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SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

Unidade Auditada: FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE - PB


Município - UF: Caaporã - PB
Relatório nº: 201411734
UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO
ESTADO DA PARAÍBA

RELATÓRIO DE AUDITORIA

Senhor Superintendente da CGU-Regional/PB,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201411734,


apresentamos os resultados dos exames realizados acerca do Termo de Compromisso (TC
PAC) nº 0021/12 (Siafi nº 671356), destinado à implantação do sistema de esgotamento
sanitário do município de Caaporã/PB.

I – ESCOPO DO TRABALHO

Os trabalhos foram realizados na Superintendência Estadual da Funasa na Paraíba e na


sede da Prefeitura Municipal de Caaporã/PB, em estrita observância às normas de
auditoria aplicáveis ao serviço público federal, objetivando o acompanhamento dos atos
e fatos de gestão ocorridos no período examinado, abrangendo, entre outras ações, a
análise das liberações de recursos, a análise dos processos licitatórios e dos pagamentos
realizados, bem como a medição, por amostragem, das obras executadas.

II – RESULTADO DOS EXAMES


1 GESTÃO DO SUPRIMENTO DE BENS/SERVIÇOS
1.1 CONVÊNIOS DE OBRAS, SERVIÇOS E DE SUPRIMENTO
1.1.1 INSPEÇÃO FÍSICA DA EXECUÇÃO
1.1.1.1 CONSTATAÇÃO

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Liberação indevida de R$ 1.758.037,53, referente à segunda parcela do TC PAC n.º
0021/12, para a execução da obra de esgotamento sanitário de Caaporã/PB.
Conflito de interesses.

Fato

O Termo de Compromisso (TC PAC) n.º 0021/12 (Siafi n.º 671356), no valor de R$
8.790.187,64, firmado entre a Funasa e a Prefeitura Municipal de Caaporã/PB, custeado
100% com recursos federais financiados pela Funasa, tem como objetivo a implantação
do sistema de esgotamento sanitário do município de Caaporã/PB, cuja execução das
obras tem como responsável a empresa COENCO Construções Empreendimento e
Comércio Ltda. (CNPJ 00.431.864/0001-68), com base no Contrato n.º 105/12, no valor
de R$ 7.938.428,20.

Dos recursos previstos para o referido TC PAC, foram liberados até 16.04.2015, R$
4.395.093,82, ou seja, 50% dos recursos a serem financiados, assim distribuídos:

Tabela 1 – Parcela liberadas


Data Recurso
Parcela Portaria Funasa nº 623, de 11 de maio de 2010* Valor (R$)
liberação (%)
Art. 1º, § 3º, inciso I - A 1ª parcela, em valor
equivalente a 30% (trinta por cento) do montante
pactuado a ser transferido, será liberada mediante
1ª 03.04.2012 2.637.056,29 30
aprovação técnica e administrativa da Funasa, para
que sejam iniciadas as obras por parte dos entes
beneficiários; (grifo nosso)
Art. 1º, § 3º, inciso II - A 2ª parcela, em valor
equivalente a 20% (vinte por cento) do montante
pactuado a ser transferido, será liberada depois de
recebido do Convenente o Relatório 1 e mediante
2ª preenchimento do Relatório 2 ou 3, pelas 03.10.2013 1.758.037,53 20
Divisões/Serviços de Engenharia de Saúde Pública
- Diesp/Sensp, informando a compatibilidade da
execução física da obra com a parcela
liberada.(grifo nosso)
Total 4.395.093,82 50
Fonte: Portal da Transparência. Consulta em 05/2015.
* dispõe sobre critérios e procedimentos para a transferência de recursos financeiros das ações de
saneamento ambiental financiadas pela Fundação Nacional de Saúde.

Segundo consta no Relatório 1 (Relatório de Andamento), elaborado pela Prefeitura


Municipal de Caaporã/PB e encaminhado à Funasa/SUEST/PB para fins de liberação da
2ª parcela, acostado às fls. 815-816, Vol. VIII do Processo Funasa/SUEST/PB nº
25210.009.523.2011-38, os serviços referentes às primeiras cinco medições apresentadas
pela COENCO Construções Empreendimento e Comércio Ltda. (CNPJ 00.431.864/0001-
68), executora das obras, totalizaram R$ 2.633.476,89, ou seja, 29,96% de execução.

O referido Relatório, datado de 05 de abril de 2013, contém atestações do engenheiro


técnico da COENCO (CPF ***.263.872-**), do fiscal das obras da Prefeitura Municipal
de Caaporã/PB (CPF ***.822.674-**) e do Prefeito Municipal de Caaporã/PB (gestão
2012).

No intuito de verificar in loco os serviços fiscalizados pelo município e registrados no


Relatório 1 (Relatório de Andamento), a Funasa/SUEST/PB produziu o Relatório de
Visita Técnica n.º 043/13, datado de 03/06/2013, acostado às fls. 1014, Vol. VIII do

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Processo Funasa/SUEST/PB nº 25210.009.523.2011-38, no qual consta que o percentual
de execução das obras é de 28,80%, ou 30,00% (incluindo R$ 420.000,00 em material
estocado) o que permitiu que a Funasa/SUEST/PB julgasse compatível a execução física
da obra com a 1ª parcela, pronunciando-se, por conseguinte, favorável à liberação da 2ª
parcela dos recursos. Tal Relatório, datado de 03 de junho de 2013, foi assinado pelo
servidor (Siape n.º 1679111/CPF ***.027.554-**) e pelo chefe da Divisão de Engenharia
dessa Fundação (Siape n.º 0473385/CPF ***.406.334-**).

Todavia, em Relatório posterior produzido por segunda equipe da Funasa/SUEST/PB,


visando a atender demanda do Ministério Público do Estado da Paraíba, foi elaborado, no
período de 12 a 16 de maio de 2014, o Relatório de Visita Técnica n.º 15/14, acostado às
fls. 1.384-1.403, Vol. IX do Processo Funasa/SUEST/PB nº 25210.009.523.2011-38, por
meio do qual foi atestado que o percentual de execução das obras estava muito abaixo
dos percentuais informados em Relatórios anteriores elaborados pela Prefeitura
Municipal de Caaporã/PB e pela primeira equipe de técnicos da Funasa/SUEST/PB.

Na elaboração do Relatório de Visita Técnica n.º 15/14, a segunda equipe de técnicos da


Funasa/SUESTPB faz referência aos projetos, às planilhas orçamentárias, às planilhas de
preços contratados e ao Relatório 1 (Relatório de Andamento). São relatados problemas
relacionados ao cronograma físico, à segurança do trabalho e à qualidade dos serviços
executados. Na conclusão, essa equipe de técnicos faz constar que “até que seja
apresentada a documentação que sane as pendências descritas neste relatório, a
execução física passível de ser aceita está em 9,25%”. A conclusão foi assinada pelos
servidores da Funasa/SUEST/PB, (Siape n.º 021033145/ CPF ***.832.044-**) e (Siape
n.º 020806991 / CPF ***.616.876-**), bem como pelo chefe da Divisão de Engenharia
do órgão (Siape n.º 0473385/ CPF ***.406.334-**).

Por sua vez, tal Relatório subsidiou o Parecer Técnico n.º 95/2014/DIESP/SUEST/PB, de
26 de maio de 2014, acostado às fls. 1.381-1.383, Vol. IX do Processo Funasa/SUEST/PB
nº 25210.009.523.2011-38. Nesse Parecer, os técnicos da Funasa/SUEST/PB informam
que o Relatório 1 (Relatório de Andamento), elaborado pela Prefeitura Municipal de
Caaporã/PB, não contém as informações necessárias para comprovar a execução dos
serviços e, em razão disso, a referida Prefeitura foi instada a apresentar os documentos
pendentes por meio da Notificação n.º 36. (fls. 1.380 do Processo Funasa n.º
25210.009.523/2011-38), datada de 27 de maio de 2014.

Conste-se, ainda, a existência de um quarto relatório, elaborado pela empresa JM


Engenheiros Consultores Ltda. (CNPJ 07.321.709/0001-38), a qual, instada pela Justiça
Estadual da Paraíba – Comarca de Caaporã/PB, produziu o “Relatório Justificativo” (fls.
1.020 às 1.024 do Processo Funasa n.º 25210.009.523/2011-38), na data de 20/10/2013,
assinado pelos engenheiros (CREA 160080172-2/ CPF ***.027.554-**) e (CREA 10564-
D/ CPF ***.486.533-**).

Nesse Relatório, os técnicos concluíram que o valor acumulado das medições totalizava
R$ 2.858.458,82, ou seja, 36,00% de execução do Contrato n.º 105/12, quando foram
analisadas as medições de 1 a 8 apresentadas pela construtora. Ressalte-se que a empresa
JM Engenheiros Consultores Ltda. presta consultoria de engenharia para assistir e
subsidiar a Fundação Nacional de Saúde na supervisão de obras em municípios do Estado
da Paraíba.

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Em suma, cotejando-se os percentuais medidos nos quatro relatórios, constata-se que os
documentos apresentam dados divergentes entre si, como se pode depreender da análise
do Quadro 1 a seguir, ordenados cronologicamente:

Quadro 1 –Percentuais divergentes de execução das obras


Data Relatório Medições Percentual de Entidade responsável pela
analisadas execução da medição
obra* (%)
05.04.2013 Relatório 1 1ª a 5ª 29,96 Prefeitura Municipal de
Caaporã/PB
03.06.2013 Visita Técnica n.º 1ª a 5ª 30,00 Funasa/SUEST/PB – Divisão de
043/13 Engenharia
20.10.2013 Relatório 1ª a 8ª 36,00 JM Engenheiros Consultores
Justificativo Ltda. (CNPJ 07.321.709/0001-
38), Consultoria da
Funasa/SUEST/PB
26.05.2014 Visita Técnica n.º 1ª a 8ª 9,25 Funasa/SUEST/PB – Divisão de
15/14 Engenharia
Fonte: Processo Funasa n.º 25210.009.523/2011-38.
*Em relação ao valor das obras do Contrato n.º 105/12: R$ 7.938.428,20.

Ressalte-se que o baixo percentual de 9,25%, informado na Visita Técnica n.º 15/14 foi
medido em razão das pendências verificadas por ocasião da última fiscalização, quando
os técnicos da Funasa/SUEST/PB informaram que a Prefeitura Municipal de Caaporã/PB
deixou de apresentar a seguinte documentação:

Quadro 2 – Documentação não apresentada pela Prefeitura


Item Documentação a ser apresentada
1.0 Relatórios de Medição
1.1 Planta cadastral do serviço executado, evidenciando cada medição por cores legendadas
1.2 Análise topográfica, mapa de cubagem e ensaios geotécnicos sobre os serviços de
terraplanagem das lagoas de estabilização
2.0 Justificativa de todas as incompatibilidades apontadas com relação à planilha orçamentária
3.0 Pronunciamento com relação à mudança do material utilizado
Fonte: Processo Funasa n.º 25210.009.523/2011-38.

Pelo exposto no Quadro 2 e, considerando os três relatórios anteriores ao Relatório de


Visita Técnica n.º 15/14, evidencia-se que a Prefeitura Municipal de Caaporã/PB, a JM
Engenheiros Consultores Ltda. (Consultora da Funasa) e a Funasa/SUEST/PB, fizeram
constar, em seus relatórios, percentuais de execução das obras sem a comprovação de
documentos suficientes para validar os percentuais medidos.

Outrossim, a equipe de auditoria da CGU também constatou que, em dois desses


relatórios, houve a atuação de um engenheiro que desempenhou, ao mesmo tempo, a
função de servidor temporário da Funasa (Siape n.º 1679111/CPF ***.027.554-**),
lotado na Divisão de Engenharia da Funasa, a DIESP/SUEST/PB, e a função de
engenheiro contratado por uma empresa particular que também atuou no processo. Os
dois relatórios assinados por ele foram os documentos que atestaram o percentual de
medição das obras sem o respaldo de documentos técnicos para validar esses percentuais,
como se pode depreender da análise no Quadro a seguir:

Quadro 3 –Relatórios com participação de servidores da Funasa

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Relatório Entidade Responsável pelo Relatório
Visita Técnica Funasa/SUEST/PB – - Servidor da DIESP/SUEST/PB, Siape n.º
n.º 043/13 Divisão de Engenharia 1679111/CPF ***.027.554-**)
- Chefe da DIESP/SUEST/PB, (Siape n.º 0473385/CPF
***.406.334-** )

Relatório JM Engenheiros - Servidor da DIESP/SUEST/PB, Siape n.º


Justificativo Consultores Ltda. (CNPJ 1679111/CPF ***.027.554-**), assinando como
07.321.709/0001-38), Engenheiro Civil (CREA 160080172-2)
Consultoria da - Engenheiro Coordenador da JM Engenheiros, (CREA
Funasa/SUEST/PB 10564-D/ CPF ***.486.533-**)
Fonte: Processo Funasa n.º 25210.009.523/2011-38.

No Quadro 3, nota-se que o servidor (Siape n.º 1679111/CPF ***.027.554-**) tanto atuou
como servidor da Divisão de Engenharia da Funasa/SUEST/PB, quanto atuou como
engenheiro da JM Engenheiros Consultores Ltda. (CNPJ 07.321.709/0001-38).

Sobre a atuação do referido servidor em conjunto com a JM Engenheiros, empresa que


presta consultoria de supervisão de obras à Funasa/SUEST/PB, não se encontrou nos
autos determinação formal da Funasa para que houvesse a participação dele no Relatório
elaborado pela JM Engenheiros, nem se encontrou solicitação dessa empresa à Funasa
para que o servidor participasse do referido relatório.

Além da atuação do referido servidor, o chefe da Divisão de Engenharia da


Funasa/SUEST/PB (Siape n.º 0473385/CPF ***.406.334-**) também atuou como
responsável pelo Relatório de Visita Técnica n.º 043/13, quando atestou que o percentual
de execução das obras era 34,09%, percentual esse que foi contestado pelo mesmo Chefe,
quando atestou, por ocasião da última fiscalização da DIESP/SUEST/PB, sem a
participação do servidor temporário (Siape n.º 1679111/CPF ***.027.554-**), que o
percentual passível de aprovação era de 9,25%.

Por essa razão, conclui-se que a atuação desses dois servidores foi determinante para que
a Funasa liberasse mais 20% dos recursos do TC PAC n.º 0021/12, no valor de R$
1.758.037,53, referente à 2ª parcela, sem a devida comprovação da compatibilidade da
execução física da obra com a 1ª parcela liberada de 30% dos recursos, no valor de R$
2.637.056,29, em afronta ao disposto na Portaria Funasa nº 623, de 11 de maio de 2010,
tendo em vista que a 2ª parcela foi liberada em 03 de outubro de 2013, com base nas
informações constantes do Relatório n.º 043/13, de 03 de junho de 2013.

Além disso, informe-se que o servidor em comento (Siape n.º 1679111/CPF ***.027.554-
**), no período de 13 de fevereiro de 2009 a 11 de fevereiro de 2014, estava lotado na
Divisão de Engenharia da Funasa/SUEST/PB, submetido à jornada de 40 horas semanais.
Ocorre que, a partir de 12 de fevereiro de 2014, ou seja, no dia seguinte ao término do
contrato temporário de trabalho com a Funasa/SUEST/PB, evidenciou-se a atestação
desse ex-servidor desempenhando as funções de diretor de obras da Prefeitura Municipal
de Caaporã/PB e fiscal das obras de esgotamento sanitário em tela, referentes ao Contrato
n.º 060/2013, sob responsabilidade de outra empresa, a Construtora Santa FÉ, ou RTS
Pereira Construções e Serviços Eireli – EPP (CNPJ 12.209.627/0001-36), que assumiu a
execução das obras, após a rescisão unilateral da Prefeitura de Caaporã/PB com a
construtora COENCO. Verificou-se a atuação do ex-servidor na elaboração dos seguintes
documentos:

Quadro 4 – Participação do ex-servidor da Funasa em serviços como contratado da Prefeitura de


Caaporã/PB

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Data Documento Peça
12.02.2014 Construtora Santa Fé*/Medição de ligações Fls. 1.268 do Processo Funasa n.º
domiciliares 25210.009.523/2011-38
13.02.2014** Construtora Santa Fé*/Planilha orçamentária da Fls. 1.261 a 1.265 do Processo
2ª medição Funasa n.º 25210.009.523/2011-38
17.02.2014 Construtora Santa Fé*/Memória de cálculo dos Fls. 1.266 a 1.267 do Processo
serviços medidos na 2ª medição. Funasa n.º 25210.009.523/2011-38
Fonte: Processo Funasa n.º 25210.009.523/2011-38.
* Nome de fantasia da RTS Pereira Construções e Serviços Eireli – EPP (CNPJ 12.209.627/0001-36)
** Consta no documento a data de 13.02.2013, porém a referência é a memória de cálculo da 2ª medição.

Faz-se necessário informar que, durante o tempo em que esteve lotado na Divisão de
Engenharia da Funasa/SUEST/PB, o ex-servidor participou de trabalhos referentes ao
Contrato n.º 105/12, decorrente da Concorrência n.º 01/12, firmado entre a Prefeitura
Municipal de Caaporã/PB e a construtora COENCO Construções Empreendimento e
Comércio Ltda. (CNPJ 00.431.864/0001-68), o qual foi rescindido unilateralmente pela
Prefeitura em 07 de maio de 2013, sob a alegação de vícios e irregularidades constatadas
na execução do referido contrato.

Em razão disso, foi realizado novo procedimento licitatório, a Concorrência n.º 01/13, na
qual se sagrou vencedora a única empresa que apresentou proposta, no caso, a Construtora
Santa Fé, ou RTS Pereira Construções e Serviços Eireli – EPP (CNPJ 12.209.627/0001-
36), tendo sido firmado o Contrato n.º 060/2013, em 14 de agosto de 2013, e a Ordem de
Serviço expedida em 06 de dezembro de 2013.

Ressalte-se que, acerca dos procedimentos licitatórios realizados em 2012 e 2013,


evidenciou-se a existência de cláusulas restritivas em ambos os editais, haja vista que
contrariam as disposições contidas na Lei n.º 8.666/93, bem como determinações do
Tribunal de Contas da União (TCU). Cabe destacar, por exemplo, na Concorrência n.º
01/13, a exigência indevida de um profissional de nível superior na área de Segurança do
Trabalho, inclusive com prova de registro junto aos serviços especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Lei Federal n° 6.514, de 22/11/77
e Portaria n° 3.214 de 08/06/78 do Ministério do Trabalho).

Retomando o Quadro 4 anterior, os documentos descritos são referentes à 2ª medição das


obras do Contrato n.º 060/2013, tendo como objeto a continuação das obras do Contrato
n.º 105/2012, das quais o ex-servidor (Siape n.º 1679111/CPF ***.027.554-**) foi fiscal
da Funasa/SUEST/PB. Tendo em vista que os documentos apresentados se referem à
execução de serviços em data posterior a 09 de janeiro de 2014 (data da apresentação da
1ª medição do Contrato n.º 60/2013), e anterior a 13 de fevereiro de 2014 (data da
apresentação da 2ª medição do Contrato n.º 60/2013) e, considerando que o atual diretor
de obras de Caaporã/PB e fiscal do Contrato n.º 060/2013 foi, até 11 de fevereiro de 2014,
servidor da Funasa/SUEST/PB, infere-se que a atestação do ex-servidor da
Funasa/SUEST/PB, em documentos referentes à 2ª medição, na função de fiscal das obras
do Contrato n.º 060/2013, a serviço da Prefeitura Municipal de Caaporã/PB, quando ainda
era servidor temporário da Divisão de Engenharia da Funasa/SUEST/PB, comprova que
o fiscal dos recursos federais e o gestor-fiscal da execução das obras financiadas com
recursos públicos são a mesma pessoa.

A análise em decurso surgiu em virtude de divergências quanto ao percentual de execução


das obras de esgotamento sanitário do município de Caaporã/PB, constante em quatro
relatórios de medição de execução das obras, tendo como responsáveis, inicialmente, a
Prefeitura Municipal de Caaporã, depois a Funasa, posteriormente a empresa de

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consultoria de supervisão de obras contratada pela Funasa e, finalmente, outra equipe
técnica da Funasa, tendo essa equipe técnica concluído que os percentuais de execução
das obras, consignados nos relatórios anteriores, não representavam a realidade dos fatos,
tendo em vista que a documentação fornecida pela Prefeitura era insuficiente para
comprovar a fiel execução dos serviços e, por não haver a devida documentação nos
autos, mesmo tendo sido a prefeitura instada a apresentá-la, o percentual de execução
passível de ser aceito, em vez de 29,96%, 30,00% ou 36,00%, é de apenas 9,25%.

Com esse percentual de execução, a Funasa não poderia ter realizado o segundo repasse
dos recursos para a Prefeitura de Caaporã/PB, uma vez que, por força da Portaria Funasa
nº 623, de 11 de maio de 2010, Art. 1º, § 3º, inciso II, haveria a obrigatoriedade de
comprovar que o percentual de execução estaria em 30%. Por essa razão, a atuação dos
servidores da Funasa, na elaboração do Relatório de Visita Técnica n.º 043/13, de
03/06/2013, acostado às fls. 1014, Vol. VIII do Processo Funasa/SUEST/PB nº
25210.009.523.2011-38, foi determinante para ser liberado indevidamente, em
03.10.2013, a segunda parcela dos recursos, no valor de R$ 1.758.037,53.

Pelo conjunto dos fatos e evidências, infere-se que houve favorecimento à Prefeitura
Municipal de Caaporã/PB pelos dois servidores (chefe da Divisão de Engenharia da
Funasa - Siape n.º 0473385/CPF ***.406.334-** e o servidor - Siape n.º 1679111/CPF
***.027.554-**), configurando-se em conflito de interesses dos servidores da Funasa no
exercício de suas funções na Divisão de Engenharia, em infração às disposições da Lei
n.º 12.813, de 16/05/2013, que dispõe sobre o conflito de interesses no exercício de cargo
ou emprego do Poder Executivo federal e impedimentos posteriores ao exercício do cargo
ou emprego, a qual reza, in verbis:

Art. 2º
Submetem-se ao regime desta Lei os ocupantes dos seguintes cargos e
empregos:
I - de ministro de Estado;
II - de natureza especial ou equivalentes;
III - de presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de autarquias,
fundações públicas, empresas públicas ou sociedades de economia mista; e
IV - do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 6 e 5 ou
equivalentes.
Parágrafo único. Além dos agentes públicos mencionados nos incisos I a IV,
sujeitam-se ao disposto nesta Lei os ocupantes de cargos ou empregos cujo
exercício proporcione acesso a informação privilegiada capaz de trazer
vantagem econômica ou financeira para o agente público ou para terceiro,
conforme definido em regulamento. (grifo nosso).

Art. 5º
Configura conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego no âmbito
do Poder Executivo federal:
I - divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em proveito próprio ou
de terceiro, obtida em razão das atividades exercidas;
II - exercer atividade que implique a prestação de serviços ou a manutenção
de relação de negócio com pessoa física ou jurídica que tenha interesse em
decisão do agente público ou de colegiado do qual este participe;
III - exercer, direta ou indiretamente, atividade que em razão da sua natureza
seja incompatível com as atribuições do cargo ou emprego, considerando-se

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como tal, inclusive, a atividade desenvolvida em áreas ou matérias
correlatas;
IV - atuar, ainda que informalmente, como procurador, consultor, assessor ou
intermediário de interesses privados nos órgãos ou entidades da
administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
V - praticar ato em benefício de interesse de pessoa jurídica de que participe
o agente público, seu cônjuge, companheiro ou parentes, consanguíneos ou
afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, e que possa ser por ele
beneficiada ou influir em seus atos de gestão;
VI - receber presente de quem tenha interesse em decisão do agente público
ou de colegiado do qual este participe fora dos limites e condições
estabelecidos em regulamento; e
VII - prestar serviços, ainda que eventuais, a empresa cuja atividade seja
controlada, fiscalizada ou regulada pelo ente ao qual o agente público está
vinculado. (grifo nosso).

Por fim, convém retomar que a empresa JM Engenheiros Consultores Ltda. (CNPJ
07.321.709/0001-38), prestadora de serviços de consultoria de supervisão de obras da
Funasa/SUEST/PB, atuou no caso em tela, tendo como um dos responsáveis técnicos, na
elaboração do “Relatório Justificativo” (fls. 1.020 às 1.024 do Processo Funasa n.º
25210.009.523/2011-38), datado de 20/10/2013, o ex-servidor da Divisão de Engenharia
da Funasa/SUEST/PB (Siape n.º 1679111/CPF ***.027.554-**).

Esse relatório, cujo percentual de execução das obras, conforme demonstrado nos
parágrafos anteriores, não condizia com a realidade, foi produzido após a liberação da
segunda parcela, sendo que, por esse motivo, entende-se não haver participação dessa
empresa na liberação indevida da segunda parcela.
o#tF
a/

Causa

Fragilidade na gestão da fiscalização de obras.


u#asC
/

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício n.º 624/GAB/SUEST-PB/FUNASA, de 21 de julho de 2016, o gestor


federal informa, ipsis litteris, que:

“Resposta: Conforme Portaria Funasa n° 637, de 2014:

§ 2° Nos convênios e demais instrumentos de transferência de recursos que sejam


objeto de acompanhamento por contrato de apoio à supervisão, os técnicos da
área de engenharia de saúde pública poderão preencher o Relatório de Avaliação
do Andamento (RAA), alternativamente ao Relatório de Visita Técnica (RVT), a
partir do recebimento dos Relatórios Consolidados de Acompanhamento, para
fins de liberação de recursos da 2ª, 3ª e 4ª parcelas.

Isto posto, houve a liberação da 2ª parcela, cujo relatório de andamento (RAA)


elaborado em 09/07/2013, segue em anexo.

O chefe da Engenharia determinou através do despacho-DIESP/SUEST/PB, de


22/04/2013 folha 813 do processo projeto n.° 25210.009.523/2011-38 que o
Servidor da DIESP/SUEST/PB, Siape n.°1679111/CPF ***.027.554-**,

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acompanhasse e, demais providencias. Em 4/06/2013 o mesmo servidor através
do despacho-DIESP/SUEST/PB, folha 10011 do processo projeto n.°
25210.009.523/2011-38, é determinado para comparecer ao Ministério Público
do Estado da Paraíba.

A JM Engenheiros Consultores Ltda. (CNPJ 07.321.709/0001-38) prestadora de


serviços de consultoria de supervisão de obras teve o acompanhamento do
servidor supracitado, tendo em vista que o servidor também estava no momento
responsável pela fiscalização do acompanhamento gerencial da obra. O servidor
nesse período prestava serviços exclusivamente a FUNASA, foi contratado
temporariamente na data de 13 fevereiro de 2009, conforme Lei 8745/93, e teve
seu contrato encerrado em 11 de fevereiro de 2014, conforme consulta dados
funcionais de servidor em anexo.

Com a segunda licitação a área técnica da FUNASA entendeu que era necessário
aprofundar-se nas verificações das planilhas licitadas para analisar a
compatibilidade entre a planilha da segunda licitação com o saldo dos itens do
convênio. Nesse momento foi identificado divergências de compatibilização, para
dar mais transparência as medições, foram solicitados documentos que
substancializariam a identificação onde os erros se encontravam: se nas medições
ou na planilha das licitações da 1° empresa, ou se estavam na planilha licitada
da segunda empresa ou em suas medições, por essa motivação foram glosados os
itens a princípio. ” (sic)
oaU
c#ndM
xm
Eistfe/

Análise do Controle Interno

Acerca da citação da Portaria Funasa n.º 637/2014, convém informar que a liberação da
segunda parcela do TC PAC n.º 0021/12, ocorreu em 03.10.2013, estando, portanto, sob
a égide da Portaria Funasa n.º 623, de 11 de maio de 2010.

Com relação ao relatório de andamento (RAA), elaborado em 09/07/2013, sobre o qual o


gestor federal cita que “segue em anexo”, não consta esse relatório na documentação
entregue por meio do Ofício n.º 624/GAB/SUEST-PB/FUNASA, de 21 de julho de 2016.

As demais informações constantes na manifestação do gestor, quais sejam, o Despacho


DIESP/SUEST/PB (fls. 813 do Processo 25210.009.523/2011-38), a consultoria prestada
pela empresa JM Engenheiros Consultores Ltda. (CNPJ 07.321.709/0001-38) e a
readequação nas planilhas por ocasião da segunda licitação, não trouxeram evidências de
que a liberação da segunda parcela do TC PAC n.º 0021/12 estava de acordo ao que rezava
a Portaria Funasa nº 623, de 11 de maio de 2010, Art. 1º, § 3º, inciso II, não sendo,
portanto, a manifestação apresentada pelo gestor capaz de elidir o fato ora apontado.

Por fim, a Funasa não apresentou dados ou informações que elidissem a constatação de
conflitos de interesses em favor da Prefeitura Municipal de Caaporã pelos dois servidores
de CPF nºs ***.406.334-** e ***.027.554-** e de Siape nºs 0473385 e 1679111.

orInC
#estA
li/a

Recomendações:
Recomendação 1: Apurar responsabilidade pela liberação de R$ 1.758.037,53 à Prefeitura
Municipal de Caaporã/PB, referente à segunda parcela do TC PAC n.º 0021/12.

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1.1.1.2 INFORMAÇÃO

Restrições à competitividade em dois processos licitatórios para a execução das


obras de esgotamento sanitário, conduzidos pela Prefeitura Municipal de
Caaporã/PB.

Fato

A Prefeitura Municipal Caaporã /PB, objetivando contratar empresa para a execução das
obras de implantação do sistema de esgotamento sanitário do município, realizou a
Concorrência Pública n.º 001/2012, cuja vencedora do certame foi a empresa COENCO
Construções Empreendimentos e Comércio Ltda. (CNPJ 00.431.864/0001-68), tendo
sido expedida a Ordem de Serviço (fls. 552 do Processo PMC n.º 18/2012), pelo Prefeito
Municipal de Caaporã/PB, em 10 de julho de 2012, em virtude do Contrato n.º 105/2012,
que estipulou o prazo de 540 dias para a entrega do objeto, contados a partir da expedição
da referida Ordem de Serviço.

Em 07 de maio de 2013, a Prefeitura Municipal de Caaporã/PB rescindiu unilateralmente


o Contrato n.º 105/2012, sob alegação de vícios e irregularidades constatadas na execução
do referido contrato. Diante disso, em 23 de maio de 2013, o Prefeito Municipal autorizou
a abertura de novo processo licitatório, a Concorrência n.º 001/2013, cuja vencedora do
certame foi a empresa RTS Pereira Construções e Serviços Eireli – EPP , ou Construtora
Santa Fé (CNPJ 12.209.627/0001-36), tendo, posteriormente, firmado o Contrato n.º
060/2013 com o Município.

A análise dos dois processos licitatórios permitiu evidenciar a existência de cláusulas


restritivas em ambos os editais, haja vista que contrariam as disposições contidas na Lei
n.º 8.666/93, bem como as determinações do TCU. Nos itens a seguir, detalham-se as
cláusulas editalícias consideradas restritivas, bem como as análises desta equipe de
auditoria:

a) Item 6.5.2, do Edital da Concorrência Pública n.º 001/2012, in verbis:

“Relatório descritivo e demonstrativo do contador devidamente registrado no


Conselho Regional de Contabilidade indicando a boa situação Econômica e Financeira
da Empresa em poder contratar com a Administração, após a análise dos indicadores
Financeiros e Econômicos extraídos do último balanço do Exercício Financeiro e
comparados com os parâmetros dos indicadores previstos e abaixo descritos:
Índice de Liquidez Geral: LG igual ou superior a 2,00 (dois vírgula zero);
[...]
Índice de Liquidez Corrente: LC igual ou superior a 2,00 (dois vírgula zero) ;
[...]
Índice de Endividamento Total: ET igual ou superior a 0,30 (zero vírgula
trinta).”

A exigência relativa à qualificação econômico-financeira afronta ao disposto no art. 31


§5º da Lei 8.666/93, bem como à jurisprudência do TCU (Acórdãos 12/2002, 1519/2003,
1668/2003, 1898/2006 e 2882/2008, todos do Plenário).

b) Item 6.11.1, do Edital da Concorrência Pública n.º 001/2012, in verbis:

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“Certidão de registro e Quitação do CREA - Conselho Regional de Engenharia.
Arquitetura e Agronomia da sede da licitante da empresa e seus responsáveis técnicos.
Sendo a sede da empresa de outras Unidades da Federação deverá apresentar certidão
de registro e quitação ou visto do CREA/PB.”

Tendo em vista se tratar da fase de habilitação, a exigência de comprovação do visto do


CREA da jurisdição na Paraíba não encontra respaldo legal uma vez que, consoante as
Decisões do TCU n.ºs 279/1998 e 348/1999, ambas do Plenário; os Acórdãos n.ºs
512/2002, e 1.224/2002, todos do Plenário, tal exigência deve ser atendida tão somente
quando do início da atividade, o qual se dá com a contratação da empresa vencedora do
certame.

c) Item 6.11.2, do Edital da Concorrência Pública n.º 001/2012, in verbis:

“Comprovação de que possui em seu quadro, até a data da recepção dos


envelopes, Engenheiro Civil e engenheiro E1etricista detentores de Atestado(s)
de Responsabilidade Técnica, acompanhado da respectiva CAT (Certidão de
Acervo Técnico) emitida pelo CREA, limitada exclusivamente às parcelas de
maior relevância e valor significativo do objeto da presente licitação, descritas a
seguir:
a) Escavação manual de valas em material de 1° ou 2° categoria até 2 m de
profundidade;
b) Reaterro apiloado com aproveitamento do material escavado;
c) Escoramento descontínuo simples de valas;
d) Escoramento contínuo simples de valas;
e) Fornecimento e assentamento de tubulação em PVC - DN 150mm, para
esgotos;
f) Fornecimento e assentamento de tubulação em PVC - DN 200mm, para
esgotos;
g) Fornecimento e assentamento de tubulação em PVC - DN 250mm, para
esgotos;
h) Fornecimento e assentamento de tubulação em PVC - DN 400mm, para
esgotos;
i) Construção de poço de visita com DN 1.00 m e profundidade até 1.50m;
j) Construção de poço de visita com DN 1.0m ate 2.00m de profundidade;
k) Construção de poço de visita com DN 1.0m ate 2.30m de profundidade em
quantidade mínima de 15 und;
l) Reposição de pavimentação em paralelepípedo granítico assentado sobre
coxim de areia;
m) Montagem de conjuntos elevatórios constituídos de bombas com capacidade
de recalcar a vazão de 9.73l/s de esgotos domésticos;
n) Transporte de material para aterro;
o) Bota-Fora;
p) Aterro compactado mecanicamente em camadas de 0.20 cm.”

Não se evidenciou, a partir da análise dos quantitativos considerados de maior relevância


e valor significativo pelo gestor municipal, serviços que justificassem a exigência do
engenheiro eletricista, uma vez que os itens de maior valor e relevância técnica,
cumulativamente, são de competência do engenheiro civil.

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A exigência editalícia vem de encontro ao disposto na Súmula-TCU 263/2011, uma vez
que as exigências de capacitação técnica (operacionais e profissionais) devem se
restringir às parcelas que sejam, cumulativamente, de maior relevância técnica e valor
significativo, indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações, e que tais
requisitos devem estar tecnicamente demonstrados no processo administrativo da
licitação ou no próprio edital.

d) Item 6.11.3, do Edital da Concorrência Pública n.º 001/2012, in verbis:

“Apresentação de Atestado de Capacidade Técnica emitido por pessoa jurídica


de direito público ou privado, em nome da licitante, acompanhado da respectiva
CAT (Certidão de Acervo Técnico) emitida pelo CREA, comprovando que a
empresa licitante desempenhou atividade pretérita, em área urbana, pertinente
em características, quantidades e prazos com o objeto desta licitação, restrito às
parcelas de maior relevância e valor significativo, descritas a seguir:
a) Escavação manual de valas em material de 10 ou 20 categoria até 2 m de
profundidade em quantidade mínima de 5.500 m3
b) Reaterro apiloado com aproveitamento do material escavado em quantidade
mínima de 23.000 m3;
c) Escoramento descontínuo simples de valas em quantidade mínima de 12.000
m2;
d) Escoramento contínuo simples de valas em quantidade mínima de 3.400 m2;
e) Fornecimento e assentamento de tubulação em PVC - DN 150mm, para
esgotos, em quantidade mínima de 10.000 m;
f) Fornecimento e assentamento de tubulação em PVC - DN 200mm, para esgotos,
em quantidade mínima de 170m;
g) Fornecimento e assentamento de tubulação em PVC - DN 250mm, para
esgotos, em quantidade mínima de 1.100m;
h) Fornecimento e assentamento de tubulação em PVC - DN 400mm, para
esgotos, em quantidade mínima de 350m;
i) Construção de poço de visita com DN 1,00m e profundidade até I ,50m em
quantidade mínima de 80 und;
j) Construção de poço de visita com DN 1,0m ate 2,00m de profundidade em
quantidade mínima de 65 und;
k) Construção de poço de visita com DN 1,0m ate 2,30m de profundidade em
quantidade mínima de 15 und;
l) Reposição de pavimentação em paralelepípedo granítico assentado sobre
coxim de areia em quantidade mínima de 10.000 m2;
m) Montagem de conjuntos elevatórios constituídos de bombas com capacidade
de recalcar a vazão de 9,73 l/s de esgotos domésticos em quantidade mínima de
1 und;
n) Transporte de material para aterro em quantidade mínima de 25.000 m3;
o) Bota-Fora em quantidade mínima de 15.000 m3;
p) Aterro compactado mecanicamente em quantidade mínima de 13.000 m3

Consoante o disposto nos Acórdãos 1.284/2003, 2.088/2004, 1.635/2006, 2.656/2007,


608/2008, 2.215/2008, 311/2009 e 1.949/2008, todos do Plenário, o TCU tem
considerado aceitável a exigência de quantitativo mínimo de serviços executados, para a
qualificação técnico-operacional, de, no máximo, 50% dos quantitativos a serem
executados no empreendimento licitado, mas, em casos excepcionais, a exigência de

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valores superiores é possível, desde que devidamente fundamentada sua necessidade para
a garantia da perfeita execução do objeto licitado.

A análise da planilha orçamentária, constante no anexo do edital, bem com a análise dos
quantitativos de obra a serem executados, permitiu evidenciar que foram exigidos
quantitativos superiores aos 50% acordados pelos TCU, conforme se demonstram nos
quadros a seguir:

Quadro 1 - Item 6.11.3, letra “n” do Edital: Transporte de material para aterro em
quantidade mínima de 25.000 m3
Qtd. exigida no edital (mínimo) Qtd. a ser executada
25.000m³ 3.192,30m³ (lagoa facultativa)
3.624,50m³ (lagoa de maturação)
Total: 6.816,80m³
A quantidade exigida no edital superou em 366,74% a quantidade a ser executada.
Fonte: Processo PMC n.º 18/2012.

Quadro 2 - Item 6.11.3, letra “o” do Edital: Bota-Fora em quantidade mínima de


15.000 m³
Qtd. exigida no edital (mínimo) Qtd. a ser executada
15.000m³ 1.446,02m³
A quantidade exigida no edital superou em 1.037,33% a quantidade a ser executada.
Fonte: Processo PMC n.º 18/2012.

Tendo em vista que não foi justificada nos autos a necessidade de quantitativos superiores
a 50%, entende-se que foi excessiva a exigência de qualificação técnico-operacional.

e) Item 6.11.3.1, do Edital da Concorrência Pública n.º 001/2012, in verbis:

“Os serviços ou obras relacionados no item 6.11.3 devem ser comprovados em no


máximo 2 (dois) atestados.”

Acerca da exigência de número fixo, mínimo ou máximo de atestados de capacidade


técnica, em regra, segundo disposição dos Acórdãos n.ºs 244/2003, 584/2004, 170/2007,
1.636/2007, 2.462/2007, 43/2008, 597/2008, 1.949/2008 e 1.780/2009, do Plenário, e
1.258/2010-2ª Câmara, exigências desse tipo são consideradas ilegais e não devem
constar no processo licitatório, mas podem ser aceitas em casos excepcionais, quando
imprescindíveis para garantir a perfeita execução do objeto licitado.

No caso em tela, a justificativa da CPL foi a de que “a edilidade buscou ampliar a


concorrência entre as empresas com a possibilidade de se comprovar a referida
capacidade técnica em até 2 (dois) atestados, já que poderia ter exigido a mesma
capacidade em um único atestado. No mais, a limitação em até 2 (dois) atestados é
indispensável para salvaguardar os interesses colocados sob tutela do município de
Caaporã, já que a ampliação no número de atestados colocaria em risco a execução
satisfatória da futura contratação.”

Em que pese a necessidade de mitigar riscos na execução da obra, o posicionamento da


CPL vem de encontro ao disposto na Súmula-TCU 263/2011, uma vez que as exigências
de capacitação técnica (operacionais e profissionais) devem se restringir às parcelas que
sejam, cumulativamente, de maior relevância técnica e valor significativo, indispensáveis

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à garantia do cumprimento das obrigações, e que tais requisitos devem estar tecnicamente
demonstrados no processo administrativo da licitação ou no próprio edital.

Demonstra-se desarrazoada, por exemplo, considerar como de relevância técnica, a


exigência de se comprovar, em até dois atestados, a experiência no transporte de material
para aterro em quantidade mínima de 25.000m³, uma vez que, para a execução de menores
quantidades cujo somatório fosse o quantitativo exigido, seria empregada a mesma
técnica, bem como poderiam ser utilizados os mesmos equipamentos.

f) Item 5.1.1.2, do Edital da Concorrência Pública n.º 001/2013, in verbis:

VIII - Declaração, sob as penas da lei, da superveniência de fato impeditivo da


habilitação;
IX- Declaração de que não utilização mão-de-obra de menores de 18 (dezoito)
anos para e realização de trabalhos, perigosos ou insalubres, bem como não
utiliza, para qualquer trabalho, mão de obra de menores de 16 (dezesseis) anos,
exceto na condição de aprendiz ou a partir de 14 (quatorze) anos (conforme inciso
V do art. 27 da Lei n.º 8.066/93) com firma reconhecida do emitente, apresentar
certidão negativa de infrações trabalhistas e certidão negativa de infrações à
legislação de proteção à criança e ao adolescente, emitidas pela
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego – SRTE/MTE da sede da
licitante.(original sem grifo)
A declaração exigida no inciso VIII não integra a documentação relativa à regularidade
fiscal e trabalhista exigida no art. 29 da Lei 8.666/93, sendo, portanto, exigência excessiva
consignada no edital. Da mesma forma, não consta da Lei 8.666/93 a exigência de
certidão negativa de infrações à legislação de proteção à criança e ao adolescente,
emitidas pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego – SRTE/MTE da sede
da licitante.

g) Item 5.1.1.3, inciso V, do Edital da Concorrência Pública n.º 001/2013, in verbis:

“V- Comprovar ser proprietário e/ou ter disponibilidade da infraestrutura


predial e do aparelhamento técnico adequado e disponível para a realização do
objeto da licitação, através de:
V.a) Registro do imóvel próprio ou contrato de compromisso de cessão, locação,
venda ou leasing devidamente registrado em cartório competente, e que terá os
locais à sua disposição, no prazo de 10 (dez) dias da assinatura do contrato.
Apresentação do "layout' das instalações, contendo área total, localização,
detalhamento dos compartimentos/atividades, com metragem individualizada.
V.b) Se a empresa não possuir os veículos, máquinas, equipamentos e
materiais, deverá obrigatoriamente apresentar contrato de compromisso de
cessão, locação/leasing ou venda, registrado em cartório competente, no qual
a mesma declare expressamente que os mesmos estarão disponíveis e
vinculados ao futuro contrato, sob as penas cabíveis;” (original sem grifo)

Consoante dispõe o art. 30 § 6º da Lei 8.666/1993, as exigências mínimas relativas a


instalações de canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado,

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considerados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, devem ser atendidas
mediante a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua
disponibilidade pelo licitante, vedadas as exigências de propriedade e de localização
prévia.

Com relação à exigência de apresentar o contrato de compromisso de cessão,


locação/leasing ou venda, registrado em cartório competente, consignada no edital do
certame em tela, demonstra-se desarrazoada uma vez que extrapola o termo “declaração
formal da sua disponibilidade” e impõe condição de participação no processo não prevista
na Lei 8.666/93.

h) Item 5.1.1.3, incisos VI a IX, do Edital da Concorrência Pública n.º 001/2013, in verbis:
“VI- Relação individualizada da equipe técnica especializada (analista de solos,
topógrafo, técnico em edificações e/ou saneamento) e administrativa da empresa,
acompanhada dos respectivos currículos profissionais e de seus integrantes, com
experiência profissional específica em suas áreas de atuação e relacionada com
o objeto deste Edital e registro na entidade profissional competente, quando
exigido por Lei, sendo que, no mínimo, deverá constar 01 (um) profissional de
Engenharia Civil e 01 (um) profissional de nível superior na área de Segurança
do Trabalho;(original sem grifo)
VII- Prova de registro junto aos serviços especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho (Lei Federal n° 6.514, de 22/11/77 e
Portaria n° 3.214 de 08/06/78 do Ministério do Trabalho).(original sem grifo)
VIII - Os licitantes deverão apresentar ainda nesta fase do certame o PPRA,
visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da
antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de
riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de
trabalho;(original sem grifo)
IX – Apresentação do PCMSO, tendo o objetivo da promoção e preservação da
saúde do conjunto dos seus trabalhadores;”(original sem grifo)
Acerca da exigência simultânea de engenheiro civil e profissional de nível superior na
área de segurança do trabalho, entende-se como afronta à Lei 8.666/93, art. 30, §1º inciso
I, uma vez que as exigências de qualificação técnica-profissional devem estar limitadas
às parcelas de maior relevância técnica e valor significativo do objeto da licitação, o que
não foi definido no edital, consoante exige o art. 30 § 2º da Lei 8.666/93, notadamente
para as parcelas de maior valor e relevância técnica na execução do objeto que dependem
de um profissional de nível superior na área de segurança do trabalho para sua execução.

Além disso, as exigências de PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e de


PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), consoante disposição
dos Acórdãos 2.521/2003 – 1ª Câmara e 597/2007-Plenário, são ilegais por estarem em
descompasso com as disposições dos arts. 30 e 31 da Lei n. 8.666/1993. Da mesma forma,
a exigência de currículo profissional não consta da referida legislação.

Em que pese a necessidade de observação das normas trabalhistas, segundo disposição


dos Acórdãos em tela, “bastaria constar da parte do edital e da minuta do contrato que
cuida das obrigações da contratada a necessidade de a empresa observar os ditames
legais referentes à legislação trabalhista, responsabilizando-se por qualquer ato de

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infringência que viesse a ser cometido da sua parte, nos termos do art. 55, inciso VII, da
Lei n. 8.666/1993.”

i) Item 5.1.2.4, do Edital da Concorrência Pública n.º 001/2013, in verbis:

“II. Atestado de idoneidade financeira fornecido por no mínimo uma instituição


bancária, dentro de um prazo máximo de 30 (trinta) dias da abertura dos
envelopes de habilitação;”
VII- A boa situação financeira de que trata o item "II" será avaliada pelos
índices de Liquidez Geral (LG) e Liquidez Corrente (LC), devendo apresentar
índices maiores ou iguais a 2,0 (dois), e do Grau de Endividamento (GE)
devendo apresentar valor igualou menor que 0,3 (zero vírgula três),
resultantes da aplicação das seguintes fórmulas: [...]”

A exigência extrapola a documentação relativa à qualificação econômico-financeira,


estando em afronta ao disposto no art. 31 §5º da Lei 8.666/93, bem como à jurisprudência
do TCU (Acórdãos 12/2002, 1519/2003, 1668/2003, 1898/2006 e 2882/2008, todos do
Plenário).

Pelo exposto, os itens considerados restritivos foram determinantes para que somente uma
empresa fosse habilitada e, por conseguinte, declarada vencedora do certame. Por essa
razão, conclui-se que, tanto no processo licitatório realizado em 2012, quanto no processo
licitatório realizado em 2013, houve restrição à competitividade.

Por meio do Ofício n.º 624/GAB/SUEST-PB/FUNASA, de 21 de julho de 2016, o gestor


federal informa que “Não compete à DIESP fiscalizar o acompanhamento do processo
licitatório, portanto, não se manifestará. ”.
o#tF
a/

1.1.1.3 INFORMAÇÃO

Publicação do aviso da Concorrência nº 01/2013 na véspera do dia da abertura das


propostas.

Fato

Acerca da Concorrência nº 01/2013, é preciso relatar que, em 10 de julho de 2013, ou


seja, no dia anterior à data prevista para a abertura da licitação, o Poder Judiciário do
Estado da Paraíba expediu liminar determinando a suspensão do processamento da
concorrência. Posteriormente, em 31 de julho de 2013, a liminar que determinava a
suspensão do processamento da Concorrência nº 01/2013 foi revogada.

Em razão desses fatos, fez-se necessária a publicação de aviso de comunicação de uma


nova data para a realização da sessão para recebimento de documentação de habilitação
e propostas de preços. Ocorre que o aviso de comunicação da nova data de abertura da
sessão da licitação foi publicado no Diário Oficial da União e no Diário Oficial do Estado
no dia 02 de agosto de 2013 (em uma sexta-feira), marcando a sessão para o dia 05 de
agosto de 2013 (na segunda-feira seguinte), às 08h30, ou seja, sequer concedendo um dia
útil de prazo para que as empresas tomassem conhecimento da nova data e pudessem
preparar a documentação e se deslocar até o local da sessão.

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A sessão marcada para o dia 05 de agosto de 2013 acabou não sendo realizada devido à
ausência do Presidente Titular da Comissão Permanente de Licitação (CPL), sendo
registrado na ata do dia 05 de agosto de 2015 que uma nova data seria marcada por meio
de publicação na imprensa oficial.

A publicação do novo aviso ocorreu no dia 07 de agosto de 2015, no Diário Oficial da


União e no Diário Oficial do Estado da Paraíba, cuja sessão de recebimento da
documentação de habilitação e propostas de preços data foi marcada para o dia 08 de
agosto de 2015, às 08h30, ou seja, na manhã do dia seguinte à data da publicação do aviso
de comunicação. Mais uma vez, não foi concedido prazo suficiente para que as empresas
tomassem conhecimento da nova data e pudessem preparar a documentação e se deslocar
até o local da sessão.

Esses fatos, aliados às demais cláusulas restritivas apontadas na constatação anterior deste
Relatório, contribuíram para que houvesse restrição irregular à competitividade no
certame, que culminou com a participação de somente uma empresa, a Construtora
SANTA FÉ (CNPJ 12.209.627/0001-36), que foi declarada a vencedora da Concorrência
nº 001/2013.

Por meio do Ofício nº 624/GAB/SUEST-PB/FUNASA, de 21 de julho de 2016, o gestor


federal informou que “Não compete à DIESP fiscalizar o acompanhamento do processo
licitatório, portanto, não se manifestará. ”.

o#tF
a/

1.1.1.4 CONSTATAÇÃO

Liberação parcial de recursos do TC/PAC nº 0021/2012 pela Funasa (50%),


descumprindo o cronograma de desembolso acordado.

Fato

Analisando os extratos bancários da conta corrente nº 19817-X, mantido na Agência nº


3815-6 do Banco do Brasil, bem como os processos de pagamento encaminhados pela
Prefeitura Municipal de Caaporã/PB, verificou-se que a Funasa liberou apenas 50% dos
recursos previstos para o Convênio, no montante de R$ 4.395.093,82, enquanto que o
Cronograma de Desembolso inicial (Anexo VI do Plano de Trabalho, fl. 04 do Processo
nº 25100.009901/2012-10), previa a liberação da totalidade dos recursos em quatro
parcelas, respectivamente nos meses de março, junho, setembro e dezembro de 2012.

O montante liberado pela Funasa, incluindo quase todo o rendimento das aplicações
financeiras, foi utilizado para pagamento dos serviços, conforme demonstrado nas tabelas
a seguir:

Tabela: Conciliação da conta corrente


Seq. Discriminação Valor (R$)
1 CRÉDITOS
1.1 Repasse de Recursos pela Funasa 4.395.093,82
1.2 Rendimentos de Aplicação no BB Supremo 113.679,46
1.3 Rendimentos de Aplicação em CDB 33.673,44
1.4 Saldo de aplicações em 25/01/2016 22,48
SOMA DOS CRÉDITOS 4.542.469,20
2. DÉBITOS
2.1 Pagamentos à Construtora COENCO - 2.529.405,63

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2.2 Pagamentos à Construtora SANTA FÉ (RTS) - 1.824.503,61
2.3 Transferência p/ Prefeitura de Caaporã (Pagto de Tributos) - 70.200,75
2.4 INSS (Arrecadação) - 118.232,98
2.5 Erro de contabilização do Banco do Brasil em 31/10/2012 - 103,75
SOMA DOS DÉBITOS - 4.542.446,72

SALDO DISPONÍVEL EM 25/01/2016 (em aplicações) 22,48


Fonte: Extratos da conta corrente nº 19817-X, Ag. 3815-6, do Banco do Brasil.

Tabela: Conciliação das aplicações no mercado financeiro.


Investimento Montante Aplicado (R$) Resgates (R$) Rendimentos (R$)
BB SUPREMO 5.842.561,40 5.956.240,86 113.679,46
CDB BB 1.667.000,00 1.700.673,44 33.673,44
Valor total dos rendimentos 147.352,90
Fonte: Extratos da conta corrente nº 19817-X, Ag. 3815-6, do Banco do Brasil.

Tabela: Pagamentos à Construtora COENCO.


Nota Fiscal Valores pagos (R$)
Medição
nº Data Valor (R$) Construtora COENCO ISSQN/INSS Recolhido
BM 01 46 20/08/2012 565.559,78 529.363,95 36.195,83
BM 02 51 27/09/2012 507.011,51 474.562,77 10.140,23
BM 03 60 31/10/2012 788.537,18 772.682,76 4.954,51
BM 04 65 06/12/2012 523.414,00 514.016,09 9.397,91
BM 05 70 29/01/2013 248.954,42 238.780,06 10.174,36
Totais 2.633.476,89 2.529.405,63 70.862,84
Fonte: Documentos relativos aos pagamentos dos Boletins de Medição

Tabela: Pagamentos à Construtora SANTA FÉ (RTS).


Boletim Nota Fiscal Valores pagos (R$)
Nota de
de Construtora ISSQN/INSS
Empenho nº Data Valor (R$)
Medição SANTA FÉ Recolhido
BM 01 2014/0000105 501 09/01/2014 200.372,30 187.548,47 12.823,83
BM 02 2014/0000073 508 18/02/2014 125.771,68 117.722,30 5.049,38
BM 03 2014/0000346 * * 196.853,83 184.255,18 12.598,65
BM 04 2014/0000619 * * 159.429,51 149.226,02 10.203,49
BM 05 2014/0001138 567 28/04/2014 118.189,49 110.625,36 7.564,13
BM 06 2014/0001588 587 03/06/2014 201.705,38 188.796,23 12.909,15
BM 07 2014/0001937 608 02/07/2014 207.065,20 193.813,23 13.251,97
BM 08 2014/0002255 621 01/08/2014 278.411,46 260.593,13 17.818,33
BM 09 2014/0002264 634 03/09/2014 396.124,40 370.772,44 25.351,96
BM 10 2014/0002979 650 02/10/2014 245.124,97 61.151,25 -
Totais 2.129.048,22 1.824.503,61 117.570,89
Fonte: Documentos relativos aos pagamentos dos Boletins de Medição. * Não disponível.

Portanto, restou demonstrado que a Funasa liberou somente 50% dos recursos previstos
para o TC/PAC nº 0021/2012, sendo que todo o valor liberado até a data da inspeção
física às obras, em 19 de fevereiro de 2016, foi desembolsado para pagamento às
empresas contratadas pela Prefeitura Municipal de Caaporã/PB, restando tão somente
R$ 22,48 disponíveis na conta corrente nº 19817-X, mantida na agência nº 3815-6 do
Banco do Brasil, proveniente de saldo das aplicações financeiras. Registre-se que o atraso
no repasse de recursos pela Funasa, descumprindo o cronograma de desembolso
acordado, é uma das causas para o atraso no avanço físico das obras.
o#tF
a/

Causa

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18
Acompanhamento intempestivo do TC/PAC pela Suest-PB/Funasa.
u#asC
/

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício n.º 624/GAB/SUEST-PB/FUNASA, de 21 de julho de 2016, o gestor


federal informou que:

“Conforme Portaria Funasa n° 637, de 2014 só é passível de liberação da parcela


subsequente quando:

Para efeito de atendimento da Portaria Funasa nº 637, de 2014, com relação à


execução física da obra, o cumprimento do cronograma físico-financeiro
apresenta percentual compatível com os recursos anteriormente liberados, ou
seja acompanhado dos seguintes documentos: a) Relatório de medição; b) Fotos
datadas de todas as fases do empreendimento; c) Cópia das Anotações de
Responsabilidade Técnica - ART de execução e fiscalização, do CREA, assinadas
pelo responsável técnico de execução e responsável técnico pela fiscalização da
obra, com a assinatura e aprovação do representante legal do ente beneficiário
do recurso, d) Comprovação de depósito da contrapartida proporcional, quando
prevista no plano de trabalho, na conta específica do instrumento de repasse, a
cada liberação de parcela; a comprovação da execução física.

Ou seja, o cronograma físico tem que ser comprovado pela fiscalização da


FUNASA para ter liberação da parcela subsequente, após a Prefeitura Municipal
enviar o relatório de andamento R1.”
oaU
c#ndM
xm
Eistfe/

Análise do Controle Interno

A Suest-PB/Funasa argumentou que, para que fossem liberados os recursos segundo o


cronograma físico-financeiro acordado, a Prefeitura Municipal de Caaporã/PB deveria ter
apresentado percentual de execução física compatível com o valor dos recursos liberados
e que caberia à Funasa comprovar, por meio de fiscalização, o cumprimento desse
cronograma.

Ocorre que, de acordo com tabelas dispostas nesta constatação, o valor total de recursos
liberados pela Funasa (R$ 4.395.093,82), correspondentes a 50% da previsão de
desembolso do TC/PAC nº 0021/2012, foi totalmente utilizado para realização dos
pagamentos às empresas executoras das obras, que somaram R$ 4.542.446,72, para os
quais foram utilizados, ainda, o valor dos rendimentos das aplicações. O último
pagamento efetuado pela Prefeitura Municipal de Caaporã/PB foi realizado em 08 de
outubro de 2014 e refere-se à quitação da nota fiscal nº 650, emitida pela Construtora
SANTA FÉ em 02 de outubro de 2014.

Desse modo, desde a data do último pagamento realizado pelo Município, que esgotou os
recursos liberados pela Funasa e os rendimentos das aplicações, até o envio do Ofício nº
624/GAB/SUEST-PB/FUNASA, de 21 de julho de 2016, passaram-se quase dois anos.
A evidência de que os recursos liberados foram totalmente sacados enseja duas situações
possíveis:

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– A Prefeitura Municipal de Caaporã/PB executou as obras em consonância com
as liberações, ou seja, os serviços executados foram compatíveis com o valor das
liberações; ou
– As obras executadas pela Prefeitura Municipal de Caaporã/PB não atingiram o
percentual de liberação de recursos.

No primeiro caso, o município estaria apto ao recebimento das parcelas subsequentes do


TC/PAC nº 0021/2012 e, na segunda hipótese, o município teria utilizado indevidamente
os recursos para pagamento às empresas, no caso de os serviços executados não
correspondessem aos pagamentos realizados.

Em qualquer dessas situações, persiste a falha no acompanhamento do TC/PAC pela


Suest-PB/Funasa, a qual caberia ter realizado fiscalizações tempestivas para verificar se
o município executou as obras em consonância com os recursos liberados, para
possibilitar a liberação das parcelas subsequentes, ou, na segunda hipótese, se houve má
aplicação dos recursos públicos, em face do pagamento por serviços não realizados.
orInC
#estA
li/a

1.1.1.5 CONSTATAÇÃO

Obras paralisadas.

Fato

Visando avaliar a implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário do município de


Caaporã/PB, objeto do Termo de Compromisso TC/PAC 0021/2012, foi realizada, por
amostragem, no dia 19 de fevereiro de 2016, inspeção física das obras pela equipe de
auditoria da CGU, observando como critérios a materialidade, a relevância e a
possibilidade de verificação física, no estágio atual dos serviços. Na oportunidade, o
Diretor de Obras da Prefeitura Municipal de Caaporã/PB acompanhou a equipe de
fiscalização da CGU. As verificações se limitaram a identificar os canteiros de obras,
avaliar os serviços da Estação de Tratamento de Esgotos (E.T.E.), bem como percorrer
trechos pontuais da rede coletora de esgotos, com a finalidade de identificar etapa útil da
obra com possibilidade de plena utilização pela população local.

Ao visitar o canteiro de obras, constatou-se que houve a desmobilização dos serviços da


Construtora SANTA FÉ (CNPJ 2.209.627/0001-36), contratada mediante a Concorrência
Pública nº 01/2013. Não foi possível precisar o tempo decorrido desde que a obra se
encontra paralisada. Porém, a título de referência temporal, cabe citar que o último
pagamento de medições para a Construtora SANTA FÉ foi realizado no dia 02 de outubro
de 2014, ou seja, 16 meses antes da visita às obras pela equipe de auditoria da CGU.
o#tF
a/

Causa

Acompanhamento intempestivo do TC/PAC pela Suest-PB/Funasa.


u#asC
/

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício n.º 624/GAB/SUEST-PB/FUNASA, de 21 de julho de 2016, o gestor


federal informou que:

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“As obras estão em andamento conforme relatório de visita técnica realizada em
25/05/2016, segue em anexo. O relatório apresenta um percentual de 49,73 %,
sendo que visualmente já estão executados itens como parte do emissário de
recalque drenagens e revestimento das lagoas, parte estrutural da estação
elevatória, tais itens ainda não foram considerados seu avanço físico, pois falta
a prefeitura enviar relatório de acompanhamento- RI.

A previsão informada pela fiscalização da prefeitura é que no final do mês de


julho já estarão enviando o relatório e a solicitação da liberação da última
parcela. A expectativa da fiscalização da FUNASA é que em agosto já seja
possível o sistema ter condição de receber o esgotamento que está acumulando
nas redes da bacia B.”

oaU
c#ndM
xm
Eistfe/

Análise do Controle Interno

A paralisação das obras foi constatada pela Controladoria-Geral da União em momento


anterior à inspeção realizada pela Suest-PB/Funasa. A própria constatação da Funasa de
que o percentual de execução física das obras alcançara 49,73% em 25 de maio de 2016
(data da inspeção realizada pela Suest-PB/Funasa) é prova da estagnação no avanço do
cronograma físico dos serviços, visto que, desde a data do último pagamento, realizado
em 08 de outubro de 2014, os valores desembolsados já ultrapassavam o montante dos
recursos liberados, considerando os pagamentos realizados com os rendimentos das
aplicações.

O fato de os serviços terem sido reiniciados no momento da inspeção realizada pela Suest-
PB/Funasa não descontrói as evidências apontadas nesta constatação, mas, apenas,
reafirma que a atuação da Controladoria-Geral da União na Paraíba trouxe resultados
positivos à continuidade da ação governamental.

Cabe pontuar sobre o Relatório de Visita Técnica, anexado à justificativa da Suest-


PB/Funasa, que o montante dos serviços aprovados pela Concedente soma
R$ 4.371.404,67, enquanto que os pagamentos realizados às empresas construtoras
somam R$ 4.542.491,72, resultando em uma diferença a menor de R$ 171.087,05, ou
seja, os serviços foram pagos, mas não constam como aprovados no referido Relatório de
Visita Técnica.

Por fim, observou-se que, no Relatório de Visita Técnica da Suest-PB/Funasa, não há


referência a essa diferença entre o valor dos pagamentos realizados pelo Município e
montante dos serviços efetivamente executados e aprovados.

orInC
#estA
li/a

1.1.1.6 CONSTATAÇÃO

Estação de Tratamento de Esgotos de Caaporã/PB construída em desacordo com


os limites do terreno desapropriado.

Fato

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A Prefeitura Municipal de Caaporã/PB disponibilizou cópia do Decreto Expropriatório nº
045/2011, emitido em 12 de setembro de 2011, por meio do qual o Prefeito de Caaporã/PB
decretou como de interesso público uma área de 9,42 hectares, com denominação de
propriedade “Barreiras Grandes”. Em anexo ao Decreto Expropriatório citado, consta o
Memorial Descritivo e uma planta de situação do terreno desapropriado, formando um
quadrado perfeito com 307,00m de lados, apresentado as seguintes coordenadas UTM
(Datum SAD-69):

Vértice 1: 289.440,97 m (Leste) e 9.167.037,66 m (Norte);


Vértice 2: 289.154,04 m (Leste) e 9.166.928,47 m (Norte);
Vértice 3: 289.044,85 m (Leste) e 9.167.215,39 m (Norte).
Vértice 4: 289.331,77 m (Leste) e 9.167.324,59 m (Norte);

Ao plotar as referidas coordenadas no Programa Google Earth, constatou-se que parte das
lagoas da Estação de Tratamento de Esgotos está sendo construída fora dos limites do
terreno desapropriado por meio do Decreto Expropriatório nº 45/2011, conforme
demonstrado na imagem a seguir:

Imagem obtida a partir do programa Google Earth, mostrando a plotagem dos vértices e dos limites do
terreno (em vermelho): Observa-se que parte das lagoas, especialmente da lagoa facultativa e da lagoa
de maturação, está situada fora dos limites do terreno desapropriado.

Cabe mencionar que a Prefeitura Municipal de Caaporã/PB não disponibilizou os


documentos concernentes à inscrição do título de propriedade do imóvel desapropriado
no Cartório do 1º Serviço Notarial e Registral Imobiliário da Comarca de Caaporã/PB,
requisitados por meio do Ofício nº 221612014/CGU-Regional/PB/CGU-PR, de 29 de
janeiro de 2014, bem como não foram apresentados documentos referentes ao processo
de pagamento da despesa de desapropriação ao antigo proprietário do terreno.
o#tF
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Causa

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22
Deficiência no acompanhamento do TC/PAC pela Suest-PB/Funasa.
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Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício n.º 624/GAB/SUEST-PB/FUNASA, de 21 de julho de 2016, o gestor


federal informou que:

“Os projetos apresentados do as built do tratamento coincidem com a execução.


A FUNASA notificará o município para que o mesmo corrija a desapropriação,
caso haja irregularidade na desapropriação. A desapropriação que terá que estar
de acordo como projeto, uma vez que já houve a execução.”

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Eistfe/

Análise do Controle Interno

A Suest-PB/Funasa informou que a desapropriação deverá estar adequada para coincidir


com a situação atual das obras, uma vez que já houve a execução. Todavia, não ficou
claro na justificativa se a Suest-PB/Funasa admitiu que a falha tenha ocorrido ou que
buscou confirmá-la durante à inspeção física realizada em 25 de maio de 2016, pois não
afirmou, categoricamente, que o município será notificado para corrigir a desapropriação,
conforme texto extraído de sua manifestação: “A FUNASA notificará o município...”
“...caso haja irregularidade na desapropriação ...”.

É importante ressaltar que as informações trazidas a este relatório estão lastreadas nas
evidências obtidas junto à Prefeitura Municipal de Caaporã/PB e na FUNASA e em dados
colhidos na inspeção física às obras. Desse modo, todas as constatações aqui registradas
pela equipe de auditoria da Controladoria-Geral da União foram elaboradas com base em
critérios eminentemente técnicos.

Sendo assim, ainda que os fatos apontados quanto à falha na desapropriação do terreno
estejam sujeitos à contestação por parte da Suest-PB/Funasa, caberia à Unidade
Examinada ter apresentados seus argumentos contraditórios no momento oportuno.
Porém, ao não contestar a falha nem conferir sua pertinência na inspeção física realizada
em 25 de maio de 2016, a Suest-PB/Funasa não deu a devida importância para o trabalho
realizado pela Controladoria-Geral da União no acompanhamento dos recursos públicos
federais.
orInC
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li/a

1.1.1.7 CONSTATAÇÃO

Instalações provisórias dos canteiros de obras não executadas, causando prejuízo


no montante de R$ 87.804,86.

Fato

O Diretor de Obras da Prefeitura Municipal de Caaporã/PB acompanhou a equipe de


auditoria da CGU e indicou a localização do imóvel, utilizado pelas construtoras
COENCO e SANTA FÉ, que serviu como canteiro para as obras do Sistema de
Esgotamento Sanitário do município. Trata-se de um imóvel urbano, construído em

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alvenaria, que está localizado na esquina da Rua Maria de Lurdes Coati com a Rua 27 de
Dezembro, às margens da PB-044 (GPS: 7º30’42,06” S; 34º55’22,12” O).

Preliminarmente, cabe citar que não foi possível entrar no imóvel, haja vista que, segundo
informações do Diretor de Obras da Prefeitura, o imóvel que havia sido alugado pela
Construtora SANTA FÉ para servir como canteiro de obras foi devolvido ao proprietário,
por ocasião da desmobilização da empresa.

Em que pese a restrição imposta para o acesso da equipe da CGU ao canteiro de obras,
de acordo com a análise dos documentos apresentados e amparado na visita ao imóvel
alugado, foi possível constatar a inexecução das edificações relativas às instalações
provisórias do canteiro de obras, conforme relatado a seguir.

Segundo as planilhas de custos apresentadas respectivamente pela empresa COENCO


Construções Empreendimentos e Comércio Ltda. (CNPJ 00.431.864/0001-68) e pela
Construtora SANTA FÉ (CNPJ 12.209.627/0001-36) para as concorrências públicas nº
01/2012 e nº 01/2013, foram dimensionados serviços relativos à construção das
instalações provisórias para o canteiro de obras, dentre os quais, cabe destacar os
seguintes:

Tabela: Serviços pagos relativos à construção de instalações provisórias


Concorrência nº 01/2012 Concorrência nº 01/2013
Descrição do Serviço Unid. Unit. Unit.
Quant. Total (R$) Quant. Total (R$)
(R$) (R$)
Escritório da fiscalização em
alvenaria chapiscada, coberta com
m² 101,64 210,83 21.428,47 101,64 242,33 24.630,42
telhas canal e forro de gesso,
conforme layout tipo 03
Escritório e almoxarifado da
contratada em alvenaria
m² 40,50 210,83 8.538,50 40,50 242,33 9.814,37
chapiscada, coberta com telhas
canal e forro de gesso.
Refeitório m² 24,00 109,45 2.626,70 24,00 125,80 3.019,20
Galpão aberto para guarda de
m² 516,00 48,26 24.901,59 516,00 55,46 28.617,36
materiais
Sanitários e chuveiros m² 18,00 85,10 1.531,86 18,00 97,81 1.760,58
Guarita m² - - - 3,00 97,50 292,50
Portão de acesso m² - - - 7,20 142,76 1.027,87
Valor total pago às empresas (R$) COENCO 60.186,45 SANTA FÉ 67.841,93
Valor pago pela Prefeitura para construção do canteiro de obras (R$) 128.189,42
Fonte: Documentos apresentados pela Prefeitura Municipal de Caaporã/PB.

As planilhas das licitações continham, ainda, previsão para o pagamento de aluguel de


imóvel para a equipe de engenharia, para a equipe técnica e, também, o aluguel de terreno
para instalação do canteiro, conforme valores mostrados na tabela a seguir:

Tabela: Serviços contratados relativos a aluguel de imóveis


Concorrência nº 01/2012 Concorrência nº 01/2013
Descrição Unid. Unit.
Quant. Total (R$) Quant. Unit. (R$) Total (R$)
(R$)
Aluguel de casa para
Mês 18,00 217,50 3.915,00 12,00 1.200,00 14.400,00
engenharia
Aluguel de casa para equipe
Mês 18,00 174,00 3.132,00 12,00 1.200,00 14.400,00
técnica
Aluguel de terreno para
Mês 18,00 130,50 2.349,00 12,00 800,00 9.600,00
instalação do canteiro

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Valores orçados pelas empresas (R$) COENCO 9.396,00 SANTA FÉ 38.400,00
Valor total orçado pelas construtoras COENCO e SANTA FÉ (R$) 47.796,00
Fonte: Documentos apresentados pela Prefeitura Municipal de Caaporã/PB.

Segundo os boletins de medições apresentados, constantes nos documentos de liquidação


de despesas, do montante previsto com aluguel de imóveis, o montante de R$ 34.088,00
foi pago às empresas responsáveis pela execução das obras, nos valores discriminados na
tabela a seguir:

Tabela: Serviços pagos relativos a aluguel de imóveis


Concorrência nº 01/2012 Concorrência nº 01/2013
Descrição Unid. Unit.
Quant. Total (R$) Quant. Unit. (R$) Total (R$)
(R$)
Aluguel de casa para
Mês 4,00 217,50 870,00 10,00 1.200,00 12.000,00
engenharia
Aluguel de casa para equipe
Mês 4,00 174,00 696,00 10,00 1.200,00 12.000,00
técnica
Aluguel de terreno para
Mês 4,00 130,50 522,00 10,00 800,00 8.000,00
instalação do canteiro
Total pago em aluguel por empresa COENCO 2.088,00 SANTA FÉ 32.000,00
Valor pago pela Prefeitura às empresas para aluguel de imóveis (R$) 34.088,00
Fonte: Documentos apresentados pela Prefeitura Municipal de Caaporã/PB.

Conforme se observa nas tabelas acima, as planilhas de ambas as licitações continham


previsão tanto para a construção de abrigos destinados à equipe de fiscalização, escritório,
almoxarifado, refeitório, etc., quanto para locação de imóveis destinados às equipes
técnica e de engenharia. Todavia, constatou-se que as referidas edificações provisórias
não foram construídas, tanto pela Construtora COENCO quanto pela Construtora
SANTA FÉ, uma vez que foi utilizado o mesmo imóvel alugado por ambas as empresas
para abrigar os materiais e as equipes e para funcionar como canteiro de obras. Adiante,
seguem algumas fotos do imóvel alugado para funcionamento do canteiro de obras pelas
construtoras COENCO e SANTA FÉ:

Foto do imóvel alugado que serviu de canteiro de Foto do imóvel alugado que serviu de canteiro de
obras para as construtoras COENCO e SANTA FÉ obras para as construtoras COENCO e SANTA FÉ
(imagem obtida no Relatório Fotográfico nº 02, (imagem obtida no Relatório Fotográfico nº 01,
apresentado pela Prefeitura de Caaporã/PB). apresentado pela Prefeitura de Caaporã/PB)

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25
Fotos parciais do imóvel alugado, que serviu de canteiro de obras para as construtoras COENCO e
SANTA FÉ (imagem obtida no Google Earth). Observam-se tubos depositados no terreno. Data das
imagens: Outubro/2012.

Foto parcial da lateral do imóvel alugado (imagem Foto atual da lateral do imóvel alugado que serviu
obtida no Google Earth). Observam-se tubos de canteiro de obras para as construtoras COENCO
depositados no terreno. e SANTA FÉ (imagem obtida pela equipe de
Data da imagem: Outubro/2012. fiscalização da CGU em 19/02/2016).

Nas fotografias apresentadas acima, especialmente aquelas disponibilizadas pela própria


Prefeitura e as obtidas no Programa Google Earth, é possível constatar que não foram
construídas as edificações provisórias previstas na planilha de custos dos respectivos
contratos de obras.

Portanto, considerando que as evidências indicam que as edificações do canteiro de obras


previstas nos orçamentos das concorrências públicas nº 01/2012 e 01/2013 não foram
construídas, tanto pela empresa COENCO Construções Empreendimentos e Comércio
Ltda. (CNPJ 00.431.864/0001-68) quanto pela Construtora SANTA FÉ (CNPJ
12.209.627/0001-36), conclui-se que os pagamentos realizados por estes serviços foram
indevidos e causaram um prejuízo de R$ 128.189,42, relativamente às instalações não
edificadas, consoante detalhado na tabela a seguir:

Tabela: Serviços não executados do canteiro de obras


Serviços não executados relativos à instalação do canteiro de obras Valor (R$)
Escritório da fiscalização em alvenaria chapiscada, coberta com telhas canal e forro de
46.058,89
gesso, conforme layout tipo 03
Escritório e almoxarifado da contratada em alvenaria chapiscada, coberta com telhas canal
18.352,87
e forro de gesso.
Refeitório 5.645,90
Galpão aberto para guarda de materiais 53.518,95
Sanitários e chuveiros 3.292,44
Guarita 292,50
Portão de acesso 1.027,87

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26
Total 128.189,42
Fonte: Boletins de medição disponibilizados pela Prefeitura.
o#tF
a/

Causa

Falhas no acompanhamento do Termo de Compromisso n.º 0021/12 (Siafi n.º 671356)


pela Suest-PB/Funasa, no que se refere à aprovação dos serviços previstos nos respectivos
contratos de obras.
u#asC
/

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício n.º 624/GAB/SUEST-PB/FUNASA, de 21 de julho de 2016, o gestor


federal informou que:

“Conforme fotos em CD em anexo o canteiro da obra foi construído pela primeira


empresa vencedora e depois desmobilizado, ainda é possível a verificação
banheiros, sala que eram usadas como laboratórios e os pilaretes do galpão. A
segunda construtora construiu um galpão que pode ser visto nas fotos no CD,
bem como, nas folhas 2886 e 2956 do processo projeto n.° 25210.009.523/2011-
38. No caso das locações referente ao canteiro como esta obra ficou períodos
paralisada, a FUNASA entende que a forma mais coerente a compatibilização do
pagamento da locação com o percentual de execução física da obra.” (SIC)

oaU
c#ndM
xm
Eistfe/

Análise do Controle Interno

Primeiramente, cabe informar que o pagamento dos aluguéis não foi objeto de
questionamento por parte da equipe de auditoria da Controladoria-Geral da União,
relativamente aos contratos firmados pela Prefeitura Municipal de Caaporã/PB com a
empresa COENCO e com a Construtora SANTA FÉ, objetivando à execução das obras
do sistema de esgotamento sanitário. Portanto, tais serviços foram considerados como se
tivessem sido prestados.

Em relação à execução das edificações, que também seriam destinadas às instalações


provisórias do canteiro de obras, cabe frisar que a equipe de auditoria da Controladoria-
Regional da União na Paraíba não teve acesso ao referido local pois, segundo informações
verbais prestadas pelo Diretor de Obras da Prefeitura Municipal de Caaporã/PB, o prédio
havia sido devolvido ao proprietário.

Dito isto, com relação à manifestação apresentada ao Relatório Preliminar da


Controladoria-Geral da União na Paraíba pelo gestor da Suest-PB/Funasa, cabe pontuar
o que segue:

1) As fotografias encaminhadas pelo gestor da Suest-PB/Funasa, o qual obteve acesso ao


canteiro de obras mesmo após a devolução do prédio ao proprietário, evidenciam que
foram construídos, pela primeira empresa contratada (COENCO Construções
Empreendimento e Comércio Ltda. – CNPJ 00.431.864/0001-68), as seguintes
edificações: banheiros, um laboratório e um galpão para guarda de materiais, conforme
fotografias reproduzidas a seguir:

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27
Fotos apresentadas pela Funasa, após o envio do Relatório Preliminar. Vistas externa e interna dos
banheiros construídos pela empresa COENCO.

Fotos apresentadas pela Funasa, após o envio do Relatório Preliminar. Vistas do local onde teria
funcionado um laboratório pela empresa COENCO, situado dentro do terreno do imóvel alugado.

Fotos apresentadas pela Funasa, após o envio do Relatório Preliminar. Local situado dentro do terreno do
imóvel alugado, onde teria sido construído pela empresa COENCO um galpão para a guarda de materiais.
É possível observar que existem alguns escombros de pilaretes na imagem à esquerda, bem como tubos
guardados sem cobertura na imagem à direita.

Desse modo, em relação aos banheiros e ao galpão construído pela empresa COENCO,
em que pese a negativa de acesso da equipe de auditoria da Controladoria-Geral da União
com a finalidade de avaliar as dimensões das edificações ali existentes, pode-se considerá-
las como executadas. Em relação aos demais itens do contrato firmado com a empresa
COENCO, não foram disponibilizadas evidências que tais serviços tenham sido
realizados.

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28
2) Foram apresentadas, ainda, fotografias de um galpão construído pela segunda empresa
contratada para execução das obras (Construtora SANTA FÉ – CNPJ 12.209.627/0001-
36), dentro do terreno da Estação de Tratamento de Esgotos, conforme imagens a seguir:

Fotos apresentadas pela Funasa, após o envio do Relatório Preliminar. Local situado dentro da Estação de
Tratamento de Esgotos. Trata-se de um galpão aberto com uma pequena edificação em alvenaria na parte
dos fundos, que teria sido construído pela Construtora SANTA FÉ.

Analisando as imagens e as justificativas apresentadas, observa-se que a Suest-PB/Funasa


informou que a Construtora SANTA FÉ construiu um galpão aberto para a guarda de
materiais dentro da Estação de Tratamento de Esgotos. Ocorre que, na planilha de preços
da Concorrência nº 01/2013, o referido galpão deveria possuir uma área de 516,00m²,
sendo que as dimensões encontradas in loco foram inferiores a essa medida, haja vista
que o galpão mostrado na fotografia possui uma área aproximada de 196m²
(aproximadamente 7,00m x 28,00m).

Em relação às demais instalações provisórias para o canteiro de obras (banheiros,


refeitório, escritório da fiscalização, escritório da contratada, etc.), previstas no contrato
firmado com a Construtora SANTA FÉ (CNPJ 12.209.627/0001-36), a Suest-PB/Funasa
não se pronunciou ou apresentou qualquer evidência de que tais serviços tenham sido
executados.

Vale salientar que, nos dois contratos de obras, as especificações dos serviços de
construção do escritório da fiscalização e do escritório da contratada previam a utilização
de alvenaria chapiscada, coberta com telhas canal e forro de gesso, numa área de 101,64
m² (escritório da fiscalização) e 40,50m² (escritório da contratada). Além disso, o
refeitório deveria possuir uma área de 24m². Tais estruturas não foram encontradas nem
apontadas pela Suest-PB/Funasa como executadas.

Portanto, as justificativas e as fotos apresentadas pela Suest-PB/Funasa não foram


suficientes para afastar todas as falhas apontadas no que se refere às instalações
provisórias do canteiro de obras, com exceção dos banheiros e do galpão a cargo da
empresa COENCO, visto que as dimensões do laboratório (construído pela empresa
COENCO) e do galpão (construído pela Construtora SANTA FÉ), constantes nas
fotografias apresentadas, são inferiores àquelas previstas nos respectivos contratos de
obras.

Após a análise dos documentos e das informações apresentadas adicionalmente, parte das
justificativas prestadas pela Suest-PB/Funasa foram acatadas. Porém, permanecem sem
comprovação a construção dos seguintes itens das instalações do canteiro de obras:

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Tabela: Serviços não executados do canteiro de obras
Serviços não executados relativos à instalação do canteiro de obras Valor (R$)
Escritório da fiscalização em alvenaria chapiscada, coberta com telhas canal e forro de
46.058,89
gesso, conforme layout tipo 03
Escritório e almoxarifado da contratada em alvenaria chapiscada, coberta com telhas canal
18.352,87
e forro de gesso.
Refeitório 5.645,90
Galpão aberto para guarda de materiais (executado em dimensões inferiores) 17.747,20
Total 87.804,86
Fonte: Boletins de medição disponibilizados pela Prefeitura.

orInC
#estA
li/a

1.1.1.8 CONSTATAÇÃO

Serviços superdimensionados relativos à Locação da E.T.E. e à aquisição de


mourões, no montante de R$ 24.569,13.

Fato

Dentre os serviços que tiveram os custos analisados com base nas composições de preços
do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), que é
utilizado como referência pela Caixa Econômica Federal para avaliação do custo das
obras, constatou-se que a “Locação da Estação de Tratamento de Esgoto” (item 1.2),
estimada no quantitativo de 120.000 m², foi superdimensionada no montante de
R$ 20.104,50.

Verificou-se que a planilha de custos do Contrato nº 105/2012, firmado com a empresa


COENCO, referentes à Concorrência nº 001/2012, orçou um quantitativo de 120.000m²
para o serviço de locação da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), ao custo unitário
de R$ 0,39, que totalizou a quantia de R$ 46.980,00 para este serviço.

Constatou-se que a locação da ETE, no quantitativo de 120.000m², foi atestada pelo


Diretor de Obras da Prefeitura Municipal de Caaporã/PB (CPF ***.822.674-**), por
ocasião da primeira medição das obras (BM 01) da empresa COENCO, cujo pagamento
ocorreu em 22/08/2012, conforme documentos de liquidação e pagamento da Nota Fiscal
nº 46, emitida em 20/08/2012, cujo valor total do BM 01 foi de R$ 565.559,78.

No entanto, segundo levantamento realizado por esta equipe de fiscalização nos projetos
da E.T.E., por meio de imagens de satélite obtidas no programa Google Earth e de
medições no local da obra, a área da Estação de Tratamento de Esgotos é de
aproximadamente 68.450 m² (370m x 185m), considerando todo o perímetro externo da
base dos diques, perfazendo uma diferença de 51.550m², que corresponde a
R$ 20.104,50, considerando o preço unitário de R$ 0,39/m² de locação (valores
históricos).

Cabe reforçar que a área total do terreno desapropriado, conforme Decreto Expropriatório
nº 045/2011, emitido em 12 de setembro de 2011, possui somente 94.200 m², ou seja, é
inferior à área da locação paga à empresa COENCO (120.000 m²).

Além do serviço relativo à locação da Estação de Tratamento de Esgotos, constatou-se


que a planilha de preços referente à lagoa de maturação previu a aquisição de 6.66m³ de

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mourões em madeira de lei de 1ª qualidade, com aparelhamento (item 5.19), para
utilização na parede de separação interna dessa lagoa, ao preço unitário de
R$ 3.956,49/m³, totalizando a quantia de R$ 26.350,22 (preço na Concorrência nº
01/2013).

Contudo, não constam, no processo licitatório, justificativas que demandem a necessidade


de utilização de mourões em madeira de lei “aparelhada”, cujo custo, por metro cúbico,
é superior ao de aquisição de madeira de lei “não aparelhada” em cerca de 20%.

Desse modo, haja vista que não se justificou a utilização de madeira “aparelhada” na
divisão da lagoa de maturação da Estação de Tratamento de Esgotos, o preço do serviço
foi considerado superdimensionado em R$ 4.464,63, conforme cálculo apresentado a
seguir:
1
  ã  !"

  = 1 − $ % &ç  (ç
   !"
2

*.,-.,01
= )1 − 4 % 26.350,22 = 9$ 4.464,63
2.*33,33

Ressalte-se que, até o momento da inspeção física in loco às obras, pela CGU, em 19 de
fevereiro de 2016, o item 5.19 não havia sido medido pela Prefeitura Municipal de
Caaporã/PB nem pago a Construtora SANTA FÉ. Porém, o referido serviço de aquisição
de mourões em madeira de lei aparelhada ainda consta como item a executar na planilha
de adequação das obras, apresentada pela Prefeitura Municipal de Caaporã/PB à Funasa,
por meio do Ofício PMC/GP/nº 078/2015, emitido em 15 de dezembro de 2015.

Portanto, o dano potencial ficou estimado em R$ 24.569,13, dos quais R$ 20.104,50


referem-se ao superdimensionamento do quantitativo na locação da Estação de
Tratamento de Esgotos e R$ 4.464,63 referem-se à aquisição dos mourões.
o#tF
a/

Causa

Deficiência na fiscalização da Suest-PB/Funasa quanto ao acompanhamento do Termo


de Compromisso firmado com a Prefeitura Municipal de Caaporã/PB.
u#asC
/

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício n.º 624/GAB/SUEST-PB/FUNASA, de 21 de julho de 2016, o gestor


federal informou que:

“A área da Estação de tratamento não abarca somente as lagoas mas ela engloba
o cinturão verde, a cerca de entorno a área onde serão instalados as iluminações,

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o projeto está em anexo em copia eletrônica. Quanto a aquisição de mourões a
FUNASA está analisando as adequações de projeto apresentadas pela Prefeitura
Municipal de Caaporã. A definição do tipo de material é do responsável técnico
pelo projeto.” (SIC)

oaU
c#ndM
xm
Eistfe/

Análise do Controle Interno

Primeiramente, não houve manifestação por parte da Suest-PB/Funasa para justificar o


fato de a área de locação das lagoas ter sido contratada, desde o início, em um quantitativo
superior à área do terreno desapropriada pela Prefeitura Municipal de Caaporã/PB.

Sobre o projeto modificado, apresentado em arquivo no formato “.dwg”, onde foi


considerada toda a área interna do terreno para fins de quantificação do serviço de
“Locação da Estação de Tratamento de Esgoto”, é importante salientar que, na execução
de cercas em terrenos rurais, deve ser considerado o trecho linear nas cercas para fins de
locação e nivelamento e, não, o metro quadrado de toda a área rural que será cercada,
especialmente em um terreno com as dimensões de uma estação de tratamento de esgotos,
consoante descrito na composição específica nº 68051 do Sistema Nacional de Pesquisa
de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), que utiliza como fórmula de cálculo a
locação por metro linear.

Neste caso, estaria correto utilizar-se, para fins de aprovação do serviço de locação da
cerca de entorno das lagoas, o comprimento referente ao perímetro do terreno e, não, de
toda a área interna do terreno, tendo em vista que não há previsão de construção de
edificações, consoante o Sinapi.

Desse modo, caso a Suest-PB/Funasa aprove o pagamento dos serviços de locação da


cerca de entorno, considerando toda a área interna do terreno, inclusive onde não há
edificação prevista, estará causando prejuízo ao TC/PAC nº 0021/2012.

Quanto à aquisição dos mourões em madeira aparelhada, também persiste a falta de


justificativas, por parte do responsável técnico do projeto/orçamento, para a utilização
desse tipo de material de melhor acabamento visual no interior de uma lagoa de
tratamento de esgotos.

Destarte, permanece o dano potencial ao erário de R$ 24.569,13, referente às despesas de


locação da Estação de Tratamento de Esgotos e de aquisição de mourões.

orInC
#estA
li/a

1.1.1.9 CONSTATAÇÃO

Execução dos diques das lagoas da E.T.E. com divergências em relação aos
projetos. Pagamentos a maior no montante de R$ 34.688,17.

Fato

Em relação aos trabalhos de movimentação de terra da Estação de Tratamento de Esgotos,


foram constatadas divergências entre os projetos apresentados pela Prefeitura Municipal

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de Caaporã/PB à equipe de auditoria da CGU e as obras executadas, relativas aos diques
das lagoas.

De acordo com os projetos apresentados em arquivo “.dwg” pela Prefeitura Municipal de


Caaporã/PB, referentes aos detalhes das lagoas da Estação de Tratamento de Esgotos,
bem como, segundo as justificativas apresentadas pela Prefeitura à Funasa (fl. 2.531 do
Processo Funasa nº 25210.002735/2015-18), os diques deveriam ter inclinação na razão
de 1/2 , ou seja, para a altura projetada de 2,00m das lagoas facultativa e de maturação,
as bases desses diques deveriam possuir 4,00m, conforme indicado nas figuras a seguir:

Detalhe dos cortes das lagoas (Prancha 02-09). Inclinação do dique que divide as lagoas facultativas e
de maturação especificada na razão de 1:2.

Representação gráfica do dique que divide as lagoas facultativas e de maturação. (Fl. 2.532 do Processo
Funasa nº 25210.002735/2015-18)

No entanto, conforme medições feitas por amostragem pela equipe de auditoria da CGU,
a extensão horizontal das bases laterais desses diques foi reduzida de 4,00 para cerca de
3,13m, o que corresponde a uma inclinação na razão de, aproximadamente, 1/1,5,
conforme apresentado nas figuras a seguir:

Representação gráfica do Dique Tipo 1, que divide as lagoas facultativas e de maturação, com inclinação
na razão de 1/1,5. As áreas em azul somadas correspondem 1,74m², que implicam, consequentemente,
na redução no volume do aterro executado nos diques desse tipo.

As medições na largura do aterro inclinado foram realizadas no dique divisor das lagoas
facultativas e de maturação, nas seguintes coordenadas:

Tabela: Coordenadas dos pontos de medição da largura do dique


Latitude Longitude Largura
-07º31’56,516” -34º54’38,846” 3,00
-07º31’55,668” -34º54’38,829” 3,20
-07º31’54,678” -34º54’38,697” 3,00

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-07º31’53,845” -34º54’38,644” 3,10
-07º31’52,393” -34º54’38,582” 3,50
-07º31’50,182” -34º54’38,356” 3,00
Largura média 3,13
Fonte: Levantamento da equipe da CGU

Em relação à inclinação do dique da lagoa anaeróbia, cuja altura do maciço é de 5,00m,


não foram realizadas medições.

É importante lembrar que as discrepâncias na execução dessas estruturas têm implicações


nos custos da obra e demandam correção das planilhas de medições, uma vez que não
restou comprovada a execução dos serviços nos volumes projetados de movimentação de
terra.

Saliente-se que, ao utilizar uma inclinação mais íngreme nos diques, foram reduzidos os
volumes de movimentação de terra necessários à construção do maciço. Por outro lado, a
inclinação adotada deixou a estrutura mais instável em relação a que foi projetada,
gerando falhas, erosões e fraturas nos terrenos, podendo causar acidentes.

Outrossim, durante a inspeção in loco da equipe técnica da CGU, foram encontradas


falhas nas estruturas dos diques, que podem ter sido originadas da falta de atendimento
ao projeto, conforme evidenciam as fotografias a seguir, nas quais foram observadas
erosões e segregação (fraturas) das encostas laterais dos diques:

Foto: Dique que divide as lagoas anaeróbia e de


Foto: Maciço da lagoa de maturação (lado oeste).
maturação: solo instável, com visível abertura ao
Solo também apresenta instabilidade.
longo de todo o maciço.

Fotos: Maciço apresentando pontos de instabilidade e erosão acentuada.

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Fotos: Maciço da lagoa de maturação (lado oeste). Maciço apresentando pontos de instabilidade e erosões.

Destaque-se que os diques do Tipo 1 correspondem ao aterro central entre as lagoas


facultativa e de maturação, ao aterro do lado Oeste (lagoa de maturação) e ao aterro no
lado Sul da E.T.E. (final das lagoas de maturação e facultativa).

Quanto à lateral Leste da lagoa facultativa, verificou-se que os projetos que contêm as
seções de corte da E.T.E. não foram seguidos, haja vista que, na inspeção física realizada
pela equipe de auditoria da CGU, foram identificados solos naturais no dique inclinado
dessa lagoa, contradizendo os planos de corte que previam a escavação vertical para
execução posterior do aterro compactado, conforme mostrado nas imagens a seguir:

Representação gráfica do Dique Tipo 2, da face


Seção de corte nº 11 (Prancha 10). Escavação da
interna da lateral Leste da lagoa facultativa (Fl.
face interna do talude da lateral Leste da lagoa
2.532 do Processo Funasa nº 25210.002735/2015-
facultativa. A área sombreada em verde corresponde
18). A área em amarelo corresponde a 4,00 m² e não
ao corte da escavação, projetado verticalmente.
foi executada.

Fotos: Vistas parciais da face interna do dique Leste da lagoa facultativa. Presença de solo orgânico não
escavado na parte superior do dique, próximo ao coroamento. Fotos obtidas em 19/02/2016 pela equipe
de auditoria da CGU.

Diante das evidências de execução dos serviços em desacordo com o projeto, citadas nesta
constatação, foram realizados os cálculos do montante pago a maior pelos serviços de

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movimentação de terra da Estação de Tratamento de Esgotos (Escavação, Transporte e
Aterro), chegando-se a um prejuízo no valor de R$ 34.688,17, conforme mostrado na
tabela a seguir:

Tabela: Serviços não comprovados na inspeção física


Comprimento Área executada Volume Preço Unit. Valor pago a
Local
(m) a menor (m²) (m³) * (R$) maior (R$)
Dique Tipo 1 (Central) 258 1,74 448,92 13,36 5.997,57
Dique Tipo 1 (Lateral Oeste) 258 1,74 448,92 13,36 5.997,57
Dique Tipo 1 (Lateral Sul) 167 1,74 290,58 13,36 3.882,15
Dique Tipo 2 (Lateral Leste) 352 4,00 1.408,00 13,36 18.810,88
Montante pago a maior de aterro dos diques da ETE (lagoa facultativa e de maturação) 34.688,17
Fonte: Planilhas de medição. Projetos apresentados pela Prefeitura Municipal de Caaporã/PB.
(*) O preço unitário adotado se refere ao somatório dos custos por m³ dos seguintes serviços da planilha
de preços da empresa COENCO: a) Escavação (R$ 3,71), Transporte (R$ 7,05) e Aterro (R$ 2,60).
o#tF
a/

Causa

Acompanhamento deficiente da Suest-PB/Funasa na execução do TC/PAC nº 021/2012.


Fiscalização incipiente do contrato de obras pela Prefeitura Municipal de Caaporã/PB.
u#asC
/

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício n.º 624/GAB/SUEST-PB/FUNASA, de 21 de julho de 2016, o gestor


federal informou que:

“A FUNASA discorda quanto à causa das erosões superficiais. No momento das


fotos, não havia sido executada a proteção dos taludes nem a drenagem
superficial, chuvas intensas acarretaram as erosões. Conforme as fotos do
relatório de visita técnica realizada em 25/05/2016, que segue em anexo, tais
erosões já foram corrigidas e a drenagem já estava em execução. Quanto à
inclinação dos diques em 25/05/2016, foi verificado de forma visual e não foi
identificada divergência entre a inclinação executada e a projetada. A área
técnica da FUNASA se dispõe a fazer uma visita técnica juntamente com os
técnicos da CGU para que a boa técnica da engenharia prevaleça para esse tipo
de aferição. ”
oaU
c#ndM
xm
Eistfe/

Análise do Controle Interno

A análise das justificativas apresentadas pela Suest-PB/Funasa será analisada de forma


segmentada para facilitar a compreensão.

Em relação às “erosões superficiais”, apesar de estas serem facilmente identificadas nas


fotografias anexadas pela equipe de auditoria da Controladoria-Regional da União na
Paraíba, não foi este o principal problema verificado, mas a própria instabilidade do
talude, que apresentava fissuras longitudinais características de um princípio de
deslizamento/tombamento de solo, o qual pode originar-se tanto pelo excesso de
umidade, quanto pela inclinação inadequada dos taludes e, até mesmo, pela compactação
inadequada do solo, ou pelo somatório desses fatores. Assim, a ausência de proteção
superficial pode ter sido uma das causas da instabilidade do solo, mas não a única causa.

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Sobre a inclinação dos taludes que divergiu daquela especificada nos projetos, caberia à
Suest-PB/Funasa ter realizado suas próprias medições no local para contestar os dados
apresentados nesta constatação, para os quais foram informadas as coordenadas de GPS.
A contradição dos fatos com aferições “visuais” é insuficiente para afastar a
impropriedade verificada, sendo desnecessária a visita conjunta com a CGU-Regional/PB
pois os pontos de divergência foram informados com coordenadas de GPS.

Em relação ao aterro da lateral leste da lagoa facultativa, não se trata de execução de


aterro com inclinação diferente, mas da inexecução do serviço de aterro. O fato foi
verificado na presença do representante da Prefeitura Municipal de Caaporã/PB, no
momento da inspeção física às obras, oportunidade em que o representante municipal
reconheceu o equívoco no pagamento do serviço. Após conversa no local com o
responsável do município, que acompanhou toda a inspeção física realizada pela CGU-
Regional/PB, restou pacificado que o terreno natural foi cortado com a inclinação
definitiva do talude e não verticalmente, conforme consta nas memórias de cálculo. A
presença de camada de solo orgânico natural na parte superior do talude inclinado, que
pode ser vista nas fotografias anexadas a este relatório da CGU-Regional/PB, é prova
inequívoca de que não houve um corte vertical para um posterior aterro e compactação
do solo.

Por fim, quanto à correção das falhas de instabilidade nos taludes, não foram apresentadas
informações nas justificativas para avaliar se foram adotadas medidas para o reforço do
solo ou se simplesmente houve a colocação dos elementos de proteção contra as erosões
(placas, meio-fio, etc.).

orInC
#estA
li/a

1.1.1.10 CONSTATAÇÃO

Diferenças no somatório dos serviços nos boletins de medição, gerando pagamentos


indevidos à empresa COENCO no montante de R$ 61.435,50.

Fato

Em análise às planilhas das medições nºs 02, 04 e 05, da empresa COENCO –


Construções, Empreendimentos e Comércio Ltda. (CNPJ nº 00.431.864/0001-68), e
respectivas documentações financeiras, constatou-se que foram cometidos erros no
somatório dos valores dos serviços atestados pelo Diretor de Obras da Prefeitura
Municipal de Caaporã/PB (CREA 160327745-5, CPF ***.822.674-**), gerando
pagamentos indevidos à empresa COENCO, totalizando a quantia de R$ 61.435,50,
conforme demonstrado na tabela seguinte:

Tabela: Diferenças entre o valor pago à Construtora COENCO e o valor dos serviços atestados pela
Prefeitura Municipal de Caaporã/PB.
Somatório dos valores dos serviços Valor total do boletim de medição atestado Diferença
Medição
na planilha de medição (R$) e pago à empresa COENCO (R$) (R$)
BM 02 457.251,39 507.011,51 49.760,12
BM 04 518.014,51 523.414,00 5.399,49
BM 05 242.782,88 248.954,42 6.171,54
Total pago a maior em razão de erros nas somas dos valores dos serviços 61.435,50
Fonte: Fonte: Documentos relativos aos pagamentos dos Boletins de Medição nº 02, 04 e 05, da empresa
COENCO.

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37
Considerando o fato de que os pagamentos indevidos ocorreram por erro no somatório
dos valores dos serviços nas referidas planilhas de medição, ou seja, sem que os serviços
tenham sido efetivamente prestados pela empresa COENCO - Construções,
Empreendimentos e Comércio Ltda., depreende-se que a referida empresa foi favorecida
pela Prefeitura Municipal de Caaporã/PB, tendo recebido pagamentos a maior no
montante de R$ 61.435,50.
o#tF
a/

Causa

Deficiência na fiscalização das obras pela Prefeitura Municipal de Caaporã/PB. Falhas no


acompanhamento do TC/PAC pela Funasa.
u#asC
/

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício n.º 624/GAB/SUEST-PB/FUNASA, de 21 de julho de 2016, o gestor


federal informou que:

“A prefeitura apresentou a medição final acumulada da Coenco, corrigindo as


pendências.”

oaU
c#ndM
xm
Eistfe/

Análise do Controle Interno

A Suest-PB/Funasa reconheceu que houve falhas nas medições realizadas para a empresa
COENCO. Porém, não restou esclarecido se foi realizado o ressarcimento pelos
pagamentos indevidos após a apresentação da medição final acumulada. Destarte, o dano
efetivo ao erário permanece, no montante de R$ 61.435,50.
orInC
#estA
li/a

1.1.1.11 INFORMAÇÃO

Deficiência nos serviços de recomposição de calçamentos e de ligações domiciliares.

Fato

Na inspeção física por amostragem, que tomou por base os projetos disponibilizados pela
Prefeitura de Caaporã/PB e o levantamento das redes coletoras de esgoto realizado pela
Funasa/Diesp/PB e encaminhado à CGU-Regional/PB por e-mail em 05 de fevereiro de
2016, verificou-se que os serviços de recomposição da pavimentação em alguns trechos
da rede coletora de esgotos foram executados em desconformidade com o Memorial
Descritivo (Execução de Aterros, fl. 104/105 da Concorrência nº 001/2012), em razão da
compactação inadequada do reaterro das escavações, considerando que, nesses segmentos
da rede coletora, ocorreram afundamentos da rua após o reassentamento dos
paralelepípedos, conforme mostrado nas fotografias a seguir:

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38
Foto: C11 – T70 – Afundamento da recomposição Foto: C11 – T69 – Afundamento da recomposição
da pavimentação em paralelepípedo. da pavimentação em paralelepípedo.
GPS: 07º30’49,824” S – 34º 55’12,028”O GPS: 07º30’49,824” S – 34º 55’12,028”O

Outra situação verificada se refere à ausência de recomposição da pavimentação em


paralelepípedo de algumas ruas, onde foi constatado que a empresa contratada pela
Prefeitura Municipal de Caaporã/PB executou apenas o reaterro das valas e, desse modo,
o serviço de implantação da rede coletora nessas ruas não foi concluído.

Foto: Coletor C13 – T50 – Recomposição da


pavimentação não executada. Seta indica Foto: Coletor C13 – T50 – Paralelepípedo sobre
paralelepípedo sobre calçada e não reinstalado no calçada. Pavimento não calçado.
pavimento. GPS: 07º30’59,688” S – 34º54’53,881”O
GPS: 07º30’59,688” S – 34º54’53,881”O

Por outro lado, também foram encontrados trechos onde a recomposição da pavimentação
em paralelepípedo foi considerada satisfatória, bem como a realização de segmentos da
rede coletora de esgotos em ruas para as quais o projeto não previa a execução de
calçamento.

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Foto: Coletor C91 – T65. Recomposição Foto: Coletor C2 – T8. Projeto não prevê a
considerada satisfatória. pavimentação desta rua.
GPS: 07º30’48,176” S – 34º 55’17,324”O GPS: 07º31’13,866” S – 34º 55’19,932”O

De um modo geral, em que pese tornar-se necessário o refazimento dos serviços de


recomposição da pavimentação em paralelepípedo nos trechos onde foram constatados
afundamentos do solo, o trânsito do veículo nessas vias percorridas não ficou
comprometido.

Com relação às ligações domiciliares, constatou-se que algumas caixas de inspeção


instaladas se encontram danificadas, conforme mostrado nas fotografias a seguir:

Foto: Coletor C91 – T65 – Caixa de inspeção com


Foto: Caixa de inspeção próxima ao PV-111,
saída de tubo para a rua e afundamento da
estando soterrada e com a tampa quebrada.
pavimentação próxima ao meio-fio.
GPS: 7º30’44,856”S – 34º55’20,970”O
GPS: 7º30’48,606”S – 34º55’17,832”O

Em resumo, no que se refere à instalação da rede coletora, à recomposição da


pavimentação e à instalação das caixas de inspeção, não foram encontradas divergências
entre o levantamento realizado pelos técnicos da Funasa e a inspeção física realizada por
amostragem pela CGU-Regional/PB e, acerca destes itens da planilha de preços, não foi
caracterizado prejuízo, haja vista que os serviços da rede coletora de esgotos aprovados
pela Funasa corresponderam à situação observada in loco.

Por meio do Ofício n.º 624/GAB/SUEST-PB/FUNASA, de 21 de julho de 2016, o gestor


federal informou que:

“Os serviços de rede aprovado corresponde a 72,30 %, conforme o relatório de


visita técnica realizada em 25/05/2016, restando ainda redes a serem executadas
bem como serviços de calçamento. A FUNASA recomendou conforme o
ACÓRDÃO N° 2126/2010-TCU - Plenário que se dê prioridade a execução as
etapas de tratamento, e a Prefeitura de Caaporã correspondeu dando prioridade
a execução das lagoas emissário de recalque e estação elevatória 3. A
responsabilidade até que se faça a entrega da obra da manutenção dos itens
executados é da empresa executora caso sejam danificados como as caixas pré-
moldadas das ligações a construtora deverá refazer o serviço. ” (SIC)

Portanto, a Suest-PB/Funasa orientou o município a dar prioridade para a execução das


lagoas e dos emissários de recalque. Desse modo, ficou definido para um momento
posterior o refazimento dos serviços das caixas pré-moldadas das ligações domiciliares,
bem como a recomposição da pavimentação.

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40
o#tF
a/

1.1.1.12 INFORMAÇÃO

Deterioração dos serviços iniciais, executados na Estação Elevatória nº 03 (Final).

Fato

Na inspeção física realizada por amostragem às obras do Sistema de Esgotamento


Sanitário de Caaporã/PB, constatou-se que há comprometimento dos serviços iniciais
realizados na Estação Elevatória nº 03 (próxima à E.T.E), no montante de R$ 8.433,72,
os quais foram pagos à empresa COENCO nos boletins de medição nºs 04 e 05. Verificou-
se que as escavações da Estação Elevatória nº 03 encontram-se inundadas e acumulam
dejetos, o que demanda o refazimento de alguns dos serviços inicialmente executados.
Seguem imagens da Estação Elevatória nº 03, obtidas na Prefeitura Municipal de
Caaporã/PB e pela equipe de auditoria da CGU:

Foto apresentada pela Prefeitura de Caaporã/PB,


com data de 16/01/2013, mostrando os serviços
sendo executados pela empresa COENCO.

Foto tirada pela equipe de auditoria da CGU em


Foto tirada pela equipe de auditoria da CGU em
19/02/2016. Local com muitos dejetos
19/02/2016. Local da EE 03 (inundado).
(lixo/esgoto).

Registre-se que a conclusão da Estação Elevatória nº 03 é fator preponderante para o


funcionamento de todo o sistema de esgotamento sanitário contemplado pelo TC/PAC nº
0021/2012.
Por meio do Ofício n.º 624/GAB/SUEST-PB/FUNASA, de 21 de julho de 2016, o gestor
federal informou que:

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“conforme relatório de visita técnica realizada em 25/05/2016, a execução de serviço
apresenta outra realidade como o cercamento da área, instalação de ferragens e
forma para posterior concretagem da elevatória, conforme fotos do mesmo relatório,
e fotos no CD.

Após a constatação da Controladoria-Regional da União no Estado da Paraíba de que as


obras foram abandonadas e estavam se deteriorando, bem como depois da inspeção física
realizada pela Suest-PB/Funasa, a Prefeitura Municipal de Caaporã/PB está adotando
providências para dar continuidade às obras da Estação Elevatória nº 03.

Seguem fotografias disponibilizadas pela Suest-PB/Funasa, que indicam que a Prefeitura


Municipal de Caaporã/PB está tomando medidas para dar continuidade às obras da
Estação Elevatório nº 02 e corrigir as falhas apontadas:

Foto: Imagens da Estação Elevatória nº 03, disponibilizada pela Suest-PB/Funasa, referente à inspeção
física realizada em 25 de maio de 2016.

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42
Foto: Imagem parcial da Estação Elevatória nº 03, disponibilizada pela Suest-
PB/Funasa, referente à inspeção física realizada em 25 de maio de 2016.
o#tF
a/

1.1.1.13 CONSTATAÇÃO

Sistema de Esgotamento Sanitário sem etapa útil em operação. Descumprimento


do cronograma das obras.

Fato

O Sistema de Esgotamento Sanitário do município de Caaporã/PB, objeto do Termo de


Compromisso TC/PAC 0021/2012, firmado com a Funasa no valor de R$ 8.790.187,64 e
para cujas despesas foram liberados recursos no montante de R$ 4.395.093,82 pelo
Governo Federal (consulta realizada em 25/01/2016), consiste, resumidamente, nas
seguintes obras:

• Construção da Estação de Tratamento de Esgotos (E.T.E.)


• Construção de emissário final após a E.T.E.
• Construção de Estações Elevatórias de Esgoto (EE)
• Implantação de emissários de recalque e por gravidade
• Implantação de redes coletoras de esgoto nas bacias “B”, “C”, “D” e “E”
• Execução das ligações domiciliares nessas bacias citadas
(Obs.: A Bacia “A” possui rede de esgoto implantada, custeada por convênios
firmados anteriormente ao TC/PAC nº 0021/2012)

A inspeção física às obras pela equipe de auditoria da CGU, realizada no dia 19 de


fevereiro de 2016, bem como as análises dos boletins de medições, apresentados pela
Prefeitura Municipal de Caaporã/PB, evidenciaram que foram abertas diversas frentes de
trabalho para execução das obras do TC/PAC nº 0021/2012 pela empresa COENCO,
envolvendo os serviços relacionados acima resumidamente.

Contudo, constatou-se que nenhum dos serviços executados até a data da inspeção no
município entrou em funcionamento e, por isso, ainda não podem ser considerados como
etapa útil do projeto, haja vista que as seguintes fases da execução do sistema de

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43
esgotamento não estão interligadas ou não estão concluídas: Coleta  Tratamento 
Emissário Final.

Isso decorre, em parte, pela deficiência do município no gerenciamento dos recursos


liberados pela Funasa, pois algumas obras essenciais ao funcionamento do sistema, como
a conclusão da E.T.E., das estações elevatórias (especialmente da EE nº 03) e dos
emissários (especialmente o emissário da EE nº 03 e o emissário final da E.T.E.), não
foram executadas ou sequer foram iniciadas, em detrimento aos cronogramas físico-
financeiros estabelecidos. Sem tais obras essenciais não será possível colocar o sistema
em funcionamento, ainda que sejam concluídas outras etapas, a exemplo da implantação
da rede coletora das bacias “B”, “C” “D” e “E”, que dependem da EE nº 03.

Além disso, a execução antecipada das ligações domiciliares oferece o risco de obstrução
nas tubulações, bem como torna possível despejo de esgotos domiciliares nas ruas, uma
vez que há descontinuidade da coleta dos esgotos domésticos para a E.T.E..

As fotografias a seguir mostram esse tipo de problema citado, que pode ter sido causado
pela implantação da rede coletora de esgotos na bacia “B”, inclusive com a execução de
ligações domiciliares, sem que tenham sido construídos os elementos intermediários e
finais do sistema (E.T.E., EE nº 03 e Emissário da EE nº 03), fundamentais para a
destinação desses efluentes coletados:

Foto mostra o sentido do fluxo da rede coletora em


Foto: Poço de visita em frente ao Fórum do
direção à EE nº 03 (inundada) e à E.T.E. (não
município (PV-72), pertencente à rede coletora da
concluída). O efluente de esgoto é proveniente de
Bacia “B”.
ligações domiciliares instaladas antes da conclusão
GPS: 7º30’56,562” S – 34º54’48,230” O
das obras da EE nº 03 e da E.T.E..

Outro fato que evidencia a falha do município no gerenciamento dos recursos destinados
à construção do Sistema de Esgotamento Sanitário é o pagamento pela aquisição de
grande parte dos tubos e conexões destinados à rede coletora de esgotos e para as ligações
domiciliares, contrariando o cronograma financeiro, o que implicou na escassez de
recursos para a execução das obras da E.T.E. e da EE nº 03.

Destaque-se que uma parte dessa tubulação, adquirida ainda durante o primeiro contrato
de obras firmado com a empresa COENCO em 2012, continua estocada e sem aplicação
na obra. É importante mencionar que os tubos e conexões tiveram que ser distribuídos
para terrenos distintos, pertencentes a uma creche, a um posto de saúde e à secretaria de
infraestrutura, após a paralisação das obras e desmobilização da Construtora SANTA FÉ,
contratada em 2013, a qual manteve os materiais guardados no mesmo imóvel alugado
pela empresa COENCO, conforme mostrado nas fotografias a seguir:

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Fotos: Tubulação depositada inapropriadamente em um terreno pertencente a um Posto de Saúde
municipal. GPS: 7º30’47,692” S – 34º55’09,372” O

Fotos: Tubulação espalhada no terreno de uma creche. GPS: 7º30’53,151” S – 34º54’59,014” O.

Fotos: Tubulação espalhada no terreno de uma creche. GPS: 7º30’53,151” S – 34º54’59,014” O.

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Fotos: Selim, curvas e anéis amontoados, destinados às ligações domiciliares, depositados na secretaria
de infraestrutura de Caaporã/PB. GPS: 7º30’56,886” S – 34º54’55,692” O.

Quanto aos tubos em PVC, armazenados sem proteção contra as intempéries e


organizados de forma inadequada nas dependências de prédios públicos, avalia-se que
também podem ter sofrido danos, seja pela ação das chuvas e do sol, seja por quebras em
razão do transporte/armazenamento inadequado (ou desorganizado) e até mesmo por
furtos. Contudo, não foi possível quantificar esses materiais, principalmente pela falta de
organização, uma vez que a disposição inadequada impediu o acesso para contagem.

Destaque-se que, dos quase 40 mil metros de fornecimento de tubos previstos na


Concorrência nº 001/2012, a empresa COENCO adquiriu cerca de 30 mil metros. Porém,
segundo o último boletim de medição dessa empresa (BM 05), foram assentados cerca de
4 mil metros de tubos, ou seja, menos de 15% dos tubos adquiridos pela empresa
COENCO foram assentados, o que reforça as evidências de deficiência no gerenciamento
dos recursos.

Em relação à Construtora SANTA FÉ, os boletins de medição indicam que foram pagos
cerca de 15.000 metros de assentamentos de tubos até o boletim de medição nº 10, ou
seja, o estoque contábil dos tubos não assentados é de 10.000 metros lineares.

Saliente-se que, segundo o cronograma físico-financeiro apresentado pela empresa


COENCO para a Concorrência nº 001/2012, no mês de início dos serviços relativos às
ligações domiciliares da Bacia “B”, que incluem as aquisições de tubos e conexões, o
emissário da EE nº 03 deveria estar concluído, bem como deveriam ter sido executados
90% dos serviços da EE nº 01 e EE nº 02, 70% dos serviços da EE nº 03 e 76% dos
serviços da E.T.E.. Porém, constatou-se que o referido cronograma não foi cumprido pela
empresa COENCO, haja vista que foi constatado início dos serviços das ligações
domiciliares na bacia “B” sem o avanço esperado no cronograma para as demais obras
essenciais acima citadas. Em relação à atuação da Prefeitura Municipal de Caaporã/PB,
não foram encontradas evidências que demonstrassem que o município agiu no sentido
de dar cumprimento ao cronograma estabelecido com a empresa COENCO.

As tabelas a seguir, elaboradas a partir do Cronograma Físico-Financeiro apresentado


pela empresa COENCO para a concorrência nº 001/2012, bem como por meio de
levantamentos nos boletins de medição e nos documentos financeiros dos pagamentos
realizados pela Prefeitura Municipal de Caaporã/PB, demonstram a fragilidade no
gerenciamento dos recursos liberados, uma vez que alguns serviços que deveriam estar
quase concluídos sequer foram iniciados:

Tabela: Desvio do cumprimento do cronograma físico-financeiro


Valores Valores pagos Desvio em
Execução prevista até o
contratados na até a data da relação ao
Serviços contratados 9º mês no cronograma
Concorrência nº inspeção da cronograma
inicial (R$)
01-2012 (R$) CGU (R$) inicial (R$)
Estação de Tratamento de
2.118.073,11 1.609.735,57 1.251.119,69 -358.615,88
Esgotos
Estação Elevatória - EE 01 207.160,65 186.444,63 0,00 -186.444,63
Estação Elevatória - EE 02 254.100,41 228.690,36 0,00 -228.690,36
Estação Elevatória - EE 03 315.028,92 220.520,25 8.433,72 -212.086,53
Emissário da EE 03 92.887,83 92.887,83 292,32 -92.595,51
Canteiro de Obras 483.023,43 241.511,76 501.817,75 260.305,99
Redes Coletoras (B,C,D,E) 3.200.469,66 1.618.339,97 2.415.514,49 797.174,52
Ligações Domiciliares 995.002,47 175.085,66 499.509,88 324.424,22

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Valores Valores pagos Desvio em
Execução prevista até o
contratados na até a data da relação ao
Serviços contratados 9º mês no cronograma
Concorrência nº inspeção da cronograma
inicial (R$)
01-2012 (R$) CGU (R$) inicial (R$)
Demais emissários 272.344,45 4.376,75 24.582,19 20.205,44
Total Geral 7.938.090,93 4.377.592,78 4.701.270,05 323.677,26
Fonte: Cronograma físico-financeiro da empresa COENCO e documentos de pagamento das despesas.

Tabela: Percentuais de execução em relação ao cronograma físico-financeiro inicial


% do desvio da execução
% de execução física % dos valores pagos
em comparação ao
Serviços contratados previsto até o 9º mês em relação aos valores
cronograma financeiro
no cronograma inicial licitados em 2012.
inicial
Estação de Tratamento de
76% 59% -17%
Esgotos
Estação Elevatória - EE 01 90% 0% -90%
Estação Elevatória - EE 02 90% 0% -90%
Estação Elevatória - EE 03 70% 3% -67%
Emissário da EE 03 100% 0% -100%
Canteiro de Obras 50% 104% 54%
Redes Coletoras (B, C, D e
51% 75% 25%
E)
Ligações Domiciliares 18% 50% 33%
Emissário da Bacia BB 10% 24% 7%
Demais emissários 2% 9% 4%
Total Geral 55% 59%
Fonte: Cronograma físico-financeiro da empresa COENCO e documentos de pagamento das despesas.

Em resumo, devido em parte às falhas no gerenciamento dos recursos, nenhum dos


serviços executados até o momento no Sistema de Esgotamento Sanitário do Município
de Caaporã/PB possui condições de entrar em operação até que sejam concluídos os
serviços da E.T.E., da EE nº 03 e do emissário da EE nº 03. Além disso, como
consequência da execução antecipada das ligações domiciliares em relação ao
cronograma inicial da obra, despejos estão sendo lançados na rede coletora, sem que haja
a continuidade da rede até a E.T.E., e estão causando transtornos à população, a exemplo
do despejo de esgoto na rua onde se localiza o PV-72 (em frente ao Fórum).
o#tF
a/

Causa

Deficiência da Suest-PB/Funasa no acompanhamento da execução físico-financeira do


TC/PAC nº 021/2012.
u#asC
/

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício n.º 624/GAB/SUEST-PB/FUNASA, de 21 de julho de 2016, o gestor


federal informou que:

“O convênio se encontra vigente e em execução, o fim de vigência ocorrerá em


15 de junho de 2017.0 objetivo do convênio é ter funcionalidade, até o presente
momento foi liberado 70% dos recursos correspondendo a R$ 6.153.131,35;
conforme documentação SIAFI em anexo. A previsão para que a obra atinja o
percentual compatível com o liberado deverá ocorrer no fim do mês de julho.
Além dos itens já mencionados no relatório, destaco que só se atinge etapa útil
em um convênio de esgotamento quando for concluída a obra e emitido a LO –

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licença de operação, ficando sem sentido falar em etapa útil em convênio em
execução.”

oaU
c#ndM
xm
Eistfe/

Análise do Controle Interno

É preciso diferenciar o prazo de vigência do Convênio do cronograma de execução das


obras, pois o cronograma de execução das obras é fixado por meio de contrato firmado
entre a Prefeitura Municipal de Caaporã/PB e as empresas contratadas. Nesse caso, o
descumprimento do cronograma de execução das obras não pode ser confundido com a
vigência do convênio.

É interessante observar que as concessões, pela Funasa, de sucessivas prorrogações de


vigência para o TC/PAC nº 021/2012 são evidências de que o cronograma de execução
das obras não estava sendo cumprido pelas empresas contratadas pela Prefeitura
Municipal de Caaporã/PB. Portanto, o fato de a vigência do TC/PAC ter sido prorrogada
para o dia 15 de junho de 2017 não descaracteriza o descumprimento do cronograma de
execução das obras pelas empresas contratadas.

No que pertine à ausência de etapa útil do sistema de esgotamento sanitário, não parece
razoável que o gestor da Suest-PB/Funasa menospreze os problemas de gerenciamento
das obras do sistema de esgotamento sanitário no município de Caaporã/PB, onde os
recursos descentralizados pela Concedente foram utilizados sem um planejamento
adequado, permitindo, por exemplo, a aquisição e o pagamento pela quase totalidade dos
tubos e conexões, sendo que grande parte ainda não foi utilizada, o que resultou na falta
de recursos do convênio para a execução de outros serviços.

Ademais, falar em etapa útil de um convênio em execução faz todo sentido, pois a
execução planejada das obras poderia permitir, por exemplo, a conclusão de parte do
sistema de esgotamento em uma bacia específica, da estação elevatória, da estação de
tratamento de esgotos e do emissário, de forma a antecipar a utilização dos serviços por
uma parcela da população.

A própria Suest-PB/Funasa admitiu tal possibilidade ao justificar a paralisação das obras,


quando informou que “A expectativa da fiscalização da FUNASA é que em agosto já seja
possível o sistema ter condição de receber o esgotamento que está acumulando nas redes
da bacia B”, ou seja, que a bacia B pudesse entrar em operação antes das demais.

Cabe acrescentar que existe a possibilidade de emissão de Licença de Operação Parcial,


desde que as ações necessárias para o bom funcionamento do sistema de esgotamento
sanitário tenham sido atendidas, quais sejam: coleta, tratamento, emissário e ações
mitigadoras dos impactos ambientais.

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III – CONCLUSÃO

Em face dos exames realizados, somos de opinião que a Unidade Gestora deve adotar
medidas corretivas com vistas a elidirem os pontos ressalvados, especialmente quanto aos
seguintes itens:

1.1.1.1 – Liberação indevida de R$ 1.758.037,53, referente à segunda parcela do TC


PAC n.º 0021/12, para a execução da obra de esgotamento sanitário de Caaporã/PB.
Conflito de interesses.

1.1.1.4 – Liberação parcial de recursos do TC/PAC nº 0021/2012 pela Funasa (50%),


descumprindo o cronograma de desembolso acordado.

1.1.1.5 – Obras paralisadas.

1.1.1.7 – Instalações provisórias dos canteiros de obras não executadas, causando


prejuízo no montante de R$ 87.804,86.

1.1.1.8 – Serviços superdimensionados relativos à Locação da E.T.E. e à aquisição


de mourões, no montante de R$ 24.569,13.

1.1.1.9 – Execução dos diques das lagoas da E.T.E. com divergências em relação aos
projetos. Pagamentos a maior no montante de R$ 34.688,17.
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1.1.1.10 – Diferenças no somatório dos serviços nos boletins de medição, gerando


pagamentos indevidos à empresa COENCO no montante de R$ 61.435,50.

1.1.1.13 – Sistema de Esgotamento Sanitário sem etapa útil em operação.


Descumprimento do cronograma das obras.

João Pessoa/PB, 07 de fevereiro de 2017.

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