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A DIMENSÃO RELIGIOSA

Filosofia da Religião
A DIMENSÃO RELIGIOSA

De que problemas trata a filosofia da religião?


A filosofia da religião tem como objetivo investigar por
processos estritamente racionais as crenças religiosas
fundamentais, com o fim de determinar o seu significado
e de saber se são justificadas.
Embora sejam várias as crenças que
interessam à filosofia da religião, a mais
importante é a crença na existência de
Deus.
A DIMENSÃO RELIGIOSA

DOIS PROBLEMAS

• O problema da definição • O problema de saber se há


de Deus, isto é, o problema de boas razões para afirmar
saber se é possível fazer uma que Deus existe.
descrição coerente dos
atributos normalmente
afirmados de Deus.
A EXISTÊNCIA HUMANA TEM SENTIDO?

• É absurda.
NÃO
• Perspetiva religiosa
SIM • Perspetiva não religiosa.
A DIMENSÃO RELIGIOSA

• Religião é um conjunto de ideias ou crenças expressas em um texto


ou um livro sagrado, compreendidas como uma revelação de Deus
aos seres humanos.
• São dogmáticas, fundamentam-se em dogmas, que são verdades
absolutas que não podem ser questionadas.
• A existência de ritos que orientam a relação dos seres humanos
com a divindade.
• As religiões tornam-se instituições, ou seja, organizações que
controlam o funcionamento do grupo religioso.
A DIMENSÃO RELIGIOSA

• Há boas razões para acreditar


em Deus?
• O que são boas razões?
• Quais são as principais razões
que levam as pessoas a
acreditar em Deus?

Diferença entre crenças razoáveis e crenças não razoáveis


RAZÃO E FÉ

• O teísmo é uma doutrina que, em oposição ao ateísmo, afirma a existência


de Deus, encarando-o como uma Pessoa (o que significa que a sua relação
com o ser humano adquire também um carácter pessoal) e como um Deus
perfeito, omnipotente, omnisciente, omnipresente, perfeitamente livre, eterno,
sumamente bom, único, autoexistente, transcendente, criador e conservador
do Universo (mas distinto e independente deste). Aceitando a Providência e a
revelação, o teísta admite que Deus governa o mundo, considerando ser
possível uma demonstração racional da sua existência.
RAZÃO E FÉ

• Deísmo: Posição filosófica que afirma a existência de Deus, mas à margem da


revelação, da graça, dos dogmas, dos milagres ou da relação pessoal com o ser
humano. Trata-se de um Deus concebido como ser supremo, princípio e causa
do Universo, mas ao qual é negada a Providência, isto é, a intervenção no
mundo posteriormente à Criação (nesse sentido, assemelha-se a um
relojoeiro). É o Deus dos filósofos, da religião natural ou racional. O deísmo
teve a sua máxima expressão no século do Iluminismo (século XVIII).
RAZÃO E FÉ

• Ateísmo: Posição filosófica que nega a existência de Deus


e, de uma forma geral, de qualquer realidade que possa
considerar-se de natureza divina. O ateísmo teórico
poderá servir de fundamento a atitudes e comportamentos
vividos à margem de qualquer referência à esfera religiosa
ou à ideia de Deus (ateísmo prático).
RAZÃO E FÉ

• Ateísmo: Posição filosófica que nega a existência de Deus


e, de uma forma geral, de qualquer realidade que possa
considerar-se de natureza divina. O ateísmo teórico
poderá servir de fundamento a atitudes e comportamentos
vividos à margem de qualquer referência à esfera religiosa
ou à ideia de Deus (ateísmo prático).
RAZÃO E FÉ

• Agnosticismo: Posição filosófica segundo a qual não é possível ao ser


humano saber se Deus existe ou não, nem aceder ao conhecimento da
sua essência. Limitada a capacidade cognitiva humana ao mundo dos
fenómenos (conhecimento científico), a esfera metafísica (Deus, alma,
imortalidade) é vista como incognoscível. O agnosticismo advoga a
suspensão do juízo e da crença relativamente àquilo a que a razão e os
sentidos não têm acesso, negando o valor das demonstrações
racionais da existência de Deus.
RAZÃO E FÉ

• Panteísmo: Posição filosófica segundo a qual


Deus e o mundo são a mesma realidade. Deus e o
mundo identificam-se, são apenas um. Esta
perspetiva nega a existência de qualquer realidade
transcendente, afirmando a imanência de tudo o
que existe: Deus é tudo e tudo é Deus.
O CONCEITO TEÍSTA DE DEUS

• Deus Omnipotente: pode fazer tudo


Teísta
• = Omnisciente: que tudo sabe
• Deísmo
• Panteísmo Sumamente bom: moralmente perfeito

Criador e Pessoa: não uma força da natureza


TEORIAS E ARGUMENTOS

Argumento
Cosmológico
Argumentos a
posteriori Argumento
Será que Deus Teleológico ou
existe? do Desígnio

Argumentos a Argumento
priori Ontológico
TEORIAS E ARGUMENTOS

• argumento a posteriori: • argumento a priori: é


é um argumento que um argumento que
depende de, pelo menos, depende de premissas que
uma premissa que só pode são, todas elas, conhecidas
ser conhecida através da independentemente da
experiência. experiência.
ARGUMENTO COSMOLÓGICO

• O argumento cosmológico parte da constatação


empírica da existência do Universo e do facto de haver
nele coisas que foram causadas por outras – é portanto,
como já dissemos, um argumento a posteriori.
• Parte-se da ideia de que todos os efeitos têm as suas
causas, de que para todas as coisas e mudanças da
natureza existem causas que lhes são anteriores: nada
surgiu sem que uma causa o originasse.
ARGUMENTO COSMOLÓGICO

Tomás de Aquino (1225-1274)


ARGUMENTO COSMOLÓGICO

• P1 -Tudo o que existe tem uma causa.


• P2 - O Universo existe.
• C – Logo, o Universo tem uma causa.
ARGUMENTO COSMOLÓGICO

• (1) Existem coisas no mundo.


• (2) Se existem coisas no mundo, então tais causas foram causadas por outra
coisa. (Recusa do ACASO)
• (3) Se as coisas do mundo foram causadas por outra coisa, ou há uma cadeia
causal que regride infinitamente ou há apenas uma primeira causa que é a
origem da cadeia causal.
• (4) Mas não há uma cadeia causal que regride infinitamente.
• (5) Logo, há apenas uma primeira causa (a que chamámos Deus) que é a
origem da cadeia causal.
ARGUMENTO COSMOLÓGICO

• Numa formulação mais geral, afirma-se que, ao constatarmos que o


Universo existe, podemos seguir retrospetivamente a série de causas e
efeitos que estão na base da sua existência atual.
• Procedendo desse modo, deparamo-nos com a necessidade da
existência de uma causa primeira, a causa que está na origem de todas
as causas e de todos os efeitos posteriores. Essa causa primeira, que é
uma causa necessária e incausada, é Deus. Logo, Deus existe.
ARGUMENTO COSMOLÓGICO
OBJEÇÕES

• Este argumento é autocontraditório: defende, ao mesmo tempo,


que não há causa que não tenha sido causada e que existe uma causa
que não foi causada: Deus. Podemos perguntar, então: qual a causa de
Deus? Há filósofos que respondem dizendo que Deus é causa de si
mesmo (causa sui), mas será esta uma resposta convincente? Se se
objetar que tudo, exceto Deus, tem uma causa, pode perguntar-se por
que razão a série de causas e efeitos tem de parar em Deus e não
antes (quando surgiu o Universo, por exemplo).
ARGUMENTO COSMOLÓGICO
OBJEÇÕES

• Falácia do falso dilema (premissa 3): Apresenta apenas duas


opções para explicar que as coisas que existem quando podemos
pensar em mais possibilidades.
• Ex: várias primeiras causas diferentes. Por que razão não é esta uma
opção plausível?
ARGUMENTO COSMOLÓGICO
OBJEÇÕES

• Pode haver uma cadeia causal infinita (premissa 4): Este argumento
pressupõe que não há uma regressão infinita na série de causas e efeitos: esta
não retrocede no tempo de modo infinito. Ora, há aqui um problema: por
definição, uma cadeia causal que regride infinitamente não tem uma primeira
causa. Portanto, é falso que, se retirássemos a causa primeira, a cadeia causal e
tudo o que existe no mundo deixaria de existir.
ARGUMENTO COSMOLÓGICO
OBJEÇÕES

• Conclusão: Ainda que nos possa convencer acerca da existência de Deus,


este argumento não nos adianta muito no que diz respeito à sua natureza.
Uma
causa originária (e incausada) é certamente muito poderosa, mas não há
razões para pensar que ela se identifique com o Deus perfeito dos teístas,
dotado de atributos de omnisciência, omnipotência e suma bondade, que
também poderiam ser, de qualquer modo, questionados pelo facto de existir
o mal no mundo.
ATIVIDADE

• 1. Diferencie “argumento a posteriori” de “argumento a priori”.


2. Exponha sinteticamente o argumento cosmológico na versão de São
Tomás.
3. Refira em que medida se pode afirmar que o argumento
cosmológico é
autocontraditório.
4. Refira outras objeções ao argumento cosmológico.
ARGUMENTO TELEOLÓGICO OU DO DESÍGNIO

• O ponto de partida do argumento teleológico, ou do desígnio, é o nosso


sentimento de surpresa por muitas das coisas que existem no universo
manifestarem ordem e desígnio (INTENÇÃO, PROJECTO, PLANO,
PROPÓSITO, VONTADE)
• A partir disso, procura mostrar-se que seja o que for que produziu o universo
tem de ser um ser inteligente.
• O argumento teleológico é igualmente um argumento a posteriori, que parte
do facto de no mundo existirem ordem e finalidade.
ARGUMENTO TELEOLÓGICO OU DO DESÍGNIO

• As coisas naturais, privadas de conhecimento, inteligência e consciência,


encontram-se, todavia, dirigidas para um fim ou objetivo, comportando-se
sempre, ou quase sempre, da mesma forma e de modo a realizarem o que é
melhor para elas. Elas não fazem isso por acaso, mas em virtude de
determinada intenção.
Isso não se verificaria exceto sob o governo e a direção de um Ser dotado de
inteligência e conhecimento, tal como uma flecha não pode dirigir-se ao alvo a
não ser por iniciativa e obra de um arqueiro. Logo, existe um Ser inteligente
pelo qual todas as coisas naturais são ordenadas, dirigidas e orientadas para
um
fim. Esse Ser é o que chamamos Deus. (S. Tomás de Aquino)
ARGUMENTO TELEOLÓGICO OU DO DESÍGNIO

• William Paley (1743-1805) apresentou a sua versão do


argumento do desígnio ou argumento teleológico: um argumento por
analogia que compara os objetos da natureza a artefactos e dessa
comparação chega à conclusão que da mesma forma que existe um
criador para os artefactos, também existe um criador para  a natureza
e tendo em conta que a natureza é bem mais complexa, tal criador só
pode ser um «relojoeiro divino».
ARGUMENTO TELEOLÓGICO OU DO DESÍGNIO

• Este é um dos argumentos atual  e


utilizado frequentemente pelos
criacionistas para justificar a
existência de Deus. O vídeo é um
belo instrumento didático que expõe
o problema e descreve o argumento
de Paley.
ARGUMENTO TELEOLÓGICO OU DO
DESÍGNIO

• Após a visualização responda às questões:


• 1- Coloque o problema ao qual Dawkins julga que a ciência pode dar uma
resposta?
• 2- Exponha, na forma canónica, o argumento do desígnio.
• 3- Por que razão a teoria da evolução por seleção natural de Darwin constitui
uma objeção ao argumento do desígnio.
ARGUMENTO TELEOLÓGICO OU DO
DESÍGNIO

• (1)As características específicas do relógio


devem-se ou a um relojoeiro ou devem-se ao
acaso.
• (2) Mas tais características não se devem ao acaso.
• (3) Logo, tais características devem-se a um
relojoeiro.
ARGUMENTO TELEOLÓGICO OU DO
DESÍGNIO - OBJEÇÕES
• Este argumento, na versão de Paley, baseia-se numa fraca analogia: a
semelhança entre os objetos naturais (como o olho humano) e os
objetos artificiais (como o relógio) não é uma semelhança entre
aspetos verdadeiramente importantes ou relevantes, havendo também
entre eles diferenças relevantes. Trata-se de uma semelhança muito
vaga, pelo que quaisquer conclusões baseadas nessa analogia serão
igualmente vagas.
ARGUMENTO TELEOLÓGICO OU DO
DESÍGNIO - OBJEÇÕES
• Este argumento, em qualquer das versões apresentadas, perde, de
certo modo, a sua força quando é confrontado com as conclusões da
teoria evolucionista. Darwin, na sua obra A Origem das Espécies,
mostrou que a variedade e a complexidade dos seres vivos resultam da
seleção natural e da sobrevivência dos mais aptos, os quais, por sua
vez, irão transmitir os seus genes às gerações seguintes. Sem negar a
existência de Deus, a teoria da evolução acaba, no entanto, por pôr
em causa as explicações do argumento teleológico, apresentando
uma explicação alternativa.
ARGUMENTO TELEOLÓGICO OU DO
DESÍGNIO - OBJEÇÕES
• Falácia do falso dilema – multiverso
• As hipóteses do designer e do acaso não são as únicas possíveis hipóteses
relevantes para explicar a evidência da afinação minuciosa do universo; pode
haver uma terceira hipótese: MUlTIVERSO.

• Existem muitos universos distintos: muitos domínios do


espaço-tempo que divergem entre si em virtude de terem
constantes físicas ou leis naturais diferentes. (Stephen Hawking
1942-2018)
ARGUMENTO TELEOLÓGICO OU DO
DESÍGNIO - OBJEÇÕES
• Este argumento, ainda que possa demonstrar a existência e a necessidade de
um criador, não prova que ele seja único – pode tratar-se de uma equipa de
deuses, tal como só uma equipa de seres humanos é capaz de construir uma
nave espacial –, nem prova que se trata de um arquiteto omnipotente –
poderá argumentar-se que o Universo apresenta “defeitos de fabrico”, visíveis
por exemplo em organismos imperfeitos ou doentes –, nem sequer prova
que o criador seja omnisciente e infinitamente bom – contraria essa ideia a
existência do mal no mundo (as catástrofes, o sofrimento, a doença, a morte, a
crueldade), sendo que, aparentemente, Deus nada faz para o impedir.
• Não se prova a existência do Deus teísta.
ATIVIDADE

1. Exponha sinteticamente o argumento teleológico na versão de


W. Paley.

2. Apresente as insuficiências do argumento teleológico para


provar a existência de um Deus único, omnipotente e infinitamente
bom.

3. Refira outras objeções ao argumento teleológico.


ARGUMENTO TELEOLÓGICO OU DO
DESÍGNIO –NOVA VERSÃO
• Parte-se da observação do universo como altamente estruturado com
parâmetros precisamente definidos.
• Parte-se do conceito de afinação minuciosa (AM): as constantes físicas
estão minuciosamente afinadas para a existência de vida.
• Hipóteses:
• 1- Designer: a AM do universo deve-se a um designer sobrenatural – Deus.
• 2- Acaso: a AM do universo é fruto do acaso.
ARGUMENTO TELEOLÓGICO OU DO
DESÍGNIO –NOVA VERSÃO
• Se o universo for o resultado do acaso, será surpreendente ele ter as
características da afinação minuciosa.
• Se o universo for o resultado de um designer inteligente, não é
surpreendente ter estas características de AM.
• A probabilidade de o universo exibir as de AM por mero acaso é
baixa.
• A AM do universo dá-nos razões para acreditar em Deus.
ARGUMENTO TELEOLÓGICO OU DO
DESÍGNIO –NOVA VERSÃO
• (1) A AM do universo deve-se ou a um designer ou ao acaso.
• (2) Mas não se deve ao acaso.
• (3) Logo, deve-se a um designer.

Mas será bom este argumento?


ARGUMENTO ONTOLÓGICO

• O argumento ontológico parte do conceito de Deus e de premissas a


priori para concluir que Deus existe na realidade.
• Na versão clássica de Santo Anselmo, parte-se da definição de Deus como
“ ser maior do que o qual nada pode ser pensado”.
• A partir desta definição conclui-se que Deus existe na realidade, pois se Deus
não existisse ou se apenas existisse no pensamento, mas não na realidade, não
seria aquele ser maior do que qual nada pode ser pensado.
ARGUMENTO ONTOLÓGICO

• (1) Deus existe no pensamento.


• (2) Se Deus existisse no pensamento e não na realidade, então um ser mais
perfeito do que Deus é concebível.
• (3) Mas não é concebível um ser mais perfeito do que Deus.
• (4) Logo, Deus existe na realidade.
ARGUMENTO ONTOLÓGICO

• Premissa 1: afirma-se que Deus existe pelo menos como entidade mental.
Mesmo um ateu aceita esta premissa, ou seja, pode pelo menos pensar-se na
existência de Deus. Deus como entidade mental ou conceito.
• Premissa 2: Sustenta-se que se Deus existir apenas como entidade mental,
então seria possível conceber um ser mais perfeito do que Deus. Porquê?
Porque podemos conceber um ser que para além de existir no pensamento
também existe na realidade. Mas porque razão existir no pensamento e na
realidade é mais perfeito do que existir apenas no pensamento? Porque uma
nota de 500€ que exista apenas no pensamento é uma coisa menor do que
existisse no meu pensamento e no meu bolso.
ARGUMENTO ONTOLÓGICO

• Premissa 3: defende-se que não se pode conceber um ser mais perfeito do


que Deus. Mas porquê? Se partirmos da definição de Deus teísta, este é o ser
com todas as qualidades e por isso não se pode conceber outro melhor.

• Será este argumento sólido?


ARGUMENTO ONTOLÓGICO
OBJEÇÕES

• Premissa 1: se aceitar a premissa 1 teria de aceitar que coisas que existem


no pensamento existem. Ex: sereia.
• Premissa 2: a existência não é um verdadeiro predicado. Kant defende que a
existência não é uma propriedade como “verde”, “inteligente” ou “alto”. Isto
porque a existência não acrescenta nada ao conceito de uma coisa. Ex: para
saber o que é um cão ele não tem de existir. Se a existência não é uma
propriedade ou um atributo (é uma exemplificação), então um ser
maximamente perfeito pode existir só no pensamento.
ARGUMENTO ONTOLÓGICO
OBJEÇÕES

• Falácia da petição de princípio: parte-se da definição


de Deus como absolutamente perfeito, contendo todos os
predicados e perfeições, inclusive a existência na realidade.
O ARGUMENTO DO MAL PARA A DISCUSSÃO
DA EXISTÊNCIA DE DEUS
O ARGUMENTO DO MAL PARA A DISCUSSÃO
DA EXISTÊNCIA DE DEUS

• Como explicar quer os alegados atributos de Deus


podem ser compatíveis com o facto inegável de o
mal existir?
• Será este um argumento forte contra o Deus
teísta?
O ARGUMENTO DO MAL PARA A DISCUSSÃO
DA EXISTÊNCIA DE DEUS

• Objeção do teísmo cético: nega que possamos conhecer as razões


que Deus possa ter para fazer algo, caso Deus exista.
• O facto de os seres humanos não conseguirem pensar em qualquer
razão que justifique a Deus permitir um mal não torna provável que
não existam tais razões; isto porque se Deus existisse, a mente de
Deus seria muito maior do que as nossas, de modo que não seria
surpreendente se Deus tivesse razões que não somos capazes de
pensar nem de conhecer.
O ARGUMENTO DO MAL PARA A DISCUSSÃO
DA EXISTÊNCIA DE DEUS

• Objeção da teodiceia de Leibniz: o termo foi criado por Leibniz, no início do


século XVIII – é uma justificação da bondade de Deus, associada a uma explicação da
existência do mal.
Ao tentar explicar a existência do mal no mundo, a teodiceia indica os objetivos e as
razões que Deus tem para permitir que o mal exista. Assim, o mal é integrado nos
desígnios de Deus. Apesar das evidências de mal no mundo, argumenta-se que é
razoável acreditar na existência de Deus.
• Segundo Leibniz, Deus, sendo omnipotente e perfeito, escolheu e criou, de entre
infinitos mundos possíveis, o melhor de todos, ou seja, aquele que tem a mínima parte
de mal. Como tal, é impossível existir um mundo com menos mal do que o mundo em
que vivemos, ainda que o possamos imaginar. Por outro lado, a ocorrência de certos
males no mundo pode ser logicamente necessária para se obterem bens maiores, que
superam esses males. Leibniz rejeita a opinião daqueles que afirmam que Deus podia
ter feito melhor.
• Há uma diferença entre o mal natural e o mal moral. (pdf – p.19)
FÉ VERSUS RAZÃO
FIDEÍSMO DE PASCAL

• Será razoável ter fé na existência de Deus sem


provas?
• Fideísmo: a falta de boas razões para pensar que Deus
existe não é uma boa razão para deixar de ter fé.
• Os métodos comuns de justificação, por meio de provas e
argumentos, são inadequados para justificar a inexistência
de Deus; apesar disso é legítimo ter fé em Deus.
FÉ VERSUS RAZÃO
FIDEÍSMO DE PASCAL

• A aposta de Pascal: aceitando que há um empate da razão quanto à


existência de Deus, o que será melhor fazer? Acreditar ou não?

Deus existe Deus não existe

Somos crentes Tudo a ganhar Nada a perder

Não somos crentes Tudo a perder Nada a ganhar

Como sabe Pascal que isto é verdade?


ENSAIO FILOSÓFICO

• Será moralmente legítimo acreditar em Deus


sem provas?
Lição 42, 43 e 44 do Manual 50 Lições
• Prazo de entrega: dia 19 de junho

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