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Bruna Cassimiro Batista

Resumo da aula 1
Morfologia e citologia bacteriana
Quanto a característica, toda bactéria é um ser unicelular. Mas não é só isso. As
bactérias também são seres procariotos, ou seja, não possuem núcleo definido
por membrana (carioteca), possuem um único cromossomo – algumas possuem
mais de um, embora raro. Outra característica de um ser procarioto é que não
há organelas revestidas por membrana, como mitocôndria, complexo de golgi
etc. Possuem parede celular, formadas por uma molécula chamada
peptídeoglicano, sendo complexa, mas, por outro lado, seu modo de reprodução
é extremamente simples – uma reprodução assexuada por fissão binária ou
cissiparidade.
Só para fazer um paralelo: o que é um ser eucarioto? A principal diferença é que
possui um núcleo definido por membrana, múltiplos cromossomos, diversas
organelas citoplasmáticas, uma parede celular quimicamente simples e a
reprodução por mitose ou meiose – uma forma muito mais complexa.
A bactéria é um ser microscópico, possuindo um tamanho de 0,2 a 0,4
micrômetros em diâmetro e 1 a 10 em comprimento. Em relação a morfologia,
podemos classificá-las de duas maneiras: monomórficas (possui uma única
forma durante toda sua vida) e pleomórfica (ela pode mudar de forma durante
sua vida, em resposta a condições ambientais, mas para que ela possa mudar a
forma isso deve estar em seu genoma), mas em sua maioria são monomórficas.
Podem assumir as formas:
• Esféricas (cocos);
• Cilíndricas (bacilos);
• Espiraladas (vibriões, espirilos e espiroqueta).

No caso das formas espiraladas, o vibrião é uma célula curva que parece uma
vírgula, o espirilo é uma célula alongada que geralmente possui uma torção (uma
onda); já a espiroqueta possui várias ondas.
Existem bactérias em forma de estrela, quadradas, mas as descritas acima são
as mais encontradas. Outra característica importante é o que chamamos de
arranjo, e é uma das características utilizadas para identificar uma espécie
bacteriana. O arranjo está ligado a forma e tem tudo a ver com a divisão celular
– as bactérias se dividem em planos, podendo se dividir só na vertical, horizontal,
vertical-horizontal, tridimensional e em planos aleatórios.
O arranjo é a maneira que a bactéria se apresenta após a divisão celular. A forma
que mais se arranja, dentro todos, são os cocos.

Arranjo cocos:
• Diplococos;
• Estreptococos (estrepto: fileira ou cadeia);
• Tétrade (de quatro em quatro, em dois planos);
• Sarcinas (tridimensional, formada em cubo);
• Estafilococos (forma em cachos ou grupamentos).
Arranjo bacilos (arranjam-se menos, pois não gostam de ficar juntos; só se
dividem em um único plano, ou vertical ou horizontal):
• Diplobacilos (de dois em dois);
• Estreptobacilos (em um único plano, vários em fileira ou cadeia);
• Cocobacilos (não é um coco perfeito, mas não é alongado; parecido uma
elipse).
Estrutura da célula bacteriana
As estruturas são divididas em estruturas essenciais, que as bactérias precisam
ter, e estruturas acessórias (nem todas as bactérias tem, mas nem por isso
deixam de ser bactérias). Geralmente as que possuem estruturas acessórias
possuem vantagens em relação as que não tem – as que possuem todas as
estruturas acessórias chamamos de superbactérias.
Estruturas essenciais – a maioria absoluta das bactérias possuem:
1. Parede celular
2. Membrana citoplasmática
3. Mesossomo
4. Citoplasma
5. Ribossomo
6. Nucleóide
Estruturas acessórias:
1. Plasmídeos
2. Inclusões citoplasmáticas
3. Endosporo
4. Glicocálice ou cápsula
5. Flagelo
6. Filamento Axial
7. Fímbrias
8. Pili
Estruturas essenciais:
Parede celular
A parede celular da bactéria é bem complexa. É uma estrutura que dá uma
rigidez estrutural e confere forma. Além disso, é uma barreira física contra o
ambiente externo, permitindo-a viver em vários tipos de ambientes. É formada
por uma unidade fundamental, sendo a molécula base o peptídeoglicano. Esse
peptídeoglicano é uma macromolécula formada por uma parte proteica e outra
parte de açúcar. Essa parte glicana é formada por um dissacarídeo – dois
açúcares. A primeira parte é a n-acetilglucosamina, chamada de NAG, e o outro
açúcar é o que chamamos de ácido n-acetilmurâmico, conhecido por NAM. A
parte proteica é uma cadeira tetrapeptídica, formada por quatro aminoácidos (L-
alanina, d-ácido glutâmico, aa3, d-alanina).
O peptídeoglicano é uma molécula formada por várias camadas – ou seja, essa
estrutura vai se juntando a outras. A cadeia tetra peptídicas é o que vai ligando
os açúcares, formando as camadas ao redor da bactéria, dando a forma que ela
tiver que ter.
Hans Christian Gram desenvolveu uma coloração chamada de coloração de
Gram. Com essa coloração ele conseguiu dividir praticamente todas as bactérias
que existem em dois grupos – Gram-positivas e Gram-negativas. Com o avanço
da tecnologia, percebeu-se que as bactérias possuem outras estruturas na
parede celular, o que explica a diferença entre as colorações.
Parede celular Gram-positiva
Possui uma espessa camada de peptídeoglicano, sendo cerca de 80%, tendo
proteínas extruturas, que ajuda a compor sua forma e, além disso, tem duas
outras moléculas: ácido teicóico e ácido lipoteicóico. A função deles é a mesma,
a única diferença é onde se fixam. Ac. teicóico se insere no meio do
peptideoglicano e se projeta para fora e o ácido lipoteicóico se insere na
bicamada lipídica, atravessa todo o peptídeoglicano, e fica em contato com o
ambiente. A função dessas estruturas é aderência.
As bactérias são seres extracelulares, seres de vida livre, não são parasitas;
vivem sobre as células, nas superfícies. Estão sempre aderidas. Então elas tem
várias estruturas e produtos que a ajudam nisso. Então, para as gram-positivos
o ácido teicóico e ácido lipoteicóico são os especialistas na adesão, permitindo
que tais bactérias possam multiplicar e colonizar um local.

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