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Capítulo IV, Artigo 46. Permitindo o uso apenas para
fins educacionais de pessoas com deficiência visual.
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Adaptado por Beatriz Andrade e Orlando Brandão
Imagens descritas por Beatriz e Orlando.
Consultoria por Bruno Lima
Revisado por Beth Garcia
Natal, setembro de 2018
SETOR DE ACESSIBILIDADE
Secretaria de Educação a Distância | UFRN
Campus Universitário - Praça Cívica - Natal/RN
Fone: 84 3342.2250 Ramal 130
Cel: 84 9 9229-6435
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM
SAÚDE DA FAMÍLIA
Módulo:
Feridas e Curativos na Atenção Primária à Saúde
UNIDADE 1
Classificação das lesões
Luciane Paula Batista Araújo de Oliveira
PEPSUS - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
PERMANENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
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Classificação das lesões
Prezado cursista, nesta unidade, abordaremos a
classificação das lesões, entendendo os diferentes
aspectos a serem levados em consideração para
classificá-las, além de enfatizar as lesões por pressão.
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Aula 1: Entendendo os diferentes aspectos a


serem levados em consideração para classificar
lesões
Ao avaliarmos as lesões dos nossos usuários, é
importante utilizar o momento da anamnese para
buscar entender como o problema surgiu e, assim,
diferenciar os tipos de feridas. Tais informações
podem orientar condutas mais adequadas por parte
dos profissionais.
Vamos conhecer a classificação das feridas?
As feridas podem ser classificadas quanto à causa, ao
conteúdo microbiano, ao tipo de cicatrização, ao grau
de abertura e ao tempo de duração (SANTOS et al.,
2011).
Veja no infográfico a seguir, quanto à causa, como
as feridas podem ser:
Descrição: Infográfico com 5 diagramas compostas de
blocos interligados.
A imagem contém cinco diagramas. Neles, há um
bloco principal que se divide em menores. No primeiro
diagrama, há o seguinte texto no bloco principal:
“Tipo de cicatrização”. Esse bloco se divide em mais
três menores, cada um com o seguinte texto: “Por
primeira intenção”; “Por segunda intenção”; e “por
terceira intenção”.
No segundo diagrama, há o seguinte texto no bloco
principal: “Quanto à causa”. Esse bloco se divide em
mais três menores também, cada um com o seguinte
texto: um “Cirúrgica”, dois “Ulcerativa” e três
“Traumática”. No Bloco “Cirúrgica”, surgem três itens:
“incisiva”; “excisiva”; e “por punção”. Por fim, no
bloco “Traumática”, há a seguinte listagem:
“Mecânica”; “Química”; e “Física”.
No terceiro diagrama, há o seguinte texto no bloco
principal: “Grau de abertura”. Esse bloco se divide em
mais dois menores com os nomes: “Aberta” e
“Fechada”.
No quarto diagrama, há o seguinte texto no bloco
principal: “Conteúdo microbiano”. Esse bloco se
divide em mais quatro menores com os nomes: um
“limpa”; dois “limpa contaminada”; três
“contaminada”; e quatro “infectada”.
No quarto diagrama, há o seguinte texto no bloco
principal: “Duração”. Esse bloco se divide em mais
dois menores com os nomes: um “aguda” e dois
“crônica”.
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Explicando a classificação supracitada...
As feridas cirúrgicas são aquelas provocadas
intencionalmente, mediante incisão, quando não há
perda de tecido e as bordas são, geralmente,
fechadas por sutura, por excisão – uma área de
pele é removida, a exemplo de área doadora de
enxerto – ou punção, resultante de procedimentos
terapêuticos diagnósticos (por exemplo,
cateterismo cardíaco, punção de subclávia, biópsia,
entre outros). As de origem traumática são aquelas
causadas por: contenção, perfuração ou corte
(agentes mecânicos); iodo, cosméticos, ácido
sulfúrico (agentes químicos); frio, calor ou radiação
(agentes físicos).
As feridas ulcerativas são aquelas de aspecto
escavado, resultantes de traumatismo, doenças ou
condições que impedem o adequado suprimento
sanguíneo. É nessa categoria que estão incluídas as
lesões venosas, arteriais e por pressão.
Quanto ao conteúdo microbiano, as feridas
recebem quatro classificações: limpas (sem
microrganismos); limpas contaminadas (feridas
com tempo inferior a seis horas entre o trauma e o
atendimento, sem contaminação significativa);
contaminadas (ocorridas com tempo maior que
seis horas entre o trauma e o atendimento, sem
sinal de infecção); infectadas (em que há
presença de agente infeccioso no local, evidencia
de reação inflamatória intensa) e destruição de
tecidos, podendo conter pus.
As lesões também podem ser classificadas quanto
ao tipo de cicatrização (por primeira, segunda
ou terceira intenção), o que já foi discutido na
aula anterior.
Quanto ao grau de abertura, como o próprio
nome já indica, as feridas cujas bordas da pele
estão afastadas são consideradas abertas, e as com
bordas da pele justapostas.
De modo geral, Dealey (2008) classificam-nas
como feridas agudas, crônicas e
pós-operatórias.

Ferida aguda – aquela que é resultado de cirurgia


ou lesões ocorridas por meio de acidentes.
Ferida crônica – que tem um tempo de
cicatrização maior que o esperado devido a sua
etiologia. Ela não apresenta a fase de regeneração
no tempo esperado, havendo um retardo na
cicatrização.
Ferida limpa – aquela produzida voluntariamente
no ato cirúrgico, em local passível de assepsia
ideal e condições apropriadas, não contendo
microrganismos patogênicos.

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Já o Conselho Federal de Enfermagem publicou
recentemente, através da Resolução nº 501/2015,
uma classificação conforme o comprometimento
tecidual, a qual está organizada em quatro estágios
(COFEn, 2015):
Estágio I – caracteriza-se pelo comprometimento
da epiderme ape- nas, com formação de eritema
em pele íntegra e sem perda tecidual.
Estágio II – caracteriza-se por abrasão ou úlcera,
ocorre perda tecidual e comprometimento da
epiderme, derme ou ambas.
Estágio III – caracteriza-se por presença de
úlcera profunda, com comprometimento total da
pele e necrose de tecido subcutâneo, entretanto a
lesão não se estende até a fáscia muscular.
Estágio IV – caracteriza-se por extensa
destruição de tecido, chegando a ocorrer lesão
óssea ou muscular, ou necrose tissular.

Como vimos anteriormente, as feridas ulcerativas


podem ter diferentes etiologias e, para
entendermos melhor as características presentes
em cada uma delas, você pode tomar como base o
quadro a seguir:
Neurotrófica Venosa Arterial Hipertensiva Pressão

Inspeção diária
Prevenção Elevação Controlar Controlar Alívio
Hidratação e das pernas hipertensão hipertensão, periódico
lubrificação da e diabetes diabetes e de pressão
pele Uso de obesidade
meias com Elevar a Proteção
Monitoramento média cabeceira da Reduzir fumo de
da com- cama proeminên
sensibilidade pressão cias ósseas
Evitar
Proteção na Caminhada traumatism
Atividade da s os
Vida Diária
(AVD) Exercícios
para
Uso de panturrilha
palmilhas e
calçados Evitar
adequados traumatism
os

Causas Microangiopatia Estase Arterioscler Pressão


venosa ose Hipertensão contínua
Falta de arterial
sensibi- lidade sistêmica
protetora

Severa
Dor Ausência de Moderada Muito severa Presente
dor Aumenta ou não
com a
elevação
das pernas

Neurotrófica Venosa Arterial Hipertensiva Pressão

Localização Superfície Maléolo Face Proeminências


mais plantar medial Perna pósterolátero ósseas
frequente
Terço distal Calcanhar distal da 7 locais
da perna perna clássicos:
Dorso do
pé e Sacral /
artelhos Trocanters /
Maléolos /
Calcâneos
Borda
circular

Outras Geralmente Borda Borda Muito dolorosa Variada com


característcas desenvolve irregular irregular acometimento
em áreas de da epiderme
Base Base e tecidos mais
alta pressão
vermelha pálida e profundos
plantar
fria
Pigmentação
Área da
perilesional Multifocal
úlcera é
quente e Edema
rosada Tendência
de ser
Pulsos necrótica
Pode ser presentes
superficial
ou profunda Pulsos
Eczema reduzidos
Pode ser ou
infecta- da ausentes
ou não
Cianose
Associadas
às Ausência
calosidades de pêlos

Quadro 1 – Características das lesões de acordo com


sua etiologia.
Fonte: Brasil (2002, p. 24).
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Assim, caro cursista, percebeu a diversidade de
classificação das feridas? Por isso, é fundamental
conhecer o aspecto de cada ferida com a finalidade
de classificá-la e identificar a melhor forma para
tratá-la.
Para entender as características e manifestações de
cada tipo de lesão, é fundamental estudar os
mecanismos que as originam. Vejamos a seguir:
Mecanismos das lesões

Úlceras venosas
Quando caminhamos, mudamos de posição ou
fazemos algum exercício físico que movimenta os
membros inferiores, o músculo da panturrilha se
contrai e comprime as veias mais profundas,
estimulando o fluxo sanguíneo em direção cefálica
(DEALEY, 2008). Assim, a chamada “bomba da
panturrilha” usa a contração dos músculos da perna
para bombear sangue no sentido das extremidades
para o coração, e as veias envolvidas neste
mecanismo possuem válvulas que garantem o fluxo
unidirecional.
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Figura 1 - Mecanismo da bomba da panturrilha.


Fonte:
<http://br.123rf.com/photo_14192059_desenho-
para-mostrar-a-a%C3%A7%C3%A3o-do-m
%C3%BAsculo-da-panturrilha-no-bombeamento-de-
sangue-do-membro-inferior.html>. Acesso em: 15
dez. 2017.
Descrição:
Desenho com três imagens. A primeira, do lado
esquerdo, apresenta a parte posterior da
panturrilha. Nela, uma seta mostra a veia profunda
e o músculo próximo a essa veia com o seguinte
texto: “Músculo da panturrilha age como uma
bomba para as veias profundas da perna”.
Na segunda imagem, há dois músculos relaxados e
entre eles uma veia profunda com duas válvulas
fechadas impedindo o contrafluxo do sangue. Na
terceira imagem, os mesmos músculos estão
contraídos, estreitando a metade da veia. Essa
ação faz com que em uma válvula haja fluxo
sanguíneo e na outra válvula haja um bloqueio da
chegada de mais sangue para essa região
comprimida.
[Fim de Descrição]
O funcionamento inadequado dessa bomba
muscular dificulta a circulação venosa e costuma
culminar em uma Insuficiência Venosa Crônica
(IVC) e suas complicações. A disfunção da bomba
muscular da panturrilha, associada ou não à
disfunção das válvulas que controlam o fluxo
sanguíneo, é responsável pela hipertensão venosa,
a qual leva a um acúmulo excessivo de líquido e
fibrinogênio no tecido subcutâneo, resultando em
edema, lipodermatosclerose1 e formação de feridas
(LIMA et al., 2002).
Na hipertensão venosa surge um baixo fluxo e
baixa perfusão nos capilares e acredita-se que isso
promoveria uma agregação de eritrócitos e
leucócitos nos capilares, ocasionando uma isquemia
local, ou seja, menor suprimento sanguíneo, de
oxigênio e de nutrientes para os tecidos próximos.
Mediante tais alterações, são liberadas citocinas,
enzimas proteolíticas e radicais livres pelos
leucócitos que acarretam danos aos vasos
(ALDUNATE et al., 2010).
No infográfico a seguir, observem um resumo
ilustrativo da fisiopatologia da formação de uma
úlcera venosa.
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Descrição: Uma seta horizontal com direção para


direita, de tom em degradê de azul para vermelho.
A seta aponta a uma Legenda “Lesão” na cor
vermelha. No decorrer da linha da seta, há
1
Pele com necrose gordurosa, presença de fibrose na pele e tecido subcutâneo, resultando
em endurecimento e acúmulo de hemossiderina (IRION, 2012, p. 105).
marcações com textos informacionais com a
seguinte ordem (da Esquerda para direita):
- Obstrução, válvulas incompetentes e perda de
função muscular;
- Bombeamento inadequado;
- Maior pressão e volume nas veias.
- Extravasamento de água e eletrólitos;
- Edema;
- Fibrionogênio intersticial, fibrina, Trombos
- Dermatite de estase, Menor suprimento de
nutrientes.
[Fim de Descrição]
Assim, é importante o reconhecimento da
fisiopatologia da úlcera para compreender melhor
como lidar com o estágio e o tratamento.
As pessoas com úlceras venosas (UV) costumam
ter antecedentes pessoais de trombose venosa
profunda, flebite e veias varicosas, o que nos
mostra a importância de realizar uma entrevista
detalhada no momento da visita ou atendimento na
UBS. Ao exame físico pode ser observado, no
membro afetado, pele de coloração marrom e de
temperatura morna ao toque, com veias varicosas
e eczema, e ao avaliar os níveis pressóricos dos
membros superiores e inferiores, identifica-se um
ITB menor que 0,9; existe também queixa de
edema que costuma piorar ao fim do dia (DEALEY,
2008).
As úlceras venosas, geralmente, são de espessura
completa, com bordas irregulares e leito de aspecto
vermelho brilhante devido ao bom fluxo arterial,
exceto quando a pessoa também apresenta
arteriopatia periférica (IRION, 2012).
Vejamos um exemplo:

Figura 2 Arteriopatia periférica


Fonte: Brasil (2002).
Descrição:
Imagem de um tornozelo esquerdo, com a parte
interna repousada sobre uma superfície branca e
acolchoada. Nessa região, há uma ferida com seu
entorno avermelhado.
[Fim da Descrição]
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Úlceras arteriais
Essas lesões surgem como resultado da inadequada
perfusão tecidual nos membros inferiores,
ocasionada por algum bloqueio no suprimento
arterial para essas extremidades.A causa mais
comum para essa redução de perfusão é a
arteriosclerose, na qual o acúmulo de placas de
gordura diminui a luz do vaso, com consequente
isquemia para o tecido circundante e,
consequentemente, necrose tecidual (DEALEY,
2008).
Pessoas com úlceras arteriais costumam
apresentar os seguintes sinais e sintomas ao
exa- me físico: dor intensa, principalmente ao
deambular, aliviada com repouso ou quando as
pernas ficam soltas na posição sentada; pernas
frias, com aparência lustrosa e sem pelos; a
coloração das pernas tende a esbranquiçar
quando elevadas e a ficar azulada quando
pendentes; pulsos pediais reduzidos ou
ausentes; unhas do pé grossas e opacas; ITB
menor que 0,9. Esse tipo de úlcera pode
aparecer em qualquer local da perna, sendo mais
frequentes nos artelhos, calcâneos ou região
lateral da perna, com aparência perfurante
podendo envolver comprometimento de tecidos
mais profundos (DEALEY, 2008).
Vejamos um exemplo:
Figura 3 - Úlcera arterial.
Fonte: Brasil (2002, p. 22).
Descrição:
Imagem focada de um ferimento pequeno e
redondo, com bordas mais externas
esbranquiçadas e as bordas mais internas
avermelhas e o centro amarelado. Há uma régua
de cor cinza medindo o ferimento. A marcação
começa em 1 cm e termina em 3cm. Na régua,
está grafado as siglas A.P.M.
[Fim da Descrição]
Feridas traumáticas e cirúrgicas
Esse tipo de lesão, inicialmente, não costuma ser
tratada no contexto da atenção primária, tendo em
vista que surge como consequência de acidentes e
outras situações que requerem cuidado agudo e,
portanto, são tratadas em serviços de urgência e
emergência. Entre estas estão as causadas por
acidentes com Projétil de Arma de Fogo (PAF),
picadas de animais peçonhentos, abrasões, fraturas
e queimaduras.
Essas últimas são feridas traumáticas causadas por
agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos
(CARTAXO et al., 2014).
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A Sociedade Brasileira de Queimaduras recomenda
que em caso de acidente envolvendo queimaduras,
primeiramente devemos extinguir a fonte de calor
e, em seguida, lavar o local atingido com água
corrente em temperatura ambiente, de preferência
por tempo suficiente até que a área queimada seja
resfriada. O atendimento específico às vítimas de
queimaduras deve acontecer no ambiente
hospitalar, por isso enquanto você realiza os
primeiros cuidados, outra pessoa deverá acionar o
Sistema Móvel de Atendimento a Urgências (SAMU
– 192) e o Corpo de Bombeiros, se necessário.
O cuidado às pessoas com queimaduras inclui o
tratamento da dor, hidratação, suporte nutricional,
desbridamento cirúrgico e medidas para prevenção
de infecção (IRION, 2012).
Saiba mais sobre o cuidado com queimaduras em:
http://sbqueimaduras.org.br/queimaduras-
conceito-e-causas/ primeiros-socorros-e-cuidados/

Existem ainda aquelas lesões intencionais,


produzidas durante o ato cirúrgico, por exemplo,
para remoção de um tecido, órgão, corpo estranho
ou correção de complicações de variadas
patologias.
Vejamos um exemplo:
Figura 4 - Feridas traumáticas e cirúrgicas.
Fonte:
<http://www.scielo.br/img/revistas/rcbc/v44n1//0
100-6991-rcbc-44-01-00081-gf4.gif>. Acesso em: 15
dez. 2017.
Descrição:
Imagem vista de cima do membro inferior
esquerdo, do joelho até o pé. Esse membro está
apoiado em uma superfície branca e acolchoada.
Sobre a perna e o pé, há fixadores externos.
[Fim da Descrição]
Página 11
Nesses casos, a primeira abordagem também
acontece no ambiente hospitalar, onde podem ser
feitas suturas e curativos. Caso o indivíduo receba
alta e retorne à sua casa ainda portando tal lesão, a
atenção dada pelas equipes das UBS – com ou sem
ESF – se faz fundamental, especialmente quando
apresenta retardo no processo cicatricial,
evidenciado por sinais de infecção e deiscência de
pontos. O profissional precisa estar atento a tais
alterações durante o exame físico e avaliar se em
sua unidade existem os materiais necessários para
tal tratamento.
Úlceras neuropáticas
As úlceras neuropáticas aparecem em locais de
sustentação de peso e cisalhamento, como as faces
dorsal, medial e lateral do pé e os artelhos.
Possuem aspecto redondo ou elíptico e, quando
presentes, estão associadas a algumas alterações
no exame físico, como perda de sensibilidade de
proteção, reflexos, percepção vibratória e
propriocepção. A neuropatia causada pelo Diabetes
Melito (DM) afeta nervos sensoriais, motores e
autônomos. Quando os neurônios sensoriais são
lesionados, surge a sensação de queimadura e
desconforto crô- nico no pé. Danos nos neurônios
motores geram anormalidades biomecânicas que
geram compressão e cisalhamento nos metatarsos
e proeminências ósseas, aumentando o risco de
lesão nessas áreas. O comprometimento do
sistema nervoso autônomo provoca perda do
controle dos vasos sanguíneos no pé e reduz a
capacidade de transpiração, por isso a pele se
torna seca e descamativa. Como o indivíduo
apresenta menor percepção sensorial, essas áreas
se tornam propensas ao surgimento de lesões
(IRION, 2012).
Com isso, vemos que o mecanismo de surgimento
dessas úlceras não é vascular, mas sim mecânico
(DEALEY, 2008). O conjunto de manifestações do
chamado “pé diabético” será detalhado na Unidade
3, na aula sobre Abordagem ao usuário com lesões
nos membros inferiores. Destaca-se também que
as feridas classificadas como ulcerativas e
ocasionadas por pressão não serão detalhadas
aqui, pois serão abordadas no conteúdo da próxima
aula.
Vejamos um exemplo:

Figura 5 - Úlcera neuropática.


Fonte: <http://endocrinologiaelsalvador.com/wp-
content/ uploads/2011/12/caso32.jpg>. Acesso em
15 dez. 2017.
Descrição:
Imagem da planta de um pé direito mostrada de
frente. Próximo aos dedos do pé, há uma ferida de
aspecto redondo com bordas grossas, amarelas e
ressecada, no centro a pele está com a cor
avermelhada.
[Fim da Descrição]
Página 12
Portanto, caros cursistas, estamos finalizando a
primeira aula da segunda unidade deste módulo, no
qual conhecemos mais sobre os diferentes aspectos
a serem levados em consideração para classificar
lesões. Esses conhecimentos são importantes para
os profissionais de saúde adotarem procedimentos
adequados no tocante ao tratamento das lesões.
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Aula 2: Lesões por pressão: um mundo a
desbravar
Prezados, iremos dar início a mais uma aula do
segundo módulo deste curso. Nesta aula,
versaremos sobre as lesões por pressão. Vamos
conhecer um pouco mais desse universo e
relembrar nossa situação-problema?
A atuação da ESF envolve um cuidado que vai
extrapolar os muros de uma unidade de saúde e
chega até o local onde vivem os usuários do
Sistema Único de Saúde. Na situação problema
deste módulo, estamos acompanhando a história
de duas pessoas que apresentam diferentes lesões.
Um deles, o Sr.Crispiniano, encontra-se acamado
devido ao agravamento de sua condição de saúde
e, nesse ínterim, acabou por desenvolver uma
lesão ou úlcera por pressão.
E o que é ulcera por pressão? Úlcera por pressão
consiste em “lesão localizada na pele e/ou tecido
subjacente, normalmente sobre uma proeminência
óssea, que surge como resulta- do da pressão ou
de uma combinação entre esta e forças de torção”
(NPUAP, 2014, p. 12). Tais lesões também podem
aparecer em decorrência do uso de dispositivos,
como sondas, sistema de drenagem, cateteres e
equipos, por exemplo. A tolerância do tecido mole à
pressão e ao cisalhamento pode também ser
afetada por microclima, nutrição, perfusão,
comorbidades e por sua condição (NPUAP, 2016).
Veja, a seguir, a pressão exercida sobre a pele e o
surgimento de lesão por pressão.
Figura 6 - Úlcera de pressão.
Descrição: Três imagens que demonstram a
pressão sob a pele. A pressão está sendo
representada por uma seta vermelha. Na primeira,
a pressão ocorre de cima para baixo, deixando a
pela em forma côncava; na segunda, a pressão
ocorre lateralmente da esquerda para direita,
deixando a pele ligeiramente inclinada; e na
terceira, a pressão ocorre diagonalmente, de cima
para baixo e da esquerda para direita, deixando a
pela com uma concavidade e mais inclinada.
[Fim de Descrição]
Página 14
Atenção!
Importante observar: se, além da pressão/forças de
deslizamento existe também umidade no tecido, a
lesão tanto pode ser uma úlcera de pressão, como
lesão por umidade (lesão combinada), algo que pode
ser visto, por exemplo, em pessoas acamadas com
uso de fraldas geriátricas. Nesses casos, a umidade
proporcionada pelas eliminações urinárias e/ou
intestinais retidas na fralda fragiliza a pele do
indivíduo em uma área que já se encontra sob
pressão por ter proeminências ósseas e pelo
posicionamento prolongado. É importante ter
cuidado também com o uso de sondas e drenos,
pois, a depender do local onde se encontrem entre a
pessoa e a superfície da cama, também podem
ocasionar o surgimento de feridas.

Em idosos hospitalizados, por exemplo, o uso de


fraldas é considerado um dos responsáveis pelo
surgimento de agravos dermatológicos e pela
exacerbação dos episódios de incontinência
urinária. Em qualquer ambiente de cuidado, o uso
prolongado de fraldas acaba deixando a pele
úmida, bem como “diminui a resistência da pele,
sendo um fator contribuinte para o surgimento das
úlceras por pressão, especialmente para aqueles
idosos restritos ao leito e com mobilidade física
prejudicada” (ALVES et al., 2016, p. 207).
Embora tal situação aumente as chances de se
desenvolver lesões, é importante deixar claro que
úlcera por pressão não é sinônimo de Dermatite
Associada à Incontinência (DAI), posto que essa
pode ser caracterizada pela presença de eritema e
edema na superfície da pele, por vezes, em
conjunto com bolhas de exsudato seroso, erosão ou
infecção cutânea secundária (ALVES et al., 2016).
Caros cursistas, até aqui estamos nos reportando
às Úlceras por Pressão (UPP), no entanto, no ano
de 2016, o termo “úlcera” foi substituído por
“lesão” e sua classificação em estágios também
passou por algumas mudanças, elaboradas pelo
National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP).
Para o NPUAP, a expressão “lesão” descreve de
forma mais precisa esse acometimento, pois se
aplica tanto para a pele intacta como para a pele
ulcerada. Na nova proposta, na nomenclatura dos
estágios, passam a ser empregados algarismos
arábicos ao invés dos romanos (NPUAP, 2016). A
sigla ficou conhecida como LPP (Lesão por
Pressão).
Página 15

Saiba mais sobre a mudança de terminologia


para úlcera por pressão nos links a seguir:
<http://www.segurancadopaciente.com.br/notici
a/ muda-terminologia-para-ulcera-por-pressao-
confira/>
<http://www.sobest.org.br/textod/35>
A National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP)
anunciou a mudança de terminologia de úlcera de
pressão para lesão por pressão e atualizou a
classificação por estágios, veja no link a seguir:
<http://www.npuap.org/national-pressure-ulcer-
advisory-panel- npuap-announces-a-change-in-
terminology-from-pressure-ulcer- to-pressure-
injury-and-updates-the-stages-of-pressure-
injury/>

Assim, considerada a definição exposta, percebemos


que algumas áreas se encontram mais susceptíveis
ao desenvolvimento desse tipo de lesões. A figura a
seguir destaca os pontos do nosso corpo que sofrem
mais pressão quando nos encontramos na posição
dorsal, observem:
Figura 7 - 1. Região occiptal; 2. Região escapular;
3. Face posterior do cotovelo; 4. Região Sacral; 5.
Região trocantérica; 6. Calcâneo.
Fonte: NPUAP (2016).
Descrição:
Figura com uma imagem azul representando o
corpo humano deitado em posição dorsal, na região
do quadril a imagem se divide em duas, onde uma
parte superior do corpo fica deitada e a outra
elevada em um ângulo de 45 graus. Ao longo da
figura estão distribuídos números. Com exceção do
número 3, que só está na figura deita, a
numeração está na mesma localização tanto para
figura deitada como para inclinada. O número 1 na
cabeça, 2 no ombro, 3 no cotovelo, 4 no cóccix, 5
nos glúteos e 6 no tornozelo.
[Fim da Descrição]
Página 16
A NPUAP classifica as LPP da forma a seguir.
Lesão por Pressão Estágio 1: pele íntegra com eritema
não branqueável
Pele intacta com uma área localizada de eritema não
branqueável, sendo que, em pessoas de pele mais
escura, a aparência desta alteração pode ser um
pouco diferente. A presença de eritema branqueável
ou alterações na sensação, temperatura ou
consistência podem surgir antes de mudanças visuais.
As mudanças de cor não incluem a descoloração roxa
ou marrom, as quais podem indicar LPP em tecidos
profundos.

Figura 8 - Estágio 1
Fonte: NPUAP (2016).
Descrição:
Imagem tridimensional de um cubo com as seis
camadas da pele. Na base da figura, uma camada
branca com pontos cinzas, a camada a seguir é
vermelha com listras variando entre tons escuros e
claros. A terceira camada é amarela. A quarta é de
tom rosado e maior em espessura que todas as
outras, possuí a raiz de um pelo que ultrapassa as
próximas camadas e chega a superfície. A
penúltima é cinza claro, fina e sua fronteira com a
camada anterior tem forma ondulada. Por último, a
camada superficial é a mais fina e de cor parda.
[Fim da Descrição]
Lesão por Pressão Estágio 2: perda de espessura
parcial da pele com exposição da derme
Perda parcial da espessura da pele com derme
exposta (Figura 4). O leito da ferida é viável, rosa ou
vermelho, úmido, e também pode se apresentar como
uma flictena com exsudato seroso intacto ou rompido.
Nesta lesão, o tecido adiposo (gordura) e os tecidos
mais profundos não estão visíveis. O tecido de
granulação, esfacelo, e a escara também não estão
presentes.

Figura 9 - Estágio 2
Fonte: NPUAP (2016).
Descrição:
Imagem tridimensional das camadas da pele em
formato de um cubo. Há uma ferida, que envolve
as três últimas camadas superiores, com a borda
vermelha escura e a parte mais interna vermelho
claro.
[Fim da Descrição]
Lesão por Pressão Estágio 3: perda total da espessura
da pele
Possui perda total da espessura da pele na qual o
tecido adiposo (gordura) é visível na úlcera. O tecido
de granulação e a borda despregada da lesão estão
frequentemente presentes. Pode haver tecido
necrótico visível, com profundidade do prejuízo
tecidual variável, sendo que áreas de adiposidade
significativa podem desenvolver feridas profundas.
Descolamento e tunelização no leito da lesão também
podem ocorrer. Fáscia, músculo, tendões, ligamentos,
cartilagem e/ou osso não estão expostos. Se o
esfacelo ou escara cobrirem a extensão da perda
tecidual, tem-se uma LPP não estadiável.

Figura 10 - Estágio 3
Fonte: NPUAP (2016).
Descrição:
Imagem tridimensional das camadas da pele em
formato de um cubo. Agora, a ferida está mais
funda, avançando até a camada amarela, possui
borda vermelha e manchas escurecidas na parte
mais superficial.
[Fim da Descrição]
Página 17
Lesão por Pressão Estágio 4: perda total da espessura
da pele e perda tissular
Como o nome já explicita, aqui existe perda total da
espessura da pele e exposição de tecidos, como
fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou
osso. Esfacelo e/ou necrose podem ser visíveis.
Bordas despregadas, descolamentos e/ou tunelização
ocorrem frequentemente. A profundidade pode
variar conforme a localização anatômica. Se o
esfacelo ou escara cobrirem a extensão da perda
tecidual, ocorreu uma LPP não estadiável.

Figura 11 - Estágio 4
Fonte: NPUAP (2016).
Descrição:
Imagem tridimensional das camadas da pele em
formato de um cubo. A ferida avança até a camada
vermelha com listras, possui borda vermelha e
amarela, além de manchas escurecidas e
aprofundamento mais severo da estrutura. Na
superfície, a cor parda da camada está escurecida.
[Fim da Descrição]
Lesão por Pressão não Estadiável: perda da pele em
sua espessura total e perda tissular não visível
Quando há perda total da espessura da pele e tecido
em que não é possível ver a extensão do dano
tecidual no interior da úlcera por estar coberto por
esfacelo ou necrose. Nesses casos, quando o tecido
desvitalizado é removido, a LPP pode ser classificada
como estágio 3 ou 4.
Figura 12 - Pressão não Estadiável.
Fonte: NPUAP (2016).
Descrição:
Imagem tridimensional das camadas da pele em
formato de um cubo. A ferida apresenta cor preta e
branca nas camadas superiores, sem bordas
definidas, o restante da ferida é vermelho escuro e
se estende até a camada vermelha com listras,
com aprofundamento severo da estrutura.
[Fim da Descrição]
Lesão por Pressão Tissular Profunda: descoloração
vermelho escura, marrom ou púrpura, persistente e
que não embranquece.
Pele intacta ou não intacta com área localizada de
vermelho escuro persistente não branqueável,
descoloração marrom ou roxa ou separação da
epiderme revelando um leito da ferida escuro ou com
flictena de sangue.

Figura 13 - Pressão Tissular Profunda.


Fonte: NPUAP (2016).
Descrição:
Imagem tridimensional de um cubo com as
camadas da pele. Há uma mancha de cor roxa que
atinge todas as camadas.
[Fim da Descrição]
Página 18
No atual consenso da NPUAP, foram adicionadas
também outras duas definições que contemplam as
LPP relacionadas ao Dispositivo Médico e às LPP em
Membrana Mucosa. Essa primeira categoria trata
daquelas lesões que surgem, por exemplo, quando
um dreno ou uma sonda se encontra entre a pele
do usuário e a superfície da cama, deixando uma
marca no formato do dispositivo que a provocou.
Ao avaliar uma lesão como essa, você deverá
aplicar o sistema de estadiamento que
descrevemos há pouco.
A LPP em membrana mucosa também envolve a
utilização de dispositivos médicos, porém se refere
às alterações causadas diretamente em regiões
como boca, nariz, meato uretral, as quais são
recobertas por mucosa e que, devido à anatomia
do tecido, essas lesões não podem ser estadiadas
como as anteriores (MORAES et al., 2016; NPUAP,
2016).
As figuras apresentadas nos dão uma ideia da
profundidade e dos tecidos comprometidos em
lesões que se encontram em diferentes estágios.
Elas causam dor e sofrimento nas pessoas
acometidas por esse agravo e podem aparecer
como consequência de diversas situações de saúde
pela influência de alguns fatores intrínsecos, como:
mobilidade reduzida ou imobilidade devido a
internações prolongadas ou lesões causadas por
quedas; deficiência sensorial; doenças graves;
alteração do nível de consciência; extremos de
idade; história prévia de LPP; doença vascular;
desnutrição e desidratação.
Quanto aos fatores extrínsecos, podemos citar o
cisalhamento, a fricção e a pressão do corpo sobre
a superfície da cama. Existem ainda aqueles fatores
que, quando presentes, aumentam as chances de
desenvolver lesões, tais como a umidade da pele –
especialmente na região sacral para indivíduos em
uso de fraldas geriátricas – e o uso de
medicamentos que interferem no processo
cicatricial (REBRAENSP, 2013).
Sobre esse último aspecto, é importante destacar
que medicamentos interferem nesse processo para
que seu uso seja feito com maior cautela entre
usuários que estão se recuperando de LPP (para
revisar, veja o conteúdo da Unidade 1 deste
módulo).

A ocorrência das LPP é tão significativa que


atualmente sua prevenção se configura como
uma das estratégias para a Segurança do
Paciente adotadas em instituições no mundo
inteiro. Acesse:
<http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pd
f/2014/julho/03/ PROTOCOLO-ULCERA-POR-
PRESS--O.pdf>.
Assista também ao vídeo produzido pelo
Proqualis sobre prevenção de úlceras por
pressão:
<https://www.youtube.com/watch?
v=4ZA37WcCNSQ>.

Página 19
Assim, caros cursistas, diante de todos os prejuízos
que a ocorrência das LPP pode acarretar à saúde
dos usuários acometidos, para a vida de seus
familiares e/ou cuidadores, além do impacto
econômico para os serviços de saúde, devem ser
reforçadas as recomendações para prevenção
desse evento adverso, que incluem: avaliar a pele
do indivíduo usando conhecimentos semiológicos
e/ou com auxílio de escalas; estimular a
alimentação saudável e ingestão hídrica; proteger a
pele de cisalhamento, umidade, ressecamento,
fricção e pressão de dispositivos; manter a pele
limpa e hidratada; recomendar o uso de colchões
adequados; proteger proeminências ósseas;
promover ou orientar as outras pessoas da
residência a realizarem mudanças de posição na
pessoa com lesões (preferencialmente a cada duas
horas); participar de ações de educação
permanente e promover ações de educação em
saúde envolvendo o público leigo; adotar
protocolos para avaliação de risco, com estratégias
de prevenção e tratamento.
Saiba Mais
Aspectos para prevenção de Lesões por
Pressão:
<http://www.npuap.org/wp-
content/uploads/2016/04/Pressure- Injury-
Prevention-Points-2016.pdf>

Portanto, após assistir aos vídeos e fazer a leitura


dos materiais complementares, é possível perceber
a importância da prevenção das lesões por pressão,
objetivando promover a saúde e evitar prejuízos
aos pacientes.
A seguir, apresentaremos a Escala de Braden para
adultos, a qual é utilizada para identificar o risco do
paciente em desenvolver úlcera por pressão. Para
tanto, segue a descrição de algumas etapas.
Página 20 e 21
Escala de Braden

1 ponto 2 pontos 3 pontos 4 pontos

Percepção Completamente Muito Levemente Nenhuma


sensorial: limitado: não limitado: limitado: limitação:
Habilidade de responde a responde responde aos responde aos
responder estímulo somente a comandos verbais, comandos verbais.
significativamente doloroso (não estímulos porém nem Não tem
à pressão geme, não se dolorosos; sempre consegue problemas
relacionada com esquiva ou não consegue comunicar o sensoriais que
o desconforto. agarra-se), comunicar o desconforto ou a poderiam limitar a
devido à desconforto a necessidade de capacidade de
diminuição do não ser por ser mudado de sentir ou
nível de gemidos ou posição. Ou tem verbalizar dor ou
consciência ou inquietação, algum problema desconforto.
sedação, ou ou tem um sensorial que
devido à limitação problema limita a sua
da habilidade de sensorial que capacidade de
sentir dor na limita a sentir dou ou
maior parte da habilidade de desconforto em
superfície sentir dor ou uma ou duas
corporal. desconforto extremidades.
em mais da
metade do
corpo.

Umidade: grau Constantemente Muito Ocasionalmente Raramente


ao qual a pele úmida: a pele é úmida: a úmida: a pele úmida: a pele
está exposta à mantida úmida/ pele está está geralmente está
umidade. molhada quase muitas vezes, ocasionalmente, seca; a roupa de
constantemente mas nem durante o dia, cama só é trocada
por suor, urina sempre úmida/molhada, nos horários de
etc.; a umidade é úmida/ necessitando de rotina.
percebida cada molhada, e a troca de roupa de
vez que o roupa de cama uma vez por
paciente é cama precisa dia
movimentado ou ser trocada aproximadamente.
posicionado. pelo menos
uma vez
durante o
plantão.
Atividade física: Acamado: Restrito à Caminha Caminha
grau de atividade mantém-se cadeira: a ocasionalmente: frequentemente:
sempre no leito. habilidade de caminha fora do
física. caminhar está caminha quarto pelo menos
severamente ocasionalmente duas vezes por dia
limitada ou durante o dia, e dentro do quarto
inexistente. porém, por pelo menos a cada
Não aguenta distâncias bem duas horas durante
o próprio curtas, com ou as horas que está
peso e/ou sem assistência. acordado.
precisa ser Passa a maior
ajudado para parte do tempo
sentar-se na na cama ou
cadeira ou cadeira.
cadeira de
roda.

Mobilidade: Completamente Muito Levemente Nenhuma


Habilidade de imobilizado: não limitado: faz limitado: faz limitação: faz
mudar e faz nenhum pequenas mudanças mudanças grandes
controlar as movimento do mudanças frequentes, e frequentes na
posições corpo por menor ocasionais na embora pequenas, posição sem
corporais. que seja ou das posição do na posição do assistência.
extremidades corpo ou das corpo ou das
sem ajuda. extremidades, extremidades,
no entanto é sem ajuda.
incapaz de
fazer
mudanças
frequentes ou
significantes
sem ajuda.
Escala de Braden

1 ponto 2 pontos 3 pontos 4 pontos

Nutrição: Muito pobre: Provavelmente Adequado: Excelente: come a


padrão usual de nunca come inadequado: come mais da maior parte de cada
ingestão toda a refeição. raramente faz metade da refeição. Nunca
alimentar. É raro quando uma refeição maior parte das recusa a
come mais de completa e refeições. alimentação. Come
1/3 da comida geralmente Ingere um total geralmente um total
oferecida. Come come somente de 4 porções de de 4 ou mais
2 porções ou metade de proteína (carne, porções de carne e
menos de qualquer derivados do derivados do leite.
proteína por alimento leite) por dia. De vez em quando,
dia. Toma pouco oferecido. A Ocasionalmente come entre as
líquido. Não ingestão de recusa uma refeições. Não
toma nenhum proteína inclui refeição, mas necessita de
suplemento somente 3 usualmente irá suplemento
dietético porções de tomar um alimentar.
líquido. Está carne ou suplemento
em jejum ou derivados de dietético
mantido em leite. De vez em oferecido. Ou
dieta de líquidos quando, toma está recebendo
claros ou um suplemento dieta por sonda
hidratação EV alimentar. Ou ou Nutrição
por mais de 5 recebe menos Parenteral Total,
dias. do que a que
quantidade ideal provavelmente
de dieta líquida atende à maior
ou alimentação parte das suas
por sonda. necessidades
nutricionais.
Fricção e Problema: Potencial para Nenhum
cisalhamento necessita de problema: problema
assistência movimenta-se aparente:
moderada ou livremente ou movimenta-se
assistência necessita de de forma
máxima para uma assistência independente
mover-se. É mínima. na cama ou
impossível Durante o cadeira e tem
levantar-se movimento, a força muscular
completamente pele suficiente para
sem esfregar-se provavelmente levantar o
contra os esfrega-se em corpo
lençóis. alguma completamente
Escorrega extensão contra durante o
frequentemente lençóis, movimento.
na cama ou cadeiras, Mantém, o
cadeira, restrições ou tempo todo,
necessitando outros uma boa
Assistência equipamentos. posição na cama
máxima para Na maior parte ou cadeira.
frequente do tempo,
reposição do mantém
corpo. relativamente
Espasmos e uma boa
contrações posição na
levam a uma cadeira ou na
fricção cama, porém,
constante. de vez em
quando,
escorrega para
baixo.

Total de
pontos

Quadro 2 – Escala de Braden para adultos.


Fonte:
<http://www.scielo.br/img/revistas/rbti/v22n2/
a12anx03.gif>. Acesso em: 15 dez. 2017.
Página 22
Portanto, após conhecer a Escala de Branden,
podemos observar que, quanto menor for a
pontuação (escore), maior será o risco de
desenvolvimento de úlcera por pressão.
Prezados, estamos finalizando a Aula 2 e também
mais uma unidade de estudos deste curso, em que
conhecemos mais acerca das lesões por pressão.

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