Meio: Imprensa
País: Portugal
ID: 82675106
Politécnico de Leiria lança aplicação Digi&Mind
para contrariar declínio cognitivo
Apresentação da nova plataforma assinalou Dia da Doença de Alzheimer Foto: ESSLei
Digi&Mind é como se chama o
programa digital de estimulação
para pessoas com declínio cog-
nitivo ligeiro, desenvolvida pelo
Politécnico de Leiria (IPLeiria).
A nova plataforma inclui uma
aplicação móvel que pode ser uti-
lizada para "jogar" sozinho ou em
grupo e um website/backoffice
acessível a profissionais de saúde
ou cuidadores.
O projeto, apresentado na se-
gunda-feira, na Escola Superior
de Saúde de Leiria (ESSLei), no
Pág: 38
Cores: Cor
26-09-2019
A.„
âmbito das comemorações do
Dia Mundial da Doença de Al-
zheimer (assinalado no dia 21),
foi desenvolvido pelos bolseiros
Luís Monteiro e João Caroço sob
orientação dos docentes Rui Rijo
e Ricardo Martinho com o obje-
tivo dc promover a "orientação,
memória, capacidade de atenção
e funcionamento da linguagem
em idosos com declínio cognitivo
ligeiro". Segundo explicou Maria
dos Anjos Dixe, coordenadora do
ciTechCare - Centro de Inovação
Period.: Semanal
Âmbito: Regional
em Tecnologias e Cuidados de
Saúde do IPLeiria, a estimulação
cognitiva e física, numa fase ini-
cial da doença, pode contribuir
para a sua prevenção e progres-
são, a par dc outras intervenções.
Com esta aplicação, que permi-
te a criação dc um perfil e intro-
dução de dados diversos como dé-
fices sensoriais e comorbilidades,
pessoas com declínio cognitivo
ligeiro podem exercitar a suas
capacidades, em oito sessões, a
realizar sequencialmente, uma
Área: 25,70 x 17,07 cm²
Corte: 1 de 1
vez por semana.
Em cada sessão, o utilizador
terá de completar um desafio e
um provérbio, sendo registado
cada passo permitindo ao profis-
sional de saúde que o acompanha
avaliar o seu desempenho e pro-
gressos.
Maria dos Anjos Dixe realçou a
importância do projeto que foi tes-
tado com a colaboração de utentes
da Santa Casa da Misericórdia, e
que ao contrário de outras "inter-
venções implementadas com uma
duração fixa e depois terminam",
esta permite que seja continuada
através de "exercícios a realizar
pelos próprios idosos".
Ricardo Martinho considerou
por sua vez "a relação entre pro-
fissionais de saúde e informáticos
necessária e produtiva", realçan-
do o empenho de toda a equipa
na produção de "uma plataforma
que fosse o mais útil possível para
as pessoas". Já Rui Rijo destacou
"a urgência das tecnologias e in-
vestigação em saúde", face à "in-
versão da pirâmide etária". "Não
vai haver gente para tomar conta
dos idosos de amanhã e esse é
um problema", frisou, apontando
como urna das possíveis soluções
"o desenvolvimento de proces-
sos e tecnologias que permitam
aumentar essa capacidade de po-
dermos ter no futuro qualidade
de vida mas necessariamente com
•
"' yti".í%
A Organização Mundial da Saú-
de estima em 47,5 milhões o nú-
mero de pessoas com demên-
cias em todo o mundo. A doença
de ALzheimer representa entre
60 a 70%dos casos. Em Portugal,
estima-se em cerca de 60 mil as
pessoas com Alz.heimer
menos recursos". Quanto à nova
plataforma, realçou o "processo
científico e de validação" em que
se sustentou, bem como a com-
ponente de garmfication, que visa
"conseguir que cada pessoa que
participe tenha um desafio" que
lhe permita criar "uma ligação
emocional com o jogo".
O DigiMind surgiu no âmbito
do projeto de investigação "Min-
d&Gait - Promoção da autonomia
de idosos frágeis através da me-
lhoria da cognição e capacidade
de marcha e utilização de pro-
dutos de apoio", que envolveu in-
vestigadores do IPLeiria, Politéc-
nicos de Coimbra e de Santarém,
Cáritas de Coimbra e Santa Casa
da Misericórdia de Alcobaça, sob
coordenação da Escola Superior
de Enfermagem de Coimbra. MR