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CONSTRUÇÃO CIVIL
UNIDADE I
ORÇAMENTAÇÃO E SEUS CONCEITOS
Elaboração
Guilherme Marins Pessanha
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE I
ORÇAMENTAÇÃO E SEUS CONCEITOS.......................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 1
ORÇAMENTOS E ATRIBUTOS..................................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 2
ENFOQUES E PASSOS DO ORÇAMENTO........................................................................................................................... 10
CAPÍTULO 3
UTILIDADES DO ORÇAMENTO.............................................................................................................................................. 17
REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................................19
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ORÇAMENTAÇÃO E SEUS
CONCEITOS
UNIDADE I
Quando iniciamos um projeto, a pergunta que vem à cabeça é: quanto irá custar? Assim,
a ciência da Engenharia de Custos vem para esclarecer as técnicas para estimar estes
custos.
CAPÍTULO 1
ORÇAMENTOS E ATRIBUTOS
O Orçamento
Em empresas com maior estrutura, há departamentos que se dedicam à execução de
orçamento para a fase de concorrência. São utilizadas como base de dados as informações
de orçamentos e obras anteriores, e são utilizados programas específicos dedicados à
prática do orçamento. Já em empresa de menor porte, o dono da empresa o engenheiro
responsável faz o orçamento, utilizando suas experiências passadas e percepções sem
detalhando de toda memória de cálculo e composição de custos.
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UNIDADE I | Orçamentação e seus conceitos
Assim, escritório e campo passam a ser compartimentos com uma visão limitada.
Uma prática que dá resultado positivo é que haja um espírito de grupo e que a área de
orçamento e projetos, suprimentos, civil e montagem de campo se completem. O setor de
orçamento precisa e deve ser estimulado a ir às obras e receber do pessoal de produção
os índices de produtividades reais, os percentuais de perda dos principais insumos e
comentários acerca dos parâmetros de orçamento. Desse modo, o setor de orçamento
pode revisar seus parâmetros, retroalimentar o banco de dados com os novos índices
de produtividade da empresa e ter maior acuracidade no próximo orçamento, além de
dividir essas informações com toda a equipe de orçamentistas, planejadores e enaltecer
a contribuição das equipes de campo.
Os Atributos
Conforme Mattos (2006) explica, uma composição de custos não pode ser vista como
uma fria coleção de números que pode ser retirada de um livro ou de um manual. Ao
contrário, ainda que o processo de elaboração dos custos seja regido por conceitos
fundamentais de orçamentação, ele deve ser capaz de retratar a realidade do projeto.
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Orçamentação e seus conceitos | UNIDADE I
Por se tratar de um estudo feito a priori, há sempre uma margem de incerteza embutida
no orçamento. Muitas são as premissas de cálculo adotadas, e a defasagem de tempo
entre o momento da orçamentação e o da realização da tarefa pode ser bastante dilatada.
Aproximação
Se temos um valor orçado de R$ 708.434, 58, esse valor não significa que o orçamentista
conseguiu orçar com a previsão na segunda casa decimal. Significa que foram feitos
cálculos e mais cálculos considerando diversas premissas de engenharia e que seguem
uma lógica que aprendemos. Assim, vamos embutindo em cada item orçado uma
aproximação.
Produtividade das equipes – Quando, por exemplo, admite-se que um pedreiro gasta
1,0h para fazer 1,0 m2 de alvenaria de bloco cerâmico, será por meio dessa premissa que
o total de mão de obra de alvenaria será calculado. A produtividade afeta diretamente
a composição de custo.
Exemplo: se você está em uma região com muita obra disponível, a tendência é que
sua mão de obra tenha uma rotatividade maior do que em outras regiões. Assim, seu
orçamento será impactado.
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Material
Preço dos insumos – Há incerteza entre o preço estimado e o preço que realmente será
realizado durante a obra.
Impostos – Os impostos que foram inseridos no preço de aquisição dos insumos podem
variar durante a execução do empreendimento. Além disso, estimar imposto no Brasil
em obras complexas é bem difícil devido à variação durante o tempo que irá percorrer
o empreendimento. Exemplo: o ISS é estimado para fins de orçamento.
Equipamento
Custo por hora – O custo horário depende de parâmetros de cálculo como vida útil,
custo de manutenção e custo de operação etc.
Custos indiretos
Especificidade
Conforme Mattos (2006) explica, o orçamento para a construção de uma casa em uma
cidade é diferente do orçamento de uma casa igual em outra cidade. Não se pode falar
em orçamento padronizado ou generalizado. Por mais que um orçamentista se baseie
em algum trabalho anterior, é sempre necessário adaptá-lo à obra em questão.
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Temporalidade
Um orçamento realizado tempos atrás já não é válido hoje. Se, por exemplo, alguém
orçou uma obra e ganhou a licitação, mas a obra só vier a ser mobilizada quatro anos
depois, é lógico perceber que alguns ajustes precisam ser feitos. Isso se deve a:
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CAPÍTULO 2
ENFOQUES E PASSOS DO ORÇAMENTO
Visão do Proprietário
O orçamento é a descrição de todos os serviços, devidamente quantificados e multiplicados
pelos respectivos preços unitários, cuja somatória define o preço total, ou seja, seu
desembolso. Cotação de insumos, percentual de perdas e produtividade de equipes,
por exemplo, não são uma preocupação imediata do proprietário. Ele está mais
preocupado com o montante do empreendimento e como esse montante
será desembolsado ao longo do tempo.
Ex.: no seu prédio, você e o síndico fiscalizam a obra dia a dia e se preocupam com o
pagamento referente a cada pintura de cada andar, colocação das sinalizações solicitadas
etc. Você não quer saber se ele atrasou 1 hora durante o dia toda semana.
Visão do construtor
O orçamento é a descrição de todos os insumos, devidamente quantificados e multiplicados
pelos respectivos custos unitários, acrescidos das despesas indiretas – cuja somatória
define o custo total, ou seja, o desembolso do construtor –, mais o lucro e os impostos,
gerando, então, o preço total, que é quanto irá receber. Para o construtor, o
orçamento encerra em seu bojo todas as premissas que passam a ser metas
de desempenho durante a obra. O preço de venda dos serviços é fixo, o custo
é variável e precisa ser monitorado em função dessas metas.
Todo orçamento baseia-se num projeto, seja ele conceitual, básico ou executivo (também
conhecido como Detalhado). É o projeto que norteia o orçamentista. A partir dele serão
identificados os serviços constantes da obra com suas respectivas quantidades, o grau
de interferência entre eles, a dificuldade relativa de realização das tarefas etc.
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As obras geralmente contêm uma série de plantas preparadas pelos diversos projetistas. São
projetos arquitetônicos, de cálculo estrutural, de instalações (elétricas, hidrossanitários,
gás, incêndio), de paisagismo, de impermeabilização etc.
» cortes;
» notas esclarecedoras;
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» padrões de acabamento;
» resistência do concreto;
O edital é o documento que rege a licitação, no caso de a obra ser objeto de uma
concorrência. Ele traz as “regras” do projeto. É o principal documento da fase de licitação.
» prazo da obra;
» datas-marco contratuais;
» documentação requerida.
3. Visita técnica
Mattos (2006) deixa claro que: é sempre recomendável proceder-se a uma visita técnica
ao local da obra. A visita serve para tirar dúvidas, levantar dados importantes para o
orçamento, tirar fotos, avaliar o estado das vias de acesso e verificar a disponibilidade
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Quando da visita técnica, é sempre interessante conversar com algum construtor que
esteja fazendo obra na vizinhança, de preferência para o mesmo cliente.
Dica: nessa visita de campo, obras similares no entorno podem ser observadas. Parcerias
com outras empresas podem ser avaliadas para ganho em função da redução do custo
da mão de obra local. O bota fora da obra é outro ponto a ser estudado.
Composição de custos
O custo total de uma obra é fruto do custo orçado para cada um dos serviços integrantes
da obra. Portanto, a origem da quantificação está na identificação dos serviços. Um
orçamento, por mais cuidadoso que seja feito, estará longe de ser completo se excluir
algum serviço requerido pela obra.
5. Levantamento de quantitativos
Os custos diretos são aqueles diretamente associados aos serviços de campo; representam
o custo orçado dos serviços levantados.
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Cada composição de custos unitários contém os insumos do serviço com seus respectivos
índices (quantidade de cada insumo requerida para a realização de uma unidade do
serviço) e valor (provenientes da cotação de preços e da aplicação dos encargos sobre a
hora-base do trabalhador) (a rigor, até esse momento os preços de mercado ainda não
são conhecidos, pois a cotação vem a seguir).
A empresa pode usar composições de custos próprias (muito comum essa prática, pois
a empresa se baseia em próprios índices de obras anteriores similares) ou obtê-las em
publicações especializadas, como a TCPO (Tabelas de Composições de Preços para
Orçamentos), da Editora Pini, que é a publicação mais completa e difundida no mercado.
Os custos indiretos são aqueles que não estão diretamente associados aos serviços de
campo em si, mas que são requeridos para que tais serviços possam ser feitos.
8. Cotação de preços
Consiste na coleta de preços de mercado para os diversos insumos da obra, tanto os que
aparecem no custo direto quanto no custo indireto.
É importante que essa etapa seja feita em seguida à seleção das composições de
custos, para que o orçamentista possa ter uma relação completa de todos os insumos
do orçamento.
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Fechamento do orçamento
Em tese, o BDI deve ser aplicado uniformemente sobre todos os serviços. Entretanto,
como forma de melhorar a situação econômica do contrato, o construtor pode realizar
a distribuição não uniforme do preço total nos itens da planilha.
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Visita técnica
Levantamento dos
quantitativos
Encargos e Encargos e
Cotações de preços Cotações de preços
Composição de
custos
Lucro Imposto
Desbalanceamento
Planilha de preços
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CAPÍTULO 3
UTILIDADES DO ORÇAMENTO
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visão do empreendimento, pois tem que entender todo os requisitos do projeto para
poder orçá-los. Assim, a equipe de orçamento deve ter experiências para poder realizar
análises comparativas com experiências passadas e comparar com os dados do banco
de dados da empresa. A equipe de orçamento também pode auxiliar o planejamento
durante toda fase de execução do projeto para recalcular preços, quantitativos ou qualquer
dúvida e suporte que seja solicitado relacionado ao preço e critérios da obra orçada.
Importante atentarmos para o último item que o professor Dias cita. Análise de viabilidade
econômico-financeira pode mostrar também a inviabilidade de execução da obra. Por
exemplo, podemos ter uma obra de altíssimo risco devido ao solo e não termos um
relatório técnico de sondagem em mãos.
Outro exemplo comum é o risco financeiro por parte do cliente. Em obras públicas, a
burocracia entre o faturamento e emissão da nota fiscal até o efetivo recebimento do
serviço pode levar semanas e até meses. Assim, esse tempo entre a execução do serviço
e o recebimento deve ser considerado, pois a empresa irá necessitar de capital de giro e
custear a obra nos primeiros meses e provavelmente durante todo andamento do contrato.
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REFERÊNCIAS
DIAS, Paulo Roberto Vilela, Engenharia de Custos: Estimativa de Custo de Obras e Serviços
de Engenharia. 2. ed. Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos, 2011.
orçamentistas, estudos de caso, exemplos / Aldo Dórea Mattos. São Paulo: Editora Pini, 2006.
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