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DICAS DE PORTUGUÊS – CRASE (2)

15 DE OUTUBRO DE 2012 ASCOM UFLA

Dando continuidade ao nosso estudo sobre a crase, nesta semana, veremos uma parte de quando não devemos
usar o sinal indicativo de crase (sinal grave).
Casos em que não se usa a crase
“Não custa lembrar que, ao pé da letra, crase não é o nome do acento, e sim do fenômeno. Crase significa fusão,
mistura: em gramática, a mistura de duas vogais iguais como a que ocorre em Vou à (a+a) escola. A fusão das duas
vogais é representada pelo acento grave que, metonimicamente, acaba sedo chamado de crase.” (Pasquale Cipro
Neto)

NÃO USAMOS A CRASE:

1. Antes de Palavras Masculinas: Ando mais a pé do que a cavalo.


 Isso cheira a vinho / Trabalhava de sol a sol.
Mas atenção: Nos casos em que existe um substantivo feminino subentendido antes de nomes masculinos, pode
ocorrer a crase. Os substantivos femininos subentendidos são: maneira, moda ou qualquer outro que determine uma
empresa: O Governo não fez novas concessões à (companhia) Ford.
 Comi um bife à Rossini (à moda Rossini). / Referiu-se à (nave) Apollo.
 Estilo à (maneira) Rui Barbosa. / Vou à (editora) Melhoramentos.

2. Antes de Verbos – Os verbos não são nomes femininos, Por isso, nunca vêm precedidos de artigo [a]; e sim da
preposição [a]:
 Começou a chover. / Preços a combinar. / Pôs-se a falar.

3. Antes de Ela, Esta e Essa: Pediram a ela que saísse.


 Cheguei a esta conclusão. / Dedicou o livro a essa moça.
Antes do Artigo Indefinido [Uma]: Foi submetido a uma cirurgia.
Exceção: Quando “uma” designa hora: Chegou à uma hora (verif: ao meio-dia).
Antes das Formas de Tratamento: Escreverei a Vossa Excelência.
Exceção: senhora(s), senhorita: Desejo felicidade às senhoras (ou à senhora).

CRASE III – CASOS EM QUE NÃO SE USA A


CRASE
22 DE OUTUBRO DE 2012 ASCOM UFLA

Dando continuidade ao nosso estudo sobre a crase, nesta semana, veremos a 2ª e última parte de quando NÃO
devemos usar o sinal indicativo de crase (sinal grave).
Casos em que não se usa a crase
NÃO USAMOS A CRASE:
 Antes de pronomes indefinidos que não admitem artigo (seguidos ou não de “s”): alguém, alguma,
nenhuma, cada, certa, determinada, pouca, quanta, tal, tamanha, tanta, toda, ninguém, muita, outra, tudo,
qual, qualquer, quaisquer. E de pronomes interrogativos:

Ex.: Falaste a que pessoa? A qual delas você se refere?
Nãos sei como resistiu a tanta provação
Embarcarei daqui a poucas semanas.

 Antes de substantivos repetidos: cara a cara, frente a frente, gota a gota, de ponta a ponta, etc
E de substantivos no plural que fazem parte de locuções adverbiais de modo:
Ex.: Agrediram-se a bofetadas/ a dentadas.

 Antes dos pronomes relativos QUEM, QUE, CUJA, CUJAS.

 Antes da expressão NOSSA SENHORA ou de nomes de santas:


Ex.: Fiz um pedido a Nossa Senhora

 Antes de numerais cardinais: De  15 a 20 deste mês


 Antes da palavra DISTÂNCIA quando esse vocábulo não estiver determinado:
Ex.: Fiz um curso de graduação a distância.
No entanto, se a palavra distância estiver determinada, usa-se a crase:

Ex.: A polícia ficou à distância de seis metros dos manifestantes.


 Antes de pronomes pessoais:
Ex.: Recorreram a mim (a si, a ela, a ti)

DICAS DE PORTUGUÊS: SETE GRANDES


“PECADOS” DA CRASE
17 DE NOVEMBRO DE 2014 DCOM UFLA

PECADO NÚMERO 1
“Ela viajou à convite do governador.”
Afora o caso em que se subentende a palavra “moda” (Governa à [moda de] Maquiavel), não há crase antes de
palavras masculinas.

“Convite” é nome masculino: “o” convite.

Por isso, “Ela viajou a convite do governador”, sem crase.


PECADO NÚMERO 2
“Lula está se dedicando à reeleger Dilma.”

Não há crase antes de verbo.

“Reeleger” é verbo.

Logo, “Lula está se dedicando a reeleger Dilma”.


PECADO NÚMERO 3
“O diretor se referiu à ela.”

Não há crase antes dos pronome pessoais, inclusive os femininos.

Motivo: esses pronomes rejeitam a anteposição de artigo.

Não se diz “A ela é bonita”, mas simplesmente “Ela é bonita”.

Assim, “O diretor se referiu a ela”.


PECADO NÚMERO 4
“O professor se dirigiu à você.”
“Ele se dirigiu à Vossa Excelência com muito respeito.”

Não se usa artigo antes de pronome de tratamento: “Você é muito linda”, e não “A você é muito bonita”; “Vossa
Excelência está certa”, e não “A Vossa Excelência está certa.

Portanto, não ocorre crase em  “O professor se referiu a você” e “Ele se dirigiu a Vossa Excelência com muito
respeito”.
Observação: Às vezes os pronomes “dona”, “senhora” e “senhorita” aceitam artigo, razão pela qual pode ocorrer
crase no “a” que os precede.

PECADO NÚMERO 5
“Ele deixou as latas de tinta em frente à telas em branco.”

Não há crase no “a” no singular seguido de palavra no plural.

Assim, “Ele deixou as latas de tinta em frente a telas em branco”.


PECADO NÚMERO 6
“Nós trabalhamos de segunda à sexta.”

Só há crase na correlação “de… a…” quando a preposição “de” aparece combinada com artigo, como em
“Funciona do meio-dia às 18 horas”.
De outra forma, nada de crase: “Nós trabalhamos de segunda a sexta”.
PECADO NÚMERO 7
“Ele se declarou à uma linda garota.”

Não ocorre crase antes da palavra “uma”, pois ela rejeita a anteposição do artigo “a”.

Diz-se “ela é uma garota bonita”, e não “ela é a uma garota bonita”.

Dessa forma, “Ele se declarou a uma garota bonita”.


Atenção! Quando “uma” for numeral, pode haver crase, principalmente se expressar hora.

É o que ocorre em “O jogo começa à uma em ponto”.

Fonte: www.portuguesnarede.com

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

DICAS DE PORTUGUÊS
DICAS DE PORTUGUÊS, TERCIARIAS

DICAS DE PORTUGUÊS: CRASE COM NOMES


PRÓPRIOS GEOGRÁFICOS
10 DE NOVEMBRO DE 2014 DCOM UFLA

Quando se trata de saber se diante dos nomes de cidades, estados e países se usa a ou à, fica valendo o mesmo
princípio da determinação, qual seja: se o nome é feminino e pode ser precedido pelo artigo definido a, existe a
possibilidade do uso do a craseado.

Cidades
Como regra, não se usa o acento indicativo de crase diante dos nomes de cidades, porque eles repelem o artigo
definido, como se pode observar: Salvador é uma festa. Venho de Florianópolis. Ele mora em Curitiba. Estivemos em
Vitória. Assim sendo, nada de crase:

Bem-vindos a Salvador.

Vamos a Blumenau.

Refiro-me a Imperatriz/MA.

Somente quando modificados por algum elemento restritivo ou qualificativo é que os nomes de cidade podem receber
o artigo feminino e, portanto, a crase.

Bem-vindos à Florianópolis das 42 praias.

Fomos à bela Blumenau.

Refiro-me à Brasília dos excluídos, e não dos políticos endinheirados.

Estados
Em princípio, só dois estados brasileiros admitem a crase: a Bahia e a Paraíba. As demais unidades da Federação ou
são nomes masculinos (o Amapá, o Acre, o Amazonas, o Ceará, o Espírito Santo, o Maranhão, o Mato Grosso do Sul,
o Pará, o Paraná, o Piauí, o Rio de Janeiro, o Rio Grande do Norte, o Rio Grande do Sul, o Tocantins) ou não são
determinados por artigo (Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Rondônia, Santa Catarina, São
Paulo, Roraima, Sergipe). Sendo assim:

Bem-vindos à Bahia.

Vamos à Paraíba e a Santa Catarina.

Esse patrimônio incalculável pertence a Goiás.

Refiro-me ao Rio Grande do Sul e ao Pará.

Países
A presença da crase diante de um nome de país depende de ser esse nome determinado ou não pelo artigo feminino
A. Entre os países que levam artigo – e que constituem a maioria – alguns são masculinos (o Canadá, os Estados
Unidos, o Japão, o Chile), outros femininos (a Rússia, a Venezuela, a Índia). Existem países que rejeitam o artigo,
como Portugal, Israel, Angola, Moçambique, São Salvador. E há nomes que se usam tanto com o artigo quanto sem
ele, principalmente quando regidos de preposição – os brasileiros preferem com o artigo; os portugueses, sem ele: na
França/em França; da Itália/de Itália; na Espanha/em Espanha; da Inglaterra/de Inglaterra. O mesmo vale para o
continente: da Europa/de Europa. Portanto, escrevemos:

Bem-vindos à Argentina.

Quanto à Europa, refiro-me à França, à Áustria e à Alemanha.

O presidente chegou à Inglaterra por volta do meio-dia, mas não foi a Londres.

Enviamos saudações à Colômbia.

Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

Fonte: linguabrasil.com.br
DICAS DE PORTUGUÊS
DICAS DE PORTUGUÊS, TERCIARIAS

DICAS DE PORTUGUÊS: CRASE COM NOMES DE


MULHERES
5 DE NOVEMBRO DE 2014 DCOM UFLA

O acento indicativo de crase antes de nomes próprios de mulheres é tido como facultativo, pois se escreve “à” diante
de alguns nomes femininos, mas não diante de outros. O que demarca nossa opção é a possibilidade de esse nome,
principalmente o de batismo, ser anteposto por um artigo definido, o que lhe dá um tom de afetividade ou de
familiaridade, indicando a pessoa como conhecida ou “de casa”. No Brasil, além disso, esse uso tem caráter
regionalista – em algumas regiões, como Sul e Sudeste, é habitual: o Marcos, a Lea, a Joana. Isso quer dizer que, se
você costuma empregar o artigo definido diante de um nome de mulher, pode usar o “a craseado” quando a situação
pedir (ou seja, quando a expressão ou verbo diante do nome exigir a preposição a).

Assim, no caso de mulheres a quem se chama pelo nome de batismo, vale o uso regional. Se você diz: “Gosto de
Beatriz. Penso em Rita”, não usará crase: Contei a Beatriz o que relatei a Rita. Mas se você diz: “Gosto da Beatriz.
Penso na Rita”, escreverá: Contei à Beatriz o que relatei à Rita.

Já quando se faz referência a nome e sobrenome, tão somente a familiaridade é que vai determinar o uso do acento
indicativo de crase:

 
1) a crase não ocorrerá se o nome da pessoa for mencionado formalmente, envolto em distinção, ou se tratar de
personalidade pública, pois nessas circunstâncias o nome da pessoa, seja homem ou mulher, nunca é precedido de
artigo definido:

Referiu-se a Rachel de Queiroz.  [cp. Gosta de Rachel de Queiroz]

Fizemos uma homenagem a Euclides da Cunha. [nunca “ao Euclides da Cunha”, pois gostamos de Euclides da
Cunha]

2) a crase ocorrerá se, apesar do nome completo, a pessoa for referida com amizade, numa atmosfera afetiva. É muito
comum este tipo de uso nos agradecimentos que se fazem em livros, teses e dissertações, situação que por sua
formalidade e tipo de divulgação comporta o nome completo das pessoas homenageadas, embora possam ser da
intimidade do autor. É importante que se mantenha a coerência: se o nome do homem é articulado [o, ao], também o
da mulher deverá ser precedido de artigo [a, à].

Vejamos um exemplo real:

Desejo externar os meus agradecimentos

ao Dr. Alceu Lima, por sua contribuição nesta pesquisa;

ao Prof. Nilo Lima, pela dedicada orientação;

à Profa. Maria Lima e Silva, por sua amizade;

ao Renato Cruz e Sousa, pelo companheirismo;

à Rejane Silva e Silva, pela revisão.

1. (IBGE) Assinale a opção incorreta com relação ao emprego do acento indicativo de crase:
a) O pesquisador deu maior atenção à cidade menos privilegiada.
b) Este resultado estatístico poderia pertencer à qualquer população carente.
c) Mesmo atrasado, o recenseador compareceu à entrevista.
d) A verba aprovada destina-se somente àquela cidade sertaneja.
e) Veranópolis soube unir a atividade à prosperidade.

2. (IBGE) Assinale a opção em que o A sublinhado nas duas frases deve receber acento grave indicativo de crase:

a. Fui a Lisboa receber o prêmio. / Paulo começou a falar em voz alta.


b. Pedimos silêncio a todos. Pouco a pouco, a praça central se esvaziava.
c. Esta música foi dedicada a ele. / Os romeiros chegaram a Bahia.
d. Bateram a porta fui atender. / O carro entrou a direita da rua.
e. Todos a aplaudiram. / Escreve a redação a tinta.

3. (UF-RS) Disse ..... ela que não insistisse em amar ..... quem não ..... queria.

a) a - a - a d) à - à- à
b) a - a - à e) a - à - à
c) à - a - a

4. (UF-RS) Quanto ..... suas exigências, recuso-me ..... levá-las ..... sério.

a) às - à - a d) à - a - à
b) a - a - a e) as - a - a
c) as - à - à

5. (UC-BA) Já estavam ..... poucos metros da clareira, ..... qual foram ter por um atalho aberto ..... foice.

a) à - à - a d) à - a - à
b) a - à - a e) à - à - à
c) a - a - à

6. (UC-BA) Afeito ..... solidão, esquivava-se ..... comparecer ..... comemorações sociais.

a) à - a - a d) a - à - a
b) à - à - a e) a - a - à
c) à - a - à

7. (TTN) Preencha as lacunas da frase abaixo e assinale a alternativa correta:

"Comunicamos ..... Vossa Senhoria que encaminhamos ..... petição anexa ..... Divisão de Fiscalização que está apta .....
prestar ..... informações solicitadas."

a) a, a, à, a, as d) à, à, a, à, às
b) à, a, à, a, às e) à, a, à, à, as
c) a, à, a, à, as

8. (UF-RS) Somente ..... longo prazo será possível ajustar-se esse mecanismo ..... finalidade ..... que se destina.

a) a - à - a d) à - a - a
b) à - a - à e) à - à - a
c) à - à - à

9. (UF-RS) Entregue a carta ..... homem ..... que você se referiu ..... tempos.

a) aquele - à - á d) àquele - à - à
b) àquele - à - há e) àquele - a - há
c) aquele - a - a

10. (BB) Há crase:

a) Responda a todas as perguntas.


b) Avise a moça que chegou a encomenda.
c) Volte sempre a esta casa.
d) Dirija-se a qualquer caixa.
e) Entregue o pedido a alguém na portaria

GABARITO:1. B 2.D 3.A 4.B 5.B 6. A 7. A 8. A 9. E 10. B

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