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Quinta-feira, 11 de Setembro de 2008.

Pesquisa número: 6
Expressão de Pesquisa: responsável tributário
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Acórdão 1598/2008 - Plenário

Número Interno do Documento


AC-1598-32/08-P

Grupo/Classe/Colegiado
GRUPO II / CLASSE V / Plenário

Processo
006.042/2008-3

Natureza
Relatório de Levantamento de Auditoria (Fiscobras 2008)

Entidade
Entidades: Departamento de Estradas de Rodagem, Infra-Estrutura
Hidroviária e Aeroportuária do Acre - DERACRE e Departamento Nacional de
Infra-Estrutura de Transporte - DNIT

Interessados
Interessado: Congresso Nacional

Sumário
LEVANTAMENTO DE AUDITORIA. FISCOBRAS 2008. OBRAS DE
IMPLANTAÇÃO, CONSTRUÇÃO, PAVIMENTAÇÃO, OBRAS DE ARTES ESPECIAIS
E CORRENTES NA RODOVIA BR-364/AC, TRECHO SENA MADUREIRA -

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CRUZEIRO DO SUL. INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES SEM


INDICATIVO DE PARALISAÇÃO. AUDIÊNCIA. DETERMINAÇÕES

Assunto
Relatório de Levantamento de Auditoria (Fiscobras 2008)

Ministro Relator
Valmir Campelo

Representante do Ministério Público


não atuou

Unidade Técnica
Secex-AC

Advogado Constituído nos Autos


não há

Dados Materiais
(com 1 volume e 3 anexos; Anexo 1 com 12 volumes; anexo 2
com 2 volumes)

Relatório do Ministro Relator


Trata-se de relatório de levantamento de Auditoria realizado pela
Secex-AC, no âmbito do Fiscobras 2008, nas obras de implantação,
construção, pavimentação, obras de artes especiais e correntes na rodovia
BR-364/AC, trecho Sena Madureira - Cruzeiro do Sul, PT
26.782.1456.1422.0012.
2. Os achados de Auditoria consignados pela equipe de fiscalização
constam do relatório de fls. 208/247 e são reproduzidos, no essencial, a
seguir:
"3.1 - Desvio de objeto - alterações qualitativas (mudanças de
projeto e de técnicas construtivas, modificações relevantes de materiais - tipo
e qualidade)
3.1.1 - Tipificação do achado:
Classificação - Irregularidade grave com recomendação de
continuidade
Tipo - Alterações indevidas de projetos e especificações
Justificativa - A obra já está com 95% de sua execução concluída,
razão pela qual deve ter continuidade.
3.1.2 - Situação encontrada:
Projeto Executivo alterado substancialmente, através de seu 1º
Relatório de Revisão de Projeto em Fase de Obras, modificando-se a
concepção inicial da fundação de tubulões, para estacas escavadas com lama
bentonítica, além da inclusão do item Lançamento de Viga Metálica

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(empurrada) na Superestrutura, não previsto na planilha


orçamentária que serviu de base para realização do procedimento licitatório,
acarretando entre supressões/inclusões um acréscimo ao Contratro nº
4.07.154D da ordem de R$ 391.476,51, com aprovação posterior à execução,
pelo DNIT, em 21/05/2008. A alteração substancial de projetos executivos em
fase de execução, tem se mostrando como prática recorrente do DERACRE
nas obras de pontes no estado.
3.1.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Contrato 4.07.154D, 20/09/2007, Rodovia BR 364/AC - Trecho:
Divisa RO/AC - Entroncamento AC-90 (fronteira Brasil/Peru) (Boqueirão da
esperança); Sub-trecho: entroncamento AC-339 Sena Madureira/Rio Macapá;
Segmento: km 267,7 ao km 379,7 (LOTE A) com extensão de 112,0 km;
Natureza dos serviços: Construção de ponte sobre o rio Caeté e ponte da
estaca 145 (acesso a Manoel Urbano) e ponte da estaca 238 + 15m (acesso a
Manoel Urbano) na Rodovia Federal BR-364. Construtora Cidade .
Projeto Básico 03/01/2006, Rodovia: BR-364/AC Trecho: Divisa
RO/AC - Entr. AC-090 Divisa Brasil/Peru Subtrecho: Entr. AC-339 (Sena
Madureira) - Manuel Urbano Segmento: km 267,70 - km 304,60.
[...]
3.1.8 - Esclarecimentos dos responsáveis:
Aduz que o projeto executivo que deu origem ao Contrato
4.07.154D foi revisado por questões geotécnicas decorrentes do
escorregamento do maciço terroso na margem direita do Rio Caeté, o que, em
virtude da imprevisibilidade do fenômeno, foi detectado somente no momento
da implantação da ponte. No entanto, imediatamente após o ocorrido foi
emitido parecer técnico contendo o diagnóstico e a solução para o problema,
tendo-se gerado o 1º Relatório de Revisão em Fase de Obra, adequando-se o
contrato.
Atesta, assim, que não procede a alegação de que "o responsável
não praticou o ato após prévia consulta a órgãos técnicos ou, de algum modo,
respaldado em parecer técnico". (folhas 202/205 do Volume Principal)
3.1.9 - Conclusão da equipe:
De fato, pelo que consta dos autos, a justificativa para a revisão e
alteração do projeto da ponte se deu após a desestabilização de encostas em
virtude de erosão nas proximidades do rio. No entanto, tal fato, por si só, não
justifica a alteração implementada na fundação da ponte, modificando-se sua
concepção inicial de tubulões para estacas escavadas com lama bentonítica,
além da inclusão do item Lançamento de Viga Metálica (empurrada) na
Superestrutura, pois, conforme atestado no 1º Relatório de Revisão de Projeto
em Fase de Obra, "esse tipo de desestabilização de encosta é muito comum
no Estado do Acre e, com elevada freqüência, embora se verifiquem nas
camadas superficiais, normalmente progridem até o topo das encostas".
De se destacar, ainda, que, de acordo com o relatório supra e nos

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termos do documento de fls. 194/195, a alteração da


infraestrutura da obra de arte especial teve como objetivo, também, evitar
problemas que poderiam afetar tanto a estabilidade da estrutura da ponte,
como do aterro de acesso, prezando pela segurança e qualidade do
empreendimento e, ainda, reduzindo-se o prazo para a execução da obra,
tendo em vista que o prazo para execução de estacas escavadas é
substancialmente menor se comparado ao prazo de execução de tubulões de
ar comprimido.
A par desses fatos, a conclusão que se chega é que o projeto
executivo elaborado pela empresa Outec Engenharia, contratada pelo Deracre,
era deficiente e não levou em consideração as peculiaridades locais da região,
mormente no que se refere a previsibilidade quanto à desestabilização da
encosta do rio, que, no dizer do 1º Relatório de Revisão de Projeto em Fase
de Obra, elaborado posteriormente pela própria Outec, "é muito comum no
Estado do Acre", além de não ter considerado o fato descrito no parágrafo
anterior, em relação à fundação, pois que, nos exatos termos dos repisado
relatório, a nova solução adotada para a fundação "favorece o reduzido prazo
para a execução dos serviços, imposto pelas condições meteorológicas da
região amazônica, uma vez que o tempo determinado para a execução de
estacas escavadas é substancialmente menor se comparado ao prazo de
execução de tubulões a ar comprimido. E também em relação à segurança dos
trabalhadores, essa solução é incomparavelmente mais segura do que a de
tubulões de ar comprimido".
Inescusável, assim, em se tratando do órgão rodoviário estadual,
especialista na execução de todo tipo de obras no Estado do Acre, a
desconsideração dos fatores acima citados na elaboração do projeto da obra.
O mesmo se diga da empresa responsável pela elaboração desse documento,
que somente atentou para as peculiaridades da região após a elaboração do
projeto, quando deveria tê-las identificado e sopesado quando da confecção
desse trabalho.
Não se pode olvidar, ainda, que o 1º Relatório de Revisão de
Projeto em Fase de Obra só foi aprovado pelo DNIT em 14/04/08 (fls.
194/196). No entanto, mesmo sem que fosse dado o aval do DNIT, as obras
tiveram continuidade com as alterações propostas, o que se manifesta numa
conduta precipitada por parte do Deracre, haja vista que o relatório poderia
não ter sido aprovado na forma como fora proposto, o que poderia ter gerado
problemas de diversas ordens, dado que a empresa já havia executado o
serviço com as alterações propostas na fundação da ponte.
Necessário, assim, realizar a audiência da empresa Oute
Engenharia de Projetos S/C Ltda., CNPJ 52.579.885/0001-29, sediada na
Avenida Brigadeiro Faria Lima, nº 1.656 - 7º andar, conjunto 7C, Bairro
Jardim Paulistano, CEP: 01.451-001 - São Paulo/SP, na pessoa de seu
representante legal, Sr. Tonehiro Uono, CPF nº 301.543.598-15, bem como

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dos responsáveis pela aprovação do projeto no âmbito do Deracre,


Srs. Fernando Manoel Moutinho da Conceição, Diretor de Obras do Deracre, e
Marcus Alexandre Médici Aguiar, Diretor-Geral do Deracre, a fim de que
apresentem razões de justificativa para a elaboração e aprovação de projeto
executivo deficiente para a construção da ponte sobre o Rio Caeté, que não
considerou as particularidades da região na qual a mesma seria executada,
como a desestabilização de encosta, problema comum nos rios da região, o
que deu causa à alteração do projeto já na fase de obras, com o intuito de
adequá-lo e evitar problemas que poderiam afetar tanto a estabilidade da
estrutura da ponte, como do aterro de acesso, prezando pela segurança e
qualidade do empreendimento e, ainda, reduzindo-se o prazo para a execução
da obra, tendo em vista que o prazo para execução de estacas escavadas é
substancialmente menor se comparado ao prazo de execução de tubulões de
ar comprimido, além de ter acrescentado o item lançamento de viga metálica
(empurrada), não previsto inicialmente no projeto executivo que serviu de
base para a realização do procedimento licitatório.
O Diretor-Geral do Deracre deve apresentar razões de justificativa
também para a autorização de continuidade das obras da ponte sem que o 1º
Relatório de Revisão de Projeto em Fase de Obra fosse aprovado pelos setores
competentes do DNIT, o que poderia ter gerado problemas de diversas
ordens, inclusive financeiros, dado que a empresa já havia executado o
serviço com as alterações propostas na fundação da ponte, como atestam os
documentos de fls. 01/46 (V. 2).
[...]
3.2 - Restrição ao caráter competitivo da licitação - Infração aos
Princípios da Razoabilidade, Moralidade, da Isonomia entre os Licitantes e/ou
ao Princípio do Julgamento Objetivo decorrente de interposição ilegal de
recursos e inabilitação injusta de licitante.
3.2.1 - Tipificação do achado:
Classificação - Irregularidade grave com recomendação de
continuidade
Tipo - Demais irregularidades graves no processo licitatório
Justificativa - O contrato proveniente da licitação já se encontra
em plena execução. A irregularidade poderá gerar aplicação de multa aos
responsáveis.
3.2.2 - Situação encontrada:
Na Concorrência nº 18/2007 (Lote 3), houve a desclassificação da
empresa Construtora ETAM, tendo em vista que a aludida firma,
"supostamente", não teria apresentado a Relação de Equipamentos Mínimos.
No entanto, de um total de 18 equipamentos solicitados no Anexo 5 do edital,
a empresa só não atendeu em sua totalidade 2, tendo, ainda, atendido outros
dois parcialmente e plenamente aos demais. Em relação ao mesmo tema
(Equipamentos Mínimos), porém, a empresa Construmil também foi

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desclassificada e, após impetrar recurso, foi julgada habilitada em


relação ao tema.
Portanto, como se tratava de questão objetiva, os argumentos
utilizados para prover o recurso da Construmil deveriam ser estendidos à
empresa Construtora ETAM, tornando-a apta a continuar no certame. Não o
fazendo, a comissão de licitação incorreu em irregularidade que caracteriza
uma afronta ao princípio da competitividade.
Mais, em relação ao tema Equipamentos Mínimos, é de se convir
que a declaração da empresa, a que se refere o subitem 14.6.1, e respectivas
alíneas, do edital, no sentido de que, se ganhadora fosse, quando da execução
dos serviços os equipamentos solicitados estariam no canteiro de obras,
podendo ser inspecionados pela contratante, mostra-se suficiente para suprir
a relação de equipamentos mínimos, como destacado no item 10.1 do parecer
2376/2382, sem falar que, no recurso, a empresa afirma que a falta de
equipamentos no Anexo VIII ocorreu por erro de digitação.
Sendo assim, a comissão deveria ter revisto de ofício sua decisão e
ter habilitado a Construtora ETAM a ter sua proposta analisada, podendo,
inclusive, ter se sagrado vencedora no certame, especialmente após os
argumentos apresentados na análise do recursos da Construmil sobre o tema.
3.2.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Edital 18/2007, 03/05/2007, CONCORRÊNCIA, Execução de
Implantação, Construção e Pavimentação e Obras de Arte Corrente na
Rodovia Federal BR-364/AC - Lote 3
[...]
3.2.8 - Esclarecimentos dos responsáveis:
Consigna que os recursos apresentados pelas empresas ETAM e
CONSTRUMIL foram julgados concomitantemente, conforme Parecer Técnico
de 20/07/2007. Entretanto, a empresa ETAM, em 18/07/07, interpôs pedido
de desistência do recurso administrativo, cumulado com desistência para
prosseguir no certame, fato que não teria sido considerado pela equipe de
analistas. Dessa forma, atesta que a habilitação da licitante, ainda que de
ofício, tornar-se-ia inócua, haja vista a perda do objeto, não tendo, portanto,
havido restrição ao caráter competitivo da licitação e muito menos infração
aos princípios da razoabilidade, moralidade e isonomia. (folhas 202/206 do
Volume Principal)
3.2.9 - Conclusão da equipe:
Interessante e estranha a assertiva do gestor, fundamentada no
documento de fls. 2369, particularmente tendo em vista os inúmeros esforços
praticados pela licitante para participar do certame, tendo que, mesmo antes
da apresentação da proposta, encaminhar dois profissionais, um engenheiro
civil e um engenheiro agrônomo, apenas para realizar a visita ao local da
obra, condição necessária para participar da licitação, e, ainda, considerando-
se o fato de, após apresentar toda sua documentação (habilitação e proposta

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de preços), ter solicitado cópia da Concorrência nº 18/2008, no


intuito de apresentar contra-razões aos recursos interpostos em seu desfavor.
Não obstante, analisando o documento citado pelo responsável,
observa-se que a empresa ETAM solicita desistência apenas do recurso
interposto quanto a sua desclassificação, não se referindo expressamente à
desistência da licitação, embora consigne "não ter mais interesse no certame".
Tal fato, porém, apenas corrobora a conclusão da equipe, no
sentido de que houve excesso quanto ao exame da documentos de habilitação
da licitante, ocasionando restrição ao caráter competitivo da mesma, pois
demonstra que a empresa, verificando o desmedido formalismo em seu
desfavor, viu-se obrigada a desistir da disputa.
Dessa forma, sugere-se que seja determinada a audiência dos
membros da comissão de licitação, a fim de que, no prazo de 15 (quinze)
dias, apresentem razões de justificativa para o excesso de rigor formal
quando do exame dos documentos de habilitação na Concorrência nº 18/2007
(lote 3), o que deu causa a restrição ao caráter competitivo do certame,
ocasionando à inabilitação indevida da Construtora ETAM no mesmo, haja
vista que a aludida empresa foi desclassificada porque não teria apresentado
"Relação de Equipamentos Mínimos", sendo que, quanto a esse ponto, a
empresa Construmil também foi desclassificada, mas, posteriormente, teve
seu recurso acolhido, devendo a nova interpretação da comissão ter-se
estendido também à Construtora Etam, por se tratar de questão objetiva.
[....]
3.3 - Falta de definição precisa das condições de reajuste.
3.3.1 - Tipificação do achado:
Classificação - Irregularidade grave com recomendação de
continuidade
Tipo - Reajustamento irregular
Justificativa - A irregularidade pode ser sanada apenas com
determinação.
3.3.2 - Situação encontrada:
Divergência entre a data-base das propostas vencedoras das
Concorrências nº 20 e 22/2007 com a data-base do orçamento do DERACRE.
Na proposta da Empresa Construtora Etam Ltda. (Concorrência nº
20 - Lote 5) consta que a sua data-base é referente ao mês de outubro de
2007 (fl. 1223, Anexo I, vol. 5), enquanto a data-base do orçamento do
Deracre é de janeiro de 2007. Acontece que o contrato nº 4.07.215C, em sua
Cláusula Quarta, § 4º, consta que o reajustamento do contrato deverá ocorrer
após decorrido 1 (um) ano do mês base da proposta, que, por sua vez, deverá
ser o mesmo da data base do orçamento do DERACRE, que é de janeiro de
2007.
Na proposta da Empresa Construtora Cidade (Concorrência nº 22 -
Lote B) consta que a sua data-base é referente ao mês de julho de 2007 (fl.

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1668, Anexo I, vol. 7), enquanto a data-base do orçamento do


Deracre é de janeiro de 2007 (fl. 49, Anexo I). Acontece que no contrato nº
4.07.177B, em sua Cláusula Quarta, § 4º, consta que o reajustamento do
contrato deverá ocorrer após decorrido 1 (um) ano do mês base da proposta,
que, por sua vez, deverá ser o mesmo da data base do orçamento do
DERACRE, que é de janeiro de 2007.
No entanto, de acordo com o art. 3º, § 1º, da Lei nº 10.192/2001,
"a periodicidade anual nos contratos de que trata o caput deste artigo será
contada a partir da data limite para apresentação da proposta ou do
orçamento a que essa se referir.". Portanto, o reajuste relativo aos contratos
em questão deverá ocorrer somente quando decorrido um ano da data-base
da proposta de cada uma das empresas citadas, ou seja, a partir de outubro
de 2007, em relação ao Contrato 4.07.215C (Concorrência nº 20/2007) e a
partir de julho dem 2007, para Contrato nº 4.07.177B (Concorrência nº
22/2007), e não do mês do orçamento do DERACRE (janeiro/2007).
3.3.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Contrato 4.07.215C, 12/05/2008, Rodovia BR 364/AC - Trecho:
Divisa RO/AC - Entroncamento AC-90 (fronteira Brasil/Peru) (Boqueirão da
esperança); Sub-Trecho: Rio Macapá - Entr. AC-329, Segmento: Km 381,6 ao
km 417,42 (LOTE 05) numa extensão de 35,82 Km; Natureza dos serviços:
Implantação, construção, pavimentação e obras de arte corrente na rodovia
Federal BR-364/AC. Construtora Etam Ltda.
Contrato 4.07.177B, Rodovia BR 364/AC - Trecho: Divisa RO/AC -
Entroncamento AC-90 (fronteira Brasil/Peru) (Boqueirão da esperança); Sub-
trecho: Manoel Urbano - Entroncamento AC-329(Igarapé alto Jurupári);
Segmento: km 346,50 ao km 417,42 (LOTE B); Natureza dos Serviços:
Construção de ponte sobre o rio Juritipari com extensão de 120m e sobre o rio
Macapá com extensão de 90,92m na Rodovia Federal BR 364. Construtora
Cidade .
[...]
3.3.8 - Esclarecimentos dos responsáveis:
O gestor corrobora as conclusões da equipe de Auditoria e registra
que será providenciado o Termo de Aditamento aos contratos relacionados,
estabelecendo a data-base correta. (folhas 202/205 do Volume Principal)
3.3.9 - Conclusão da equipe:
Apesar de o gestor ter manifestado concordância com a
constatação e se prontificado à aditivar os contratos para ajustar suas datas-
base, sugere-se, como forma de precaução, que seja emitida determinação ao
DERACRE, a fim de que a autarquia estadual estabeleça como data-base, para
fins de reajuste, em relação ao contrato 4.07.215C (Lote 5), o mês de
outubro/2007, e quanto ao contrato nº 4.07.177B (Lote B), o mês de
julho/2007.
[...]

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3.4 - Demais irregularidades graves na administração do contrato -


A administração do órgão contratante não está realizando retenção dos
impostos (ISS, IR, etc.) nos pagamentos efetuados à empresa contratada.
3.4.1 - Tipificação do achado:
Classificação - Irregularidade grave com recomendação de
continuidade
Tipo - Demais irregularidades graves na administração do contrato
Justificativa - A irregularidade pode ser sanada com determinação.
3.4.2 - Situação encontrada:
Ausência de comprovação de retenção/repasse do ISSQN, na
qualidade de responsável tributário, nos casos previstos nos incisos I e II do §
2º, do artigo 6º da Lei Complementar Federal nº 116/03. Matéria afeta à
competência deste Tribunal, haja vista os recursos utilizados para o
pagamento dos Contratos, envolverem recursos decorrentes de Convênios
celebrados junto ao Governo Federal.
3.4.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Contrato 4.07.171A, 26/11/2007, Rodovia BR 364/AC - Trecho:
Divisa RO/AC - Entroncamento AC-90 (fronteira Brasil/Peru) (Boqueirão da
esperança); Sub-trecho: entroncamento AC-339 Sena Madureira/Manuel
Urbano; Segmento: km 338,40 ao km 346,50 e km 0,00 ao km 6,58 (acesso
à Manuel Urbano), (LOTE 3); Natureza dos serviços: Implantação, construção,
pavimentação e obras de arte corrente na rodovia Federal BR-364/AC. JM
Terraplanagem e Construcoes Ltda.
Contrato 4.07.154D, 20/09/2007, Rodovia BR 364/AC - Trecho:
Divisa RO/AC - Entroncamento AC-90 (fronteira Brasil/Peru) (Boqueirão da
esperança); Sub-trecho: entroncamento AC-339 Sena Madureira/Rio Macapá;
Segmento: km 267,7 ao km 379,7 (LOTE A) com extensão de 112,0 km;
Natureza dos serviços: Construção de ponte sobre o rio Caeté e ponte da
estaca 145 (acesso a Manoel Urbano) e ponte da estaca 238 + 15m (acesso a
Manoel Urbano) na Rodovia Federal BR-364. Construtora Cidade .
[...]
3.4.8 - Esclarecimentos dos responsáveis:
Esclarece que, nos termos do art. 6º, § 2º, incisos I e II da Lei
Complementar nº 116/2003, compete aos municípios estabelecer Lei sobre o
ISSQN, tornando obrigatória a retenção do imposto por parte dos tomadores
de serviço. Sendo assim, a retenção por parte do Deracre somente será
obrigatória a partir da edição da aludida lei.
Acrescenta que o Deracre, a cada pagamento, solicita Certidão
Negativa de Débitos Municipais das empresas para com as prefeituras
municipais do local das obras a fim de atestar a regularidade fiscal das
mesmas em relação ao pagamento do ISSQN. (folhas 202/205 do Volume
Principal)
3.4.9 - Conclusão da equipe:

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Para enfrentarmos a questão faz-se necessário reproduzir o


dispositivo legal pertinente ao tema, art. 6ª, § 2º, inciso II, da LC nº
116/2003, a saber:
"Art. 6º Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão
atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira
pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo
do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se
refere à multa e aos acréscimos legais.
§ 1º Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados
ao recolhimento integral do imposto devido, multa e acréscimos legais,
independentemente de ter sido efetuada sua retenção na fonte.
§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1º deste artigo, são
responsáveis:
I - o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior
do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País;
II - a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou
intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09,
7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista
anexa."
Percebe-se, assim, que a interpretação que o gestor está dando ao
art. 6º, § 2º, inciso II, da LC nº 116/2003, data venia, não está correta.
Com efeito, o dispositivo legal estabelece que, mesmo que o
município não edite lei tornando obrigatória a retenção do imposto (ISSQN)
por parte dos tomadores de serviço, caberá à pessoa jurídica tomadora ou
intermediária dos serviços, ainda que imune ou isenta, o recolhimento do
aludido imposto, na qualidade de responsável tributário, particularmente nos
caso de "Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de
obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras
semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem
e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e
montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de
mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação
dos serviços, que fica sujeito ao ICMS)."
Sugere-se, assim, que seja emitida determinação ao DERACRE, no
sentido de que o órgão estadual efetue a retenção do ISSQN, repassando os
valores retidos aos municípios.
[...]
3.5 - Execução de serviços com qualidade deficiente.
3.5.1 - Tipificação do achado:
Classificação - Irregularidade grave com recomendação de
continuidade
Tipo - Deficiência grave na qualidade nos serviços executados

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Justificativa - A irregularidade pode ser sanada através de


determinação.
3.5.2 - Situação encontrada:
Foram detectadas fissuras no revestimento asfáltico (CBUQ) do
Lote 04, Contrato 4.05.095B e Lote 02, Contrato 4.05.120A, bem como
rompimento do aterro em alguns pontos dos trechos. No entanto, havia
demarcação dos locais pela fiscalização, para substituição/reconstrução dos
trechos, início dos serviços em alguns pontos, além do recebimento provisório
ainda não realizado.
3.5.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Contrato 4.05.120A, 23/06/2005, Implantação, construção,
pavimentação e obras de arte correntes na Rodovia BR-364 (Lote 02): Div.
AC/RO - Fronteira Brasil/Peru; Entronc. AC-321 (Tarauacá) - R. Gregório; km
594,60 - km 614,60; 20 km Construtora Etam Ltda.
Contrato 4.05.097B, 20/05/2005, Contratação do Consórcio de
Empresas visando à prestação de serviços de execução da implantação e
pavimentação dos sub-trechos da Rodovia BR 364/AC, Rio Gregório/Liberdade
(50,01km), km 634,6 ao 684,6 Consórcio Construmil - Cidade.
[...]
3.5.8 - Esclarecimentos dos responsáveis:
O gestor atesta que, antes mesmo da equipe de Auditoria detectar
a ocorrência, o Deracre, por meio de sua Supervisão/Fiscalização, já havia
condicionado o recebimento provisório à devida correção dos trechos,
inclusive com demarcação dos pontos que apresentaram defeito. (folhas
202/205 do Volume Principal)
3.5.9 - Conclusão da equipe:
Apesar de as empresas efetivamente estarem efetuando os
reparos nos trechos defeituosos, faz-se necessária a emissão de determinação
ao Deracre, para que seja promovida a identificação de todos os pontos
defeituosos, condicionando o recebimento provisório dos trechos ao
saneamento das irregularidades. Tal medida mostra-se adequada para que
sejam evitadas situações como as identificadas no TC 000.791/2007-0, que
trata do aparecimento de defeitos precoces, com possível dano ao erário, na
pavimentação do trecho da BR-364 entre os municípios de Tarauacá e Feijó.
De igual forma, propõe-se que seja emitida determinação ao DNIT,
no sentido de que a autarquia federal, antes do recebimento definitivo das
obras do trecho inspecionado, realize um trabalho de fiscalização minucioso
para aferir a qualidade dos mesmos.
[...]
3.6 - Ausência de cadastramento de contrato ou convênio no
SIASG - Contrato não cadastrado no SIASG.
3.6.1 - Tipificação do achado:
Classificação - Irregularidade grave com recomendação de

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continuidade
Tipo - Ausência de cadastramento de contrato ou convênio no
SIASG
Justificativa - Irregularidade pode ser sanada com determinação.
3.6.2 - Situação encontrada:
Os Contratos nº 4.07.181A, 4.07.215A, 4.07.171A, 4.07.176A,
4.07.215C, 4.07.154D e 4.07.177B não apresentam cadastro no Sistema
Integrado de Administração de Serviços Gerais - SIASG.
[...]
3.6.8 - Esclarecimentos dos responsáveis:
Ressalta que não cabe ao Deracre proceder à inclusão dos
contratos no SIASG. (Folhas 202/205 do Volume Principal).
3.6.9 - Conclusão da equipe:
Com razão o gestor estadual, pois a obrigação do registro no
SIASG é do órgão concedente.
Sendo assim, propugna-se que seja determinado ao DNIT para que
proceda a inclusão dos contratos no SIASG.
[...]
3.7 - Projeto básico/executivo deficiente ou inexistente -
Orçamento do Edital / Contrato / Aditivo Incompleto ou Inadequado.
3.7.1 - Tipificação do achado:
Classificação - Irregularidade grave com recomendação de
continuidade
Tipo - Demais irregularidades graves na administração do contrato
Justificativa - Irregularidade pode ser sanada com determinação.
3.7.2 - Situação encontrada:
Pagamento irregular de percentual de encargos sociais, relativo à
FGTS em 8,5%, haja vista o acréscimo de 0,5% só encontrar amparo legal até
dezembro de 2006, LC nº 110/2001, art 2º, § 2º.
3.7.3 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Contrato 4.07.154D, 20/09/2007, Rodovia BR 364/AC - Trecho:
Divisa RO/AC - Entroncamento AC-90 (fronteira Brasil/Peru) (Boqueirão da
esperança); Sub-trecho: entroncamento AC-339 Sena Madureira/Rio Macapá;
Segmento: km 267,7 ao km 379,7 (LOTE A) com extensão de 112,0 km;
Natureza dos serviços: Construção de ponte sobre o rio Caeté e ponte da
estaca 145 (acesso a Manoel Urbano) e ponte da estaca 238 + 15m (acesso a
Manoel Urbano) na Rodovia Federal BR-364. Construtora Cidade .
[...]
3.7.8 - Esclarecimentos dos responsáveis:
Destaca que, seguindo o relatório da equipe de Auditoria,
providenciará o aditamento ao Contrato nº 4.07.154D, a fim de adequar a
alíquota de FGTS em 8%, efetuando o estorno dos valores pagos a maior à
empresa contratada. (Folhas 202/205 do Volume Principal).

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3.7.9 - Conclusão da equipe:


Apesar de o gestor ter manifestado concordância com a
constatação e se prontificado à aditivar o Contrato nº 4.07.154D, a fim de
adequar a alíquota de FGTS em 8%, efetuando o estorno dos valores pagos a
maior à empresa contratada, propõe-se, como medida de precaução, que seja
emitida determinação ao DERACRE, a fim de que a autarquia estadual efetue
a correção do percentual de FGTS aplicado no contrato 4.07.154D, reduzindo
seu valor de 8,5% para 8%.
[...]"
3. Em razão dos achados de Auditoria acima transcritos, foram
formuladas as seguintes propostas de encaminhamento:
"Audiência de Responsável: Marcus Alexandre Medici Aguiar:
a) aprovação de projeto executivo deficiente para a construção da
ponte sobre o Rio Caeté, que não considerou as particularidades da região na
qual a mesma seria executada, como a desestabilização de encosta, problema
comum nos rios da região, o que deu causa à alteração do projeto já na fase
de execução das obras, com o intuito de adequá-lo e evitar problemas que
poderiam afetar tanto a estabilidade da estrutura da ponte, como do aterro de
acesso, prezando pela segurança e qualidade do empreendimento e, ainda,
reduzindo-se o prazo para a execução da obra, tendo em vista que o prazo
para execução de estacas escavadas é substancialmente menor se comparado
ao prazo de execução de tubulões de ar comprimido, além do acréscimo do
item lançamento de vigas metálicas (empurradas) aos serviços, não previstos
no procedimento licitatório, o que ocasionou um acréscimo de R$391.476,51
ao Contrato/Deracre nº 4.07.154D;
b) autorização de continuidade das obras da ponte, após as
constatações do 1º Relatório de Revisão de Projeto em Fase de Obra, sem que
este documento fosse aprovado pelos setores competentes do DNIT, o que
poderia ter gerado problemas de diversas ordens, inclusive financeiros, dado
que a empresa já havia executado o serviço com as alterações propostas na
fundação da ponte, como atestam os documentos de fls. 01/46 (V. 2);
c) não retenção do ISSQN das empresas que estão executando as
obras de construção da BR-364/AC, trecho: Sena Madureira a Cruzeiro do Sul,
contrariando o que estabelece o art. 6º, § 2º, inciso II, da LC nº 116/2003.
Audiência de Responsável: Fernando Manuel Moutinho da
Conceição:
. aprovação de projeto executivo deficiente para a construção da
ponte sobre o Rio Caeté, que não considerou as particularidades da região na
qual a mesma seria executada, como a desestabilização de encosta, problema
comum nos rios da região, o que deu causa à alteração do projeto já na fase
de obras, com o intuito de adequá-lo e evitar problemas que poderiam afetar
tanto a estabilidade da estrutura da ponte, como do aterro de acesso,
prezando pela segurança e qualidade do empreendimento e, ainda, reduzindo-

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se o prazo para a execução da obra, tendo em vista que o prazo


para execução de estacas escavadas é substancialmente menor se comparado
ao prazo de execução de tubulões de ar comprimido, além do acréscimo do
item lançamento de vigas metálicas (empurradas) aos serviços, não previstos
no procedimento licitatório, o que ocasionou um acréscimo de R$391.476,51
ao Contrato/Deracre nº 4.07.154D.
Audiência de Responsável: OUTEC ENGENHARIA LTDA.:
. elaboração de projeto executivo deficiente para a construção da
ponte sobre o Rio Caeté, que não considerou as particularidades da região na
qual a mesma seria executada, como a desestabilização de encosta, problema
comum nos rios da região, o que deu causa à alteração do projeto já na fase
de execução das obras, com o intuito de adequá-lo e evitar problemas que
poderiam afetar tanto a estabilidade da estrutura da ponte, como do aterro de
acesso, prezando pela segurança e qualidade do empreendimento e, ainda,
reduzindo-se o prazo para a execução da obra, tendo em vista que o prazo
para execução de estacas escavadas é substancialmente menor se comparado
ao prazo de execução de tubulões de ar comprimido, além do acréscimo do
item lançamento de vigas metálicas (empurradas) aos serviços, não previstos
no procedimento licitatório, o que ocasionou um acréscimo de R$391.476,51
ao Contrato/Deracre nº 4.07.154D.
Determinação a Órgão/Entidade: Departamento de Estradas e
Rodagem do Estado do Acre:
a) proceda as alterações necessárias nos Contratos nº 4.07.215C
(Lote 5) e 4.07.177B (Lote B), com o objetivo de retificar a data-base desses
instrumentos para fins de reajuste, da seguinte forma:
a.1) Contrato nº 4.07.215C (Lote 5) - data-base: mês de
outubro2007;
a.2) Contrato nº 4.07.177B (Lote B) - data-base: mês de
julho/2007.
b) providencie a identificação de todos os trechos da BR-364/AC,
no subtrecho: Tarauacá (final do asfalto) - Rio Liberdade, cuja execução
apresentou defeitos (fissuras e deslizamento), condicionando o recebimento
provisório das obras ao saneamento das irregularidades;
c) efetue a correção do percentual de FGTS aplicado ao Contrato
4.07.154D, reduzindo seu valor de 8,5% para 8%, procedendo à
compensação dos valores que já foram pagos a maior nos pagamentos futuros
da contratada.
Determinação a Órgão/Entidade: DEPARTAMENTO NACIONAL DE
INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES - MT:
a) efetue o cadastramento no SIASG de todos os contratos
celebrados pelo Departamento de Estradas e Rodagem do Acre - Deracre, com
supedâneo nos Convênios TT-117/2004 (Siafi 521352) e 94/2007 (Siafi
591821);

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b) realize um trabalho minucioso de fiscalização para aferir a


qualidade dos serviços executados na BR-364/AC, subtrecho: Tarauacá (final
do asfalto) - Rio Liberdade, antes do recebimento definitivo das obras do
referido trecho.
4. As propostas de encaminhamento foram corroboradas pela
instância dirigente da unidade técnica, conforme despacho de fl. 282.
É o relatório.

Voto do Ministro Relator


Em exame, relatório de levantamento de Auditoria realizado pela
Secex-AC, no âmbito do Fiscobras 2008, nas obras de implantação,
construção, pavimentação, obras de artes especiais e correntes na rodovia
BR-364/AC, trecho Sena Madureira - Cruzeiro do Sul, PT
26.782.1456.1422.0012.
2. Conforme visto no relatório precedente, dos sete indícios de
irregularidades levantados pela equipe de Auditoria, três foram desde logo
confirmados pelo órgão estadual responsável pela execução da obra -
DERACRE, a saber: fixação incorreta da data-base de reajuste dos Contratos
4.07.215C e 4.07.177B (item 3.3 do relatório técnico); falhas na execução dos
serviços vinculados ao Contrato 4.05.120A (item 3.5 do relatório técnico); e
pagamento a maior relativo ao FGTS (item 3.7). Para esses itens, embora o
DERACRE afirme que irá adotar as devidas providência corretivas, mostra-se
prudente, conforme sugere a Secex-AC, a expedição de determinações por
parte deste Tribunal.
3. Outro ponto considerado irregular - a ausência de
cadastramento dos contratos no SIASG (item 3.6 do relatório técnica) - é
responsabilidade do DNIT, razão pela qual também entendo, no mesmo
sentido da unidade técnica, deva ser expedida determinação à autarquia
federal para que providencie a devida inclusão dos dados no sistema.
4. Restam três ocorrências para as quais a equipe de fiscalização
sinalizou com a necessidade de realização de audiência dos responsáveis: 1)
alteração de projeto em fase de obras da ponte sobre o Rio Caeté, por
deficiência na elaboração do projeto original (item 3.1 do relatório técnico); 2)
restrição ao caráter competitivo da licitação para o Lote 3, Concorrência nº
18/2007 (item 3.2 do relatório técnico); e ausência de comprovação, por
parte do DERACRE, da retenção do imposto sobre serviços (item 3.4 do
relatório técnico).
5. Passo à apreciação desses três pontos.
6. Com relação à suposta restrição ao caráter competitivo da
Concorrência nº 18/2007, embora a equipe de Auditoria teça comentários no
corpo do relatório quanto à necessidade de se realizar a audiência da
comissão de licitação, a respectiva proposta não consta do rol de
encaminhamentos sugeridos. Sobre o tema, anoto que todas as questões

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relativas às disposições constantes dos editais das Concorrências


de nºs 16 a 22/2007, conduzidas pelo DERACRE, que supostamente
representavam restrição à competitividade, já foram apreciadas pelo Tribunal
nos autos do TC-016.687/2007-3, relatado por mim na Sessão Plenária de 15
de agosto de 2007, ocasião em que o Colegiado acolheu voto condutor da
minha lavra em que analisei os indícios apontados a esse título e concluí, no
que fui acompanhado pelo Plenário, pela sua improcedência. Por essa razão,
entendo estar elidida a suposta irregularidade apontada no item 3.2 do
relatório de Auditoria.
7. Acerca da falta de recolhimento do ISS por parte do DERACRE,
considero que as explicações dadas pelo órgão estadual são plausíveis, visto
que, se não foi ainda editada lei municipal que transfira a responsabilidade
pelo recolhimento ao tomador dos serviços, não lhe é exigível essa obrigação.
De fato, o caput do art. 6º da LC nº 116/2003 trata de uma faculdade do
município em legislar nesse sentido:
"Art. 6º Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão
atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira
pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo
do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se
refere à multa e aos acréscimos legais." (Grifei).
8. Ademais, se irregularidade há no recolhimento de um imposto
municipal, por parte de uma entidade estadual, entendo não haver espaço
para a incidência da jurisdição do TCU, sendo o tema afeto à esfera de
competência do tribunal de contas local. Assim, pode-se encaminhar cópia da
deliberação que vier a ser proferida ao Tribunal de Contas do Estado do Acre,
para melhor exame da questão.
9. Por fim, com relação ao último indício de irregularidade que
enseja a audiência dos responsáveis - alteração de projeto em fase de obras
da ponte sobre o Rio Caeté, por deficiência na elaboração do projeto original -
, concordo, em princípio, com a análise da unidade técnica no sentido de que
devam serem chamadas a apresentarem suas justificativas as pessoas
indicadas na proposta de encaminhamento, na forma da proposta de
deliberação que ora apresento ao Colegiado. Discordo, todavia, quanto à
cogitada audiência do Diretor-Geral do DERACRE em razão do início das obras
antes da aprovação da alteração do projeto pelo DNIT, tendo em vista que, ao
final, a alteração restou por ser aprovada pelo órgão federal, o que, a meu
ver, atenua a gravidade da falha.
Ante o exposto, Voto por que seja adotado o acórdão que ora
submeto à consideração deste Plenário.
T.C.U., Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza,
em 13 de agosto de 2008.
VALMIR CAMPELO

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Ministro-Relator

Acórdão
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de relatório de
levantamento de Auditoria realizado pela realizado pela Secex-AC, no âmbito
do Fiscobras 2008, nas obras de implantação, construção, pavimentação,
obras de artes especiais e correntes na rodovia BR-364/AC, trecho Sena
Madureira - Cruzeiro do Sul, PT 26.782.1456.1422.0012.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos
em Sessão Plenária, ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1. promover, com base no art. 43, inciso II, da Lei nº 8.443/92 e
no art. 250, inciso IV, do Regimento Interno, a audiência do Sr. Marcus
Alexandre Médici Aguiar, Diretor Geral do DERACRE; do Sr. Fernando Manuel
Moutinho da Conceição, Diretor do Departamento de Rodovias Federais e
Estaduais do Acre; e da empresa OUTEC ENGENHARIA LTDA., responsável
pela elaboração do projeto executivo, para que apresentem, no prazo de
quinze dias, razões de justificativa, tendo em vista a seguinte ocorrência:
elaboração de projeto executivo deficiente para a construção da ponte sobre o
Rio Caeté, que não considerou as particularidades da região na qual a mesma
seria executada, como a desestabilização de encosta, problema comum nos
rios da região, o que deu causa à alteração do projeto já na fase de execução
das obras, ensejando um acréscimo de R$ 391.476,51 ao Contrato/Deracre nº
4.07.154D;
9.2. determinar ao DERACRE, com base no art. 43, inciso I, da Lei
nº 8.443/92, que:
9.2.1. proceda as alterações necessárias nos Contratos nº
4.07.215C (Lote 5) e 4.07.177B (Lote B), com o objetivo de retificar a data-
base desses instrumentos para fins de reajuste, da seguinte forma: Contrato
nº 4.07.215C (Lote 5) - data-base: mês de outubro2007; Contrato nº
4.07.177B (Lote B) - data-base: mês de julho/2007;
9.2.2. providencie a identificação de todos os trechos da BR-
364/AC, no subtrecho Tarauacá (final do asfalto) - Rio Liberdade, cuja
execução apresentou defeitos (fissuras e deslizamento), condicionando o
recebimento provisório das obras ao saneamento das irregularidades;
9.2.3. efetue a correção do percentual de FGTS aplicado ao
Contrato 4.07.154D, reduzindo seu valor de 8,5% para 8%, procedendo à
compensação dos valores que já foram pagos a maior nos pagamentos futuros
da contratada;
9.2.4. demonstre a este Tribunal, no prazo de 60 (sessenta) dias,
o cumprimento das determinações dos subitens acima;
9.3. determinar ao DNIT, com base no art. 43, inciso I, da Lei nº
8.443/92, que:
9.3.1. efetue, no prazo de 30 (trinta) dias, o cadastramento no

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SIASG de todos os contratos celebrados pelo Departamento de


Estradas e Rodagem do Acre - DERACRE, com supedâneo nos Convênios TT-
117/2004 (Siafi 521352) e 94/2007 (Siafi 591821);
9.3.2. fiscalize minuciosamente a qualidade dos serviços
executados na BR-364/AC, subtrecho Tarauacá (final do asfalto) - Rio
Liberdade, antes do recebimento definitivo das obras do referido trecho;
9.4. informar à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e
Fiscalização do Congresso Nacional, que não foram detectados indícios de
irregularidades graves na obra examinada nestes autos que ensejem a sua
paralisação física, financeira ou orçamentária;
9.5. encaminhar cópia deste acórdão ao Tribunal de Contas do
Estado do Acre (cf. item 8 do voto), ao DNIT e ao DERACRE

Quorum
13.1. Ministros presentes: Walton Alencar Rodrigues (Presidente),
Marcos Vinicios Vilaça, Valmir Campelo (Relator), Guilherme Palmeira,
Ubiratan Aguiar, Benjamin Zymler, Augusto Nardes, Aroldo Cedraz e
Raimundo Carreiro.
13.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti, Marcos
Bemquerer Costa e André Luís de Carvalho

Publicação
Ata 32/2008 - Plenário
Sessão 13/08/2008
Aprovação 14/08/2008
Dou 18/08/2008

Referências (HTML)
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