Você está na página 1de 60

TÉCNICAS DE ORÇAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Eng.º Pablo G. Passaglia


ORÇAMENTO DE OBRAS
AULA
Conceitos: 1
Orçamento : Produto final da orçamentação;

Orçamentação: Processo para se atingir o orçamento.


ORÇAMENTO DE OBRAS
AULA
BDI 1

ORÇAMENTO = custos diretos + custos indiretos + Bonificação + encargos

Custos diretos = mão de obra + materiais + equipamentos

Custos indiretos = equipes de supervisão e apoio, despesas gerais do


canteiro de obras, taxas, etc.

Bonificação= remuneração do empreendedor


ORÇAMENTO DE OBRAS
AULA
1

=
ORÇAMENTO DE OBRAS
❖ A técnica orçamentária envolve a identificação, descrição, AULA
quantificação, análise e valorização de uma grande série de itens. 1

❖ Como o orçamento é preparado antes da efetiva construção do


produto, muito estudo deve ser feito para que não existam nem
lacunas na composição do custo, nem considerações descabidas.

❖ Um dos requisitos básicos para um bom orçamentista é o conhecimento


detalhado do serviço.

❖ Ainda assim, alguns parâmetros não podem ser determinados com exatidão,
como é o caso de chuvas, condições do solo, disponibilidade de materiais,
flutuações na produtividade dos operários e paralisações.
Atributos do orçamento
(Aproximação, Especificidade e temporalidade) AULA
1
Aproximação:
Por basear-se em previsões, todo orçamento é aproximado.

O orçamento presta-se a dar uma ideia aproximada do valor final da obra.

Quanto mais apurada e criteriosa for a orçamentação, menor será sua margem de erro.

A aproximação de um orçamento está embutida em diversos itens:


Mão de obra;
Materiais;
Equipamentos;
Custos indiretos;
Imprevistos.
• Mão-de-obra:
• Produtividade das equipes -
• A produtividade afeta diretamente a composição de custo; AULA
• Encargos sociais e trabalhistas – 1
• o percentual de encargos que incidem sobre a mão-de obra leva em conta
premissas tais como incidência de acidentes do trabalho, rotatividade para
cálculo de aviso prévio, faltas justificadas e outros elementos arbitrados a partir
de parâmetros estatísticos e históricos.
• Material:
• Preço dos insumos –
• não se pode afirmar com certeza que os preços cotados durante a
orçamentação serão os praticados durante a obra;
• Perda –
• o percentual de perda e desperdício é arbitrado para cada insumo que entra no
orçamento. Assim, por exemplo, admitir que há uma perda de 8% no bloco cerâmico
é uma consideração que pode se mostrar arrojada, realista ou conservadora;
• Equipamento:
• Produtividade – AULA
• quando se assume, por exemplo, que uma escavadeira escava 50 m3 de
solo por hora, há uma margem de incerteza incluída, pois a produtividade 1
é função da disponibilidade mecânica do equipamento, do tipo de solo a
ser escavado entre outros.
• Custos indiretos:
• Pessoal –
• salários e encargos sociais das equipes técnica, administrativa e de apoio;
• Despesas gerais –
• contas de água, luz, telefone, aluguel de equipamentos gerais (grua, andaimes), seguros,
fretes, etc.
• Imprevistos –
• os orçamentistas precisam incluir no orçamento alguma verba para os custos que não
podem ser orçados com certeza ou explicitamente: retrabalho por causa de chuvas,
refazimento de serviço por má qualidade, danos causados por fenômenos naturais ou por
terceiros, danos causados pela construtora a terceiros, etc.
AULA
Especificidade 1
Um mesmo projeto realizado em cidades diferentes provavelmente terá
custos diferentes.

• Empresa - o orçamento traz implícita a política da empresa na quantidade de cargos de


supervisão previstos (engenheiros, mestres, encarregados, disponibilidade de veículos, tipo de canteiros entre outros)
• Condições locais - clima, relevo, vegetação, profundidade do lençol freático, tipo de solo,
condições das estradas locais, facilidade de acesso às fontes de matérias-primas, qualidade da mão-de-obra, oferta de
equipamento, qualidade dos subempreiteiros da região, diferentes alíquotas de impostos, entre outros fatores.
Temporalidade
AULA
Um orçamento realizado tempos atrás já não é válido hoje. 1
Isso se deve principalmente a:

• Flutuação no custo dos insumos ao longo do tempo;


• Criação ou alteração de impostos e encargos sociais e trabalhistas, tanto em espécie
quanto em alíquota;
• Evolução dos métodos construtivos - surgimento de técnicas, materiais e equipamentos
mais adequados;
• Diferentes cenários financeiros e gerenciais - terceirização, delegação de tarefas,
condições de capital de giro, necessidade de empréstimo, etc.
AULA
1
ETAPAS DA ORÇAMENTAÇÃO AULA
1

❖Estudo das condicionantes

❖Composição de custos

❖Finalização
Estudo das condicionantes
AULA
1

❖Leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas;

❖Leitura e interpretação do edital;

❖Visita técnica
Composição de custos
AULA
❖Identificação dos serviços;
1

❖Levantamento de quantitativos;

❖Discriminação dos custos diretos;

❖Discriminação dos custos indiretos;

❖Cotação de preços;

❖Definição de encargos sociais e trabalhistas


Fechamento do orçamento
AULA
1
❖Definição da lucratividade;

❖Cálculo do BDI
BENEFICIOS DA ORÇAMENTAÇÃO
AULA
• Levantamento dos materiais e serviços; 1

• Obtenção de índices para acompanhamento;

• Dimensionamento de equipes;

• Capacidade de revisão de valores e índices;

• Realização de simulações;

• Geração de cronogramas físico e financeiro

• Análise da viabilidade econômico-financeira


AULA
1
GRAUS DE ORÇAMENTO AULA
1

❖Estimativa de custo

❖Orçamento preliminar

❖Orçamento analítico ou detalhado


AULA
1
AULA
1
Estimativa de custos AULA
1
A estimativa de custos é uma avaliação feita com base em custos históricos,
comparação com projetos similares e indicadores genéricos.

Ex: Estimativas de custos baseadas no CUB(Custo Unitário Básico)

NBR 12721

Estimativa de custos por etapas de obra


Orçamento preliminar
O orçamento preliminar está um degrau acima da estimativa de AULA
custos, sendo um pouco mais detalhado. 1

Ele pressupõe o levantamento de quantidades e a atribuição do


custo de alguns serviços.

Seu grau de incerteza é mais baixo do que o da estimativa de custos.


Utiliza-se de índices e indicadores para chegar ao custo final do
orçamento.
EX: Peso de armação

É admitido para edificações de até dez pavimentos uma taxa de 83 a 88 Kg de aço por m³ de concreto;

PESO DA ARMAÇÃO = VOLUME DE CONCRETO X TAXA DE AÇO


Orçamento analítico AULA
1

O orçamento analítico constitui a maneira mais detalhada e precisa de se prever


o custo da obra e está intimamente ligado ao nível de informações dos projetos
arquitetônicos e complementares.

Ele é efetuado a partir de composições de custos e cuidadosa pesquisa de preços


dos insumos.

Procura chegar a um valor bem próximo do custo "real".


Técnicas e ferramentas AULA
para levantamento de quantitativos
2

A etapa de levantamento de quantidades (ou quantitativos) é uma das que


intelectualmente mais exigem do orçamentista, porque demanda leitura de
projeto, cálculos de áreas e volumes, consulta a tabelas de engenharia, tabulação
de números, etc.

O processo de levantamento das quantidades de cada material deve sempre


deixar uma memória de cálculo fácil de ser manipulada, a fim de que as contas
possam ser conferidas por outra pessoa e que uma mudança de características ou
dimensões do projeto não acarrete um segundo levantamento completo.
Técnicas e ferramentas
para levantamento de quantitativos
AULA
2
Levantamento de quantitativos de obras residenciais
Levantamento de quantitativos
Geral
Ambiente Área Perímetro Pé direito Vãos

Levantamento de esquadrias

Ambiente código largura altura peitoril material quantidade total

Levantamento de revestimentos

Ambiente código área especificação Quantidade Total


Principais serviços de obras que demandam levantamentos de quantitativos.
Demolição e movimento de terra: AULA
No levantamento de quantitativos de demolições e na movimentação de terra é importante 2
avaliar o empolamento, pois este fenômeno poderá gerar erros consideráveis sobretudo no
tocante ao transporte e destinação do material demolido.
Solo %
Alvenarias 100
Argila 40
Argila com pedregulho molhada 40

Argila com pedregulho, seca 40

Terra comum molhada 25


Terra comum seca 25
Areia molhada compacta 12
Areia seca solta 12
Pedregulho φmáx 10 a 50 mm 35 a 50

Rochas brandas 30 a 35
Rochas duras (granito) 35 a 50
AULA
2
Formas:
AULA
❑Projeto de formas detalhado; 2
❑Taxa de forma baseada no volume de concreto:
❑12 a 14 m² por m³ de concreto

❑Conhecimento construtivo:
AULA
2

Chapa compensada (dimensões 2,20 m x 1,10 m):


Quantidade de chapas na direção horizontal = 7,70 m / 2,20 m = 3,5 - 4 un
Quantidade de chapas na direção vertical = 2,90 m / 1,10 m = 2,6 - 3 un Taxas por m2 de fôrma:
Total = 3 x 4 x 2 lados = 24 un - 24 un x 2,20 m x 1,10 m = 58,1 m²
Sarrafo: Prego - 0,20 a 0,25 kg/m²
Vertical = 7,70 m / 0,045 m = 17,1 - 18 un x 2,90 m x 2 lados = 104,4 m Desmoldante - 0,10 l /m²
Horizontal = 2,90 m / 0,60 m = 4,8 - 5 un x 2 x 7,70 m x 2 lados = 154 m
Escora = 7,70 m / 1,35 m = 5,7
Piquete = 6 un x 1,0 m = 6 m
Total = 282,4 m
TIRANTE
A cada 2 cruzamentos na horizontal = 5 x 9 = 45 un
Armação:
❑Projeto de estrutural: AULA
❑Quadro resumo de aço; 2
❑Taxa de aço baseada no volume de concreto:
PESO DE BARRAS DE AÇO POR METRO
❑83 a 100 Kg por m³ de concreto;
DIÂMETRO Kg/m
mm polegadas
❑Conhecimento construtivo: 5,0 3/16'' 0,16
❑Uso de tabelas para converter m em Kg 6,3 1/4'' 0,25
8,0 5/16'' 0,40
10,0 3/8'' 0,63
12,5 1/2'' 1,00
16,0 5/8'' 1,60
20,0 3/4'' 2,50
22,3 7/8'' 3,00
25,0 1'' 4,00
32,0 1 1/4'' 6,30
Alvenaria:
AULA
2

Quando num pano de parede existirem aberturas - portas, janelas, basculantes, elementos
vazados, etc. -, há algumas regras práticas para o levantamento da área de alvenaria:

• Área da abertura inferior a 2m² - despreza-se o vão da abertura, isto é, não se faz desconto
algum na parede;

• Área da abertura igual ou superior a 2m² - desconta-se da área total o que exceder a 2m².
Quantidade de blocos e argamassa de levante

A quantidade de blocos e argamassa por metro quadrado de alvenaria AULA


depende da dimensão do bloco e da espessura das juntas horizontais e 2
verticais.

Quantidade de blocos

Volume de argamassa
EX. DE CÁLCULO
Calcular a quantidade de cada insumo necessário para a construção de 1 m² de parede de alvenaria
de blocos cerâmicos de 9 cm (largura) x 14 cm x 19 cm, com juntas horizontais e
verticais de 1,5 cm de largura.
AULA
Adotam-se os seguintes consumos para fabricação de 1 m³ de argamassa: 2
190 kg de cimento
0,632 m³ de arenoso
0,948 m³ de areia média
1
• Quantidade de blocos por m² de alvenaria:
0,19+0,015 𝑋 (0,14+0,015)
n 31,47 un
=-

• Volume de argamassa por m² de alvenaria:


V = [1 - 31,47 (0,19 0,14)] 0,09 = 0,01466 m³
x x x

• Quantidade dos insumos da argamassa por m² de alvenaria:


Cimento = 190 kg/m3 x 0,01466 m³ = 2,79 kg
Arenoso = 0,632 m³/m³ x 0,01466 m³ = 0,0093 m³
Areia = 0,948 m³/m³ x 0,01466 m³ = 0,0139 m³
Pintura:

Depende da área total a ser pintada no entanto portas, portões, janelas, AULA
grades e armários possuem reentrâncias, fica impraticável levantar a área real a
ser pintada. 2
A regra usada é aplicar um multiplicador sobre a área frontal (vão-luz)do elemento
a ser pintado, conforme mostra o quadro:
Cobertura:
O levantamento de quantidades dos serviços de cobertura desdobra-se
normalmente em madeiramento e telhamento ou estrutura metálica e telhamento. AULA
Deve-se atentar a inclinação de cada água do telhado, que normalmente 2
é dada sob a forma percentual:
Perdas:

AULA
2
Composição de custos
AULA
Composição de custos é o processo de estabelecimento dos custos 2
incorridos para a execução de um serviço ou atividade, individualizado por insumo
e de acordo com certos requisitos pré-estabelecidos.
A composição lista todos os insumos que entram execução do serviço, com suas
respectivas quantidades, e seus custos unitários e totais.
As categorias de custo envolvidas em um serviço são tipicamente:

❑ Mão de obra;
❑ Materiais;
❑ Equipamentos;
Serviço: preparo, transporte, lançamento e adensamento de concreto estrutural fck: 20 mpa AULA
Unidade: m³
2
Composição de custos
AULA
2
Composição de custos

Insumo unidade Índice % perdas Qt. De Custo Custo total


utilizações unitário
Composição de custos
Sintética AULA
2
Composição de custos - Analítica
AULA
2
Índice e produtividade

Define-se produtividade como a taxa de produção de uma pessoa ou equipe ou equipamento AULA
isto é, a quantidade de unidades de trabalho produzida em um intervalo de tempo especificado 2
normalmente hora.
A produtividade indica a eficiência em transformar energia (e tempo) em produto.
Quanto maior a produtividade, mais unidades do produto são feitas num determinado espaço de tempo.
Quanto mais produtivo um recurso, menor quantidade tempo será gasta na realização da tarefa.
*No entanto é necessário avaliar a qualidade do produto final para avaliação real desta eficiência.

O índice pode também ser chamado de Razão Unitária de Produção (RUP).

Quanto menor a RUP, maior a produtividade.


Quanto maior a RUP, menor a produtividade.

•A RUP representa a razão entre os homens-hora utilizados e a quantidade de serviço


realizado;

• Este índice pode ser medido em duas configurações diferentes: uma diária e uma
cumulativa.
RUP = Hh
Qs
Onde:
Hh = homens-hora da equipe disponíveis para o trabalho AULA
Qs = quantidade de serviço líquida
Fonte: Prof. Dr. Ubiraci Espinelli 2
Coleta de dados
Alvenaria bloco cerâmico vedação, 9x19x24cm, e=19cm, com argamassa t5 - 1:2:8 (cimento/cal/areia), UNID
junta=2cm
m2

COMPOSIÇÃO SINTÉTICA indices Índices


previstos realizados
MÃO-DE-OBRA UN QTD Qtd

SINAPI Pedreiro h 1,5000

SINAPI Servente h 0,7500

MATERIAL UN QTD

ORSE Bloco cerâmico, de vedação, 6 furos horizontais, dim. 9 x 19 x 24 cm un 38,0000

SERVIÇO AUXILIAR UN QTD

ORSE Argamassa em volume - cimento, cal e areia traço t-5 (1:2:8) - 1 saco cimento 50 kg / 2 sacos cal 20 m3 0,0489
kg/ 8 padiolas de areia dim 0.35 x 0.45 x 0.13 m - Confecção mecânica e transporte
Custo da mão de obra

AULA
2
CUSTO DE MÃO-DE-OBRA = SALÁRIO + ENCARGOS SOCIAIS
Nos custos de mão-de-obra, além da Leis Sociais, devem também ser computados os encargos
referentes às despesas de alimentação, transporte, EPI - equipamento de proteção individual e
ferramentas de uso pessoal.

Encargos em sentido estrito - são os encargos sociais, trabalhistas e indenizatórios previstos em lei e aos quais
o empregador está obrigado. É esta modalidade amais usada entre os orçamentistas;

Encargos em sentido amplo - aos encargos sociais, trabalhistas e indenizatórios somam-se outras despesas que
podem ser referenciadas ao homem-hora, tais como alimentação, transporte, EPI, seguro em grupo e até horas extras
habituais. A rigor, esta ampliação do conceito de encargo existe por conveniência de quem orça.
A ENCARGOS INSTITUCIONAIS 37,80
A1 PREVIDÊNCIA SOCIAL % 20,00
A2 FGTS % 8,00
A3 SESI % 1,50
A4
A5
SENAI
INCRA
%
%
1,00
0,20 AULA
2
A6 SALÁRIO EDUCAÇÃO % 2,50
A7 SEBRAE % 0,60
A8 SEGURO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO % 3,00
A9 SECONCI-SE % 1,00
B ENCARGOS TRABALHISTAS 44,33
B1 REPOUSO SEMANAL REMUNERADO % 17,92
B10 SALÁRIO MATERNIDADE % 0,03
B2 FERIADOS % 3,95
B3 AUXÍLIO ENFERMIDADE % 0,90
B4 DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO % 10,80
B5 LICENÇA PATERNIDADE % 0,08
B6 FALTAS JUSTIFICADAS % 0,72
B7 DIAS DE CHUVAS - FONTE SINAPI % 1,72
B8 AUXÍLIO ACIDENTE DE TRABALHO % 0,12
B9 FÉRIAS GOZADAS % 8,09
C ENCARGOS INDENIZATÓRIOS 14,85
C1 AVISO PRÉVIO INDENIZADO % 4,81
C2 AVISO PRÉVIO TRABALHADO % 0,11
C3 FÉRIAS INDENIZADAS % 4,86
C4 DEPÓSITO RESCISÃO SEM JUSTA CAUSA % 4,67
C5 INDENIZAÇÃO ADICIONAL % 0,40
D INCIDÊNCIAS OU EFEITOS 17,19
D1 REINCIDÊNCIA DE GRUPO A SOBRE GRUPO B % 16,76
D2 REINCIDÊNCIA DE GRUPO A SOBRE AVISO PRÉVIO TRABALHADO E REINCIDÊNCIA DO FGTS SOBRE AVISO PRÉVIO % 0,43
INDENIZADO
Total 114,17
A ENCARGOS INSTITUCIONAIS 37,80
A1 PREVIDÊNCIA SOCIAL % 20,00
A2 FGTS % 8,00
A3 SESI % 1,50
A4 SENAI % 1,00
A5
A6
INCRA
SALÁRIO EDUCAÇÃO
%
%
0,20
2,50 AULA
2
A7 SEBRAE % 0,60
A8 SEGURO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO % 3,00
A9 SECONCI-SE % 1,00
B ENCARGOS TRABALHISTAS 44,33
B1 REPOUSO SEMANAL REMUNERADO % 17,92
B10 SALÁRIO MATERNIDADE % 0,03
B2 FERIADOS % 3,95
B3 AUXÍLIO ENFERMIDADE % 0,90
B4 DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO % 10,80
B5 LICENÇA PATERNIDADE % 0,08
B6 FALTAS JUSTIFICADAS % 0,72
B7 DIAS DE CHUVAS - FONTE SINAPI % 1,72
B8 AUXÍLIO ACIDENTE DE TRABALHO % 0,12
B9 FÉRIAS GOZADAS % 8,09
C ENCARGOS INDENIZATÓRIOS 14,85
C1 AVISO PRÉVIO INDENIZADO % 4,81
C2 AVISO PRÉVIO TRABALHADO % 0,11
C3 FÉRIAS INDENIZADAS % 4,86
C4 DEPÓSITO RESCISÃO SEM JUSTA CAUSA % 4,67
C5 INDENIZAÇÃO ADICIONAL % 0,40
D INCIDÊNCIAS OU EFEITOS 17,19
D1 REINCIDÊNCIA DE GRUPO A SOBRE GRUPO B % 16,76
D2 REINCIDÊNCIA DE GRUPO A SOBRE AVISO PRÉVIO TRABALHADO E REINCIDÊNCIA DO FGTS SOBRE AVISO PRÉVIO % 0,43
INDENIZADO
E Total das taxas complementares 49,40
E1 Vale-transporte 7,93
E2 Refeição mínima 6,60
E3 Refeição - almoço 27,87
E4 Refeição - jantar -
E5 EPI - Equipamento de Proteção Individual 5,00
E6 Ferramentas manuais 2,00
Total
Custo de materiais:

Considerações:
AULA
2
Local e condições de entrega

Atenção especial ao local e condições de entrega: AULA


Especial atenção deve ser dada a esse aspecto, pois qualquer confusão entre os termos
pode representar um grande furo no orçamento. 2
o preço FOB ("free on board" = livre a bordo) é aquele que inclui a mercadoria simples, disponibilizada no local de
fabricação ou armazenamento (é o popular preço na fábrica). O comprador deverá arcar com as despesas adicionais de carga,
transporte, seguro, etc.

O preço CIF (“cost, insurance and freight” = custo, seguro e frete) - significa que o frete é pago na origem, ou seja, no preço da venda
estão incluídos o custo da mercadoria, o seguro de transporte que garante a mercadoria e o frete de transporte até o destino . Esta é a
modalidade tradicionalmente conhecida como preço "posto na obra".

INCOTERMS - são representados por siglas. As regras estabelecidas internacionalmente são uniformes e
imparciais e servem de base para negociação no comércio entre países. A classificação abaixo obedece a uma
ordem crescente nas obrigações do vendedor:
BDI – BONIFICAÇÃO E DESPESAS INDIRETAS
AULA
2

Em termos práticos, o BDI é o percentual que deve ser aplicado sobre o


custo direto dos itens da planilha da obra para se chegar ao preço de
venda.

𝑃𝑉
BDI% = ( )-1
𝐶𝐷
PREÇO DE VENDA - PV
AULA
3

CUSTO
LUCRO

IMPOSTOS

PREÇO DE VENDA
EXEMPLO:
suponha-se uma obra hipotética orçada em R$ 100. A diretoria da
empresa determinou que a lucratividade almejada é de 12% do preço de venda e o AULA
orçamentista verificou que os impostos na localidade atingem o patamar de 8%. 3
Um orçamentista incauto aplicaria as duas taxas percentuais sobre os R$ 100,
chegando a um preço de R$ 120.
Isso está tremendamente errado: imposto e lucro foram calculados sobre custo,
quando deveriam ser aplicados sobre a venda!!

Preço de venda (PV) = R$ 120


Impostos = 8% x R$120 = R$ 9,6
Lucro = 12% x R$ 120 = R$ 14,4

Sobram apenas R$ 96 para a obra, porém o custo orçado tinha sido de R$ 100 ...
o orçamento está ERRADO!!
AULA
3

PV = preço de venda (R$);


CUSTO custo total (direto, indireto, administração central, custo financeiro,
=

imprevistos e contingências) (R$);


i% somatória de todas as incidências sobre o preço de venda (em percentual).
=
Exemplo.
Uma obra foi orçada em R$ 250.000,00 (custo total). Na localidade da obra, os AULA
impostos atingem 8% e a lucratividade desejada pelo construtor é de 10%. 3
Calcular o preço de venda.
CUSTO R$ 250.000,00
=

IMPOSTOS = 8% INCIDÊNCIA SOBRE PREÇO DE VENDA= 18%


LUCRATIVIDADE= 10%

𝟐𝟓𝟎
= R$ 304.878,05
𝟏 − 𝟎. 𝟏𝟖
Verificação: AULA
3
Custo R$ 250.000,00
=

Impostos = 8% X 304.878,05 = R$ 24.390,24

Lucro 10% x 304.878,05 R$ 30.487,81


= =

Soma = R$ 304.878,05 = PV (OK!)


Fórmulas do preço de venda e BDI
AULA
3

onde:
CI% = CUSTO INDIRETO (% sobre o custo direto)
AC% = ADMINISTRAÇÃO CENTRAL (% sobre os custos diretos mais indiretos)
CF% = CUSTO FINANCEIRO (% sobre os custos diretos mais indiretos)
IC% = IMPREVISTOS E CONTINGÊNCIAS (% sobre os custos diretos mais indiretos)
LO% = LUCRO OPERACIONAL (% sobre o preço de venda)
IMP% = IMPOSTOS (% sobre o preço de venda)
REMUNERAÇÃO NA EXECUÇÃO DE OBRAS E SERVIÇOS
AULA
CONTRATAÇÃO DE OBRAS E SERVIÇOS 3
Na construção civil existem basicamente duas formas de contratação:

2.1.1. CONTRATAÇÃO POR EMPREITADA

2.1.2. CONTRATAÇÃO POR ADMINISTRAÇÃO


CONTRATAÇÃO POR EMPREITADA
AULA
3
QUANTO AOS TIPOS DE CONTRATAÇÃO

a) Empreitada de Mão-de-Obra, quando o empreiteiro entra exclusivamente com a força de trabalho,


ficando os materiais por conta do contratante. Não deve ser confundida com locação de serviços,
cujo objetivo é o trabalho em si mesmo, enquanto que na empreitada contrata-se o resultado do
trabalho.

b) Empreitada de Material e Mão-de-Obra, onde o empreiteiro concorre com materiais, mão-de-obra,


ferramentas e equipamentos de construção, respondendo pelo fornecimento de materiais, pela
qualidade de execução, prazos e pela segurança da obra, durante e após a execução.
QUANTO À FORMA DE REMUNERAÇÃO

a) Empreitada por Preço Global, que é aquela em que a contratada assume a


responsabilidade de execução de uma determinada obra, em troca de uma remuneração
AULA
previamente acertada, assumindo os riscos financeiros e econômicos que ela representa. 3
O pagamento pode ser ajustado parceladamente em datas ou etapas estabelecidas no
contrato.
b) Empreitada Integral. Trata-se de uma forma mais ampla do que a Empreitada Global, pois a
contratada assume também todas as obrigações que normalmente são da contratante,
deixando-a pronta para o uso.

c) Empreitada por Preços Unitários. Trata-se de uma outra modalidade muito utilizada quando
não existe um projeto final definido ou que a definição só será possível durante o
desenvolvimento da própria obra. A remuneração é definida pela quantidade executada em
cada item de serviços ou etapa de trabalho. As unidades mais utilizadas são o ml, m 2, kg, mês,
unidade e verba, quando o preço é representado por um determinado valor global para a
execução de uma atividade específica. O pagamento é feito com base em medição de serviços
efetivamente executados, em geral com periodicidade mensal.

d) Tarefa. Serviços de pequena monta, sem as formalidades exigidas para a sua contratação,
não ultrapassando o limite de Dispensa de Licitação previsto na lei.
REMUNERAÇÃO DE SERVIÇOS POR ADMINISTRAÇÃO
AULA
3
POR ADMINISTRAÇÃO CONTRATADA
Nessa modalidade de prestação de serviços, a contratada encarrega-se da execução da obra
mediante remuneração fixa ou cobrança de um percentual fixo sobre o seu custo, correndo por conta
da contratante todos os ônus financeiro e econômico do empreendimento.
Esse percentual denomina-se "taxa de administração".

Nessa modalidade de contrato, a contratante pode adquirir os materiais ou incumbir a contratada de


fazê-lo, caso em que esta atuará como preposto da contratante. O recrutamento do pessoal e a sua
administração poderão ser feitos em nome da contratante ou, se for em nome da contratada, com a
adição das Leis Sociais previamente combinadas e mais as taxas de administração.

As compras de materiais e contratação de terceiros são em geral faturadas em nome da Contratante


para evitar duplicidade de tributos.
SISTEMA MISTO OU ADMINISTRAÇÃO POR METAS DE PRAZOS E CUSTOS

Para determinados tipos de obras, geralmente de médio e grande porte, é possível aplicar AULA
uma outra modalidade de contrato onde a contratada assume parte dos riscos financeiros 3
da operação e recebe um percentual sobre os custos da obra condicionado ao desempenho
físico e financeiro da obra em execução.
Esse percentual pode variar para mais ou para menos dependendo das metas de custos
maiores ou menores atingidos em função do orçamento inicial aprovado por ocasião da
assinatura do contrato.
Além disso, são estabelecidas no cronograma metas de prazos parciais chamadas de
"datas-marco", para a conclusão de determinadas etapas ou partes importantes da obra.
Para a antecipação de prazos, a partir de uma determinada data até a data-marco, são
instituídos prêmios em função dos ganhos de dias, da mesma forma que são estabelecidas
multas progressivas, compensáveis ou não até a próxima data-marco.
Este sistema de contrato permite ao contratante uma melhor garantia no cumprimento dos
prazos e de preços, através do estabelecimento de condições e limites de remuneração,
simples ou compostas, dependendo das características da obra e das negociações entre as
partes.

Você também pode gostar