;
w localização rápida de palavras e substituição com um simples comando;
w possibilidade de mudar de lugar qualquer texto de qualquer tamanho;
w possibilidade de inserção de desenhos ou figuras onde se queira;
w paginação automática;
w inserção automática de números ou letras sequenciais quando se digita
os primeiros;
w possibilidade de visualização da distribuição do texto;
w cabeçalhos e notas de rodapé automaticamente inseridos mediante
comando;
w possibilidade de correção ortográfica;
w facilidade de gravação e recuperação de textos na memória do com-
putador, em CDs, Pendrives, HDs externos ou memórias virtuais.

Há inúmeras outras facilidades, só a utilização contínua e sistemática


vai permitir o conhecimento do potencial que um editor de textos pode
oferecer.

5. Glossário de Termos e Estética Relacionada


5.1 À atenção de - Aos cuidados de - Em mãos

Indica a quem a correspondência se dirige ou a pessoa que deve ser


informada sobre o conteúdo da carta. Esta expressão será impressa no
envelope e no corpo da carta.

No envelope:

Selo

Metalúgica Rouxinol S.A.


At.: Sr. Renato Almeida
Caixa Postal 5387
São Paulo, SP

-
46/004G Redação
Técnica

No corpo da carta:

São Paulo, XX de XXXX de XXXX.

Metalúgica Rouxinol S.A.


À atenção de Renato Almeida
Caixa Postal 5387
011661-000 - São Paulo, SP

A expressão Aos cuidados de _ ou A/C, ou a/c _ é empregada quando a


correspondência for entregue por pessoa referida nominalmente.

Se a carta for entregue através de office-boy ou outra pessoa, escreve-se


Em Mãos ou E/M no envelope.

5.2 Algarismos

Servem para numerar uma sequência. A estética manda que não sejam
usados hífen, traço ou parênteses depois dos números cardinais quando
se tratar de títulos e subtítulos, e sim ponto (veja o exemplo a seguir):

REDAÇÃO LITERÁRIA E
REDAÇÃO TÉCNICA

1. DEFINIÇÕES
2. LINGUAGEM
2.1. Significação das Palavras
2.2. ...............

Para os algarismos ordinais, não se usa qualquer sinal depois do ordinal:

1o ---------------
2o ---------------
3o ---------------

Num texto mais longo, caso seja necessária a utilização de números e


Saiba Mais letras, é sempre conveniente uniformizar o seu uso:
Note que no caso do
algarismo romano, a 1. a. 1º I.
estética manda que 2. ou b. ou 2º ou II.
se faça o alinhamento 3. c. 3º III.
à direita.
Recomendamos que nos documentos pequenos você evite misturar nú-
meros e letras. Dê preferência, então, aos algarismos cardinais. Se for
Redação
Técnica 004G/47
necessário dividir um tópico em mais vezes, as aspas no início do primeiro e após o ponto
aí justifica-se o uso de letras, números ordi- final do último.
nais e algarismos romanos.
Para citar ou ressaltar uma palavra ou
5.3 Anexos expressão dentro de uma citação, usa-se o
apóstrofo, também chamado de aspas simples.
São os documentos que acompanham as
Exemplo:
correspondências. Se for um só documento,
escreva abaixo da assinatura: Anexo único. O diretor afirmou: “Só os ‘melhores’
Se forem vários, escreva: Anexos: 6 (por serão promovidos.”
exemplo). Nos anexos propriamente ditos,
escreve-se: no primeiro, Anexo 1; no segun- 5.5 Aposto
do, Anexo 2 e assim por diante.
Aposto é o nome que qualifica outro nome.
Na redação oficial existem regras próprias Assim, quando você coloca o cargo ou função
para a numeração de Anexos. Veja na lição 3. que a pessoa que assina a carta exerce na
empresa, você está fazendo uso de um aposto.
Você pode, também, já adiantar quais são
Exemplo:
os anexos que acompanham a correspon-
dência, nomeando-os. Faça a concordância Roberto de Souza,
que a gramática exige: Anexas: Duplicatas; Diretor.
Anexos: Cheque e Procuração. Nunca use a
expressão “em anexo”, pois trata-se de um Note que há uma vírgula separando o nome
vício de linguagem. da pessoa do seu cargo. Note também que
não é polido escrever esses nomes em mai-
5.4 Aspas úsculas, que aparecem apenas nas iniciais
das palavras.
Se as aspas abrangem apenas parte de um
período, os sinais de pontuação ficam depois 5.6 Assinatura
delas: É feita logo acima do nome da pessoa e do
Exemplo: seu cargo ou função (ver aposto). Não se usa
fazer traço para a assinatura. Se a secretária
O diretor afirmou em seu pronuncia- for assinar a carta no lugar do executivo,
mento que “só os melhores serão recom- deverá fazer isso de modo a tornar legível
pensados”. o seu próprio nome, devendo ainda colocar
p/ antes do nome do executivo, significando
Se as aspas abrangem citações integrais, os que ela está assinando por ele.
sinais de pontuação ficam antes delas:
Exemplo:
O diretor afirmou: “Só os melhores serão
recompensados.”
Ana Paula Cardoso,
Se as aspas indicam a transcrição de um Chefe do Departamento de Projetos.
parágrafo, mas com a supressão de algumas
palavras, usa-se o sinal (...) onde isso ocorre; É extremamente descortês colocar o título na
se as aspas indicam a transcrição de mais de frente do nome do signatário. Se você deseja
um parágrafo, é suficiente que se coloquem informar ao leitor a sua profissão, apenas
coloque o registro (CREA, OAB etc).
48/004G Redação
Técnica

Não use: Engo Antonio Cardoso Filho, colocar ponto separando milhares (caso
Chefe do Departamento de Projetos. haja qualquer ponto, ou vírgula, ou outro
sinal, a leitora óptica dos Correios rejeitará
Prefira: Antonio Cardoso Filho, a leitura). A maioria das grandes cidades já
Chefe do Departamento de Projetos. está codificada por ruas. Na cidade de São
CREA nº ........................... Paulo você pode encontrar CEPs inclusive
para alguns prédios. Quando a sua carta for
5.7 Assunto ou Referência endereçada para caixa postal, procure o CEP
correspondente (lembre-se de que você não
Pode-se usar Assunto ou Referência antes colocará o endereço: rua, número e bairro).
do vocativo. Serve para resumir o conteúdo
da carta e não deve vir sublinhado: Não escreva a palavra “CEP” em frente ao
número. Veja a seguir duas opções aceitas
pelos Correios:
Assunto: Programação de férias.
Exemplo:
5.8 Cabeçalho Mário Henrique Souza
Rua Avanhandava, 835 - Bela Vista
São os dizeres impressos no início de uma 01306-001 - São Paulo, SP
correspondência. Desse conjunto de infor-
mações fazem parte o timbre da empresa, o ou
local e a data, o endereçamento e a invocação Mário Henrique Souza
ou saudação. Rua Avanhandava, 835 - Bela Vista
São Paulo, SP
5.9 Caixa Postal 01306-001

Se você vai endereçar uma correspondência Se você preferir, pode escrever à mão os
para uma caixa postal, não coloque o nome números do CEP nos quadradinhos cor-
da rua, o número, nem o bairro, apenas o respondentes impressos no envelope, mas
nome da cidade. Não coloque vírgula antes nunca use tinta de tonalidade avermelhada.
do número nem ponto para separar números Estas mesmas orientações são válidas para o
superiores a 1.000. número do CEP no verso do envelope.
Exemplo:
5.11 Continuação
Metalúrgica Rouxinol S.A.
Caixa Postal 5387 Quando você estiver digitando uma carta de
011661-000 - São Paulo, SP duas folhas ou mais, é conveniente colocar,
perto do índice, o número da folha e a tota-
Preste atenção ao Código de Endereçamento lidade de páginas, o editor de textos tem um
Postal (CEP) que costuma ser específico para recurso que faz isso automaticamente.
caixa postal.
Exemplo: DRH-821/99
5.10 Código de Endereçamento Postal (CEP) fl. 3/5

O número do código de endereçamento O seu leitor saberá que está lendo a folha 3
postal é padronizado para todo o país. Ele de um total de 5. Não escreva “continuação”
é composto de cinco dígitos + hífen + três na folha seguinte. A correspondência oficial
dígitos. Seus números não devem ser lidos tem regras específicas para continuação.
por inteiro, motivo pelo qual não se deve
Redação
Técnica 004G/49
Exemplo:
São Paulo, 11 de fevereiro de 2013.
Atenção
Não estranhe estarmos chamando de folha o que muita
Nunca abrevie o nome da cidade. Se você
gente chamaria de página. Uma folha é composta de
escreve “S. J. dos Campos”, estará correndo
duas páginas: uma ímpar e uma par. Quando falamos
o risco de ser interpretada como “São João
em página, precisamos contar a frente e o verso do
dos Campos”, quando quer dizer “São José
papel, e não se faz isso em correspondência.
dos Campos”.

No casos em que o endereço da empresa já


aparece no timbre, pode-se suprimir o nome
5.12 Corpo da Carta da cidade; mas se a empresa tem filiais em
vários locais, aí é interessante identificar de
É o assunto da carta, que deve ser apresen- onde vem a correspondência.
tado em parágrafos e de forma clara, concisa
e objetiva. Em média, uma carta tem três 5.16 Despedida ou Fecho
parágrafos:
a) informação inicial (apresentação do tema); Atualmente a tendência é simplificar ao má-
ximo os dizeres do fecho de uma carta. Basta
b) desenvolvimento do tema;
que você coloque:
c) conclusão.
Atenciosamente,
O corpo da carta fica entre o vocativo e a ou
despedida ou fecho. Cordialmente,
Se, porém, houver necessidade de enfatizar
5.13 Cópias
algo já dito no decorrer da carta, o fecho
poderá ser um pouco mais elaborado:
Se for necessário que outras pessoas rece-
bam cópia de um documento, isto deve ser Estamos à disposição de V.Sas. para
indicado no final dele, depois dos Anexos e maiores informações.
antes das Iniciais. Mencione assim:
Atenciosamente,
c.: Paulo Ribeiro
Amélia Cardoso Faria Pedro Alencar,
Chefe do Departamento de Vendas.
5.14 Correção de Erros ou
Embora os editores de texto costumem acu- Certos de suas providências, subscre-
sar erros, não se deve descuidar, pois há casos vemo-nos, atenciosamente.
que eles aceitam. Portanto, sempre revise o
texto antes de impri-lo. Pedro Alencar,
Chefe do Departamento de Vendas.
5.15 Data
5.17 Destinatário
A data de uma correspondência é muito im-
portante, pois pode servir de referência para A correspondência não existiria sem um
o seu leitor. Normalmente ela vem separada destinatário, não é mesmo? Por isso ele deve
por vírgula do nome da cidade. ser tratado com toda atenção. Nunca escre-
50/004G Redação
Técnica

va o nome do destinatário se você não tiver 5.20 Itens


certeza do nome correto. Há pessoas que se
ofendem se o seu nome está escrito incor­ Em uma divisão ou subdivisão de um texto,
retamente. Certifique-se também do cargo cada item recebe uma letra ou um número
que a pessoa ocupa, para não correr o risco em sequência. Neste caso permite-se que a
de errar. letra ou número possa vir acompanhado de
parênteses, traço ou ponto:
5.18 Grampeamento
Exemplo:
Quando a correspondência for remetida Deve-se evitar:
pelos Correios, não use grampos ou clipes a) rasuras;
dentro dos envelopes. Junte cuidadosamente b) ambiguidades;
as folhas e dobre-as. Se a correspondência c) .....
for entregue de outra forma ou for interna,
o grampo deve vir no ângulo superior es- Obs.: O editor de textos possui um recurso
querdo, em diagonal. Isto facilita folhear o que faz isso automaticamente.
documento.
5.21 Maiúscula, Itálico, Sublinhado
Exemplo:
As letras maiúsculas prestam-se ao desta-
que das palavras, porém, seu uso abusivo
sobrecarrega o texto onde aparecem. Evite
usar maiúsculas na invocação e no fecho das
grampo
cartas.

Podemos enfatizar as ideias usando as pala-


5.19 Valores vras em itálico ou sublinhadas.
Exemplo:
Observe as seguintes regras para a escrita
de valores: As palavras sublinhadas estão em
destaque.
a) Se o número não couber na linha, usa-se
as reticências: 5.22 Pessoas Físicas ou Jurídicas
Exemplo: Você pode redigir uma correspondência e
Recebeu um cheque no valor de R$... dirigi-la a uma pessoa física ou jurídica (em-
200,00, referentes ao pagamento de...; presa). No caso de pessoa física, você já sabe
como endereçar. Para pessoa jurídica, faça o
b) É importante, nos documentos, escrever
endereçamento da seguinte forma:
os valores por extenso, entre parênteses:
Metalúrgica Rouxinol S.A.
Exemplo:
Caixa Postal 5387
R$ 200,00 (duzentos reais) 011661-000 - São Paulo, SP
c) Quantias extensas podem ter sua grafia
feita no processo misto: No vocativo, escreva simplesmente: Preza-
dos Senhores. No resto da correspondência,
Exemplo: mantenha o plural nas formas de tratamento
200 milhões (em vez de 200.000.000). para acompanhar a flexão do vocativo.
Redação
Técnica 004G/51
5.23 Pontuação de quem vai usar. Então, colocam-se dois xx
entre o zero e o código do DDD.
O uso dos sinais de pontuação está explicado
na lição 4. Vamos lembrar agora apenas os 5.26 Vocativo
dois pontos e a vírgula, em situações espe-
cíficas. Também chamado de invocação, o vocativo
vem logo após o endereçamento e, se houver,
Usa-se a vírgula: após o assunto ou referência. É a saudação
que dirigimos à pessoa ou às pessoas para
a) Exclusivamente para separar a parte
quem a carta foi escrita:
inteira da decimal nos números: 2,3;
10,4%; 10,5 cm. Exemplo: Prezado Senhor:
Prezados Senhores:
b)Nunca na determinação de hora:
Prezado Cliente:
2,30 min.
Senhor Presidente:
Senhor Diretor:
Usam-se os dois pontos:
1) Na determinação de hora: 23:00 ou Se a carta é dirigida a pessoa jurídica, o
23:30. vocativo adequado é Senhores, ou Prezados
Senhores. Não são mais utilizadas expressões
2) Nos vocativos de correspondência: como caríssimo, prezadíssimo, muito digno
Prezado Senhor: e outras.
Cliente Amigo:
Senhor Diretor: Há quem prefira colocar uma vírgula após o
vocativo, ao invés dos dois pontos. Do ponto
Na lição 4 explicamos outro modo de escre- de vista da sintaxe, ambos estão corretos.
ver as horas.
6. E-mail
5.24 Signatário
(Extraído de http://www.eletrica.ufpr.br/
É como se chama a pessoa que vai assinar a graduacao/noturno/docs/te219/TE219-Aula_3_
carta. Não sendo, necessariamente, quem a Email.pdf. Adaptado.)
redigiu.
6.1 Características Gerais
5.25 Telefone
w Facilidade de envio;
Ao escrever números telefônicos, atente para
os seguintes detalhes: coloque o número do w Padronização mundial;
DDD entre parênteses e um hífen separando w O destinatário não precisa estar conectado
o prefixo do resto do número: no momento do envio;
w Possibilidade de envio da mesma
Exemplo:
mensagem a múltiplos destinatários;
(0xx11) 5721-3499
w Facilidade de contato com pessoas
distantes;
Lembre-se de que o número da operadora
pode variar entre as várias regiões do Brasil, w Possibilidade de anexar arquivos para o
além de ser também uma questão de escolha envio.
52/004G Redação
Técnica

6.2 Recomendações Gerais para


Redigir E-mail

w Trate os outros como gostaria de ser tratado;


w Evite o uso das letras MAIÚSCULAS, pois os usuários entendem isso
como “gritos”;
w Não utilize linguagem inadequada ou ofensiva;
w Não envie ou reencaminhe mensagens publicitárias;
w Não se envolva em discussões prolongadas e pessoais;
w Antes de reencaminhar pedidos de ajuda, verifique sua veracidade.

6.3 Cuidados no Uso de E-mail na Empresa

w Tenha muita atenção com mensagens copiadas e a opção responder


para todos: a mensagem pode ser inadvertidamente enviada para quem
não pode (ou não deve) lê-la!;
w Nunca mande e-mail para alguém de dentro da empresa com cópia
para um cliente: o cliente não precisa saber dos procedimentos internos
da empresa;
w Responda o mais rápido possível às mensagens recebidas de clientes
ou pessoas de fora da empresa. Se o assunto depender de outra pessoa
na empresa, responda que encaminhou o assunto e acompanhe o
andamento;
w Não use o e-mail da empresa para enviar piadas, mensagens de boas
festas etc. Muitas empresas monitoram as mensagens enviadas pelos
funcionários.
Cada empresa adota uma Netiqueta própria, que é um Código de Ética
para uso da internet – e-mails e comunicadores instantâneos. Consulte
sempre o regimento interno da empresa na qual trabalha.
Redação
Técnica 004G/53

Exercícios Propostos
1 - Assinale a alternativa que contribui para a complexidade e obscuridade do texto.
( ) a) A linguagem técnica.
( ) b) O excesso de pormenores, adjetivos e advérbios.
( ) c) A ordem indireta.
( ) d) A ordem direta.
( ) e) A linguagem denotativa.

2 - No estilo dinâmico as frases são:


( ) a) curtas, incisivas, agradáveis.
( ) b) longas, prolixas, desagradáveis.
( ) c) complexas, técnicas, formais.
( ) d) curtas, complexas, prolixas.
( ) e) longas, complexas, agradáveis.

3 - Indique a frase que contenha vício de linguagem.


( ) a) Os cidadãos estavam irritados com a atitude do político.
( ) b) Comprei remédio na farmácia da esquina.
( ) c) Meu chefe é um homem muito esperto.
( ) d) O gerente financeiro mandou subir todos os comprovantes de pagamento.
( ) e) Fazem proximamente cinco anos que ele se demitiu.

4 - Assinale a alternativa que melhor apresenta o papel da estética na redação de documentos.


( ) a) o estudo do belo, do caráter estético.
( ) b) permite flexibilidade ao texto.
( ) c) o estilo bloco do texto no papel.
( ) d) a organização do texto no papel de forma harmoniosa.
( ) e) o formato do documento.
54/004G Redação
Técnica

5 - Assinale a alternativa que mostra a forma correta de indicar na carta que se está enviando
duas cópias de recibo anexas.
( ) a) Anexando duas cópias de recibo.
( ) b) Em anexo: duas cópias de recibo.
( ) c) Anexas: duas cópias de recibo.
( ) d) Duas cópias de recibo em anexo.
( ) e) Anexo: duas cópias de recibo.
Redação
Técnica 004G/55
lição 3
Redação Oficial e
Redação Empresarial
Nesta lição, vamos estudar a redação oficial e a redação empresarial.
Para sermos mais específicos, vamos tratar da documentação que é
gerada nos órgãos públicos e nas empresas privadas.

Ao término dessa lição, você será capaz de:

w Compreender o que se entende por correspondência;


w Reconhecer as características da Redação Oficical e da Redação
Empresarial;
w Conhecer os documentos mais importantes da Redação Oficial e
Empresarial.

Com a preocupação de evitar ambiguidades (incertezas, mais de um


sentido), achamos importante fazer um comentário sobre as termino-
logias utilizadas neste módulo. Como vamos colocar a nossa atenção
principalmente na redação da correspondência, é importante ressaltar
que ao consultar vários autores que tratavam da elaboração deste tipo
de documento, percebia-se diferentes distinções entre o que se entende
por correspondência oficial e empresarial. Alguns só tratam da cor-
respondência como sendo a comercial, outros dividem a correspondên-
cia entre particular e oficial. Em geral, na particular relacionam-se
cartas, cartões, bilhetes, convites, manuscritos ou não. Como corres-
pondência oficial entendem-se a profissional, que são aquelas trocadas
entre empresas, indústrias, bancos, órgãos oficiais, e são dirigidas a
várias autoridades, tais como diretores, chefes, gerentes, reitores, pro-
fessores, engenheiros etc.

Ao passo em que há autores que preferem dividir a correspondência


entre oficial e comercial. Optamos por esta divisão porque percebe-
mos diferenças marcantes entre os dois tipos, dadas as suas naturezas
e exigências. Decidimos, no entanto, não utilizar o nome “comercial”
e sim “empresarial”, visto que o primeiro pode restringir a ideia, fa-
zendo crer que estamos falando apenas das empresas que produzem
56/004G Redação
Técnica

e/ou comercializam bens. O termo empresarial é mais abrangente,


porque as empresas podem ser bancárias, industriais, comerciais,
prestadoras de serviços, de pesquisa científica nos vários campos do
conhecimento, de ensino etc.

Antes de falar sobre a correspondência oficial e empresarial, achamos


oportuno definir o que é “correspondência”.

Correspondência é um meio de comunicação escrita entre pessoas. É


o ato ou estado de corresponder, adaptar, relatar ou o acordo de uma
pessoa com outra. É uma comunicação efetiva através de papéis, cartas
ou documentos. Por ampliação de sentido, passou a designar todo o
conjunto de instrumentos de comunicação escrita: bilhetes, cartas, cir-
culares, memorandos, ofícios, requerimentos, telegramas e e-mails.

1. Redação Oficial
1.1 Conceito

O conceito de texto oficial refere-se aos documentos gerados em órgãos


públicos e à correspondência que é trocada entre esses órgãos e pessoas
ou empresas e vice-versa. Segundo o Manual de Redação da Presidência
da República, “redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público
redige atos normativos e comunicações”.

Por essa definição, vê-se que a redação oficial não trata só de corres-
pondências, que chamam de “comunicações”, mas também de outros
documentos que são chamados de “atos normativos”.

Dentre os documentos classificados como “comunicações” estão:


 o padrão ofício, que se divide entre: exposição de mo-
tivos, aviso e ofício;
 a mensagem;
 o memorando;
 o fax;
 o e-mail.

Dentre os chamados de “atos normativos” destacam-se:


 as Leis Ordinárias;
 as Leis Complementares;
 as Medidas Provisórias;
 os Decretos;
 as Medidas Provisórias;
 as Portarias; etc.
Redação
Técnica 004G/57
O Manual de Redação da Presidência da Além disso, não se pode deixar de observar
República, que serviu de base para esta con- que as comunicações oficiais exigem obser-
sulta, vê a redação oficial apenas do ponto vância do uso dos pronomes de tra­tamento,
de vista do poder executivo. Entretanto, nas na maneira de fazer os fechos para as co-
outras obras que consultamos, percebemos municações e na identificação do signatário.
que os autores tratavam como correspondên-
cia oficial outros tipos de documentos, como 1.3.1 Pronomes de Tratamento
atestados, declarações, certificados, acordos,
diplomas, procurações e uma infinidade de A utilização dos pronomes de tratamento
outros documentos. Concluímos então que é encontra, na redação oficial, seu uso mais
uma questão de ponto de vista dos autores: o próprio e tradicional. Desde o século XVI,
documento é público se é emitido ou exigido este modo de tratamento indireto (ver lição
por órgão público, não necessariamente o 4) já era utilizado também para os ocupan-
poder executivo, mas também escolas, dele- tes de determinados cargos públicos. Com a
gacias, órgãos setoriais da Receita Federal, evolução de alguns pronomes de tratamento
coletorias etc. e a queda de uso de outros, as formas de
tratamento chegaram aos dias de hoje e são,
Nesta lição, queremos que você conheça na redação oficial, o modo mais adequado de
apenas os documentos mais importantes, sem nos dirigirmos às autoridades civis, militares
entrar em classificações rígidas. e eclesiásticas.

1.2 Aspectos Gerais 1.3.2 Fechos para Comunicações


Oficiais
Os documentos oficiais caracterizam-se pela
impessoalidade, pelo uso do padrão culto Nas comunicações oficiais, o fecho tem
de linguagem e também pela clareza, con- dupla finalidade: concluir o texto e saudar
cisão, formalidade e uniformidade. Como a o destinatário. O Manual de Redação da
administração pública tem como princípios Presidência da República estabelece o em-
fundamentais a publicidade e a impessoali- prego de somente dois fechos para todo tipo
dade, também a elaboração de atos e comu- de documento da redação oficial:
nicações oficiais devem ser norteados por
esses princípios. a) para autoridades superiores,
inclusive o Presidente da
Os atos normativos de qualquer natureza República:
devem ser prontamente entendidos pelos
cidadãos, como é de direito e, em vista Respeitosamente,
dessa publicidade, não se concebe que um
documento oficial seja redigido de forma b) para autoridades de mesma
obscura. hierarquia ou de hierarquia
inferior:
1.3 Características Específicas
Atenciosamente,
Além das características gerais definidas no
item 2, cada tipo de documento oficial tem 1.3.3 Identificação do Signatário
suas características específicas, que serão
apresentadas na sequência. Estas caracte- Todas as demais comunicações oficiais,
rísticas prendem-se a sua finalidade, forma exceto a assinada pelo Presidente da Re-
e estrutura. pública, devem trazer o nome e o cargo da
autoridade que as expede, impressos abaixo
58/004G Redação
Técnica

do local da assinatura. A finalidade é identificar rapidamente a origem


das comunicações.

(espaço para assinatura)


NOME (em maiúsculas)
Secretário-Geral da
Presidência da República

Evite isolar a assinatura em folha de continuação. Se o espaço for insu-


ficiente para a assinatura, passe para a folha de continuação ao menos a
última frase anterior do fecho (na redação empresarial a estética manda
que as duas últimas linhas sejam deixadas para a folha de continuação).

2. Documentos Oficiais
Os documentos discutidos a seguir são alguns daqueles constantes do
Manual de Redação da Presidência da República. Não vamos apresen-
tar todos, apenas os mais comuns, já que certos documentos são de uso
exclusivo de autoridades do alto poder público.

2.1 Padrão Ofício

O termo “padrão” é utilizado aqui porque três documentos diferentes


na sua finalidade seguem um mesmo formato. São eles: a exposição de
motivos, o aviso e o ofício. Estes três tipos de documentos têm a mesma
estrutura.

Vejamos suas partes:


a) Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão:

EM nº 145/MEFP
Aviso nº 145/SG
Ofício nº 145/DP

b) Local e data em que foi redigido, digitado com


alinhamento à direita:

Rio de Janeiro, em 22 de setembro de XXXX.

c) Vocativo, seguido de vírgula:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,


Senhora Ministra,
Senhor Secretário,

d) Texto. Quando o documento não servir meramente para enca-


minhar outros, o expediente apresentará a seguinte estrutura:
Redação
Técnica 004G/59
w introdução, que serve como parágra- w tipo e número do documento: horizontal-
fo de abertura. Empregue sempre a mente, a 2,5 cm da borda esquerda do
ordem direta: “Informo Vossa Ex- papel e verticalmente a 5,5 cm da borda
celência que”, “Encaminho a Vossa superior;
Senhoria”, “Submeto à apreciação w local e data: horizontalmente, alinhados à
de Vossa Excelência”; direita, a 6,5 cm da borda superior;
w vocativo: a 10 cm da borda superior do
w desenvolvimento, no qual o assunto
papel; horizontalmente, com avanço de
é detalhado. Se o texto apresentar
parágrafo;
mais de uma ideia sobre o assunto,
w avanço de parágrafos do texto: 2,5 cm; o
elas devem ser expostas em pará-
texto deve ser iniciado a 1,5 cm ou a três
grafos distintos, para maior clareza;
espaços simples do vocativo;
w conclusão, em que é reapresentada w espaço entre parágrafos do texto: 1 cm;
ou simplesmente reafirmada a po-
w fecho: centralizado, a 1 cm do final do
sição recomendada para o assunto. texto;
No desenvolvimento do texto, à exceção do w identificação do signatário: 2,5 cm do
primeiro e do fecho, todos os demais pará- fecho.
grafos devem ser numerados a fim de facilitar
a referência. Além destes detalhes, o Aviso e o Ofício
trazem o destinatário ao pé da folha com
e) Fecho (ver item 1.3.2 desta lição). alinhamento à esquerda, a 2 cm da borda
f) Assinatura do autor da comunicação. inferior.

g) Identificação do signatário (ver item Veja na lição 2, item 2.2, a estética própria
1.3.3 desta lição). dos documentos oficiais distribuída ao longo
da folha.
Os documentos padrão ofício, quando tiverem
mais de uma folha ou anexos, devem trazer, a
Falávamos no início deste tópico que os do-
partir da segunda folha, e em todas as folhas
cumentos do padrão ofício têm finalidades
dos anexos, o seguinte cabeçalho:
diferentes:
Fl. (indicar nº) da EM nº 145/MEFP, de a) A Exposição de Motivos é o documento
22.09.XX. dirigido ao Presidente da República por
um Ministro de Estado ou um Secretário
ou
da Presidência para informá-lo de deter-
Fl. (indicar nº) do Anexo à EM nº 145/ minado assunto, propor alguma medida
MEFP, de 22.09.XX. ou submeter a sua consideração determi-
nado projeto de ato normativo.
Este texto deve estar a pelo menos 1 cm
b) O Aviso e o Ofício são praticamente idên-
(centímetro) da borda superior da folha; nas
ticos; a diferença entre eles é a origem. O
folhas em que já constam outro cabeçalho,
Aviso é expedido exclusivamente por Mi-
ele deve iniciar-se a 2,5 cm dele.
nistros de Estado, Secretário-Geral da Pre-
Observe as medidas em centímetros para a sidência da República, Consultor-Geral
estética do padrão ofício: da República, Chefe do Estado-Maior das
Forças Armadas, Chefe do Gabinete Mi-
w margem esquerda: 2,5 cm;
litar da Presidência da República e pelos
w margem direita: 1,5 cm; Secretários da Presidência da República e
60/004G Redação
Técnica

para autoridades de mesma hierarquia. O


Ofício é expedido para e pelas demais au- (1) (2)
toridades. A finalidade de ambos é tratar (1) Memorando nº 25/DJ
de assuntos oficiais entre os órgãos da Ad-
(2) Em 23 de agosto de XXXX.
ministração Pública e, no caso do ofício,
também com particulares.

2.2 Mensagem
Não vamos entrar em detalhes a respeito Saiba Mais
deste documento, dada a sua utilização
A ideia de memorando também está ligada ao
restrita aos Chefes dos Poderes Públicos.
registro de fatos e lembretes. Na terminologia jurídica,
Se você precisar saber mais, pode buscar
memorando significa nota diplomática enviada de um
a informação no Manual de Redação da
país para outro, sobre determinada questão.
Presidência da República (ver referências
bibliograficas).
c) Destinatário do memorando: menciona-se
2.3 Memorando o cargo ocupado pelo destinatário, ao alto
do documento, depois dos itens a e b:
Por ter caráter meramente administrativo, o
memorando tanto pode ser utilizado interna- Ao Sr. Chefe do Departamento de
mente nos órgãos oficiais quanto nas empre- Pessoal Civil
sas, entre setores de mesmo ou de diferentes d) Assunto: resumo do conteúdo do do-
níveis hierárquicos. Sua finalidade é expor cumento, digitado em espaço simples
projetos, ideias, diretrizes, comunicar fatos e quando se estender por mais de uma
sua característica fundamental é a agilidade. linha:
Nos órgãos públicos recomenda-se que os des-
pachos sejam dados no pró­prio memorando Assunto: Programação de férias.
ou em folha de con­tinuação, simplificando Pagamento de pessoal.
o procedimento burocrático.
e) Texto: desenvolvimento do corpo da comu-
nicação. Deve iniciar-se 4 cm verticais a
As regras para a forma e a estrutura do me-
partir do item assunto. Os parágrafos
morando apresentadas a seguir são nortea-
começam na margem esquerda do texto,
das pela redação oficial.
exceto o primeiro e o fecho.
a) Número do documento e sigla de iden- f) Fecho: Atenciosamente ou Respeitosa-
tificação (estas informações devem ficar na mente, conforme o caso (ver item 1.3.2).
margem esquerda superior do expediente):
g) Nome e cargo do signatário da comuni-
Memorando nº 25/DJ (nº do documento: cação: 4 cm verticais após o fecho.
25; órgão de origem: Departamento
Jurídico); Quanto à estética, veja um exemplo de me-
morando na lição 2, logo após o exemplo de
b) Data (deve aparecer na mesma linha do ofício.
número e da identificação, alinhado com
a margem direita): Na redação empresarial, os memorandos são
redigidos seguindo regras bem mais flexí-
veis. Algumas empresas optam por utilizar
Redação
Técnica 004G/61
um formulário próprio, que pode ser digitado ou escrito à mão. Veja o
modelo apresentado no fim desta lição.

2.4 Fax

O fax serve principalmente para transmissão de mensagens urgentes e


para o envio antecipado de documentos, que depois são remetidos pelas
vias normais.

Pode-se optar pelo uso ou não de formulário para a sua transmissão.


A boa estética manda que ele seja simples, devendo constar sempre os
dados essenciais (data, número de ordem, para quem e de quem, assun-
to, texto e assinatura). O tipo de letra a ser usado deve ser adequado
levando-se em conta possíveis problemas de transmissão, evitando que
o destinatário tenha dificuldades para ler o texto escrito.

No final desta lição, você poderá encontrar um fax elaborado para a


redação empresarial.

2.5 E-mail

Atualmente, quase todo tipo de comunicação é feita por e-mail. Ele


permite uma comunicação rápida e encaminhamento de documentos
escaneados como anexos. Algumas regras para seu uso merecem ser
observadas:

2.5.1 Regras Específicas para E-mail


Empresarial

No corpo do texto, utilize o sistema bloco, sem parágrafos


avançados;
Não perca tempo tentando dar muita estética ao texto,
pois nem sempre o receptor o receberá da mesma
maneira;
(Extraído de
Redija mensagens breves;
http://www.eletrica.ufpr.
Não redija relatórios no corpo do e-mail. Envie-os br/graduacao/noturno/
como arquivos anexos; docs/te219/TE219-
Aula_3_Email.pdf.
Ao enviar anexos, certifique-se que quem o receba Adaptado)
possui o programa adequado para abri-lo;
Não use expressões como :-) ;-):-| vc. kd. tc. – isso só
pode ser usado em bate-papo ou em e-mails informais;
Não utilize imagens de fundo ou outras decorações no seu e-mail,
pois além de aumentarem o tamanho da mensagem, podem
impedir a visualização no programa usado pelo destinatário.
62/004G Redação
Técnica

2.6 Outros Documentos Considerados observação. Veja um modelo de declaração


Oficiais na lição 2.

2.6.1 Atestado As declarações podem ser de dois tipos:


- pessoal: é o pronunciamento de alguém
Você já precisou de um “Atestado de Bons sobre algo que lhe foi proposto (declara-
Antecedentes”? Quem o fornecia era a De- ção de dependente, por exemplo);
legacia de Polícia, um órgão da segurança - administrativa: quando pedida pelo inte-
pública. Esse é o motivo por que alguns au- ressado e fornecida por autoridade com-
tores consideram o atestado um documento petente (declaração de rendimentos, por
oficial. Nada impede, porém, que o atestado exemplo).
seja fornecido por entidades particulares e
até por pessoas físicas. Dividimos os atesta- A declaração tem um formato bem definido
dos em dois tipos: e sua estrutura apresenta:
- os pessoais: que podem ser emitidos por
 Timbre.
qualquer pessoa que conheça o interes-
sado. Nesse caso, a redação é feita na  Texto - nele devem constar o nome do
primeira pessoa: declarante (sua identificação pessoal
ou profissional, ou ambas) e sua resi-
Atesto para os devidos fins, que ......... dência, domicílio, finalidade:

- os funcionais ou profissionais: fornecidos “Declaro” ou “Declaramos” + exposição


por empresas, médicos, dentistas, secre- do assunto.
tários etc.
Fulano de tal, diretor do ........ atesta que  Local e data.
o Sr. Pedro Raimundo Souza .......
 Assinatura (com emitente e cargo
- os padronizados: são aqueles que seguem descrito). Em alguns casos, assinatura
um formato preestabelecido pela adminis- e identificação das testemunhas.
tração: Atestado de Frequência, Atestado
de Saúde etc. 2.6.3 Requerimento

O termo “requerimento” significa “petição”,


Saiba Mais pedido. Este documento pode ser feito por
Veja na lição 2 um modelo de atestado que segue pessoa jurídica ou física, solicitando a uma
as normas dos documentos considerados oficiais. autoridade pública um direito de concessão
de algo sob o amparo da lei.
A estrutura do requerimento é a seguinte:
2.6.2 Declaração  Vocativo - cargo da autoridade a que se
dirige (não é preciso colocar seu nome):
Este documento é semelhante ao atestado,
a diferença está apenas na finalidade. O - Ilustríssimo Senhor... (quando o trata-
atestado é expedido em relação a alguém, mento for Vossa Senhoria)
enquanto que a declaração é sempre feita - Excelentíssimo Senhor... (quando o tra-
em relação a alguém quanto a um fato ou tamento for Vossa Excelência)
direito. Na declaração pode-se prestar um Obs.: Hoje já se admite abreviar o vocativo.
depoimento, dar uma explicação em que se
manifestam conceito, opinião, resolução ou
Redação
Técnica 004G/63
 Texto - o texto do requerimento deve conter as seguintes partes:
- preâmbulo, no qual consta a identificação do requerente, com nome,
nacionalidade, filiação, estado civil, idade, residência, profissão, car-
teira de identidade (CPF, em alguns casos). No caso de o requerente
ser pessoa jurídica, qualifica-se o seu representante legal;
- teor, em que se apresenta a solicitação em si mesma. O teor também
se refere ao dispositivo legal em que o pedido está baseado (se ne-
cessário, apresentar documentação compro­batória).
 Fecho
- Nestes termos, pede deferimento.
- Termos em que pede deferimento.

 Local e data.
 Assinatura - aqui dispensa-se digitar o nome do requerente, que já
está identificado no preâmbulo.

Cuidados a serem observados na redação do requerimento:


w utilize sempre a terceira pessoa do verbo;
w redija de forma clara, concisa, simples;
w só coloque, no fecho, inicial maiúscula na primeira palavra;
w se o requerente for funcionário público, mencione apenas seu nome,
cargo ou repartição onde trabalha;
w se o requerente é aluno, mencione nome, série e turma;
w o requerimento dispensa qualquer fórmula de saudação.
Veja um modelo de requerimento no final desta lição.

2.6.4 Abaixo-assinado

Abaixo-assinado é um pedido coletivo, por escrito, em que não se co-


locam, no início, os nomes dos requerentes, mas apenas uma referência
para identificá-los.
Modelo
Os abaixo-assinados, moradores na Rua Monte Alegre, no Bairro
das Perdizes, vêm solicitar ao Excelentíssimo Senhor Prefeito desta
cidade a instalação de um semáforo na esquina desta rua com a Rua
Cardoso de Almeida, visto ser este um local onde ocorrem acidentes
constantes.
São Paulo, XX de XXXX de XXXX.
Nome R.G. assinatura
Pedro Silva x.xxx.xxx
João Moreira x.xxx.xxx
Luís Antônio Petrini xx.xxx.xxx
etc.
64/004G Redação
Técnica

2.6.5 Apostila

(Extraído da apostila sobre Redação Oficial da Profª Edméa Garcia Neiva, para o trei-
namento ministrado na Federação das Indústrias do Estado do Tocantins - FIETO)

“Em sentido oficial, esta expressão é utilizada para indicar uma nota ou
se acrescer algum dado à margem de um documento, ou papel público,
com a finalidade de ilustrar, completar, comentar ou interpretar este texto.
Pode expressar, também, um ato pelo qual o documento é anotado, após
ser registrado ou averbado. Apostila-se, portanto, um diploma ou título
de nomeação, a fim de que o indivíduo diplomado ou nomeado venha a
exercer sua profissão ou cargo.

O apostilamento pode se dar, por exemplo, em registro e alterações


na vida funcional de um servidor (promoções, lotação em outro setor,
aposentadoria etc. Se por falta de espaço, o apostilamento não puder
ser feito no verso do documento, utiliza-se uma folha separada com o
timbre oficial e anexada ao documento a que se refere.”
Modelo

APOSTILA

A licença especial a que se refere a presente


(Dos arquivos da UFRGS -
extraído do livro Redação
Portaria fica retificada no período do decênio, que é: 1-3-2002 a 28-
Oficial de A.Kaspary) 2-2012, e não como constou.
Porto Alegre,......de........................de...........
Vice-Reitor

2.6.6 Curriculum Vitae


Curriculum Vitae é o documento que fornece uma visão geral com rela-
ção à formação e à experiência profissional de alguém que se candidata
a um cargo, curso etc.
Ele pode ser encaminhado por meio de um ofício ou de uma carta de
apresentação. Pode ainda ser introduzido por uma resposta de anúncio.
Modelo de resposta a anúncio
São Paulo, 22 de novembro de XXXX.
Senhor Diretor,
Em resposta ao anúncio publicado em O Estado de S.Paulo de
18 de novembro, venho solicitar a inclusão de meu nome entre os
candidatos à vaga de..............na sua empresa (estabelecimento de
ensino, banco etc.).
Segue anexo meu Curriculum Vitae.
Nome
Redação
Técnica 004G/65
Modelo de carta de apresentação

São Paulo, novembro de XXXX.


Prezados Senhores,
Busco perspectivas de realização profissional e, por isso, envio-lhes
meu currículo para sua apreciação.
Tenho vasta experiência na área de... .
Atenção
Coloco-me à disposição dos senhores para entrevista pessoal, ocasião
em que poderei revelar mais informações sobre meu perfil e sobre Nunca envie um
como poderei ser útil a sua empresa. Curriculum Vitae pelo
corpo do e-mail, faça-o
Atenciosamente, como anexo.
Nome

Modelo de Currículo: existem muitos modelos de currículos que você


pode usar na internet. Veja um deles:

Obs.: O modelo dado é


apenas uma sugestão. Cada
um irá fazer as adaptações
2008 - 2012
que julgar necessárias a sua
realidade.

2008

(2000)
66/004G Redação
Técnica

2.6.7 Memorial

Memorial é uma forma de comunicação que, de certo modo, abrange o


relatório, a exposição de motivos e o abaixo-assinado. Sua caracterís-
tica específica é que esse documento parte do funcionário, através dos
canais competentes para seus superiores. Nele, o funcionário serve de
porta-voz de um grupo.

Quanto ao assunto, o memorial é o instrumento que se destina a solicitar


algo à autoridade competente.

Distingue-se do ofício, porque traz o destinatário antes do vocativo.

Modelo

ASSOCIAÇÃO DO BAIRRO VILA X

Nº 15/XX São Paulo, XX de XXXX de XXXX.

Ao
Dr. Fulano de Tal
DD. Prefeito Municipal
São Paulo – SP

Senhor Prefeito,

A Associação do Bairro Vila X vem expor a V. Ex.ª as dificul-


dades que este bairro vem enfrentando.
1. Em primeiro lugar, há o problema da falta de calçamento das
ruas L, M e N.
2. Em segundo lugar, as ruas X, Y e Z estão às escuras.
3. Por último, tendo em vista a morosidade dos ônibus que
servem o bairro, solicitamos a V. Ex.a que coloque a nossa disposição
mais uma linha de transporte coletivo.
Estamos certos da compreensão de V. Ex.a
Respeitosamente,
Beltrano
PRESIDENTE
EF/GH

2.6.8 Monografia

Monografia é o trabalho cuidadoso e exaustivo a respeito de determinado


assunto, seja teórico, científico ou filosófico.
Redação
Técnica 004G/67
Atualmente, não só nas dissertações de mestrado e teses de doutorado
se cumpre a exigência da aprendizagem de forma metódica e científica,
mas também nos cursos de graduação.

w Tipos de Monografia

A pesquisa monográfica pode ser:

Experimental: os fatos são controlados e interpretados; é um trabalho


inventivo que pede o máximo rigor na experimentação. Aqui a fórmula
é controlar todas as variáveis menos uma. Exemplo: examinar a dife-
rença entre a capacidade de interpretar textos em turmas de alunos do
sexo masculino, com a mesma idade, da mesma cidade, mesma série,
porém com situação econômica dife­rente. Os dados devem ser trabalhados
es­ta­tisticamente.

Descritiva: aplicada por meio de enquetes e questionários.

Histórica: fatos relatados e interpretados imparcialmente.

Filosófica: questionamento de uma realidade.


Quando o pesquisador conta com informantes, o número não deve ser
inferior a trinta para que o resultado seja o mais fiel possível.

Quanto ao método adotado, ele pode ser indutivo (do particular para o
geral, dos fatos para a teoria) ou dedutivo (do geral para o particular,
da teoria para ao fatos).
w Passos para Elaboração de uma Monografia:
 Eleição do assunto;
 Tópicos abordados;
 Projeto de trabalho;
Eleição de uma bibliografia possível (leitura extensiva);
Coleta de dados e fichamento das leituras com a referência
completa;
 Revisão do sumário;
Revisão da bibliografia (leitura aproveitável);
 Redação provisória;
 Redação final.

Eleição do Assunto: é importantíssima a escolha do assunto. Essa seleção


se faz de acordo com as inclinações e possibilidades reais de cada aluno,
respeitando sua individualidade e preferências. Não será a atualidade
ou projeção do tema eleito o fator de sucesso no trabalho monográfico,
nem a sua simplicidade, mas a maneira segura e coerente de tratá-lo.

Tópicos Abordados: é muito importante que o assunto seja bem deli-


mitado, tendo em vista ser a monografia um estudo exaustivo de um só
aspecto do tema.
68/004G Redação
Técnica

Título: deve ser bem específico e correspon- Revisão do Sumário: face à flexibilidade do
der inteiramente ao conteúdo do trabalho. roteiro preestabelecido, o sumário pode ser
Títulos gerais não nos dizem nada e são alterado, aumentado ou reduzido em alguns
pretensiosos, já que o autor não conse- tópicos. Isso se explica, porque, à medida
guirá se aprofundar sobre assuntos muito que o estudioso vai se aprofundando, muitas
abrangentes. vezes vislumbra uma nova linha de trabalho.
Revisão da Bibliografia (Leitura Aprovei-
Projeto de Trabalho: toda monografia, antes
tável): identificado com o assunto, o autor
de elaborada, deve ser esquematizada por
do trabalho monográfico deve fazer uma tri-
meio de projeto de pesquisa que indique as
agem na bibliografia, reservando-se o direito
etapas hierarquizadas do desenvolvimento.
de excluir ou acrescentar o que for neces-
Ressalvando a flexibilidade que deve exis-
sário. Uma observação importante a fazer
tir no corpo da monografia, esse esquema
aqui é que somente a leitura aproveitável (e
poderá ser alterado à medida que o trabalho
citada no corpo de trabalho) deve constar
se desenvolva:
na bibliografia final. A leitura extensiva não
deve ser referenciada.
 Título geral
 Justificativa Redação Provisória: a redação, em caráter
 Delimitação do problema provisório, se faz necessária uma vez que o
trabalho, muitas vezes, pode ser alterado por
 Tipo de pesquisa
sugestão do professor/orientador.
 Objetivos
- Objetivos gerais Redação Final: a redação final pressupõe
- Objetivos específicos um estilo claro, objetivo, conciso, livre de
 Método hermetismos e excessos verbais. Às vezes, as
- Fonte repetições e as figuras de um assunto podem
- Instrumento anular o valor de um trabalho científico:
- Procedimentos metodológicos nunca é demais alertar que o que aparece em
- Organização dos resultados um capítulo não deve aparecer em outro, a
 Cronograma não ser sob novo enfoque.
 Custos w Estrutura do Trabalho Monográfico:
 Referências bibliográficas
 Capa
 Folha de rosto
Eleição de Bibliografia Possível (Leitura Ex­  Prefácio
tensiva): em complementação à bibliografia
 Sumário
propriamente dita, uma série de informações,
documentos, dados, artigos, textos serão
 Lista de abreviaturas, sinais conven-
cionados, ilustrações, tabelas (se uti-
cuidadosamente coletados e reunidos para
lizadas no corpo do trabalho)
um posterior critério seletivo.
 Introdução
Coleta de Dados e Fichamento das Leituras  Desenvolvimento
com a Referência Completa: realizada a coleta  Conclusão
de dados e seleção da bibliografia, todas as
 Referências Bibliográficas
informações e material obtidos devem ser
cuidadosamente examinados e fichados.  Anexos
Como parte integrante desse fichamento,
as referências completas devem constar nas Capa: deve conter nome do autor, título do
fichas, para facilitar o trabalho e situar o trabalho, unidade de ensino e ano.
estudioso.
Redação
Técnica 004G/69
Folha de rosto: deve repetir os dados existentes na capa.

Prefácio: nele colocam-se os dados que não são científicos, como agra-
decimentos, justificativa da escolha do trabalho etc. O prefácio não deve
ultrapassar uma página.

Sumário: traz os títulos dos capítulos, subtítulos e seções. Observe


o modelo a seguir, que é uma parte de sumário:

Sumário
I. COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO

1. CIÊNCIA DA COMUNICAÇÃO ......................................... 23


1.1 Justificativa.................................................................... 23
1.2 O que é comunicação? ................................................... 23
1.3 Processo da comunicação ............................................. 23
1.4 Elementos essenciais ..................................................... 24
1.4.1 Fonte .................................................................... 24
1.4.2 Emissor ................................................................ 24
1.4.3 Mensagem ............................................................ 24
1.4.4 Receptor ............................................................... 24
1.4.5 Canal .................................................................... 25
1.4.6 Código .................................................................. 25
1.5 Ruído - Entropia - Redundância ................................. 26
1.6 Importância da comunicação ....................................... 27
1.7 A comunicação na publicidade .................................... 27

Listas (de abreviaturas, sinais convencionados, ilustrações, tabelas):


quando tais recursos forem utilizados, será necessária uma lista, que
deve aparecer antes da introdução.
Introdução: deve ser concisa e mostrar as diretrizes do trabalho (ob-
jetivos, metodologia). Na introdução, o autor propõe a problemática e
as hipóteses, fazendo também uma pequena síntese do trabalho a ser
desenvolvido. A introdução deve ser breve. Caso haja necessidade de
estendê-la, faça através de um capítulo introdutório.
Desenvolvimento: é o corpo do trabalho propriamente dito. Nele, o
autor prova sua argumentação de maneira direta (demonstrando como
verdadeiras suas hipóteses) ou de maneira indireta (comprovando como
falsas as opiniões contrárias).
Conclusão: é a síntese do trabalho mo- Atenção
nográfico. Assim, ela deve estar contida A redação da introdução deve ser
no desenvolvimento do corpo do traba- confrontada com a da conclusão
lho e não pode contrariar a introdução. para evitar incompatibilidade de
É por isso que é aconselhável fazer a raciocínio.
introdução junto com a conclusão, no
final do trabalho.
70/004G Redação
Técnica

Referências Bibliográficas: além de ser refe- A redação empresarial não visa apenas
renciada cientificamente, deve corresponder atender aos objetivos comerciais de uma
aos autores citados no corpo do trabalho. empresa, mas deve tornar-se um instru-
Assim, não podem aparecer livros que, mento poderoso nas suas relações públicas.
apesar de lidos, não foram aproveitados na Cabe a ela projetar externamente a imagem
elaboração. Do mesmo modo que a bibliogra- empresarial, contribuindo para a formação
fia não pode deixar de fazer referência aos de um conceito favorável junto ao público a
livros que aparecem no corpo do trabalho. quem se dirige.
Anexos: sendo necessária a inserção de 3.3 Características Específicas
anexos, eles devem vir após as Referências
Bibliograficas. Ao contrário da redação oficial, a redação
empresarial dispõe de relativa liberdade
3. Redação Empresarial quanto ao texto e à estética. Dizemos re-
lativa porque ela também pode optar por
3.1 Conceito seguir padrões determinados, de re­conhecida
consagração e eficácia. Mais adiante, no item
Redação empresarial é todo e qualquer ato 5 desta lição, apresentaremos modelos de
de redigir dentro da empresa, destinando- documentos empresariais, logo em seguida
se a documentar situações das empresas aos modelos de documentos oficiais.
privadas, a estabelecer relações entre elas
e pessoas e a promover sua imagem. Trata 4. Documentos Empresariais
das transações comerciais e industriais no
seu âmbito geral, passando pela publicida- Há uma grande variedade de documentos
de, propaganda, relações públicas, relações empresariais, nós optamos por selecionar
humanas etc. os mais importantes para que você possa
estudá-los com detalhes.
3.2 Aspectos Gerais
4.1 Ata
A redação empresarial é bem mais flexível
nas suas formas e estruturas que a redação
Há uma ligeira confusão entre os autores
oficial. Ao redigir um texto na empresa, você
sobre como classificar a ata, se documento
não é obrigado a seguir fielmente nenhum
oficial ou documento empresarial. Decidi-
modelo estipulado, a não ser aquelas reco-
mos situá-la dentro da redação empresarial,
mendações sobre eficácia redacional, estilo
porque na bibliografia consultada não se fala
e estética, que o ajuda a confeccionar um
em ata nas comunicações oficiais (nos órgãos
documento de qualidade.
públicos). Tomando como base a ideia de que
uma ata é um documento de valor jurídico,
Segundo Teobaldo de Andrade, em seu livro
entendemos a confusão gerada em torno da
“Para entender relações públicas”, muito
sua classificação.
embora qualquer forma de correspondência
possa ser redigida com cuidado e ser refeita,
A ata é um documento cuja finalidade é
ela não possui a flexibilidade de uma conver-
registrar o que se passou numa reunião, as-
sação pessoal ou telefônica, principalmente
sembleia ou convenção. A convocação para
se lembrarmos que muita gente não escreve
tal evento pode vir a ser divulgada por órgão
tão bem quanto fala. A correspondência bem
da imprensa oficial do Estado e em jornais
escrita exige esforço e sério treinamento, e
de grande circulação. Normalmente, a ata
pouca gente está disposta a aprender essa
difícil arte.
Redação
Técnica 004G/71
só é válida se for assinada por todos os par- padronizado, com o preenchimento de
ticipantes da reunião (conforme estatuto da formulário próprio.
empresa), mas em alguns casos bastam as
assinaturas do secretário e do presidente. Basicamente, uma ata é constituída por:
Para a confecção de uma ata (chama-se a) Título: número de ordem da ata e identi-
“lavratura”), é preciso observar os seguintes ficação da reunião.
pontos:
• Registra-se a ata em livro próprio, de b) Texto: abertura - dia, mês, ano e hora da
acordo com a lei. Na primeira página do reunião (por extenso); local da reunião;
livro deve constar o Termo de Abertura, relação e identificação das pessoas pre-
autorizado por órgão competente, e ao sentes; declaração do presidente e secre-
final faz-se o Termo de Encerramento, tário; ordem do dia.
datado e assinado por pessoa autorizada.
A ata pode também ser feita em folhas c) Fecho: encerramento - é quase sempre
soltas, tamanho ofício, para publicação padronizado:
no Diário Oficial do Estado;
“Nada mais havendo a tratar, o presidente
• Deve ser redigida sem espaços, de modo declarou encerrada a reunião, da qual eu ....
a evitar introdução de modificações lavrei a presente ata, que depois de lida e
(fraudes); aprovada vai assinada pelo ......, e por todos
os presentes.”
• O texto deve ser conciso e claro;
• Devem-se evitar rasuras, emendas ou en-
Outro exemplo para fechamento de ata:
trelinhas no texto;
• A redação deve produzir um texto com- “Nada mais havendo a tratar, foi a sessão
pacto, evitando-se entrada de parágra- suspensa pelo tempo necessário à lavratu-
fos. Se forem utilizados, os parágrafos ra desta ata, no livro próprio e, reaberta a
devem ser numerados; sessão, foi a mesma lida e aprovada, e vai ser
assinada pelos acionistas presentes. Dela se
• As retificações, se houverem, serão feitas extraem 6 (seis) cópias para fins legais.”
em ata seguinte;
• No momento da redação, quando ma- Veja o modelo de uma pequena ata no final
nuscrita, constatado um erro, usa-se a desta lição.
expressão corretiva “digo”. Se a incorre-
ção foi notada após a redação de toda a 4.2 Carta
ata, recorre-se à expressão “em tempo”,
que é colocada no final, seguida do texto É o documento empresarial que serve não
emendado. somente ao relacionamento empresarial, mas
também para projetar a imagem da empresa.
Exemplo: Além do conteúdo, sua boa apresentação é
Em tempo: na linha onde se lê “17h30”, fundamental (redação, estética, papel) para
leia-se “18h30”; causar no primeiro contato uma impressão
de ordem, competência, organização.
• Os números são escritos por extenso; A estrutura da carta compõe-se de:
• Quando a ata se refere a procedimentos
 Timbre e endereço
rotineiros, pode-se utilizar um formato
 Número de Ordem ou de Controle
72/004G Redação
Técnica

 Data retirados de um cadastro e utilizados para


 Destinatário propaganda, principalmente.
 Vocativo ou invocação
 Assunto ou Referência Uma circular informando mudança de
número de telefone está disponível no final
 Corpo da Carta
desta lição.
 Despedida ou Fecho
 Assinatura do Responsável 4.4 Comunicação Interna (CI)
 Iniciais
 Cópias Como já foi dito quando estudamos o me-
 Anexos morando, em algumas empresas este docu-
mento é uma comunicação interna (CI). Em
outras, porém, os dois tipos de documento
Saiba Mais são utilizados distintamente: no memoran-
do, a forma e a estrutura são mais parecidas
Os itens: Número de Ordem ou de Controle,
com as da carta; a CI é uma comunicação
Assunto ou Referência, Cópias e Anexos não são
rápida e informal, na maior parte das vezes
obrigatórios, mas os demais devem constar em sua
servindo para encaminhar outros documen-
carta. Imagine alguém receber uma correspondência
tos. Algumas empresas somente adotam a CI
sem data, ou sem destinatário, ou ainda sem
que, por sua vez, toma a forma e a estrutura
assinatura.
de uma carta. Veja no final desta lição um
modelo de CI utilizando um impresso simples
e prático.
4.3 Circular
4.5 E-Mail
É a correspondência adequada para tratar de
assunto de interesse geral e, por isso mesmo, O e-mail é, atualmente, a maneira mais
é dirigida a vários destinatários ao mesmo fácil e rápida de se comunicar. A própria
tempo. A circular pode ser interna ou externa empresa configura o e-mail de seus fun-
e é utilizada para: cionários, que deve seguir um padrão de
fundo, cabeçalho e assinatura.
 lançamento de produtos;
 mudança de endereço ou telefone; O item 6 da lição 6 explana de maneira
 aumento de preços; bastante clara as vantagens e as regras do
 abertura/fechamento de agências ou seu uso.
filiais;
 decisões da direção para conhecimento 4.6 Recibo
de todos;
É o documento em que se declara ou se con-
 etc. fessa o recebimento de alguma coisa. Normal-
A circular deve ser redigida de maneira tal mente faz parte da escrita particular, mas, em
que o destinatário sinta que foi escrita para empresas de pequeno porte, o recibo integra a
ele. Deve ser assinada uma por uma e o nome documentação corriqueira, havendo necessi-
do destinatário, se individualizada, deve dade de ser redigido toda vez que transações
constar do seu endereçamento. isoladas são feitas com firmas prestadoras de
serviços ou com pessoas físicas.
Um bom exemplo de circular são as cartas Para redigir um recibo não é necessário ob-
que recebemos utilizando os recursos de servar regras muito rígidas. Observe o recibo
mala direta, quando nossos endereços são ilustrado no final desta lição.
Redação
Técnica 004G/73
4.7 Contrato

Contrato é um acordo entre duas ou mais pessoas (físicas ou jurídicas)


para estabelecer, modificar ou anular uma relação de direito. O assunto
pode ser o mais variado possível: compra, venda, prestação de serviços
etc. Um contrato de maior seriedade e com implicações jurídicas deve
ser feito por um advogado.

Modelo de Contrato Simples

Por este instrumento particular, Paulo Sousa, brasileiro, casado, co-


merciário, residente e domiciliado na rua X, 12 - ap.1, nesta Capital, e João
de Alencar, brasileiro, solteiro, pintor, residente e domiciliado na rua Y, (modelo apud Dileta
23, também nesta Capital, contratam a pintura da residência do primeiro Silveira Martins e Lúbia
contratante, conforme orçamento e condições apresentadas. Scliar Zilberknop,
Português Instrumental,
O preço total combinado (incluído o material) é R$ 10.000,00 (dez mil p. 151)
reais), pagos proporcionalmente à execução do serviço.
O prazo máximo previsto para a entrega da referida pintura é dia 30
de novembro de XXXX.

Porto Alegre, 01 de outubro de XXXX.

Paulo Sousa João de Alencar

Assinatura das testemunhas:

Modelo de Contrato Social

Fulano de Tal, brasileiro, casado, ator, residente e domiciliado nesta


Capital, na Rua ........................... nº ........, inscrito no CPF sob nº............ e
Fulana de Tal, brasileira, solteira, maior, atriz, residente e domiciliada nesta
Capital, na Rua ............................ nº ........, inscrita no CPF sob nº ...................,
resolvem, pela melhor forma de direito, e através do presente instrumento
de contrato social, constituir uma sociedade civil sob as cláusulas que se
seguem:
-I-
O tipo jurídico da sociedade é o de cotas de responsabilidade limitada,
responsabilizando cada sócio até o valor total do capital.

- II -
O objetivo da sociedade é a produção e apresentação de peças tea-
trais, inclusive organizar, reorganizar, executar quaisquer serviços afins da
sociedade.

- III -
A sociedade terá sua sede nessa Capital, na Rua .................................
................................ nº..............
74/004G Redação
Técnica

- IV -
A sociedade girará sob a denominação social do OÁSIS – Produções
Artísticas.

-V-
A administração e uso da denominação social será exercida por ambos
os sócios, inclusive a documentação relacionada com movimentação bancá-
ria, contratos com terceiros, procurações, vendas ou aquisição de imóveis.
Também serão necessárias assinaturas conjuntas dos sócios.

- VI -
O capital social é de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) divididos
em cem cotas de R$ 10.000,00 (dez mil reais) cada uma, totalmente integra-
lizado neste ato em moeda corrente nacional e tendo sua distribuição na
forma que abaixo se discrimina:

Sócio Cota Valor


Fulano de Tal.................... 50 cotas............ R$ 500.000,00
Fulana de Tal.................... 50 cotas............ R$ 500.000,00

- VII -
A sociedade é por prazo indeterminado, sendo seu início de ativi-
dade contado da data de assinatura do presente contrato.

- VIII -
O balanço geral obrigatório será levantado anualmente a 30 de junho,
e os resultados serão divididos proporcionalmente à participação no capital
de cada sócio, tendo a destinação que for dada aos mesmos.

- IX -
O pró-labore por efetivo exercício de atividade será estabelecido em
comum acordo pelos sócios.

-X-
Nenhum sócio poderá alienar suas cotas sem permissão escrita do
outro, que exercerá sobre terceiros o direito de preferência na aquisição,
proporcionalmente à participação de cada um no capital social.

- XI -
O cotista que desejar retirar-se da sociedade deverá apresentar aviso
prévio, por escrito, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, e, nesse
ínterim, serão levantados o inventário e o balanço geral, para apuração dos
haveres ou obrigações que lhe tocarem proporcionalmente, devendo, em
qualquer caso, proceder-se à liquidação dos débitos ou créditos em 12 (doze)
prestações mensais, iguais e sucessivas contadas da data de assinatura do
distrato ou alteração social.

- XII -
A sociedade se dissolverá nos casos legalmente previstos.

- XIII -
E, por acharem plenamente de acordo com o que acima consensual-
mente estabelecem, assinam, na presença de duas testemunhas, o presente
instrumento de contrato social, emitido em 4 (quatro) vias de igual teor e
forma.
Redação
Técnica 004G/75
Porto Alegre, 30 de agosto de XXXX.

Fulano de Tal
Fulana de Tal

TESTEMUNHAS:
(assinatura)
(assinatura)

(modelo apud Dileta Silveira Martins e Lúbia Scliar Zilberknop, Português


Instrumental, p. 153)

Modelo de Termo de Rescisão de Contrato de Direitos Autorais

EDITORA LETRABELA LTDA., firma jurídica desta Capital, aqui


representada por seus sócios, Fulano de Tal e Beltrano de Tal, brasileiros,
casados, residentes e domiciliados em Porto Alegre, respectivamente na Rua
A, 5 e na Rua B, 3, juntamente com Sicrano de Tal, brasileiro, viúvo, resi-
dente e domiciliado em Novo Hamburgo, na Rua X, 7, acordam o seguinte
para todos os efeitos de DIREITO:

A rescisão amigável do contrato de direitos autorais, assinado entre
as partes, em 30 de setembro de XXXX, em todas as cláusulas e condições,
não gerando, absolutamente, a partir de agora, nenhum direito ou obriga-
ção sobre os mesmos, com a total liberação de todo e qualquer vínculo. O
contrato que se rescinde versava sobre a edição do livro VIVER MELHOR,
da autoria do segundo contratante.

E por estarem assim justos e acertados, assinam o presente documento


em 3 (três) vias de igual teor e forma, na presença das testemunhas.

Porto Alegre, 15 de janeiro de XXXX.

Assinaturas

(modelo apud Dileta Silveira Martins e Lúbia Scliar Zilberknop, Português


Instrumental, p. 153)

4.8 Informação
Informação é um esclarecimento prestado por determinado servidor,
no exercício de sua função, a respeito de situações reais ou dispositivos
legais contidos em um processo. As informações devem ser apresenta-
das em itens numerados (algarismos arábicos), desdobrados em alíneas
(letras). Se for necessário, pode-se desdobrá-las em capítulos numerados
(algarismos romanos).

Após a conclusão e antes da data, pode ser empregada a expressão “À


consideração de Vossa Senhoria” ou outra similar.
76/004G Redação
Técnica

4.8.1 Características

A informação é elaborada, respondendo à uma solicitação, e deve conter:

ementa (resumo do assunto)

introdução
contexto esclarecimentos
conclusão

denominação do órgão ou sua abreviatura


data
fecho
assinatura
nome do servidor, cargo ou função

Modelo

Fls. ....
Carimbo
Rubrica

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA


1ª DIRETORIA DE ENSINO

Processo: 38765/XX
REQUERENTE: Fulano de Tal
Assunto: solicitação de retificação de tempo de serviço

INFORMAÇÃO Nº ......

Considerando que esta D. E. tomou as providências necessárias


a fim de que seja retificado o tempo de serviço do Professor Fulano
de Tal, encaminhamos o processo à 2ª Área Educacional, para fineza
de dar conhecimento à mesma, colhendo seu ciente e assinatura.

À 2ª Área Educacional

Porto Alegre, 16/09/XXXX.

Fulana de Tal
(modelo apud Dileta INFORMANTE
Silveira Martins e Lúbia
Scliar Zilberknop,
Português Instrumental, De acordo:
p. 167) EQUIPE DE PESSOAL (Cópia autêntica)
Redação
Técnica 004G/77
4.9 Ordem de Serviço

Ordem de serviço é o ato através do qual são expedidas determinações


a serem executadas por órgãos subordinados ou por servidores desses
órgãos. É uma correspondência oficial interna ou interdepartamental,
com numeração própria e apresentando, algumas vezes, características
de circular, quando é expedida a diversos departamentos situados em
locais diferentes.

Modelo

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL


SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA
SUPERVISÃO DE APOIO ADMINISTRATIVO

ORDEM DE SERVIÇO No 5/75/SUA

O SUPERVISOR ADMINISTRATIVO, no uso de suas atribuições,


Considerando o fiel cumprimento da Lei nº 1860, de 4 de outu-
bro de 1952, que regula os prazos e o andamento dos expedientes
administrativos.
Considerando que, para apreciação de qualquer tipo de requerimen-
to ou petição, deve o mesmo estar acompanhado de todos os dados
imprescindíveis a sua análise.
Considerando que, em número substancial, há necessidade de se co-
municar com o signatário da petição inicial, não só em seu interesse,
como no da Administração.

DETERMINA:

1o - Todos os órgãos desta Secretaria, antes de darem andamento a


qualquer expediente, deverão verificar se nele constam os elementos
informativos e se a documentação exigida para a sua apreciação foi
devidamente anexada.
2o - Obrigatoriamente deverá ser anotado, em todos os formulá-
rios, modelos, requerimentos, petições, solicitações, o endereço do
peticionário.

Porto Alegre, 8 de outubro de XXXX.

Fulano de Tal
SUPERVISOR ADMINISTRATIVO

(Cópia autêntica)

(modelo apud Dileta Silveira Martins e Lúcia Scliar Zilberknop,


Português Instrumental, p. 183)
78/004G Redação
Técnica

4.10 Procuração

Juridicamente, procuração significa “instrumento de mandato”; ou seja,


é um documento através do qual um indivíduo (mandante, constituinte
ou outorgante) confere a outra pessoa (mandatário, procurador ou ou-
torgado) poderes para praticar atos em seu nome e por sua conta.

Saiba Mais
“A procuração pode ser pública, se lavrada em cartório, ou particular, se passada de próprio
punho pela pessoa que dá. Quem passa a procuração é mandante, constituinte ou outorgante;
e quem recebe o mandato é mandatário, procurador ou outorgado. A procuração particular deve
ter a firma do outorgante reconhecida.”

(Apud Odacyr Beltrão, Correspondência)

4.10.1 Estrutura
a) Título: Procuração.
b) Qualificação: nome, nacionalidade, estado civil, profissão, CPF e
residência do outorgante (constituinte ou mandante) e também do
outorgado (procurador ou mandatário).
c) Finalidade e poderes: parte em que o outorgante declara a finalidade
da procuração, bem como autoriza o outorgado a praticar os atos
para os quais é nomeado.
d) Local e data.
e) Assinatura do outorgante.
f) Assinatura das testemunhas, se houver. Essas assinaturas costumam
ficar abaixo da assinatura do outorgante, à esquerda.

Modelo

PROCURAÇÃO

Pelo presente instrumento particular de procuração, João Pedro


Tavares, brasileiro, casado, professor, residente na Rua Flor, 88, São
Paulo, SP, portador da Cédula de Identidade nº 3.887.802-5, expedida
em 29/4/1958, pela SSP, e do CPF nº 053.560.288-66, nomeia e cons-
titui seu bastante procurador o Sr. Joaquim José Souza Rocha, resi-
dente em São Paulo, SP, Rua Céu, 1362, ap. 42, portador da Cédula de
Identidade nº 4.876.987, expedida em 15/6/1960, pela SSP, e do CPF
nº 011.322.222-24, para, em seu nome, efetuar as transações ligadas à
venda de um imóvel, localizado na Rua dos Trilhos, 33, Vila dos Ope-
Redação
Técnica 004G/79
rários, nesta capital, podendo o outorgado assinar todos os atos que se
tornarem necessários ao bom e fiel cumprimento do presente mandato.

São Paulo, 3 de março de XXXX.



(assinatura)

João Pedro Tavares

5. Exemplos de Documentos
Oficiais e Empresariais
Tudo o que foi dito a respeito da redação oficial e da redação empresarial
ficará mais claro com a visualização dos documentos em seus modelos
prontos. Apresentando estes exemplos, procuramos não só reforçar as
orientações sobre o conteúdo e estética deles, mas também tirar possíveis
dúvidas que ainda restam.

Nem todos os documentos mencionados no decorrer desta lição estão


exemplificados aqui. Para aqueles que não constam deste trabalho,
recorra às Referências Bibliograficas apresentada, não só para conhecer
esses documentos, mas também para aprofundar os assuntos que neste
módulo não puderam ser exaustivamente estudados.

Algumas recomendações úteis quanto ao envelope a ser usado para a


remessa de correspondência:

SELO

Estrela Indústria e Comércio S.A.


At. Sr. Flávio Rodrigues
Rua dos Tibiriçás, 95 - Alto da Penha
São Paulo - SP

0 1 3 2 4 0 0 0

RPC

1. O envelope acima (tam. 23 x 11,4 cm) é o mais adequado para remes-


sas de correspondências de até duas folhas. Dobre as folhas apenas
duas vezes, evitando deixar o destinatário na parte interna das
dobras. A carta dobrada deve ser colocada no envelope com a frente
voltada para o verso (do envelope).
80/004G Redação
Técnica

2. Coloque no verso do envelope o endereço completo do remetente.

3. Se a sua empresa tem papel timbrado para cartas, use igualmente


envelopes timbrados.

4. Os envelopes com tarja verde e amarela são próprios para remessas


de cartas para o exterior.

5. Há vários tamanhos de envelopes pardos para correspondências com


volume maior. Para endereçar, se possível, use etiquetas adesivas.

ESTRELA INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A.


Indústria e Comércio de Peças Automotivas

Para: Engo Flávio Porfírio, DPV No: 153/XX

De: Manoel Sampaio, DPT Data: XX-XX-XX

Assunto: Novos modelos de produtos.

Estão em processo de conclusão dois novos modelos de liquidifica-


dor. Planejamos marcar uma reunião com todo o nosso pessoal para
detalhamento das funções de operação e das vantagens destes lança-
mentos. Peço sugerir datas prováveis.

Atenciosamente,

(a) Manoel Sampaio


Redação
Técnica 004G/81

ESTRELA INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A.


Indústria e Comércio de Peças Automotivas

FAX

Nº: 255/XX Data: XX/XX/XX

Para: José Ronaldo De: Mário Rodrigues


Empresa: Benfica Peças Automotivas Ltda. Fax: (011) 6592-8800
Fax: (0XX) XXXX-XXXX

Nº de páginas, incluindo esta: 01

Assunto: Cadastro.

Estamos procedendo a reorganização de nosso cadastro de revendedores.

Para cadastrar sua empresa em nosso quadro de revendedores, basta que nos
enviem, o mais breve possível, a documentação necessária já solicitada por
meio de contato telefônico.

Estamos à disposição para as informações necessárias. Falar com Neiva


Souza, na seção de Cadastros.

Atenciosamente,

Fabiana Moreira
(a) Fabiana Moreira
Secretária do Departamento de Vendas

Rua dos Tibiriçás, 95 - Alto da Penha Tel.: (011) XXXX-XXXX


01324-000 - São Paulo, SP Fax: (011) XXXX-XXXX
e-mail: estrela@update.com.br
82/004G Redação
Técnica

ESTRELA INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A.


Indústria e Comércio de Peças Automotivas

ATESTADO

Atesto, para fins de prova junto ao Setor de Financiamento do


Banco Boaventura, que o Sr. Juscelino de Almeida Santos, ocupante
do cargo de auxiliar de produção, é funcionário desta empresa desde
12 de fevereiro de XXXX, com salário bruto de R$ 1650,00 (um mil,
seiscentos e cinquenta reais) mensais.

Campinas, XX de XXXX de XXXX.

José Pedro Gomes


Chefe do Departamento de Pessoal

Rua dos Tibiriçás, 95 - Alto da Penha Tel.: (011) XXXX-XXXX


01324-000 - São Paulo, SP Fax: (011) XXXX-XXXX
e-mail: estrela@update.com.br

Observações:
1. Como o papel é timbrado, basta apenas referir-se ao setor em que o
funcionário trabalha.
2. O texto poderia ser escrito de outra forma: José Pedro Gomes, chefe do
Departamento de Pessoal, atesta que o Sr...... No final só a assinatura
da pessoa.
3. O conteúdo do texto pode variar; se conveniente, pode-se acrescentar
outros dados do atestante.
Redação
Técnica 004G/83

ESTRELA INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A.


Indústria e Comércio de Peças Automotivas

DECLARAÇÃO

Declaro, para os devidos fins, que deixou de ser funcionário


desta empresa, na função de operador de máquinas, o Sr. João Batista
Mamede, brasileiro, solteiro, RG nº 20.999.000, emitida pela SSP/SP, e
Carteira Profissional nº 95.882, emitida em 12-02-81, filho de José Carlos
Mamede e Rosalina Fernandes Cardoso Mamede, residente na Rua Re-
nato Russo, 98, não nos responsabilizando, assim, por atividades que o
referido senhor venha a exercer em nome da Estrela Indústria e Comércio
de Peças Automotivas S.A., a partir desta data.

São Paulo, XX de XXXX de XXXX.

José Pedro Gomes,


Chefe do Departamento de Pessoal.

JPG/mat

Rua dos Tibiriçás, 95 - Alto da Penha Tel.: (011) XXXX-XXXX


01324-000 - São Paulo, SP Fax: (011) XXXX-XXXX
e-mail: estrela@update.com.br
84/004G Redação
Técnica

Ilmo. Sr. Diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade


Antônio Gama

Cláudio Fernando Camargo, brasileiro, casado, vendedor


autônomo, residente na Rua das Palmeiras, 820, nesta cidade, vem res-
peitosamente requerer de V.Sa. a autorização para sua matrícula no Curso
de Economia para o ano letivo de XXXX.

Anexa, documentação exigida para a matrícula.

Nestes termos,
pede deferimento.

Claudio Fernando Camargo


São Bernardo do Campo, XX de XXXX de XXXX.

Observações:
1. Como foi digitado, não é possível observar com rigor a entrada de
parágrafos e o espaçamento entre linhas. O importante é dar uma
estética semelhante.
2. Deve-se prestar atenção às expressões residente e domiciliado. Resi-
dência é onde a pessoa mora (rua, nº); domicílio é centro ou sede de
suas atividades.
Redação
Técnica 004G/85

Exercícios Propostos
1 - É o documento empresarial mais conhecido e um dos mais usados, que serve não somente ao
relacionamento empresarial, mas também para projetar a imagem da empresa:
( ) a) Ata.
( ) b) Circular.
( ) c) Contrato.
( ) d) Carta.
( ) e) Comunicação Interna.

2 - Como você redigiria o vocativo para um ofício ao governador do Estado segundo as regras
do padrão ofício?
( ) a) Sr. Governador.
( ) b) Exmo. Governador.
( ) c) Exmo. Sr. Governador.
( ) d) Ilmo. Governador.
( ) e) Ilmo. Sr. Governador.

3 - São três os tipos de documentos empresariais:


( ) a) Carta, Comunicação Interna e Ata.
( ) b) Ata, E-mail e Monografia.
( ) c) Monografia, E-mail e Comunicação Interna.
( ) d) Carta Pessoal, Monografia e Ata.
( ) e) Recibo, Contrato e Monografia.
86/004G Redação
Técnica

4 - Redija uma circular comunicando aos revendedores o aumento de 10% no preço dos produtos
fabricados por sua empresa.

Para redigir esta circular, será necessário obedecer aos parâmetros propostos no exer-
cício, seguindo o modelo mostrado na lição. Veja que existem várias possibilidades de
redação do corpo da circular. O importante é elaborar um texto preciso e apresentar, com
clareza, os motivos da empresa para a divulgação desse comunicado.
Redação
Técnica 004G/87
5 - Escreva uma comunicação interna (ou memorando, se preferir) para o Chefe do Almoxari-
fado, solicitando o fornecimento de cinco pacotes de papel para copiadora (desenhe do seu
jeito um formulário que você considere prático).

Neste exercício, você também deve seguir o modelo apresentado na lição para elaborar
a comunicação interna ou memorando, que levam em conta as informações definidas na
proposta.
Redação
Técnica 004G/89
lição 4

Gramática Aplicada
Uma das funções da Gramática é preocupar-se com o estudo científico
dos mecanismos de funcionamento de uma determinada língua, sem
Definição:
“Gramática é a descri-
discriminar formas corretas e incorretas do emprego do idioma: é a ção do sistema de uma
chamada Gramática Descritiva. Há ainda a nossa velha conhecida língua, ou descrição da
Gramática Normativa, que se encarrega de fixar normas para o uso língua como sistema
da língua, estabelecendo os conceitos de certo e errado. Várias são as de meios de expressão.
Como esse sistema é trí-
procedências dos critérios de correção gramatical: a partir do uso pelos
plice - fônico (de sons),
clássicos, resultantes de pesquisas sobre a história da língua, ou de mórfico (de formas), sin-
considerações lógicas que supostamente organizariam o funcionamento tático (de frases) - a gra-
do idioma. Assim, cria-se uma norma que é aceita e prestigiada e passa a mática, normalmente,
ser ensinada nas escolas, a norma culta. divide-se em fonologia,
morfologia e sintaxe.”
(Luís Agostinho Cadore,
Ao término desta lição, você será capaz de: Curso Prático de Portu-
guês, Ática, p. 11)
 Identificar as divisões de um livro de gramática;
 Aplicar as regras mais importantes de acentuação;
 Adotar corretamente as regras de uso da crase;
 Reconhecer a aplicação correta da colocação pronominal;
 Fazer a concordância correta dos verbos e nomes estudados;
 Aplicar as regras de transitividade verbal dos verbos estudados;
 Utilizar as formas apropriadas dos Pronomes de Tratamento;
 Empregar os numerais corretamente;
 Aplicar as regras de pontuação na produção textual.

1. Importância do Conhecimento Gramatical


É através do estudo da Gramática que se extrai as normas para escrever e
falar corretamente. A Gramática Normativa é a fonte para conhecimento
das regras para escrita e fala corretas, trata-se de uma disciplina didá-
tica por excelência, que tem por finalidade codificar o “uso idiomático”,
dele induzindo, por classificação e sistematização, as normas que, em
determinada época, representam o ideal da expressão escrita.
90/004G Redação
Técnica

2. Um Breve Resumo da
Gramática Normativa
Quando estudamos as ferramentas do redator (lição 1), falamos da impor-
tância de buscar nas gramáticas os pontos duvidosos para uma redação
de qualidade. Falamos ainda que é necessário conhecer bem as partes
em que se estrutura a gramática, para que a consulta seja facilitada.
A Nomenclatura Gramatical Brasileira, que define a gramática e suas
divisões, é apresentad a na Portaria nº 36, de 28/01/1951. No livro Re-
digir & Convencer, de Edméa Neiva e José Antônio Rosa (p. 53), há um
resumo dessa portaria. Veja o que ele contém:

Parte I
w Fonética: descritiva, histórica, sintática.
• Classificação dos fonemas: vogais e consoantes, semivogais.
• Encontros vocálicos: ditongos, tritongos, hiatos.
• Encontros consonantais: dígrafos.
• Sílaba.
• Tonicidade: acento, sílabas, a­cento tônico, rizotônico, arrizo-
tônico, or­toépia, prosódia.

Parte II
w Morfologia: trata das palavras.
a. quanto a sua estrutura e formação;
b. quanto as suas flexões e
c. quanto a sua classificação.
• Estrutura das palavras: raiz, radical, tema, afixo, desinência.
• Formação das palavras: derivação/composição, hibridismo.
• Flexão das palavras: variáveis, invariáveis.
• Classificação das palavras: substantivo, artigo, adjetivo,
numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção,
interjeição.

Parte III
w Sintaxe
• Divisão da sintaxe
- de concordância: nominal/verbal;
- de regência: nominal/verbal;
- de colocação.
• Análise sintática da oração
a. termos essenciais da oração (sujeito/predicado/predi­cativo/
pre­dicação verbal)
b. termos integrantes da oração (complemento nominal/com-
plemento verbal/agente da passiva)
Redação
Técnica 004G/91
c. termos acessórios da oração (adjunto adnominal/adjunto
adverbial/aposto)
d. vocativo
• Análise sintática do período
a. tipos de período (simples/com­posto)
b. composição (coordenação/subordinação)
c. classificação das orações etc.

Parte IV
w Apêndice
•Figuras de sintaxe
•Gramática histórica
•Ortografia
•Pontuação
•Significação das palavras
•Vícios de linguagem

3. Tópicos Importantes para Escrever Corretamente


Não é o propósito deste módulo de Redação Técnica apresentar um cur-
so de gramática completo, mesmo porque não haveria espaço para isso
(lembra-se da concisão e da objetividade?). O que se pretende é apresen-
tar aqueles pontos que normalmente geram dúvidas. Se deixarmos de
lado algum ponto que você considera importante, exercite, crie o hábito
de buscar informação: vá a sua gramática preferida! Nas Referências
Bibliográficas (no fim do módulo), você encontrará uma lista de todo
material utilizado neste trabalho.

3.1 Acentuação Gráfica

Acentuação é a maneira de proferir (pronunciar em voz alta e clara) um


vocábulo, quando destacamos dentre seus sons ou grupo de sons aquele
mais relevante. Esse relevo chama-se acento. No caso da Língua Portu-
guesa, diz-se que este é um acento de intensidade (de força, dinâmico), e
se manifesta no vocábulo considerado isoladamente (acento vocabular)
ou ligado na enunciação da frase (acento frásico).

Numa palavra, nem todas as sílabas são pronunciadas com a mesma


intensidade: há sempre uma que se sobressai às demais, sendo por isso
chamada de sílaba tônica. Escolha algumas palavras aleatoriamente:
uma, maligna, influência, ação. Pronunciando-as, você observa que em
cada uma delas a sílaba mais forte eleva-se acima das outras, as cha-
madas sílabas átonas.

Quanto à posição do acento tônico, os vocábulos de duas ou mais sílabas


podem ser:
92/004G Redação
Técnica

a) Oxítonos: a sílaba tônica é a última sílaba.


Exemplos: comercial, material.

b) Paroxítonos: a sílaba tônica é a penúltima sílaba.


Exemplos: generoso, carro.

c) Proparoxítonos: a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba.


Exemplos: efêmero, lâmpada.

Agora olhe atentamente para as seguintes palavras: ação, complacência,


influência, é, está, água, fácil, trás. O que elas têm em comum? São acen-
tuadas, você responderia. Este acento, que é um sinal gráfico, é colocado
na parte em que a palavra soa mais forte (sílaba tônica), ou seja, serve
para marcar o relevo dado a um elemento fonético dentro do vocábulo.

Os sinais gráficos usados para acentuar são: acentos agudo ( ´ ), grave ( ` ),


circunflexo ( ^ ) e til ( ~ ).

Vejamos a seguir as regras mais importantes para a acentuação das


palavras.

3.1.1 Monossílabos

• Tônicos: acentuam-se os terminados em a, e e o, seguidos ou não de s.


Exemplos: má - más; pé - pés; pó - pós.

• Átonos: nunca são acentuados.

3.1.2 Polissílabos

• Oxítonos: são acentuados se terminarem em a, e, o, seguidos


ou não de s.
Exemplos: Ceará, Guaporé, revés, jilós.

E os terminados em em, ens.


Exemplos: armazém, reféns.

• Paroxítonos: são acentuados se terminados em R, I, N, L,U, X


(o i e o u podem vir seguidos de s).
Exemplos: aljôfar (pedra preciosa), cáqui, cútis, hífen, fácil, bônus,
tórax.

Terminados em om - ons; um – uns.


Exemplos: rádom, íons; álbum, álbuns.
Redação
Técnica 004G/93
Terminados em ã - ãs; ão - ãos.
Exemplos: órfã, órfãs; acórdão, sótãos.

Terminados em ps.
Exemplo: bíceps.

• Ditongo oral: (seguido ou não de s).


Exemplos: área, sócios, tênue, desperdício, jóquei, pônei.

Exceção - Hiato
2a vogal do hiato (i, u tônico), não seguida de nh.

Exemplo: ra-i-nha; ta-i-nha.

• Proparoxítonos: todos são acentuados.


Exemplos: retórica, genética, exército, América.

3.1.3 Casos Especiais

• Levam acento agudo os ditongos abertos éi(s), éu(s) e ói(s),


quando tônicos nas palavras oxítonas e nos monossílabos
tônicos.
Exemplos: anéis, chapéu, céu, herói, constrói.

• Hiatos: o i e o u tônicos dos hiatos são acentuados quando for-


marem sílabas sozinhos ou quando vierem seguidos de s.
Exemplo: raízes, baú, egoísta.

3.1.4 Curiosidades

O til, que indica nasalização, vale como acento se não houver outro acento
na palavra.
Exemplos: afã, oração, corações, põem.

Se o til cai em uma sílaba que não é a tônica, acentua-se a sílaba que é.
Exemplos: órgão, bênção.

3.1.5 Formas Verbais

• Forma verbal com ênclise ou mesóclise: aplica-se a respectiva regra


a cada elemento independentemente.
Exemplos: amá-la-ás, vendê-los-emos, pô-lo-emos.
94/004G Redação
Técnica

• Verbos ter e vir - presente do indi­cativos.


Exemplos: ele tem - eles têm; ele vem - eles vêm.

• Verbos derivados.
Exemplos: ele retém - eles retêm; ele intervém - eles intervêm.

• Verbos crer, dar, ler e ver (e seus derivados).


Exemplos:
Singular: crê dê lê vê
Plural: creem deem leem veem

3.1.6 Acentos Diferenciais

As palavras seguintes continuam sendo acentuadas (acento diferencial),


porque elas têm suas homógrafas átonas correspondentes:
• Pôde (pret. perf. do verbo poder)  pa­­­ra diferenciar de pode (terc. pes.
sing. pres. indicativo)
• Ás (substantivo)  para diferenciar de as (preposição)
• Pôr (verbo)  para diferenciar de por (preposição)
• Porquê (substantivo)  para diferenciar de porque (conjunção)
• Quê (subst., interj., pronome em)  pa­ra diferenciar de que (pronome,
advérbio, conjunção ou final de frase) partícula ex­pletiva)

3.2 Algumas Palavras de Grafia Duvidosa


Esta não pretende ser uma lista final. À medida que necessitar, você
pode ir acrescentando novas palavras, sem esquecer de colocar na frente
delas o seu significado.

Palavra/significado Diferente de:


Acender (pôr fogo) Ascender (subir)
Afim (afinidade, semelhança) A fim de (finalidade)
Apreçar (perguntar o preço de) Apressar (tornar rápido)
À medida que à medida em que
Censo (recenseamento) Senso (juízo)
Cheque (ordem de pagamento) Xeque (chefe árabe, lance de xadrez,
perigo)
Comprido (longo) Cumprido (executado)
Conserto (ato de reparar, remendar) Concerto (musical)
Caçar (perseguir animais) Cassar (tornar nulo, sem efeito)
Coser (costurar) Cozer (cozinhar)
Deferimento (aprovação) Diferimento (adiamento)
Redação
Técnica 004G/95
Palavra / significado Diferente de:
Delatar (denunciar) Dilatar (retardar, aumentar o prazo)
Descrição (narração, enumeração) Discrição (sensatez, modéstia, reserva)
Descriminar (inocentar) Discriminar (distinguir, diferenciar indevi-
damente)
Emergir (ir à tona ) Imergir (mergulhar)
Espirar (soprar) Expirar (morrer)
Esterno (osso do peito) Externo (o que está fora)
Espectador (o que assiste) Expectador (o que espera)
Eminente (célebre, ilustre) Iminente (prestes a acontecer, próximo,
imediato)
Estadia (para navios e seres inanima- Estada (para pessoas)
dos)
Experto (aquele que tem experiência) Esperto (inteligente)
Expiar (pagar pena) Espiar (espreitar)
Fragrante (perfumado, aromático) Flagrante (na hora, manifesto, momento,
evidente)
Há (verbo haver, passado: Há cinco A (futuro: Estarei aí daqui a quatro horas)
anos que não o vejo)
Infringir (transgredir) Infligir (aplicar pena, castigo)
Imigrante (o que entra em um país) Emigrante (o que sai de um país para
outro)
Insipiente (ignorante) Incipiente (que está no começo, principi-
ante)
Mau/bom: adjetivos. Exemplo: Você Mal/bem: advérbios. Exemplo: Não faça
é mau mal ao menino
Mandado (ato de mandar, ordem Mandato (autorização que se concede a
escrita que emana da autoridade) outrem; delegação)
Paço (palácio episcopal ou real, sede Passo (marcha, ato de andar)
de governo)
Prescrever (determinar) Proscrever (proibir)
Ratificar (confirmar) Retificar (corrigir)
Seção (departamento) Sessão (= reunião) Secção (= ato de cor-
tar) Cessão (= ato de ceder, doação)
Sortir (abastecer) Surtir (originar)
Subtendida (estendida por baixo) Subentendida (o que está na mente e não
foi expresso)
Sucinta (resumida) Suscitar (causar, provocar)
Tráfego (circulação de veículos) Tráfico (comércio ilícito)
Viagem (substantivo) A viagem foi Viajem (verbo) Que eles viajem mais”
maravilhosa.
96/004G Redação
Técnica

Você percebeu que nesta lista as palavras estão ao lado de outras um


tanto parecidas, mas cujo significado é totalmente diferente? É aqui que
se aplica o estudo da significação das palavras, que vimos na lição 1.
Mais precisamente, estas são palavras homônimas ou parônimas, cuja
utilização correta depende do conhecimento do seu significado.

3.3 Crase

A origem da palavra crase vem do grego, krasis, e quer dizer mistura,


fusão. Então, crase é a fusão ou sobreposição de duas vogais “a”, propor-
cionando uma pronúncia mais harmoniosa. Em nossa língua, assinalamos
a crase com o acento grave ( ` ). Em vez de dizermos “Vou a a escola”,
dizemos “Vou à escola”. Tecnicamente falando, crase é, especificamente:
A contração da preposição a com:
w o artigo definido a;
w e o pronome demonstrativo a;
w o a inicial dos pronomes aquele, aquela, aquilo;
w o a inicial dos pronomes relativo a qual.

Seguem as regras para seu uso:

1ª regra: verificar se é possível substituir o a em questão por para a(s),


pela(s), na(s) e da(s).
Exemplos:
Vou à cidade. Vou para a cidade.
Voltarei à tardinha. Voltarei pela tardinha.

2ª regra: substituir o nome feminino por um masculino correlato. Se


aparecer ao (preposição a + artigo o), então ocorre a + a diante da
palavra feminina, ocorrendo a cra­se.
Exemplos:
Referiu-se à instrutora. Referiu-se ao instrutor.
Voltei à terra natal. Voltei ao país natal.

• Contração da preposição a com o pronome demonstrativo a(s)


Exemplo:
Sua maneira de pensar é igual à de seu irmão.
• Contração da preposição a com os pronomes demonstrativos aquele(s),
aquela(s), aquilo
Exemplos:
Favor dirigir-se àquele salão.
A polícia continua atenta àquela questão.
Não quis me referir àquilo.
Redação
Técnica 004G/97
A crase acontece também com as locuções adverbiais, prepositivas e
conjuntivas formadas por palavras femininas e iniciadas por a/as:

• à direita • à farta • à exceção de


• à esquerda • à proporção que • à frente de
• à força (de) • à guisa de • às claras
• à parte • à semelhança que • às escuras
• à toa • à procura de • às cegas
• à laia de • à surdina • às avessas
• à solta • à medida que • às ordens
• à vontade • à mão • etc.

NUNCA use a crase:


a) antes de nomes masculinos: promovido a capitão;
b) antes de verbos no infinitivo: taxas a pagar;
c) antes de pronomes de tratamento: dirijo-me a V.Exa.;
d) antes de esta, essa, toda, cada, cuja, mim, ninguém, quem e ti:
Refiro-me a esta questão;
e) antes de palavras femininas no plural: vendas a prestações;
f) depois das preposições após, contra, entre, perante e sob: Espero-o
entre as 19 e 21 horas;
g) em locuções adverbiais com nomes femininos repetidos: O boato
corria de boca a boca.

3.4 Colocação Pronominal

Quando falamos de colocação pronominal, preocupamo-nos com a posi-


ção que os pronomes oblíquos átonos (me, mim, comigo, te, ti, contigo, o,
os, a, as, lhe, lhes, se, si, consigo, nos, conosco, vos, convosco) ocupam em
relação ao verbo: é a ocasião para tratar de próclise, mesóclise e ênclise.

Se estiverem presentes na frase, os pronomes oblíquos átonos podem


ocupar três posições em relação ao verbo: antes dele (próclise), no meio
do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).

3.4.1 Próclise

Usa-se a próclise quando o verbo vier antecipado de palavras que exer-


çam atração sobre o pronome. São elas:

w Palavras negativas:
Exemplo: Não me diga que não te avisei.

w Advérbio:
Exemplo: Sempre te respeitei.
98/004G Redação
Técnica

w Com o verbo no imperativo:


Saiba Mais Exemplo: Meninos, aproximem-se da
Quando o advérbio e o verbo estiverem separados por mesa.
vírgula, aconselha-se o uso da ênclise, para um melhor
resultado fonético: w Com o verbo no gerúndio sem a
preposição:
Exemplo: Aqui, come-se bem.
Exemplo: Saí do trabalho, ausentando-
me um pouco.
w Pronome relativo:
Obs. 1: Há casos em que os pronomes
Exemplo: Há indivíduos que se acham o oblíquos combinam entre si (lhe + o = lho;
máximo. me + o = mo; te + o = to; etc.).
Exemplo: Pegue o livro na estante e
w Pronome indefinido: traga-mo (= traga-me o livro).
Exemplo: Tudo se acalmará. Obs. 2: Se houver duas partículas atrain-
do o pronome oblíquo, ele pode vir entre
w Conjunção subordinativa: elas. Exemplo: Há problemas que se não
resolvem de uma hora para outra.
Exemplo: Quando o viram, ele vinha
acompanhado da amiga.
3.4.4 Casos Especiais
w Pronome demonstrativo:
Vejamos a seguir dois casos em que o pro-
Exemplo: Isso me parece mentira. nome oblíquo vem acompanhado de locução
verbal:

3.4.2 Mesóclise  Quando o verbo principal da locução


estiver no infinitivo ou no gerúndio,
É utilizada apenas em dois tempos verbais. o pronome oblíquo pode ser colocado
São eles: depois do verbo auxiliar ou depois do
verbo principal:
w Futuro do presente:
Exemplo:
Exemplo: Far-te-ei acreditar em mim.
Quero-lhe dizer algo.
Quero dizer-lhe algo.
w Futuro do pretérito:
Obs.: Havendo partícula atrativa, o pro-
Exemplo: Dir-lhe-ia tudo, se soubesse.
nome virá antes do verbo auxiliar ou
Obs.: havendo partícula atrativa, utiliza- depois do verbo principal.
se a próclise. Assim:
Exemplo:
Não o saberia dizer. Não lhe quero dever ajuda.
Não lhe negarei qualquer ajuda. Não quero dever-lhe ajuda.

3.4.3 Ênclise  Quando o verbo principal da locução


verbal estiver no particípio, o pronome
w Quando o verbo vier no início da frase: será colocado depois do verbo auxiliar:
Exemplo: Quero-lhe muito. Exemplo:
Tinha-me exposto suas dúvidas.
Redação
Técnica 004G/99
Obs.: Havendo partícula atrativa, o pro- Como podemos ver nos exemplos, os verbos
nome oblíquo deve vir antes do verbo das duas orações concordam com seus sujei-
auxiliar. tos em pessoa e número. Podemos afirmar,
sem sombra de dúvida, que há uma concor-
Exemplo:
dância entre eles.
Não me tinha exposto suas dúvidas.
No geral, não há dúvida em como fazer a
3.5 Concordância Verbal e Nominal concordância dos verbos com seus sujeitos.
Mas, na nossa língua, há os casos de concor-
As palavras relacionam-se umas com as dância anômala, isto é, que se faz de maneira
outras na elaboração das frases e, ao se re- ideológica, afetiva ou atrativa, casos esses
lacionarem, obedecem alguns princípios: um que fogem completamente à regra normal,
deles é o da concordância. exigindo observação e treino.

O estudo da concordância é uma poderosa 3.5.1 A Partícula SE


ferramenta para quem precisa interpretar
e produzir textos conforme os padrões da a Usada como índice de indetermina­ção
língua culta. Seja qual for o texto, a con- do sujeito.
cordância verbal e nominal correta pode
Exemplos:
ser explorada como recurso expressivo; uma
Não se pode confiar em ninguém mais.
concordância defeituosa, porém, pode levar
Precisa-se de passadeiras com prática.
a interpretações distorcidas. O que está em
jogo não é somente o texto, mas também a Quem é que não pode confiar em
credibilidade do redator. ninguém?
Quem precisa de passadeiras?
Dizemos que há concordância entre os termos
de uma frase quando há harmonia entre eles, Sempre que o se indicar inde­terminação
quando estão perfeitamente adaptados quan- do sujeito, o verbo estará, invariavelmente,
to ao gênero, número, grau, pessoa... na terceira pessoa do singular.

Concordância verbal é a adaptação em nú- b Partícula apassivadora.


mero e pessoa que se estabelece entre o verbo Exemplos:
e o seu sujeito. Compram-se carros usados.
Faz-se limpeza de terreno.
Exemplos:
Nestes exemplos, “carros usados” e
A pedra rola ladeira abaixo. “limpeza de terreno” são sujeitos de
suas frases. Convertendo estas frases da
verbo:
sujeito: voz passiva sintética para a voz passiva
3a pessoa
3a pessoa analítica, elas ficam assim:
do singular
do singular
Carros usados são comprados.
Limpeza de terreno é feita.
As toras de madeira descem o rio.
Fica claro perceber que toda vez que puder-
sujeito: verbo: mos transformar a oração em voz passiva ana-
3a pessoa 3a pessoa lítica, o se é partícula apassivadora, e o verbo
do plural (=elas) do plural concordará em número com seus sujeitos.
100/004G Redação
Técnica

3.5.2 Verbos HAVER, FAZER e SER Exemplos:


São dez horas da noite.
Verbo haver Daqui ao trabalho serão dois
quilômetros.
a Quando tem sentido de “existir” ou de
“indicar tempo decorrido”, permanece No caso de locução verbal, a concordân-
no singular. cia será feita pelo verbo auxiliar de ser.
Exemplos: Exemplos:
Há duas atitudes a tomar. Devem ser dez horas da noite.
Havia anos que não se viam. Daqui ao trabalho deverão ser dois qui-
lômetros.
O verbo haver transmite esta im­pessoa­
lidade aos verbos que com ele formam Havendo sujeito na frase, o verbo concor-
locução. dará com ele ou com o predicativo.
Exemplo: Exemplos:
Pode haver duas atitudes a tomar. Pedro era atencioso.
O responsável sois vós.
Observação Importante:
Nem tudo são flores.
O verbo haver funciona também como Nem tudo é flores.
pessoal, com o significado de “ajustar
contas”, sendo conjugado em todas as No caso do predicativo ser representa-
pessoas e números do por um substantivo comum, o verbo
concordará com o elemento que se deseja
Exemplos: realçar.
Vocês haverão de prestar contas à justiça. Exemplos:
Meus quadros são a minha vida.
b Verbo fazer Minha vida é os quadros.
Quando indica tempo decorrido ou fe- Nas expressões indicativas de quantida-
nômeno meteorológico, este verbo per- de (medida, peso, preço, valor) o verbo
manece invariável na terceira pessoa do ser é invariável.
singular.
Exemplos:
Exemplos: Dois quilos é pouco para o bolo.
Faz vinte anos que ela o deixou. Mil reais é pouco para a reforma.
Faz dias lindíssimos nesta época do ano.
Mas:
O verbo fazer transmite sua impessoalida-
Hoje é vinte de outubro (dia vinte de
de aos verbos que com ele formam locução.
outubro).
Exemplo:
Deve fazer dois anos que o acidente 3.5.3 Casos Especiais de Concordância
aconteceu. Verbal
c Verbo ser
a Sujeito composto posposto ao verbo: o
Se o verbo ser indica hora ou distância e verbo pode ir ao plural (concordância
não tem sujeito, concorda com a expres- gramatical) ou concordar com o elemento
são numérica (isto é, o predicativo). mais próximo (concordância atrativa).
Redação
Técnica 004G/101
Exemplos: g Sujeito formado pela expressão mais de
Passarão o céu e a terra. um: o verbo vai ao plural se houver ideia
Passará o céu e a terra. de reciprocidade; caso contrário, fica no
singular.
b Sujeito composto de pessoas gramaticais Exemplos:
diferentes: neste caso, o verbo concordará Mais de um político se destacaram (uns
com a pessoa que tiver prioridade (a pri- aos outros).
meira pessoa sobre a segunda, a segunda
Mais de um professor foi exonerado.
sobre a terceira etc.).
Exemplos: h Sujeito formado pela expressão um dos
Ela e eu preparamos o jantar. que (ou outra equivalente): o verbo pode
Tu e ela passeais no jardim. ir para o plural (mais comum) ou ficar no
singular (mais raro).
c Sujeito composto de núcleos sinônimos
Exemplos:
ou de sentido aproximado: faz-se a con- Sou um dos que optaram pelo adiamento
cordância com o núcleo mais próximo (no da prova.
singular) ou com todos (no plural).
Ela é uma das candidatas que marcou
Exemplo: entrevista para hoje.
A incerteza e a instabilidade
confundiu-o (ou confundiram-no). i Sujeito representado pelo pronome de-
monstrativo que: o verbo concorda com
d Sujeito composto de núcleos de gradação o termo antecedente.
ascendente ou descendente: o verbo con-
Exemplo:
corda com o mais próximo (no singular)
São fatos que já foram esquecidos.
ou com todos (no plural).
Exemplo: j Sujeito representado pelo pronome rela-
Um olhar, um aceno, uma palavra tivo quem: o verbo fica na terceira pessoa
bastava (ou bastavam). do singular ou concorda com o termo
antecedente.
e Sujeito formado por expressão par­titiva
Exemplos:
(a maioria de, grande parte de, a meta- Fostes vós quem falou.
de de etc.), seguida de um substantivo
Fostes vós quem falastes.
no plural: o verbo pode permanecer no
singular, concordando com a expressão, k Sujeito representado por pronome in-
ou no plural, concordando com o subs-
terrogativo ou indefinido no singular,
tantivo.
seguido de nós ou vós: o verbo vai para a
Exemplo: terceira pessoa do singular.
A maioria das pessoas concorda com a
Exemplo:
mudança (ou concordam) .
Qual de nós falará ao presidente?
f Sujeito formado por expressões afirma-
l Sujeito representado por pronome inter-
tivas seguidas de elementos numéricos: o
rogativo ou indefinido no plural, seguido
verbo concorda com o numeral.
de nós ou vós: o verbo concordará com
Exemplo: estes últimos ou ficará na terceira pessoa
Cerca de vinte mil estudantes vão do plural.
fazer vestibular.
102/004G Redação
Técnica

Exemplos: b Concordância do adjetivo com dois ou


Quais de nós falaremos ao presidente? mais substantivos: quando o adjetivo se
Quais de nós cumprirão o acordo? refere a mais de um substantivo, é preciso
levar em conta a sua posição.
m Sujeito representado por nomes próprios
de lugar e títulos de obras: se precedidos antes dos substantivos: o adjetivo
de artigo no plural, o verbo irá para o concorda em gênero e número com o
plural. Se não houver artigo no plural, o substantivo mais próximo.
verbo permanecerá no singular.
Exemplo:
Exemplos: Ele não tinha a necessária ousadia e
Estados Unidos enfrenta problemas. coragem.
Os Estados Unidos enfrentam problemas.
Obs.: se o adjetivo anteceder a dois
ou mais substantivos próprios, ele
n Sujeito representado pelas expressões um
vai ao plural.
ou outro e nem um nem outro: o verbo,
obrigatoriamente, permanecerá no sin­ Exemplo:
gular. O país homenageia os corajosos
Exemplos: Duque de Caxias e Tiradentes.
Um ou outro escreverá a carta.
Nem um nem outro escreverá a carta. depois dos substantivos: neste caso, o
adjetivo vai para o plural (se os gêne-
o Sujeito composto ligado pela conjunção ros dos substantivos forem diferentes,
ou: o verbo fica no singular, se houver prevalece o masculino) ou concorda
ideia de exclusão; caso contrário, vai com o substantivo mais próximo.
para o plural.
Exemplos:
Exemplos: Estava com o plano e a estratégia
Uma bênção ou uma maldição cairá definidos.
sobre ele (há ideia de exclusão). Estava com o plano e a estratégia
O chefe ou o diretor gostarão de saber definida.
da novidade (não há ideia de exclusão).
Obs.: se dois ou mais adjetivos se
referem a substantivo no plural que,
3.5.4 Concordância Nominal
por assim dizer, podem se desdobrar,
os adjetivos permanecem no singular.
Concordância nominal é a adaptação, ou
seja, a flexão sofrida pelo nome para se ade- Exemplo:
quar àquele a que se refere. Vejamos alguns As literaturas francesa e americana
casos: (desdobrando, teremos literatura
francesa e literatura americana).
a Concordância do adjetivo com o subs-
tantivo: o adjetivo ou adjunto adno­minal c Concordância do adjetivo com o predica-
concorda com o substantivo ou pronome tivo de sujeito composto:
a que se refere em gênero e número.
se o adjetivo (com função de predica-
Exemplo: tivo de sujeito composto) vem depois
Povo educado, cidade limpa. dos substantivos, vai para o plural.
Redação
Técnica 004G/103
Exemplo: na medida em que: tendo em vista que.
A professora e o aluno são dedicados.
Exemplo:
se o adjetivo vem antes dos substan- É preciso proteger-se do sol na medida
tivos há duas possibilidades de con- em que pode causar doenças na pele.
cordância: ou vai para o plural, ou Obs.: podendo substituir por se, uma vez
concordará com o mais próximo. que, porque, desde que; é preferível.
Exemplos:
São dedicados a professora e o aluno. a menos de: distância, quantidade.
É dedicada a professora e o aluno.
Exemplo:
d Casos particulares: dentre os inúmeros Estamos a menos de seis meses do casa-
casos, vale a pena destacar dois. mento.
quando temos uma palavra composta
há menos de: ideia de passado.
por um adjetivo e um substantivo,
ambos variam. Exemplo:
Exemplos: A festa aconteceu há menos de um ano.
alto-relevo / altos-relevos
alto-vácuo / altos-vácuos a tempo: com tempo.
alto-mar / altos-mares
baixo-relevo / baixos-relevos Exemplo:
Chegou a tempo de despedir-se de mim.
quando temos uma palavra composta
por um advérbio e um adjetivo, só este há tempo: faz, existe.
varia (lembre-se de que os advérbios
Exemplo:
são palavras invariáveis).
Ele chegou há tempo.
Exemplos:
alto-falante / alto-falantes ao encontro de: indicando situação
bem-comportado / bem-comportados favorável.
bem-falante / bem-falantes
Exemplo:
3.6 Emprego de Algumas Classes de Um aumento expressivo de salários
vem ao encontro das expectativas dos
Palavras
vendedores.
Existem alguns erros no emprego de determi-
nadas classes de palavras que se repetem sis- de encontro a: indicando oposição,
tematicamente: problemas orto­g ráficos, choque.
confusão entre palavras (homônimas, homó-
Exemplo:
grafas e homófonas, parônimas), acentuação,
O baixo aumento salarial vem de encontro
concordância etc. Apresentamos a seguir o
às expectativas dos funcionários.
uso correto de algumas classes de palavras.
à medida que: à proporção que, ao mesmo ao invés de: situação contrária, oposição.
tempo que, conforme.
Exemplo:
Exemplo: Ao invés de reclamar, busque a solução.
À medida que caminhávamos, não o
avistávamos mais.
104/004G Redação
Técnica

em vez de: em lugar de, ou situação con- mau: contrário de “bom”.


trária.
Exemplo:
Exemplo: Ele é um mau aluno.
Em vez de reclamar, Laura resolveu o
problema. o moral: estado de espírito.

 maior + substantivo: indica intensificação. Exemplo:


O moral dos jogadores está baixo.
Exemplo:
A patroa espera maior empenho da a moral: ética, norma de conduta, mora-
empregada. lidade, lição.

mais + substantivo: indica quantidade. Exemplos:


A moral cristã.
Exemplo: A moral da história.
A população pede mais escolas na
região. para mim: complementa uma oração,
voz passiva.
mais bem; mais mal: usado antes de par-
ticípio. Exemplos:
Leia este romance para mim.
Exemplo: Este livro é para mim.
Aquelas crianças são as mais bem (mal)
educadas do colégio. para eu: sujeito da oração, voz ativa.
mais: adição. Exemplo:
Este livro é para eu ler.
Exemplo:
Quero mais flores.
por hora: equivale a tempo.
mas: porém. Exemplo:
Dirigiu aquele carro a cem quilômetros
Exemplo:
por hora.
Quero partir, mas não posso.
por ora: por enquanto.
más: adjetivo feminino plural.
Exemplo:
Exemplo:
Por ora, não o incomodarei mais.
Aquelas mulheres são más.

mal: contrário de “bem”. porque: equivale a pois, porquanto, uma


vez que, pelo fato, motivo. Usado também
Exemplo: em orações interroga­tivas em que a possí-
Ela fala mal a língua inglesa. vel resposta faz parte da pergunta.

mal: com sentido de “nem bem”. Exemplos:


Não compro o carro azul porque prefiro
Exemplo: o vermelho.
Mal chegou, já arrumou confusão. Você não compra o carro azul porque
prefere o vermelho?
Redação
Técnica 004G/105
Obs.: toda vez que vier encerrando uma Exemplo:
oração, recebe o acento circunflexo. Tenho de partir.
Exemplo: ter que: quando antes do que ficar suben-
Não compro o carro azul porquê... por- tendida a palavra algo, coisa(s).
que prefiro o vermelho.
Exemplo:
porquê: usado como substantivo “que”. Tenho muito que dizer-lhe.
Substitui as palavras: motivo, causa,
razão. ah!: interjeição.
Exemplo: Exemplo:
O porquê de tanta aflição, ninguém sabe. Ah! Que belos olhos!

por que: Em perguntas no início das


orações.
Exemplo:
Por que você quer partir?

Quando puder ser substituído por: para


que, pelo, pela, pelos, pelas, qual, quais.
Exemplo:
Este é o caminho por que passei.

Quando estiver expressa ou subentendida


a palavra razão, motivo.
Exemplo: há: verbo haver (existir, ter).
Soube por que você desistiu do campeo-
nato. Exemplo:
Não há como negar que neste país há
por quê: em perguntas, quando encerra belíssimas praias.
a oração.
Indicando passado, pode ser substituída
Exemplo: por faz.
Você sempre está sozinho, por quê?
Exemplo:
tão pouco: indica pequeno ou pouca coisa. Saíram há pouco tempo.
Saíram faz pouco tempo.
Exemplo:
Ela tem tão poucos amigos! a(s): artigo feminino.

tampouco: equivale a “também não”. Exemplo:


A menina brincava.
Exemplo:
Não saiu, tampouco conseguiu dormir. a: distância ou tempo futuro.

ter de: indica obrigação, necessidade, de- Exemplos:


sejo. Bia estava a cinco metros de sua casa.
Chegará daqui a cinco minutos.
106/004G Redação
Técnica

etc.: esta abreviatura significa “e outras onde: significa “lugar em que”.


coisas mais”. Portanto, não se aconselha
o uso para pessoas. Exemplo:
Ele não diz onde comprou o carro.
Exemplos:
Saíram Pedro, Paulo, etc. aonde: indica movimento de afastamento.
(DESACONSELHÁVEL) É formada de a (para) + onde.
Saíram Pedro, Paulo e outros.
Exemplo:
(ACONSELHÁVEL)
Aonde você pensa que vai?
Compraram peras, uvas etc.
(CERTO). donde: indica movimento de aproximação.
É formado por de + onde.
inclusive: usa-se somente com o significa-
Exemplo:
do contrário de exclusive.
Donde vocês vieram?
Exemplo:
Li até a página oito, inclusive.

Saiba Mais
o(s), a(s), mesmo(s), mesma(s): não deve
substituir expressões como ele(s), ela(s), Algumas expressões apresentam um segundo termo que
dele(s), dela(s), para ele(s), para ela(s), com é redundante, portanto, desnecessário. É preciso atenção
ele(s) e com ela(s). para não cometer os erros que veremos a seguir:
Exemplos: • continuar ainda
Vou me encontrar com Ana. Falarei com • consenso geral
a mesma sobre você. • criar novos
(ERRADO) • “hábitat” natural
Vou me encontrar com Ana. Falarei com • ganhar grátis
ela sobre você. (CERTO). • encarar de frente
• todos foram unânimes
ter lugar: expressão que deve ser subs- • surpresa inesperada
tituída por ser, dar-se, realizar-se, • ambos os dois
efetuar-se etc.
Exemplos:
O discurso terá lugar na praça. 3.7 Flexão do Infinitivo
(ERRADO)
Este é um assunto que gera bastante polê-
O discurso será na praça. (CERTO). mica entre os estudiosos da língua. Algumas
gramáticas nem tratam do assunto, porque
grosso modo: significa por alto, resumida- os seus autores consideram que a flexão do
mente, de modo geral. infinitivo está mais para a área da estilísti-
ca do que da gramática. Contudo, achamos
Exemplo: importante que você conheça este assunto,
Nesta situação, grosso modo eu diria que porque inúmeras vezes vai deparar com um
é melhor desistir. verbo no infinitivo e não vai saber o que
Obs.: Não é correto utilizar a expressão fazer com ele.
“a grosso modo”. Pois essa expressão
não existe. Antes de mais nada, é bom relembrar o que é
flexionar um verbo. É fazer com que ele varie
Redação
Técnica 004G/107
sua forma para concordar com a pessoa, o quando os sujeitos do verbo principal e do
número, o modo, o tempo e a voz. E o que é o infinitivo forem diferentes.
verbo no infinitivo? É a forma verbal em seu
estado nominal, aquela forma pela qual você Exemplo:
o encontra no dicionário: falar, correr, partir. Recomendei-lhes chegarem cedo (eu/eles).
Aconselhou-nos termos cuidado com o
Quando se trata do emprego do infinitivo, chefe (ele/nós).
fazemos distinção entre duas formas: o in-
finitivo impessoal e o in­finitivo pessoal. É Nestes casos, é possível transformar a oração
deste último que estamos tratando; ele é cha- reduzida em oração desdobrada.
mado de pessoal porque tem sujeito próprio,
podendo ou não ser flexionado. Exemplos:
Recomendei-lhes que chegassem cedo.
Seguem algumas regras que orientam sobre Aconselhou-nos que tivéssemos cuidado.
quando flexionar ou não o infini­tivo, lembran-
do que na maioria das vezes o uso do infinitivo quando se quer enfatizar o sujeito do in-
flexionado (ou não) é influenciado mais por finitivo.
motivos estilísticos, para dar ênfase, ritmo,
Exemplo:
expressar clareza no enunciado.
É bom fazermos o que ele pede (nós fa-
zermos).
A regra principal para flexão do infinitivo
prende-se ao fato de o sujeito deste verbo ser
próprio, distinto do sujeito do verbo da oração b Não se flexiona o infinitivo:
principal (dito isto, as regras dadas parecerão
redundantes, mas a maioria das gramáticas quando o infinitivo é impessoal, ou seja,
vão apresentá-las distintamente). não se refere a nenhum sujeito.

a Flexiona-se o infinitivo: Exemplo:


Saber ouvir é uma virtude.
quando ele tem sujeito claramente ex-
presso. quando o sujeito é o mesmo do verbo
principal.
Exemplo:
É hora de tu pensares no futuro. Exemplo:
As forças políticas sempre buscaram
quando se referir a um sujeito oculto que seus interesses e não vão desistir disso
se quer explicitar pela terminação verbal. agora.

Exemplo: quando o infinitivo faz parte de uma lo-


Meus amigos, é para resolvermos o cução verbal.
problema que estamos aqui reunidos.
Exemplo:
quando na 3 pessoa do plural, indicar a
a Vamos fazer uma festa de aniversário.
indeterminação do sujeito.
quando o infinitivo é complemento de
Exemplos: verbo, substantivo ou adjetivo e vem an-
Caminhava distraído pela calçada, quan- tecedido de preposição.
do ouvi chamarem-me pelo nome.
108/004G Redação
Técnica

Exemplos:
Aconselho os alunos a estudar mais.
Esta lição é fácil de guardar.
Chefe e secretária passaram pela experiência de subir juntos na
carreira.

quando o infinitivo aparecer depois dos verbos deixar, fazer, mandar,


olhar, ouvir, sentir e ver.
Exemplos:
Deixe-me sonhar acordado.
Faça-os comer direito.
Mandei meus filhos ouvir música com a porta fechada.
Senti-as aproximar-se silenciosamente.

Obs. 1: no último caso mencionado, o infinitivo pode tomar a for-


ma flexionada, se o sujeito se encontrar entre o verbo auxiliar e o
substantivo.
Exemplo:
Faça as crianças comerem direito.

Obs. 2: com a preposição PARA pode-se usar uma ou outra forma,


mas é preferível usar a forma flexionada se a preposição e o infinitivo
vierem antes do verbo principal.
Exemplo:
Para aprendermos, precisamos estudar com dedicação.

3.8 Formas de Tratamento e sua Concordância


Dentro da classe dos pronomes, encontramos os pronomes pessoais (eu,
tu, ele/a, nós, vós, eles/as), e os chamados pronomes de tratamento (Você,
Senhor, Vossa Alteza, Vossa Excelência, etc.). São também chamados
de “segunda pessoa indireta” porque, apesar de indicarem nosso inter-
locutor, trazem o verbo na terceira pessoa: são uma forma indireta de
nos dirigirmos a alguém. Assim, quando tratamos com um deputado,
referimo-nos à excelência que esse deputado tem supostamente para
ocupar o cargo. Os pronomes de tratamento indicam respeito, cortesia,
cerimônia, e seu conhecimento é in­­­­dispensável para a redação empre-
sarial.

Para facilitar a consulta, achamos conveniente oferecer aqui uma lista


mais completa, fruto de pesquisas em várias fontes.

VOSSA SENHORIA é usado para pessoas civis e particulares em


geral.
SENHOR é a forma de tratamento mais empregada e aconselhável
quando não se conhece a posição hierárquica da pessoa.
VOSSA EXCELÊNCIA aplica-se às seguintes autoridades:
Redação
Técnica 004G/109
Abreviatura
Pronome Emprego
Singular Plural
Senhor/Senhora Sr./Sr.ª Srs./Sras. tratamento respeitoso em geral
Senhorita Sr.ta Sr.tas moças solteiras
Você v. tratamento familiar
Vossa Alteza V.A. VV.AA. príncipes, princesas, duques
Vossa Eminência V. Em.ª V. Emas. cardeais
Vossa Excelência V. Ex.ª V. Exas. altas autoridades
Vossa Magnificência V. Mag.ª V. Magas. reitores de universidades
Vossa Majestade V. M. VV. MM. reis, imperadores
Vossa Meretíssima usado por extenso juízes de direito
Vossa Reverendíssima V. Rev.a ou V. V. Rev. mas
sacerdotes
Rev.ma
Vossa Senhoria V. S.ª V.Sas. altas autoridades (é bastante fre­quente
também na correspondência comercial)
Vossa Santidade V. S. Papa

Poder Executivo:

• Presidente da República (neste caso não se admite a forma abreviada,


nem o emprego dos possessivos seu, sua, ou dos oblíquos lhe e o);
• Vice-Presidente da República;
• Ministros de Estado;
• Secretário-Geral da Presidência da República;
• Consultor-Geral da República;
• Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
• Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República;
• Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República;
• Secretários da Presidência da República;
• Procurador-Geral da República;
• Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito
Federal;
• Chefes de Estado-Maior das Três Armas;
• Oficiais-Generais das Forças Armadas;
• Embaixadores;
• Secretário Executivo e Secretário Nacional de Ministérios;
• Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
• Prefeitos Municipais.

Poder Legislativo:

• Presidente, Vice-Presidente e Membros da Câmara dos Deputados


e do Senado Federal;
• Presidente e Membros do Tribunal de Contas da União;
• Presidente e Membros dos Tribunais de Contas Estaduais;
110/004G Redação
Técnica

• Presidentes e Membros das Assembleias responder ao tratamento devido a cada um.


Legislativas Estaduais; Assim, usa-se:
• Presidentes das Câmaras Municipais.
• Excelentíssimo ou Digníssimo Senhor,
para o Presidente da Repú­b lica, e
Poder Judiciário:
Exmo. Sr., para as demais au­toridades.
• Magnífico Reitor, para o reitor de
• Presidente e Membros do Supremo
universidade.
Tribunal Federal;
• Meritíssimo Juiz, para um juiz.
• Presidente e Membros do Superior
• E m i n e n t í s s i m o S e n h o r ( o u
Tribunal de Justiça;
Reverendíssimo Senhor), para
• Presidente e Membros do Superior cardeais.
Tribunal Militar; • Egrégio Tribunal, para um tribunal.
• Presidente e Membros do Tribunal • Ilustríssimo ou Mui Digno, para
Superior Eleitoral; funcionários públicos, pessoas de
• Presidente e Membros do Tribunal cerimônia, clientes de uma empresa.
Superior do Trabalho;
• Presidente e Membros dos Tribunais Deve-se empregar com atenção a forma de
de Justiça; tratamento adequada a fim de manter a uni-
• Presidente e Membros dos Tribunais formidade e evitar misturas de tratamento
Regionais Federais; no decorrer da redação empresarial.
• Presidente e Membros dos Tribunais
Regionais Eleitorais; Acompanhe ainda outras orientações para o
• Presidente e Membros dos Tribunais uso correto das formas de tratamento, no que
Regionais do Trabalho; diz respeito à concordância nominal e verbal.
• Juízes e Desembargadores; a As formas de tratamento Sua referem-se
• Auditores da Justiça Militar. à pessoa de quem se fala.
VOSSA MAGNIFICÊNCIA é usado Exemplo:
para Reitores de Universidades. Hoje Prepare o carro de Sua Santidade.
em dia, porém, Vossa Excelência vem
sendo largamente usado neste caso. b As formas de tratamento com o pronome
Vossa referem-se à pessoa com a qual se
VOSSA EMINÊNCIA (ou VOSSA fala.
EMINÊNCIA REVERENDÍSSIMA)
Exemplo:
para Cardeais.
Vossa Excelência está muito bem,
VOSSA EXCELÊNCIA REVEREN- parece um menino!
DÍSSIMA para Arcebispos e Bispos.
c A concordância nominal depende do sexo
VOSSA REVERENDÍSSIMA (ou VOS- da pessoa a quem a forma de tratamento
SA SENHORIA REVERENDÍSSIMA) se refere.
para Monsenhores, Cônegos e superio-
Exemplos:
res religiosos.
Suas Senhorias foram autuadas em
VOSSA REVERÊNCIA para Sacerdotes, flagrante (mulheres).
clérigos e religiosos. Vossa Alteza é o nosso grande benfeitor
(homem).
O endereçamento e o invocativo interno
(no corpo da correspondência) devem cor-
Redação
Técnica 004G/111
d A concordância verbal com as formas 3.9.1 Classificação
de tratamento é sempre feita na terceira
pessoa (singular ou plural). Os numerais dividem-se em:
w Cardinais: expressam a quantidade: um,
Exemplos:
dois, três, vinte etc.
V.Exa. conquistou a afeição dos eleitores.
w Ordinais: indicam a ordem em que o ser se
Vossas Senhorias (ou V.Sas.) propõem
encontra numa série: primeiro, segundo,
uma boa parceria.
décimo etc.
e O tratamento vós é apropriado quando o w Multiplicativos: indicam a ideia de que
referente é coletivo, e somente neste caso um número é múltiplo de outro: duplo,
se pode utilizar o possessivo vosso. Se a triplo etc.
forma de reverência incluir Vossa, o pos- w Fracionários: expressam a ideia de que
sessivo será seu, sua. um número representa a fração de outro:
meio, terço, quarto etc.
Exemplos:
w Coletivos: indicam conjuntos de seres ou
Restituo-vos o vosso requerimento.
coisas: dezena, dúzia, cento, milhar etc.
Restituo a V.Sa. o seu requerimento.
Sintaticamente, os numerais podem reali-
Obs. 1: no plural das abreviaturas, flexio-
zar as funções típicas do substantivo  ou do
na-se apenas o segundo elemento: V.Exas.
adjetivo. No primeiro caso, será chamado
/ V.Sas. / S.Emas. / S. Revmas. Não se usa o
de numeral substantivo e, se vier acompa-
plural para V. (Você) e para V.S. (Vossa
nhando um substantivo, será chamado de
Santidade,) por razões óbvias.
numeral adjetivo.
Obs. 2: alguns tratamentos extremamen-
te formais admitem letras duplas para o 3.9.2 Emprego dos Numerais
plural: VV.AA. (Vossas Altezas); VV.MM. a Os ordinais são empregados para desig-
(Vossas Majestades). nar séculos, reis, papas, capítulos, arti-
gos e volumes, até dez. A partir de onze
3.9 Numerais utilizamos os cardinais.
Ao ler o Caderno de Economia de qualquer Exemplos:
jornal você deve tropeçar numa montanha João Paulo II (segundo)
de números representados de várias manei- Pio XI (onze)
ras. Às vezes fica até difícil entender o que Século IV (quarto)
está escrito, não é mesmo? Principalmente Século XXI (vinte e um)
nos assuntos referentes a bancos, dívidas Volume III (terceiro)
públicas, pagamento de altos salários... É Luís XIV (catorze)
até preciso respirar para pronunciar núme- b Os ordinais são, também, empregados
ros tão expressivos, não é? Isto é assunto re- para designar leis, decretos e portarias,
lacionado com o que vamos estudar agora: até nove. A partir de dez utilizamos os
a classe de palavras que trata dos numerais. cardinais.
Numeral, então, é a palavra que representa Exemplos:
quantidade determinada de seres, ou um ser Artigo 2º (segundo)
em determinada ordem ou, ainda, fração ou Artigo 10 (dez)
múltiplo.
c Os ordinais são ainda utilizados quando
o substantivo vier depois do numeral.
112/004G Redação
Técnica

Exemplos:
décima parte
segundo volume Noventa e cinco centímetros
trigésimo lugar
décimo oitavo capítulo
d Empregamos os cardinais para designar
dias do mês, exceto na indicação do pri-
meiro dia, que tradicionalmente é feita
pelo ordinal.
Cento e vinte e dois centímetros
Exemplos:
Vamos viajar dia 5 do mês de setembro.
Hoje é primeiro de dezembro. Se houver quatro algarismos, omite-se a
e Empregamos os cardinais (com a palavra conjunção e entre o milhar e a centena.
número subentendida) na numeração de Exemplo:
casas, páginas, folhas. 5.359: cinco mil trezentos e cinquenta e
Exemplos: nove
Ela parou de ler o livro na página 20. Exceções: quando a centena começar
Moro na casa 25 (número vinte e cinco). por zero ou terminar por dois zeros
f Ambos/ambas são considerados nume- intercala-se a conjunção e.
rais. Significam um e outro, os dois (ou Exemplos:
uma e outra, as duas) e são usados para 7.036: sete mil e trinta e seis
retomar pares de seres anteriormente 8.100: oito mil e cem
citados.
Se o número for muito grande, deve-se
Exemplos: Meu pai e minha mãe estão empregar a conjunção e entre os membros
casados há muito tempo. Ambos vão da mesma ordem de unidade, e substituí-
comemorar bodas de ouro. lo por vírgula quando se passa de uma
A leitura e a escrita por extenso dos cardi- ordem para outra.
nais compostos devem ser feitas da seguinte Exemplo:
maneira: 8.972.739.158: oito bilhões, novecentos e
Se houver dois ou três algarismos, coloca-se setenta e dois milhões, setecentos e trinta
a conjunção e entre eles. e nove mil, cento e cinquenta e oito

Exemplos:
67: sessenta e sete Saiba Mais
136: cento e trinta e seis As horas são escritas e lidas da seguinte
forma: 14h23m09s: quatorze horas, vinte e
Saiba Mais três minutos e nove segundos. Outro modo
1. Expressamos 12 horas e 30 minutos é: 14:23:09.
dizendo: meio-dia e meia (hora).
2. Na linguagem figurada, os números 3.10 Pontuação
perdem seu valor exato:
Sei de cor mil piadas. Outro assunto bastante importante para quem
Diga-lhe que enviei um milhão de
deseja escrever corretamente é a pontuação.
beijos.
Redação
Técnica 004G/113
Pontuar é lançar mão de pausas rítmicas, as- Vejamos então os sinais de pontuação e o
sinaladas na pronúncia por entoações carac- seu emprego.
terísticas e na linguagem escrita por sinais
especiais. Essas pausas são de três espécies: 3.10.1 Vírgula

a Não quebram a continuidade do discurso, Usamos a vírgula entre os termos da


indicando que a frase ainda não se con- oração:
cluiu. São sinais delas:
• a vírgula: ( , ) a) Em caso de aposto.
• o travessão: ( – ) Exemplo:
• os parênteses: ( ) Tiradentes, o herói da Inconfidência,
• o ponto e vírgula: ( ; ) é um dos nossos ídolos.
• os dois pontos: ( : )
b) Em caso de vocativo.
b Indicam o término do discurso ou de parte Exemplo:
dele. Assinalam-nas: Um momento, garota, que eu já vou aí.
• o ponto simples
• o ponto parágrafo c) Em caso de enumeração.
• o ponto-final Exemplo:
As flores, as folhas, a grama, tudo
c Frisam uma intenção ou estado emocio- parecia novo outra vez.
nal. Mostram-nas:
• o ponto de interrogação: ( ? ) d) Em datas.
• o ponto de exclamação: ( ! ) Exemplo:
• as reticências: ( ... ) São Paulo, 10 de outubro de 2050.
Alguns gramáticos dividem os sinais de e) Entre o nome da rua e o número do
pontuação em dois grandes grupos: o pri- imóvel.
meiro compreende os sinais que se destinam
fundamentalmente a marcar as pausas (a Exemplo:
vírgula, o ponto e o ponto-e-vírgula), e o Rua Quinze de Novembro, 245.
segundo grupo compreende aqueles sinais
essenciais para marcar a melodia, a entoa- f) Com palavras de significado expli-
ção (os dois pontos, o ponto de interrogação, cativo, conclusivo, retificativas ou
o ponto de exclamação, as reticências, as enfáticas, do tipo pois, outrossim, por
aspas, os parênteses, os colchetes, o tra- exemplo, com efeito, porém etc.
vessão).
Exemplos:
É importante ter em mente que esta divisão Com efeito, valeu o dinheiro que foi
não é rigorosa porque, em geral, os sinais pago.
devem indicar, ao mesmo tempo, a pausa e Todos aplaudiram, ou melhor, quase
a melodia, e acrescentam outros sinais cujo todos.
valor não pode ser desprezado: o hífen, o
g) Em caso de supressão do verbo
parágrafo, o emprego das letras maiúsculas
(zeug­ma).
e o uso de diversos tipos de cores e dos carac-
teres de imprensa, como o itálico, o negrito, Exemplo:
o sublinhado etc. Mário gosta de cinema; Regina, de
teatro.
114/004G Redação
Técnica

h) Com adjuntos adverbiais, principal- Exemplo:


mente se deslocados de sua posição Ofereci uma bebida à visitante. Ao
normal na frase. amigo ofereci ajuda.
Exemplo:
b) Entre o verbo e seu sujeito, por mais
No banco da frente, o homem cochilava.
extenso que seja.
Obs.: se o adjunto adverbial é curto, Exemplos:
não há necessidade da vírgula, a não A chuva forte causou estragos.
ser que haja uma sequência de adjun- A importação indiscriminada de pro-
tos adverbiais. dutos alimentícios tornou-se inviável.
Exemplos:
Meu pai regressa hoje. Hoje meu pai c)  Entre o nome e seu complemento ou
regressa. adjunto.
Hoje, agorinha mesmo, inesperada- Exemplo:
mente, meu pai regressou. Todos temos necessidade de respeito
mútuo.
i) Em caso de adjunto adverbial que mo-
difica a oração inteira. d) Entre o aposto e a palavra fundamen-
tal, se ele for colocado antes.
Exemplo:
Lamentavelmente, a cirurgia não foi Exemplo:
um sucesso. O orador romano Cícero era senador.

j) Em caso de complemento repetido e) Entre o verbo e o último termo de um


(pleonasmo). sujeito composto.
Exemplo: Exemplo:
A hipocrisia, sempre a detestei. O mar, a terra, o céu são obras das
mãos de Deus.
k) Em caso de transposição de elementos.
Emprego da vírgula entre orações:
Exemplo:
Vitorioso e ovacionado, o técnico a) Para separar orações coordenadas as-
entrou no campo. sindéticas.
l) Em caso de gradação. Observe no Exemplo:
exemplo que se não houvesse a vírgula, Ele entra, sai, entra de novo, sai
o pronome se teria de vir antes do ver- outra vez...
bo, atraído pelos adjuntos adverbiais
aqui, ali, acolá. b) Para separar orações coordenadas sin-
déticas, exceto as que se iniciam pela
Exemplo: conjunção e.
Aqui, dança-se; ali, bebe-se; acolá,
canta-se. Exemplos:
Saiu, mas voltou logo.
Casos em que não se usa a vírgula: Você vai à escola, faz as tarefas e
a) Entre o verbo e seu complemento (em ainda não aprendeu isto?
qualquer ordem).
Redação
Técnica 004G/115
Obs.: no caso das orações iniciadas pela f) Para separar orações subordinadas
conjunção e, vale a pena ressaltar que são adjetivas explicativas.
isoladas por vírgula em três situações:
Exemplo:
1 ) Em caso de sujeitos diferentes.
a O transatlântico, que era imenso,
singrava os mares.
Exemplo:
Ela terminou a palestra, e nós saímos. g) Para separar orações aditivas nega-
tivas, iniciadas pela conjunção nem.
2a) Em caso da conjunção e ser repetida
por motivos enfáticos. Exemplo:
Nem partia, nem ficava, nem dava
Exemplo: explicações.
Ele chegou irritado, e praguejou, e ouviu
as explicações, e ficou para almoçar. h) Para separar orações subordinadas
reduzidas de infinitivo, de particípio
3a) A oração tem valor adversativo. e gerúndio.
Exemplo: Exemplos:
Tem tudo o que o dinheiro pode comprar, Ao terminar a prova, passaram a
e falta-lhe amor. discuti-la.
Terminada a prova, passaram a dis-
c) Para isolar orações intercaladas.
cuti-la.
Exemplo: Ela entrou, distribuindo sorrisos.
Fechem as portas, aconselhou o poli-
cial, porque o ladrão está à solta. 3.10.2 Ponto e Vírgula
Na maior parte dos casos, o ponto e vírgula
serve para separar orações que exprimem
pensamentos antagônicos ou concepções
opostas.
Exemplo:
“Se deres um peixe a um homem,
matarás sua fome de um dia; se o
ensinares a pescar, matarás a sua fome
por toda a vida.”
(provérbio chinês)

O ponto e vírgula também é muito emprega-


d) Para separar partes de um provérbio. do para separar considerandos ou itens de
uma lei, decreto ou requerimento.
Exemplo:
Água mole em pedra dura, tanto bate 3.10.3 Ponto Final
até que fura.
O ponto final serve para indicar o término
e) Para separar orações subordinadas de uma oração.
adverbiais.
Exemplo:
Exemplo: Rafael entrou, abriu a geladeira para ver
Começavam a discutir, mal se encon- se havia algo para comer, mas nada o
travam. agradou.
116/004G Redação
Técnica

O ponto final é ainda usado nas abrevia- Exemplos:


tura comuns, mas deve-se ter o cuidado de – Para qual time você torce?
só empregá-lo após a última consoante de – Para o São Paulo – aquele que ainda
determinado grupo consonantal: subst., adj. está invicto!

3.10.4 Reticências 3.10.9 Aspas


Usamos as reticências na interrupção inten- As aspas são empregadas para indicar ci-
cional ou na suspensão do sentido de uma tações e transcrições, ou para realçar uma
frase. palavra.
Exemplo: Exemplos:
Se ela soubesse o que me vai no peito... Como disse Marcel Proust: “A verdadeira
viagem consiste não em buscar novas
3.10.5 Dois-Pontos paisagens, mas em ter novos olhos.”

Usamos os dois-pontos na enumeração, cita- Mesmo “arrebentado”, decidiu continuar


ção ou fala, explicação ou complementação. jogando.

Exemplo: 3.10.10 Parênteses


Ele falou com ar maroto: vou-lhes contar
uma estória daquelas! São empregados para destacar palavras,
frases explicativas, reflexões, pensamentos
3.10.6 Ponto de Interrogação subentendidos etc.

É usado para indicar o fim de uma oração Exemplos:


interrogativa direta. Uma pergunta. Compramos muitos presentes e fomos
até o orfanato, mas (é duro lembrar) ele
Exemplo: tinha sido fechado por falta de suporte
Quem aqui gosta de futebol? financeiro.

3.10.7 Ponto de Exclamação Ela explicou (com ar sério) por que se


atrasara daquele jeito.
Usamos o ponto de exclamação depois de
uma interjeição ou no final de uma frase 3.10.11 Colchetes
exclamativa.
Em muitas gramáticas não se faz referência
Exemplo: ao uso dos colchetes, mas não é raro encon-
Ah! Como você é engraçado! trá-los em citações bibliográficas, em trans-
crições fonéticas, ou para isolar uma frase
3.10.8 Travessão onde já tenham sido usados os parênteses.

É usado nos diálogos, quando queremos indi- 3.11 Regência Verbal e Nominal
car a fala de cada personagem ou a mudança
de interlocutor. Em outros casos, é usado O estudo da regência verbal e nominal é ex-
para realçar palavras ou expressões no meio tremamente útil para a análise das relações
de um período. entre as palavras de um texto, ou seja, entre
o verbo e seus complementos e entre um
substantivo, um adjetivo ou um advérbio e
Redação
Técnica 004G/117
seus complementos; conforme a regência, termo regido. Os pronomes pessoais oblíquos
muda-se completamente o significado. Outro que atuam como objeto direto são o, a, os, as
motivo importante é a diferença a ser consi- (também lo, la, los, las ou no, na, nos, nas,
derada existente entre a linguagem coloquial quando for o caso). Os pronomes lhe, lhes
e a linguagem formal. não devem ser usados como complemento
dos verbos transitivos diretos.
3.11.1 Regência Verbal Exemplo:
Detesto pimenta na comida! (detestar re-
Quando se estuda a Sintaxe, em que uma das quer complemento = pimenta na comida)
divisões é o estudo dos períodos compostos,
não há como negar a existência daqueles Os verbos transitivos diretos são os seguintes:
verbos cujo sentido precisa de termos que os
com­plementem, tais como os objetos diretos e • Abandonar • Proteger
indiretos, ou, ainda, de termos que os carac- • Abençoar • Respeitar
terizem, como os adjuntos adverbiais. A esta • Abençoar • Prejudicar
relação se dá o nome de regência verbal, na • Aborrecer • Prezar
qual o verbo é o termo regente e o comple- • Abraçar • Ver
mento o termo regido. O estudo da regência • Conhecer • Visitar
verbal dedica-se a entender como se dá esta • Conservar • Socorrer
relação, se através ou não de preposição ou • Convidar • Suportar
até mesmo de conjunção; além disso, como se • Eleger
dão certas variações de sentido, que alteram
o significado.
Na língua culta, utiliza-se o verbo amar
Para o estudo da regência verbal, é necessário como modelo para o funcionamento destes
separar os verbos de acordo com a sua tran- verbos.
sitividade, lembrando mais uma vez que isto
Exemplos:
não é um fato absoluto, tendo em vista que
um verbo pode variar, dependendo da frase. Amo aquela mulher. Amo-a.
Amam aquele livro. Amam-no.
Verbos intransitivos são aqueles que não Ele vai amar aquela mulher. Ele vai
precisam de complementos. Contudo, alguns amá-la.
verbos podem vir acompanhados de adjuntos
adverbiais, tais como os verbos chegar e ir Os pronomes lhe, lhes, só acompanham esses
que, casualmente, podem estar ao lado de verbos para indicar posse (quando atuam
adjuntos adverbiais de lugar. como adjuntos adnominais).
Exemplos: Exemplo:
Meu chefe reclama muito. Quero conhecer-lhe as ideias. (Quero
Chegamos a São Paulo em setembro. conhecer suas ideias)
Fui ao teatro no domingo.
Os verbos transitivos indiretos são comple-
Fui para casa. mentados por objetos indiretos e isso signi-
Cheguei num carro velho. fica que precisam de uma preposição para
ligá-los a esses complementos. Os pronomes
Os verbos transitivos diretos são comple- oblíquos que atuam como objeto indireto são:
mentados por objetos diretos, quer dizer, lhe, lhes, não sendo correto utilizar os pro-
não existe exigência de preposição para que nomes oblíquos o, a, os, as. Objetos indiretos
se faça a relação entre o termo regente e o que não são indicativos de pessoa são repre-
118/004G Redação
Técnica

sentados pelos pronomes oblíquos tônicos de Obs.: este verbo também admite a voz
terceira pessoa em lugar dos átonos lhe, lhes. passiva analítica, desde que o sujeito
É importante relembrar aqui que os verbos seja aquilo a que se responde.
transitivos indiretos não permitem formar a
voz passiva, a não ser poucas exceções, que Exemplo:
serão mencionadas oportunamente. Todas as questões foram respondidas a
contento.
Vejamos alguns verbos transitivos indiretos: Há verbos que são usados indiferentemente
como transitivos diretos ou indiretos, sem
• Antipatizar e simpatizar, cujo comple- que haja alteração do seu significado. Veja-
mento é introduzido pela preposição com. mos alguns:
Exemplo: • Abdicar (de) • Consentir (em)
Antipatizo com aquela moça. • Acreditar (em) • Deparar (com)
Simpatizo com sua irmã. • Almejar (por) • Satisfazer (a)
• Ansiar (por) • Gozar (de)
Obs.: estes verbos não são pronominais, • Anteceder (a) • Necessitar (de)
não sendo portanto correto dizer “sim- • Desdenhar (de) • Preceder (a)
patizei-me com alguém”. • Atender (a) • Presidir (a)
• Atentar (em, para) • Renunciar (a)
• Consistir, cujo complemento é introduzido • Cogitar (de, em) • Versar (sobre)
pela preposição em.
Os verbos lembrar e esquecer são também
Exemplo: usados como transitivos diretos ou indire-
Sucesso na vida consiste em fazer tos, porém com uma peculiaridade: quando
escolhas adequadas. transitivos indiretos, eles são também pro-
• Obedecer e desobedecer, cujo comple- nominais. Os exemplos a seguir esclarecem.
mento é introduzido pela preposição a. Exemplos:
Exemplo: Não lembrei o compromisso. Não me
Obedeço aos mandamentos. lembrei do compromisso.
Não desobedeço aos superiores. Esqueci a data certa. Esqueci-me da
Obs. 1: estes verbos são exceção quanto data certa.
à voz passiva, permitindo formar a voz
passiva analítica. Outro detalhe a respeito do verbo lembrar:
no sentido de advertir, notar, fazer
Exemplo: recordar, usa-se com objeto indireto de
Regras de convivência devem ser pessoa e objeto direto que indica a coisa
obedecidas. a ser lembrada.
Obs. 2: é conveniente observar que “obe- Exemplo:
decer-lhe” significa obedecer a alguém, Lembrei ao meu irmão que tinha uma
e “obedecer a ele” ou “obedecer a ela” consulta marcada às quatro.
significa também obedecer a algo.

• Responder, cujo complemento é introdu- Os verbos seguintes são simultaneamente


zido pela preposição a. transitivos diretos e indiretos, quer dizer,
podem ter os dois complementos.
Exemplo:
Responda a todos os questionários. • Agradecer, perdoar e pagar. Estes verbos
Redação
Técnica 004G/119
apresentam objeto direto de coisa e indi- - intransitivo: O imperador D. Pedro ab-
reto de pessoa. dicou duas vezes.
- transitivo direto: O imperador D. Pedro
Exemplos: abdicou o império.
Agradeça o presente ao seu pai. - transitivo indireto: O imperador D.
Não perdoo ao meu colega a ofensa que Pedro abdicou do império.
me fez.
Pagarei as dívidas ao cobrador. • Agradar
- transitivo direto (= “fazer carinho”,
Recomenda-se bastante cuidado no uso “acariciar”): Agradou a esposa com
dos pronomes oblíquos átonos. afeto.
Exemplos: - transitivo indireto (“causar agrado
Agradeci o presente. Agradeci-o. a”, “satisfazer a”, “ser agradável a”):
Agradeci ao amigo. Agradeci-lhe. A eleição do novo secretariado não
Perdoe a ofensa. Perdoe-a. agradou aos participantes. A eleição do
Perdoe o amigo. Perdoe-lhe. novo secretariado não lhes agradou.
Pague a dívida. Pague-a. • Ansiar
Pague ao cobrador. Pague-lhe.
- transitivo direto (=“angustiar, causar
• Informar, que apresenta objeto direto de mal-estar”): Ansiava-a a espera do filho.
coisa e indireto de pessoa, ou vice-versa. -  t r a n s i t i v o i n d i r e t o ( = “ d e s e j a r
ardentemente, almejar”): Anseio por
Exemplos: tempos melhores.
Informe as novas datas aos candidatos.
Informe os candidatos das novas regras. • Aspirar
- transitivo direto (= “sorver, inspirar,
Quando pronomes forem utilizados como
inalar”): Tenho aspirado a poeira desse
complementos, as seguintes construções
chão desde que aqui cheguei. Venho as-
poderão ser obtidas:
pirando-a desde que aqui cheguei.
Informe-as aos candidatos. Informe-lhes - transitivo indireto (= “desejar, almejar,
as novas regras. pretender”): Trabalho porque aspiro a
Informe-os das novas regras. Informe-os novas promoções. Há anos venho aspi-
delas (ou sobre elas). rando a elas. (Não cabe o uso do lhe ou
lhes como complemento deste verbo.)
• Preferir. Na norma culta, deve ter objeto
indireto introduzido pela preposição a. • Assistir
- intransitivo (= “morar, residir”): Assisto
Exemplos:
em São José há trinta anos.
Prefiro comer verduras a massas.
- transitivo direto (= “prestar assistência,
Preferimos respeito a privilégios.
socorrer”): O bombeiro assistiu os
Um último grupo de verbos precisa ser es- acidentados.
tudado, o grupo dos verbos que, ao mudar - transitivo indireto (= “ver, presenciar”;
a sua transitividade, mudam também de “favorecer, pertencer”): Não gosto de
significado. Os principais são: assistir a novelas. Este é um direito que
lhes assiste.
• Abdicar
• Custar
Usado no sentido de “renunciar volunta-
riamente”, “desistir de”, pode ser: - intransitivo (= “ter valor de”): Este carro
custou caro.
120/004G Redação
Técnica

- transitivo indireto (= “ser custoso, ser por si só, não têm sentido: paixão por quem?,
difícil”). Neste sentido determina-se alusivo a quê?, longe de quê?, longe de onde?
o sujeito da oração respondendo “o As respostas a essas perguntas são sempre
que é difícil?” e o objeto indireto é “a termos precedidos por preposições (algumas
quem custa?”: Custou-me pegar o táxi. vezes um substantivo ou adjetivo pode exigir
Se o sujeito for uma oração reduzida de complementos regidos por uma, duas, três e
infinitivo, pode vir com a preposição a: até quatro preposições diferentes, sem que
Custou-me a pegar o táxi. isto lhe altere o sentido).
-  t r a n s i t i v o d i r e t o e i n d i r e t o ( =
“acarretar”): O gênio ruim custou-lhe a) Substantivos
inimizades. • Acesso (a): Este trecho é o acesso à
cidade.
• Implicar • Amor (a, de, para com, por): Amor à
família dignifica o homem.
-  t r a n s i t i v o d i r e t o ( = “ a c a r r e t a r ,
• Capacidade (de, para): Temos capaci-
envolver”): As promoções implicam
dade de tocar esta obra.
responsabilidades.
• Paixão (de, por): Ela tem paixão pela
- transitivo indireto (= “ter implicância,
música.
mostrar má disposição”): Não é bom
• Zelo (a, de, por): Eles se consomem de
implicar com o chefe.
zelo pela administração da fazenda.
- transitivo direto ou indireto
(“comprometer-se, envolver-se”): Ele b) Adjetivos
implicou-se com negociatas. • Acessível (a, para): A saúde deve ser
acessível a todos.
• Querer
• Assíduo (a, em): Ele é assíduo ao treino.
- transitivo direto (= “desejar”): Desejo o
• Capaz (de, para): Era capaz de largar
teu sucesso, meu filho.
tudo.
- transitivo indireto (= “amar alguém,
ter-lhe amizade”): Quero muito aos • Escasso (de): Esta é uma cidade escassa
meus netos. de lazer.
• Fanático (por): Somos fanáticos por
• Visar pizza.
- transitivo direto (=“apontar, mirar”; • Hábil (em): A deputada é hábil em
“pôr o visto”): A artilharia visava negociações.
de­p ósito bélico. O gerente visou a • Imune (a, de): Esta comunidade está
correspondência. imune de influências destrutivas.
-  t r a n s i t i v o i n d i r e t o ( = “ d e s e j a r ,
• Liberal (com): Era demasiado liberal
pretender”): As novas leis visam ao
com os filhos.
bem comum.
• Nocivo (a): O cigarro é nocivo à saúde.
3.11.2 Regência Nominal • Passível (de): Este contrato é passível
de mudanças.
Da mesma forma que os verbos transitivos, • Relacionado (com): O roubo estava
que necessitam de complementos, existem na relacionado com drogas.
nossa língua os nomes de sentido incompleto.
• Satisfeito (com, de, em, por): Estou
Estes nomes podem ser substantivos, adjeti-
satisfeito com este salário.
vos e advérbios, e assim como os verbos, pre-
• Vazio (de): Seu discurso é vazio de
cisam ser completados com um complemento
conteúdo.
nominal. As palavras paixão, alusivo, longe,
Redação
Técnica 004G/121
c) Advérbios
• Longe (de): Minha terra fica longe desta.
• Perto (de): Seu colégio fica perto de sua casa.
• Proximamente (a, de): O aniversário será comemorado proxima-
mente à Páscoa.

3.12 Separação Silábica

a) Os ditongos e os tritongos fazem parte de uma mesma sílaba.


Exemplos:
Eu-ro-pa
so-cie-da-de
trei-no
U-ru-guai
i-guais

b) Os hiatos fazem parte de sílabas diferentes.


Exemplos:
sa-í-ra
mo-e-da

c) Os dígrafos ch, lh, gu e qu fazem parte de uma mesma sílaba.


Exemplos:
ma-cho
te-lha
á-gua
a-que-le

d) Os dígrafos formados pelas letras rr, ss, sc, sç, xs e xc fazem parte de
sílabas diferentes.
Exemplos:
car-ro nas-ço
ses-são ex-sudar
cres-cer ex-ceto

Saiba Mais
Todos os advérbios terminados em mente têm
a regência dos adjetivos dos quais derivam.
Exemplos:
semelhança a semelhantemente a
relativo a a relativamente a

e) Os encontros consonantais no meio das palavras fazem parte de sí-


labas diferentes, a não ser quando a segunda consoante for l ou r. Os
que iniciam as palavras fazem parte de uma mesma sílaba:
122/004G Redação
Técnica

Exemplos:
ap-to
ob-tu-so
re-pli-car
a-brir
pneu-má-ti-co

3.13 Abreviações
Abreviação é um conceito genérico que abrange a abreviatura, a sigla
e o símbolo.
Exemplos:
Av.  Avenida
R.  Rua
Ap.  Apartamento
Dec.  Decreto
Sr.  Senhor
Obs.: as abreviaturas de pesos, medidas e horas são grafadas sem
ponto e, quando no plural, sem s.
Exemplos:
2 horas = 2 h
30 quilos = 30 kg

3.14 Símbolos das Unidades de Medida

3.14.1 Medidas de Comprimento


Milímetro  mm
Centímetro  cm
Metro  m
Quilômetro  km
etc.

3.14.2 Medidas de Área


Metro  m
Metro quadrado  m2
Hectare  há
etc.

3.14.3 Medidas de Volume


Litro  l
Centímetro cúbico  cm3
etc.
Redação
Técnica 004G/123
3.14.4 Medidas de Massa

Metro cúbico  m3
Grama  g
Quilograma  kg
tonelada  t
etc.

3.14.5 Medidas de Tempo

Segundo  s
Minuto  min
Hora  h
Dia  d
etc.

3.14.6 Medidas de Potência

Watt  W
Cavalo Vapor  cv
etc.

3.14.7 Medidas de Ângulo

Grau  o
Minuto  ’
etc.

3.14.8 Outras Medidas

Frequência: Hertz  Hz
Velocidade: metro por segundo  m/s
Vazão: metro cúbico por segundo  m3/s
Fluxo (massa): quilograma por segundo
 kg/s
Força: Newton  N
Temperatura: Celsius  oC
Energia: Joule  J
Nível de Potência: bel  B
Intensidade de Corrente: Ampère  A
Quantidade de Eletricidade: Coulomb  C
Tensão Elétrica: Volt  V
Fluxo Magnético: Weber  Wb
124/004G Redação
Técnica

3.15 Denotação e Conotação

Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia a dia, usamos as


palavras conforme as situações que nos são apresentadas. Por exem-
plo, quando alguém diz a frase “Isso é um castelo de areia”, pode estar
atribuindo a ela sentido denotativo ou conotativo. Denotativamente,
significa “construção feita na areia da praia em forma de castelo”; co-
notativamente, “ocorrência incerta, sem solidez”.

Denotação: É o uso da palavra em seu sentido real.


Conotação: É o uso da palavra em sentido figurado, simbólico.

3.16 Formas Variantes

Em português, existem inúmeras palavras que apresentam dupla gra-


fia. Nesse caso, qualquer uma delas é considerada correta. Eis algumas
destas palavras:

• Abdômen ou abdome • Empanturrar ou empaturrar


• Afeminado ou efeminado • Entoação ou entonação
• Aluguel ou aluguer • Estralar ou estalar
• Amídala ou amígdala • Flauta ou frauta
• Aritmética ou arimética • Flecha ou frecha
• Arrebentar ou rebentar • Fleuma ou flegma
• Abdômen ou abdome • Geringonça ou gerigonça
• Afeminado ou efeminado • Hem? ou hein?
• Aluguel ou aluguer • Hemorróida ou hemorróide
• Amídala ou amígdala • Hidrelétrico ou hidroelétrico
• Aritmética ou arimética • Imundície ou imundícia
• Arrebentar ou rebentar • Infarto ou enfarte
• Arrebitar ou rebitar • Laje ou lajem
• Assoalho ou soalho • Loiro ou louro
• Assobiar ou assoviar • Maquiagem ou maquilagem
• Assoprar ou soprar • Marimbondo ou maribondo
• Bêbado ou bêbedo • Nenê ou neném
• Biscoito ou biscouto • Parêntese ou parêntesis
• Cãibra ou câimbra • Laje ou lajem
• Catorze ou quatorze • Loiro ou louro
• Chipanzé ou chimpanzé • Maquiagem ou maquilagem
• Cociente ou quociente • Marimbondo ou maribondo
• Cumular ou acumular • Nenê ou neném
• Debulhar ou desbulhar • Parêntese ou parêntesis
• Degelar ou desgelar • Percentagem ou porcentagem
Redação
Técnica 004G/125
• Dependurar ou pendurar • Projétil ou projetil
• Empanturrar ou empaturrar • Radioatividade ou radiatividade
• Entoação ou entonação • Surrupiar ou surripiar
• Cumular ou acumular • Tesoura ou tesoira
• Debulhar ou desbulhar • Toicinho ou toucinho
• Degelar ou desgelar • Tramela ou taramela
• Dependurar ou pendurar • Trilhão ou trilião

4. Nova Ortografia
(http://www.brasilescola.com/acordo-ortografico/. Adaptado)

O Novo Acordo Ortográfico tem por objetivo unificar a grafia da Língua


Portuguesa nos países que a tem com língua oficial, que são: Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Principe e Timor Leste, quer por sua vez compõem a CLP (Comunidade
de países de Língua Portuguesa). Ele entrou em vigor em 1º de Janeiro
de 2009 e conta com um período adaptação até 31 de Dezembro de 2015.

Para Pesquisar
Acesse o link da ABL (Academia Brasileira de Letras)
www.academia.org.br para se obter mais informações sobre o Acordo.

A seguir, daremos um pequeno resumo sobre as principais mudanças:

4.1 Alfabeto

O alfabeto agora é formado por 26 letras.

Regra antiga
O “k”, “w” e “y” não eram consideradas letras do nosso alfabeto.

Nova regra
Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios,
palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron,
byroniano.

4.2 Trema

Não existe mais o trema em língua portuguesa, porém a pronúncia é a


mesma. Permanece apenas em casos de nomes próprios e seus deriva-
dos, por exemplo: Müller, mülleriano etc.
126/004G Redação
Técnica

Regra antiga
Exemplos: agüentar, conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio,
freqüência, freqüente, eloqüência, eloqüente, argüição, delinqüir,
pingüim, tranqüilo, lingüiça.

Nova regra
Exemplos: aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio,
frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir,
pinguim, tranquilo, linguiça.

4.3 Acentuação

Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxí-
tonas.

Regra antiga
Exemplos: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia,
Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, paranóico.

Nova regra
Exemplos: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia,
Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico.

Obs.1: nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas, o


acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis.
Obs.2: o acento no ditongo aberto “eu” continua: chapéu, véu, céu,
ilhéu.

Os hiatos “oo” e “ee” não são mais acentuados.


Regra antiga
Exemplos: enjôo, vôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo, crêem,
dêem, lêem, descrêem, relêem, revêem.

Nova regra
Exemplos: enjoo, voo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo, creem,
deem, leem, descreem, releem, reveem.

Não existe mais o acento diferencial em palavras (pronúncias iguais,


grafias diferentes).
Regra antiga
pára (verbo), péia (substantivo e verbo), pêlo (substantivo), pêra
(substantivo), péra (substantivo), pólo (substantivo).
Redação
Técnica 004G/127
Nova regra Antes Com o novo acordo
para (verbo), peia (substantivo e verbo), pára para
pelo (substantivo), pera (substantivo), péla(s) pela(s)
pera (substantivo), polo (substantivo).
pêlo(s) pelo(s)
Obs.: o acento diferencial permanece no pólo(s) polo(s)
verbo “poder” (3ª pessoa do pretérito pêra pera
perfeito do indicativo - “pôde”) e no verbo
“pôr para diferenciar da preposição “por”. Atenção: existem duas palavras que conti-
nuarão recebendo acento diferencial:
Não se acentua mais a letra “u” nas formas
• Pôr (verbo) – mantém o acento para não
verbais rizotônicas (acento tônico do verbo
ser confundido com a preposição por.
cai no radical, raiz), quando precedido de
“g” ou “q” e antes de “e” ou “i” (gue, que, • Pôde (verbo poder conjugado no pas-
gui, qui). sado) – mantém o acento para não ser
confundido com pode (o mesmo verbo
Regra antiga conjugado no presente).
Exemplos: argúi, apazigúe, averigúe,
enxagúe, enxagúemos, obliqúe. Agora, o uso é facultativo nos seguintes ca-
sos:
Nova regra Dêmos (do verbo no subjuntivo que nós
dêmos) para se diferenciar de demos (do
Exemplos: argui, apazigue, averigue, passado nós demos);
enxague, enxaguemos, oblique.
Fôrma (substantivo) para se diferenciar
de forma (verbo).
Não se acentuam mais “i” e “u” tônicos em
paroxítonas quando precedidos de ditongo.
4.3.2 Acento circunflexo
Regra antiga
O acento circunflexo deixou de ser utilizado
Exemplos: baiúca, boiúna, feiúra, nos seguintes casos:
feiúme. a) Em palavras com terminação ôo.

Nova regra Exemplos:

Exemplos: baiuca, boiuna, feiura, Antes Com o novo acordo


feiume.
abençôo abençoo
4.3.1 Acento Diferencial côo (coar) coo
corôo (coroar) coroo
O acento diferencial é utilizado para auxi-
liar na identificação de palavras homófonas dôo (doar) doo
(que possuem a mesma pronúncia). Com môo (moer) moo
o Novo Acordo Ortográfico, ele deixou de perdôo (perdoar) perdoo
existir nos seguintes casos: pára/para, pé-
vôos (plural de voo) voos
la(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s)
e pêra/pera. Observe: zôo (zoar) zoo
128/004G Redação
Técnica

4.4 Emprego do Hífen


Ao escrevermos, muitas vezes temos dúvidas sobre usar ou não o traço
de união entre palavras e expressões. Por que algumas palavras têm e
outras não têm o hífen? Se elas são formadas do mesmo modo, por deri-
vação prefixal, por que não usam igualmente o hífen para separar seus
elementos? Para resolver este dilema, vamos dar algumas orientações.

4.4.1 Hífen
O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos
prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por “r” ou “s”, sendo
que essas devem ser dobradas. Também não se utiliza o hífen quando
o prefixo termina em vogal + segundo elemento iniciado por consoante
diferente de “r” ou “s”.

Regra antiga Nova regra


ante-sala, antessala
ante-sacristia, antessacristia
auto-retrato, autorretrato
anti-social, antissocial
anti-rugas, antirrugas
arqui-romântico, arquirromântico
arqui-rivalidade, arquirrivalidade
auto-regulamentação, autorregulamentação
auto-sugestão, autossugestão
contra-senso, contrassenso
anti-pedagógico, antipedagógico
auto-peça, autopeça
ultra-moderno, ultramoderno
semi-círculo semicírculo

Obs.: em prefixos terminados em “r”, permanece o hífen se a palavra


seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado,
hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-
-racional, super-realista, super-resistente. Com o prefixo sub, usa-se
o hífen também diante de palavras iniciadas por “r”: sub-
região, sub-raça etc.

O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou fal-


sos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal:

Regra antiga Nova regra


auto-afirmação autoafirmação
auto-ajuda autoajuda
Redação
Técnica 004G/129
auto-aprendizagem autoaprendizagem
auto-escola autoescola
auto-estrada autoestrada
auto-instrução autoinstrução
contra-exemplo contraexemplo
contra-indicação contraindicação
contra-ordem contraordem
extra-escolar extraescolar
extra-oficial extraoficial
infra-estrutura infraestrutura
intra-ocular intraocular
intra-uterino intrauterino
neo-expressionista neoexpressionista
neo-imperalista neoimperalista
semi-aberto semiaberto
semi-árido semiárido
semi-automático semiautomático
semi-embriagado semiembriagado
semi-obscuridade semiobscuridade
supra-ocular supraocular
ultra-elevado ultraelevado
Obs.1: esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes
antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc.
Obs.2: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar
por “h”: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc.
Obs.3: quando o prefixo terminar por consoante, não se usa hífen se
a segunda palavra começar por vogal: interestadual, hiperacidez,
hiperativo, interescolar.

Utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso


prefixo) terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.

Regra antiga Nova regra


antiibérico anti-ibérico
antiinflamatório anti-inflamatório
antiinflacionário anti-inflacionário
antiimperalista anti-imperalista
arquiinimigo arqui-inimigo
arquiirmandade arqui-irmandade
130/004G Redação
Técnica

microondas micro-ondas
microônibus micro-ônibus
microorgânico. micro-orgânico.
Obs.1: não se utiliza o hífen quando o prefixo termina em vogal di-
ferente da vogal com que se inicia a segunda palavra: aeroespacial,
agroindustria, antieducativo, autoaprendizagem, autoescolar.
Obs.2: uma exceção é o prefixo “co”. Mesmo se a outra palavra inicia-se
com a vogal “o”, não se utiliza hífen.

Não se usa mais hífen em compostos que, pelo uso, perderam a noção
de composição.

Regra antiga Nova regra


manda-chuva mandachuva
pára-quedas paraquedas
pára-quedista paraquedista
pára-lama paralama
pára-brisa parabrisa
pára-choque parachoque
pára-vento paravento
Obs.: o uso do hífen pemanece em palavras compostas que não contêm
elemento de ligação e constitui unidade sintagmática e semântica,
mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies
botânicas e zoológicas: ano-luz, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-
feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer,
bem-te-vi etc.

O uso do hífen permanece:


• Em palavras formadas por prefixos “ex”, “vice”, “soto”: ex-marido,
vice-presidente, soto-mestre.
• Em palavras formadas por prefixos “circum” e “pan” + palavras
iniciadas em vogal, M ou N: pan-americano, circum-navegação.
• E m p a l a v r a s f o r m a d a s c o m p r e f i x o s “ p r é ” , “ p r ó ” e
“pós” + palavras que têm significado próprio: pré-natal,
pró-desarmamento, pós-graduação.
• Em palavras formadas pelas palavras “além”, “aquém”, “recém”,
“sem”: além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos,
recém-casados, sem-número, sem-teto.
Redação
Técnica 004G/131
Não existe mais hífen:

Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais,


verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais): cão de guarda, fim
de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita,
cor de vinho etc.
Exceções: água-de-colônia pé-de-meia
arco-da-velha ao-deus-dará
cor-de-rosa à queima-roupa
mais-que-perfeito

anotações / dicas
132/004G Redação
Técnica

Exercícios Propostos
1) Classifique as palavras quanto à posição da sílaba tônica:
a) Maligna: ________________________________________________________________
b) Esgota: _________________________________________________________________
c) Entorpecer: _____________________________________________________________
d) Capacidades: ___________________________________________________________
e) Refém: __________________________________________________________________
f) Reação: _________________________________________________________________
g) Mental: _________________________________________________________________
h) Sintoma: _______________________________________________________________
i) É: ______________________________________________________________________
j) Satisfação: ______________________________________________________________
k) Elas: ___________________________________________________________________
l) Coisas: __________________________________________________________________
m) Ser: ____________________________________________________________________
n) Pessoas: ________________________________________________________________
o) Trás:____________________________________________________________________

2) Acentue, quando necessário:

Palido, cutis, o pais, chineses, epopeias, feliz, frances, Bras, miosotis, ponei, aceitavel,
erroneo, aderencia, tatus, especie, bilis, açucar, altruismo, feroz, carrega-lo, apos, decalogo,
crisantemo, efigie, cafeina, plebeu, Caxambu, rainha, orfão, paxa, raposa, esse, alfinete,
Genesio, urubu, gratuito, tapete, mare, mosca, melancia, reptil, chacal, alvara, carretel.
Redação
Técnica 004G/133
3) Substitua nas linhas as palavras corretas, que são sinônimos das que estão entre parênteses:
a) A justiça____________________ a pena merecida aos traficantes que haviam a lei. (aplicar;
transgredir)
b) O juiz somente______________ requerimentos cujas petições são justas. (aprovar)
c) O comerciante foi preso em_____________________ ao___________________ o cliente por causa
da cor. (na hora; diferenciar indevidamente)
d) Muitos judeus_______________ depois da Segunda Guerra e_________________ para ou­t ras
terras, onde vivem e trabalham. (sair; entrar)
e) O flautista mandou fazer um ___________________ em seu instrumento. (ato de reparar)

4) Utilize a crase, se ocorrer:


a) Já conheço a fazenda, por isso preferi ir a cidade conhecer as praças.
b) Prefiro teatro a cinema.
c) Minha amiga Regina voltou a Inglaterra.
d) Nunca assisti a tanta miséria.
e) Estou mais inclinado a ouvir do que a falar.
f) Entreguei a correspondência a gerência.
g) Dois a dois, foi a contagem.
h) Nós a vimos a colher flores no jardim.
i) Não vou a qualquer parte.
j) Ao retornar a consulta, traga o exame.
k) Os turistas desceram a terra para conhecer o porto.
l) Ele prefere o churrasco a gaúcha.
m) O diretor vai atender os visitantes as 16:00.
n) Vamos nos encontrar a saída da firma.
o) O diretor viajou as próprias expensas.
p) Nunca fui a gafieiras.
q) As promissórias já foram devolvidas a gerência.
r) O faxineiro limpa tudo as pressas.
134/004G Redação
Técnica

5) Cada par de frases contém uma correta e uma incorreta quanto à colocação pronominal.
Indique as frases corretas:
a) ( ) Depois daquele verão, nunca mais a encontrei.
b) ( ) Depois daquele verão, nunca mais encontrei-a.
c) ( ) Aproximou-se do animal para melhor o observar.
d) ( ) Aproximou-se do animal para melhor observá-lo.
e) ( ) Não tinha-me falado sobre a sua saída.
f) ( ) Não me tinha falado sobre a sua saída.
Redação
Técnica 004G/135

Respostas dos
Exercícios Propostos
Lição 1
1) D

2) D

3) a) ( 4 )
b) ( 2 )
c) ( 5 )
d) ( 6 )
e) ( 7 )
f) ( 1 )
g) ( 3 )

4) A

5) a) V b) V c) F d) F e) V

Lição 2
1) A

2) A

3) E

4) D

5) C
136/004G Redação
Técnica

Lição 3
1) D

2) C

3) A

4) Para redigir esta circular, será necessário obedecer aos parâmetros propostos no exercício,
seguindo o modelo mostrado na lição. Veja que existem várias possibilidades de redação do
corpo da circular. O importante é elaborar um texto preciso e apresentar com clareza os mo-
tivos da empresa para a divulgação desse comunicado. Segue uma possibilidade de resposta:

São Paulo, 23 de outubro de 2XXX.

Aos revendedores:
José Carlos Santana,
Antônia Maria de Souza,
Virgílio Muniz,
Cássio Martins Rodrigues.

Prezados Senhores:

Comunicamos que a partir do dia 3 de novembro próximo, os preços de nossos produtos


sofrerão aumento de 10%. Tal reajuste se faz necessário devido ao crescente aumento nos
preços da matéria-prima utilizada na fabricação de nossos produtos. Ainda assim, definimos
um índice abaixo da taxa de inflação anual, pois o compromisso com a qualidade e o melhor
preço mantém-se como prioridade de nossa empresa.

Atenciosamente,

Flávio Rodrigues

Flávio Rodrigues,
Diretor-Presidente.
Redação
Técnica 004G/137
5)

DATA: 23 de outubro de XXXX


COMUNICAÇÃO INTERNA NÚMERO: -

Sr. Mário
PARA: DE: Sérgio
DEPTO./SETOR: DEPTO./SETOR:
Almoxarifado Recepção

ASSUNTO: Solicitação de papel

Solicito o fornecimento de cinco pacotes de papel para


copiadora XEROX. Este material será necessário para ama-
nhã, 24/10/XXXX.

Lição 4
1)
a)maligna: paroxítona i) é: oxítona
b) esgota: paroxítona j) satisfação: oxítona
c) entorpecer: oxítona k) elas: paroxítona
d) capacidades: paroxítona l) coisas: paroxítona
e) refém: oxítona m) ser: oxítona
f) reação: oxítona n) pessoas: paroxítona
g) mental: oxítona o) trás: oxítona
h) sintoma: paroxítona

2)
Pálido, cútis, o país, chineses, epopéias, feliz, francês, Brás, miosótis, pônei, aceitável, errôneo,
aderência, tatus, espécie, bílis, açúcar, altruísmo, feroz, carregá-lo, após, decálogo, crisântemo,
efígie, cafeína, plebeu, Caxambu, rainha, órfão, paxá, raposa, esse, alfinete, Genésio, urubu,
gratuito, tapete, maré, mosca, melancia, réptil, chacal, alvará, carretel.
138/004G Redação
Técnica

3)
a) infligiu – infringido
b) deferiu
c) flagrante – discriminar
d) emigraram – imigraram
e) conserto

4)
a) Já conheço a fazenda, por isso preferi ir à cidade conhecer as praças.
b) Prefiro teatro a cinema.
c) Minha amiga Regina voltou à Inglaterra.
d) Nunca assisti a tanta miséria.
e) Estou mais inclinado a ouvir do que a falar.
f) Entreguei a correspondência à gerência.
g) Dois a dois, foi a contagem.
h) Nós a vimos a colher flores no jardim.
i) Não vou a qualquer parte.
j) Ao retornar à consulta, traga o exame.
k) Os turistas desceram a terra para conhecer o porto.
l) Ele prefere o churrasco à gaúcha.
m) O diretor vai atender os visitantes às 16h00.
n) Vamos nos encontar a saída da firma.
o) O diretor viajou as próprias expensas.
p) Nunca fui a gafieiras.
q) As promissórias já foram devolvidas à gerência.
r) O faxineiro limpa tudo às pressas.

5) ( a ), ( c ) e ( f )
139/004G Redação
Técnica

Referências
Bibliográficas

ANDRÉ, Hildebrando A. de. Curso de redação. 5. ed. São Paulo: Moderna, 1998.

BARBOSA, Maria H. Reciclagem gramatical da língua portuguesa. São José dos Campos: INPE,
1999.

BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de comunicação escrita. São Paulo: Ática, 1999.

BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República. Brasília:


Presidência da República, 1991.

BRASIL, PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (F.H. Cardoso), 1995. Plano Diretor da Reforma do


Aparelho do Estado. Brasília: Presidência da República, Câmara da Reforma do Estado. Minis-
tério da Administração Federal e Reforma do Estado.

CADORE, Luiz Agostinho. Curso prático de português. 7. ed. São Paulo: Ática, 1995.

CARMO, Maria Lígia M.; BARBOSA, Maria H. Reciclagem gramatical da língua portuguesa. São
José dos Campos: INPE, 1998.

CESCA, Cleuza G. Gimenes. Comunicação dirigida escrita na empresa. São Paulo: Summus
Editorial, 1995.

CUNHA, Celso. Gramática do português contemporâneo. 8. ed. Rio de Janeiro: Padrão, 1980.

KRAUSE, Gustavo; et alii. Laboratório de redação. Rio de Janeiro: MEC/FENAME, 1982.

KURY, Adriano da Gama. Para falar e escrever melhor o português. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1989.

MEDEIROS, João Bosco. Redação empresarial. São Paulo: Atlas, 1989.

MEDEIROS, João Bosco; HERNANDES, Sonia. Manual da secretária. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1992.
140/004G Redação
Técnica

NEIVA, Edméa Garcia; ROSA, José Antônio. Redigir & convencer. São Paulo: STS, 1995.

PERROTTI, Edna Maria Barian; MONTANARI, Marilena Esberard de Lauro. S.O.S. língua por-
tuguesa: apoio gramatical. 1. ed. São Paulo: Assahi, 1997.

SOARES, Maria do Carmo S. Atualização da comunicação escrita: Redação oficial. São José dos
Campos: INPE, 1982.

Webgrafia
http://www.brasilescola.com/acordo-ortografico/. Acesso em 29.10.2012.

http://www.eletrica.ufpr.br/graduacao/noturno/docs/te219/TE219-Aula_3_Email.pdf). Acesso
em 29.10.2012.

http://jus.com.br/revista/texto/853/consolidacao-e-redacao-das-leis-lei-complementar-95-98-e-
decreto-2954-99. Acesso em 29.10.2012.
Simulado
Parabéns!
Agora que você concluiu seus estudos nesta disciplina, é chegada a hora de fazer os exercícios do Simulado. É muito
importante que você o responda, pois ele foi especialmente elaborado para que você se prepare melhor para a sua
avaliação. Observe que, para as questões de múltipla escolha, existe apenas uma alternativa correta. Depois de
pronto, envie-o para o endereço indicado abaixo ou entregue pessoalmente na Secretaria Escolar de sua Unidade.

INSTRUÇÕES
Para os alunos matriculados em:
• Cursos oficiais (técnicos): a resolução do Simulado é opcional. Caso deseje, os professores de plantão farão a
correção e a devolverão pelo correio.
• Cursos livres (não-oficiais): a resolução do Simulado terá o valor de prova realizada a distância e deve,
OBRIGATORIAMENTE, ser respondido à caneta (azul ou preta) e enviado para a correção, sendo que sua aprovação
lhe conferirá o Certificado de Conclusão.

Caixa Postal 1220 Av. Rangel Pestana, 1105 - Brás


01031-970 - São Paulo - SP ou 03001-000 - São Paulo - SP
A/C Departamento Pedagógico A/C Departamento Pedagógico

004G - Redação Técnica


5E

Nome (campo não obrigatório):.............................................................................................................

Nº de Matrícula (campo obrigatório): .................................................. Nota:...................................

1 – Assinale a alternativa que se completa com a primeira palavra dos parênteses.


( ) a) A explosão da bomba era............... (eminente / iminente)
( ) b) Ele quer........... socialmente. (acender / ascender)
( ) c) Vamos .......... o arroz. (cozer / coser)
( ) d) O ........... deste ano trouxe muitas surpresas. (senso / censo).
( ) e) Errei, preciso ........ minhas palavras. (ratificar / retificar)

2 – Na frase “Você usou palavras amargas”, o elemento destacado é exemplo de:


( ) a) Paronímia
( ) b) Homonímia
( ) c) Denotação
( ) d) Conotação
( ) e) Antonímia

1
3 - Classifique as palavras quanto à significação de acordo com a legenda:
(S) Sinônimas (A) Antônimas (HG) Homônimas Homógrafas (HF) Homônimas Homófonas
( ) a) As pessoas estavam impacientes / A multidão estava impaciente.
( ) b) O evento foi agendado para dezembro/03 / O evento foi cancelado.
( ) c) A cor ideal para a mobília é marfim / Ele sabe o discurso de cor.
( ) d) O cinto de segurança deve ser usado / Sinto muito, ele não está aqui.
( ) e) Resolveu entrar na casa. Resolveu sair da casa.

4 – Assinale a alternativa que substitua as palavras grifadas abaixo por um sinônimo adequado.
A atuação das secretárias vem crescendo a partir da conquista por seu espaço, logica-
mente que dependendo da oportunidade que cada uma tem. As Empresas mais conser-
vadoras são as que menos chances dão para o crescimento e aproveitamento intelectual
destas profissionais, motivo que as leva de maneira geral buscar novos desafios.
( ) a) Trabalho, atualizadas.
( ) b) Dia a dia, experientes.
( ) c) Tarefa, ricas.
( ) d) Trabalho, avançadas.
( ) e) Desempenho, tradicionais.

5 – Na frase “Deviam haver mais oportunidades”, temos um vício de linguagem conhecido como:
( ) a) Barbarismo
( ) b) Solecismo
( ) c) Cacofonia
( ) d) Redundância
( ) e) Repetição.

6 – Marque a alternativa em que todas as palavras estão com as sílabas corretamente separadas.
( ) a) His-tó-ria, i-gua-is, pa-ul.
( ) b) Ad-vo-ca-ci-a, fel-ds-pa-to, ca-no-a.
( ) c) Tran-sal-pi-no, cor-ri-da, cha-vei-ro.
( ) d) Ób-vio, ru-a, a-má-vei-is.
( ) e) Pla-te-ia, gno-mo.

7 – Indique o erro de acentuação.


( ) a) Neném
( ) b) Através
( ) c) Pajé
( ) d) Apos
( ) e) cipó
8 - Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
É proibido o uso de crase:
( ) a) diante de palavras masculinas.
( ) b) depois das preposições após, contra, entre, perante e sob.
( ) c) diante de locuções adverbiais femininas.
( ) d) diante de palavras femininas.
( ) e) diante de pronomes de tratamento em geral (ex.: V.Exa.).

9 – Há erro de crase na opção:


( ) a) Mandaremos um cartão às pessoas ausentes.
( ) b) Era imensa sua dedicação à pátria.
( ) c) Graças à enfermeira, ele não morreu.
( ) d) Explique à esta funcionária o problema.
( ) e) Se você for à Romênia, visite meus avós.

10 – Assinale a alternativa errada.


( ) a) Houve muitos problemas técnicos quando da instalação da nova máquina.
( ) b) A rúbrica em todas as folhas do Contrato faz-se necessária.
( ) c) Esta carta é para eu ler antes da reunião com a Diretoria.
( ) d) Os cidadãos presentes durante a solenidade iniciaram um protesto.
( ) e) Este presente foi enviado para mim.

11 - Assinale a alternativa errada:


a) ( ) Há dois pontos fundamentais.
( ) Haviam 8 cadeiras na sala para 10 participantes da reunião.
b) ( ) Vocês haverão de trazer bons resultados de vendas.
( ) Houveram alguns contatos comerciais em vão.
c) ( ) Faz 2 anos que a Empresa se instalou no Brasil.
( ) Fazem 8 anos que estão estudando o mercado para lançamento do produto.
d) ( ) Dois quilos é pouco para a massa.
( ) Mil reais são para a pintura.
e) ( ) Há dois anos atrás foram recrutados seis funcionários.
( ) Há dois anos foram recrutados seis funcionários.

12 – Assinale o erro de regência verbal.


( ) a) Ele assistia com carinho os enfermos daquele hospital.
( ) b) Não quero assistir esse espetáculo.
( ) c) Carlos sempre assistiu em Belo Horizonte.
( ) d) Não deixe de assistir àquele jogo.
( ) e) Assisti à cerimônia.

3
13 – Complete as frases seguintes e anote a opção correspondente.
Fiz tudo ............................................ não lhe faltasse incentivo.
Fale baixo, ................................. vai acordar o neném.
Ignoro ........................................ solicitaram revisão.
( ) a) por que, por que, por que
( ) b) porque, porque, porque
( ) c) por que, porque, por que
( ) d) porque, porque, por que
( ) e) por quê, porque, por que

14 – Marque a palavra que não tem prefixo.


( ) a) Disforme
( ) b) Preexistir
( ) c) Reler
( ) d) Real
( ) e) Desanimar

15 – Assinale o erro no emprego do hífen.


( ) a) Suprarrenal
( ) b) Pseudo-cientista
( ) c) Proto-história
( ) d) Infraestrutura
( ) e) autorretrato

16 – Assinale o erro de pontuação.


( ) a) O mundo só conheceu alguém com a total sabedoria: Jesus.
( ) b) Paulo, que é português, não gostou da brincadeira; Celso, brasileiro, ficou calado.
( ) c) Todos esperavam que, com as novas medidas da diretoria tudo fosse acertado.
( ) d) Disse o filósofo: “O trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício, e
a necessidade”.
( ) e) Os trabalhadores, nervosos, pediram ajuda.

17 – Assinale o erro de pontuação.


( ) a) Depois de amanhã, irei à sua casa, mas não levarei os manuscritos.
( ) b) Embora tenha pesquisado muito, nada encontrei que, com certeza, provasse
minha tese.
( ) c) Fiz tudo para, com a ajuda de todos, completar a minha tarefa.
( ) d) Todas as pessoas ilustres e cultas daquele condomínio, aceitaram as nossas pro-
postas.
( ) e) Um momento, garota, que eu já vou aí.
18 – Assinale a frase em que o termo destacado é objeto direto.
( ) a) O gato que correu tem fome.
( ) b) O jornal que lemos sumiu.
( ) c) A carta a que respondi me alegrou.
( ) d) A chuva que caiu ontem alagou a cidade.
( ) e) Eis o caderno de que preciso.

19 – “O acordo não ______ as reivindicações, a não ser que ______ os nossos direitos e _____
da luta.”

( ) a) substitui – abdicamos – desistimos


( ) b) substitue – abdicamos – desistimos
( ) c) substitui – abdiquemos – desistamos
( ) d) substitui – abidiquemos – desistimos
( ) e) substitue – abdiquemos – desistamos

20 – Proposta de produção de texto


Redija um comunicado aos clientes da empresa X para informar a mudança de número
telefônico. Observar todos os elementos constantes desse tipo de texto, cuidar da estéti-
ca, do estilo e da mensagem.

5
Pesquisa de Satisfação
Caro Aluno:
Para que possamos aprimorar cada vez mais os nossos serviços, oferecendo um material didático
de qualidade e eficiente, é muito importante a sua opinião sobre este fascículo que você acaba de
estudar.
Sua identificação não é obrigatória. Responda as perguntas a seguir assinalando a alternativa que
melhor corresponda a sua opinião (assinale apenas UMA alternativa). Você também pode fazer
sugestões e comentários por escrito no verso desta folha.
Na próxima correspondência que enviar à escola, lembre-se de juntar sua(s) pesquisa(s) respondida(s),
ou entregá-la(s) na Secretaria Escolar de sua Unidade Educacional.
O Instituto Monitor agradece sua colaboração.

Secretaria Escolar

004G - Redação Técnica


5E

Nome (campo não obrigatório):.............................................................................................................

Nº de Matrícula (campo obrigatório): ..................................................

Curso Técnico em:

q Eletrônica q Secretaria Escolar q Secretariado


q Transações Imobiliárias q Informática q Administração
q Contabilidade q Logística

QUANTO AO CONTEÚDO

1) A linguagem dos textos é:


q a) sempre clara e precisa, facilitando muito a compreensão da matéria estudada.
q b) na maioria das vezes clara e precisa, ajudando na compreensão da matéria estudada.
q c) razoavelmente clara e precisa, ajudando, embora nem sempre, na compreensão da matéria
estudada.
q d) um pouco difícil, tornando trabalhosa a compreensão da matéria estudada.
q e) muito difícil, impossibilitando a compreensão da matéria estudada.

2) Os temas abordados nas lições são:


q a) em sua totalidade, atuais e importantes para a formação do profissional.
q b) em sua maioria, atuais e importantes para a formação do profissional.
q c) razoavelmente atuais e importantes para a formação do profissional.
q d) atuais, mas sua importância nem sempre fica clara para o profissional.
q e) ultrapassados e sem nenhuma importância para o profissional.

3) As lições são:
q a) muito bem divididas, permitindo que o conteúdo seja assimilado pouco a pouco com facilidade.
q b) bem divididas, permitindo que o conteúdo seja assimilado pouco a pouco com facilidade.
q c) razoavelmente bem divididas, permitindo que o conteúdo seja assimilado pouco a pouco com
facilidade.
q d) muito extensas, dificultando a compreensão do conteúdo.
q e) muito curtas e pouco aprofundadas.
QUANTO AOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS

4) Os exercícios propostos são:


q a) muito bem elaborados, misturando assuntos simples e complexos.
q b) bem elaborados, misturando assuntos simples e complexos.
q c) muito simples, exigindo apenas que se decore o conteúdo.
q d) um pouco difíceis, mas abordando o que se viu na lição.
q e) muito difíceis, uma vez que não abordam o que foi visto na lição.

5) A linguagem dos exercícios propostos é:


q a) sempre clara e objetiva.
q b) em sua maioria, clara e objetiva.
q c) algumas vezes um pouco complexa, dificultando a resolução do problema proposto.
q d) mal-elaborada, tornando mais difícil compreender a pergunta que respondê-la.
q e) muito complexa, impossibilitando a resolução dos exercícios.

QUANTO À APRESENTAÇÃO GRÁFICA

6) O material é:
q a) muito bem cuidado, o texto e as imagens são de fácil leitura e visualização, tornando o estudo
bastante agradável.
q b) em sua maior parte, bem cuidado, o texto e as imagens são de fácil leitura e visualização, tornando
o estudo bastante agradável.
q c) bem cuidado, mas nem sempre o texto e as imagens são de fácil leitura e visualização.
q d) razoavelmente bem cuidado, mas a disposição das imagens e do texto dificulta a compreensão do
mesmo.
q e) confuso e mal distribuído, as informações não seguem uma sequência lógica.

7) As ilustrações são:
q a) sempre bonitas e bem feitas, auxiliando na compreensão e fixação do texto.
q b) na maioria das vezes, bonitas e bem feitas, auxiliando na compreensão e fixação do texto.
q c) bonitas, mas sem nenhuma utilidade para a compreensão do texto.
q d) malfeitas, mas necessárias para a compreensão e fixação do texto.
q e) malfeitas e totalmente inúteis.

Lembre-se: você pode fazer seus comentários e sugestões, bem como apontar algum problema específico
encontrado no fascículo. Sinta-se à vontade!

Sugestões e comentários

Você também pode gostar