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MANIFESTAÇÃO NO PROCESSO N° 201600020011288

Informações pessoais:
Nome: Diego Carvalho da Silveira
CPF: 024.821.921-96
Endereço: Rua 3, Quadra 15, Lote 9, Recanto do Sol, CEP: 75074-242, Anápolis-GO
Telefone: (62) 99303-4152

INTRODUÇÃO
Neste relatório será comprovado que o orçamento usado para licitação não foi
causa para levar a inexecução da construção do Galpão Agrícola na Unidade
Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas, já apresentando como argumento a
finalização da construção do mesmo galpão na unidade de Santa Helena de Goiás.
É oportuno enfatizar que só existe condição de se montar um orçamento
detalhado e fidedigno se o projeto contiver um grau de desenvolvimento e detalhamento
suficiente para a completa orçamentação da obra. Sem um projeto básico confiável, o
orçamento da obra nada mais é do que uma peça de ficção.
Em declaração no item 7.2.2 do Éder Chaveiro Alves mostrado no relatório
preliminar deste processo, ficou claro que eu recebi a ordem de fazer uma revisão no
orçamento antes elaborado pelo engenheiro civil, João Pedro de Oliveira Gomes –
CREA 17792/AP-GO, em um curto prazo, pois era de caráter urgente.

1- Aproximação do orçamento de obras


Uma propriedade muito importante na orçamentação, a aproximação, nos diz
que, por basear-se em previsões, todo orçamento é aproximado. Além disso, a
estimativa de quantitativos de vários serviços contém incertezas intrínsecas, como, por
exemplo, a medida de volumes de movimentação de terra ou a profundidade de
cravação de estacas pré-moldadas.
Aldo Dórea apresenta uma série de exemplos em que o orçamentista faz algum
tipo de previsão ou aproximação na elaboração dos orçamentos, as quais podem não se
concretizar ou variar consideravelmente:
- estimativa da produtividade da mão de obra e dos equipamentos nas equipes;
- estimativa de encargos sociais e trabalhistas, utilizando premissas sobre o grau
de incidência de acidentes de trabalho, rotatividade da mão de obra para o cálculo das
verbas rescisórias e o percentual histórico de faltas justificadas observadas;
- variação no preço dos insumos e/ou alíquotas de tributos no decorrer da obra;
- estimativas feitas sobre as perdas de materiais ou sobre a quantidade de
reaproveitamentos de determinado insumo;
- estimativa do custo horário dos equipamentos, que variam em função de sua
vida útil, valor residual, condições de operação, custos com manutenção etc.;
- imprevistos (condições climáticas desfavoráveis, danos causados por terceiros
ou por fenômenos naturais, refazimento de serviços por má qualidade);
- estimativa dos custos indiretos do construtor.
Obviamente, muitos dos exemplos apresentados acima fogem do controle do
orçamentista e, também, do construtor, podendo contribuir para variações observadas
entre o custo final e o inicialmente previsto de uma obra. Assim, o orçamento não tem
que ser exato (dificilmente se consegue tamanha proeza).
Conforme o grau de precisão, os orçamentos podem ser classificados em:
- estimativa de custos;
- orçamento preliminar;
- orçamento definitivo ou detalhado.
Os três tipos de orçamento apresentados acima vão se diferenciar em razão dos
seguintes elementos:
- etapa de concepção do empreendimento;
- propósito ou finalidade da estimativa ou do orçamento;
- tipo e qualidade das informações disponíveis;
- métodos de preparação e avaliação;
- tempo de execução da estimativa ou do orçamento;
- grau de precisão esperado.
O processo de orçamentação é um processo iterativo e dinâmico, alimentando a
escolha das alternativas estudadas e, posteriormente, sendo alimentado pelas definições
tomadas no decorrer do desenvolvimento dos projetos.
Mesmo após o início de execução da obra, surge a necessidade de alterar o
orçamento que acabou de ser elaborado. Imprevistos na execução da obra, condições
climáticas adversas, novas negociações com fornecedores, atrasos e antecipações de
cronogramas, alterações de escopo dos projetos, enfim, várias ocorrências ensejam a
revisão e atualização dos orçamentos. Na etapa de execução, o orçamento torna-se a
principal ferramenta de controle gerencial dos custos.
Para o gerenciamento dos custos durante a execução, a lei 8.666/93 permite que
os contratos sejam alterados unilateralmente pela Administração quando houver
modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus
objetivos, ou quando necessária a modificação contratual em decorrência de acréscimo
ou diminuição quantitativa do seu objeto. Dessa forma, podem ser celebrados termos de
aditamento contratual formalizando os ajustes necessários do projeto, desde que
observados alguns cuidados, em especial que os acréscimos e supressões de serviços
não ultrapassam 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e,
no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, o limite de 50% (cinquenta
por cento). Na hipótese de supressões resultante de acordo celebrado entre os
contratantes, os referidos limites poderão ser ultrapassados.
Antes de colocar o orçamento como culpado na paralização da construção do
galpão agrícola é necessário avaliar o tipo e qualidade das informações disponíveis para
orçamentação, tempo de execução da estimativa ou do orçamento, precisão do
orçamento e gerenciamento dos custos durante a execução. Porém, para atingir o
objetivo deste relatório, será avaliado a precisão do orçamento licitado, para comprovar
que não seria necessário paralisar a obra por causa da planilha orçamentária.

2- Precisão do orçamento na licitação


Apesar de a lei n° 8.666/93 haver previsto quais características mínimas devem
ser refletidas no projeto básico, não houve precisão de qual percentual de grau de
precisão se consideraria adequado para o orçamento base. Sendo a planilha
orçamentária uma estimativa, já é previsto na página 41 da cartilha do TCU
Orientações para elaboração de planilhas orçamentárias de obras públicas de
como se proceder em erros ou omissões de serviços e quantitativos no orçamento, sendo
assim uma ferramenta para o gerenciamento do contrato no momento da execução da
obra, ou seja, algumas distorções na orçamentação de obras públicas são aceitáveis e
não devem ser julgadas como motivos para a paralisação de uma obra.
As divergências encontradas no orçamento não ultrapassam 5% e estão dentro da
margem de erros toleradas por algumas entidades especializadas em engenharia de
custos, como a ANSI e ACostE (Associação of Cost Engineers – UK).

2- Conclusão
Mesmo com os projetos defasados e com informações precárias o orçamento
ainda apresenta um grau de precisão suficiente para sua exequibilidade. Logo, não foi
encontrado erros do orçamentista na parte estrutural, hidro-sanitária, elétrica,
fechamento de alvenaria, reboco, pintura, cobertura, fechamento lateral e principais
serviços para execução da obra, ou seja, esse é o principal motivo do galpão de Santa
Helena (com mesmo projeto) ter finalizado. Sendo assim, nada melhor, do que os fatos
reais, para comprovar a incoerência em se responsabilizar o orçamentista pela
paralisação da obra no galpão agrícola da Unucet.
Segue abaixo as distorções detectadas pela comissão:
- Ausência de estrutura auxiliar na cotação do Brise;
- Limpeza de vegetação nativa;
- Impermeabilização de rebaixo do banheiro;
- Tapume;
- Movimentação de Terra;
- BDI;
- Cotação Brise;
2.1- Ausência de estrutura auxiliar na cotação do Brise
Conforme citado no item 5.2.2.3.2.2 do relatório final da comissão, o detalhe do
brise não possuía informações suficientes para a determinação de um valor preciso, ou
seja, foi feito pelo orçamentista uma estimativa em que a estrutura auxiliar é irrelevante
em relação ao preço do brise, sendo a estrutura auxiliar representada por apenas 2% do
valor da obra.

2.2- Limpeza de vegetação nativa


É um serviço que foi previsto pelo orçamentista no item 1.1 “Limpeza mecânica
de terreno”, ou seja, a limpeza mecânica, diferente da manual é suficiente para retirada
da vegetação nativa.

2.3- Impermeabilização rebaixo do banheiro


Houve um erro material, representando 0,27% do preço da obra.

2.4- Tapume
Houve um erro de cálculo no quantitativo, representando 0,5% do preço da obra.

2.5- Movimentação de terra


Não é necessário a movimentação de terra citada no item 5.2.2.3.6.2 do relatório
final, pois o projeto arquitetônico deixa claro a existência de um platô existente.

2- Brise
A cotação tinha um valor suficiente para a execução da estrutura auxiliar e do
brise, sendo que esta foi aproveitada das folhas 27 a 32 do processo porque não havia
tempo para fazer uma nova cotação conforme declaração no item 7.2.2 do Éder
Chaveiro Alves. Na quarta documentação houve tentativa de ajustar a cotação,
conforme os anexos abaixo, mas foi decidido tirar o brise por questões arquitetônicas.

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