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Atividade 4

Atividade 4:

Produção de material a partir da teoria das múl-


tiplas inteligências. Atividade pensada para 8º ou
9º ano.

Aquecimento

Você está familiarizado com o universo dos youtubers? Se sim, qual(is)


acompanha? Compartilhe com seus colegas e professor.

Reflita sobre os youtubers a que você ou seus colegas assistem. Que


temas abordam em seus vídeos? Qual o ponto de partida para tais temas?

A seguir, você assistirá a um vídeo da youtuber brasileira Jout Jout por


ocasião de seu aniversário. Durante o vídeo, procure atentar para o tema de
que a vlogueira trata e a partir de que fato ou acontecimento surgiu a vonta-
de de abordar o assunto. Anote-os.

https://www.youtube.com/watch?v=pNaQD0pLvsI

Jout Jout desenvolve o conteúdo de seu vídeo a partir de uma reflexão


sobre sua vida. Que reflexão é essa? O que a faz pensar sobre isso?
Leitura

Você vai ler agora uma crônica de Antonio Prata publicada no jornal O Estado de
S. Paulo em 2010. Antonio Prata é um cronista e roteirista de São Paulo, filho do
escritor Mário Prata e nascido em 1977.

Diga trinta e três

Trinta e três. Quem diria. A adolescência foi na última quinta, ainda há


resquícios dela na estante de CDs, no seu vocabulário, num canto do ar-
mário – uma camisa xadrez que não vê a luz do sol desde um show do
Faith no More, em 1997 -, mas são resquícios. Vez ou outra você está no
supermercado, comprando saco de lixo, queijo minas light e amaciante e
vê uma turma de garotos e garotas carregando garrafas de Smirnoff Ice e
sacolas de Doritos. Você olha para as franjas lambidas dos meninos, para
os piercings das meninas e percebe, meio assustado, que aquele é um
mundo distante. Sente alguma vergonha do seu carrinho.

Diga, trinta e três: trinta e três. Diga: o que você fez? A essa altura da
estrada, uma parada é inevitável. Você desce do carro, contempla a vista
do mirante. Não é um olhar para trás, como devem fazer os velhos, ao fim
da vida – ou devem evitar fazê-lo, dependendo -, mas um olhar em volta:
isso aqui sou eu. Daqui pra frente, não vai mudar muito, vai? Já deu tempo
de descobrir que você não é um gênio da matemática, nem um fenômeno
da ginástica olímpica.

Trinta e três anos. A idade de Cristo, alguém diz, e você logo pensa, repe-
tindo um dos cacoetes de sua faixa etária: o que ele já tinha alcançado,
com a minha idade? Bom, tinha transformado água em vinho, multiplica-
do peixes e pães, andado sobre as águas, levantado defuntos e conquis-
tado uma multidão de fiéis em toda Judéia, Galiléia, Samaria, Efraim e
arredores. E você, que não tem nem casa própria? Bom, também, naquele
tempo era mais fácil – você tenta se consolar -, não tinha tanta concorrên-
cia e, oras, o cara era filho de Deus, o que não só abre portas, abre até o
mar vermelho! Mas você se compara, mesmo assim: Jesus deve ter anda-
do sobre as águas com o que? Dezessete? Orson Welles fez Cidadão Kane
com vinte e cinco. Rimbaud escreveu toda a obra até os dezenove! E você
tão feliz por ter conseguido mais quinze seguidores no Twitter.

(O lance do Mar Vermelho… Foi com Jesus ou com Moisés? Céus, trinta e
três anos e você não sabe uma coisa dessas? Será que um dia vai saber?
Quando tem treze, ou vinte e três, acha que uma hora vai aprender tudo
o que não sabe, basta ficar parado que as coisas naturalmente virão e
entrarão na sua cabeça. Agora você percebe que talvez passe a vida igno-
rando certos assuntos. Mar Vermelho. As regras do gamão. Francês.)

Pense: um homem. Pense: uma mulher. Adultos, no sentido mais abstrato,


como um casal num livro de inglês ou num vídeo de normas de segurança
do DETRAN. Espécimes maduros do homo sapiens sapiens: eles devem
ter a sua idade. Talvez tenham filhos. Você tem filhos, ou ainda não? Re-
pare no “ainda não”, pois de todas as coisas que você não conquistou até
agora, há que saber discernir entre as que podem vir acompanhadas por um
“ainda não” e aquelas das quais é melhor desistir. Andar sobre as águas, gênio
da matemática, fenômeno da ginástica olímpica: não é pra todo mundo. E aos
trinta e três anos, meu chapa, é a hora de admitir: você é todo mundo. Sei que
é difícil. Viu filmes da Sessão da Tarde demais, propagandas da Nike demais,
foi mimado demais para admitir que Deus não passou mais tempo moldando
a sua fôrma do que a do vizinho do 71. É a não compreensão desse banal in-
fortúnio que faz com que haja em tantos rostos de sua idade um brilho opaco,
um fungo que brota onde o sol não bate forte o suficiente: o ressentimento.

Acredite em mim: aos trinta e três anos, de Jesus pra baixo, todo mundo é
ressentido. Não é que as pessoas vivam vidas ruins, as aspirações é que são
muito altas. A Sessão da Tarde, as propagandas da Nike… Seu emprego é
bom, mas o salário é ruim. O salário é bom, mas o chefe é mala. O chefe é
você, mas os prazos não te dão sossego. Sempre tem um cunhado que ganha
mais, um vizinho cuja grama é mais verde, o próximo cuja mulher é mais
fornida; Jesus, aos trinta e três, o Orson Welles, aos vinte e cinco – e o mau
exemplo do Rimbaud eu nem comento.

Trinta e três anos. Você para. Desce do carro. Olha em volta. Você é o que
queria ser quando crescesse? Não exatamente? Por que não? Será que dá pra
mudar? Quanto dá pra mudar?

É preciso achar lugar no peito para as frustrações. É preciso lidar com o


ressentimento e não deixar, em hipótese alguma, que ele se transforme em
cinismo – se ressentimento é fungo, cinismo é ferrugem. Agora volte para
o carro e siga em frente. Se tudo der certo, você não está nem na metade do
caminho.

Diga, trinta e três: trinta e três. Quem diria.

PRATA, Antonio. “Diga trinta e três”. In: O Estado de S. Paulo, ago. 2010. disponível em: http://www.
estadao.com.br/blogs/antonio-prata/diga-trinta-e-tres/

Depois da leitura

1. Ao longo do texto, a expressão “trinta e três” é repetida inúmeras ve-


zes. No entanto, apenas no terceiro parágrafo o autor faz referência explícita
ao fato de que são trinta e três anos. Quais os indícios, nos parágrafos iniciais,
de que esse “trinta e três” tem relação com a idade? Explique com suas pala-
vras.

2. Prata escreve sua crônica dirigindo-se a “você”. Sobre isso, reflita:

a) A quem pertencem as experiências relatadas no texto?


b) Quem é esse “você” ao longo do texto?
c) Qual o efeito de sentido causado pela decisão de escrever a crônica a
esse “você”?
3. As diversas reflexões que o autor desenvolve sobre ter trinta e três
anos são emolduradas pela descrição de determinadas ações que esse você
realiza no presente do texto. Considerando essa estrutura, complete o esque-
ma a seguir.

Ações realizadas por “você” no presente do texto

Reflexões acerca da idade

4. Observe o quadro que você construiu no exercício anterior e respon-


da:
a) As ações realizadas por “você” são possíveis e cotidianas ou implausí-
veis e extraordinárias?
b) As reflexões desenvolvidas por Prata apresentam um tom mais pessi-
mista ou otimista? Como se articulam às ações que as emolduram?

Ligando os pontos

1. Agora, você analisará a crônica de Prata à luz do vídeo de Jout Jout


que vimos no início do capítulo. Para isso, forme duplas com seus colegas, de
forma que construam seu conhecimento em conjunto.

2. Jout Jout deixa explícita a motivação que a levou a gravar o vídeo com
suas reflexões, o que não acontece com Prata. No entanto, é possível fazer
suposições sobre a motivação do cronista considerando sua data de nasci-
mento e a data de publicação da crônica. Com isso em mente, construa junto
à sua dupla um esquema ou mapa mental que compare e contraste os dois
textos em relação:

a) à motivação inicial;
b) ao interlocutor;
c) às estratégias argumentativas;
d) ao tom da conclusão (pessimista, otimista, realista etc.)
Para ajudá-los, propomos um início possível, mas lembrem-se de que podem
montar o esquema de qualquer outro modo que julgarem produtivo, levando
em conta as cores, a disposição no papel, as formas...

3. Você vai ler agora um trecho do artigo “A vida ao rés do chão”, do crí-
tico e teórico da literatura Antonio Candido. Nele, o autor discute o gênero
crônica no Brasil, bem como seu surgimento e circulação.

A vida ao rés do chão

A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma literatura feita


de grandes cronistas, que lhe dessem o brilho universal dos grandes
romancistas, dramaturgos e poetas. Nem se pensaria em atribuir o Prê-
mio Nobel a um cronista, por melhor que fosse. Portanto, parece mes-
mo que a crônica é um gênero menor.
“Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque sendo assim ela fica mais
perto de nós. E para muitos pode servir de caminho não apenas para a
vida, que ela serve de perto, mas para a literatura. Por meio de assun-
tos, da composição solta, do ar de coisa sem necessidade que costu-
ma assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo o dia. Principalmente
porque elabora uma linguagem que fala de perto ao nosso modo de
ser mais natural. Na sua despretensão, humaniza; e esta humanização
lhe permite, como compensação sorrateira, recuperar com a outra mão
certa profundidade de significado e certo acabamento de forma, que de
repente podem fazer dela uma inesperada embora discreta candidata
à perfeição.
(...)
Isto acontece porque não tem pretensões a durar, uma vez que é filha
do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa. Ela não
foi feita originariamente para o livro, mas para essa publicação efêmera
que se compra num dia e no dia seguinte é usada para embrulhar um
par de sapatos ou forrar o chão da cozinha. Por se abrigar nesse veículo
transitório, o seu intuito não é o dos escritores que pensam em “ficar”,
isto é, permanecer na lembrança e na admiração da posteridade; e a
sua perspectiva não é a dos que escrevem do alto da montanha, mas
do simples rés-do-chão. Por isso mesmo, consegue quase sem querer
transformar a literatura em algo íntimo com relação à vida de cada um;
e, quando passa do jornal ao livro, nós verificamos meio espantados
que a sua durabilidade pode ser maior do que ela própria pensava.
Como no preceito evangélico, aquele que quer salvar-se acaba por per-
der-se; e aquele que não teme perder-se acaba por se salvar. No caso
da crônica, talvez como prêmio por ser tão despretensiosa, insinuante
e reveladora. E também porque ensina a conviver intimamente com a
palavra, fazendo que ela não se dissolva de todo ou depressa demais no
contexto, mas ganhe relevo, permitindo que o leitor a sinta na força dos
seus valores próprios.
(...)
Ao longo deste percurso, foi largando cada vez mais a intenção de in-
formar e comentar (deixada a outros tipos de jornalismo), para ficar
sobretudo com a de divertir. A linguagem se tornou mais leve, mais des-
compromissada e (fato decisivo) se afastou da lógica argumentativa ou
da crítica política, para penetrar poesia adentro. Creio que a fórmula
moderna, na qual entra um fato miúdo e um toque humorístico, com o
seu quantum satis de poesia, representa o amadurecimento e o encon-
tro mais puro da crônica consigo mesma. (...)

CANDIDO, Antonio. “A vida ao rés do chão”. In: WERNECK, Humberto (org.). Suplemento – a
maioridade da crônica. Belo Horizonte: 2012. Disponível em: http://www.cultura.mg.gov.br/
files/suplemento-literario/especial_cronicas.pdf

a) “‘Graças a Deus’, seria o caso de dizer, porque sendo assim ela fica mais
perto de nós.”
a. Como os textos trabalhados anteriormente (“UMA PISCIANA FAZEN-
DO ANIVERSÁRIO” e “Diga trinta e três”) articulam-se ao pensamento de
Candido sobre o gênero crônica? Justifique sua resposta, comentando exem-
plos dos textos.

b) Candido afirma que a crônica é filha do jornal e da era da máquina;


veículo sem pretensões à perenidade, mas à transitoriedade. A crônica de
Prata, no entanto, foi acessada no site d’O Estado de São Paulo, e o vídeo de
Jout Jout, no YouTube. Junto com sua dupla, reflita criticamente sobre a atua-
lidade da crônica em meio a esses novos veículos de comunicação, produzin-
do um parágrafo acerca do tema.
Botando as mãos na massa

Junte-se agora a uma outra dupla, formando um grupo de quatro alunos. Con-
siderando tudo que construímos ao longo do capítulo sobre o gênero crôni-
ca, vocês produzirão três projetos, que depois serão compartilhados com o
restante da turma. Será como um jogo da velha: as atividades realizadas pelo
grupo deverão estar dispostas em uma linha vertical, horizontal ou diagonal.
Aproveitem as aptidões e gostos de cada um e mãos à obra!


JOGO DA VELHA DA CRÔNICA: EDIÇÃO DE ANIVERSÁRIO

Produzam um vídeo para o Escrevam uma crônica para Escolham, entre vocês,
YouTube em que o aniver- o jornal cujo ponto de par- dois entrevistadores e dois
sário de um dos integrantes tida seja uma comemoração entrevistados e façam uma
do grupo os tenha levado a de aniversário. entrevista sobre reflexões
refletir sobre algum tópico. a que sua maturidade os
levou.

Produzam uma colagem a Imaginem que Jout Jout está Pensem em uma trilha so-
partir de reflexões sobre escrevendo em um jornal do nora para a crônica de An-
a idade de vocês, articu- século XIX. Como seria sua tonio Prata, selecionando
lando elementos gráficos crônica? Escrevam-na. duas ou três músicas ou
que pensem criticamente o canções que se articulem
tema. ao pensamento do autor.
Produzam um parágrafo
justificando suas escolhas.

Produzam uma resposta ao Respondam aos questiona- Ilustrem pelo menos um


vídeo e às reflexões de Jout mentos de Antonio Prata no dos textos do capítulo,
Jout, baseando-se na expe- fim de sua crônica: “Você é o pensando em suas estraté-
riência de vocês. Vocês po- que queria ser quando cres- gias argumentativas, con-
dem decidir o formato da cesse? Não exatamente? Por clusões e reflexões sobre a
resposta – vídeo, crônica de que não? Será que dá pra vida.
jornal, carta... mudar? Quanto dá pra mu-
dar?”. Vocês podem decidir o
formato da resposta – vídeo,
crônica de jornal, carta...
Reflexões sobre a atividade proposta Além disso, busquei trabalhar com um gênero, como
proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais,
sem no entanto defini-lo em qualquer momento. A
Partindo de um comentário ouvido em sala sobre ideia era que a justaposição do vídeo de Jout Jout à
como o gênero crônica se atualizava nos vlogs do crônica de Antonio Prata levasse o aluno a inferir
século XXI, resolvi fazer desse gênero o eixo das certas semelhanças e padrões, consolidados com
atividades, propondo um viés comparativo e crí- a leitura final do artigo de Candido. Nesse sentido,
tico nos exercícios desenvolvidos. Sobretudo, no minha tentativa foi que os exercícios progredissem
entanto, partir de um gênero cuja modalidade de forma tal, que permitissem a concatenação des-
tradicional é escrita, mas que tem desdobramen- sas ideias modelares. Isso, por si só, poderia já ser
tos audiovisuais, permitiu que os próprios textos uma aproximação à inteligência lógico-matemática,
escolhidos se adequassem a diferentes inteligên- mas não sei ao certo se produziu o efeito desejado.
cias. Desse modo, não apenas a produção final Algumas vezes, quando releio as atividades, pare-
dos alunos fundamenta-se na teoria das múltiplas ce-me que há alguns fios soltos que poderiam ser
inteligências – como testemunhei em muitos ma- ajustados, mas não sei precisar onde – embora me
teriais pesquisados – mas o próprio assunto do pareça que trabalhar mais as marcas linguísticas
material insere-se nesse escopo. dos dois primeiros textos seja uma possibilidade.
Outra dificuldade que tive foi produzir um material
Logo de início, ponderei se deveria criar uma ati- curto, que pudesse ser trabalhado de uma vez, situ-
vidade que permitisse identificar as inteligências ação que foi agravada pelo desejo de que os alunos
predominantes dos alunos e, de fato, encontrei produzissem várias atividades e pudessem experi-
muitos quizzes e questionários prontos que cum- mentar algumas de suas inteligências, não somen-
priam tal objetivo. Contudo, li também que alguns te uma. Assim, acabei por elaborar uma unidade/
pensam ser irrelevante e, até, limitante identificar capítulo/lição inteira, que deve se estender por al-
dessa forma os alunos (OPRESCU, 2012), deven- gumas aulas, culminando na apresentação dos três
do-se preferir a observação por parte do profes- projetos de cada grupo.
sor e o oferecimento de um “menu” de atividades
à turma, ficando a critério de cada um selecionar Essa, aliás, não foi uma ideia original, mas uma
como trabalhar com o tema da aula e, ao mesmo apropriação da atividade “Persuasive Writing
tempo, encorajando o desenvolvimento das inte- Think-Tac-Toe”, que está disponível para downlo-
ligências menos predominantes. Por isso, parti ad aqui: https://www.edutopia.org/pdfs/mi/edu-
diretamente para a elaboração de atividades fun- topia-MI-enota-think-tac-toe.pdf. Gostei muito da
damentadas na teoria das MI, sem antes procurar ideia de que os alunos teriam alguma liberdade
identificá-las nos discentes. para decidir o que fazer, desde que se dispusessem
a enfrentar também outros tipos de produções.
É muito difícil, porém, contemplar algumas in- Não pretendendo, contudo, fazer exercícios mera-
teligências na produção das atividades, como a mente gramaticais, como a terceira linha horizontal
corporal e a naturalista e, principalmente, pare- do Think-Tac-Toe em que me baseei, propus uma
ceu-me extremamente difícil fugir à inteligência variedade de projetos que, em contrapartida, de-
verbal na elaboração dos exercícios de compreen- mandam tempo e dedicação dos alunos. Entendo a
são do texto. Fiz, portanto, tentativas de criar es- inviabilidade dessas atividades, da forma como são
quemas que levassem os alunos a pensar os textos propostas, em muitas salas de aula brasileiras, mas
de outras formas – lógico-matemática e espacial acabei me apegando à ideia e decidi-me por man-
– e, juntando-os em duplas, de fortalecer suas ha- tê-las. É claro que o professor poderia organizar as
bilidades na inteligência interpessoal (quando as produções de outra forma, distribuindo uma por
atividades fossem mais densas e exigissem maior grupo ou mesmo atribuindo-as individualmente,
reflexão). Pareceu-me também que deixei de fazer mas continuo achando interessante e produtivo
muitas perguntas e questões importantes para a que os alunos possam pensar o mesmo tema sob
construção dos sentidos de cada texto individu- diferentes ângulos e formas. E, embora nem todas
almente, tendo privilegiado sua compreensão por as propostas de produção pertençam propriamen-
contraste em detrimento do que quer que possa- te ao gênero crônica, todas dialogam com ele de
mos chamar de absoluto. alguma forma, permitindo que o aluno desenvolva
um pensamento crítico sobre esse ato discursivo –
especialmente no posterior momento de partilha
dessas muitas experiências discursivas e textuais.
Finalmente, mantive uma diagramação bem aca-
dêmica e pouco atraente, que pretendo modifi-
car posteriormente, de modo que possa agradar
mais esteticamente e contribuir para uma melhor
compreensão dos textos. Por exemplo, uma vez
que a crônica de Prata foi retirada de um jornal,
ou do site de um jornal, contar com uma disposi-
ção gráfica que suporte esse contexto seria muito
produtivo, bem como disponibilizar, quem sabe,
informações biográficas e ou de interesse pitores-
co nas laterais das páginas, instigando a curiosi-
dade dos alunos pela materialidade concreta de
seu material didático.

Referências bibliográficas

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em: https://erwinwidiyatmoko.files.wordpress.
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REBESCHINI, Sueli. “O gênero textual crônica


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