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Marta Lígia Valentim

(Org.)

Atuação profissional
na área de informação
Marta Lígia Valentim Atuação profissional na área de
informação apresenta a opinião de
(Org.) diferentes autores sobre o tema.
O livro é composto por dez capítulos
temáticos, e cada um deles foi
desenvolvido de forma autônoma,
o que não impediu, no entanto,
uma profunda relação entre os

Atuação profissional
diferentes enfoques.
Os capítulos do livro são:

• Bases epistemológicas del

na área de informação ejercicio profesional


Francisco ]avier García Marco

• O mundo do trabalho na sociedade


do conhecimento e os paradoxos
das profissões da informação
Miriam Vieira da Cunha e
Helena Maria Tarchi Crivellari

• Ética profissional na área de


Ciência da Informação
Marta Lígia Pomim Valentim

• Informação pública: conceito e


espaços
Oswaldo Francisco de Almeida
Júnior

• O impacto tecnológico no
exercício profissional em Ciência
da Informação: o bibliotecário
José Fernando Modesto da Silva
Mn rla Lígia Pomim Valentim
(Org.)

A�rUAÇÃO PROFISSIONAL
/\ ÁREA DE INFORMAÇÃO

editora polis
2004
Copyright © 2004 dos autores
Foto da capa: Biblioteca pública ele informação
Sumário
do Centro Georges Pompiclou
Preparação de texto: Aluysio Fávaro
Editoração eletrônica: Editora Polis

Ficha catalográfica
898 Atuação profissional na área de informação. Marta Lígia
Pomim Valentim (Org.) - São Paulo: Polis, 2004.
191 p. (Coleção Palavra-Chave 14)

ISBN: 85-7228-018-9
Apresentação 7

l. Atuação Profissional. 2. Formação em Ciência da I nforma­


ção. 3. Profissional da I nformação. 4. Formação Bibliotecária. Capítulo 1 39
1. Garcia Marco, Francisco Javier. li. Cunha, Miriam V ieira da; Bases epistemológicas del ejercicio profesional
Crivellari, Helena Maria Tarchi. Ili. V alentim, Marta Lígia Po­ Francisco Javier García Marco
mim. IV. Almeida Júnior, Oswaldo Francisco de. V. Silva, José
Fernando Modesto da. VI. Moreira González, José Antonio; Ttjada
Artigas, Carlos Miguel. VII . Fernández Molina, Juan Carlos. Capítulo 2 41
VIII. Menou, Michel J.; Mchombu, Kingo. IX. Rodrigues, Mara O mundo do trabalho na sociedade do conhecimento
Eliane Fonseca. X. Título.
e os paradoxos das profissões da informação
COO: 020 Miriam Vieira da Cunha e
021.2 Helena Maria Tarchi Crivellari
CDU: 02
021
Capítulo 3 55
Ética profissional na área de Ciência da Informação
Marta Lígia Pomim Valentim

Capítulo 4 71
Informação p ública: conceitos e espaços
Oswaldo Francisco de Almeida Júnior
Direitos reservados pela
EDITORA POLIS LTDA. Capítulo 5 83
Rua Caramuru, 1196 - Saúde - 04138-002 - São Paulo - SP O impacto tecnológico no exercício profissional
e-mail: polis@cclitorapolis.com.br
em Ciência da Informação: o bibliotecário
te!.: (11) 5594-7687
tel./fax: (11) 275-7586 José Fernando Modesto da Silva
Copyright © 2004 dos autores
Foto da capa: Biblioteca pública de informação
Sumário
do Centro Georges Pompidou
Preparação de texto: Aluysio Fávaro
Editoração eletrônica: Editora Polis

Ficha catalográfica
898 Atuação profissional na área de informação. Marta Ligia
Pomim Valentim (Org.) - São Paulo: Polis, 2004.
191 p. (Coleção Palavra-Chave 14)

ISBN: 85-7228-018-9
Apresentação 7
1. Atuação Profissional. 2. Formação em Ciência da Informa­
ção. 3. Profissional da Informação. 4. Formação Bibliotecária. Capítulo 1 39
1. Garcia Marco, Francisco Javier. li. Cunha, Miriam V ieira da; Bases epistemológicas del ejercicio profesional
Crivellari, Helena Maria Tarchi. lll. Valentim, Marta Lígia Po­ Francisco Javier García Marco
mim. IV.Almeida Júnior, Oswaldo Francisco de. V. Silva, José
Fernando Modesto da. VI. Moreira González, José Antonio; Trjada
Artigas, Carlos Miguel. VII. Fernández Molina, Juan Carlos. Capítulo 2 41
Vlll. Menou, Michel J.; Mchombu, Kingo. IX. Rodrigues, Mara O mundo do trabalho na sociedade do conhecimento
Eliane Fonseca. X. Título.
e os paradoxos das profissões da informação
COO: 020 Miriam Vieira da Cunha e
021.2 Helena Maria Tarchi Crivellari
CDU: 02
021
Capítulo 3 55
Ética profissional na área de Ciência da Informação
Marta Lígia Pomim Valentim

Capítulo 4 71
Informação pública: conceitos e espaços
Oswaldo Francisco de Almeida Júnior
Direitos reservados pela
EDITORA POLIS LTDA. Capítulo 5 83
Rua Caramuru, 1196 - Saúde - 04138-002 - São P aulo - SP O impacto tecnológico no exercício profissional
e-mail: polis@cditorapolis.com.br
em Ciência da Informação: o bibliotecário
te!.: (11) 5594-7687
tel./fax: (11) 275-7586 José Fernando Modesto da Silva
Capítulo 6 97
Competencias profesionales en el área de la
Apresentação
Ciencia de la Información
José Antonio Moreira González e
Carlos Tcjada

Capítulo 7 111
Los aspectos jurídicos en ejercicio profesional
en la Ciencia de la Información
Juan Carlos Fernández Molina

Capítulo 8 129 Abordar o tema "Atuação Profissional na Área de Informação"


Os Profissionais da Informação em é fundamental, primeiramente porque o profissional tem múltiplos
comunidades desfavorecidas espaços de atuação, além disso, as competências e habilidades adqui­
Michel J. Menou e ridas no decorrer da formação, nem sempre dão segurança absoluta
Kingo Mchombu para a atuação propriamente dita. O profissional pode conviver em
diferentes contextos tanto em relação a estrutura de trabalho, quan­
Capítulo 9 151 to ao público atendido.
A dimensão investigativa para o exercício profissional Um fator preponderante, relacionado a atuação do profissio­
em Ciência da Informação nal da área, é a influência das tecnologias da informação e comuni­
Marn Eliane Fonseca Rodrigues cação no saber e no fazer profissional. As mudanças ocorrem com
velocidade, exigindo mudança de paradigma em relação aos modelos
Capítulo 1 O 16 7 de gestão, de tratamento e disseminação da informação.
Formação para a atuação profissional em Outro aspecto importante da atuação profissional, está rela­
organização de conteúdos informacionais: cionado ao papel social que determinados espaços informacionais re­
uma análise das bases teórico-pedagógicas dos querem, exigindo uma postura política do profissional da informação.
cursos de Biblioteconomia do Mercosul Nesse sentido, os capítulos que compõem este livro foram de­
José Augusto Chaves Guimarães, senvolvidos de forma autônoma por cada um dos autores responsá­
Jane Coelho Dan uello e veis por eles, visando manter as idéias e o entendimento de cada um
Pedro José Menezes. sobre as diferentes temáticas abordadas.
Inicialmente, o leitor encontrará algumas reflexões de Javier
Os autores 189 García sobre as bases epistemológicas do exercício profissional na área
de informação e documentação. Para isso, apresenta algumas consi­
derações sobre o papel central do profissional da informação na de­
nominada Sociedade da Informação.
Miriam Cunha e Helena Crivellari abordam os paradoxos das
profissões da informação. Discutem a dimensão da profissão e o seu
papel social no conjunto da sociedade e em relação a outras profissões.
Apresentação

Abordar o tema "Atuação Profissional na Área de Informação"


é fundamental, primeiramente porque o profissional tem múltiplos
espaços de atuação, além disso, as competências e habilidades adqui­
ridas no decorrer da formação, nem sempre dão segurança absoluta
para a atuação propriamente dita. O profissional pode conviver em
diferentes contextos tanto em relação a estrutura de trabalho, quan­
to ao público atendido.
Um fator preponderante, relacionado a atuação do profissio­
nal da área, é a influência das tecnologias da informação e comuni­
cação no saber e no fazer profissional. As mudanças ocorrem com
velocidade, exigindo mudança de paradigma em relação aos modelos
de gestão, de tratamento e disseminação da informação.
Outro aspecto importante da atuação profissional, está rela­
cionado ao papel social que determinados espaços informacionais re­
querem, exigindo uma postura política do profissional da informação.
Nesse sentido, os capítulos que compõem este livro foram de­
senvolvidos de forma autônoma por cada um dos autores responsá­
veis por eles, visando manter as idéias e o entendimento de cada um
sobre as diferentes temáticas abordadas.
Inicialmente, o leitor encontrará algumas reflexões de Javier
García sobre as bases epistemológicas do exercício profissional na área
de informação e documentação. Para isso, apresenta algumas consi­
derações sobre o papel cenh·al do profissional da informação na de­
nominada Sociedade da Informação.
Miriam Cunha e Helena Crivellari abordam os paradoxos das
profissões da informação. Discutem a dimensão da profissão e o seu
papel social no conjunto da sociedade e em relação a outras profissões.
8 Atuação profissional na Arca de informação

A ética profissional é abordada procurando-se discutir as ati­


Capítulo 1
tudes e os comportamentos éticos em relação ao fazer profissional.
Os múltiplos espaços de atuação do profissional da informa­
ção, em especial os voltados para a informação pública são resgata­
Bases epistemológicas
dos por Oswaldo Almeida Júnior, visando discutir os conceitos e os
fazeres específicos deste espaço.
del ejercicio profesional
A preocupação com os profissionais da informação, visando
Francisco ]avier García Marco
uma atuação efetiva no que tange a realidade tecnológica, é debatida
por Fernando Modesto. Nesse sentido, aborda a importância ela for­
mação para dar as competências e habilidades necessárias a essa
efetividade.
José Moreira e Carlos Tejada discutem as competências profis-
sionais sob os pontos de vista de formação e de atuação. Diferentes
conceitos, concepções e contextos são apresentados.
A importância do profissional da informação conhecer as cli­
versas normas jurídicas, que afetam o fazer profissional, é impres­ 1 Introducción y plan de trabajo
cindível para uma atuação com qualidade. Juan Carlos Fernández­ En este capítulo se pretende reflexionar sobre las bases
Molina entende que os aspectos jurídicos relacionados à informação epistemológicas del ejercicio laboral dei profesional de la. información
têm adquirido uma enorme importância nos últimos anos, y la documentación (figura 1).
enfatizando a importância desses conteúdos estarem presentes na Para ello, se partirá de la consideración del papel central que
formação profissional. recibe cl conocimicnto - objeto de la reflexión epistemológica - cn cl
Michel Menou e Kingo Mchombu discutem o papel dos profis­ entorno de referencia del profcsional de la información - la denomi­
sionais da informação em comunidades desfavorecidas no "Terceiro nada "sociedad de la información".
Mundo". Alguns exemplos são extraídos da África devido à experi­ Seguidarn.ente, se realiza una son1era revisión de la cuestión
ência particular dos autores. epistemológica cn la Ciencia de la Información, fundamentalmente
Analisar a formação do profissional da informação, discutindo cn lo que se refiere estatuto científico y paradigmas de investigación.
o significado da pesquisa, na graduação diante da prática profissio­ También se consideran en este aparataclo las relaciones interdisci­
nal é o ponto central de discussão realizado por Mara Rodrigues. plinares entre la Epistemología y la Ciencia de la Informa.ción, que
Finalizando, José Augusto Chaves Guimarães, Jane Coelho discurren en ambos sentidos.
Danuello e Pedro José Menezes debatem as perspectivas de atuação Posteriormente se abordan las algunas ele las principales
dos profissionais da informação, destacando a atuação profissional aportaciones de la Epistern.ología clásica y contern.poránea ai quehacer
no âmbito das atividades de organização e representação temática da dei profcsional de la información. La revisión de los orígenes de la
informação. reflexión epistemológica en la filosofía griega sirve para plantear d
Espero sinceramente que este livro possa contribuir para alu­ sentido y misión de la Epistemología. A partir de ahí, se examinan
nos e profissionais da informação refletirem sobre sua atuação pro­ sus principales temas de interés: fundamentalmente la naturalcza del
fissional no mundo do trabalho. conocimiento, el método hacia él y sus límites.
El debate sobre la naturalcza dei conocimiento se aborda en
Marta Lígia Pomim Valentim torno al debate contemporáneo entre los que han defendido su carácter
8 Atuação profissional na Área de informação

A ética profissional é abordada procurando-se discutir as ati­


Capítulo 1
tudes e os comportamentos éticos em relação ao fazer profissional.
Os múltiplos espaços de atuação do profissional da informa­
ção, em especial os voltados para a informação pública sõ.o resgata­
Bases epistemológicas
dos por Oswaldo Almeida Júnior, visando discutir os conceitos e os del ej ercicio profesional
fazeres específicos deste espaço.
A preocupação com os profissionais da informação, visando
Francisco ]avier García Marco
uma atuação efetiva no que tange a realidade tecnológica, é debatida
por Fernando Modesto. Nesse sentido, aborda a importância ela for­
mação para dar as competências e habilidades necessárias a essa
efetiviclaele.
José Moreira e Carlos Tcjacla discutem as competências profis­
sionais sob os pontos de vista de formação e ele atuação. Diferentes
conceitos, concepções e contextos são apresentados.
A importância elo profissional ela informação conhecer as di­
versas normas jurídicas, que afetam o fazer profissional, é impres­ 1 Introducción y plan de trabajo
cindível para uma atuação com qualidade. Juan Carlos Fernándcz­ En este capítulo se pretende reflexionar sobre las bases
Molina entende que os aspectos jurídicos relacionados à informação epistemológicas del ejercicio laboral ele] profesional de la información
têm adquirido uma enorme importância nos úl timos anos, y Ia clocumentación (figura 1).
enfatizando a importância desses conteúdos estarem presentes na Para ello, se partirá ele la consicleración clel papel central que
formação profissional. recibe cl conocimicnto - objeto de la reflexión epistemológica - en cl
Michel Menou e Kingo Mchombu discutem o papel dos profis­ entorno de referencia ele! profesional de la información - la denomi­
sionais da informação em comunidades desfavorecidas no "Terceiro nada "sociedad ele la información".
Mundo". Alguns exemplos são extraídos da África devido à experi­ Seguidamente, se realiza una somera revisión de la cucstión
ência particular dos autores. epistemológica cn la Ciencia de la Informaeión, fundamentalmente
Analisar a formação do profissional da informação, discutindo en lo que se refiere estatuto científico y paradigmas ele investigación.
o significado da pesquisa, na graduação diante da prática profissio­ También se eonsideran en este aparatado las relaciones interdisci­
nal é o ponto central ele discussão realizado por Mara Rodrigues. plinares entre la Epistemología y la Ciencia de la Información, que
Finalizando, José Augusto Chaves Guimarães, Jane Coelho discurren en ambos sentidos.
Danuello e Pedro José Menezes debatem as perspectivas ele atuação Posteriormente se abordan las algunas de las principales
cios profissionais da informação, destacando a atuação profissional aportaciones de la Epistemología clásica y contemporânea al quehacer
no âmbito das atividades de organização e representação temática ela dei profcsional de la información. La revisión de los orígcncs de la
informação. reflexión epistemológica en la filosofia griega sirve para plantear e!
Espero sinceramente que este livro possa contribuir para alu­ sentido y misión de la Epistemología. A partir de ahí, se cxaminan
nos e profissionais da informação refletirem sobre sua atuação pro­ sus principales temas de interés: fundamentalmente la naturaleza ele]
fissional no mundo elo trabalho. conocimiento, cl método hacia é! y sus límitcs.
E! debate sobre la naturaleza del conocimiento se aborda en
Marta Lígia Pomim Valentim torno a[ debate conternporáneo entre los que han defendido su carácter
Bases epistemológicas dei cjcrcicio profcsional 11
1 O Atuação profissional na área de informação

dr rrpresentación ele la realiclacl y los que se centran en su conclición


de construcción subjetiva y social.
El método científico se examina como el principal camino
aceptaclo actualmente para conseguir un conocimiento válido,
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inciclienclo cn su carácter ele síntesis entre las posturas racionalistas y
:--'.si� empiristas. También se insiste cn la necesiclacl ele imbricar cl método
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co científico dentro ele una perspectiva sistémica con cl objeto ele preve­
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-E E nir la visión a corto plazo y los recluccionismos que suelc conlkvar al
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a. método analítico y a la representación causal. Esto resulta ele gran
importancia, dado que la Ciencia ele la Información posee una verticnte
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- O.li social y aplicada, que exige el aborclaje ele la complcjidacl y la
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vención social.
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Bases epistemológicas dei cjcrcicio profcsional 11
1 O Atuação profissional na área de informação

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d1 nlllstrucción subjetiva y social.
El método científico se examina como el principal cmnino
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tural destacan la aculturación y pérdida de la diversidad cultural, la
12 Atuação profissional na área de informação Bases epistemológicas dei cjcrcicio profrsionnl 13

enculturación alienante y los procesos de choque cultural a escala lfrl q>rocamente, cl conocimiento, por su parte, ayuda a que aumenten
global. En e! plano socioeconómico se asiste ai indudablc ensan­ l.i riqueza, la seguridad y la libertad. El programa político y social de
chamiento de las brechas económicas y sociales. El panorama la "sociedad del conocimiento" es precisamente convertir esta
demográfico se caracteriza por los grandes movimientos de población causalidad contingente ai actual ciclo de crecimiento en un proceso
entre campo y ciudad y entre diversas regiones y países dei planeta. horneostático que equilibre el desarrollo social y lo generalice ai con­
El nivcl medioambicntal preocupa por la sobreexplotación y pérclida junto dei planeta y de las clases sociales. Este proyecto se ha
dcl patrimonio natural y cultural. Los problemas alcanzan también concretado en torno al principio dei "crecimiento sostcniblc".
al plano psicosocial, caracterizado por cl sufrimiento personal pro­ El profcsional de la información y la documcntación es un agen­
vocado por el cuestionamiento y a veces la franca obsolcscencia de te importante dei proceso de transfcrencia dei conocimiento, y, por
los modelos tradicionalcs de personalidad y comportamiento, tanto, de la sociedad dei conocimiento, sea cual sea el punto concreto
agudizados en entornas de asimilación y conflicto intercultliral, es­ de este proceso en cl que se encuentre, aunque su posicionamicnto y
pecialmente en las ciuclades y países de inmigración. perspectivas hayan de cambiar necesariamcnte según cl lugar cn cl
En este quicio entre una asombrosa clisponibilidad de meclios, que desempene su trabajo, su cspecialidad y su situación personal.
de un lado, y de graves amenazas y retos, dei otro, se da una situación Recíprocamente, para clla o para él el conocimiento es la materia de
nueva en la historia. Capas paulatinamente más generalizadas de la su trabajo y tarnbién su instrumento, pues trabaja con d conoci­
sociedacl tienen la convicción de que los problemas socialcs y niiento mediante d conocimiento. Pero esta situación puede tener tm
personalcs respondcn cada vez más, no tanto a la existencia de pcligro: Surnergido en cl mundo dei conocimiento corno cl pez lo está
limitaciones insuperablcs - pues los medias y las opciones abunclan en cl agua puedc que ni siquicra se pregunte por Sll naturalcza. Y,
-, sino con la presencia ele cleficiencias cn su gestión y uso. Dicho ele sin embargo, la reflexión sobre la natl1ralcza clcl conocimiento como
otro modo, existe un convcncimicnto muy generalizado ele que los fenómeno - y ele su propio conocirniento como instrumento - cs la
problemas actuales están relacionados no tanto con la limitación ele condición previa para un trabajo en proceso de mçjora continua. Dicho
recursos, sino con los conocimientos necesarios para conseguirias, en cl lenguaje de la Psicología Cognitiva, constituye e! punto de par­
articularlos y aprovccharlos. En definitiva, se trata de una sociedad tida para el desarrollo ele las habilidades rnetacognitivas cn el
fundamentalmente optimista - considerando la dilalada y turbulen­
desempeno profcsional.
ta historia de la l luman.idacl - que en gran n1anera ve su futuro en
i.Qué es y qué no es conocimicnto? i.Cómo separar cl grano de la
sus manos, dependiendo de factores intrínsecos, antes que resignada
paja? Y en segunda instancia: i.Cómo se consigue el conocimicnto vá­
ante los imponderablcs de la naturaleza y la historia. Con todos sus
lido? O, incluso, y más allá todavía: i.Cué'.íl es la irnportancia dei
defectos, el mundo actual es lll1 sistema de sociedades exitosas o en
conocimiento cn la realización de la persona y de las sociedades? i.Cuál
lucha por e! éxito que busca crecer y expandirse sin poncr en pcligro
es su relación con otros valores? Sea cual sea e! nivel de abstracción en
las bases sobre las que prospera.
el que se plantecn. estas preguntas - desde la calidad de la información
Como en otras sociedades optimistas que han existido en cl
en dos documentos sobre la misma materia, ai valor antropológico dcl
pasado, las élites -y la mayor parte de la población con cllas - ticncn
conocimiento, pasando por la influencia de los modelos mcntales cn cl
una gran fc cn e! clesarrollo dei conocimiento científico-técnico y cn
trabajo diario del profcsional y en cl comportamiento de los l1s1iarios -,
el intercambio cultural como motores dei desarrollo social e instru­
en el momento en que se ponga a trabajar sobre cllas el profcsional de
mento para resolver sus contradicciones. De alguna manera se percibe
la información estará intentando fundamentar epistemológicamente
que la libertad, riqueza y seguridad crecientes - que aunque limita­
su ejercicio profesional.
das son enormes si se comparaban con la situación de hace apenas
cincuenta anos - crean un espacio mayor para el conocimiento.
12 Atuação profissional na área de informação Bases epistemológicas dei cjcrcicio profrsionnl 13

enculturación alienante y los procesos de choque cultural a escala lfrl q>rocamente, cl conocimiento, por su parte, ayuda a que aumenten
global. En e! plano socioeconómico se asiste ai indudablc ensan­ l.i riqueza, la seguridad y la libertad. El programa político y social de
chamiento de las brechas económicas y sociales. El panorama la "sociedad del conocimiento" es precisamente convertir esta
demográfico se caracteriza por los grandes movimientos de población causalidad contingente ai actual ciclo de crecimiento en un proceso
entre campo y ciudad y entre diversas regiones y países dei planeta. horneostático que equilibre el desarrollo social y lo generalice ai con­
El nivcl medioambicntal preocupa por la sobreexplotación y pérclida junto dei planeta y de las clases sociales. Este proyecto se ha
dcl patrimonio natural y cultural. Los problemas alcanzan también concretado en torno al principio dei "crecimiento sostcniblc".
al plano psicosocial, caracterizado por cl sufrimiento personal pro­ El profcsional de la información y la documcntación es un agen­
vocado por el cuestionamiento y a veces la franca obsolcscencia de te importante dei proceso de transfcrencia dei conocimiento, y, por
los modelos tradicionalcs de personalidad y comportamiento, tanto, de la sociedad dei conocimiento, sea cual sea el punto concreto
agudizados en entornas de asimilación y conflicto intercultliral, es­ de este proceso en cl que se encuentre, aunque su posicionamicnto y
pecialmente en las ciuclades y países de inmigración. perspectivas hayan de cambiar necesariamcnte según cl lugar cn cl
En este quicio entre una asombrosa clisponibilidad de meclios, que desempene su trabajo, su cspecialidad y su situación personal.
de un lado, y de graves amenazas y retos, dei otro, se da una situación Recíprocamente, para clla o para él el conocimiento es la materia de
nueva en la historia. Capas paulatinamente más generalizadas de la su trabajo y tarnbién su instrumento, pues trabaja con d conoci­
sociedacl tienen la convicción de que los problemas socialcs y niiento mediante d conocimiento. Pero esta situación puede tener tm
personalcs respondcn cada vez más, no tanto a la existencia de pcligro: Surnergido en cl mundo dei conocimiento corno cl pez lo está
limitaciones insuperablcs - pues los medias y las opciones abunclan en cl agua puedc que ni siquicra se pregunte por Sll naturalcza. Y,
-, sino con la presencia ele cleficiencias cn su gestión y uso. Dicho ele sin embargo, la reflexión sobre la natl1ralcza clcl conocimiento como
otro modo, existe un convcncimicnto muy generalizado ele que los fenómeno - y ele su propio conocirniento como instrumento - cs la
problemas actuales están relacionados no tanto con la limitación ele condición previa para un trabajo en proceso de mçjora continua. Dicho
recursos, sino con los conocimientos necesarios para conseguirias, en cl lenguaje de la Psicología Cognitiva, constituye e! punto de par­
articularlos y aprovccharlos. En definitiva, se trata de una sociedad tida para el desarrollo ele las habilidades rnetacognitivas cn el
fundamentalmente optimista - considerando la dilalada y turbulen­
desempeno profcsional.
ta historia de la l luman.idacl - que en gran n1anera ve su futuro en
i.Qué es y qué no es conocimicnto? i.Cómo separar cl grano de la
sus manos, dependiendo de factores intrínsecos, antes que resignada
paja? Y en segunda instancia: i.Cómo se consigue el conocimicnto vá­
ante los imponderablcs de la naturaleza y la historia. Con todos sus
lido? O, incluso, y más allá todavía: i.Cué'.íl es la irnportancia dei
defectos, el mundo actual es lll1 sistema de sociedades exitosas o en
conocimiento cn la realización de la persona y de las sociedades? i.Cuál
lucha por e! éxito que busca crecer y expandirse sin poncr en pcligro
es su relación con otros valores? Sea cual sea e! nivel de abstracción en
las bases sobre las que prospera.
el que se plantecn. estas preguntas - desde la calidad de la información
Como en otras sociedades optimistas que han existido en cl
en dos documentos sobre la misma materia, ai valor antropológico dcl
pasado, las élites -y la mayor parte de la población con cllas - ticncn
conocimiento, pasando por la influencia de los modelos mcntales cn cl
una gran fc cn e! clesarrollo dei conocimiento científico-técnico y cn
trabajo diario del profcsional y en cl comportamiento de los l1s1iarios -,
el intercambio cultural como motores dei desarrollo social e instru­
en el momento en que se ponga a trabajar sobre cllas el profcsional de
mento para resolver sus contradicciones. De alguna manera se percibe
la información estará intentando fundamentar epistemológicamente
que la libertad, riqueza y seguridad crecientes - que aunque limita­
su ejercicio profesional.
das son enormes si se comparaban con la situación de hace apenas
cincuenta anos - crean un espacio mayor para el conocimiento.
14 Atuação profissional na circa de informação Bases cpistcrnológicas dcl cjcrcicio profcsional 15

3 Epistemología y ciencia de la información el conocimiento -registrado en documentos -influye en la sociedacl


(Shera, 1961, 1970; Furner, 2002; vid. ctiam Hjorland, 2002). El
Aunque a priori resulta difícil negar su in1portancia, la reflexión
ejemplo de la evolución dei pensamiento ele Shera nos sirve de paso
epistemológica pocas vcces se plantea abiertamente en Ciencia de la
para enfatizar las complejas relaciones que los teóricos de la Ciencia ele
Información. Generalmente lo que se produce cs una decisión
la Información han mantenido con la Epistemología. Para estos auto­
epistemológica, normalmente automática e inconsciente, acerca del
res, la Epistemología no fue lógicamente su centro ele interés funda­
enfoque que se utilizará para abordar un determinado problema, que
mental, sino un instrumento para sentar los fundamentos teóricos de
más tarde se concretará en una opción metodológica. Para el pro­
una práctica profcsional antiqtúsima que gira en torno a los registros
fcsional estas decisiones se toman de manera natural dentro del
del conocimiento en las organizaciones, o a veces, simplcmente, para
paradigma científico 1 en el que se ha formado o con el que tiene que
darle un somero barniz filosófico. En definitiva, la perspectiva
desenvolverse en su trabajo.
A pesar de que en la pníctica y Ia investigación cotidianas las epistemológica usual en Ciencia de la Información se suele centrar cn
la relación entre e! conocimiento y el documento, antes que en el
decisiones epistemológicas raramente son sometidas a escrutínio, los
teóricos de la Ciencia de la Información han compartido una notablc conocimiento por sí mismo - y, subsidiaclamente, en el documento.
preocupación por la teoría del conocimicnto. Numerosos autores A grandes rasgos, la literatura científica en la Ciencia ele la
Información aborda los fundamentos epistemológicos ele la discipli­
centrales en nuestra disciplina - como Otlet, Dewey, Cutter, Bliss o
na de cuatro formas distintas (figura 2): a) entorno a los problemas
Ranganathan, por poner algunos ejemplos clásicos -, se han preocu­
de la cientificiclad de la Ciencia de la Información, su o�jeto y límites;
pado por la rclaeión entre la actividad profesional y la teoría del
b) la conexión ele las diferentes perspectivas epistemológicas - ideü­
conocimiento.
lismo, realismo, relativismo, etc. -con los paradigmas científicos más
Entre l os teóricos que han hecho un uso expreso ele la
usados en la investigación documentológica e informatológica; e) la
Epistemología para Ia funclamentación de la teoría bibliotecológica y
utilización interdisciplinar ele la Cicncia de la Información al servicio
documentológica destacan sin duda Margaret Egan y Jesse Shera.
de la Epistemología, y viceversa, entre cuyos centros ele interés des­
Estos autores propusieron sentar la bases de la Bibliotecología cientí­
taca la naturaleza epistemológica de! documento como hcrramienta
fica precisamente en una rama de la Epistemología, ü la que
para pensar; y cl) Ia reflexión epistemológica ele carácter general al
denominaron Epistemología Social, y a Ia que definieron com.o "cl
servicio dei conocimiento y la práctica profcsional.
estudio de aquellos procesos mediante los cuales la sociedad corno un
El problema de la cicntificidad de la Ciencia de la Inforrnación es
todo busca conseguir una rclación perceptiva y corn.prehensiva eon
un campo apasionante, Ileno de polémicas y perspectivas enfrenta­
su medioambiente integral-físico, psicológico e intelectual-" (Egan
das en el que no hay acuerdo ni sobre sus Iímites ni sobre su estatu­
y Shera, 1952). Anos más tarde, Shera se apartaría, sin embargo, ele
to_'.! En cuanto a sus límites, cn diferentes ámbitos geográficos se
las investigaciones predominantes de la epistemología y sociología dei
conocirn.iento contemporâneas tomando una perspectiva más
'.l Como un ejemplo reciente dei debate entorno a la cientificidi!cl ele nuestril ciencia
restringida pero también más bibliotecológica. En 1961 la redefinió
merece la pena tracr a colación la propuesta que realiza Ft·anceli11 (2000, p. 48) ele
con10 aquclla parte de la Epistemología que estudia la manera en que considerar la Ciencia ele la lnformación no como una ciencia clásica ni biísica, sino
corno "uma ciênci;i recursiv;i que se vale dos conhecitnentosjií existentes nas ciên­
cias (norrnilis), dos avanços tecnológicos e suas possibiliclacles, bern corno se define
EI historiador, sociólogo y filósofo de la ciencia Kuhn ( 19 70) define paracligm;i cien­ segundo os nichos de oportuniclricle (demandas sociais). A ciência da infortnaç.'io é,
tífico como los presupuestos culturales, filosóficos e ideológicos - matriz cliscipli­ portanto, clinilmicri, instável e, potencialmente, calalisaclora cios estudos sobre fe­
nRr - y IRS metoclologíRs de itwestigación - ejemplarcs eomparticlos - usuRles con nômenos informacionais. Dito de outra fornrn, a ciencia ela informação e seus ob­
los que el investigRdot· aborda su problema científico, y que son opciones que van jetos ele estudos se constroem priot·itat·iamente por meio empírico, restando aos
más aliá dei propio método científico y están condicionadas socialmente (Garcí;i, 1995). pesquisadores da área construírem, quando necessário, o objeto teórico."
14 AtuRção pro[issional nR área de inforrnação Bases cpistc1110/6gicas dei cjcrcicio profcsional 15

3 Epistemología y ciencia de la información l'I conocimiento - registrado en documentos - influye en la sociedad


Aunque a priori resulta difícil negar su importancia, la reflcxión (Sbera, 1961, 19 70; Furner, 2002; vid. etiam Hjorland, 2002). El
epistemológica pocas veces se plantea abiertamente en Ciencia de la cjemplo de la evolución del pensamiento de Shera nos sirve de paso
Información. Generalmente lo que se produce es una dccisión para enfatizar las complejas relaciones que los teóricos de la Ciencia de
epistemológica, normalmente automática e inconsciente, acerca dei la Información han mantenido con la Epistemología. Para estas auto­
enfoque que se utilizará para abordar un determinado problema, que res, la Epistemología no fue lógicamente su centro de interés funda­
más tarde se concrctará en una opción metodológica. Para cl pro­ mental, sino un instrumento para sentar los fundm11entos teóricos de
fcsional estas decisiones se toman de manera natural dentro dcl una práctica profesional antiquísima que gira en torno a los registros
paradigma científico 1 en cl que se ha formado o con el que tiene que del conocimicnto en las organizacioncs, o a vcccs, simplemente, para
desenvolverse en su trabajo. darle un somero barniz filosófico. En definitiva, la perspectiva
A pesar de que cn la práctica y la investigación cotidianas las epistemológica usual en Ciencia de la Información se suele centrar en
decisiones epistemológicas raramente son somctidas a escrutínio, los la rclación entre el conocimiento y el documento, antes que en el
teóricos de la Ciencia de la lnformación han compartido una notablc conocimiento por sí mismo - y, subsidiadamente, en cl documento.
preocupación por la tcoría del conocimicnto. Numerosos autores A grandes rasgos, la literatura científica en la Ciencia de kt
centrales en nuestra disciplina - como Otlct, Dewey, Cl1tter, Bliss o Información aborda los fundamentos epistemológicos ele la discipli­
Ranganathan, por poner algunos ejemplos clásicos -, se han preocu­ na ele cuatro formas distintas (figura 2): a) entorno a los problemas
pado por la rclación entre la actividad profcsional y la teoría dei ele la cientificiclad ele la Ciencia ele la lnformación, su objeto y límites;
conocimiento. b) la conexión ele las diferentes perspectivas epistemológicas - idea­
Entre los teóricos que han hecho un uso expreso de la lismo, realismo, relativismo, etc. - con los paradigmas científicos más
Epistemología para la fundamentación de la teoría bibliotecológica y usados en la investigación documentológica e informatológica; c) la
documentológica destacan sin duda Margarct Egan y Jesse Shera. utilización interdisciplinar de la Cicncia ele la Información é.li servicio
Estos autores propusieron sentar la bases de la Bibliotecología cientí­ de la Epistemología, y viceversa, entre cuyos centros ele interés des­
fica precisamente en una rama de la Epistcmología, a la que taca la naturaleza epistemológica dei documento como herramienta
denominaron Epistemología Social, y a Ia que definieron como "cl para pensar; y cl) la reflexión epistemológica ele carácter general al
estudio de aquellos procesos mediante los cuales la sociedé.ld como un servicio dei conocimiento y la práctica profcsional.
todo busca conseguir una relación perceptiva y comprehcnsiva con El problema de la cientificidad ele la Ciencia ele la Información es
su mcdioambiente integral - físico, psicológico e intelectual-" (Egan un campo apasionante, lleno ele polémicas y perspectivas enfrenta­
y Shera, 1952). Anos más tarde, Shera se apartaría, sin embargo, de das en el que no hay acuerclo ni sobre sus límites ni sobre su estatu­
Ias investigaciones predominantes de la epistemología y sociología dcl to.2 En cuanto a sus límites, en diferentes ámbitos geográficos se
conocimiento contemporáneas tomando una perspectiva más
restringida pero también más bibliotecológica. En 1961 la reclefinió '.?. Como un eje111plo reciente dei debate entorno a la cientificid;id de nuestr;i ciencia
merece la pena traer a colación la propuesta que 1-caliz;i Francelin (20Llll, p. 48) ele
como aquella parte de la Epistemología que estudia Ia manera en que consider..i1· la Ciencia de la lnformación no como una cienci;i cl.isica ni b.isirn, sino
como "uma ciênci;i recursiv;ci que se vale dos conhecimentos já existentes nas ciên­
cias (normais), dos av;inços tecnológicos e suas possibilidades, bem como se define
El historiador, sociólogo y filósofo de la ciencia Kuhn (1970) define paradigm;i cien­ segundo os nichos ele oportunidade (demandas soci;iis). A ciência d;i inforn1açiio é,
tífico como los presupuestos culturales, filosóficos e ideológicos - nwtriz discipli­ portanto, dinfünirn, instável e, potencialmente, calalisadora dos estudos sob1·e fe­
nar - y J;is metoclologías ele investigación - ejemplares compartidos - usualcs con nômenos informacionais. Dito de outra forma, a ciencia d..i inforn,açiio e seus ob­
los que el invcstig;idor aborda su proble111<1 científico, y que son opciones que v;i11 jetos de estudos se constroem prioritariamente por meio empírico, 1-cstando aos
más ;illá dei propio método científico y están condicionadas soci;ilmente (García, 1995). pesquisadores da área construírem, quando necessá1·io, o objeto teórico."
16 Atuação profissional na área de informação Bases cpistc111ol6gicas dei cjc rcicio prolcsio11al 17

induyen o excluyen - a veces ele forma muy discutida - áreas y dis­


l'iplinas como la gestión de bases de elatos, los servicios de información,
los sítios web, la Archivística, la Museología, o los estuclios biblio­
"' métricos y eienciométricos. Por el lado contrario, cl intento ele convertir
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e: .�� la información cn cl objeto de la Ciencia ele la Información parece
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16 Atuação profissional na área de informação Bases epistemológicas dei cjcrcicio proti:sional 17

111\'luycn o cxcluyen - a veces de forma muy discutida -áreas y dis­


l qJlinas como la gestión de bases de datos, los servicios de información,

los sitias web, la Archivística, ln Museología, o los estudios biblio-


111élricos y cienciornétricos. Por el lado contrario, cl intento de convcrtir
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Bases cpistcmológirns dei cjcrcicio profcsional 19
18 Atuaçáo profissional na área de informaçáo

de cada aproximación. Se trata de un largo camino, algunos


de una Cicncia de la lnformación. Sin embargo, es difícil negar que
l'XCCSOS
de cuyos principales hitos son el descubrimiento de la abstracción y
existe un objetivo de invcstigación claro - que es la optimización dcl
1.:1 lógica por los primeros filósofos, el cuestionamicnto dei valor
fltzjo informativo-documental en las comunidades humanas -, un
ontológico dei conocimiento y del concepto de verdad en époc.:i. de los
domínio de investigación - que son los recursos y las unidades de
sofistas, el restablecimiento del principio de integridad dcl saber por
información - y una voluntad de investigar de acuerdo a principias
P latón y Aristóteles, la crítica a la especulación y el establccimiento
y métodos científicos. Existen, pues, un parqué, un qué y un cómo
de la necesidad de contrastación empírica durante cl nacimiento de
investigar compatibles con los requisitos de la activiclad científica; y,
ciencia moderna, el salto dcl empirismo a la síntesis del método hipo­
por lo tanto, existe una Ciencia de la Información.
tético-deductivo, la crítica de la exaltación ilustrada de la cienci.:i. y cl
El peldaii.o siguiente en la escalera de los problemas epistemo­
reconocimiento de los Iímites del conocimicnto científico, la recon­
lógicos, lo descienclen los autores que abordan cl problema de los
sideración del pcnsamiento analítico desde de la perspectiva sistémica,
paradigmas científicos en Ciencia de la Información; esto es, los mo­
y la crítica desde posicionamientos afirmativos del principio de unid.:i.d
delos mentalcs que guían la actividad propiamente científica de los
de la ciencia como instrumento del poder. Ese apasionante recorrido
SLtjetos, y que forman el quicio entre los problemas propiamente
es el que vamos a intentar examinar en Ias páginas siguientes, por­
epistemológicos y los ontológicos. Se trata de un tema amplísimo en
que establcce con claridad los principales escollos epistemológicos que
el que no podemos entrar con profundidad en e! marco de este capí­
acechan ai profcsional-investigador cn acción. Quizá, incluso, de
tulo. El lcctor puede encontrar buenas presentaciones del estado de
alguna manera sefi.ale el camino que los profcsionales de l a
la cuestión sobre el tema en la conferencia de Rafael Capurro (2003)
información y sus comunidades de práctica recorren en una suerte
sobre la relación entre las corrientes epistemológicas del siglo XX y
de ontogénesis que recapitula la propia evolución dcl meta-conocer
los paradigmas de investigación en la Ciencia de la Información, en
hun1ano.
el artículo de Juan Carlos Fernández Molina y Felix Moy.:i. (2002)
para lo concerniente a los paradigmas de investigación más impor­
tantes en la Ciencia de la Información, y en el libra de Emílio Delgado 4 La actitud epistemológica:
(2002) para lo referente a las metodologías específicas y a la orga­ el conocimiento, objeto de reflexión
nización de la investigación científica en general.
La Epistemología - del griego cpistemc, conocimiento, y Jogía,
Por último, dentro de las relaciones entre Ciencia de l.:i. Infor­
tratado, estudio o ciencia - es la disciplina que se ocupa de la rcflexión
mación y Epistemología, es necesario sefi.alar que la Epistemología se
científica y hurn.anística sobre la naturaleza del conocimiento - Lqué
ha destacado como un cliente privilegiado de los saberes y técnicas
es el conocimiento? -, su posibilidad, sus tipos y la n1anera de
propias de la Ciencia de la Información, notablemcnte de los de la
alcanzarlo. Se considera epistemología el estudio dcl conocimiento,
Bibliometría, la Cicntometría y la lnformetría (v. g. Andersen, 2002);
sus modalidades, y, más recicntemente, la filosofia de los modelos
pero también al contrario, como es frencuente en el caso dr la
del conocimiento que han surgido desde las ciencias soci.:i.les y psico­
Organización dei Conocimiento (v.g. Smiraglia, 2001).
lógicas, que se ocupan de los procesos y modelos mentalcs que
A continuación, y en relación con los objetivos dcl capítulo
determinan cómo se consigue, construye y utiliza el conocimiento -
centraremos Ia reflexión en algunas claves generales de la Epis­
la rn.ctacognición. La investigación sobre metacognición tiene también
temología de especial interés para la práctica del profesional de la
una importante vertiente aplicada, en la medida en que tarnbién se
información. Intentaremos reflejar cómo la teoría dei conocimicnto
ocupa de estudiar los procesos mediante los que los seres humanos
es una disciplina históricamente constituida, un devenir a lo l.:i.rgo de
mejoran sus procesos cognitivos. En este sentido aborda problemas
cual se han ido "agarrando" algunos de los aspectos críticos dcl pro­
como la reflexión, cl pensamiento creativo, el pensamiento visual, el
blema dei conocer y posteriormente se han tenido que corregir los
Bases epistemológicas dei ejercicio profcsional 19
18 Atuação profissional na área de informação

l'xccsos de cada aproximación. Se trata de un largo carnino, algunos


de una Ciencia de la lnformación. Sin embargo, es difícil negar que
de cuyos principales hitos son el descubrimiento de Ia abstracción y
existe un objetivo de investigación claro - que es la optimización de!
l,1 lógica por los primeros filósofos, e! cuestionamiento dei valor
flujo informativo-documental en Ias comunidades humanas -, tm
ontológico de! conocimiento y de! concepto de verdad en época de los
domínio de investigación - que son los recursos y las unidades de
sofistas, e! restablecimiento del principio de integridad dcl saber por
información - y una voluntad de investigar de acuerdo a principias
Platón y Aristóteles, la crítica a la especulación y el establccimiento
y métodos científicos. Existen, pues, un porquê, un qué y un cómo
de la necesidad de contrastación empírica durante el nacimiento de
investigar compatibles con los requisitos de la actividad científica; y,
ciencia moderna, el salto del empirismo a la sintesis del método hipo­
por lo tanto, existe una Ciencia de Ia Información.
tético-deductivo, la crítica de la exaltación ilustrada de la ciencia y cl
El peldafí.o siguiente en la escalera de los problemas epistemo­
reconocim.iento de los límites de! conoeimiento científico, la recon­
lógicos, lo descienden los autores que abordan el problema de los
sideración del pensamiento analítico desde de la perspectiva sistémica,
paradigmas científicos en Ciencia de la Inforrnación; esto es, los mo­
y la crítica desde posicionarnientos afirmativos dei principio de unidad
delos rnentales que gufon la actividad propiamente científica de los
de la ciencia como instrumento de! poder. Ese apasionante recorrido
sttjctos, y que forman d quicio entre los problemas propiamente
es el que vamos a intentar examinar en las páginas siguientes, por­
epistemológicos y los ontológicos. Se trata de un tema amplísimo en
que establece con claridad los principales escollos epistemológicos que
el que no podemos entrar con profundidad en el marco de este capí­
acechan al profesional-investigador en acción. Quizá, incluso, de
tulo. El lcctor puede encontrar buenas presentaciones dei estado de
alguna manera sefí.ale el camino que los profesionalcs de l a
la cuestión sobre el tema en la conferencia de Rafael Capurro (2003)
información y sus comunidades de práctica recorren cn una suerte
sobre la relación entre las corrientes epistemológicas de! siglo XX y
de ontogénesis que recapitula la propia evolución dei mcta-conocer
los paradigmas de investigación en la Ciencia de Ia Información, en
hun1ano.
el artículo de Juan Carlos Fernández Molina y Fclix Moya (2002)
para lo concerniente a los paradigmas de investigación más impor­
tantes en la Ciencia de la Información, y en el libra de Emílio Delgado 4 La actitud epistemológica:
(2002) para lo referente a las metodologías específicas y a la orga­ el conocimiento, objeto de reflexión
nización de la investigación científica en general.
La Epistemología - dcl gricgo cpisteme, conocimiento, y logía,
Por último, dentro de las relaciones entre Ciencia de la Infor­
tratado, estudio o ciencia - cs la disciplina que se ocupa de la rcflexión
rnación y Epistemología, es necesario seiialar que la Epistemología se
científica y humanística sobre la naturaleza del conocimiento - Lqué
ha destacado como un cliente privilegiado de los saberes y técnicas
es el conocimiento? -, su posibilidad, sus tipos y la manera de
propias de la Ciencia de la Información, notablemente de los de la
alcanzarlo. Se considera epistemología el estudio dcl conocimiento,
Bibliometría, la Cientometría y la Informetría (v. g. Andersen, 2002);
sus modalidades, y, más recicntemente, la filosofia de los modelos
pero también al contrario, como es frencuente en d caso de la
del conocimiento que han surgido desde las cicncias sociales y psico­
Organización de! Conocimiento (v.g. Smiraglia, 2001).
lógicas, que se ocupan de los procesos y modelos mcntales que
A continuación, y en relación con los objetivos dcl capítulo
determinan cómo se consigue, construyc y utiliza el conocimiento -
centraremos la reflexión en algunas claves generales de la Epis­
la mctacognición. La investigación sobre n1etacognición tiene también
temología de especial interés para la práctica dei profesional de la
una importante vertiente aplicada, en la medida en que también se
información. Intentaremos reflejar cómo la teoría dei conocimiento
ocupa de estudiar los procesos mediante los que los seres humanos
es una disciplina históricamente constituída, un devenir a lo largo de
mejoran sus procesos cognitivos. En este sentido aborda problemas
cual se han ido "agarrando" algunos de los aspectos críticos dei pro­
como la reflexión, el pensarniento creativo, el pensamiento visual, el
blema de! conocer y posteriormente se han tenido que corregir los
Bases epistemológicas ele/ cjcrcicio profi:sional 21
20 Atuação profissional na área de informação

papel de las habilidades de lectura y redacción en el aprendizaje, o las 11111s1dcraciones surge la siguiente gran vuelta ele tuerca en la reflexión
técnicas de estudio. De todas estas áreas de estudio se derivan técni­ 11 )!SI e mológica, que dieron en nuestra tradición,ya entrado e! siglo V
.i Ili cs de Cristo, los sofistas. Su perspectiva es peculiar y, en cierta
cas de gran interés práctico, que se utilizan dentro de la Ciencia de la
Inforrn.ación, por ejemplo, en el campo de la formación ele usuarios. 111,mcra, contemporánea. Armados de los avances de la filosofía y la
l irncia del siglo anterior, cuestionados por e! cruce de civilizaciones
Por fin, conviene llamar la atención sobre el hecho que en muchos ele
los temas ele la Epistemología "práctica" se percibe la utilidad "epis­ q uc era entonces d Mediterráneo Oriental, estos hombres se en­
tem.ológica" ele! documento corno instrumento rnctacognitivo, como rrcntaron a la complejidad de la civilización urbana griega como
herramienta no solo de la memoria sino de los propios procesos ele profcsionales de! pensamiento y la palabra, haciendo lll1 oficio de!
pensar (Pinto, García y Agustín, 2001, p. 37). preparar a los ciudadanos para los debates comunitarios donde se
En nuestra traclición occidental, son los denominados filósofos decidía la suerte ele las polis. Al servicio de partidos y cnvucltos por la
presocráticos quienes, en el quicio entre los siglos VI y V antes de ola enculturadora de aquella incipiente "globalización", la filosofía
Cristo, abordaron y sintetizaron los principales argumentos sobre el tomo un derrotem relativista,pragmatistay hedonista. A la vista de
conocimiento humano. La Epistemología surge a partir de una las contradicciones de las que eran testigos y de los cfectos de los dis­
experiencia cotidiana de los seres humanos, a sabei: que lo que se piensa cursos bien trabados sobre los individuasy las masas, los sofistas se
verdaclero, no siempre corresponde a la realiclad. Sin embargo, más afcrraron a la parte técnica de la filosofía y cuestionaron la existencia
allá de las contradicciones e incertidumbres que 1c rodean, cl ser hu­ de la verdad. Su aportación fue decisiva al plantear con agudeza los
mano necesita sentir que su entorno y su vicia tienen sentido y que límites de! conocimiento ele segundo orden - la episteme -, al inau­
time una comprensión acertada de cllos. En lo poco que se sabe ele gurar la filosofia crítica y ai introducir un nuevo bucle ele reflexión
estas hombres late la eterna búsqueda humana del sentido y la verclad, sobre e! conocimiento. Su crítica de la reflexión "científica" que ha sido
el conflicto con las limitaciones dei conocimiento humano y el ansia asumicla por todos los grandes filósofos, empezando por Platón y
de perfección. Parménicles afronta este problema postulando la unidad Aristóteles, que, sin embargo, revindicaron con brillantez la posibilidad
del conocimiento y la existencia de un saber de segundo grado - de saber y la vocación de unidad dcl conocinliento.
reflexionado - frente al conocimiento ordinario, que Sócrates recoge La historia de la filosofía griega nos permite situar la función
en su cloctrina dei saber real o conocimiento - cpistcmc - frente a la de! profesional de la información como investigador, como persona
opinión - doxa -. Por su parte,de Heráclito nos interesa especialmen­ que más aliá de la opinión común e incluso de las doctrinas genera­
te su reivindicación de que el sentido se construye colcctivamentc por lizadas en su campo se cuestiona continuamente su función socialy
medio de la comunicación y del conflicto. Desde entonces toda persona su desempCI''í.o de forma constructiva y responsabk. También nos
culta ha incorporado a su bagaje cultural la necesidad de un recuerda que, en el quehacer de todo científico aplicado y ele todo
conocirniento contrastado, alcanzanclo por las vías antiquísimas de practicante sustentado por principias científicos -y en alguna de esas
la prudcncia y la reflcxión, y de la tensión entre proyecto y reéilidacl. dos categorías queda normalmente el profcsional de la información -
Ahora bicn, el logos, cl sentido, solo es totalmente homogéneo , el desarrollo de una perspectiva no ingenua sobre cl conocimiento y
y enteramente colcctivo en cl inalcanzable mundo de las idrns-límite. sobre su construcción - la "actitud epistemológica" - es uno de los
La realidad es bien distinta. Por un lado, cl logos se fractura por las fundarn.entos de su ejercicio profesional,junto con la definición ele sus
mismas fallas que se rompen la Humanidad y a las sociedades que la objetivos - ética -y la caracterización de su clom.inio de conocinüento
componen, allí donde el diálogo se convierte en discusión o silencio e - ontología - (figura 3).
incomunicación. Por otra parte,es una experiencia ineludible ver como
nucstras imágenes de la realidad fracasan una y otra vez - no siempre,
pero demasiadas veces - cuando se enfrentan al devenir. De ambas
Bases cpistc111ológicas dei cjcrcicio prolcsional 21
20 AtuaçJo profissional na área de informação

papel de las habilidades de lectura y redacción en el aprendizaje, o las 1 1111s1tlrrnciones surge la siguiente gran vuelta de tuerca cn la rcílexión
1 p1sl rn1ológica, que clieron en nuestra traclición,ya entrado el siglo V
técnicas de estudio. De todas estas áreas de estudio se derivan técni­
cas de gran interés práctico, que se utilizan dentro de la Cicncia de la .i11lcs de Cristo, los sofistas. Su perspectiva es peculiar y, en cierta
Información, por ejemplo, en e] campo de la formación de usuarios. 1t1.incrn, contemporânea. Armados de los avances ele la filosofia y la
Por fin, conviene llamar la atención sobre cl hecho que en muchos de l'irncin del siglo anterior, cuestionados por el cruce ele civilizaciones
los temas de la Epistemología "práctica" se percibe la utilidad "epis­ que cm entonces el Mediterrâneo Oriental, estos hombres se en­
temológica" dei documento como instrumento metacognitivo,como rrcntaron a la complejidacl de la civilización urbana griega como
herramienta no solo ele la rn.emoria sino de los propios procesos de profesionales del pensamiento y la palabra, hacienclo lll1 oficio ele!
pensar (Pinto, García y Agustín, 2001, p. 37). preparar a los ciudaclanos para los debates comunitarios donde se
En nuestra tradición occidental, son los denominados filósofos deciclía la suerte de las polis. Al servicio de partidos y envueltos por la
presocráticos quicnes, en el quicio entre los siglas VI y V antes ele ola enculturadora ele aquella incipiente "globalización", la filosofia
Cristo, abordaron y sintetizaron los principales argumentos sobre el tomo un derrotem relativista,pragmatista y hedonista. A la vista de
conocimiento humano. La Epistemología surge a partir ele una las contradicciones de las que eran testigos y ele los cfectos ele los dis­
cxperiencia cotidiana de los seres humanos, a sabe1� que lo que se picnsa cursos bien trabados sobre los individuas y las masas,los sofistas se
verdadero, no siempre corresponde a la realidad. Sin embargo, más aferraron a la parte técnica de la filosofia y cuestionaron la existencia
allá de las contradicciones e incertidumbres que ]e rodeai1, cl ser hu­ ele la verdacl. Su aportación fuc decisiva al plantem con agudeza los
mano necesita sentir que su entorno y su vida tienen sentido y que límites dei conocimiento ele segundo orden - la episteme -, ai inau­
tiene una comprensión acertada ele cllos. En lo poco que se sabe de gurar la filosofia crítica y ai introducir un nuevo bucle ele reílexión
estos hombres late la eterna búsqueda humana de] sentido y la verdad, sobre el conocimiento. Su crítica de la reflexión "científica" que hn sido
el conflicto con las limitaciones dei conocimiento humano y el ansia asumida por todos los grandes filósofos, empczanclo por Platón y
de perfccción. Parménides afronta este problema postulando la uniclacl Aristóteles,que, sin embargo, revindicaron con brillantez la posibiliclad
dei conocimiento y la existencia de un saber de segundo grado - de saber y la vocación de uniclad dei conocimiento.
reflexionado - frente ai conocimiento ordinario, que Sócrates recoge La historia de la filosofia griega nos permite situar b función
en su doctrina dei saber real o conocimiento - epistemc- frente a la dei profesional de la información como investigador, corno persona
opinión- doxa-. Por su parte, de Heráclito nos interesa especialmen­ que más aliá de la opinión común e incluso ele las doctrinas genern­
te su reivindicación ele que el sentido se construye colectivamente por lizadas en su campo se cuestiona continuamente su función social y
medio de la comunicación y de] conílicto. Desde entonces toda persona su desempeno ele forma constructiva y responsable. También nos
culta ha incorporado a su bagaje cultural la necesiclad de 1m recuerda que, en el quehacer de todo científico aplicado y de todo
conocimiento contrastado, alcanzanclo por las vías antiquísimas ele practicante sustentado por principias científicos- y en alguna ele csas
la pruclcncia y la reílcxión, y de la tcnsión entre proyecto y realidacl. elos categorías queda normalmente el profesional de la información-
Ahora bien, el logos, el sentido, solo es totalmente homogéneo , el desarrollo de una perspectivn no ingenua sobre el conocirniento y
y enteramente colectivo en cl inalcanzable mundo ele las icleas-límite. sobre su construcción - la "actitud epistemológica" - cs uno ele los
La realidad es bicn distinta. Por un lado, el logos se fractura por las fundamentos ele su ejercicio profesional,junto con la clefinición de sus
rnismas fallas que se rompen la Humaniclad y a las sociedades que la objetivos- ética -y la caracterización ele su domínio de conocimiento
componen, allí donde el diálogo se convierte en discusión o silencio e - ontología - (figura 3).
incomunicación. Por otra parte,es una experiencia ineludible ver como
nuestras imágenes de la realiclacl fracasan una y otra vez- no sicmpre,
pero demasiadas veces - cuanclo se enfrentan a] dcvenir. De ambas
-
22 Atuação profissional na área de informação
Bases epistemológicas de/ çjcrcicio profcsional 23

1 ksdc distinto punto de vista, pero con la misma demoledora crítica


.
l,1 filosofía de lo obvio, las psicologías psicodinámicas han otorgado

t
,1

t t,1111bién el valor de epifenómeno a las representaciones de la conciencia,

1 I, 1 1
rsla vez respecto a los procesos inconscientes y profundos.
Por qué Qué �o Asumiendo y transcendiendo buena parte de las críticas dcl
rnnductismo y del psicoanálisis, hace tiempo que la Psicología
ognitiva ha conseguido re-estableccr la cxistencia de representaciones
mentales que median entre el estímulo y la respuesta, y que explican
1 Ontología 1 1 Epistemología
la experiencia ineludiblc ele que muchas veces ante estímulos y

t t
Domínio de
t condiciones ambientales iguales, se proclucen respuestas distintas. Esas
representaciones mentales que interactúan con las respuestas y los
Valores Método estímulos en un proceso de causaliclad recíproca son la clefinición
estudio
moderna ele "conocirn.iento". Por su parte, Piaget mostrá en sus
Figura 3 - Las bases teóricas de las disciplinas y de su ejercicio profesional.
investigaciones ele Psicología Evolutiva como cl nino construye el
conocimicnto a través ele su interacción con la realidacl, integrando
5 El conocimiento como representación y construcción esquemas progresivamente más complejos y socializados hasta
alcanzar en su madurez el pensamiento racional, al menos en algunos
Durante muchos siglos, los conocimientos se concibieron de sus campos de acción.
como imágenes más o menos verdaderas de la realidad; si se quiere, El constructivismo es una teoría cognitiva que postt1la qt1e cl
como representaciones suyas. Esta visión del conocimiento se acerca conocimiento es creado - construido - por cl sujeto con st1s
al concepto cotidiano de "conocer", en el sentido de experimentar o percepciones del media cn la medida en que éstas le aportan signi­
haber sido testigo de algo. Aunque sabemos que esos conocimientos ficado. El conocimiento para los constructivistas no es t1na acumu­
inmediatos también están sujetos a las anomalías perceptivas, las lación ele datas, sino la construcción de sistemas organizados. La
apariencias y los enganos, es normal darlos por verdaderos, por relación de esos sistemas con la realidad es de naturalcza muy
"evidentes". compleja. En principio, se postula que los conocimientos ticncn
Sin embargo, esa filosofía del sentido común, que nos sirve para que ser adaptativos, es decir, su función es propiciar que cl sttjeto
la mayor parte de los hechos de la vida cotidiana, y que sustenta la se ajuste mejor a] media y puccla aprovecharlo con más eficacia.
práctica de asuntos tan complejos como el Dcrecho o la Gestión, ha Para ello, e] sttjeto extrae clcl medio determinadas invariantes y
sido muy criticada en los dos últimos siglos.
fuentes de aleatoricdad que almacena y utiliza para facilitar un
Por un lado, a medida que los conocimientos tratan de cuestioncs
comportamicnto eficaz y autónomo. Sin embargo, la perspectiva
menos obvias y más abstractas, tienen que ver más con la imaginación
constructivista reconoce - un poco al estilo de Platón con su me­
y menos con la imagen, y la inmediatez de la rclación entre conoci­ táfora ele la caverna y ele forma congruente con la filosofia de b
miento y mundo real resulta menos evidente.
Ciencia de Karl Popper - que las represcntaciones mentalcs son li­
Por otro, cl valor de las imágenes internas y de los autoinformes
mitadas, inherentemente desajustadas y obsolescentes, dado qt1e se
ha sido criticado desde el positivismo psicológico, que inspirándose
enfrentan a un medio siempre cambiante. Por otro lado, aunque se
en los estudios fisiológicos redttjo el estudio de la mente al de las re­
enfatiza que el saber para ser real tiene que ser icliosincrásico - esta
laciones estímulo-respuesta, dejando la mente y el fenómeno del
es, asumido desde las motivaciones, metas y conocimientos previos
conocimiento rebajados a la consideración de meros epifenómcnos.
ele] sujeto -, se reconoce igualmente que cl conocimiento personal
-
22 Atuação profissional na área de informação

1
Bases epistemológicas dei çjcrcicio profcsional 23

h •,til' d1slinto punto de vista, pero con la misnia demoledora crítica


.
,1 l.1 l 1l(lSof'ía de lo obvio, las psicologías psicodinámicas han otorgado

f t l ,111 JI ,iC:11 cl valor de epifenómeno a las representaciones de la conciencia,

1 11
,·�t.1 vez respecto a los procesos inconscientes y profundos.
Porquê Quê �o /\sumiendo y transcendiendo buena parte de las críticas dei
nlllductismo y dei psicoanálisis, hace tiempo que la Psicología

1
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rncntales que median entre el estímulo y la respuesta, y que explican
Ontologia

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1 1 Epistemologia
l,1 experiencia ineludiblc de que muchas veces ante estín1ulos y

Valores

Domínio de
• condiciones ambientales iguales, se producen respuestas distintas. Esas
representaciones rnentales que interactúan con las respuestas y los
estímulos en un proceso ele causalidad recíproca son b definición
estudio Método
Figura 3 -Las bases teóricas de las disciplinas y de su ejercicio profesiona/. n1.0clerna de "conocimiento". Por su parte, Piaget mostrá en sus
investigaciones de Psicología Evolutiva como cl nino construye el
conocimiento a través de su interacción con la realidacl, integrando
5 El conocimiento como representación y construcción esquemas progresivamente más complejos y socinlizaclos hasta
alcanzar en su madurez el pensamiento racional, al menos en algunos
Durante muchos siglas, los conocimientos se concibieron
ele sus campos de acción.
como imágenes más o menos verdaderas de la realidad; si se quiere,
El constructivismo es una teoría cognitiva que postula que cl
como representaciones suyas. Esta visión dei conocimiento se acerca
conocimiento es creaclo - construido - por cl sttjeto con sus
ai concepto cotidiano de "conocer", en el sentido de experimentar o percepciones del medio en la medida en que éstas le aportan signi­
haber sido testigo de algo. Aunque sabemos que esos conocimientos ficado. El conocimiento para los constructivistas no es una actm1u­
inmediatos también están sujetos a las anomalías perceptivas, las lación de datas, sino la construcción de sistemas orgnnizados. La
apariencias y los enganos, es normal darlos por verdaderos, por relación de esos sistemas con la realidad es de naturaleza muy
"evidentes". compleja. En principio, se postula que los conocimientos tienen
Sin embargo, esa filosofia dei sentido común, que nos sirve para
que ser adaptativos, es clecir, su función es propiciar que el sttjeto
la mayor parte de los hechos de la vida cotidiana, y que sustenta la
se ajuste mejor ai medio y pueda aprovecharlo con más efícacia.
práctica de asuntos tan complejos como e! Derecho o la Gestión, ha
Para ello, el sttjeto extrae dcl media detenninndas invariantes y
sido muy criticada en los dos últimos siglas.
fuentes de aleatoriedad que almacena y utiliza para facilitar tm
Por un lado, a medida que los conocimientos tratan de cuestioncs
comportamiento eficaz y autónomo. Sin embargo, la perspectiva
menos obvias y más abstractas, tienen que ver más con la imaginación
constructivista reconoce - tm poco al estilo de Platón con su me­
y menos con la imagen, y la inmediatez de la rclación entre conoci­
táfora de la caverna y de forma congruente con la filosofia de la
miento y mundo real resulta menos evidente.
Ciencia de Karl Popper - que las representaciones mentales son li­
Por otro, cl valor de las imágenes internas y de los autoinformes
mitadas, inherentemente desajustadas y obsolescentes, dado que se
ha sido criticado desde el positivismo psicológico, que inspirándose
enfrentan a un medio siempre cambiante. Por otro lado, aunque se
en los estudios fisiológicos redLtjo el estudio de la mente ai de las re­
enfatiza que el saber para ser real tiene que ser idiosincrásico - esto
laciones estímulo-respuesta, dejando la mente y el fenómeno del
es, asumido desde las motivaciones, metas y conocimientos previas
conocimiento rebajados a la consideración de meros epifenómcnos.
de] sujcto -, se reconoce igualmente que e! conocimiento pcrsonal
24 Atuação profissional na área de informação Bases epistemológicas de! cjcrcicio profr:sional 25

se construye en gran manera a partir dei conocimiento socialmen­ llll realismo constructivista es tm enfoque que pone frente a frente a
te compartido y que, redprocamente, al compartirse se pule y cios contrarias - el subjetivismo y e! realismo -y los obliga a convivir
mejora sin perder significatividad. en nuestras mentes, creando una tensión capaz de ayudar al navegante
Los constructivistas radicalcs llegan al extremo de intentar a discurrir entre cl Gargoris dei solipismo y la inacción descom­
estudiar el conocimicnto como algo ajeno a la realidad, evitando prometida y el Habidis dei realismo incauto y la heteronomía ingcnua.
toda referencia ontológica. Desde este punto de vista, e! signific.:tclo Desccndiendo en nivel de abstraceión hasta cl domínio ele los
y su construcción reside en los propios sistcnrns complcjos, "ope­ paradigmas de investigación, e! constructivismo aporta al profesional
racionalmente cerrados" de Foerstcr, autopoiéticos ele Maturana o de la información una poderosa vacuna contra cl positivismo ingcnuo
autorrcferidos. Para estas teóricos, cl conocimiento no cs "una - sustituiclo en los últimos tiempos, por un cognitivismo idealista
representación o una imagcn ele la realidad, sino una llavc que que aporta muy poco a la práctica cotidiana - que subyace a gran
desbloquea posibks carninos" de acción (von Glasersfeld, l 984). El parte del trabajo informacional: a) no existe el "usuario", sino usuarios
conocimicnto queda así reducido a una suerte de guía para la acción. individuales que conviven en múltiples grupos y que reqtiieren de
El constructivismo radical es un útil contrapunto al realismo atención a múltiples niveles - personal, grupal, comunitario; b) no
ingenuo positivista y reinserta cl problema dcl conocimiento dentro existen necesidades ele informaeión objetivas, sino que dichas
ele la racionalidacl intrínseca de los sistemas en los que se produce, necesidades están siempre cambiando, ajustánclose y construyéndose
rescatando la importancia ele lo específico e icliosincrásico. Sin em­ en procesos de asimilación y acomodación; c) los documentos no son
bargo, parece difícil sustentar una ciencia aplicada ele carócter técni­ registros "objetivos" del conocimiento, sino herramientas dcl
co en él, toda vez que lo que se busca cn cl ejcrcicio profcsional es pensamiento y ele la comunicación que deben ser pucstas en reli:ición
una acción eficaz sobre lo realidacl externa, y, por lo tanto, se requiere profunda con las perspectivas-en-acción que guían la práctica y la
algún tipo ele definición de verclad, ya sea como correspondcncia o conternplación de los usuarios; y d) nuestros propios modelos,
acción eficaz. ·1 metodologías y normas ele trabajo deben someterse a continua
Por cl contrario, un constructivismo de base realista impliG1 revisión, pues son estados de conocimiento construidos para unas
aceptar que la realidad existe objetivamente, pero que cl conocirnicnto condiciones dadas y dentro de unos límites predeterminados.
de dicha realidad se construye por st0etos imbricados cn lm sistema
social dotado de memoria histórica. En definitiva, una visión realista 6 La búsqueda de conocimientos válidos:
equilibrada desde el constructivismo - o viceversa - aporta la noción el pensamiento científico
del conocimiento humano com.o una empresa limitada y subjetiva,
pero también compartida con otros y orientada al éxito en la Una vez establecido el mal contra el que vacuna la "mirada
interacción con cl medio. Recíprocamente, reconoce los fundJmentos epistemológica" - la confusión entre realiclad y conocimimto, bicn
objetivos dei saber y la necesidad del saber compartido, pero igual­ por la vía dei realismo ingenuo o dei solipismo - interesa abordar
mente acepta que el cuerpo social está fragmentado, y que cl SLijetO córno conseguir un conocimiento verdadero; esto es, si existCI, ca­
individual construye su significado de form.a personal e idiosincrásica. minos o proceclimientos para alcanzar un conocimiento eficaz, incle­
En definitiva, reconoce la autonomía a la par que la interrelación penclientemente de que se interprete como representación o como
profunda entre los tres ámbitos de construcción del conocimiento: lo herramienta para la acción. Se trata, en suma, de intentar transfor­
real, lo social y lo personal. Así pues, tm constructivismo re.:tlista o mar el problema epistemológico en un modelo metodológico, capaz
de guiar la praxis profesional. Indudablemente, la respuesta a esta
3 Sobre las irnplicaciones dei relativismo en la Cienciél de la lnforn1élción, vb1se Wil­
pregunta gira entorno ai método científico como síntesis moderna
son (1999). de lo que sabemos sobre la construcción dei conocimiento social.
24 A/1iaçé10 profissional na área de infonnaçJo
Bases epistemológicas dei <jcrcicio profcsional 25

se construye en gran m.anera a partir dei conocimiento socialmen­ 1111 1 t·, 1 lis1110 constructivista es un enfoque que pone frente a frente a
te compartido y que, recíprocamente, ai compartirse se pule y r 111•, < < 111l rnrios - e! subjetivismo y e! realismo -y los obliga a convivir
1 11 1ll ll'Slras mentes, creando una tensión capaz de ayudar al navegante
mejora sin perder significatividad.
Los constructivistas radicalcs llegan al extremo de intentar ,1 d1sn1rrir entre cl Gargoris dei solipisrno y la inacción clescom-
estudiar e! conocimiento como algo ajcno a la realidad, evitm1do 111<1111ctida y e! Habidis dei realismo incauto y la heteronomía ingenua.
toda referencia ontológica. Desde este punto de vista, e! significado Descendiendo en nivel ele abstracción hasta el domínio de los
y su construcción reside en los propios sistemas comp!cjos, "ope­ 11,1 rndigmas de investigación, el constructivismo aporta al profesional
racionalmente cerrados" de Foerster, autopoiéticos ele Muturana o de la información una poderosa vacuna contra e! positivismo ingenuo
autorrefcriclos. Para estos teóricos, cl conocimiento no es "una sustituiclo en los últimos tiempos, por un cognitivismo idealista
representaeión o una imagen ele la realidacl, sino una llave que que aporta muy poco a la práctica cotidiana - que subyace a gran
clesbloquea posibks caminos" ele acción (von Glasersfelcl, 1 984). El parte dei trabajo informacional: a) no existe e! "usuario", sino usuarios
conocimiento queda así reelucido a una suerte ele guía para la aeción. indivicluales que conviven en múltiples grupos y que requieren ele
El constructivismo radical es un útil contrapunto ai realismo atención a múltiples niveles - personal, grupal, comunitario; b) no
ingenuo positivista y reinserta e! problema dei conocimiento dentro existen necesidades ele información objetivas, sino que dichas
ele la racionaliclacl intrínseca ele los sistemas en los que se produce, necesidacles están siempre cambiando, ajustándose y construyéndose
rescatanclo la importancia ele lo específico e idiosincrásico. Sin em­ en procesos de asimilación y acomodación; c) los documentos no son
bargo, parece difícil sustentar una ciencia aplicada de curácter técni­ registros "objetivos" dei conocimiento, sino herramientas dei
co en é!, toda vez que lo que se busca en e! ejercicio profesional es pensamiento y de la comunicación que deben ser puestas cn rebción
una acción eficaz sobre la realiclad externa, y, por lo tanto, se requiere profunda con las perspectivas-en-acción que guían la práctica y la
algún tipo de clefinición de verdad, ya sea como correspondcncia o contemplación ele los usuarios; y d) nuestros propios modelos,
acción eficaz. 3 metoclologías y normas de trabajo deben someterse a continua
Por cl contrario, un constructivismo de base realista implica revisión, pues son estados de conocimiento construidos para unas
aceptar que la realidad existe objetivamente, pero que cl conocimiento condiciones dadas y dentro de unos límites predeterminados.
de dicha realidad se construye por sujetos imbricados en un sistema
social dotado de memoria histórica. En definitiva, una visión realista 6 La búsqueda de conocimientos válidos:
equilibrada desde el constructivismo - o viceversa - aporta b noción el pensamiento científico
dei conocimiento humano como una empresa limitada y su�jctiva,
pero también compartida con otros y orientada ai êxito cn la Una vez estableciclo e! mal contra cl que vacuna la "mirada
interacción con el medio. Recíprocamente, reconoce los fundamentos epistemológica" - la confusión entre realidad y conocimiento, bien
objetivos dei saber y la necesidad dei saber compartido, pero igual­ por la vía dei realismo ingcnuo o dei solipismo - interesa abordar
mente acepta que e! cuerpo social está fragmentado, y que el sujeto cómo conseguir un conocimiento verdadero; esto es, si existcn ca­

individual construye su significado ele forma personal e idiosincrásica. minos o procedimientos para alcanzar un conocimiento eficaz, inde­
En definitiva, reconoce la autonomía a la par que la interrelación pendientemente de que se interprete como reprcsentación o como
profunda entre los tres âmbitos ele construcción dei conocimiento: lo herramienta para la acción. Se trata, en suma, de intentar transfor­
real, lo social y lo personal. Así pues, un constructivismo realista o mar e! problema epistemológico en un modelo metodológico, capaz
de guiar la praxis profesional. Indudablemente, la respuesta a esta
pregunta gira entorno al método científico como síntcsis moderna
3 Sobre las i111plicaciones dei relativismo en la Ciencia de la l 1 1for111aci6 1 1, vb1se Wil­
son (1999). ele lo que sabemos sobre la construcción dei conocimiento social.
26 Atuação profissional 11a área de informação Bases epistemológicas dei cjcrcicio profcsio11al 27

No se trata aquí de repetir lo ya sabido sobre el método cien­


tífico, ni de entrar en debates sobre si es posible o convienc una
i:::::-1
�4-Contrastaci

definición amplia o restringida del mismo, de manera que sca aplicablc


o no a las ciencias sociales, humanas y, en general, históricas. Lo que
interesa, sobre todo, es su carácter de síntesis - de compromiso, si se Generàlización
quiere - entre las dos vías principales hacia el conocimiento: la vía
racionalista - la utilización ele axiomas y dei cálculo lógico; y la
Concimiento
empírica - la observación y e] método inductivo. O, clicho de forma científico
más sencilla, su carácter ele síntesis entre la teorización y la observación
como vías de conocimento. lntegración de Teoria
saberes
Desde este punto de vista, e! método científico es - más aliá de
todos los métodos específicos en los que se concreta - un principio t
metodológico que establece tres condiciones necesarias para el Figura 4 - Los tres motores de la construcción dei conocimiento científico.
conocimiento válido: a) referir toda tcoría a los hechos ele su clominio;
b) conectar todos los hechos observados en un clominio con las tcorías
que lo modelan; y c) integrar sistemáticamente las diferentes tcorías y los conocimientos (Jaenecke, 1997). Supone también distinguir
en la medida en que manejan datas o conceptos comunes. aunque entre las teorías "discursivas" - lo que se elice - y las tcorías "cn
en el momento actual de la investigación expliquen domínios distin­ acción" - las que explican lo que realmente se hace -, y procurar
tos. E! eslabón de engarce que integra todo este sistema metodológico integrar ambos ámbitos en la medida de lo posible.
es la hipótesis científica; pues conecta, por una parte, con la tcoría Implica también, descendiendo un peldano de la escalera de la
mediante procedimientos decluctivos y, por otra, con la rcalidad a abstracción, superar la aparente contradicción entre métodos
través ele la relación que postula entre las observaciones. cualitativos y cuantitativos, que en fondo respondcn a distintos
Por lo demás, la filosofia de la ciencia actual se ha alejado en momentos, a distintas especialidades dentro de! ciclo de la invcs­
gran medida de! positivismo y se acerca más bien ai constructivismo, tigación científica. Es difícil que una ciencia basada cn la obscrvación
aunque por vías independientes. Por un lado, las teorías de la cvolución no requiera describir y clasificar hechos nuevos, mal conocidos o
de la Ciencia - tanto la de Toulmin ( 195 3) como la de Kuhn ( 19 70) - vistos desde nuevas perspectivas; o que una ciencia basada en hcchos
muestran la Ciencia como un saber construido socialmente, con sus no necesite contar y resumir datas; como lo es que una ciencia
grandezas y sus miserias, con sus aciertos y sus yerros (Leahey, sintetizadora no utilice los instrumentos dei razonamiento lógico y
1986). Por e! otro, la mayor parte de los investigadores admitimos la la deducción. Todas estas operaciones epistemológicas tienen su lu­
humilde y certera propuesta ele Karl Popper ele que las construcciones gar en la Ciencia de la Información como lo tienen en las demás
científicas - más concretamente las hipótesis y leyes científicas que ciencias, aunque nunca de una manera aislacla o exclusiva, sino como
las forman-deben diseí'iarse para su comprobación y, más aún, para instrumentos al servicio de un conocimiento relevante, preciso,
su falsación. exhaustivo e integrado.
Para el profesional de la información en acción, lo importante Por último, el reconocimiento dei saber científico como "siste­
es la continua neccsidad de contrastar, dentro de sus posibilidadcs, ma" nos compromete -ya en el máximo nivel de abstracción - con
los hechos que se derivan de su práctica y las teorías y principias la metadisciplinariedad (inter-, trans-, multi-), especialmente
que !e guían, así como la continua integración de los hechos nuevos necesaria en las ciencias humanas, donde los problemas se abordan
en las teorías, pues solo la teorización permite organizar la experiencia desde énfasis y niveles diferentes (político, gerencial, social, económico,
26 Atuação profissional na área de in{ormaçifo Bases epistemológicas dei cjcrcicio profcsional 27

No se trata aquí de repetir lo ya sabido sobre el método cien­


tífico, ni de entrar en debates sobre si es posible o conviene una
i=:::--1
�,.__contrastaci�

definición amplia o restringida del mismo, de manera que sca aplicablc


o no a las ciencias sociales, humanas y, en general, históricas. Lo que
interesa, sobre todo, es su carácter de síntesis - de compromiso, si se Generalización
quiere - entre las dos vías principales hacia el conocimiento: la vía
racionalista - la utilización de axiomas y del cálculo lógico; y la
Concimiento
empírica - la observación y el método incluctivo. O, dicho de forma científico
más sencilla, su carácter de síntesis entre la teorización y la observación
como vías de conocimento. lntegración de Teoria
saberes
Desde este punto de vista, el método científico es - más aliá de
todos los métodos específicos en los que se concreta - un principio t
metodológico que establecc tres condiciones necesarias para el Figura 4 - Los tres motores de la construcción del co11ocimie11to científico.
conocimiento válido: a) referir toda teoría a los hechos de su domínio;
b) conectar todos los hechos observados en un domínio con las teorías
que lo modelan; y c) integrar sistemáticamente las diferentes tcorías y los conocimientos (Jaenecke, 1997). Supone también distinguir
en la medida en que manejan datos o conceptos comunes, aunque entre las teorías "discursivas" - lo que se dice - y las tcorías "en
en el momento actual de la investigación expliquen domínios distin­ acción" - las que explican lo que realmente se hace -, y procurar
tos. El eslabón de engarce que integra todo este sistema metodológico integrar ambos âmbitos en la medida de lo posible.
es la hipótesis científica; pues conecta, por una parte, con la tcoría Implica también, descendienclo un peldano de la escalera ele la
mediante procedimientos deductivos y, por otra, con la realidad a abstracción, superar la aparente contradicción entre métodos
través de la relación que postula entre las observaciones. cualitativos y cuantitativos, que en fondo responden a distintos
Por lo demás, la filosofia de la ciencia actual se ha alejado en momentos, a distintas especialidades dentro del ciclo de la invcs­
gran medida del positivismo y se acerca más bien ai constructivisrn.o, tigación científica. Es difícil que una ciencia basada cn la obscrvación
aunque por vías independientes. Por un lado, las teorías de la cvolución no requiera describir y clasificar hechos nuevos, mal conocidos o
de la Ciencia- tanto la ele Toulmin (1953) como la de Kuhn (1970) - vistos desde nuevas perspectivas; o que una ciencia basada en hcchos
muestran la Ciencia como un saber construido socialmente, con sus no necesite contar y resumir datos; como lo es que una ciencia
grandezas y sus miserias, con sus aciertos y sus yerros (Leahey, sintetizadora no utilice los instrumentos del razonamicnto lógico y
1986 ). Por el otro, la mayor parte de los investigadores admitimos la la deducción. Todas estas operaciones epistemológicas tienen su lu­
humilde y certera propuesta de Karl Popper de que las construcciones gar en la Ciencia de la Información como lo tienen en las demás
científicas - más concretamente las hipótesis y leyes científicas que ciencias, aunque nunca de una manera aislada o exclusiva, sino como
las forman- deben disenarse para su comprobación y, más aún, para inst.rumentos al servicio de un conocimiento relevante, preciso,
su falsación. exhaustivo e integrado.
Para el profesional de la información en acción, lo irn.portante Por último, el reconocimiento del saber científico como "siste­
es la continua necesidad de contrastar, dentro de sus posibilidades, ma" nos compromete - ya en el máximo nivel de abstracción - con
los hechos que se derivan de su práctica y las teorías y principias la metadisciplinariedad (inter-, trans-, multi-), especialmente
que le guían, así como la continua integración de los hechos nuevos necesaria en las ciencias humanas, donde los problemas se abordan
en las teorías, pues solo la teorización permite organizar la experiencia desde énfasis y niveles diferentes (político, gerencial, social, económico,
28 Atuação profissional na c'Írca de informação Bases epistemológicas dei cjcrcicio profcsio11al 29

psicosocial, psicológico, biológico, etc.) y, por supuesto, desde vida, cuando no se pueden tener ambas cosas, la acción tiene muchas
paradigmas científicos y presupuestos filosóficos distintos. 4 veces prioridad sobre el conocimiento contrastado. En definitiva, en
El reconocimiento del imperativo de integración de los saberes, muchas ocasiones hay que actuar, por el riesgo de no hacer nada es
sin embargo, compensarse también con una adecuada percepción ele mayor. En situaciones en las que no se dispone de "verdades" cientí­
los límites disciplinares en cuanto que división del trabajo. En Ciencia ficas elaboradas y contrastadas, la rn.etodología de sistemas provee
de la Información es especialmente necesario determinar estas al menos de una heurística para guiar una acción reflexionada. No
fronteras, pues a veces se postulan objetivos excesivamente ambiciosos es extrafío que, con mayor o menor éxito, se haya propugnado re­
- la propia denominación Ciencia de la Información lo es - y otras petidamente la aplicación de la teoría de sistemas en la Cicncia de la
veces se tiende a encapsular la investigación dentro de la mern práctica. Información (v. g. Curras, 2002).
Desde nuestra perspectiva, la Ciencia ele la Información moviliza sa­ No hablamos aquí de la teoría de sistemas corno reivindicación
beres de otras disciplinas - a las que, por otm parte, puecle aportar de la indeterminación a través de la constatación de la causalidad cir­
retroalimentación - para enfocar y resolver los problemas teóricos y cular frente a la lineal (Fondin, 2001), que existe, sino corno instru­
prácticos de la gestión ele los recursos y las unidades de información. mento para abordar la complejidad (Rosnay, 1977 trad. es.) y
Incurriendo ya en el campo de los problemas ontológicos, cabe afir­ resolveria de cara a la acción (Senge, 1996, trad. es.) La teoría de sis­
mar que d objeto más idiosincrásico de la Ciencia de la Información temas afronta la realidad desde una óptica funcionalista y evolu­
no es siquiera la gestión de las unidades de información - en gran cionista, pues un sistema se define com.o "un conjunto de elementos
parte un caso concreto de la gestión de las organizaciones y la en interacción dinâmica en función de un objetivo" (Rosnay, 1977
tecnología -, sino que su enfoque básico es precisamente la gestión de trad. es.). Metodológicamente, supone la integración del análisis
los recursos de infor mación," su creación, organización y estructural - de componentes - y del análisis dinâmico - ele procesos
movilización. y flujos -, con un fuerte énfasis en la dinâmica a largo plazo, en la
que se observan los procesos de retroalirnentación de crecirniento y
estabilización.
7 La intervención social y el reto de la complejidad Además, la teoría de sistemas es un buen instrumento para
Como practicantes de una ciencia humana en acción, los conectar los grandes principias científicos con el análisis de fenómenos
profesionales de la información raramente pueden aceptar una visión concretos de cara a describir los entornas complejos cn los que
reduccionista de la realidad en la que operan, más bien tienden a un normalmente se desempena el científico social comprometido en la
cierto idealismo, a basar su práctica cn princípios éticos, incluso sin acción social.
la concurrencia de modelos científicos de su contexto de acción con­ Y es que el conocimiento que se pretende en la práctica clel
trastados con la realidad. No puede ser de otra manera, ya que en la profesional de la información y la documentación es un conocimiento
en, para y desde la acción. Se trata claramente de una ciencia aplicada
que actúa en el âmbito social para conseguir mejoras en la circulación
4 La aceptación dei principio de integración de la ciencia como progra,n;i de los flujos sociales de la información. En este sentido, comparte su
epistemológico debe depu,·arse de su utilización por los poderes y contrapode,·es
prevalentes, interesados lógicamente en que su discurso sea hegemónico e incluso
enfoque con otras ciencias sociales y humanas - com.o la Medicina,
único. Este aspecto ha sido muy criticado desde posiciones ma,·xistas, psicoanalíticas el Trabajo Social, la Pedagogía, la Psicología aplicada o las Ciencias de
y deconstruccionistas, así como desde las filosofías dei contrapoder, y sus a,·gu­ la Comunicación Social. Como ellas, pretende el estudio ele sistemas
mentos plantean un cuestionamiento ineludible. Véase ai respecto Trascow (2001 ).
"naturales" con el objeto de determinar sus estados ideales y patoló­
5 En este sentido, López Yepes (1995) ha situado repetidamente el proceso informa­
tivo-documental en el centro de la Ciencia de la lnformación, así como los cl�sicos gicos, y de inventar y evaluar estrategias y técnicas de intervención
de la Documentación lo hacían la cadena o proceso documental (Dijk y Slype, 1978). para optimizar su funcionamiento según determinados objetivos o
28 Atw1çào profissional na área de informação Bases epistemológicas dei c;jcrcicio profcsional 29

psicosocial, psicológico, biológico, etc.) y, por supuesto, desde v11l,1, l't 1,1ndo no se pueden tener ambas cosas, la acción tiene muchas
paradigmas científicos y presupuestos filosóficos distintos. 4 , t'l l'S prioridad sobre el conocimiento contrastado. En definitiva, en
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sin embargo, cornpensarse también con una adecuada percepción de 11 t,1yor. En situaciones en las que no se dispone de "verdades" cientí­

los límites disciplinares en cuanto que división del trabajo. En Ciencia l 1l\lS elaboradas y contrastadas, la metodología de sistemas provee
de la Información es especialmente necesario determinar estas ;ti menos de una heurística para guiar una acción reflexionada. No
fronteras, pues a vcces se postulan objetivos excesivamente ambiciosos 1·s cxtrai'ío que, con mayor o rnenor éxito, se haya propugnado re­
- la propia denominación Ciencia de la Información lo es - y otras petidamente la aplicación de la teoría de sistemas cn la Cicncia de la
veces se tiende a encapsular la investigación dentro de la mera práctica. lnformación (v. g. (urras, 2002).
Desde nuestra perspectiva, la Ciencia de la Información moviliza sa­ No hablamos aquí de la teoría de sistemas como reivindicación
beres de otras disciplinas - a las que, por otra purte, puede aportar de la indeterminación a través de la constatación de la causalidad cir­
retroalimentación - para enfocar y resolver los problemas teóricos y cular frente a la lineal (Fondin, 2001), que existe, sino como instru­
prácticos de la gestión de los recursos y las unidades de información. mento para abordar la complejidad (Rosnay, 1977 trad. es.) y
Incurriendo ya en el campo de los problemas ontológicos, cabe afir­ resolveria de cara a la acción (Scnge, 1996, trad. es.) La teoría de sis­
mar que el objeto más idiosincrásico de la Ciencia de la Información temas afronta la realidad desde una óptica funcionalista y evolu­
no es siquiera la gestión de las unidades de información - en gran cionista, pues un sistema se define como "un conjunto de elementos
parte un caso concreto de la gestión de las organizaciones y la en interacción dinámica en función de un objetivo" (Rosnay, 1977
tecnología -, sino que su enfoque básico es precisamente la gestión de trad. es.). Metodológicamente, supone la integración del análisis
los recursos de infor mación," su creación, organización y estructural - de com.ponentes - y dei análisis dinámico - de procesos
movilización. y flujos -, con un fuerte énfasis en la dinámica a largo plazo, en la
que se observan los procesos de retroalimentación de crecimiento y
estabilización.
7 La intervención social y el reto de la complejidad
Además, la teoría de sistemas es un buen instrumento para
Como practicantes de una ciencia humana en acción, los conectar los grandes principias científicos con el análisis de fenómenos
profesionales de la información raramente pueden aceptar una visión concretos de cara a describir los entornas complejos cn los que
reduccionista de la realidad en la que operan, más bien tienden a un normalmente se desempena el científico social comprometido en la
cierto idealismo, u busur su práctica cn princípios éticos, incluso sin acción social.
la concurrencia de modelos científicos de su contexto de acción con­ Y es que e! conocimiento que se pretende en la práctica dei
trastados con la realidad. No puede ser de otra manera, ya que en la profesional de la información y la documentación es un conocimiento
en, para y desde la acción. Se trata claramente de una ciencia aplicada
que actúa en el ámbito social para conseguir mcjoras en la circulación
4 La acept;ición dei principio de integración de J;i cienci a como progranrn de los flujos sociales de la información. En este sentido, comparte su
epistemológico debe depurarse de su utilización por los poderes y contrapoderes
prevalentes, interesados lógicamente en que su discurso sea hegemónico e incluso
enfoque con otras ciencias sociales y humanas - como la Medicina,
único. Este aspecto ha sido muy criticado desde posiciones marxistas, psicoanalíticas el Trabajo Social, la Pedagogía, la Psicología aplicada o las Ciencias de
y deconstruccionistas, así como desde las filosofías dei contrapoder, y sus argu­ la Comunicación Social. Como ellas, pretende el estudio de sistemas
mentos plantean un cuestionamiento ineludible. Véase ai respecto Trascow (2001 ).
"naturales" con el objeto de determinar sus estados ideales y patoló­
5 En este sentido, López Yepes (1995) ha situado repetidamente el proceso informa­
tivo-documental en el centro de la Ciencia de la Jnformación, así como los cl�sicos gicos, y de inventar y evaluar estrategias y técnicas de intervención
de la Documentación lo hacían la cadena o proceso documental (Dijk y Slype, 1978). para optimizar su funcionamiento según determinados objetivos o
30 Atuação profissional na área de informação Bases epistemológicas dei cjcrcicio profcsional 31

v,1lores (figura 5), algunos de carácter técnico y otros de carácter ético.


is l·:wrnplos de los primeros en el caso de la Ciencia de la información

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� son la eficacia yla eficiencia en las funciones y flujos de la información;
ê y de los segundos, el derecho a la información.
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o
� Comprometido con una ciencia aplicada orientada a la
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&l inlcrvención y guiada por principias yvalores (García Marco, 1995),
a:
l'l profesional de la información y la documentación cncucntra en la
metodología investigación-acción (figura 6) un marco epistemológico
inspirador. Aceptar este marco supone volver a enfrentar serenamente
dos aparentes contrarias: la distancia de la actitud científica y
epistemológica ante la realidad, por un lado; y el compromiso con las
comunidades hurnanas en las que se interviene y a las que se preten­
de proporcionar un servicio, por el otro. Porque en Ciencia de la
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e
Información no merece la pena avanzar si no es en función del
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E compromiso con los problemas reales de nuestra práctica profesional,
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e conocimiento que no sea contrastado, crítico y sistematizado, o al
menos tenga la voluntad firme de serlo.


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30 Atuação profissional na área de informação Bases epislc1110/6gicas dei cjcrcicio profcsional 31

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32 Atuação profissional na área de informação Bases epistemológicas dei cjcrcicio profcsional 33

8 Conclusión con el contraste público- en definitiva, con cl logos-, única


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La adquisición dei conocimiento es una necesidud y una 1:.1r,111lín de que nuestro discurso no caiga fácilmente en el solipismo,
satisfacción. Una necesidad, en primer lugar, porque a través de él es l.t t!'rclcvancia o la arrogancia.
posible comprender la realidad, adaptarse a ella y modificaria. Una Por fin, la actitud epistemológica en nuestros tiempos- y es­
satisfacción, pues e! ser humano disfruta recibiendo información y l'l'l'inlmente si busca orientar la acción eficaz - tiene que alinearse
dotándola de sentido, es decir, construyendo conocimiento. Y aunque <'<lll cl pensamiento científico, asumiendo la necesielael de una per-

e! conocimiento no es perfecto ni como proceso ni como producto, sí 11wncnte interacción entre la realidad y nuestros constructos a tra­
que es perfcccionable. Además, constituye una dimensión antropo­ vés de la voluntad de observación, sistcmatización, comprobación y
lógica includible que es preferible que funcione mejor antes que peor. cvaluación.
Así pues, e! problema epistemológico está, a pesar de sus En fin, a modo de síntesis visual ele las idcas que hemos
tecnicismos, hondumente anelado en lo más profundo de la expe­ presentado en este capítulo sobre el conocimiento, la figura 7 reúne
riencia humana y, por consiguiente, de! quehacer del profesional de lé!s principales cualidaeles ele! conocimiento epistemológicamente sus­
la información. Sobre lo que en último término reflexiona la Epis­ tentado, tal y como resulta de rccibir las aportaciones de las distintas
temología es sobre las luces y las sombras del conocimiento hum.a­ corrientes que lo han procurado.
no, tan asombroso en su dinâmica y sus logras, pero también tan El conocimiento epistemológicamente válido, pucs, "es" en cl
limitado. sentido de que tiende a ser:
De alguna manera los diferentes ismos de la epistemología a) Relevante: E! saber y su discurso deben estar alineados a los fines
examinan con detalle aspectos parcialcs de esa experiencia: la tozuela que rcalm.ente se pretenden - sin agendas ocultas - y orientados
existencia ele la realidacl - realismo -, e! carácter holístico e en último término - aunque no de forma necesariamente inmc­
idiosincrásico ele las estructuras y procesos cognitivos - el ra­ diata - a la acción.
cionalismo y e! constructivismo -, su subsieliarieclad respecto a los b) Vcrdadero: El conocimiento - se entienda como representación o
fines - idealismo, pragmatismo-, sus limitaciones, relativismo, etc. construcción- busca conformarse a la rcalidad y funcionar como
Más allá de los ismos y beneficiándose ele todos ellos, la uctituel ella con el suficiente grado de precisión y exhaustividad para re­
epistemológica, tan necesaria en todo quehacer humano, es una ele solver los requisitos que se le plantean externa- los fines preten­
las bases de la acción del profesional y del científico de la información. didos - e internamente - su consistencia y sistematicidad.
Supone, en primer lugar, una orientación decidida - con el tiempo
c) Simple: E! conocimiento y su discurso intentan no perderse cn sí
convertida en hábito - a reflexionar sobre los problemas, a ir más
mismos, y evitan la irrelevancia y la redundancia.
allá de la costumbre, de los prejuicios y ele la convcnción, por muy
generalizadas que estén. Para ello, es necesario buscar- que no con­ d) Perfectible: Aunque orientado a la verdad, el Sltjeto cognoscentc se
seguir completamente - una postura ecuánime e indepenelicnte, como sabe lin1itado, y comprende que el conocimiento es también-y, a
de extrafi.amiento, poniendo en cuarentena nuestras propias veces, sobre todo - un camino, un tarea y un horizonte. Por ello,
afiliaciones y simpatías, aunque sin renunciar tampoco a priori a ellas. los conocimientos dignos de tal nombre se formulan de tal manera
Así, asumiendo nuestras posiciones, nos situaremos cn posición que pueden ser evaluados, estableciendo claramente sus límites y
para el encuentro y el diálogo, o, ai menos, para una discusión basada condiciones de verdad. De esta manera, el conocimiento está siempre
en evidencias compartidas y principias mutuamente asumidos. Y es depurándose y perfeccionándose.
que el siguiente escalón de la "actitud epistemológica" es precisamente e) Intersubjetivo: El conocimiento es una empresa común, que busca
e! compromiso con la reflexión compartida, con el pensamiento el diálogo y la discusión. Por ello está convenientemente expresado,
32 Atuaçiio profissional na área de informação Bases epistemológicas dei çjcrcicio profcsional 33

8 Conclusión colectivo, con e! contraste público - en definitiva, con cl Jogos-, única


La adquisición del conocimiento es una necesidad y una gnrantía de que nuestro discurso no caiga fácilmente en cl solipismo,
satisfacción. Una necesidad, en primer lugar, porque a través de é! es ln irrclevancia o la arrogancia.
posible comprcnder la realidad, adaptarse a ella y modificaria. Una Por fin, la actitud epistemológica cn nuestros tiempos - y es­
satisfacción, pucs cl ser humano disfruta recibiendo información y pecialmente si busca orientar la acción eficaz - tiene que alinearsc
dotándola de sentido, es decir, construycndo conocimiento. Y aunque con cl pensamiento científico, asumiendo la necesiclad de una per­
e! conocimiento no es perfecto ni como proceso ni como producto, sí manente interacción entre la realidacl y nuestros constructos a tra­
que es perfeccionable. Además, constituye una dimensión antropo­ vés ele la voluntad de observación, sistematización, comprobación y
lógica includible que es prcferible que funcione mejor antes que peor. evaluación.
Así pues, el problem.a epistemológico está, a pesar ele sus En fin, a modo de síntesis visual de las idcas que hemos
tecnicismos, hondamente anelado en lo más profundo de la expe­ presentado cn este capítulo sobre el conocimiento, la figura 7 reúne
riencia humana y, por consiguiente, dei quehacer de! profcsional de las principalcs cualidades dei conocimiento epistemológicamente sus­
la información. Sobre lo que en último término reflexiona la Epis­ tentado, tal y como resulta ele recibir las aportaciones de las distintas
temología es sobre las luces y las sombras de! conocimiento huma­ corrientes que lo han procurado.
no, tan asombroso en su dinámica y sus logras, pero también tan E! conocimicnto epistemológicamente válido, pues, "es" en cl
limitado. sentido ele que tiende a ser:
De alguna manera los diferentes ismos de la epistemología a) Relevante: El saber y su discurso deben estar alineados a los fines
examinan con detalle aspectos parcialcs ele esa experiencia: la tozucla que realmente se pretenden - sin agendas ocultas - y orientados
existencia de la realidad - realismo -, cl carácter holístico e en último término - aunque no de forma necesariamente inme­
idiosincrásico de las estructuras y procesos cognitivos - el ra­ diata - a la acción.
cionalismo y cl constructivismo -, su subsidiariedad respecto a los b) Vcrdadero: El conocimiento- se entienda como representación o
fines - idealismo, pragmatismo-, sus limituciones, relativismo, etc. construcción - busca conformarse a la rcaliclacl y funcionar como
Más aliá de los ismos y beneficiándose de todos ellos, la actitud clla con e! suficiente grado de precisión y exhaustividacl para re­
epistemológica, tan necesaria en todo quehacer humano, es una de solver los requisitos que se !e plantean externa- los fines preten­
las bases de la acción dei profesional y de! científico de la información. didos - e internamente - su consistencia y sistematicidad.
Supone, en primer lugar, una orientación decidida - con el tiempo
c) Simplc: El conocimiento y su discurso intentan no perderse cn sí
convertida en hábito - a reflexionar sobre los problemas, a ir más
mismos, y evitan la irrclevancia y la redundancia.
allá de la costumbre, de los prejuicios y de la convcnción, por muy
generalizadas que estén. Para ello, es necesario buscar - que no con­ d) Perfectible: Aunquc orientado a la verclad, e! sttjeto cognoscente se
seguir completamente - una postura ecuárúme e indepcndientc, como sabe lin1itado, y comprende que e! conocimiento es también- y, a
de extranamiento, poniendo en cuarentena nuestras propias veces, sobre todo - un camino, un tarea y un horizonte. Por ello,
afiliaciones y simpatías, aunque sin renunciar tampoco a priori a cllas. los conocimicntos dignos de tal nombre se formulan de tal manera
Así, asumiendo nuestras posiciones, nos situaremos en posición que pueden ser evaluados, estableciendo claramente sus límitcs y
para el encuentro y cl diálogo, o, ai menos, para una discusión basada condiciones de verdad. De esta manera, e! conocimiento está siempre
en evidencias compartidas y principias mutuamente asumidos. Y es depurándose y perfeccionándose.
que el siguiente escalón de la "actitud epistemológica" es precisamente e) Intersubjetivo: E! conocimiento es una empresa común, que busca
el compromiso con la reflexión compartida, con el pensamiento el diálogo y la discusión. Por ello está converúentemcnte expresado,
34 Atuação profissional na área de informação Bases epistemológicas dei çjercicio profcsional 35

de lal forma que sea comprensible y, eventualmente, traducible


,1 olros lenguajes técnicos en aras de la metadisciplinariedad y de

ln sistematizacidad dei saber.


I') Sistematico: El saber tiende a la globalidad, a la completitud, busca
la interrelación y la interconexión, más allá incluso de las fronteras
"' de las disciplinas, y ello de forma coherente y consistente, si vio­
<l/l lar los hechos ni las regias lógicas y matemáticas. Su carácter
:5-§ 8�
< "" sistemático y globalizante se proyecta en e! largo plazo, evitando
�8
a.<
los reduccionismos a los que puede abocar el énfasis inmediato
en las necesidades del contexto local de la investigación.

En fin, es frecuente que la teorización disciplinar se pare en los


límites de la epistemología, pero la epistemología no da cuenta de los
fines dei conocimiento. La ciencia social aplicada requiere una teoría
más amplia, que transcienda lo epistemológico; porque está orienta­
da no solo al conocimiento, sino a la acción, y no solo en relación
con objetos inanimados, sino con otros seres humanos. Por ello, la
teoría en ciencias como las nuestras exige también una reflexión dei

1 conocimiento no solo como representación o constructo - con ser


facetas fundamentales -, sino también como experiencia, asumiendo
la existencia de otras facetas en la relación de! ser humano consigo
mismo y con su medio. 6
Por ello, quizá merezca terminar este capítulo con el tantas veces
-parcialmente-citado poema de T. S. Eliot (1909-1935, p. 179). Su
8 ºjê
< "ü énfasis en la contemplación y en el pathos puede animar a abrir el
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camino de una reflexión de grado superior, que devuelva a la tarea
"' epistemológica y profesional la condición de experiencia, arte y

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encuentro; enriquecida, eso sí, con una nueva visión de las posibi­
lidades y límites de la aventura de conocer.
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6 Precisamente, uno de los peligros de la merecidamente conguistada hegemonía dei
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la reflexión antropológica entorno ai conocimiento socialmente compartido. Y es
que, con toda su importancia, la experiencia diaria nos confirma una y otra vez
• C>o
� que la naturaleza humana es más que conocimiento.
3'1 /11.iplo 11mflssional na área de informação Bases epistemológicas dei r;jercicio profcsional 35

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1) .'iislcmatico: E! saber tiende a la globa!idad, a la completitud, busca
lil inlerrelación y la intercone.xión, más allá incluso de las fronteras

de las disciplinas, y ello de forma coherente y consistente, si vio­


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lar los hechos ni las regias lógicas y matemáticas. Su carácter
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en las necesidades de! contexto local de la investigación.

En fin, es frecuente que la teorización disciplinar se pare en los


límites de la epistemología, pero la epistemología no da cuenta de los
fines de! conocimiento. La ciencia social aplicada requiere una teoría
más amplia, que transcienda lo epistemológico; porque está orienta­
ft da no solo a! conocimiento, sino a la acción, y no solo en relación
15
con objetos inanimados, sino con otros seres humanos. Por ello, la
teoría en ciencias como las nuestras exige también una reílexión de!

1 conocimiento no solo como representación o constructo - con ser


facetas fundamentales -, sino también como experiencia, asumiendo
la e.xistencia de otras facetas en la relación dei ser humano consigo
mismo y con su medio. 6
ii1 Por ello, quizá merezca terminar este capítulo con el tantas veces
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6 Precisamente, uno de los peligros de la merecidamente conquistada hegemonía dei
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paradigma cognitivista en las ciencias sociales y humanas es e] de hacer girar toda
la reflexión antropológica entorno ai conocimiento socialmente compartido. Y es
que, con toda su importancia, la experiencia diaria nos confirma una y otra vez
que la naturaleza humana es más que conocimiento.
36 Atuação profissional na área de informação Bases epistemológicas dcl cjcrcicio profcsional 37

The Eagle soars in the summit of Heaven, EI águila planea en la cima dei Cielo, l'.g.111, M. E. and Shera, J. I 1.,
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36 Atuação prohssional na Área de i11for111ação Bases epistemológicas dei <jcrcicio profcsional 37

T he Eagle soars in the summit oi Heaven, EI águila planea en la cima dei Cielo, l·.g,111, M. E. and Shera, J. H., 1952. Foundations of a thcory of bibliography.
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O mundo do trabalho na sociedade
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do conhecimento e os paradoxos
Toulmin, S. Thc Philosophy of Science. New York: Harper & Row, 1953.
Troscow, Samuel E. Standpoint epistemology as an alternative methodology
das profissões da infarmação
for library and information science. En: Library Quarterly. 71 :3 (Jul 2001)
360-82. Miriam Vieira da Cunha
Von Glasersfeld, Ernst. An lntroduction to Radical Constructivism. En: Helena Maria Tarchi Crivellari
Watzlawick (Ed.). The Invented Reality. New York: Norton, 1984.
Wilson, F. Flogging a dead horse: the implications of epistemological
relativism within information systems methodological practice. En: European
Journal oflnformation Systems. 8:3 (Sep 1999) 161-9.
As profissões de informação vivem, neste mo­
mento, um desafio e uma transformação de uma
profundidade sem precedentes desde a invenção
da imprensa no século XV .. Mas, apesar das
mudanças trazidas pela história, a missão fun­
damental das profissões de informação - servir
a sociedade respondendo a suas necessidades de
informação - seguirá uma necessidade estável e
permanente.
Starr, 1996

Introdução
Os termos profissão e ocupação referem-se a atividades espe­
cializadas, condicionadas ao tipo de estratificação social e ao grau de
divisão do trabalho predominante em uma determinada sociedade. Na
essência, o que distingue os dois termos é, de fato, a existência de um
corpo de saberes científicos. A profissão, do ponto de vista da Sociolo­
gia das Profissões, possui essa dimensão cognitiva, ligada a saberes
específicos apenas acessíveis ao grupo profissional que os detém.
Nesse sentido, a formação profissional assume um papel crucial,
pelo fato de o diploma constituir-se no principal fundamento do direi­
to à autoridade. A profissão possui, ainda, urna dimensão normativa
e valorativa, que define o seu papel social e hierárquico no conjunto da
sociedade e em relação a outras profissões. São as associações profis­
sionais, os sindicatos e o Estado que desempenham esse papel
38 Ah1ação profissional na área de informação

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As profissões de informação vivem, neste mo­
mento, um desafio e uma transformação de uma
profundidade sem precedentes desde a invenção
da imprensa no século XV .. Mas, apesar das
mudanças trazidas pela história, a missão fun­
damental das profissões de informação - servir
a sociedade respondendo a suas necessidades de
informação - seguirá uma necessidade estável e
permanente.
Starr, 1996

introdução
Os termos profissão e ocupação referem-se a atividades espe­
cializadas, condicionadas ao tipo de estratificação social e ao grau de
divisão do trabalho predominante em uma determinada sociedade. Na
essência, o que distingue os dois termos é, de fato, a existência de um
corpo de saberes científicos. A profissão, do ponto de vista da Sociolo­
gia das Profissões, possui essa dimensão cognitiva, ligada a saberes
específicos apenas acessíveis ao grupo profissional que os detém.
Nesse sentido, a formação profissional assume um papel crucial,
pelo fato de o diploma constituir-se no principal fundamento do direi­
lo à autoridade. A profissão possui, ainda, uma dimensão normativa
e valorativa, que define o seu papel social e hierárquico no conjunto da
sociedade e em relação a outras profissões. São as associações profis­
sionais, os sindicatos e o Estado que desempenham esse papel
40 Atw1ção pmfissional na área de informação O mundo do trabalho na sociedade do conhccimrnto 41

normalizador. Já a noção de ocupação, do ponto de vista do Ministério lema profissional, seu status e seu prestígio. Moore (1970) precisa
do Trabalho e do Emprego, é a unidade do sistema de classificação de é!inda que, quanto mais os conhecimentos de um campo de atividade
ocupações. 1 Nesse contexto,.a ocupação é conceituada como o conjun­ são sistematizados, mais o monopólio de seu espaço é garantido.
to articulado de funções, tarefas e operações, que constituem as obri­ Portanto, para Moore, o controle do conhecimento se estabelece a
gações atribuídas a um trabalhador, destinadas à obtenção de produtos partir das relações que existem entre a prática profissional e valores
ou serviços. Profissão e ocupação constituem-se, pois, em construções como legitimidade cultural, racionalidade e eficácia. Este autor acres­
históricas, resultantes das relações sociais de produção predominantes centa, ainda, que o conhecimento comum é indispensável pé!ra mélnter
em cada época e local (CRIVELLARI, 2000). a união de um grupo profissioml.
Para Bourdieu (1989), uma instituição pública encarregada de Segundo Abbott (1988), o conjunto das profissões forma um
produzir estatísticas e classificações (como a nossa CBO) pode ser sistema. Neste sistema, as profissões dividem espaços mais ou menos
analisada como instituto do Estado que, ao produzir taxionomias legitimados de acordo com o poder que exerce cada uma delas. Abbott
oficiais, investidas de um valor quase jurídico, sobretudo nas rela­ define este sistema corno uma estrutura que relaciona as profissões
ções entre patrões empregados, tende a fixar as hierarquias e, ao fazê­ entre elas de tal forma que o movimento de uma afeta as outras. A
lo, consagra uma relação de forças entre os agentes é! respeito dos evolução desse sistema de interdependências depende elos ajustes que
nomes dé!s profissões e das ocupações,'.! componente essencial da iden­ se realizam entre as profissões. Esses ajustes são uma conseqüência
tidade social. A gestão dos nomes é uma gestão da raridade material da forma com que os diversos grupos profissionais controlam seus
de um grupo profissional e é, portanto, objeto de lutas. A entrada em conhecimentos e competências. Nesse sentido, o controle da profis­
uma profissão, dotada de um título, é quase sempre subordinada à são é determinado pelo domínio das abstrações que geram a prática
posse de um título universitário. "O título profissional ou escolar é profissional. As fronteiras de cada jurisdição profissioné!l (ou o que
uma espécie de regra jurídica de percepção social, um ser-percebido Cronin, Stiffler & Day, 1983, denominam ele hintcrland) estão sem­
que é garantido como um direito. É um capital simbólico.1 pre em disputa. É a história dessas disputas que determina a história
institucionalizado, legal e não apenas legítimo" (BOURDIEU, 1989, das profissões. A habilidade das profissões cm manter sua jurisdição
p.148). ou seu espaço, resulta, dessa forma, em parte, elo prestígio do seu
A estrutura cognitiva das profissões deve ser legitimada pela sistema de conhecirnento. Cmn efeito, quanto rn.aior o poder de abs­
sociedade. Nesse sentido, cada profissão é relacionada a uma comu­ tração teórica de uma profissão, mais sólida ela será no espaço socié!l
nidade através de um contrato implícito. Este contrato lhe dá o direi­ e no sistema profissional (CUNHA, 2000).
to exclusivo de ex:ercício profissional em troca da segurança, da qua­ A evolução das profissões é, dessa forma, o resultado de suéls
lidade e da eficácia dos serviços oferecidos. Estes direitos derivam do inter-relações. Essas inter-relações são determinadas pela maneira
conhecimento que legitima seu campo de trabalho (CURRY & como os grupos profissionais controlam seus conhecimentos e habi­
WERGJN, 1993) e podem incluir o monopólio da prática profissio­ lidades. Existem, segundo Abbott ( 1 988),. duas forméls ele realizar este
nal, o controle da formação e do recrutamento de seus membros. controle. A primeira enfatiza a técnica por si mesma, nas ocupações
Segundo Haug (1973), o monopólio do conhecimento especializado ou méticrs. O grupo que controla esta ocupação controla sua técni­
que uma profissão detém e assegura seu lugar na hierarquia do sis- ca. A segunda é o controle do conhecimento. Aqui, as habilidades
técnicas evoluem para um sistema de conhecimento abstrato e o
controle da profissão está fundamentado no controle das abstrações
Ver CBO - Classificação Brasileira de Ocupações.
'.'. Na edição citada, publicada em Lisboa, consta o termo ofício, provavelmente tra­
que geram esta prática. As práticas podem, assim, ser delegadas a
duzindo a express5o francesa métier. outros trabalhadores. Para Abbott, esta característica de abstração é
3 Que não é possível adquirir diretamente com moeda. a característica que melhor identifica as profissões
40 Atuação profissional na área de informação O mundo do trabalho na sociedade do conhccimrnto 41

normalizador. Já a noção de ocupação, do ponto de vista do Ministério li m.1 profissional, seu status e seu prestígio. Moore (19 70) precisa
do Trabalho e do Emprego, é a unidade do sistema de classificação de .1111da que, quanto mais os conhecimentos de um campo de atividade
ocupações. 1 Nesse contexto, a ocupação é conceituada como o conjun­ s.io sistematizados, mais o monopólio de seu espaço é garantido.
to articulado de funções, tarefas e operações, que constituem as obri­ l'ortanto, para Moore, o controle do conhecimento se estabelece a
gações atribuídas a um trabalhador, destinadas à obtenção de produtos partir das relações que existem entre a prática profissional e valores
ou serviços. Profissão e ocupação constituem-se, pois, em construções como legitimidade cultural, racionalidade e eficácia. Este autor acres­
históricas, resultantes das relações sociais de produção predominzmtes centa, ainda, que o conhecimento comum é indispensável para manter
em cada época e local (CRIVELLARI, 2000). a união de um grupo profissional.
Para Bourdieu (1989), uma instituição pública encarregada de Segundo Abbott (1988), o cortjunto das profissões forma um
produzir estatísticas e classificações (como a nossa CBO) pode ser sistema. Neste sistema, as profissões dividem espaços mais ou menos
analisada como instituto do Estado que, ao produzir taxionomias legitimados ele acordo com o poder que exerce cada uma delas.Abbott
oficiais, investidas de um valor quase jurídico, sobretudo nas rela­ define este sistema como urna estrutura que relaciona as profissões
ções entre patrões empregados, tende a fixar as hierarquias e, ao fazê­ entre elas de tal forma que o movimento ele uma afeta as outras. A
lo, consagra uma relação ele forças entre os agentes a respeito dos evolução desse sistema ele interdependências depende dos ajustes que
nomes das profissões e das ocupações,2 componente essencial da iden­ se realizam entre as profissões. Esses ajustes são uma conseqüência
tidade social. A gestão dos nomes é uma gestão da raridade material da forma com que os diversos grupos profissionais controlarn scus
de um grupo profissional e é, portanto, objeto de lutas. A entrada em conhecimentos e competências. Nesse sentido, o controle da profis­
uma profissão, dotada de w11 título, é quase sempre subordinada à são é determinado pelo domínio das abstrações que geram a prática
posse de um título universitário. "O título profissional ou escolar é profissiom1!. As fronteiras de cada jurisdição profissional (ou o que
uma espécie de regra jurídica de percepção social, um ser-percebido Cronin, Stifflcr & Day, 1983, denominam de hintcrland) estão sem­
que é garantido como um direito. É um capital simbólico.i pre em disputa. É a história dessas disputas que determina a história
institucionalizado, legal e não apenas legítimo" (BOURDIEU, 1989, elas profissões. A habilidade das profissões cm manter sua jurisdição
p.148). ou seu espaço, resulta, dessa forma, em parte, do prestígio do seu
A estrutura cognitiva das profissões deve ser legitimada pela sistema de conhecimento. Com efeito, quanto m.aior o poder ele abs­
sociedade. Nesse sentido, cada profissão é relacionada a uma comu­ tração teórica de uma profissão, rn.ais sólida ela será no espaço social
nidade através de wn contrato implícito. Este contrato lhe dá o direi­ e no sistema profissional (CUNHA, 2000).
to exclusivo de exercício profissional em troca da segur.:mça, da qua­ A evolução das profissões é, dessa forma, o resultado ele suas
lidade e da eficácia dos serviços oferecidos. Estes direitos derivam do inter-relações. Essas inter-relações são determinadas pela maneira
conhecimento que legitima seu campo de trabalho (CURRY & corno os grupos profissionais controlam seus conhecirn.entos e habi­
WERGIN, 1993) e podem incluir o monopólio da prática profissio­ lidades. Existem, segundoAbbott (1988),.duas formas de realizar este
nal, o controle ela formação e do recrutamento de seus membros. controle. A primeira enfatiza a técnica por si mesma, nas ocupações
Segundo Haug (1973), o monopólio do conhecimento especializado ou méticrs. O grupo que controla esta ocupação controla sua técni­
que uma profissão detém e assegura seu lugar na hierarquia do sis- ca. A segunda é o controle do conhecimento. Aqui, as habilidades
técnicas evoluem para um sistema de conhecimento abstrato e o
controle da profissão está fundamentado no controle das abstrações
Ver CBO - Classificação Brasileira de Ocupações.
� Na edição citada, publicada em Lisboa, consta o termo ofício, provavelmentr tra­
que geram esta prática. As práticas podem, assim, ser delegadas a
duzindo a expressão francesa métier. outros trabalhadores. Para Abbott, esta característica de abstração é
3 Que não é possível adquirir diretamente com moeda. a característica que melhor identifica as profissões
42 Atuação profissional na área de informação O mundo do trabalho na sociedade do conhecimento 43

Em seu estudo sobre a evolução das profissões através de suas rnnceilo, analisar o desenvolvimento profissional é analisar a forma
inter-relações, Abbott (1988) afirma que cada uma delas ocupa um como esta ligação é vista pela estrutura social.
lugar específico no sistema e desenvolve suas atividades em vários tipos A habilidade de uma profissão garantir a sua jurisdição está
de jurisdição. Esse lugar é determinado através de um núcleo central, fundamentada no poder e no prestígio do seu conhecimento acadê­
denominado por Cronin, Stiffler & Day (1993) de heartland, um campo mico. Esse conhecimento legitima o trabalho profissional, esclare­
de atividade bem delimitado, sobre o qual o grupo exerce um controle cendo suas origens e relacionando-o com valores culturais.
completo e legal. Através deste controle, conformeAbbott precisa, cada Cada profissão é determinada por urna série de tarefas. A força
profissão vai procurar excluir outros trabalhadores de seu campo. e a fraqueza dessas tarefas é estabelecida através do trabalho profis­
A força e o sucesso de uma profissão são, assim, legitimadas sional. Como nenhuma das tarefas é permanente, as profissões cons­
pela delimitação clara de seu campo de competência, pela delimita­ troem um sistema de interações - uma ecologia. As diferentes pro­
ção de um espaço próprio de ação e através de sua interação com fissões competem entre si dentro deste sistema. De tempos em tempos
outras profissões. as tarefas mudam, são absorvidas ou transformadas por forças
Cronin, Stiffler & Day, (1983) dividem o espaço ocupado por externas, como a tecnologia ou os sistemas políticos, levando o sis­
cada profissão em heartland, hinterland e horizon. O heartlandpode tema a se ajustar a essas mudanças.
ser considerado como o núcleo central da profissão. Segundo Abbott, Existe reconhecimento de uma especificidade quando um gru­
cada profissão luta para manter este núcleo central sobre o qual tem po profissional dispõe de um "savoir-faire" que não é compartilhado
um controle legal e completo. O hinterland, é definido por Cronin com outros grupos, conferindo assim a cada um de seus membros
como a periferia da mesma e o horizon como as suas margens. Se­ um lugar específico na sociedade. Neste caso, o grupo terá o controle
gundo Abbott e Cronin, Stiffler & Day, os novos espaços profissio­ total de um determinado espaço (este é, por exemplo, o caso da Me­
nais surgem a partir do hinterland, ou a partir da periferia, um es­ dicina). Algumas vezes este controle é subordinado à intervenção de
paço muitas vezes de confluência entre profissões próximas. Nesse outro grupo profissional (este é o caso das profissões paramédicas).
espaço os profissionais são mais valorizados por sua expertise do que Quando os limites de uma profissão não são claramente definidos,
por seu diploma. Aí vão surgir as novas lutas por espaço, as novas profissionais de outras áreas "invadem" seu campo, havendo, assim,
lutas de poder profissional, de influência e de legitimidade para for­ uma disputa por espaço. A evolução das profissões, fundamenta,
mar novas jurisdições, no sentido queAbbott dá a este termo. Cronin portanto, estas relações e a competição que existe entre elas.
(1988, p.2 79) compara as profissões a "camisas de força"4 que pre­ Sendo assim, é o controle de um espaço e do campo de ativi­
tendem dar ordem a uma massa disforme ou, dito de outra forma, dade profissional que cria os conflitos entre as profissões e sua
são uma tentativa de impor um caráter unitário a uma população interdependência. Analisar seu desenvolvimento é, então, analisar as
variada. A partir da mudança da base disciplinar e a partir da adoção ligações existentes entre cada profissão e seu campo de trabalho.
de novos "insights" e abordagens, cada profissão é forçada a "ado­ Cada profissão defende interesses que lhe são próprios. Muitas
tar" aqueles que exercem atividades marginais ou até mesmo excluí­ vezes, entretanto, as características de uma ocupação não são exclu­
los de seu campo. Este movimento é parte da "luta pela sobrevivência sivas de um grupo e derivam de especificidades de outras atividades.
dos espaços profissionais" enfatizada por Abbott. Além disso, quando a demanda feita a um grupo profissional pelo
O fenômeno central da vida profissional é a ligação entre a pro­ mercado de trabalho ultrapassa sua capacidade de resposta, este gru­
fissão e o trabalho - o que Abbott denomina de jurisdição. Por esse po perde seu espaço ou se subdivide. É o que se produziu com as es­
pecializações ligadas à Engenharia, por exemplo. Por isso, o apareci­
4 Ou uswpação, conforme a visão de certos autores, a exemplo de Magali Larson mento de uma nova ocupação significa, então, que ela tem atividades
(sobre esse ponto, ver também Maria Lígia Barbosa, 1993). específicas suficientemente valorizadas que se diferenciam de outras
42 Atuação profissional na área de informação O mundo do trabalho na sociedade do conhecimento 43

Em seu estudo sobre a evolução das profissões através de suas 1 n111't'ilo, analisar o desenvolvimento profissional é analisar a forma

inter-relações, Abbott (1988) afirma que cada uma delas ocupa um n 11110 esta ligação é vista pela estrutura social.
lugar específico no sistema e desenvolve suas atividades em vários tipos A habilidade de uma profissão garantir a sua jurisdição está
de jurisdição. Esse lugar é determinado através de um núcleo central, f11 ndamentada no poder e no prestígio do seu conhecimento acadê-
denominado por Cronin, Stiffler & Day (1993) de hcartland, um campo 111 ico. Esse conhecimento legitima o trabalho profissional, esclare­

de atividade bem delimitado, sobre o qual o grupo exerce um controle cendo suas origens e relacionando-o com valores culturais.
completo e legal. Através deste controle, conforme Abbott precisa, cada Cada profissão é determinada por uma série de tarefas. A força
profissão vai procurar excluir outros trabalhadores de seu campo. t· a fraqueza dessas tarefas é estabelecida através do trabalho profis­
A força e o sucesso de uma profissão são, assim, legitimadas sional. Como nenhuma das tarefas é permanente, as profissões cons­
pela delimitação clara de seu campo de competência, pela delimita­ troem um sistema de interações - uma ecologia. As diferentes pro­
ção de um espaço próprio de ação e através de sua interação com fissões competem entre si dentro deste sistema. De tempos em tempos
outras profissões. as tarefas mudam, são absorvidas ou transformadas por forças
Cronin, Stiffler & Day, (1983) dividem o espaço ocupado por externas, como a tecnologia ou os sistemas políticos, levando o sis­
cada profissão em heartland, hinterland e horizon. O heartland pode tema a se ajustar a essas mudanças.
ser considerado como o núcleo central da profissão. Segundo Abbott, Existe reconhecimento de uma especificidade quando um gru­
cada profissão luta para manter este núcleo central sobre o qual tem po profissional dispõe de um "savoir-faire" que não é compartilhado
um controle legal e completo. O hinterland, é definido por Cronin com outros grupos, conferindo assim a cada um de seus membros
como a periferia da mesma e o horizon como as suas margens. Se­ um lugar específico na sociedade. Neste caso, o grupo terá o controle
gundo Abbott e Cronin, Stiffler & Day, os novos espaços profissio­ total de um determinado espaço (este é, por exemplo, o caso da Me­
nais surgem a partir do hinterland, ou a partir da periferia, um es­ dicina). Algumas vezes este controle é subordinado à intervenção de
paço muitas vezes de confluência entre profissões próximas. Nesse outro grupo profissional (este é o caso das profissões paramédicas).
espaço os profissionais são mais valorizados por sua expertise do que Quando os limites de uma profissão não são claramente definidos,
por seu diploma. Aí vão surgir as novas lutas por espaço, as novas profissionais de outras áreas "invadem" seu campo, havendo, assim,
lutas de poder profissional, de influência e de legitimidade para for­ uma disputa por espaço. A evolução das profissões, fundamenta,
mar novas jurisdições, no sentido que Abbott dá a este termo. Cronin portanto, estas relações e a competição que existe entre elas.
(1988, p.2 79) compara as profissões a "camisas de força"4 que pre­ Sendo assim, é o controle de um espaço e do campo de ativi­
tendem dar ordem a uma massa disforme ou, dito de outra forma, dade profissional que cria os conflitos entre as profissões e sua
são uma tentativa de impor um caráter unitário a wna população interdependência. Analisar seu desenvolvimento é, então, analisar as
variada. A partir da mudança da base disciplinar e a partir da adoção ligações existentes entre cada profissão e seu campo de trabalho.
de novos "insights" e abordagens, cada profissão é forçada a "ado­ Cada profissão defende interesses que lhe são próprios. Muitas
tar" aqueles que exercem atividades marginais ou até mesmo excluí­ vezes, entretanto, as características de uma ocupação não são exclu­
los de seu campo. Este movimento é parte da "luta pela sobrevivência sivas de um grupo e derivam de especificidades de outras atividades.
dos espaços profissionais" enfatizada por Abbott. Além disso, quando a demanda feita a um grupo profissional pelo
O fenômeno central da vida profissional é a ligação entre a pro­ mercado de trabalho ultrapassa sua capacidade de resposta, este gru­
fissão e o trabalho - o que Abbott denomina de jurisdição. Por esse po perde seu espaço ou se subdivide. É o que se produziu com as es­
pecializações ligadas à Engenharia, por exemplo. Por isso, o apareci­
4 Ou usurpação, conforme a visão de certos autores, a exemplo de Magali Larson mento de uma nova ocupação significa, então, que ela tem atividades
(sobre esse ponto, ver também Maria Lígia Barbosa, 1993). específicas suficientemente valorizadas que se diferenciam de outras
44 Atuação profissional na área de informação O mundo do trabalho na sociedade do con/Jceimcn/o 45

com uma utilidade reconhecida publicamente. Assim, as especializa­ l'in�·õcs e conselhos, são condições fundamentais ao exercício oficial e
ções profissionais aparecem quando existe uma diferenciação na es­ no reconhecimento social da profissão. Pode-se dizer que o bibliote­
trutura que forma as profissões: diferenciação do tipo de clientes, do cário encontra-se nessa condição. Já o profissional da informação é
local de trabalho etc. uma resultante que precisa ser analisada mais detidamente, o que se
Delorme e André (1983), ao discutirem a relação entre qualifi­ propõe fazer a seguir.
cação, e1nprego e formação, definem-na, na mesma linha de raciocí­ Além da escola e das associações de classe, com.o deixou clara a
nio de Abbott, corno um espaço de luta. Entendendo a qualificação seção anterior, há uma terceira condição que define uma profissão:
como capacidade de efetuar uma tarefa dada, vai-se encontrar de mn trata-se do modo de exercê-la, ou de suas características cm. terrnos
lado os empregadores, que tentam adaptar ao máximo as qualificações da organização dos seus processos de trabalho. Um exemplo clássico
aos seus empregos e, de outro lado, os trabalhadores que buscam estaria entre as chamadas profissões liberais, exercidas individual­
alcançar o máximo de qualificação, de forma a obter autonomi;:i cm mente, pelo profissional, em escritório próprio, sem uma relação
relação aos empregos. O resultado final desta luta vai depender do patronal, tal como ocorre freqüentemente ao advogado e ao médico,
jogo de forças, o que rompe com a idéia de um determinismo estrito entre outros.
entre as estruturas produtivas e as estruturas de qualificação. Par;:i No caso do bibliotecário essa situação não é comum. Em
as escolas fica o dilema de lançar, ao mercado de trabalho, títulos geral, as atividades específicas da Biblioteconomia são exercidas no
universitários que não são jamais completamente adaptados à estru­ interior de bibliotecas ou demais unidades de informação (centros
tura de empregos. As políticas de inovações constantes, no interior de informação e documentação, principalmente) com profissionais
das organizações, fazem crescer este problema, pois as inovações contratados para esse fim, munidos de diploma e fiscalizados pelo
tecnológicas alteram a quantidade e o tipo de profissionais que a es­ conselho profissional. O trabalho nas unidades de informação é
cola deve fornecer aos sistemas de trabalho. É necessário considerar uma atividade quase sempre pública, pois a ela tem acesso o cida­
que a agilidade das mudanças promovidas no ambiente das empresas dão, em geral, mesmo quando localizada no interior de uma insti­
não corresponde ao tempo necessário de readaptação do sistema de tuição privada, como as escolas particulares. As bibliotecas, de um
formação, às qualificações requeridas nesse ambiente. modo geral, não têm fins lucrativos. Por essa razão, dificilmente
Ddorme e André enfatizam, ainda, as escolhas individu;:iis. Para poder-se-ia calcular a mais-valia do trabalho lá desempenhado.
eles, no plano das aspirações pessoais, a escola favorece um sistema Pode-se, por isso, imaginar que, tradicionalmente, o bibliotecário
de orientação fortemente liberal, não-autoritário, no qual a promess;:i encontrar-se-ia em condição semelhante à dos cadrcs, tal como os
de sucesso social repousa sobre a detenção de um título universitário. define Boltanski (] 982). Ou seja, um profissional dentro de unia
Essa promessa nem sempre é cumprida devido ao forte desequilíbrio organização.
entre o número de diplomados lançados no mercado e a qu;:intidade Essa condição passaria a ser questionada, a partir dos anos 1980,
e natureza das vagas de trabalho disponíveis. Há, portanto, um jogo considerando-se o uso ampliado e generalizado das TIC's, que traria
de forças entre os profissionais, entre seus conselhos, sindicatos e inovações ao próprio exercício da Biblioteconomia, quando abrisse
associações, entre as escolas e o sistema de empregos. novas alternativas de trabalho para esses profissionais. Esse quadro
merece atenção especial, pois é nesse contexto que vão emergir os
"profissionais da informação".
O bibliotecário e o profissional da informação:
O setor de informação é, por sua própria natureza, urn setor
algumas reflexões
heterogêneo. A diversidade elos ambientes profissionais onde estas
O saber científico, garantido pelo diploma universitário, e a atividades acontecem, e seus atores e a interpenetração relativa de
proteção do título profissional, exercida pelos pares através de asso- suas funções tornam, atualmente, difícil a caracterização dos es-
44 Atuação profissional na área de informação O mundo do trabalho na sociedade do conhecimento 45

com uma utilidade reconhecida publicamente. Assim, as especializa­ 1.·1 1�1u·s \' conselhos, são condições fundamentais ao exercício oficial e
ções profissionais aparecem quando existe uma diferenciação na es­ 111, 1 n ·011hecimento social ela profissão. Pode-se dizer que o bibliotc­
trutura que forma as profissões: diferenciação do tipo de clientes, cio ' ,11 ,,, l'11contra-se nessa condição. Já o p rofissional da informação é

local ele trabalho etc. 11111.i resultante que precisa ser analisada mais detidamente, o que se
Delorme e André (1983), ao discutirem a relação entre qualifi­ Jll"lljl(JC fazer a seguir.
cação, emprego e fo rmação, definem-na, na mesma linha ele raciocí­ Além da escola e das associações de classe, como deixou clara a
nio de Abbott, corno um espaço ele luta. Entendendo a qualific.Jção ¼r�·ão anterior, há uma terceira condição que define uma profissão:
como capacidade de efetuar uma tarefa dada, vai-se encontrar de um l 1"i1la-se do modo de exercê-la, ou de suas características cm termos
lado os ernpregadores, que tentam adaptar ao máximo as qualificações tl,1 organização dos seus processos de trabalho. Um exemplo clássico
aos seus empregos e, ele outro lado, os trabalhadores que buscam L'Staria entre as chamadas profissões liberais, exercidas individual­
alcançar o máximo de qualificação, de forma a obter autonomi.J em mente, pelo profissional, em escritório próprio, sem uma relação
relação aos empregos. O resultado final desta luta vai depender do patronal, tal corno ocorre freqüentemente ao advogado e ao médico,
jogo de forças, o que rompe com a idéia de um determinismo estrito entre outros.
entre as estruturas produtivas e as estruturas de qualificação. Para No caso do bibliotecário essa situação não é comum. Em
as escolas fica o dilema de lançar, ao mercado de trabalho, títulos geral, as atividades específicas da Biblioteconomia são exercidas no
universitários que não são jamais completamente adaptados à estru­ interior de bibliotecas ou demais unidades de informação (centros
tura de empregos. As políticas de inovações constantes, no interior de informação e documentação, principalmente) com profissionais
das organizações, fazem crescer este problema, pois as inovações contratados para esse fim, munidos de diploma e fiscalizados pelo
tecnológicas alteram a quantidade e o tipo de profissionais que a es­ conselho profissional. O trabalho nas unidades de informação é
cola deve fornecer aos sistemas de trabalho. É necessário considerar uma atividade quase sempre pública, pois a ela tem acesso o cida­
que a agilidade das mudanças promovidas no ambiente das empresas dão, em geral, mesmo quando localizada no interior ele uma insti­
não corresponde ao tempo necessário ele readaptação do sistema de tuição privada, como as escolas particulares. As bibliotecas, de um
formação, às qualificações requeridas nesse ambiente. modo geral, não têm fins lucrativos. Por essa razão, dificilmente
Delorme e André enfatizam, ainda, as escolhas individuCtis. Para poder-se-ia calcular a mais-valia do trabalho lá desempenhado.
eles, no plano elas aspirações pessoais, a escola favorece um sistema Pode-se, por isso, imaginar que, tradicionalrnente, o bibliotecário
de orientação fortemente liberal, não-autoritário, no qual a promessa encontrar-se-ia em condição semelhante à dos caclrcs, tal como os
de sucesso social repousa sobre a detenção ele urn título universitário. define Boltanski (1982). Ou seja, um profissional dentro de uma
Essa promessa nem sempre é cumprida devido ao forte desequilíbrio organização.
entre o número de diplomados lançados no mercado e a qlwntidade Essa condição passaria a ser questionada, a partir dos anos 1980,
e natureza das vagas de trabalho disponíveis. Há, portanto, um jogo considerando-se o uso ampliado e generalizado das TIC's, que traria
de forças entre os profissionais, entre seus conselhos, sindicatos e inovações ao próprio exercício da Biblioteconomia, quando abrisse
associações, entre as escolas e o sistema de empregos. novas alternativas de trabalho para esses profissionais. Esse quadro
merece atenção especial, pois é nesse contexto que vão emergir os
"profissionais da informação".
O bibliotecário e o profissional da informação:
O setor de informação é, por sua própria natureza, um setor
algumas reflexões
heterogêneo. A diversidade cios ambientes profissionais onde estas
O saber científico, garantido pelo diploma universitário, e a atividades acontecem, e seus atores e a interpenetração relativa de
proteção cio título profissional, exercida pelos pares através de asso- suas funções tornam, atualmente, difícil a caracterização cios es-
16 \l 11.i(,i<> pmfissio11,1/ Ili/ 1irc,1 ele informação O mundo do trabalho na sociedade do conhccimcnto 47

paços informacionais. Sob esse aspecto, os limites que separam as 11 drsrnvolvimento dessas profissões "clássicas" do setor não impediu
ocupações deste setor não são claras. Na realidade, a evolução da q 11L' profissionais originários de outros campos de atividade bastante
sociedade da informação dá a impressão de uma confusão de pis­ 1 l 1vl'rsificados ocupassem esse espaço, originando o que Abbott deno­

tas, no sentido de uma justaposição de seus espaços, de seus atores mina de "invasão" de um campo profissional por outros grupos. Na
e de suas funções. (CUNHA, 2002). realidade, a ocupação desse espaço tem-se intensificado, nos últimos
A dificuldade de se delimitar este campo, é também conseqüên­ dez anos, no mercado de trabalho informacional.
cia da incerteza dos papéis que estes profissionais devem desempenhar Esta diversidade se comprova, nos últimos anos, pela criação, em
em uma realidade onde as mudanças tecnológicas são muito rápidas. países como França, Inglaterra, Estados Unidos, Dinamarca e Canadá,
Afirma Sergean (1977, p.7) entre outros, de novos cw·sos e novas especialidades tais como: gestão
da informação, gestão de recursos informacionais, sistemas de infor­
a dificuldade de definir o campo de informação é conseqüência mação, gestão de sistemas de informação, além de outras. No Brasil,
da própria natureza da informação. Este recurso difere dos esta diversificação de cursos da área tem-se tornado realidade, nos úl­
outros porque não é o campo exclusivo de um grupo profis­ timos dez anos. É necessário mencionar ainda a diversificação de espa­
sional, mas concerne todos os indivíduos. Por esta razão, as ços de atuação do profissional da informação. Além dos espaços "clás­
questões relativas aos limites deste campo podem ser definidas sicos", como universidades, escolas e instituições públicas, onde exerce
somente através de regras arbitrárias. O que concerne o espe­ seu h·abalho em unidades de informação como bibliotecas, centros de
cialista de informação em uma situação pode não lhe dizer res­ documentação e informação e arquivos, este profissional trabalha atual­
peito em outra situação (... ) O trabalho informacional é um mente em unidades de informação de cinematecas, filmotecas,
trabalho que todo o mundo realiza no sentido em que, em de­ videotecas, livrarias e editoras, sem esquecer de citar a Internet que se
terminadas condições, um advogado, um economista ou um tem revelado um espaço cada vez mais promissor para os profissionais
médico exercem atividades de informação. da informação. A profissão é também exercida na gestão de arquivos
eletrônicos ou "em papel", em escritórios de advocacia, clínicas médi­
Segundo Cronin (1988, p.328), não existe uma "profissão da cas, empresas diversas do ramo industrial ou de serviços, através do
informação". Existe, sim, um grupo grande e heterogêneo de profis­ que alguns chamam de "gestão do conhecimento".
sionais que podem ser qualificados como tais. O espectro de funções Se considerarmos, ainda, que os programas de pós-graduação
que eles exercem e as suas habilidades são tão diversificadas que é difícil em Ciência da Informação atraem - como docentes ou discentes -
colocá-los em um mesmo "guarda-chuva", tornando-se, a denomi­ profissionais com formação básica em diferentes áreas do conheci­
nação "profissional da informação" uma rubrica vaga, conveniente, mento, pode-se dizer que há uma efetiva "invasão" de outras áreas
que pressupõe um conjunto de categorias profissionais e ignora as nas tradicionais profissões da informação. Vale salientar a grande
suas diferenças de orientação, de formação básica e das atividades por freqüência, entre os profissionais acima citados, dos oriundi da Comu­
eles exercidas. nicação, Ciência da Computação, Administração, Psicologia, Econo­
Mesmo se a noção de profissional da informação foi, até pouco mia, Sociologia, Medicina, Engenharia e várias outras.
tempo, ligada a grupos tradicionais com atividades bem definidas como Nesse sentido, pode-se afirmar que existem dois movimentos
os bibliotecários, os documentalistas, os museólogos e os arquivistas, 5 paralelos na atuação do profissional da informação:
• um movimento de abertura do campo para profissionais de ou­
tras áreas do conhecimento;
5 Tal como encara o CNPq, na sua classificação das áreas científicas, que concebe a
Biblioteconomia, Arquivologia e Biblioteconomia na mesma subclasse "Ciência da um movimento de colonização de espaços diversificados de atua­
Informação". ção profissional.
1 (1 \/ 11, 1c.1c> p10fi.ssio11a/ na área de informação O mundo do trabalho na sociedade do conhecimento 47

paços informacionais. Sob esse aspecto, os limites que separam as , , , h ·,r, 1volvimento dessas profissões "clássicas" do setor não impediu
ocupações deste setor não são claras. Na realidade, a evolução da , I' 1r 11101 issionais originários de outros campos de atividade bastante
sociedade da informação dá a impressão de uma confusão de pis­ 1 l l\•11�1 f'irndos ocupassem esse espaço, originando o que Abbott deno-

tas, no sentido de uma justaposição de seus espaços, de seus atores 111111,1 de "invasão" de um campo profissional por outros grupos. Na
e de suas funções. (CUNHA, 2002). 11,il1d,1c.le, a ocupação desse espaço tem-se intensificado, nos últimos
A dificuldade de se delimitar este campo, é também conseqüên­ du. nnos, no mercado de trabalho informacional.
cia da incerteza dos papéis que estes profissionais devem desempenhar Esta diversidade se comprova, nos últimos anos, pela criação, cm
em uma realidade onde as mudanças tecnológicas são muito rápidas. p,nscs como França, Inglaterra, Estados Unidos, Dinamarca e Canadá,
Afirma Sergean (1977, p.7) rnlrc outros, de novos cursos e novas especialidades tais como: gestão
d,1 informação, gestão de recursos informacionais, sistemas de infor­
a dificuldade de definir o campo de informação é conseqüência mação, gestão de sistemas de informação, além de outras. No Brasil,
da própria natureza da informação. Este recurso difere dos esta diversificação de cursos da área tem-se tornado realidade, nos úl­
outros porque não é o campo exclusivo de um grupo profis­ timos dez anos. É necessário mencionar ainda a diversificação de espa­
sional, mas concerne todos os indivíduos. Por esta razão, as ços de atuação do profissional da informação. Além dos espaços "clás­
questões relativas aos limites deste campo podem ser definidas sicos", como universidades, escolas e instituições públicas, onde exerce
somente através de regras arbitrárias. O que concerne o espe­ seu trabalho em unidades de informação como bibliotecas, centros ele
cialista de informação em uma situação pode não lhe dizer res­ documentação e informação e arquivos, este profissional trabalha atual­
peito em outra situação (...) O trabalho informacional é um men tc cm unidades de informação de cinematecas, filmotecas,
trabalho que todo o mundo realiza no sentido em que, em de­ videotecas, livrarias e editoras, sem esquecer de citar a Internet que se
terminadas condições, um advogado, um economista ou um tem revelado um espaço cada vez mais promissor para os profissionais
médico exercem atividades de informação. da informação. A profissão é também exercida na gestão de arquivos
eletrônicos ou "em papel", em escritórios de advocacia, clínicas médi­
Segundo Cronin (1988, p.328), não existe uma "profissão da cas, empresas diversas do ramo industrial ou de serviços, através do
informação". Existe, sim, um grupo grande e heterogêneo ele profis­ que alguns chamam de "gestão do conhecimento".
sionais que podem ser qualificados como tais. O espectro de funções Se considerarmos, ainda, que os programas de pós-graduação
que eles exercem e as suas habilidades são tão diversificadas que é difícil em Ciência da Informação atraem - como docentes ou discentes -
colocá-los en1 u1n mesn10 "guarda-chuva", tornando-se, a denomi­ profissionais com formação básica em diferentes áreas do conheci­
nação "profissional da informação" uma rubrica vaga, conveniente, mento, pode-se dizer que há uma efetiva "invasão" de outras áreas
que pressupõe um conjunto ele categorias profissionais e ignora as nas tradicionais profissões da informação. Vale salientar a grande
suas diferenças de orientação, de formação básica e das atividades por freqüência, entre os profissionais acima citados, dos oriundi da Comu­
eles exercidas. nicação, Ciência da Computação, Administração, Psicologia, Econo­
Mesmo se a noção de profissional da informação foi, até pouco mia, Sociologia, Medicina, Engenharia e várias outras.
tempo, ligada a grupos tradicionais com atividades bem definidas como Nesse sentido, pode-se afirmar que existem dois movimentos
os bibliotecários, os documentalistas, os museólogos e os arquivistas,:; paralelos na atuação do profissional da informação:
um movimento de abertura do campo para profissionais de ou­
tras áreas do conhecimento;
5 Tal como encara o CNPq, na sua classificação das áreas cientificas, que concebe a
Biblioteconomia, Arquivologia e Biblioteconomia na mesma subclasse "Ciência da um movimento de colonização de espaços diversificados de atua­
Informação". ção profissional.
48 Atuação profissional na área de informação O mundo do trabalho na sociedade do co11heci111cnto 49

O termo "profissional da informação" cobre um campo de ati­ • de uma diversificação de locais e de práticas;
vidades bastante extenso com denominações extremamente varia­ • de um aumento e de um.a diversificação de alianças entre
das, mais ou menos específicas de acordo com os atores que partici­ profissionais de vários cam.pos do conhecimento.
pam destas atividades. Corneçou a ser empregado nos Estados Unidos,
na década de 80, para designar: Um dos problemas evidentes deste campo de atividade é que ele
se desenvolveu de tal forma que perdeu sua jurisdição preliminar,
Todo bibliotecário, documentalista, cientista da informação, evidenciando uma disputa por uma nova jurisdição. De acordo com
intermediário, etc, ntjo trabalho: Abbott, o campo informacional não é ocupado completamente por
• Fundamenta-se na teoria e na prática da criação, acesso, nenhum grupo profissional, mas continua a ser um campo extre­
validação, organização, transmissão, pesquisa e difusão da mamente permeável que segue caminhos bastante diversificados.
informação; Por definição, uma profissão deveria, de acordo corn Davies
Concerne a gestão dos recursos de informação; (1990), desenvolver-se continuan1ente. Sempre que um novo conhe­
Utiliza tecnologias específicas da Ciência da Informação ou cimento surge, novos conteúdos se desenvolvem e novas demandas
da Gestão da Informação (ClAUSEN, apud CRISTENSEN, aparecem. Uma profissão que não segue este desenvolvimento está
1992, p.68). mal-equipada para responder às exigências tecnológicas e sociais,
sendo seu lugar inevitavelmente tomado por profissionais mais ben1
De acordo com Debons (apucl Chen, Raskin & Tebbets, 1984, preparados para desenvolver estes papéis.
p.166-16 7), a utilização crescente elo termo profissional ela informa­
ção denota urna necessidade ele convergência de profissões diferencia­
Elementos para reflexão sobre o caso brasileiro
das. Mesmo se sua conotação continua ampla, este termo sugere, para
esse autor, urna certa unidade na diversidade. Se os profissionais ela in­ No Brasil, o campo de atuação do profissional da informação
formação exercem sua atividade em diferentes tipos ele instituições e com recebeu uma definição oficial. Desenvolvida no âmbito do Ministério
clientelas diversificadas, é, na realidade, possível reagrupá-los a partir de do Trabalho e do Emprego, a CBO -Classificação Brasileira de Ocupa­
um conjunto de idéias que lhes são comuns e associadas a conceitos li­ ções, em sua última versão divulgada ao final do ano de 2002, intro­
gados aos fluxos de informação como: entrada, tratamento, saída e duziu mudanças muito significativas relacionadas aos profissionais
memorização, entre outras. da área. Trata-se do desmembramento das três ocupações aglutinadas
No Brasil, vem ao encontro desta tendência mundial a adoção na classificação anterior, CBO 1994, que reunia bibliotecários, arqui­
da nova nomenclatura da CBO - mais discutida na próxima seção - vistas e museólogos. 6 A Nova CBO foi organizada não rn.ais de acor­
ao empregar o termo "profissionais da informação" para nomear, do com. as ocupações individualizadas e sim com base na noção de
genericamente, bibliotecários, documentalistas e analistas de infor­ "família ocupacional", que agrega ocupações consideradas asseme­
mação (embora os "arquivistas" tenham sido excluídos deste grupo). lhadas. Nesse caso específico, ocorreu um desmembramento em re-
Aliás, este termo vem sendo, freqüentemente, empregado na li­
teratura da área no Brasil, nos últim.os dez anos sendo, na maioria das 6 Na CB0-94 - cuja divisão completa vai até cinco dígitos - tem nil suil subdivisão
vezes denominado "bibliotecário" o "profissional da informação". Esta de três dígitos agregados os bibliotecários, os arquivistas e os museólogos. Cada
confusão de terminologia é conseqüência, no nosso entender: uma destas tt·ês ocupações é observada, isoladamente, na subdivisão de cinco dígitos.
Sem alongar a discussão neste at·tigo, vale, no entanto, salientar que estas mudan­
ças afetam as análises estatísticas de evolução do emprego parn estas categorias
• suportes informacionais; ocupacionais, porque impedem a comparação com as séries históricas anteriores à
• da mudança do foco de competência das organizações; Nova CB0-2002.
48 Atuação profissional na área de informação O 111undo do trabalho na socicdndc do co11/Jccimc11/o 49

O termo "profissional da informação" cobre um campo de ati­ • de uma diversificação de locais e de práticas;
vidades bastante extenso com denominações extremamente varia­ • de um aumento e de urna diversificação de alianças entre
das, mais ou menos específicas de acordo com os atores que partici­ profissionais de vários campos do conhecimento.
pam destas atividades. Começou a ser empregado nos Estados Unidos,
na década de 80, para designar: Um elos problern.as evidentes deste campo de atividade é que ele
se desenvolveu de tal forma que perdeu sua jurisdição preliminar,
Todo bibliotecário, documentalista, cientista da informação, evidenciando uma disputa por uma nova jurisdição. De acordo com
intermediário, etc, cujo trabalho: Abbott, o campo informacional não é ocupado completamente por
• Fundamenta-se na teoria e na prática da criação, acesso, nenhum grupo profissional, mas continua a ser um campo extre­
validação, organização, transmissão, pesquisa e difusão da mamente permeável que segue caminhos bastante diversificados.
informação; Por definição, uma profissão deveria, de acordo com Davies
• Concerne a gestão dos recursos de informação; (1990), desenvolver-se continuamente. Sempre que um novo conhe­
• Utiliza tecnologias específicas da Ciência da Informação ou cimento surge, novos conteúdos se desenvolvem e novas demandas
da Gestão da Informação (CIAUSEN, apud CRISTENSEN, aparecem. Uma profissão que não segue este desenvolvimento está
1992, p.68). mal-equipada para responder às exigências tecnológicas e sociais,
sendo seu lugar inevitavelmente tomado por profissionais mais bem
De acordo com Debons (apud Chen, Raskin & Tebbets, 1984, preparados para desenvolver estes papéis.
p.166-16 7), a utilização crescente do termo profissional da informa­
ção denota uma necessidade de convergência de profissões diferencia­
Elementos para reflexão sobre o caso brasileiro
das. Mesmo se sua conotação continua ampla, este termo sugere, para
esse autor, uma certa unidade na diversidade. Se os profissionais da in­ No Brasil, o campo de atuaç3o do profissional ela informação
formação exercem sua atividade em diferentes tipos de instituições e com recebeu uma definição oficial. Desenvolvida no âmbito do Ministério
clientelas diversificadas, é, na realidade, possível reagrupá-los a partir de do Trabnlho e do Emprego, a CBO-Classificação Brasileira de Ocupa­
um conjunto de idéias que lhes são comuns e associadas a conceitos li­ ções, em sua última versão divulgada ao final elo ano de 2002, intro­
gados aos fluxos de informação como: entrada, tratamento, saída e duziu mudanças muito significativas relacionadas aos profissionais
memorização, entre outras. da área. Trata-se do desmembramento das três ocupações aglutinadas
No Brasil, vem ao encontro desta tendência mundial a adoção na classificação anterior, CBO 1994, que reunia bibliotecários, arqui­
da nova nomenclatura da CBO - mais discutida na próxima seção - vistas e museólogos. 6 A Nova CBO foi organizada não mais ele acor­
ao empregar o termo "profissionais da informação" para nomear, do com as ocupações individualizadas e sim com base na noção de
genericamente, bibliotecários, documentalistas e analistas de infor­ "família ocupacional", que agrega ocupações consideradas asseme­
mação (embora os "arquivistas" tenham sido excluídos deste grupo). lhadas. Nesse caso específico, ocorreu um desmembramento em re-
Aliás, este termo vem sendo, freqüentemente, empregado na li­
teratura da área no Brasil, nos últimos dez anos sendo, na maioria das 6 Na CB0-94 - cuja divisão cornpleta vai até cinco dígitos - tem na sua subdivisão
vezes denominado "bibliotecário" o "profissional da informação". Esta de três dígitos agregados os bibliotecários, os arquivistas e os museólogos. Cada
confusão de terminologia é conseqüência, no nosso entender: uma destas três ocupações é observada, isoladamente, na subdivisiio ele cinco dígitos.
Sern alongar a discussiio neste artigo, vale, no entanto, salienta,· que estas mudan­
ças afetam as análises estatísticas de evolução cio emprego parn estas categorias
• suportes informacionais; ocupacionais, porque impedem a comparação com as séries históricas anteriores /1
• da mudança do foco de competência das organizações; Nova CB0-2002.
50 Atuação profissional na área de informação O mundo do trabalho na sociedade do conhecimento 51

lação à situação anterior. Enquanto museólogos e arquivistas conti­ 111,1�·50 tenta abranger os diversos temas e preocupações da área, atr a­

nuaram integrando uma mesma família ocupacional, os bibliotecá­ vC·s das suas linhas de pesquisa (C rivellari, 2003).
rios passa ram a constituir-se a ocupação p rincipal de uma nova "fa­ As mudanças na estrutura do ensino evidenciam o p rocesso de
mília" criada par a abrigar as mudanças em curso. Assim, sob o nome transformação do p róprio arcabouço teórico-científico da profissão que
de "pr ofissionais da info rmação", hoje encontram-se bibliotecários, busca, para os seus diplomados, a ampliação do quadro de qualifica­
documentalistas e analistas da infor mação, exigindo-se para o exer­ ções e das possibilidades no mercado de trabalho. Nesse movimento, as
cício dessas três ocupações a formação universitária em Biblio­ escolas abandonam o nome "Biblioteconomia" e passam a denominar­
teconomia, conforme explicita documento da CBO. A nova divisão se "Ciência da Informação". 7
reflete as mudanças iniciadas com o uso da Internet, mas não resolve Observando o caso brasileiro, do ponto de vista do exe rcício
bem a relação dos bibliotecários com os museólogos e arquivistas - profissional, é possível verificar que este acompanha o movimento
antigos parceiros da classe ocupacional-já que a gestão de documentos dos países centrais, no que tange a diversificação das possibilidades
abr ange tanto bibliotecas, quanto arquivos e museus, por serem ins­ de tr abalho abertas pelas tecnologias da info rmação e comunicação.
tituições assemelhadas em muitos aspectos, principalmente na guar­ Não ocorreu, no entanto, como se previa, uma migração significa­
da de objetos físicos e, freqüentemente, raros. tiva dos postos de t rabalho tradicionais para setores mais dinâmi­
Pelos critérios da CBO fica, então, evidente que o ver dadei ro cos da economia - emp resas globalizadas e/ou "ponto.com", por
profissional da informação é, no Brasil, o próprio bibliotecário - aquela exemplo. Pesquisas recentes mostram, ao contr á rio, a permanên­
ocupação que, entre as três componentes da família ocupacional cia do bibliotecário - nosso p rincipal p rofissional da infor mação,
"profissionais da informação", está apta a exercer a maioria absolu­ confor me designação da CBO - em emp regos tradicionais, princi­
ta das atividades típicas daquela família. Entretanto, o nome biblio­ palmente em bibliotecas públicas.
tecá rio foi subsumido pelo profissional da info rmação. Cunha e Pe reira (2003), pesquisando os egressos dos cursos de
Estes impasses refletem-se, também, no âmbito do sistema de Biblioteconomia, em Santa Catarina, constataram a existência de
fo rmação profissional destas categorias. As escolas acompanham as diversificação na ofe rta de postos de trabalho para os bibliotecários,
mudanças do mundo do trabalho mas estas não têm um impacto muito embora a maioria (acima de 70%) continue trabalhando no
imediato sobre a grade curricular o que, aliás, é saudável, pois o cha­ Estado, em bibliotecas.
mado "mercado de t rabalho" é fugaz. Enquanto isso, é da natureza Resultados comparáveis a este foram analisados em pesquisa
da atividade educacional que as respostas às inovações técnicas se­ r ealizada no Estado do Espírito Santo, junto aos profissionais

jam respondidas com relativa lentidão. Os tempos não são iguais entre registrados no Conselho Regional de Biblioteconomia local (Rosemberg
a escola e o sistema produtivo. Diferentes nuanças e pr ocessos de et al., 2003). A pesquisa de Januzzi (2003), analisando os dados da
trabalho são abertos, efetivamente, para os portadores dos diversos PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) sobre os pro­
títulos de diplomas emitidos nesse campo de formação. No entanto, fissionais da informação no Brasil, com enfoque sobre os analistas
a diversificação temática, que se desenrola no mundo da informa­ de sistemas, estatísticos, economistas, jornalistas, sociólogos, pro­
ção, afeta diferentemente a graduação e a pós-graduação. Na gra­ fessores universitários e bibliotecários/arquivistas/museólogos (ainda
duação, a formação permanece distinta para as subáreas tradicio­ agregados, como na CBO 94), verificou que este último subgrupo
nais: Arquivologia, Museologia e Biblioteconomia. Além desses, novos apresenta taxas superiores a 90% de empregados no setor for mal,
cursos têm sido criados com títulos que incluem a palavra informa­ em gr ande parte no setor público e, predominantemente, nas áreas
ção, tais como, ciência da informação, sistemas de informação, ges­ de educação e saúde. Esses dados mostram que o mercado de traba-
tão da informação ou outros. Já na pós-graduação, no Brasil, cada
um dos programas de mestrado e doutorado em Ciência da Infor- 7 A exemp lo da UFMG.
50 Atuação profissional na área de informação O mundo do trabalho na sociedade do conhecimento 51

lação à situação anterior. Enquanto museólogos e arquivistas conti­ 111,1� ·,10lenta abranger os diversos temas e preocupações da área, atra­
nuaram integrando uma mesma família ocupacional, os bibliotecá­ vrs d,1s suas linhas de pesquisa (Crivellari, 2003).
rios passaram a constituir-se a ocupação principal de uma no va "fa­ As mudanças na estrutura do ensino evidenciam o processo de
mília" criada para abrigar as mudanças em curso. Assim, sob o nome t r, 1 nsformação do próprio arcabouço teórico-científico da profissão que
de "profissionais da info rmação", hoje encontram-se bibliotecár ios, busca, para os seus diplomados, a ampliação do quadro de qualifica­
documentalistas e analistas da informação, exigindo-se para o exer­ �·óes e das possibilidades no mercado de trabalho. Nesse movimento, as
cício dessas três ocupações a formação universitária em Biblio­ escolas abandonam o nome "Biblioteconomia" e passam a denominar­
teconomia, conforme explicita do cumento da CBO. A n ova divisão se "Ciência da Info rmação ". 7
reflete as mudanças iniciadas com o uso da Internet, mas não resolve Observando o caso brasileiro, do ponto de vista do exercício
bem a relação dos bibliotecários com os museólogos e arquivistas - profissional, é possível verificar que este acompanha o movimento
antigos parceiros da classe ocupacional-já que a gestão de documentos d os países centrais, no que tange a diversificação das possibilidades
abrange tanto bibliotecas, quanto arquivos e museus, por serem ins­ de trabalho abertas pelas tecnologias da informação e comunicação.
tituições assemelhadas em muitos aspectos, principalmente na guar­ Não o correu, no entanto, como se previa, uma migração significa­
da de objetos físicos e, freqüentemente, raros. tiva dos postos de trabalho tr adicionais para setores mais dinâmi­
Pelos critérios da CBO fica, então, evidente que o ver dadeiro co s da economia - empresas globalizadas e/ou "ponto .com", po r
profissional da informação é, no Brasil, o próprio bibliotecário - aquela exemplo. Pesquisas recentes mostram, ao contrário, a permanên­
o cupação que, entre as três co mponentes da família ocupacional cia do bibliotecário - nosso principal profissional da informação ,
"profissionais da informação", está apta a exercer a maioria abso lu­ conforme designação da CBO - em empregos tradicionais, princi­
ta das atividades típicas daquela família. Entretanto, o nome biblio­ palmente em bibliotecas públicas.
tecário foi subsumido pelo profissional da informação. Cunha e Pereira (2003), pesquisando os egressos dos cursos de
Estes impasses refletem-se, também, no âmbito do sistema de Biblioteconomia, em Santa Catarina, constataram a existência de
formação profissional destas categorias. As escolas acompanham as diversificação na oferta de postos de trabalho para os bibliotecários,
mudanças do mundo do trabalho mas estas não têm um impacto muito embora a maioria (acima de 70%) continue trabalhando no
imediato so bre a grade curricular o que, aliás, é saudável, pois o cha­ Estado, em bibliotecas.
mado "mercado de trabalho" é fugaz. Enquanto isso, é da natureza Resultados comparáveis a este foram analisados em pesquisa
da atividade educacional que as respostas às inovações técnicas se­ realizada n o Estado do Espírito Sant o , junto a o s profissionais
jam respondidas com relativa lentidão. Os tempos não são iguais entre registrados no Conselho Regional de Biblioteconomia local (Rosemberg
a escola e o sistema produtivo. Diferentes nuanças e processos de et a!., 2003). A pesquisa de Januzzi (2003), analisando os dados da
tr abalho são abertos, efetivamente, para os portadores dos diversos PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) sobre os pro­
títulos de diplomas emitido s nesse campo de formação. No entanto, fissionais da informação n o Brasil, com enfoque so bre os analistas
a diversificação temática, que se desenrola no mundo da informa­ de sistemas, estatísticos, economistas, jornalistas, sociólogos, pro­
ção, afeta diferentemente a graduação e a pós-graduação. Na gra­ fessores universitários e bibliotecários/arquivistas/museólogos (ainda
duação, a formação permanece distinta para as subáreas tradicio­ agregado s, como na CBO 94), verificou que este último subgrupo
nais: Arquivologia, Museologia e Biblioteconomia. Além desses, novos apresenta taxas superiores a 90% de empregados no setor formal,
cursos têm sido criados com títulos que incluem a palavra informa­ em grande parte no setor público e, predominantemente, nas áreas
ção, tais como, ciência da informação, sistemas de informação, ges­ de educação e saúde. Esses dados mostram que o mercado de traba-
tão da informação ou outros. Já na pós-graduação, n o Brasil, cada
um dos programas de mestrado e doutorado em Ciência da lnfor- 7 A exemplo da UFMG.
:i2 J\/11.iç,iu 1irolissio11a/ 11a área de i11formação
O mundo do trabalho na socicdRde do conflccimcnto 53

lho para o nosso profissional da informação mantém-se na bibliote­ BARBOSA, M.L.0. A sociologia das profissões: em torno da legitimidade de
ca tradicional, com diversificação qualitativa, em outros setores, mas um objeto. BIB, Rio de Janeiro, n.36, p.3-30, 2.scm.1993.
não quantitativa. BOLTf\NSKJ, L. Les cadres, la formation d'um groupe social. Paris: Editions
Para que se conheçam em profundidade as mudanças qualita­ de Minuit, 1982.
tivas que ocorreram nos processos de trabalho do bibliotecário, a partir BOUROIEU, Pierre. O poder simbólico. Lisboa: Difcl, 1989.
da introdução das tecnologias da informação e comunicação, seria BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocu­
necessário desenvolver programas de pesquisas que se baseassem no pações. CB02002. Disponível cm: <http://ww w.mtccbo .gov.br/
uso de métodos qualitativos em Ciências Sociais, ou em um misto de index.htm> Acesso cm: 30 de abril de 2004.
pesquisas qualitativas e quantitativas_ll Entrevistas em profundida­ CEDES - Centro de Estudos Educação e Sociedade. Programa de pesquisa em
de, realizadas junto aos profissionais identificados com as transfor­ ciência e tecnologia, qualificação e produção. Disponível cm: <http://
www.ccdcs.unicamp.br/pcsquisa.html> Acesso em: 30 de abril de 2004.
mações em curso, forneceriam um material crucial para o entendi­
CHEN, C.-C, RASKJN, S. TEBBETS, D. R. Products of graduatc library and
mento dessas mutações e, naturalmente, de quem é o nosso real
information scicncc schools: unadaptcd rcsources? Education for
profissional da informação (graduação, pós-graduação, competên­ Information, v.2, n.3, p.163-190, sept.1984.
cias, local em que atua, o que faz, ferramentas utilizadas, etc.). Cer­
CHRISTENSEN, J. Thc information profcssional in Danrnark. ln: FIO. State
tamente serão aí encontrados problemas jurisdicionais importantes ofthe modern information professional: 1992-1993. Thc llaguc, FIO: 1992.
entre graduados cm áreas diferentes, além dos pós-graduados. Os p. 67-92, 1992.
primeiros, protegidos (ou não) pelos seus conselhos profissionais e, CRIVELLARI, I l.M.T. Profissão/ocupação. ln: FIDALGO, F.; MACI lAnO, L.
os segundos, nem tanto. (cd). Dicionário da educação profissional. Belo Horizonte: NETE/FAE/l!FMG,
Mais uma vez, a questão do bibliotecário se coloca. Agora como 2000.
profissão altamente institucionalizada, caracterizada pela existência CR!VELLARl, 11. M. T. Relação educativa e formação profissional na Ciência
corporativa de um conselho profissional. Pergunta-se, então: Por que da Informação. ln: ENANC!B - Encontro Nacional de Pesquisa cm Ciência da
Informação, V, 2003, Belo Horizonte. Anais... Belo l lorizontc: UFMG, 2003.
os seus membros permitem a ambigüidade oficial criada cm torno
1 CD-ROM.
do nome da profissão? Que valores simbólicos estão adquirindo ao
CRON!N, B. Post-profcssionalism. ln: Post-professionalism: transforming
identificar-se às novas tecnologias? Que valores simbólicos estão
thc information hcartland. London: Taylor Graham, ·1988. p.2 77-285.
perdendo ao desvincular seu nome dos ícones tradicionais da alta
CRONIN, B. Nichcmanship for the ninctics. ln: Post-professionalism:
cultura: o livro, a biblioteca, o museu? (Bourdieu, 1989) E cm face transforming thc information hcartland. London: Taylor Graham, ·1988.
dos compromissos assumidos com a sociedade, e sancionados pelo p.328-332.
Estado através dos conselhos, para zelar por estas tradicionais insti­ CRONIN, B.; STJFFLER, M.; DAY, D. The cmcrgcnt markct for information
tuições ela cultura, o que se pode esperar? Um diploma mais valori­ professionals: cduactional opportunitics and implications. Library Trends,
zado? Mais e melhores empregos? Pouco provável, como o tem de­ v.42, n.2, p p. 257-276, Fali 1993.
monstrado largamente a história recente da sociedade globalizada. CUNI-lA, M.V. Lc profil des profcssionncls de l'informatíon dans l'Etat de
Santa Catarina, Brésil. ln: Rechcrchcs Récentes en Scicnccs ele l'Information,
2002, Toulouse. Actes du Colloque MICS-LERASS... Paris: ADBS Editions,
Referências 2002. p.281-298.
CUNHA, M.V. O profissional da informação: formação e mercado de tra­
ABBOT, A. The system of professions. Chicago: The University of Chicago
balho. Revisão de literatura. São Paulo: Associação Paulista de Bibliotecários,
Press, 1988.
2000.
CUNllA, M.V.; PEREIRA, M.C. O perfil do profissional da informação cm
8 Ver SENA!, CEDES.
Santa Catarina: primeiros resultados. ln: ENANC!B - Encontro Nacional de
, )
\/11,11,101110!1ssiu11c1! na área de informação
O mundo do trabalho na sociedade do co11hccimcnto 53

lho para o nosso profissional da informação mantém-se na bibliote­ 11/\RBOSA, M.L.0. A sociologia das profissões: em torno da legitimidade de
ca tradicional, com diversificação qualitativa, em outros setores, mas 11111 objeto. BIB, Rio de Janeiro, n.36, p.3-30, 2.sem.1993.
não quantitativa. Ilt )LTANSKJ, L. Les cadres, la forrnation d'um groupe social. Paris: Editions
Para que se conheçam em profundidade as mudanças qualita­ de Minuit, 1982.
tivas que ocorreram nos processos de trabalho do bibliotecário, a partir IIOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Lisboa: Difcl, 1989.
da introdução das tecnologias da informação e comunicação, seria IIRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocu­
necessário desenvolver programas de pesquisas que se baseassem no pações. CB02002. Disponível cm: <http://www.mtecbo.gov.br/
uso de métodos qualitativos em Ciências Sociais, ou em um misto de indcx.htm> Acesso em: 30 de abril de 2004.
pesquisas qualitativas e quantitativas. 11 Entrevistas em profundida­ CEDES - Centro de Estudos Educação e Sociedade. Programa de pesquisa em
de, realizadas junto aos profissionais identificados com as transfor­ ciência e tecnologia, qualificação e produção. Disponível cm: <http://
www.ccdcs.unicamp.br/pcsquisa.html> Acesso em: 30 de abril de 2004.
mações em curso, forneceriam um material crucial para o entendi­
CHEN, C.-C, RASKJN, S. TEBBETS, D. R. Products of graduate library and
mento dessas mutações e, naturalmente, de quem é o nosso real
informa tion sciencc schools: unada ptcd resources? Education for
profissional da informação (graduação, pós-graduação, competên­ Information, v.2, n.3, p.163-190, sept.1984.
cias, local em que atua, o que faz, ferramentas utilizadas, etc.). Cer­
CHRISTENSEN, J. Thc information professional in Danmark. ln: FIO. State
tamente serão aí encontrados problemas jurisdicionais importantes ofthe modern information professional:
1992-1993. Thc Haguc, FIO: 1992.
entre graduados em áreas diferentes, além cios pós-graduados. Os p. 67-92, 1992
primeiros, protegidos (ou não) pelos seus conselhos profissionais e, CRJVELLARI, 1-1.M.T. Profissão/ocupação. ln: FIDALGO, F .; MACHADO, L.
os segundos, nem tanto. (cd). Dicionário da educação profissional. Belo Horizonte: NETE/FAE/llFMG,
Mais uma vez, a questão do bibliotecário se coloca. Agora como 2000.
profissão altamente institucionalizada, caracterizada pela existência CRIVELI..ARI, I 1. M. T. Relação educativa e formação profissional na Ciência
corporativa de um conselho profissional. Pergunta-se, então: Por que da Informação. ln: ENANCIB - Encontro Nacional de Pesquisa cm Ciência da
os seus membros permitem a ambigüidade oficial criada cm torno Informação, V, 2003, Belo Horizonte. Anais... Belo I Iorizonte: UFMG, 2003.
1 CD-ROM
do nome da profissão? Que valores simbólicos estão adquirindo ao
CRONIN, B. Post-professionalism. ln: Post-professionalism: transforming
identificar-se às novas tecnologias? Que valores simbólicos estão
London: Taylor Graham, 1988. p.277-285.
thc infonnation hcartland.
perdendo ao desvincular seu nome dos ícones tradicionais da alta
CRONIN, B. Nichcmanship for thc nincties. [n: Post-professionalism:
cultura: o livro, a biblioteca, o museu? (Bourdieu, 1989) E em face transforming thc information hcartland. London: Taylor Graham, 1988.
dos compromissos assumidos com a sociedade, e sancionados pelo p.328-332.
Estado através dos conselhos, para zelar por estas tradicionais insti­ CRONIN, B.; STIFFLER, M.; DAY, D. Thc cmcrgcnt markct for information
tuições da cultura, o que se pode esperar? Um diploma mais valori­ profcssionals: eduactional opportunitics and implications. Library Trends,
zado? Mais e melhores empregos? Pouco provável, como o tem de­ v.42, n.2, p p. 257-276, Fali 1993.
monstrado largamente a história recente da sociedade globalizada. CUNHA, M.V. Lc profil dcs profcssionnds de l'information dans l'Etat de
Santa Catarina, Brésil. ln: Rcchcrches Récentcs en Scienccs de l'Information,
2002, Toulouse. Actes du Colloque MJCS-LERASS... Paris: ADBS Editions,
Referências 2002 p.281-298.
ABBOT, A. The systern of professions. Chicago: The CUNHA, M.V. O profissional da informação: formação e mercado de tra­
Univcrsity of Chicago
Press, 1988. balho. Revisão de literatura. São Paulo: Associação Paulista de Bibliotecários,
2000.
CUNHA, M.V.; PEREIRA, M.C. O perfil do profissional da informação cm
8 Ver SENA!, CEDES.
Santa Catarina: primeiros resultados. ln: ENANCIB - Encontro Nacional ele
54 Atuação profissional na área de informação

Pesquisa em Ciência da Informação, V, 2003, Belo Ilorizonte. Anais... Belo


Horizonte: UFMG, 2003. 1 CD-ROM.
Capítulo 3

Etica profissional na área de


/
CURRY, L., WERGIN, J.F. Setting priorities for change in professional
education. ln: Educating professionals. San Francisco: Jossey-Bass, 1993,
p.316-327.
DAVIES, J. E. Professional development and the Institute of Information
Ciência da Infarmação
Scientists. JournaloflnformationSci ence, v.16, n.6, p.369-379. 1990.
DELORME, R. & ANDRÉ, C. L'État et l'économie. Paris: Seuil, 1983. Marta Lígia Pomim Valentim
HAUG, M. R. Deprofessionalization: an alternate hypothesis for the futurc.
The Society Review Monograph, n.20, p.195-211, Dcc.1973.
JANNUZZI, P.M. Biblioteconomistas e outros profissionais da informação
no mercado de trabalho brasileiro: 1980-1996. ln: ENANCIB - Encontro
Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, V, 2003, Belo Horizonte.
Anais... Belo Horizonte: UFMG, 2003. 1 CD-ROM.
LARSON, M.S. The rise of professionalism. Princeton: University of California
Press, 1977.
1 Introdução
MOORE, W.E. The professions: roles and rules. New York: Russel Sage A atitude e o comportamento ético na sociedade contemporâ­
Foundation, 1970. nea têm sido objeto de atenção e discussão de diferentes áreas do co­
ROSEMBERG, 0.5. et ai. O perfil do bibliotecário em exercício no Espírito nhecimento. A área da Filosofia, especialmente, debate sobe essa ques­
Santo. ln: ENANCJB - Encontro Nacional de Pesquisa cm Ciência da Infor­ tão há muito tempo. No caso da Ciência da Informação, a ética
mação, V, 2003, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: UFMG, 2003. 1 também tem sido debatida sob vários aspectos.
CD-ROM.
A atuação do profissional da área da Ciência da Informação deve
SENA!. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Modernização, em­
estar apoiada na ética. O fazer do profissional da área está muito li­
prego e qualificação profissional. Rio de Janeiro: SENA!/DN, 1998.
gado a atitudes e comportamentos éticos, tanto em r elação ao usu­
SERGEAN, R. Librarianship and information work: job characteristics and
ário, quanto em relação ao próprio fazer informacional, ou seja, desde
staffing needs. Boston Spa: The British Library Board, 1977. (The British
Library Rcsearch and Development Reports, 5321HC). a prospecção e filtragem de dados e informações, até a disseminação
STARR, K. Task force on the future of Librarianship. Sacramento, CA: e transferência desses mesmos dados e informações ao público inte­
California Library Association, 1996. r essado.
Outro aspecto importante da ética para a área de Ciência da
Informação consiste no fato de que o profissional desta área medeia,
por meio de linguagens documentárias, os conteúdos informacionais
de documentos de diferentes naturezas e isso requer uma atitude ética
constante.
Inicialmente apresentar-se-ão alguns conceitos sobre moral e
ética. A moral:

expressa e valida usos e costumes socialmente aceitos, sejam


aqueles defendidos por uma comunidade, organização ou ca­
tegoria profissional [ ... ] Expressa valores e normas que nem
.,•I , l/11,1r.lo 11mlissional na área de informação

Pesquisa em Ciência da Informação, V, 2003, Belo Horizonte. Anais ... Belo


Horizonte: UFMG, 2003. 1 CD-ROM.
Capítulo 3

Etica profissional na área de


/
CURRY, L., WERGIN, J.F. Setting priorities for change in professional
education. ln: Educating professionals. San Francisco: Jossey-Bass, 1993,
p.316-327.
DA VIES, J. E. Professional development and the lnstitute of Information
Ciência da Infarmação
Scientists. JoumaloflnformationScience, v.16, n.6, p.369-379. 1990.
DELORME, R. & ANDRÉ, C. L'État et l'économie. Paris: Seuil, 1983. Marta Lígia Pomim Valentim
HAUG, M. R. Deprofessionalization: an alternate hypothesis for the futurc.
The Society Review Monograph, n.20, p.195-211, Dcc.1973.
JANNUZZI, P.M. Biblioteconomistas e outros profissionais da informação
no mercado de trabalho brasileiro: 1980-1996. ln: ENANCIB - Encontro
Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, V, 2003, Belo Horizonte.
Anais ... Belo Horizonte: UFMG, 2003. 1 CD-ROM.
LARSON, M.S. Ther i seofprofessionalism. Princeton: University ofCaliforn ia
Press, 1977.
1 Introdução
MOORE, W.E. The professions: roles and rules. New York: Russel Sage A atitude e o comportamento ético na sociedade contemporâ­
Foundation, 1970. nea têm sido objeto de atenção e discussão de diferentes áreas do co­
ROSEMBERG, D.S. et ai. O perfil do bibliotecário em exercício no Espírito nhecimento. A área da Filosofia, especialmente, debate sobe essa ques­
Santo. ln: ENANCIB - Encontro Nacional de Pesquisa cm Ciência da Infor­ tão há muito tempo. No caso da Ciência da Informação, a ética
mação, V, 2003, Belo Horizonte. Anais ... Belo Horizonte: UFMG, 2003. 1 também tem sido debatida sob vários aspectos.
CD-ROM.
A atuação do profissional da área da Ciência da Informação deve
SENA!. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Modernização, em­
estar apoiada na ética. O fazer do profissional da área está muito li­
prego e qualificação profissional. Rio de Janeiro: SENAI/DN, 1998.
gado a atitudes e comportamentos éticos, tanto em relação ao usu­
SERGEAN, R. Librarianship and information work: job characteristics and
ário, quanto em relação ao próprio fazer informacional, ou seja, desde
staffing needs. Boston Spa: The British Library Board, 1977. (The British
Library Rescarch and Development Reports, 5 321HC). a prospecção e filtragem de dados e informações, até a disseminação
STARR, K. Task force on the future of Librarianship. Sacramento, CA: e transferência desses mesmos dados e informações ao público inte­
California Library Association, 1996. ressado.
Outro aspecto importante da ética para a área de Ciência da
Informação consiste no fato de que o profissional desta área medeia,
por meio de linguagens documentárias, os conteúdos informacionais
de documentos de diferentes naturezas e isso requer uma atitude ética
constante.
Inicialmente apresentar-se-ão alguns conceitos sobre moral e
ética. A moral:

expressa e valida usos e costumes socialmente aceitos, sejam


aqueles defendidos por uma comunidade, organização ou ca­
tegoria profissional [ ... ! Expressa valores e normas que nem
;i(, \/11.r1,in 111<1/issicm.rl na Arca de informação Ética profissional 57

sempre são aceitos universalmente[ ... ) Estabelece regras, nor­ inspiram nossas ações e servem de referência para avaliar se
mas ou códigos de conduta que regem o comportamento elos elas são ou não eticamente aceitáveis. A moral não é a mesma
indivíduos na sociedade[ ... ) Conjunto de normas, regulamen­ cm todos os tempos, para todos os povos. Ela resulta do pro­
tos e sentimentos que diferencia a conduta ele clctcrminaclo gru­ cesso cultural de cada povo. Em outras palavras, do ponto de
po social ele outros e que busca zelar pelo bem comum (PFISTER vista da razão, não há valores morais absolutos, objetivamen­
JR., s.cl , p.13). te inquestionáveis para toda a humanidade (2003, p.17).

A moral está portanto, ligada ao contexto que, por sua vez, Já a ética profissional é a forma pela qual códigos morais pes­
define as normas de conduta aceitas pelo grupo social existente. soais, bem como seu questionamento e reflexão, se aplicam às ativi­
Em relação à ética pode-se afirmar que: dades profissionais e aos objetivos de uma determinada organização
(NASH, 1993, p.6).
O julgamento ético procura transcender o caráter local e tem-
poral dos preceitos morais [ ... J Procura valores e normas que Para Pfistcr Jr., algumas situações podem exemplificar essas
tenham vigência universal [ ... ] Questiona e reflete sobre essas diferentes situações morais e éticas:
regras e códigos buscando a consistência dos valores morais
[ ... ] Processo intelectual e afetivo de escolha moral entre meios Não matar o próximo é um princípio amplamente difundido
e fins compatíveis com nosso senso individual e social de valo­ nas diferentes sociedades, onde são previstas penas severas para
res. Neste sentido, a ética valida (ou não) os sistemas ou juízos os transgressores. Contudo, basta eclodir uma guerra para que
morais (PFISTER JR., s.d., p.13). o ato de matar o inimigo (ou seja, o próximo) passe a ser uma
virtude patriótica [ ... J A lealdade para com uma organização é
Segundo Singer, a ética altamente valorizada, porém poucas empresas puniriam um
membro seu que usasse de certa dose de deslealdade para ven­
não constitui um sistema ideal, que seja nobre na teoria mas cer um concorrente (s.cl., p.15).
que não funcione na prática. O contrário disso está nl.é1is pró­
ximo da verdade: um juízo ético que não funcione na prática, Do ponto de vista ético seria necessário avaliar os dois exem­
deve igualmente padecer ele um defeito teórico, pois o objetivo plos anteriores de forma abrangente buscando o bem comum, a ver­
essencial elos juízos éticos é orientar a prática (2002, p.26). dade, a justiça etc., o que é bastante difícil já que são práticas ligadas
aos costumes ela vida cotidiana.
Nesse sentido, a ética busca a universalidade, assim como pre­ Laura Nash pesquisou diferentes executivos com o objetivo de
tende extrapolar os contextos sociais que se apresentam, quando do obter, segundo eles, os valores pessoais essenciais para uma vida
julgamento de valor, uma vez que permite a reflexão sobre crenças, ética. O resultado foi o seguinte conjunto: "honestidade, família, in­
costumes e normas vivenciados, dando-nos a capacidade de decidir a tegridade, realização, credibilidade, confiabilidade, respeito pelos ou­
acatar ou não determinados valores. tros, justiça, respeito próprio e lealdade" (1993, p.32).
A ética e a moral se confundem em determinados momentos, Os valores mencionados pelos executivos, segundo a autora,
pois estão totalmente relacionadas, para Frei Beto estão muito próximos do teste Quádruplo de Herbert R. Taylor, ado­
tado pelo Rotary Club, conforme segue:
Toda atitude ética está intimamente ligada aos valores morais 1. Isso é a VERDADE?
que predominam em nosso grupo social. São esses valores que 2. Isso é JUSTO para todos os envolvidos?
;,(, 1/11,11,1" f''"'"s11111.1/ 11,1 ,1rc,1 de informação Ética profissional 57

sempre são aceitos universalmente[ ... ] Estabelece regras, nor­ inspiram nossas ações e servem de referência para avaliar se
mas ou códigos de conduta que regem o comportamento dos elas são ou não eticamente aceitáveis. A moral não é a mesma
indivíduos na sociedade[ ... ] Conjunto de normas, regulamen­ cm todos os tempos, para todos os povos. Ela resulta do pro­
tos e sentimentos que diferencia a conduta de determinado gru­ cesso cultural de cada povo. Em outras palavras, do ponto de
po social de outros e que busca zelar pelo bem comum (PFISTER vista da razão, não há valores morais absolutos, objetivélmen­
JR., s.d., p.13). te inquestionáveis para toda a humanidade (2003, p.17).

A moral está portanto, ligada ao contexto que, por sua vez, Já a ética profissional é a forma pela qual códigos morais pes­
define as normas de conduta aceitas pelo grupo social existente. soais, bem corno seu questionamento e reflexão, se aplicam às ativi­
Em relação à ética pode-se afirmar que: dades profissionais e aos objetivos de uma determinada organização
(NASH, 1993, p.6).
O julgamento ético procura transcender o caráter local e tem-
poral dos preceitos morais [ ... J Procura valores e normas que Para Pfister Jr., algumas situações podem exemplificar essas
tenham vigência universal [ ... ] Questiona e reflete sobre essas diferentes situações morais e éticas:
regras e códigos buscando a consistência dos valores morais
[ ... J Processo intelectual e afetivo de escolha moral entre meios Não matar o próximo é um princípio amplamente difundido
e fins compatíveis com nosso senso individual e social de valo­ nas diferentes sociedades, onde são previstas penas severas para
res. Neste sentido, a ética valida (ou não) os sistemas ou juízos os transgrcssores. Contudo, basta eclodir uma guerra para que
morais (PFISTER JR., s.d., p.13). o ato de matar o inimigo (ou seja, o próximo) passe a ser uma
virtude patriótica [ ... ] A lealdade para com uma organização é
Segundo Singer, a ética altamente valorizada, porém poucas empresas puniriam um
membro seu que usasse de certa dose de deslealdade para ven­
não constitui um sistema ideal, que seja nobre na teoria mas cer um concorrente (s.d., p.15).
que não funcione na prática. O contrário disso está 1nais pró­
ximo da verdade: um juízo ético que não funcione na prática, Do ponto de vista ético seria necessário avaliar os dois cxern.­
deve igualmente padecer de um defeito teórico, pois o objetivo plos anteriores de forma abrangente buscando o bem comum, a ver­
essencial dos juízos éticos é orientar a prática (2002, p.26). dade, a justiça etc., o que é bastante difícil já que são práticas ligadas
aos costumes da vida cotidiana.
Nesse sentido, a ética busca a universalidade, assim como pre­ Laura Nash pesquisou diferentes executivos com o objetivo de
tende extrapolar os contextos sociais que se apresentam, quando do obter, segundo eles, os valores pessoais essenciais para uma vida
julgamento de valor, uma vez que permite a reflexão sobre crenças, ética. O resultado foi o seguinte conjunto: "honestidade, família, in­
costumes e normas vivenciados, dando-nos a capacidade de decidir a tegridade, realização, credibilidade, confiabilidadc, respeito pelos ou­
acatar ou não determinados valores. tros, justiça, respeito próprio e lealdade" (1993, p.32).
A ética e a moral se confundem cm determinados momentos, Os valores mencionados pelos executivos, segundo a autora,
pois estão totalmente relacionadas, para Frei Beto estão muito próximos do teste Quádruplo de Herbert R. Taylor, ado­
tado pelo Rotary Club, conforme segue:
Toda atitude ética está intimamente ligada aos valores morais 1. Isso é a VERDADE?
que predominam em nosso grupo social. São esses valores que 2. Isso é JUSTO para todos os envolvidos?
;1/l 1\111,1ç,io 11mfissional na área de informação Ética profissional 59

3. Isso vai construir a BOA VONTADE e MELHORES AMIZADES? 2 Ética aplicada à Ciência da Informação
4. Isso será BENÉFICO para todos os envolvidos? (NASH,
A ética é inerente ao homem e, portanto, ao relacionamento
1993, p.32)
social; por isso mesmo, ela é fundamental no âmbito profissional,
uma vez que as responsabilidades individuais e sociais, envolvem
A ética e a moral possuem algumas características convergen­
diferentes atores que se inter-relacionam. O profissional da informa­
tes e outras, divergentes. Dentre as características convergentes pode­
ção deve exercer a ética profissional como qualquer outro profissio­
se citar: a) definem valores; b) buscam o bem-estar; c) têm de ser
nal. Ao estabelecê-la nos espaços informacionais de atuação, tanto
aceitas e praticadas; d) procuram influenciar as pessoas; e) procu­
ele estará se fortalecendo quanto a organização em que atua, por­
ram, a seu modo, o aprimoramento humano.
quanto que institui um padrão comum explícito de avaliação e asse­
Refletindo sobre algumas características divergentes, percebe­
gura critérios convergentes de ação.
se que: a) a moral está baseada nos usos, costumes e tradição, a ética
É necessário estabelecer um paradigma para servir de guia para
pressupõe reflexão, raciocínio e a quebra de paradigmas; b) a moral
as atitudes e ações dos profissionais da informação. Também é ne­
define o bem-estar do ponto de vista de um determinado grupo, a
cessário ser crítico dos códigos unilaterais, praticados e amparados
ética procura definições universais; c) a moral é imposta de fora
pelo próprio indivíduo e que, muitas vezes, cria situações do tipo:·
para dentro, a ética favorece uma resposta elaborada internamente;
posso ser desleal com meu usuário se em contrápartida estiver sendo
d) a moral exerce uma influência coercitiva, a ética pressupõe o livre­
leal com minha organização.
arbítrio ou a capacidade de escolher entre duas ou mais alternativas;
É muito importante definir em equipe a moral/ética que será
e) a moral trabalha com conceitos subjetivos, a ética trabalha com
praticada por todos no cotidiano do espaço informacional. Pode-se
conceitos reais.
afirmar que é muito grave a situação de uma organização, seja pú­
Ser ético e tomar decisões éticas é muito fácil quando blica seja privada, em que o profissional da informação não tenha a
vivenciamos situações simples. No entanto, no dia-a-dia, enfrenta­ ética como prática de trabalho, já que sua matéria-prima é a infor­
mos situações complexas, sofremos pressões diversas e deparamo­ mação em diversos níveis (estratégico, tecnológico, social, trabalhis­
nos com conflitos de opiniões, de interesses e de valores. ta, jurídico etc.).
Algumas atitudes não-éticas, sob o ponto de vista de uma socie­ Entre as atitudes, entendidas como claramente antiéticas, pode­
dade, apresentam-se como óbvias (zonas claras). Como exemplo, pode­ se citar: a) vender informações sobre um processo de pedido de pa­
se citar: a) dar desfalque em uma empresa; b) receber um apartamento tente; b) vender informações de um relatório de diretoria sobre a es­
para facilitar um processo; c) vender um segredo industrial; d) usar tratégia organizacional de conquista de mercado para os próximos 5
informação privilegiada em proveito próprio. No entanto, nem tudo o anos; c) permitir que um documento seja copiado integralmente, sem
que diz respeito aos valores éticos pertence ao domínio do óbvio, algu­ a autorização referente aos direitos autorais; d) permitir a cópia de
mas atitudes não são tão óbvias (zonas cinzentas), como: a) levar uma uma pesquisa solicitada por um pesquisador a outro pesquisador
filmadora da empresa para casa no final de semana para filmar o ani­ concorrente.
versário do filho e devolver na segunda-feira de manhã; b) pagar com É claro que estas atitudes antiéticas, na área da Ciência da In­
cartão de crédito uma refeição de trabalho e solicitar o reembolso ime­ formação, são colocadas, como já mencionado anteriormente, nas
diato da empresa; c) forçar uma situação de trabalho em regime de hora zonas claras. Mas existem também atitudes que não são claramente
extra para ganhar mais salário; d) propor-se a executar uma tarefa com evidenciadas como antiéticas, como, por exemplo: a) organizar e dis­
a qual não há concordância, mas que os superiores exigem. seminar incorretamente as informações; b) não facilitar, por algu­
ma razão pessoal, o acesso às informações solicitadas por um usuá­
rio; c) pesquisar em fontes de informação denominadas "fracas" e
1/I 1\/11,1r,le1 /llc>fis.\imwl na área de informação Éhca profissional 59

3. Isso vai construir a BOA VONTADE e MELHORES AMIZADES? 2 Ética aplicada à Ciência da Informação
4. Isso será BENÉFICO para todos os envolvidos? (NASH,
A ética é inerente ao homem e, portanto, ao relacionamento
1993, p.32)
social; por isso mesmo, ela é fundamental no âmbito profissional,
uma vez que as responsabilidades individuais e sociais, envolvem
A ética e a moral possuem algumas características convergen­
diferentes atores que se inter-relacionam. O profissional da informa­
tes e outras, divergentes. Dentre as características convergentes pode­
ção deve exercer a ética profissional como qualquer outro profissio­
se citar: a) definem valores; b) buscam o bem-estar; c) têm de ser
nal. Ao estabelecê-la nos espaços informacionais de atuação, tanto
aceitas e praticadas; d) procuram influenciar as pessoas; e) procu­
ele estará se fortalecendo quanto a organização em que atua, por­
ram, a seu modo, o aprimoramento humano.
quanto que institui um padrão comum explícito de avaliação e asse­
Refletindo sobre algumas características divergentes, percebe­
gura critérios convergentes de ação.
se que: a) a moral está baseada nos usos, costumes e tradição, a ética
É necessário estabelecer um paradigma para servir de guia para
pressupõe reflexão, raciocínio e a quebra de paradigmas; b) a moral
as atitudes e ações dos profissionais da informação. Também é ne­
define o bem-estar do ponto de vista de um determinado grupo, a
cessário ser crítico dos códigos unilaterais, praticados e amparados
ética procura definições universais; c) a moral é imposta de fora
pelo próprio indivíduo e que, muitas vezes, cria situações do tipo:·
para dentro, a ética favorece uma resposta elaborada internamente;
posso ser desleal com meu usuário se em contrapartida estiver sendo
d) a moral exerce uma influência coercitiva, a ética pressupõe o livre­
leal com minha organização.
arbítrio ou a capacidade de escolher entre duas ou mais alternativas;
É muito importante definir em equipe a moral/ética que será
e) a moral trabalha com conceitos subjetivos, a ética trabalha com
praticada por todos no cotidiano do espaço informacional. Pode-se
conceitos reais.
afirmar que é muito grave a situação de uma organização, seja pú­
Ser ético e tomar decisões éticas é muito fácil quando blica seja privada, em que o profissional da informação não tenha a
vivenciamos situações simples. No entanto, no dia-a-dia, enfrenta­ ética como prática de trabalho, já que sua matéria-prima é a infor­
mos situações complexas, sofremos pressões diversas e deparamo­ mação em diversos níveis (estratégico, tecnológico, social, trabalhis­
nos com conflitos de opiniões, de interesses e de valores. ta, jurídico etc.).
Algumas atitudes não-éticas, sob o ponto de vista de uma socie­ Entre as atitudes, entendidas como claramente antiéticas, pode­
dade, apresentam-se como óbvias (zonas claras). Como exemplo, pode­ se citar: a) vender informações sobre um processo de pedido de pa­
se citar: a) dar desfalque em uma empresa; b) receber um apartamento tente; b) vender informações de um relatório de diretoria sobre a es­
para facilitar um processo; c) vender um segredo industrial; d) usar tratégia organizacional de conquista de mercado para os próximos 5
informação privilegiada em proveito próprio. No entanto, nem tudo o anos; c) permitir que um documento seja copiado integralmente, sem
que diz respeito aos valores éticos pertence ao domínio do óbvio, algu­ a autorização referente aos direitos autorais; d) permitir a cópia de
mas atitudes não são tão óbvias (zonas cinzentas), como: a) levar uma uma pesquisa solicitada por um pesquisador a outro pesquisador
filmadora da empresa para casa no final de semana para filmar o ani­ concorrente.
versário do filho e devolver na segunda-feira de manhã; b) pagar com É claro que estas atitudes antiéticas, na área da Ciência da In­
cartão de crédito uma refeição de trabalho e solicitar o reembolso ime­ formação, são colocadas, como já mencionado anteriormente, nas
diato da empresa; c) forçar uma situação de trabalho em regime de hora zonas claras. Mas existem também atitudes que não são claramente
extra para ganhar mais salário; d) propor-se a executar uma tarefa com evidenciadas como antiéticas, como, por exemplo: a) organizar e dis­
a qual não há concordância, mas que os superiores exigem. seminar incorretamente as informações; b) não facilitar, por algu­
ma razão pessoal, o acesso às informações solicitadas por um usuá­
rio; c) pesquisar em fontes de informação denominadas "fracas" e
60 Atuação profissional na área de informação Ética profissional 61

informar que não há nada sobre o assunto que foi solicitado pelo :J 2 Élica convencionada em ambientes informacionais
usuário; d) cobrar por um serviço ou produto sem ter claramente os É necessário que o profissional da informação, em conjunto com
custos operacionais; e) omitir dados em uma pesquisa solicitada por toda a equipe que faz parte de um determinado ambiente infor-
um usuário. 111.:icional e observando o contexto organizacional em sua ma­
croestrutura, crie uma ética convencionada, assegurando o compro­
2.1 Dilemas éticos em ambientes informacionais metimento das pessoas com as atividades desenvolvidas no espaço
informacional. A ética convencionada propõe ações comw1.itárias, visa
Para os profissionais da informação é muito difícil ter uma ati­ construir o senso comum e busca o respeito entre todos os atores
tude ética em algumas situações, devido aos graves problemas exis­ daquele espaço. Algumas organizações criam o que se denomina
tentes nos espaços informacionais brasileiros. Pode-se dar alguns "Credo". Nesse credo os envolvidos criam os objetivos, os valores e as
exemplos sobre esses dilemas éticos: responsabilidades que norteiam as atitudes, comportamentos etc.
1. Não permitir que um usuário faça xerox de um material Como exemplo pode-se citar o Credo da Johnson&Johnson:
bibliográfico integralmente, obedecendo à questão ética dos
direitos autorais, porém o usuário não tem recursos para Cremos que nossa primeira responsabilidade é para com os
adquirir o material, além disso não. pode retirar o material médicos, enfermeiras e pacientes, para com as mães e os pais e
porque este não circula fora daquele espaço informacional; com todos os que utilizam nossos produtos e serviços. Para
2. Não permitir que o usuário faça cópia do "famoso verbete atender a suas necessidades, tudo o que fazemos deve ser da
de uma enciclopédia", obedecendo à questão ética de que o mais alta qualidade.
profissional da informação deve oferecer todas as informa­ Devemos lutar constantemente para reduzir custos a fim de
ções possíveis ao usuário, porém o usuário não tem prepa­ manter preços razoáveis. Os pedidos dos clientes devem ser
ro para receber estas informações, além disso o próprio pro­ atendidos prontamente e com precisão. Nossos fornecedores e
fessor do usuário é quem solicitou dessa forma; distribuidores devem ter a oportunidade de obter w11 lucro justo.
3. Permitir que um usuário tenha acesso a todas as informa­ Somos responsáveis pelos nossos empregados, homens e mu­
ções sobre como se faz uma bomba, obedecendo à questão lheres que trabalham conosco em todo o mundo. Cada um deve
ética de que o profissional da informação deve fornecer to­ ser visto como um indivíduo. Devemos respeitar sua dignidade
das as informações solicitadas pelos usuários, porém sabe­ e respeitar seus méritos. Eles devem sentir-se seguros em seus
se que o usuário vai reproduzir a bomba e, provavelmente, empregos. O salário deve ser justo e adequado e as condições
usá-la. de trabalho devem ser limpas, organizadas e seguras. Devemos
preocupar-nos com formas de ajudar nossos empregados a
Não é possível discutir atitudes éticas, sem refletir sobre algu­ cumprir as suas responsabilidades para com suas famílias. Os
mas questões nacionais, como a desigualdade social, a desigual dis­ empregados devem sentir-se livres para dar sugestões e fazer
tribuição de riquezas, a exclusão da maioria da população em rela­ reclamações. Deve haver igualdade de oportunidades para o
ção à educação e à cultura. O profissional da informação deve ter emprego, desenvolvimento e promoção dos qualificados. De­
plena consciência desses problemas e sua ação ética deve pautar-se vemos oferecer uma administração competente, e suas ações
nessa realidade. devem ser justas e éticas. Somos responsáveis pelas comuni­
dades onde vivemos e trabalhamos, e pela comunidade mundi­
al também. Devemos ser bons cidadãos - dar apoio aos bons
trabalhos e obras assistenciais e pagar nossa cota justa de im-
60 Aluaçiio profissional na área de informação Ética profissional 61

informar que não há nada sobre o assunto que foi solicitado pelo füica convencionada em ambientes informacionais
usuário; d) cobrar por um serviço ou produto sem ter claramente os
E necessário que o profissional da informação, em conjunto com
custos operacionais; e) omitir dados em uma pesquisa solicitada por
Inda a equipe que faz parte de um determinado ambiente infor-
um usuário. 111,1cional e observando o contexto organizacional em sua ma-
1-rocstrutura, crie uma ética convencionada, assegurando o compro­
2.1 Dilemas éticos em ambientes informacionais metimento das pessoas com as atividades desenvolvidas no espaço
informacional. A ética convencionada propõe ações comunitárias, visa
Para os profissionais da informação é muito difícil ter uma ati­ construir o senso comum e busca o respeito entre todos os atores
tude ética em algumas situações, devido aos graves problemas exis­ daquele espaço. Algumas organizações criam o que se denomina
tentes nos espaços informacionais brasileiros. Pode-se dar alguns "Credo". Nesse credo os envolvidos criam os objetivos, os valores e as
exemplos sobre esses dilemas éticos: responsabilidades que norteiam as atitudes, comportamentos etc.
1. Não permitir que um usuário faça xerox de um material Como exemplo pode-se citar o Credo da Johnson&Johnson:
bibliográfico integralmente, obedecendo à questão ética dos
direitos autorais, porém o usuário não tem recursos para Cremos que nossa primeira responsabilidade é para com os
adquirir o material, além disso não. pode retirar o material médicos, enfermeiras e pacientes, para com as mães e os pais e
porque este não circula fora daquele espaço informacional; com todos os que utilizam nossos produtos e serviços. Para
2. Não permitir que o usuário faça cópia do "famoso verbete atender a suas necessidades, tudo o que fazemos deve ser da
de uma enciclopédia", obedecendo à questão ética de que o mais alta qualidade.
profissional da informação deve oferecer todas as informa­ Devemos lutar constantemente para reduzir custos a fim de
ções possíveis ao usuário, porém o usuário não tem prepa­ manter preços razoáveis. Os pedidos dos clientes devem ser
ro para receber estas informações, além disso o próprio pro­ atendidos prontamente e com precisão. Nossos fornecedores e
fessor do usuário é quem solicitou dessa forma; distribuidores devem ter a oportunidade de obter um lucro justo.
3. Permitir que um usuário tenha acesso a todas as informa­ Somos responsáveis pelos nossos empregados, homens e mu­
ções sobre como se faz uma bomba, obedecendo à questão lheres que trabalham conosco em todo o mundo. Cada um deve
ética de que o profissional da informação deve fornecer to­ ser visto como um indivíduo. Devemos respeitar sua dignidade
das as informações solicitadas pelos usuários, porém sabe­ e respeitar seus méritos. Eles devem sentir-se seguros em seus
se que o usuário vai reproduzir a bomba e, provavelmente, empregos. O salário deve ser justo e adequado e as condições
usá-la. de trabalho devem ser limpas, organizadas e seguras. Devemos
preocupar-nos com formas de ajudar nossos empregados a
Não é possível discutir atitudes éticas, sem refletir sobre algu­ cwnprir as suas responsabilidades para com suas famílias. Os
mas questões nacionais, como a desigualdade social, a desigual dis­ empregados devem sentir-se livres para dar sugestões e fazer
tribuição de riquezas, a exclusão da maioria da população em rela­ reclamações. Deve haver igualdade de oportunidades para o
ção à educação e à cultura. O profissional da informação deve ter emprego, desenvolvimento e promoção dos qualificados. De­
plena consciência desses problemas e sua ação ética deve pautar-se vemos oferecer uma administração competente, e suas ações
nessa realidade. devem ser justas e éticas. Somos responsáveis pelas comuni­
dades onde vivemos e trabalhamos, e pela comunidade mundi­
al também. Devemos ser bons cidadãos - dar apoio aos bons
trabalhos e obras assistenciais e pagar nossa cota justa de im-
62 A/1mç;io profissional na área de informação Ética profissional 63

postos. Devemos encorajar o aperfeiçoamento cívico e uma cm que trabalha, assim ela poderia conseguir outro emprego e teri­
saúde e educação melhores. Devemos manter em boa ordem a nm então dois salários.Joana concorda e assume o lugar de Maria na
propriedade que temos o privilégio de utilizar, protegendo o biblioteca, que a esta altura já está empregada em outra biblioteca.
meio ambiente e os recursos naturais.
Nossa responsabilidade final é para com nossos acionistas. Os
Caso li - Moral Pessoal x Ética Profissional
negócios devem ter um lucro sólido. Devemos tentar novas
Conceição é uma bibliotecária de uma biblioteca pública de bair­
idéias. A pesquisa deve ser contínua, programas inovadores
ro na cidade "Z". É bastante atenciosa e trabalha na referência. Se­
devem ser desenvolvidos e os erros devem ser assumidos. Equi­
gue a religião "X". Durante o período em que trabalha, coloca papéis
pamentos novos devem ser comprados, novas instalações de­
com mensagens de sua religião, no catálogo, nas mesas de leitura,
vem ser oferecidas e novos produtos devem ser lançados. Devem
em cima das bolsas que ficam na chapelaria etc. Sua chefe perceben­
ser criadas reservas para épocas adversas. Ao operarmos se­
do a situação, chamou a atenção de Conceição, que ficou indignada
gundo esses princípios, os acionistas devem ter um retorno
com a repreensão. Alegou para a chefe que apenas estava divulgan­
justo. (NASH, 1993, p.39).
do aquilo em que acredita e que norteia sua vida.
A ética convencionada por uma determinada categoria profis­
sional caracteriza-se pela homogeneidade do trabalho desenvolvido, Caso Ili - Informar ou não Informar. Eis a questão!
Marisa é bibliotecária de referência de uma biblioteca pública
pela natureza do(s) conhecimento(s) necessário(s) à sua execução,
bem como pela identidade profissional para seu exercício. Uma cate­ em uma cidade do interior do estado "X". O trabalho desenvolvido é
goria profissional é, portanto, um grupo dentro da sociedade, espe­ dinâmico e inovador. Seu acervo é bastante moderno e atualizado
cífico, definido por seus saberes e fazeres. graças a parcerias com a iniciativa privada da cidade, já que a verba
da prefeitura destinada à biblioteca é muito pequena. Entre os mate­
riais que estão disponíveis na biblioteca existem livros sobre orienta­
3 Moral pessoal e ética em ambientes informacionais ção sexual, pois algumas escolas da cidade têm orientação sexual
como disciplina, e seus alunos vão à biblioteca para realizarem suas
O certo e o errado, do ponto de vista pessoal, é bastante subje­
pesquisas e trabalhos. Marisa permite que os usuários tenham aces­
tivo. O que para um pode estar certo, para outro pode estar errado,
tanto em realção à moral quanto à ética. Por isso mesmo, deve-se ter so livre aos livros de orientação sexual, uma vez que os mesmos fi­
cam no acervo que é de livre acesso. Marisa foi surpreendida outro
claro quais são as ações éticas desenvolvidas no ambiente profissio­
dia, quando sua chefe a chamou e disse que teria de demiti-la. A ale­
nal. Somente assim é possível reavaliar a moral pessoal. Ser íntegro
gação da chefe era que o presidente da câmara dos vereadores da ci­
é fundamental para estabelecer uma relação entre a moral pessoal e
a ética. dade havia solicitado sua demissão ao prefeito, e este a tinha chama­
Três casos serão apresentados a seguir: do, determinando-lhe que demitisse Marisa o mais rápido
possível.Marisa, em estado de choque, perguntou o que tinha moti­
Caso I - Responsabilidade Profissional x Laços de Família vado o presidente da câmara dos vereadores, a solicitar ao prefeito a
Uma bibliotecária que chamaremos de Maria tem uma irmã sua demissão. A chefe explicou então que o filho de 13 anos do verea­
gêmea. A irmã gêmea que chamaremos de Joana não é bibliotecária. dor havia ido até a biblioteca e Marisa tinha permitido que o garoto
Maria trabalha em uma biblioteca escolar de um colégio particular retirasse um livro sobre orientação sexual.Quando o vereador viu o
da cidade "Y". Tem atuado por alguns anos e desenvolvido um servi­ que o filho estava lendo, ficou irritado, pois em sua casa não permi­
ço bastante tradicional.Sua irmã Joana está desempregada e preci­ tia esse tipo de leitura. Perguntando ao filho onde ele tinha canse-
sando de dinheiro. Maria então sugere que Joana assuma a biblioteca
62 /1/11.1ç,io pmfissional na área de informação Ética profissional 63

postos. Devemos encorajar o aperfeiçoamento cívico e uma 1·111 que trabalha, assim ela poderia conseguir outro emprego e teri­
saúde e educação melhores. Devemos manter em boa ordem a , 1111 então dois salários.Joana concorda e assume o lugar de Maria na
propriedade que temos o privilégio de utilizar, protegendo o biblioteca, que a esta altura já está empregada em outra biblioteca.
meio ambiente e os recursos naturais.
Nossa responsabilidade final é para com nossos acionistas. Os
aso II - Moral Pessoal x Ética Profissional
negócios devem ter um lucro sólido. Devemos tentar novas
Conceição é uma bibliotecária de uma biblioteca pública de bair­
idéias. A pesquisa deve ser contínua, programas inovadores
ro na cidade "Z". É bastante atenciosa e trabalha na referência. Se­
devem ser desenvolvidos e os erros devem ser assumidos. Equi­
gue a religião "X". Durante o período em que trabalha, coloca papéis
pamentos novos devem ser comprados, novas instalações de­
com mensagens de sua religião, no catálogo, nas mesas de leitura,
vem ser oferecidas e novos produtos devem ser lançados. Devem
em cima das bolsas que ficam na chapelaria etc. Sua chefe perceben­
ser criadas reservas para épocas adversas. Ao operarmos se­
do a situação, chamou a atenção de Conceição, que ficou indignada
gundo esses princípios, os acionistas devem ter um retorno
com a repreensão. Alegou para a chefe que apenas estava divulgan­
justo. (NASH, 1993, p.39).
do aquilo em que acredita e que norteia sua vida.
A ética convencionada por uma determinada categoria profis­
sional caracteriza-se pela homogeneidade do trabalho desenvolvido, Caso III - Informar ou não Informar. Eis a questão!
pela natureza do(s) conhecimento(s) necessário(s) à sua execução, Marisa é bibliotecária de referência de uma biblioteca pública
bem como pela identidade profissional para seu exercício. Uma cate­ em uma cidade do interior do estado "X". O trabalho desenvolvido é
goria profissional é, portanto, um grupo dentro da sociedade, espe­ dinâmico e inovador. Seu acervo é bastante moderno e atualizado
cífico, definido por seus saberes e fazeres. graças a parcerias com a iniciativa privada da cidade, já que a verba
da prefeitura destinada à biblioteca é muito pequena. Entre os mate­
riais que estão disponíveis na biblioteca existem livros sobre orienta­
3 Moral pessoal e ética em ambientes informacionais ção sexual, pois algumas escolas da cidade têm orientação sexual
O certo e o errado, do ponto de vista pessoal, é bastante subje­ como disciplina, e seus alunos vão à biblioteca para realizarem suas
tivo. O que para um pode estar certo, para outro pode estar errado, pesquisas e trabalhos. Marisa permite que os usuários tenham aces­
tanto em realção à moral quanto à ética. Por isso mesmo, deve-se ter so livre aos livros de orientação sexual, uma vez que os mesmos fi­
claro quais são as ações éticas desenvolvidas no ambiente profissio­ cam no acervo que é de livre acesso. Marisa foi surpreendida outro
nal. Somente assim é possível reavaliar a moral pessoal. Ser íntegro dia, quando sua chefe a chamou e disse que teria de demiti-la. A ale­
é fundamental para estabelecer uma relação entre a moral pessoal e gação da chefe era que o presidente da câmara dos vereadores da ci­
a ética. dade havia solicitado sua demissão ao prefeito, e este a tinha chama­
Três casos serão apresentados a seguir: do, determinando-lhe que demitisse Marisa o mais rápido
possível.Marisa, em estado de choque, perguntou o que tinha moti­
Caso I - Responsabilidade Profissional x Laços de Famaia vado o presidente da câmara dos vereadores, a solicitar ao prefeito a
Uma bibliotecária que chamaremos de Maria tem uma irmã sua demissão. A chefe explicou então que o filho de 13 anos do verea­
gêmea. A irmã gêmea que chamaremos de Joana não é bibliotecária. dor havia ido até a biblioteca e Marisa tinha permitido que o garoto
Maria trabalha em uma biblioteca escolar de um colégio particular retirasse um livro sobre orientação sexual.Quando o vereador viu o
da cidade "Y". Tem atuado por alguns anos e desenvolvido um servi­ que o filho estava lendo, ficou irritado, pois em sua casa não permi­
ço bastante tradicional.Sua irmã Joana está desempregada e preci­ tia esse tipo de leitura. Perguntando ao filho onde ele tinha canse-
sando de dinheiro. Maria então sugere que Joana assuma a biblioteca
64 Atuação profissional na área de informação Ética profissional 65

guido aquele material, descobriu que a biblioteca pública tinha um l'odc-se tomar como base alguns valores, entendidos como as mar-
acervo completo sobre este assunto. Ficou indignado; afinal ele en­ da integridade:
1 ,ls

tendia que aquele tipo de material deveria ser lido por maiores de 18 Honestidade - precisão ao avaliar e representar o espaço
anos e seu filho tinha apenas 13 anos. Assim, descobriu com o garo­ informacional e qualquer atividade relevante para ela
• Confiabilidade - ser consistente nas ações com os valores que
to o nome da bibliotecária que o tinha atendido e resolveu apelar para
defende
o prefeito, que como pessoa respeitável de boa moral e bons costu­ • Justiça - equilibrar os direitos dos diversos grupos com consis­
mes que era, entenderia seu pedido, o de demitir a "tal" bibliotecária tência
que não tinha, pelo jeito, nenhum bom senso. A chefe de Marisa, • Pragmatismo - dar contribuições concretas para a contínua saú­
disse que não concordava com aquela atitude do vereador e muito de organizacional do espaço informacional
menos com a do prefeito, porém o prefeito não lhe deixara escolha: Autonomia - ter iniciativa e responsabilidade no desenvolvimen­
ou ela demitia Marisa, ou ela também seria demitida. Marisa, sem to das ações
alternativa, disse que sua atitude não mudaria, pois não concordava • Coerência - ser fiel aos princípios morais e éticos pessoal e da
com aquele tipo de moral, portanto pegaria suas coisas e procuraria organização
outro emprego, onde provavelmente ainda lhe pagariam mais. • Credibilidade- estabelecer um eixo comum para a moral e a ética
• Coragem - estabelecer mecanismos de luta dentro da ética (NASH,
1993, p.33).
Nos três casos percebe-se claramente o conflito entre a moral
pessoal e a ética. Quando existe dúvida em relação às ações éticas é
importante submetê-las a duas perguntas: 1) Essas decisões contri­
4 Estabelecendo um padrão de ética profissional
buem para a boa reputação do espaço informacional? e 2) Essas de­ Alguns profissionais atuam por meio da liderança moral. A li­
cisões promovem a confiança? derança moral se inspira na moral pessoal e age de acordo com as
Para isso, é importante que os profissionais da informação, normas e padrões estabelecidos por aquela comunidade. Acredita que
dentro de um determinado espaço informacional, definam claramente a moral pessoal é o eixo único a ser seguido. Para o líder moral, a
"os nãos", ou seja, o que de fato o grupo não aceita. Por exemplo: integração entre a moral particular e a solução de um problema dá a
não mentir; perspectiva de alcançar o desejo profundo de auto-respeito.
não ser desonesto; Diferentemente da liderança moral, a liderança ética inspira-se
não gerar conflitos; no Credo do espaço informacional e luta para que todas as ações se­
não especular; jam norteadas pelo Credo. Acredita que trabalhar respeitando os va­
não oprimir. lores definidos no Credo gera um bem estar geral.
Algumas qualidades do líder ético são: a) habilidade para reco­
Outro aspecto importante que pode ajudar os profissionais de nhecer e articular a ética de um problema; b) coragem pessoal para
determinada organização a atuar de forma ética é articular explici­ não racionalizar a má ética; c) respeito inato pelos outros.
tamente os objetivos e metas do ambiente organizacional.

4.1 Modelos e aplicação da ética em ambientes informacionais


3.1 Integridade em ambientes informacionais
Para elaborar um modelo de ética aplicado aos espaços
Integridade é viver ou agir de forma não-fragmentada, dúbia, informacionais é preciso levantar alguns pontos: 1) Definir o propó­
ambivalente ou dividida. Trata-se de um traço pessoal diferenciado. sito do espaço informacional: para que ele existe?; 2) Qual(is) é(são)
64 Atuação profissional nfl área de informação Ética profissional 65

guido aquele material, descobriu que a biblioteca pública tinha um Pode-se tomar como base alguns valores, entendidos como as mar­
acervo completo sobre este assunto. Ficou indignado; afinal ele en­ cas da integridade:
• Honestidade - precisão ao avaliar e representar o espaço
tendia que aquele tipo de material deveria ser lido por maiores de 18
anos e seu filho tinha apenas 13 anos. Assim, descobriu com. o garo­ informacional e qualquer atividade relevante para ela
• Confiabilidade - ser consistente nas ações com os valores que
to o nome da bibliotecária que o tinha atendido e resolveu apelar para
defende
o prefeito, que como pessoa respeitável de boa moral e bons costu­ • Justiça - equilibrar os direitos dos diversos grupos com consis­
mes que era, entenderia seu pedido, o de demitir a "tal" bibliotecária
tência
que não tinha, pelo jeito, nenhum bom senso. A chefe de Marisa, • Pragmatismo - dar contribuições concretas para a contínua saú­
disse que não concordava com aquela atitude do vereador e muito de organizacional do espaço informacional
menos com a do prefeito, porém o prefeito não lhe deixara escolha: • Autonomia - ter iniciativa e responsabilidade no desenvolvimen­
ou ela demitia Marisa, ou ela também seria demitida. Marisa, sem to das ações
alternativa, disse que sua atitude não mudaria, pois não concordava • Coerência - ser fiel aos princípios morais e éticos pessoal e da
com aquele tipo de moral, portanto pegaria suas coisas e procuraria organização
outro emprego, onde provavelmente ainda lhe pagariam mais. • Credibilidade - estabelecer um eixo comum para a moral e a ética
• Coragem - estabelecer mecanismos de luta dentro da ética (NASH,
1993, p.33).
Nos três casos percebe-se claramente o conflito entre a moral
pessoal e a ética. Quando existe dúvida cm relação às ações éticas é
importante submetê-las a duas perguntas: 1) Essas decisões contri­ 4 Estabelecendo um padrão de ética profissional
buem para a boa reputação do espaço informacional? e 2) Essas de­ Alguns profissionais atuam por meio da liderança moral. A li­
cisões promovem a confiança? derança moral se inspira na moral pessoal e age de acordo com as
Para isso, é importante que os profissionais da informação, normas e padrões estabelecidos por aquela comunidade. Acredita que
dentro de um determinado espaço informacional, definam claramente a moral pessoal é o eixo único a ser seguido. Para o líder moral, a
"os nãos", ou seja, o que de fato o grupo não aceita. Por exemplo: integração entre a moral particular e a solução de um problema dá a
• não mentir; perspectiva de alcançar o desejo profundo de auto-respeito.
• não ser desonesto; Diferentemente da liderança moral, a liderança ética inspira-se
• não gerar conflitos; no Credo do espaço informacional e luta para que todas as ações se­
não especular; jam norteadas pelo Credo. Acredita que trabalhar respeitando os va­
não oprimir. lores definidos no Credo gera um bem estar geral.
Algumas qualidades do líder ético são: a) habilidade para reco­
Outro aspecto importante que pode ajudar os profissionais de nhecer e articular a ética de um problema; b) coragem pessoal para
determinada organização a atuar de forma ética é articular explici­ não racionalizar a má ética; c) respeito inato pelos outros.
tamente os objetivos e metas do ambiente organizacional.

4.1 Modelos e aplicação da ética em ambientes informacionais


3.1 Integridade em ambientes informacionais
Para elaborar um modelo de ética aplicado aos espaços
Integridade é viver ou agir de forma não-fragmentada, dúbia, informacionais é preciso levantar alguns pontos: 1) Definir o propó­
ambivalente ou dividida. Trata-se de um traço pessoal diferenciado. sito do espaço informacional: para que ele existe?; 2) Qual(is) é(são)
66 Atuação profissional na área de informação Ética profissional 67

a(s) premissa(s) básica(s)?; 3) Quais os objetivos/metas que devem Fazer alianças com pessoas ou grupo questionáveis, mesmo quan­
ser cumpridos?; 4) Quais as responsabilidades atribuídas, tanto para do em nome de uma causa justa;
o espaço informacional, para os funcionários, como para os usuários? Não dividir urna dúvida com a equipe para não parecer inseguro;
A aplicação deve ser integrada e participativa. Todos os fun­ Não ouvir e não aceitar feedback desfavorável.
cionários devem participar da elaboração, para que possam aceitá-la
e implantá-la.
5.1 Solução dos Problemas Éticos
Existem algumas considerações básicas para que os problemas
5 Comportamento ético em ambientes informacionais éticos sejam solucionados, dentre os quais pode-se citar: a) Integrar
Para Singer, as questões: em que consiste emitir um juízo moral, as normas éticas em busca do sucesso da organização; b) Ter urna
discutir um problema ético ou vi.ver de acordo com padrões éticos? e atitude orientada para os outros; c) Motivar com base na ética
como é que os juízos morais diferem de outros juízos de ordem prá­ organizacional o comportamento pragmático e competitivo.
tica? são interligadas, e nem sempre é fácil responder (2002, p.31). As estratégias que podem ser adotadas para isso são divididas
Para se ter uma idéia de como as questões éticas são extrema­ em quatro segmentos: conceituais, políticas, gerenciais e pedagógi­
mente difíceis, serão apresentados a seguir alguns deslizes éticos que cas (Figura 1):
ocorrem em espaços informacionais:
• Digitar informações em um banco de dados com pressa e não
verificar os dados digitados, ocasionando posteriormente erros de
Políticas Conceituais
recuperação; • optar pela ética • definir politicas e
• Cumprir uma hora e trinta minutos de horário de almoço, quando • criar mecanismos de procedi mentes
de fato tem-se apenas uma hora e, pior, não repor os trinta mi­ reforço ético eticamente consistentes
• aplicar mecanismos de • sustentar valores
nutos no final do dia; reforço ético corporativos claros
• Atuar como profissional do Setor de Referência e informar o usuá­
Gerenciais Pedagógicas
rio que ele deve procurar "fulano" de outro setor, para resolver a
• pensar de forma ética • educar para a ética
questão informacional que o levou até lá; • agir de forma ética • capacitar as pessoas
• Atuar como chefe do Setor de Processamento Técnico e utilizar • promover a ética visando as competências
recursos ardilosos para manipular os profissionais do Setor, vi­ e habilidades éticas

sando aumentar a produção;


• Atuar como profissional do Setor de Processamento Técnico e
desenvolver o serviço sem qualidade, bem como fazer questão de
Figura 1 - Estratégias para a Solução dos Problemas
ter baixo desempenho;
• Exagerar as vantagens de um novo serviço ou produto infor­
Além disso, seis perguntas podem ser feitas para tentar soluci­
macional, só porque será responsável por ele;
• Exagerar nas desvantagens de um novo serviço ou produto onar problemas de natureza ética:
1. Isso é certo?
informacional, só porque não participará da implantação;
• Não cooperar com os outros setores/áreas do ambiente infor­ 2. Isso é justo?
3. Estou prejudicando alguém?
macional;
• Não assumir responsabilidade pelos próprios erros; 4. Eu poderia divulgar isso para o público usuário ou para a direção?
66 Atuação profissional na área de informação Ética profissional 67

a(s) premissa(s) básica(s)?; 3) Quais os objetivos/metas que devem Fazer alianças com pessoas ou grupo questionáveis, mesmo quan­
ser cumpridos?; 4) Quais as responsabilidades atribuídas, tanto para do em nome de uma causa justa;
o espaço informacional, para os funcionários, como para os usuários? Não dividir uma dúvida com a equipe para não parecer inseguro;
A aplicação deve ser integrada e participativa. Todos os fun­ Não ouvir e não aceitar feedback desfavorável.
cionários devem participar da elaboração, para que possam aceitá-la
e implantá-la.
5.1 Solução dos Problemas Éticos
Existem algumas considerações básicas para que os problemas
5 Comportamento ético em ambientes informacionais éticos sejam solucionados, dentre os quais pode-se citar: a) Integrar
Para Singer, as questões: em que consiste emitir um juízo moral, as normas éticas em busca do sucesso da organização; b) Ter uma
discutir um problema ético ou viver de acordo com padrões éticos? e atitude orientada para os outros; c) Motivar com base na ética
como é que os juízos morais diferem de outros juízos de ordem prá­ organizacional o comportamento pragmático e competitivo.
tica? são interligadas, e nem sempre é fácil responder (2002, p.31). As estratégias que podem ser adotadas para isso são divididas
Para se ter uma idéia de como as questões éticas são extrema­ em quatro segmentos: conceituais, políticas, gerenciais e pedagógi­
mente difíceis, serão apresentados a seguir alguns deslizes éticos que cas (Figura 1):
ocorrem em espaços informacionais:
• Digitar informações em um banco de dados com pressa e não
verificar os dados digitados, ocasionando posteriormente erros de
Políticas I Conceituais
recuperação; • optar pela ética • definir políticas e
• Cumprir uma hora e trinta minutos de horário de almoço, quando • criar mecanismos de procedimentos
de fato tem-se apenas uma hora e, pior, não repor os trinta mi­ reforço ético eticamente consistentes
• aplicar mecanismos de • sustentar valores
nutos no final do dia; reforço ético corporativos claros
• Atuar como profissional do Setor de Referência e informar o usuá­
Gerenciais Pedagógicas
rio que ele deve procurar "fulano" de outro setor, para resolver a
• pensar de forma ética • educar para a ética
questão informacional que o levou até lá; • agir de forma ética • capacitar as pessoas
• Atuar como chefe do Setor de Processamento Técnico e utilizar • promover a ética visando as competências
recursos ardilosos para manipular os profissionais do Setor, vi­ e habilidades éticas

sando aumentar a produção;


• Atuar como profissional do Setor de Processamento Técnico e
desenvolver o serviço sem qualidade, bem como fazer questão de
Figura 1 - Estratégias para a Solução dos Problemas
ter baixo desempenho;
• Exagerar as vantagens de um novo serviço ou produto infor­
Além disso, seis perguntas podem ser feitas para tentar soluci­
macional, só porque será responsável por ele;
• Exagerar nas desvantagens de um novo serviço ou produto onar problemas de natureza ética:
1. Isso é certo?
informacional, só porque não participará da implantação;
• Não cooperar com os outros setores/áreas do ambiente infor­ 2. Isso é justo?
3. Estou prejudicando alguém?
macional;
• Não assumir responsabilidade pelos próprios erros; 4. Eu poderia divulgar isso para o público usuário ou para a direção?
68 Atuação profissional na área de informação Éhca profissional 69

5. Eu diria a meu filho para fazer isso? bui para a formação de uma consciência profissional composta de
6. Isso é uma questão ética? atitudes e ações éticas, que resultam em integridade e justiça.
A "Sociedade da Informação" precisa de profissionais da infor­
No entanto, para a real solução dos problemas éticos, o profis­ mação com uma conduta ética, pois os valores éticos que norteiam
sional da informação não pode dar essas respostas: os saberes e os fazeres profissionais da área farão a diferença.
1. Ninguém está sendo prejudicado.
2. Todo mundo faz isso. É assim que as coisas são feitas.
3. Todo mundo entende o que está acontecendo de verdade.
Bibliografia
4. Não posso me dar ao luxo de fazer o contrário. CORTE, A. R. e. Por um comportamento ético ou pelo cumprimento de um
5. Ninguém se importa com isso. código de ética. Palavra-Chave, São Paulo, n.8, p.18-20, out. 1994.
6. Não sei se isso é uma questão ética. DUSSEL, E. Ética comunitária. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 1994. 285p. (Série
III: A Libertação na História) (Coleção Teologia e Libertação)
Se o profissional responder sinceramente às questões abaixo, FARIA, E. M. A biblioteconomia e a ética. Palavra-Chave, São Paulo, n.8,
saberá se a situação é ou não ética: p.14-17, out. 1994.
FREI BETTO. Desafios éticos. Caros Amigos, São Paulo, v. 7, n.80, p.17, nov.
• 2003.
Quem seria prejudicado além de nós mesmos?
• Em minha definição do problema, estou considerando as necessi­ GUIMARÃES, J. A. C. A ética na formação do bibliotecário: uma reflexão.
Palavra-Chave, São Paulo, n.8, p.5-7, out. 1994.
dades de quem?
• MARTINS, M. H. P. A ética em questão. Palavra-Chave, São Paulo, n.8, p.3-4,
Eu verifiquei diretamente as necessidades do usuário?
out. 1994.
• Esta decisão é consistente com os valores que desejo transmitir
NASH, L. L. Ética nas empresas: boas intenções à parte. São Paulo: Makron
através da imagem do espaço informacional?
Books, 1993. 239p.
• Como essa questão afetará a reputação do espaço informacional?
PFISTER JR., E. E. Ética nos negócios: explorando novas fronteiras gerenciais.
• Como a decisão vai afetar a qualidade de meu relacionamento com s.n.t.
o usuário?
RIOS, T. A. Ética e competência. São Paulo: Cortez, 1993.
• E se a parte lesada ou o beneficiário fosse meu filho?
SINGER, P. Vida ética: os melhores ensaios do mais polêmico filósofo da atu­
• Quais os motivos que estão me guiando? alidade. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. 420p.
SMIT, J. W. Eu, bibliotecário, RG XXXXX e CPF YYYYY, trabalho em arqui­
Conclusão vo ou museu... algum problema? Palavra-Chave, São Paulo, n.8, p.12-14,
out. 1994.
A ética profissional deve permear o fazer do profissional da VERGUEIRO, W. de C. S. Ética profissional versus ética social: urna abor­
informação, em todos os níveis. Dela depende o bem comum da clas­ dagem sobre os mitos da biblioteconomia. Palavra-Chave, São Paulo, n.8,
se profissional, uma vez que estimula o comportamento ético e as p.8-11, out. 1994.
atitudes éticas. A ética profissional define as responsabilidades pro­
fissionais perante a sociedade, bem como determina os valores es­
senciais que devem nortear a atuação profissional na área.
O conjunto de valores estabelecidos pela classe devem nortear
a conduta do profissional no exercício da profissão, em qualquer
ambiente informacional. Nesse sentido, a ética profissional contri-
68 Atuação profissional na área de informação Ética profissional 69

5. Eu diria a meu filho para fazer isso? hui para a formação de uma consciência profissional composta de
6. Isso é uma questão ética? ,1litudes e ações éticas, que resultam em integridade e justiça.
A "Sociedade da Informação" precisa de profissionais da infor­
No entanto, para a real solução dos problemas éticos, o profis­ mação com uma conduta ética, pois os valores éticos que norteiam
sional da informação não pode dar essas respostas: os saberes e os fazeres profissionais da área farão a diferença.
1. Ninguém está sendo prejudicado.
2. Todo mundo faz isso. É assim que as coisas são feitas.
3. Todo mundo entende o que está acontecendo de verdade.
Bibliografia
4. Não posso me dar ao luxo de fazer o contrário. CORTE, A. R. e. Por um comportamento ético ou pelo cumprimento de um
5. Ninguém se importa com isso. código de ética. Palavra-Chave, São Paulo, n.8, p.18-20, out. 1994.
6. Não sei se isso é uma questão ética. DUSSEL, E. Ética comunitária. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 1994. 285p. (Série
III: A Libertação na História) (Coleção Teologia e Libertação)
Se o profissional responder sinceramente às questões abaixo, FARIA, E. M. A biblioteconomia e a ética. Palavra-Chave, São Paulo, n.8,
saberá se a situação é ou não ética: p.14-17, out. 1994.
FREI BETTO. Desafios éticos. Caros Amigos, São Paulo, v. 7, n.80, p.1 7, nov.
• 2003.
Quem seria prejudicado além de nós mesmos?
• Em minha definição do problema, estou considerando as necessi­ GUIMARÃES, J. A. C. A ética na formação do bibliotecário: uma reflexão.
Palavra-Chave, São Paulo, n.8, p.5-7, out. 1994.
dades de quem?
MARTINS, M. H. P. A ética em questão. Palavra-Chave, São Paulo, n.8, p.3-4,
Eu verifiquei diretamente as necessidades do usuário?
• out. 1994.
Esta decisão é consistente com os valores que desejo transmitir
NASH, L. L. Étic& nas empresas: boas intenções à parte. São Paulo: Makron
através da imagem do espaço informacional?
Books, 1993. 239p.
• Como essa questão afetará a reputação do espaço informacional?
• PFISTER JR., E. E. Ética nos negócios: explorando novas fronteiras gerenciais.
Como a decisão vai afetar a qualidade de meu relacionamento com s.n.t.
o usuário?
RIOS, T. A. Ética e competência. São Paulo: Cortez, 1993.
• E se a parte lesada ou o beneficiário fosse meu filho?
SINGER, P. Vida ética: os melhores ensaios do mais polêmico filósofo da atu­
• Quais os motivos que estão me guiando? alidade. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. 420p.
SMIT, J. W. Eu, bibliotecário, RG XXXXX e CPF YYYYY, trabalho em arqui­
Conclusão vo ou museu... algum problema? Palavra-Chave, São Paulo, n.8, p.12-14,
out. 1994.
A ética profissional deve permear o fazer do profissional da VERGUEIRO, W. de C. 5. Ética profissional versus ética social: uma abor­
informação, em todos os níveis. Dela depende o bem comum da clas­ dagem sobre os mitos da biblioteconomia. Palavra-Chave, São Paulo, n.8,
se profissional, uma vez que estimula o comportamento ético e as p.8-11, out. 1994.
atitudes éticas. A ética profissional define as responsabilidades pro­
fissionais perante a sociedade, bem como determina os valores es­
senciais que devem nortear a atuação profissional na área.
O conjunto de valores estabelecidos pela classe devem nortear
a conduta do profissional no exercício da profissão, em qualquer
ambiente informacional. Nesse sentido, a ética profissional contri-
Capítulo 4

Informação pública:
conceito e espaços
Oswaldo Francisco de Almeida Júnior

Introdução
Os espaços de atuaç,fo do profissional da informação, em espe­
cial os de atuação do bibliotecário, são múltiplos e variados, uma vez
que a informação está presente direta ou indiretamente em todas as
ações do ser humano.
Nas discussões a respeito deste tema, vincula-se, em boa parte
das vezes de maneira errônea, um fazer específico a um espaço tam­
bém específico.
Defendemos aqui que tal determinismo não deve servir como
pressuposto para as análises da relação do fazer bibliotecário com o
espaço de sua atuação.
A informação pública, vista como um segmento entre os in­
teresses da área, pode servir de exemplo para o que apresentamos
acima.
Mesmo sem um conceito consensual (e o consenso não existi­
rá jamais) a discussão sobre a informação pública parte - ou deve
partir - de idéias e concepções de há algum tempo presentes em tex­
tos direcionados genericamente de informação e sociedade.
A informação pública, apesar de freqüentar o discurso dos pro­
fissionais e interessados na área - mormente os que focam suas pre­
ocupações nos espaços informacionais abertos a toda sociedade - ainda
é pouco analisada, ao menos dentro dos parâmetros que entende­
mos como adequados para satisfazer as exigência e demandas atuais
sobre o assunto.
Capítulo 4

Informação pública:
conceito e espaços
Oswaldo Francisco de Almeida Júnior

Introdução
Os espaços de atuaç,fo do profissional da informação, em espe­
cial os de atuação do bibliotecário, são múltiplos e variados, uma vez
que a informação está presente direta ou indiretamente em todas as
ações do ser humano.
Nas discussões a respeito deste tema, vincula-se, em boa parte
das vezes de maneira errônea, um fazer específico a um espaço tam­
bém específico.
Defendemos aqui que tal determinismo não deve servir como
pressuposto para as análises da relação do fazer bibliotecário com o
espaço de sua atuação.
A informação pública, vista como um segmento entre os in­
teresses da área, pode servir de exemplo para o que apresentamos
acima.
Mesmo sem um conceito consensual (e o consenso não existi­
rá jamais) a discussão sobre a informação pública parte - ou deve
partir - de idéias e concepções de há algum tempo presentes em tex­
tos direcionados genericamente de inf ormação e sociedade.
A informação pública, apesar de freqüentar o discurso dos pro­
fissionais e interessados na área - mormente os que focam suas pre­
ocupações nos espaços informacionais abertos a toda sociedade - ainda
é pouco analisada, ao menos dentro dos parâmetros que entende­
mos como adequados para satisfazer as exigência e demandas atuais
sobre o assunto.
72 Ah1ação profissional na área de informação Informação pública: conceito e espaços 73

Quase sempre, ao contrário do que defendemos no início deste representando, basicamente, toda informação. Isso quer dizer que,
texto, a literatura aborda a informação pública como se houvesse entendida separadamente, tal expressão compreenderia todo o tra­
um conceito consensual sobre ela. Mais que isso, como se esse con­ balho do profissional da informação, incluindo, obviamente, o biblio­
ceito fosse por todos conhecido, dispensando-se sua explicitação ainda tecário e, de maneira mais específica, o bibliotecário que atua com a
que apenas apresentada para determinar bases conceituais acatadas informação pública.
pelo autor. Dentro dessa perspectiva, informação e sociedade se confunde
Acreditamos que haja uma grande dificuldade em conceituar com a própria idéia de informação, entendida como objeto da área e
informação pública, o que motivaria muitos autores a esquivar-se com o fazer do profissional da informação.
de lidar com o assunto, levando-os a pressupor um conhecimento Tal amplitude tira da expressão a possibilidade de manter seu
que, na verdade, é inexistente. emprego como referente a um segmento de atuação do profissional
Em suma, driblando o problema, em razão das dificuldades, da informação, ou seja, daquele que está centrado em espaços aber­
como dissemos, os autores deixam para o leitor a incumbência de tos a toda sociedade e entende esta última como norteadora de seu
conceituar informação pública, permitindo um amplo entendimen­ fazer, como determinadora de suas ações.
to que, em muitos casos, invalida o desenvolvimento do texto e a ele Várias outras expressões, mais específicas, poderiam ser em­
se opõe. pregadas em substituição a informação e sociedade.
Propomo-nos aqui a apontar pontos como forma de contri­ Informação utilitária; Informação comunitária; Informação
buir para as discussões do conceito de informação pública. para o cotidiano; Informação social; informação para a cidadania.
Os espaços nos quais a informação pública está presente são Todas elas, no entanto, estão vinculadas a determinadas idéias, a
também dependentes - para fundamentar sua organização, seus determinadas ideologias que se contrapõem, de certa maneira, a todo
objetivos e até mesmo sua função social - de uma conceituação de um modo de pensar e entender a função social do bibliotecário. Esta­
informação pública. Na falta desta na literatura, pressupomos que a riam elas, em especial as duas últimas, representando uma linha de
mesma situação ocorra quando da concepção desses espaços pensamento bibliotecário mais à esquerda - empregando este termo
informacionais, levando-os a se constituírem a partir de bases não de maneira ampla e genérica - da linha tradicional e hegernônica
adequadamente claras ou, mesmo, discutidas. presente na prática desse profissional da informação.
Disso resultam ações oriundas de objetivos frágeis e ques­ As expressões acima destacadas foram criadas para designar
tionáveis, além de atividades formuladas de. maneira destoante das um tipo de informação: aquela que atende as necessidades infor­
necessidades informacionais da comunidade a quem o espaço deve macionais do cotidiano da população. Uma de suas principais carac­
atender. terísticas é a de não estarem presas a uma única e exclusiva forma de
veiculação e disseminação. Em outras palavras: não é preciso condi­
ções mínimas prévias para poder apropriar-se dela. Não é preciso,
Informação e sociedade e outros termos
por exemplo, saber ler, ser alfabetizado para obter essas informa­
A expressão "Informação e sociedade" é comumente emprega­ ções. Elas podem ser transmitidas oralmente ou através de mídias
da, de maneira ampla, como relacionada a uma área que lida com diferentes da escrita.
toda a sociedade, tendo esta última como norte e direcionamento fi­ Informação social foi a expressão empregada inicialmente, para
nal de suas ações. Dessa maneira, é preciso alertar para o fato de que representar essa corrente dentro da biblioteconomia. É preciso desta­
toda informação possui uma relação direta com a sociedade, mesmo car, no entanto, que tal termo, presente e resultado de uma concep­
se gerada e circulada apenas num âmbito limitado (empresa, insti­ ção política, surge no bojo de mudanças e transformações sociais ou,
tuição, etc). A expressão Informação e sociedade, isolada, diz pouco, ao menos, surge junto com o crescimento de concepções políticas
72 Ah1ação profissional na área de informação Informação pública: conceito e espaços 73

Quase sempre, ao contrário do que defendemos no início deste representando, basicamente, toda informação. Isso quer dizer que,
texto, a literatura aborda a informação pública como se houvesse rntendida separadamente, tal expressão compreenderia todo o tra­
um conceito consensual sobre ela. Mais que isso, como se esse con­ balho do profissional da informação, incluindo, obviamente, o biblio­
ceito fosse por todos conhecido, dispensando-se sua explicitação ainda tecário e, de maneira mais específica, o bibliotecário que atua com a
que apenas apresentada para determinar bases conceituais acatadas informação pública.
pelo autor. Dentro dessa perspectiva, informação e sociedade se confunde
Acreditamos que haja uma grande dificuldade em conceituar com a própria idéia de informação, entendida como objeto da área e
informação pública, o que motivaria muitos autores a esquivar-se com o fazer do profissional da informação.
de lidar com o assunto, levando-os a pressupor um conhecimento Tal amplitude tira da expressão a possibilidade de manter seu
que, na verdade, é inexistente. emprego como referente a um segmento de atuação do profissional
Em suma, driblando o problema, em razão das dificuldades, da informação, ou seja, daquele que está centrado em espaços aber­
como dissemos, os autores deixam para o leitor a incumbência de tos a toda sociedade e entende esta última como norteadora de seu
conceituar informação pública, permitindo um amplo entendimen­ fa zer, como determinadora de suas ações.
to que, em muitos casos, invalida o desenvolvimento do texto e a ele Várias outras expressões, mais específicas, poderiam ser em­
se opõe. pregadas em substituição a informação e sociedade.
Propomo-nos aqui a apontar pontos como forma de contri­ Informação utilitária; Informação comunitária; Informação
buir para as discussões do conceito de informação pública. para o cotidiano; Informação social; informação para a cidadania.
Os espaços nos quais a informação pública está presente são Todas elas, no entanto, estão vinculadas a determinadas idéias, a
também dependentes - para fundamentar sua organização, seus determinadas ideologias que se contrapõem, de certa maneira, a todo
objetivos e até mesmo sua função social - de uma conceituação de um modo de pensar e entender a função social do bibliotecário. Esta­
informação pública. Na falta desta na literatura, pressupomos que a riam elas, em especial as duas últimas, representando uma linha de
mesma situação ocorra quando da concepção desses espaços pensamento bibliotecário mais à esquerda - empregando este tern10
informacionais, levando-os a se constituírem a partir de bases não de maneira ampla e genérica - da linha tradicional e hegemônica
adequadamente claras ou, mesmo, discutidas. presente na prática desse profissional da informação.
Disso resultam ações oriundas de objetivos frágeis e ques­ As expressões acima destacadas foram criadas para designar
tionáveis, além de atividades formuladas de_ maneira destoante das um tipo de informação: aquela que atende as necessidades infor­
necessidades informacionais da comunidade a quem o espaço deve macionais do cotidiano da população. Uma de suas principais carac­
atender. terísticas é a de não estarem presas a uma única e exclusiva forma ele
veiculação e disseminação. Em outras palavras: não é preciso condi­
ções mínimas prévias para poder apropriar-se dela. Não é preciso,
Informação e sociedade e outros termos
por exemplo, saber ler, ser alfabetizado para obter essas informa­
A expressão "Informação e sociedade" é comumente emprega­ ções. Elas podem ser transmitidas oralmente ou através de mídias
da, de maneira ampla, como relacionada a uma área que lida com diferentes da escrita.
toda a sociedade, tendo esta última como norte e direcionamento fi­ Informação social foi a expressão empregada inicialmente, para
nal de suas ações. Dessa maneira, é preciso alertar para o fato de que representar essa corrente dentro da biblioteconomia. É preciso desta­
toda informação possui uma relação direta com a sociedade, mesmo car, no entànto, que tal termo, presente e resultado de uma concep­
se gerada e circulada apenas num âmbito limitado (empresa, insti­ ção política, surge no bojo de mudanças e transformações sociais ou,
tuição, etc). A expressão Informação e sociedade, isolada, diz pouco, ao menos, surge junto com o crescimento de concepções políticas
7 4 Atuação profissional na área de informação Informação pública: conceito e espaços 75

presentes em um momento histórico. Os países subdesenvolvidos, qualquer informação é útil e tem uma finalidade, mesmo que essa
durante os anos de 1960 a 1980, principalmente, foram palco do finalidade não seja aquela que a sociedade entende como a mais ade­
surgimento de propostas políticas voltadas para a afirmação dos di­ quada aos seus valores, usos, etc.
reitos das classes populares. A informação foi entendida como um Já a expressão Informação para a cidadania, surge como uma
instrumento de dominação que deveria ser apropriado pelas classes resposta da corrente que tentava - e ainda tenta - implantar um
populares. Essa apropriação deveria ser facilitada pelos Centros de caráter mais político para as ações do profissional da informação,
Documentação e Informação Populares. contrapondo-se a concepções que defendem uma ação "neutra e
Fácil é perceber a importância dada, na época, à informação é à imparcial" desse profissional. O foco das atividades desenvolvidas
documentação, pelos trechos abaixo reproduzidos de uma apostila deve voltar-se, muito mais do que as técnicas, para aspectos polí­
elaborada pelo Celadec (1981) utilizada em um treinamento minis­ ticos e sociais, entendendo-se a informação como ferramenta de
trado pelo SEDIPO (Serviço de Documentação e Informação Popu­ dominação e o fazer do bibliotecário como uma interferência no
lar), de Recife: cotidiano da sociedade. Só assim a área da informação poderia ser
considerada como transformadora, opondo-se a uma opção, a um
[ ... ] o documento é um produto social que normalmente se pacto com as classes excludentes (ALMEIDA JÚNIOR, 2004). Al­
encontra separado da prática popular, pois o povo não é consi­ guns identificaram essa idéia com a teologia da libertação, esta
derado como o principal ator social e, portanto, o documento também uma corrente que se colocou contrária à visão tradicional
não recolhe sua prática [ ... ] Decorre daí que se deve resgatar, da Igreja. É possível dizer, com uma certa temeridade, que a ex­
recuperar o conceito de 'documento' e de 'documentação' deli­ pressão Informação para a cidadania passou a ser utilizada com
mitando-os em relação com a situação de luta de classes exis­ mais freqüência do que a expressão informação utilitária, embora
tente na sociedade capitalista, na qual as classes subalternas esta ainda persista entre os adeptos da corrente tradicionalista da
tratam de construir uma nova hegemonia [ ... J as fontes para o biblioteconomia.
trabalho documental elas devem refletir a complexidade e as A década de 1990 foi marcada pelo arrefecimento das discus­
contradições da estrutura social. Devem privilegiar o ator prin­ sões sobre esse tema. O fim das ideologias, o fim da história, o fim do
cipal por excelência, as classes subalternas [ ... ] A informação socialismo, o pensamento único, essas foram as idéias que sobressa­
dos setores dominantes é 'desinformação' para os setores po­ íram. Não há porque discutir alternativas se não há possibilidades
pulares[ ... ] A informação não é acessível a todos, ela está ela­ viáveis e concretas além da apregoada pelo neo-liberalismo.
borada por e para uma elite. Há um movimento crescente, hoje, visando resgatar as discus­
sões, atualizando-as. Esse movimento parte dos países subdesenvol­
Informação utilitária, por sua vez, foi a expressão aceita e vidos, das classes populares ou dos que defendem seus interesses. O
divulgada pela literatura. Passou a ser a expressão acolhida pela cor­ Fórum Social Mundial é um exemplo claro do recrudescimento desse
rente hegemônica da biblioteconomia, oposta à que preferia a expres­ interesse pelo tema. Na área da informação, mesmo que de forma
são Informação social. Tudo leva a crer que a expressão informação tímida, textos começam a aparecer nas revistas especializadas, espa­
utilitária surgiu com o intuito de amenizar as propostas intrínsecas ços para discussão estão sendo dados nos eventos, disciplinas antes
e presentes na expressão informação social. consideradas "ultrapassadas" voltam a ter força e a despertar o inte­
A expressão informação utilitária, entretanto, é uma expres­ resse dos alunos. Talvez, em breve, pesquisas sobre o tema possam
são que nos parece errônea, quando empregada para designar um ser financiadas pelos órgãos governamentais.
tipo específico de informação veiculada pelos espaços informacionais, A expressão informação pública aparentemente é empregada
pois toda e qualquer informação tem um caráter utilitário. Toda e para designar a informação presente nos espaços em que o acesso é
7 4 Atuação profissional na área de informação Informação pública: conceito e espaços 75

presentes em um momento histórico. Os países subdesenvolvidos, qualquer informação é útil e tem uma finalidade, mesmo que essa
durante os anos de 1960 a 1980, principalmente, foram palco do finalidade não seja aquela que a sociedade entende como a mais ade­
surgimento de propostas políticas voltadas para a afirmação dos di­ quada aos seus valores, usos, etc.
reitos das classes populares. A informação foi entendida como um Já a expressão Informação para a cidadania, surge como uma
instrumento de dominação que deveria ser apropriado pelas classes resposta da corrente que tentava - e ainda tenta - implantar um
populares. Essa apropriação deveria ser facilitada pelos Centros de caráter mais político para as ações do profissional da informação,
Documentação e Informação Populares. contrapondo-se a concepções que defendem uma ação "neutra e
Fácil é perceber a importância dada, na época, à informação é à imparcial" desse profissional. O foco das atividades desenvolvidas
documentação, pelos trechos abaixo reproduzidos de uma apostila deve voltar-se, muito mais do que as técnicas, para aspectos polí­
elaborada pelo Celadec (1981) utilizada em um treinamento minis­ ticos e sociais, entendendo-se a informação como ferramenta de
trado pelo SEDIPO (Serviço de Documentação e Informação Popu­ dominação e o fazer do bibliotecário como urna interferência no
lar), de Recife: cotidiano da sociedade. Só assim a área da informação poderia ser
considerada como transformadora, opondo-se a urna opção, a um
[ ... ] o documento é um produto social que normalmente se pacto com as classes excludentes (ALMEIDA JÚNIOR, 2004). Al­
encontra separado da prática popular, pois o povo não é consi­ guns identificaram essa idéia com a teologia da libertação, esta
derado como o principal ator social e, portanto, o documento também uma corrente que se colocou contrária à visão tradicional
não recolhe sua prática [ ... ] Decorre daí que se deve resgatar, da Igreja. É possível dizer, com urna certa temeridade, que a ex­
recuperar o conceito de 'documento' e de 'documentação' deli­ pressão Informação para a cidadania passou a ser utilizada com
mitando-os em relação com a situação de luta de classes exis­ mais freqüência do que a expressão informação utilitária, embora
tente na sociedade capitalista, na qual as classes subalternas esta ainda persista entre os adeptos da corrente tradicionalista da
tratam de construir uma nova hegemonia[ ... ] as fontes para o biblioteconomia.
trabalho documental elas devem refletir a complexidade e as A década de 1990 foi marcada pelo arrefecimento das discus­
contradições da estrutura social. Devem privilegiar o ator prin­ sões sobre esse tema. O fim das ideologias, o fim da história, o fim do
cipal por excelência, as classes subalternas [ ... ] A informação socialismo, o pensamento único, essas foram as idéias que sobressa­
dos setores dominantes é 'desinformação' para os setores po­ íram. Não há porque discutir alternativas se não há possibilidades
pulares [ ... ] A informação não é acessível a todos, ela está ela­ viáveis e concretas além da apregoada pelo neo-liberalismo.
borada por e para uma elite. Há um movimento crescente, hoje, visando resgatar as discus­
sões, atualizando-as. Esse movimento parte dos países subdesenvol­
Informação utilitária, por sua vez, foi a expressão aceita e vidos, das classes populares ou dos que defendem seus interesses. O
divulgada pela literatura. Passou a ser a expressão acolhida pela cor­ Fórum Social Mundial é um exemplo claro do recrudescimento desse
rente hegemônica da biblioteconomia, oposta à que preferia a expres­ interesse pelo tema. Na área da informação, mesmo que de forma
são Informação social. Tudo leva a crer que a expressão informação tímida, textos começam a aparecer nas revistas especializadas, espa­
utilitária surgiu com o intuito de amenizar as propostas intrínsecas ços para discussão estão sendo dados nos eventos, disciplinas antes
e presentes na expressão informação social. consideradas "ultrapassadas" voltam a ter força e a despertar o inte­
A expressão informação utilitária, entretanto, é uma expres­ resse dos alunos. Talvez, em breve, pesquisas sobre o tema possam
são que nos parece errônea, quando empregada para designar um ser financiadas pelos órgãos governamentais.
tipo específico de informação veiculada pelos espaços informacionais, A expressão informação pública aparentemente é empregada
pois toda e qualquer informação tem um caráter utilitário. Toda e para designar a informação presente nos espaços em que o acesso é
7 6 Ah1ação profissional na área de informação Informação pública: conceito e espaços 77

livre para toda a população. Mais do que isso, nos espaços em que as "tratamento" e a recuperação quando desejada. Não devem, assim,
ações são voltadas para essa população. fazer parte dos interesses da área? Talvez, o objeto da biblioteconomia
É possível, no entanto, que a expressão tenha surgido, a exem­ deva ser reformulado para atender as mudanças e transformações
plo de "informação utilitária", como forma de amenizar as discussões ocorridas na sociedade. Se alterado o objeto, a própria área terá que
que reiniciam. Seria, talvez, uma maneira de conduzir as reflexões e se "refazer", "reconstruir". Esse é um terna que, neste momento, não
os debates por caminhos previamente escolhidos e cujos resultados é de nosso interesse. Preocupar-nos-emos com ele em outro texto.
não ameacem as atuais idéias hegemônicas. Em seu trabalho, o bibliotecário, além de pesquisar e localizar
informações adequadas ao público ao qual presta serviços -
estruturando ou não um acervo - e tratar tecnicamente essas infor­
Buscando um conceito
mações, ele deve satisfazer as necessidades informacionais de seus
Convém lembrar que nos propomos a estabelecer alguns tópi­ usuários. Esse trabalho é feito através de uma mediação que nor­
cos que possam nos levar a um entendimento, a uma melhor com­ malmente ocorre no serviço de referência e informação, mas que não
preensão sobre a expressão informação pública. requer a atuação exclusiva do bibliotecário. A mediação pode dar-se,
Em primeiro lugar é preciso que se alerte para alguns proble­ além da atuação do bibliotecário, através dos catálogos, do acervo,
mas existentes nessa discussão que talvez tenham ocasionado a fal­ da linguagem documentária, etc.
ta de uma definição mais geral. O principal desses problemas é o fato Atuando numa empresa ou numa instituição de pesquisa, por
de que toda a informação é pública, com exceção daquelas que, ex­ exemplo, locais que possibilitam acesso a informações apen.as a um
plicitamente, são reconhecidas como reservadas, restritas, sigilosas, público restrito, o bibliotecário deve alimentar seus usuários com
confidenciais. informações direcionadas para o interesse do local, quer se trate de
Por que toda informação é pública? pesquisas, de serviços ou de produção. Essas informações são, inva­
Independente do lugar, do espaço onde o profissional bibliote­ riavelmente, localizadas, recuperadas e recolhidas dentro de veículos
cário atua, a informação com a qual ele lida é, antes de tudo - como formais de informação, especialmente em livros, revistas espe­
advoga parte expressiva da literatura da área aceita pela maioria dos cializadas, relatórios técnicos, etc. É lógico que tais veículos são pú­
profissionais - uma informação registrada. Não estando registrada blicos, apesar de direcionados a um segmento restrito de usuários.
essa informação deixaria de ser objeto da biblioteconomia. Assim, essas informações são públicas em suas fontes.
Um parênteses precisa ser incluído neste momento. A afirma­ O que tentamos designar corno informação pública, se toda
ção de que o objeto da biblioteconomia é a informação registrada informação é pública?
necessita ser reconsiderada, ou modificada integralmente ou ser a ela A informação, necessariamente, deve modificar, alterar, trans­
acrescentado um novo diferenciador. Informação registrada é aque­ formar o conhecimento de uma pessoa. Assim, ela só se rnncretiza
la que pode ser tratada e recuperada a qualquer momento. Duas si­ na relação com alguém que dela queira se apropriar ou dela necessi­
tuações, no entanto, exigem, hoje, uma discussão e uma posição da ta. Ela não existe a priori. Os espaços informacionais possuem acer­
área. A primeira diz respeito às atividades culturais desenvolvidas nas vos documentais que se transformam em informações quando da
bibliotecas. Elas não permitem um "tratamento" nem mesmo a sua relação com o usuário, quando este se apropria delas. A informação
recuperação quando desejada. Não devem, assim, fazer parte dos é subjetiva e se "plasma num documento" (MOSTAFA, 1996, p.34)
interesses da área? A segunda situação está relacionada com a Internet para ser veiculada ou para permitir a relação com o sujeito que a
ou com os veículos considerados "virtuais". Neles, as informações encontra no documento.
têm como característica a possibilidade de serem, ou não, mantidas. Sendo assim, podemos incluir em nossa discussão a restrição à
Tais informações são efêmeras. Essa característica impossibilita o idéia de que toda a informação é pública. Apesar de ser a informação,
76 Atuação profissional na área de informação Informação pública: conceito e espaços 77

livre para toda a população. Mais do que isso, nos espaços em que as t r.1t,1mento" e a recuperação quando desejada. Não devem, assim,
ações são voltadas para essa população. 1, 11r1· parte dos interesses da área? Talvez, o objeto da biblioteconomia
É possível, no entanto, que a expressão tenha surgido, a exem­ ilrv.i ser reformulado para atender as mudanças e transformações
plo de "informação utilitária", como forma de amenizar as discussões 1 wnrridas na sociedade. Se alterado o objeto, a própria área terá que

que reiniciam. Seria, talvez, uma maneira de conduzir as reflexões e �1· "refazer", "reconstruir". Esse é um tema que, neste momento, não
os debates por caminhos previamente escolhidos e cujos resultados '· de nosso interesse. Preocupar-nos-emos com ele em outro texto.
não ameacem as atuais idéias hegemônicas. Em seu trabalho, o bibliotecário, além de pesquisar e localizar
111formações adequadas ao público ao qual presta serviços -
Buscando um conceito estruturando ou não um acervo - e tratar tecnicamente essas infor­
mações, ele deve satisfazer as necessidades informacionais de seus
Convém lembrar que nos propomos a estabelecer alguns tópi­ usuários. Esse trabalho é feito através de uma mediação que nor­
cos que possam nos levar a um entendimento, a uma melhor com­ malmente ocorre no serviço de referência e informação, mas que não
preensão sobre a expressão informação pública. requer a atuação exclusiva do bibliotecário. A mediação pode dar-se,
Em primeiro lugar é preciso que se alerte para alguns proble­ além da atuação do bibliotecário, através dos catálogos, do acervo,
mas existentes nessa discussão que talvez tenham ocasionado a fal­ da linguagem documentária, etc.
ta de uma definição mais geral. O principal desses problemas é o fato Atuando numa empresa ou numa instituição de pesquisa, por
de que toda a informação é pública, com exceção daquelas que, ex­ exemplo, locais que possibilitam acesso a informações apenps a um
plicitamente, são reconhecidas como reservadas, restritas, sigilosas, público restrito, o bibliotecário deve alimentar seus usuários com
confidenciais. informações direcionadas para o interesse do local, quer se trate de
Por que toda informação é pública? pesquisas, de serviços ou de produção. Essas informações são, inva­
Independente do lugar, do espaço onde o profissional bibliote­ riavelmente, localizadas, recuperadas e recolhidas dentro de veículos
cário atua, a informação com a qual ele lida é, antes de tudo - como formais de informação, especialmente em livros, revistas espe­
advoga parte expressiva da literatura da área aceita pela maioria dos cializadas, relatórios técnicos, etc. É lógico que tais veículos são pú­
profissionais - uma informação registrada. Não estando registrada blicos, apesar de direcionados a um segmento restrito de usuários.
essa informação deixaria de ser objeto da biblioteconomia. Assim, essas informações são públicas em suas fontes.
Um parênteses precisa ser incluído neste momento. A afirma­ O que tentamos designar como informação pública, se toda
ção de que o objeto da biblioteconomia é a informação registrada informação é pública?
necessita ser reconsiderada, ou modificada integralmente ou ser a ela A informação, necessariamente, deve modificar, alterar, trans­
acrescentado um novo diferenciador. Informação registrada é aque­ formar o conhecimento de uma pessoa. Assim, ela só se c_oncretiza
la que pode ser tratada e recuperada a qualquer momento. Duas si­ na relação com alguém que dela queira se apropriar ou dela necessi­
tuações, no entanto, exigem, hoje, uma discussão e uma posição da ta. Ela não existe a priori. Os espaços informacionais possuem acer­
área. A primeira diz respeito às atividades culturais desenvolvidas nas vos documentais que se transformam em informações quando da
bibliotecas. Elas não permitem um "tratamento" nem mesmo a sua relação com o usuário, quando este se apropria delas. A informação
recuperação quando desejada. Não devem, assim, fazer parte dos é subjetiva e se "plasma num documento" (MOSTAFA, 1996, p.34)
interesses da área? A segunda situação está relacionada com a Internet para ser veiculada ou para permitir a relação com o sujeito que a
ou com os veículos considerados "virtuais". Neles, as informações encontra no documento.
têm como característica a possibilidade de serem, ou não, mantidas. Sendo assim, podemos incluir em nossa discussão a restrição à
Tais informações são efêmeras. Essa característica impossibilita o idéia de que toda a informação é pública. Apesar de ser a informação,
78 Atuação profissional na área de informação Informação pública: conceito e espaços 79

em termos gerais, pública, não podemos deixar de lado o problema Temos então uma informação que procura atender interesses
do seu entendimento, recepção, compreensão, pois, não existindo a gerais, sem usuários previamente definidos e disseminada em espa­
apropriação, a informação não pode ser considerada como tal. ços não-privados.
Partindo dessa concepção, precisamos distinguir a criação, a Outro dado importante é a intenção da informação. Toda in­
produção da informação de sua veiculação, de sua disseminação. A formação, ao ser veiculada, tem uma intenção que está mais ou menos
informação, para os fins de nossa análise, deve ser dividida em dois explicitada. No caso da informação pública, pretende-se veicular in­
segmentos: a produção e a disseminação. Cada um desses tópicos são formações que objetivam, quase sempre, a formação do cidadão, atra­
diferentes e merecem e exigem análises diferentes. vés de informações escolares, utilitárias, culturais, de lazer, de edu­
A produção da informação visa a recepção e a modificação do cação continuada, de auto educação, de resgate da memória, etc.
conhecimento. No entanto, a informação produzida não precisa ser Mais uma característica deve ser aqui incluída: o suporte com
necessariamente a que será recebida. Muito do que se entende por o qual a informação pública é disseminada. Se toda a sociedade deve
informação obtida num suporte não é o que o autor pretendia trans­ ser considerada como usuária e público-alvo, a mídia utilizada para
mitir. Ela surge a partir da interação entre o que se pretendeu veicu­ veiculação da informação pública não pode ser restringida apenas à
lar no suporte informacional e o conhecimento da pessoa. escrita. Deve incluir o texto escrito, a imagem fixa e em movimento
Toda informação não é estática, é antes um processo. e o som, incluída neste último caso a informação fornecida oralmente.
A disseminação da informação pressupõe um público alvo. Vale também incluir, entre os itens que caracterizam a infor­
Quando registrada num veículo, num suporte, ela o é para um pú­ mação pública, a forma como ela é disseminada nas bibliotecas, ou
blico-alvo definido. É para ele que a informação é dirigida. Isso faz seja, os serviços oferecidos para a população são diferenciados. O
com que a elaboração da forma de divulgação da informação tenha atendimento é individualizado, mas de maneira diferente do que ocorre
esse público como base, e isso influencia seu formato, linguagem, em outros tipos de bibliotecas, pois o usuário, como já dissemos, não
conteúdo, etc. é conhecido a priori. Estruturando-se os mecanismos de mediação com
O público é, assim, o grande diferenciador da informação, le­ base na média de interesses, seria necessário um atendimento indivi­
vando-se em conta a análise que fazemos aqui, ou seja, a definição dualizado que faria a ponte entre a organização da informação e o
ou a delimitação da informação pública. interesse individual de cada usuário. As bibliotecas que lidam com a
Informação pública, então, é aquela direcionada para um grande informação pública trabalham com uma "disseminação coletiva da
público. O público-alvo da informação pública deve ser entendido informação -DCI". A exemplo do que ocorre com outras formas de
como o total da sociedade. atividades sociais, os problemas da biblioteca também são enormes.
Dirigida a um público amplo, não possibilita conhecer, ante­ O mesmo descaso existente com a área social ocorre igualmente com
cipadamente, aquilo que necessita ou espera o público ao qual ela a área da cultura, incluída aí a biblioteca. Havendo necessidade de
se destina. Podemos conhecer apenas a média de interesses e carac­ atender rnn número muito grande de usuários, opta-se, muitas ve­
terísticas gerais desse público, ao contrário do que ocorre na infor­ zes, por atividades que atirtjam uma quantidade maior de usuários.
mação científica e tecnológica, na informação técnica, na inforrna­ Se todos os serviços forem oferecidos individualmente, seria impos­
ção industrial, na informação voltada para segmentos técnicos da sível atingir a todos os interessados. Apesar da quase inexistência de
sociedade. serviços nesses· espaços - invariavelmente, apenas se oferece o em­
Outra característica da informação pública, dentro do espaço préstimo e a consulta -, é preciso ressaltar os trabalhos desenvolvi­
da biblioteconomia, é que os locais onde ela é disseminada são man­ dos no âmbito da ação e animação cultural e da leitura.
tidos pelo Estado, por fundações ou por grupos de pessoas, envolvi­ Considerando a ação cultural, a animação cultural e a anima­
das com alguma atividade de âmbito social. ção ela leitura como serviços desenvolvidos e oferecidos nos espaços
78 Atuação profissional na área de informação Informação pública: conceito e espaços 79

em termos gerais, pública, não podemos deixar de lado o problema Temos então uma informação que procura atender interesses
do seu entendimento, recepção, compreensão, pois, não existindo a grrais, sem usuários previamente definidos e disseminada em espa-
apropriação, a informação não pode ser considerada como tal. 1;os não-privados.
Partindo dessa concepção, precisamos distinguir a criação, a Outro dado importante é a intenção da informação. Toda in­
produção da informação de sua veiculação, de sua disseminação. A formação, ao ser veiculada, tem urna intenção que está n1ais ou m.enos
informação, para os fins de nossa análise, deve ser dividida cm dois explicitada. No caso da informação pública, pretende-se veicular in­
segmentos: a produção e a disseminação. Cada um desses tópicos são formações que objetivam, quase sempre, a formação do cidadão, atra­
diferentes e merecem e exigem análises diferentes. vés de informações escolares, utilitárias, culturais, de lazer, de edu­
A produção da informação visa a recepção e a modificação do cação continuada, de auto educação, de resgate da memória, etc.
conhecimento. No entanto, a informação produzida não precisa ser Mais uma característica deve ser aqui incluída: o suporte com
necessariamente a que será recebida. Muito do que se entende por o qual a informação pública é disseminada. Se toda a sociedade deve
informação obtida nwn suporte não é o que o autor pretendia trans­ ser considerada como usuária e público-alvo, a mídia utilizada para
mitir. Ela surge a partir da interação entre o que se pretendeu veicu­ veiculação da informação pública não pode ser restringida apenas à
lar no suporte informacional e o conhecimento da pessoa. escrita. Deve incluir o texto escrito, a imagem fixa e cm movimento
Toda informação não é estática, é antes um processo. e o som, incluída neste último caso a informação fornecida oralmente.
A disseminação da informação pressupõe um público alvo. Vale também incluir, entre os itens que caracterizam a infor­
Quando registrada num veículo, num suporte, ela o é para um pú­ mação pública, a forma como ela é disseminada nas bibliotecas, ou
blico-alvo definido. É para ele que a informação é dirigida. Isso faz seja, os serviços oferecidos para a população são diferenciados. O
com que a elaboração da forma de divulgação da informação tenha atendimento é individualizado, mas de maneira diferente do que ocorre
esse público como base, e isso influencia seu formato, linguagem, em outros tipos de bibliotecas, pois o usuário, como já dissemos, não
conteúdo, etc. é conhecido a priori. Estruturando-se os mecanismos de mediação com
O público é, assim, o grande diferenciador da informação, le­ base na média de interesses, seria necessário um atendimento indivi­
vando-se em conta a análise que fazemos aqui, ou seja, a definição dualizado que faria a ponte entre a organização da informação e o
ou a delimitação da informação pública. interesse individual de cada usuário. As bibliotecas que lidam com a
Informação pública, então, é aquela direcionada para um grande informação pública trabalham com urna "disseminação coletiva da
público. O público-alvo da informação pública deve ser entendido informação - DCI". A exemplo do que ocorre com outras formas de
como o total da sociedade. atividades sociais, os problemas da biblioteca também são enormes.
Dirigida a um público amplo, não possibilita conhecer, ante­ O mesmo descaso existente com a área social ocorre igualmente com
cipadamente, aquilo que necessita ou espera o público ao qual ela a área da cultura, incluída aí a biblioteca. Havendo necessidade de
se destina. Podemos conhecer apenas a média de interesses e carac­ atender wn número muito grande de usuários, opta-se, muitas ve­
terísticas gerais desse público, ao contrário do que ocorre na infor­ zes, por atividades que atinjam uma quantidade maior de usuários.
mação científica e tecnológica, na informação técnica, na informa­ Se todos os serviços forem oferecidos individualmente, seria impos­
ção industrial, na informação voltada para segmentos técnicos ela sível atingir a todos os interessados. Apesar da quase inexistência de
sociedade. serviços nesses· espaços - invariavelmente, apenas se oferece o em­
Outra característica da informação pública, dentro do espaço préstimo e a consulta-, é preciso ressaltar os trabalhos desenvolvi­
da biblioteconomia, é que os locais onde ela é disseminada são man­ dos no âmbito da ação e animação cultural e da leitura.
tidos pelo Estado, por fundações ou por grupos de pessoas, envolvi­ Considerando a ação cultural, a animação cultural e a anima­
das com alguma atividade de âmbito social. ção da leitura como serviços desenvolvidos e oferecidos nos espaços
80 Atuação profissional na área de informação Informação pública: conceito e espaços 81

que lidam com a informação pública, estamos questionando a vali­ da população, em secretarias municipais e estaduais, em órgãos pú­
dade da informação registrada ser considerada o objeto da blicos voltados para o atendimento da população, em ministérios
biblioteconomia, além de ampliar o fazer bibliotecário, levando-o a públicos, etc.
atender as exigências presentes na concepção, mesmo que embrio­ As discussões aqui iniciadas, mesmo que tenham apontado
nária, da informação pública. vários fatores como importantes e necessários na tentativa de con­
ceituar informação pública, podem - como o texto implicitamente
permite deduzir- levar-nos a considerar essa expressão como inade­
Finalizando quada para retratar o tipo de informação a que se referem as carac­
A proposta do texto foi apenas levantar pontos que possibili­ terísticas elencadas.
tem a discussão, o debate e a reflexão sobre a informação pública, A literatura trabalha com a idéia de que o conceito de informa­
incluindo questões e problemas que parecem interferir quando se ção pública existe e é conhecido por todos os que atuam ou têm in­
busca um conceito. Sabendo que a informação pública não pode ser teresse na área. Iniciamos nosso texto afirmando que nenhum desses
analisada de maneira isolada, sem confrontos com outros tipos de dois pressupostos são verdadeiros e o finalizamos questionando a
informação, e dissociada da análise da própria área, é preciso articu­ própria validade do emprego da expressão, corroborando a idéia apre­
lar essa discussão com as que estão se desenvolvendo com o intuito sentada de que é necessário incluir esta discussão nas discussões mais
de entender o significado da biblioteconomia para a sociedade, hoje. amplas da área.
As características da informação pública, resumidas, numa
análise preliminar, podem ser assim destacadas:
Referências
ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de. Biblioteca pública: avaliação de
• Informação registrada (com todas as questões apontadas no texto) serviço. Londrina: Editora da UEL, 2003.
• Público alvo: toda a população ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de. Profissional bibliotecário: um pacto
• O público não é conhecido antecipadamente com o excludente. ln: BAPTISTA, Sofia Galvão; MUELLER, Suzana Pinheiro
• Disseminada em espaços não-privados Machado (Org.). Profissional da informação: o espaço de trabalho. Brasília:
• Visa a formação da cidadania Thesaurus, 2004. p. 70-86. (Estudos avançados em Ciência da Informação, 3).
• Suportes da informação amplos, não só os que utilizam a escrita CELADEC. Definição e conteúdo da documentação popular. Recife, SEDIPO,
1984. (mimeografado).
• Serviços oferecidos diferenciados, incluindo-se ação cultural, ani­
mação cultural e animação da leitura MILANESI, Luis. A casa da invençã.o. São Paulo: Ateliê, 1997.
MOSTAFA, Solange Puntel. Filosofando sobre a área da informação. ln:
SIMPÓSIO BRASIL-SUL D E INFORMAÇÃO, 1, 1996, Londrina. Anais. Lon­
O trabalho do bibliotecário envolvido com informação pública drina: UEL, 1996. p. 31-45.
está alocado nas bibliotecas públicas e escolares, nas bibliotecas alter­
nativas (centros referenciais, centros de documentação popular, bi­
bliotecas populares, bibliotecas comunitárias, etc.), nas bibliotecas de
museus, nos centros culturais - talvez cometamos aqui uma redun­
dância se partirmos da concepção de centro cultural de Luis Milanesi
(1997) que inclui a biblioteca como um centro de cultura-, nos cen­
tros de informação e documentação ligados a Fundações e a Ongs,
em espaços de informação mantidos por movimentos organizados
80 Atuação profissional na área de informação
Informação pública: conceito e espaços 81

que lidam com a informação pública, estamos questionando a vali­ d.i população, em secretarias municipais e estaduais, em órgãos pú-
dade da informação registrada ser considerada o objeto da 1>1 1 rns voltados para o atendimento da população, em ministérios
biblioteconomia, além de ampliar o fazer bibliotecário, levando-o a publicas, etc.
As discussões aqui iniciadas, mesmo que tenham apontado
atender as exigências presentes na concepção, mesmo que embrio­
v,'lrios fatores como importantes e necessários na tentativa de con­
nária, da informação pública.
<'rituar informação pública, podem - como o texto implicitamente
permite deduzir - levar-nos a considerar essa expressão como inade­
Finalizando quada para retratar o tipo de informação a que se referem as carac­
A proposta do texto foi apenas levantar pontos que possibili­ terísticas elencadas.
tem a discussão, o debate e a reflexão sobre a informação pública, A literatura trabalha com a idéia de que o conceito de informa­
incluindo questões e problemas que parecem interferir quando se ção pública existe e é conhecido por todos os que atuam. ou têm in­
busca um conceito. Sabendo que a informação pública não pode ser teresse na área. Iniciamos nosso texto afirmando que nenhum desses
analisada de maneira isolada, sem confrontos com outros tipos de dois pressupostos são verdadeiros e o finalizamos questionando a
informação, e dissociada da análise da própria área, é preciso articu­ própria validade do emprego da expressão, corroborando a idéia apre­
lar essa discussão com as que estão se desenvolvendo com o intuito sentada de que é necessário incluir esta discussão nas discussões mais
de entender o significado da biblioteconomia para a sociedade, hoje. amplas da área.
As características da informação pública, resumidas, numa
análise preliminar, podem ser assim destacadas:
Referências
ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de. Biblioteca pública: avaliação de
• Informação registrada (com todas as questões apontadas no texto) serviço. Londrina: Editora da UEL, 2003.
• Público alvo: toda a população ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de. Profissional bibliotecário: um pacto
• O público não é conhecido antecipadamente com o excludente. ln: BAPTISTA, Sofia Galvão; MUELLER, Suzana Pinheiro
• Disseminada em espaços não-privados Machado (Org.). Profissional da informação: o espaço de trabalho. Brasília:
Thesaurus, 2004. p. 70-86. (Estudos avançados em Ciência da Informação, 3).
• Visa a formação da cidadania
• Suportes da informação amplos, não só os que utilizam a escrita CELADEC. Dffinição e conteúdo da documentação popular. Recife, SEDIPO,
1984. (mimeografado).
• Serviços oferecidos diferenciados, incluindo-se ação cultural, ani­
MI1ANESI, Luis. A casa da invençã'.o. São Paulo: Ateliê, 1997.
mação cultural e animação da leitura
MOSTAFA, Solange Puntel. Filosofando sobre a área da informação. ln:
SIMPÓSIO BRASIL-SUL DE INFORMAÇÃO, 1, 1996, Londrina. Anais. Lon­
O trabalho do bibliotecário envolvido com informação pública drina: UEL, 1996. p. 31-45.
está alocado nas bibliotecas públicas e escolares, nas bibliotecas alter­
nativas (centros referenciais, centros de documentação popular, bi­
bliotecas populares, bibliotecas comunitárias, etc.), nas bibliotecas de
museus, nos centros culturais- talvez cometamos aqui uma redun­
dância se partirmos da concepção de centro cultural de Luis Milanesi
(1997) que inclui a biblioteca como um centro de cultura-, nos cen­
tros de informação e documentação ligados a Fundações e a Ongs,
em espaços de informação mantidos por movimentos organizados
Capítulo 5

O impacto tecnológico no exercício


profissional em Ciência da
Informação: o bibliotecário
José Fernando Modesto da Silva

1 Impactos na sociedade
Ainda no limiar do século XXI, vivemos um desses raros inter­
valos da história humana, caracterizada pela transformação de uma
"cultura material"[1 ]. São mecanismos de um novo paradig�a organi­
zado em torno da tecnologia da informação e comunicação. Trata-se
da revolução tecnológica baseada na aplicação de conhecimentos e infor­
mações, e na geração de conhecimentos e de dispositivos de proces­
samento/comunicação da informação, em um ciclo de realimentação
cumulativo entre a inovação e seu uso. Esse ciclo, nas últimas décadas
do século XX, configurou-se em três estágios distintos: a automação
de tarefas, as experiências de usos e a estruturação das aplicações. Nos
dois estágios iniciais, a inovação evoluiu com o aprender, com o uso.
No terceiro estágio, o aprendizado tecnológico baseou-se no fazer, re­
sultando na reestruturação das redes e descoberta de novas aplicações.
Atualmente, o paradigma educacional baseia-se no aprender a aprender.
A característica proporcionada pelo ciberespaço de virtualização
das relações e de nova dimensão na formação de comunidades cultu­
rais mostra que a tecnologia impressa transformou o mundo, ao
possibilitar a preservação e distribuição de conhecimento. Agora, as
tecnologias digitais possibilitam a distribuição instantânea e global
de idéias. É até difícil imaginar as possíveis mudanças sociais advindas
e seus impactos com o desenvolver de novas formas de cultura [2 l.
Distribuir e acessar o conhecimento mediante tecnologias de
comunicação e informação (TIC's) e da interatividade instantânea,
Capítulo 5

O impacto tecnológico no exercício


profissional em Ciência da
Informação: o bibliotecário
José Fernando Modesto da Silva

1 Impactos na sociedade
Ainda no limiar do século XXI, vivemos w11 desses raros inter­
valos da história hwnana, caracterizada pela transformação de uma
"cultura material" [1]. São mecanismos de um novo paradigrpa organi­
zado em tomo da tecnologia da informação e comunicação. Trata-se
da revolução tecnológica baseada na aplicação de conhecimentos e infor­
mações, e na geração de conhecimentos e de dispositivos de proces­
samento/comunicação da informação, em um ciclo de realimentação
cumulativo entre a inovação e seu uso. Esse ciclo, nas últimas décadas
do século XX, configurou-se em três estágios distintos: a automação
de tarefas, as experiências de usos e a estruluração das aplicações. Nos
dois estágios iniciais, a inovação evoluiu com o aprender, com o uso.
No terceiro estágio, o aprendizado tecnológico baseou-se no fazer, re­
sultando na reestruturação das redes e descoberta de novas aplicações.
Atualmente, o paradigma educacional baseia-se no aprender a aprender.
A característica proporcionada pelo ciberespaço de virtualização
das relações e de nova dimensão na formação de comunidades cultu­
rais mostra que a tecnologia impressa transformou o mundo, ao
possibilitar a preservação e distribuição de conhecimento. Agora, as
tecnologias digitais possibilitam a distribuição instantânea e global
de idéias. É até difícil imaginar as possíveis mudanças sociais advindas
e seus impactos com o desenvolver de novas formas de cultura [2].
Distribuir e acessar o conhecimento mediante tecnologias de
comunicação e informação (TIC's) e da interatividade instantânea,
84 Atuação profissional na área de informação O impacto tecnológico no exercício profissional 85

equivale indicar mudança permanente na inter-relação dos indiví­ 2 Impactos tecnológicos nas bibliotecas
duos e instituições.
A evolução tecnológica da sociedade não mais aceita bibliote­
As transformações geradas pelas TIC's e representadas pela
cas tradicionais estacionadas na concepção de desenvolvimento e de
Internet (um universo digital), semelhantes ao universo físico, é
gestão e fechadas em si mesmas, desdenhando novas alternativas e
um espaço formado de outros espaços: individual, familiar, de tra­
recursos de acordo com as necessidades do meio em que se situa. A
balho, social. Cada um desses espaços representa um aspecto de
atual realidade apresenta exemplos de como a revolução tecnológica,
mudança tecnológica.
a gestão de conhecimento, a transnacionalização das comunicações,
Convém frisar que as TIC's geram mudanças, mas não neces­
enfim, os fatores influentes nas mudanças sociais que têm efeitos no
sariamente impactos. A utilização de uma tecnologia como as das redes
desempenho das bibliotecas.
digitais é seguida de fenômenos contínuos, que vão desde uma novi­
Em razão das tecnologias emergentes aplicadas na sociedade,
dade tecnológica, um modismo, a uma transformação de comporta­
ocorrem impactos sobre as bibliotecas ou unidades de informação.
mento individual ou social. Os fenômenos têm um eixo temporal, com
fases de incorporação das tecnologias. Afinal, bibliotecas são organismos sociais prestadores de serviços
As avaliações dos impactos levam alguns anos (no mínimo três) públicos de informação. Caracterizam-se pela constante promoção
em relação aos de usuários da tecnologia. Essas avaliações de impactos de intercâmbio com a sociedade da qual sofre influência cultural,
começam antes de se disponibilizarem serviços mediados por tecnologia, econômica, científica e tecnológica.
a fim de que mudanças posteriores possam ser melhor medidas. Cada tecnologia, de fato, afeta de maneira diferente o funcio­
O próprio conceito de impacto utilizado transformou-se em namento do sistema bibliotecário e/ou o modo como os usuários a
modismo e sujeito a imprecisões pela utilização genérica. Compreen­ ele reagem e se adaptam. A tecnologia deve ser compreendida como
der o impacto permite verificar se as mudanças atuais são mais de fator de mudanças para as bibliotecas, provocando novos estímulos
natureza transacional antes que de natureza substantiva. O impac­ e necessidades e alterando paradigmas estabelecidos ao longo do tem­
to "substantivo" é o que provoca uma alteração permanente do po. Ademais, a biblioteca, sendo um elo na cadeia de fluxo de infor­
estado anterior. Assim, quando as mudanças são duradouras e subs­ mação, é mais afetada por mudanças do que promotora delas.
tantivas, ocorridas na base de conhecimento, comportamento e or­ Com o desenvolvimento da telemática, a situação de agentes
ganização ou pela eficácia dos indivíduos, instituições e sociedade, transformadores encontra eco nos bibliotecários. Afinal, as tecnologias
tem-se o impacto. Já, nas "mudanças efêmeras", ocorrem os efeitos de informação já causaram impacto na maneira de administrar a vida
contemporizantes provocados por uma causa dos impactos [3 J. em relação à educação, ao trabalho e ao lazer, pelas discussões
Neste texto, comentam-se os efeitos e reflexos do uso das provocadas sobre assuntos sociais, políticos e econômicos. Elas fa­
tecnologias de informação e comunicação na atividade bibliotecária. zem com que bibliotecários reflitam sobre questões de seu interesse,
Objetiva-se analisar os impactos ocorridos nas habilidades do profis­ como a propriedade intelectual, a segurança de dados pessoais, a li­
sional. Os usos das novas tecnologias da informação e comunicação berdade de acesso à informação, também de interesse da sociedade.
tendem a mudar, por exemplo, em três principais formas: 1) transi­ Opiniões balizadas de bibliotecários estão tomando mais espa­
tória, gerando um efeito; 2) definitiva, ocasionando um impacto; e ço e gerando mudanças. Servem de exemplo as bibliotecas públicas
3) de atividades de um indivíduo ou de uma organização. que têm reclamado da não-instalação de canais de acesso à Internet
O impacto da mudança é similar ao da aprendizagem, cujo em seu ambiente, requerendo a sua inclusão digital.
domínio do conhecimento altera substancialmente o comportamen­ As condições de viabilização para tanto passam pela mudança
to do indivíduo ou da organização. de postura negativa e resistente frente a inovações tecnológicas. Ado­
tar novas possibilidades e perspectivas de uso de recursos tecnológicos
114 1\111,1ç;10 profissional na área de informação O impacto ternológico no exercício profissional 85

equivale indicar mudança permanente na inter-relação dos indiví­ 2 Impactos tecnológicos nas bibliotecas
duos e instituições.
As transformações geradas pelas TIC's e representadas pela A evolução tecnológica da sociedade não mais aceita bibliote­
Internet (um universo digital), semelhantes ao universo físico, é cas tradicionais estacionadas na concepção de desenvolvimento e de
um espaço formado de outros espaços: individual, familiar, de tra­ gestão e fechadas em si mesmas, desdenhando novas alternativas e
balho, social. Cada um desses espaços representa um aspecto de recursos de acordo com as necessidades do meio em que se situa. A
mudança tecnológica. atual realidade apresenta exemplos de como a revolução tecnológica,
Convém frisar que as TIC's geram mudanças, mas não neces­ a gestão de conhecimento, a transnacionalização das comunicações,
sariamente impactos. A utilização de uma tecnologia como as das redes enfim, os fatores influentes nas mudanças sociais que têm efeitos no
digitais é seguida de fenômenos contínuos, que vão desde uma novi­ desempenho das bibliotecas.
dade tecnológica, um modismo, a uma transformação de comporta­ Em razão das tecnologias emergentes aplicadas na sociedade,
mento individual ou social. Os fenômenos têm um eixo temporal, com ocorrem impactos sobre as bibliotecas ou unidades de informação.
f ases de incorporação das tecnologias. Afinal, bibliotecas são organismos sociais prestadores de serviços
As avaliações dos impactos levam alguns anos (no mínimo três) públicos de informação. Caracterizam-se pela constante promoção
em relação aos de usuários da tecnologia. Essas avaliações de impactos de intercâmbio com a sociedade da qual sofre influência cultural,
começam antes de se disponibilizarem serviços mediados por tecnologia, econômica, científica e tecnológica.
a fim de que mudanças posteriores possam ser melhor medidas. Cada tecnologia, de fato, afeta de maneira diferente o funcio­
O próprio conceito de impacto utilizado transformou-se em namento do sistema bibliotecário e/ou o modo como os usuários a
modismo e sujeito a imprecisões pela utilização genérica. Compreen­ ele reagem e se adaptam. A tecnologia deve ser compreendida como
der o impacto permite verificar se as mudanças atuais são mais de fator de mudanças para as bibliotecas, provocando novos estímulos
natureza transacional antes que de natureza substantiva. O impac­ e necessidades e alterando paradigmas estabelecidos ao longo do tem­
to "substantivo" é o que provoca uma alteração permanente do po. Ademais, a biblioteca, sendo um elo na cadeia de fluxo de infor­
estado anterior. Assim, quando as mudanças são duradouras e subs­ mação, é mais afetada por mudanças do que promotora delas.
tantivas, ocorridas na base de conhecimento, comportamento e or­ Com o desenvolvimento da telemática, a situação de agentes
ganização ou pela eficácia dos indivíduos, instituições e sociedade, transformadores encontra eco nos bibliotecários. Afinal, as tecnologias
tem-se o impacto. Já, nas "mudanças efêmeras", ocorrem os efeitos de informação já causaram impacto na maneira de administrar a vida
contemporizantes provocados por uma causa dos impactos [3]. em relação à educação, ao trabalho e ao lazer, pelas discussões
Neste texto, comentam-se os efeitos e reflexos do uso das provocadas sobre assuntos sociais, políticos e econômicos. Elas fa­
tecnologias de informação e comunicação na atividade bibliotecária. zem com que bibliotecários reflitam sobre questões de seu interesse,
Objetiva-se analisar os impactos ocorridos nas habilidades do profis­ como a propriedade intelectual, a segurança de dados pessoais, a li­
sional. Os usos das novas tecnologias da informação e comunicação berdade de acesso à informação, também de interesse da sociedade.
tendem a mudar, por exemplo, em três principais formas: 1) transi­ Opiniões balizadas de bibliotecários estão tomando mais espa­
tória, gerando um efeito; 2) definitiva, ocasionando um impacto; e ço e gerando mudanças. Servem de exemplo as bibliotecas públicas
3) de atividades de um indivíduo ou de uma organização. que têm reclamado da não-instalação de canais de acesso à Internet
O impacto da mudança é similar ao da aprendizagem, cujo em seu ambiente, requerendo a sua inclusão digital.
domínio do conhecimento altera substancialmente o comportamen­ As condições de viabilização para tanto passam pela mudança
to do indivíduo ou da organização. de postura negativa e resistente frente a inovações tecnológicas. Ado­
tar novas possibilidades e perspectivas de uso de recursos tecnológicos
86 Ah1ação profissional na área de informação O impacto tecnológico no exercício profissional 87

não significa assumir uma visão passiva ou mesmo neutra da técni­ lão populares como os aparelhos de televisão e/ou qualquer apare­
ca quanto as suas possibilidades de aplicação. O impacto não está no lho doméstico.
uso da tecnologia, mas na sua operação. Está na mudança de postu­ Para o próprio acesso às bibliotecas digitais, torna-se necessá­
ra no pensar, na aquisição de novos conhecimentos, nas mudanças rio que se captem recursos e que seja fornecido suporte ao uso da
de atitudes e de comportamentos que visualizem novas alternativas. informação para a formação de pessoal. Esses serviços proporciona­
De qualquer f orma, as novas tecnologias geram impactos e dos pela Internet, assim como os de automação de bibliotecas, exi­
transformações que, bem ou mal, contribuem para a reestruturação gem que os recursos humanos envolvidos na construção dos am­
de serviços, para a capacitação profissional e para formas de relacio­ bientes de informação passem por uma gradativa literacia em.
namento entre a comunidade usuária e a unidade de informação. computação, administração de redes e equipamentos de informática.
Reorganizam todas as atividades associadas à Ciência da Informação. O conjunto de computadores, redes, software e pessoal capacitado
Avaliar, refletir e propor é a melhor alternativa para caminhar no atual alicerça a busca de informações e a disposição de conteúdos. É tam­
momento. bém salientada a utilização de documentos eletrônicos, em vez do
É necessário que as bibliotecas se mantenham capacitadas para uso de materiais impressos, sem se esquecer que os mediadores de
o devido atendimento às diferentes e cada vez mais sofisticadas de­ informação têm a oportunidade de ser instrutores do público-alvo
mandas de informação e, que da mesma forma, desenvolvam serviços de bibliotecas no uso dos recursos da Internet e que por isso necessi­
adequados a essas demandas. O desenvolvimento da Internet propi­ tam também de profunda literacia em informação.
cia mudanças e transformações de várias sortes. Conseqüentemen­ Os novos produtos e serviços surgidos nos cenários das biblio­
te, o uso dos seus recursos de comunicação (correio eletrônico, FTP1, tecas decorrem de mudanças nas funções executadas pelos serviços
listas de discussão etc.) gera mudanças comportamentais, que ne­ de informação. Reflexões sobre tais ocorrências colaboram para uma
cessitam de adequada formação de recursos humanos, tanto na visualização mais consistente da situação, ponto este tratado em
área gerencial como na produção e atendimento ao público, não se minha pesquisa de doutorado [3].
Observe-se que os sistemas de informação consistem em estru­
esquecendo a literacia no uso da informação e da informática pelos
turas compostas de um conjunto organizacional da informação, em
usuários.
um perfeito ciclo de operações: inter-relacionados em cada seção, setor
A sociedade e os bibliotecários estarão, por conseguinte, pres­
ou atividades biblioteconômicas responsáveis pelo desenvolvimento
sionados por exigência de melhor desempenho no uso de tecnologias
dos produtos e serviços de informação, da seleção e aquisição ao
emergentes, mormente no traquejo da Internet e outras tecnologias
armazenamento posterior dos documentos e materiais; do tratamento
agregadas.
técnico da informação à final recuperação e disseminação; do emprés­
Entretanto, o impacto gerado pelas novas tecnologias não foi o
timo, consulta e uso dos documentos/informação, percorrendo fa­
único, mas levou a outros eventos tecnológicos impactantes sobre o
ses de processamento até a execução.
ambiente das unidades de informação, particularmente o advento do
Cada um desses procedimentos é afetado por mudanças espe­
microcomputador, elemento fundamental das mudanças que envol­
cíficas que os alteram permanentemente. Neste sentido, como adendo
vem a biblioteca. Esse equipamento tornou-se rapidamente padrão
é importante visualizar resumidamente as transformações que ocor­
nas organizações. Seu uso crescente demonstrou o reconhecimento
rem e que podem ser entendidas como impactos aos processos tradi­
de uma ferramenta para a performance das atividades voltadas para
cionais das bibliotecas.
a informação. Tornam-se atualmente equipamentos comuns, sendo

File Transfer Protocol - Protocolo de Transferência de Arquivos usados na Internet.


86 Atuação profissional na área de informação O impacto tecnológico no exercício profissional 87

não significa assumir uma visão passiva ou mesmo neutra da técni­ l,Hl populares como os aparelhos de televisão e/ou qualquer apare­
ca quanto as suas possibilidades de aplicação. O impacto não está no lho doméstico.
uso da tecnologia, mas na sua operação. Está na mudança de postu­ Para o próprio acesso às bibliotecas digitais, torna-se necessá-
110 que se captem recursos e que seja fornecido suporte ao uso da
ra no pensar, na aquisição de novos conhecimentos, nas mudanças
de atitudes e de comportamentos que visualizem novas alternativas. i11formação para a formação de pessoal. Esses serviços proporciona­
De qualquer forma, as novas tecnologias geram impactos e dos pela Internet, assim como os de automação de bibliotecas, exi­
gem que os recursos humanos envolvidos na construção dos am­
transformações que, bem ou mal, contribuem para a reestruturação
de serviços, para a capacitação profissional e para formas de relacio­ bientes de informação passem por uma gradativa literacia em
computação, administração de redes e equipamentos de informática.
namento entre a comunidade usuária e a unidade de informação.
O conjunto de computadores, redes, software e pessoal capacitado
Reorganizam todas as atividades associadas à Ciência da Informação.
alicerça a busca de informações e a disposição de conteúdos. É tam­
Avaliar, refletir e propor é a melhor alternativa para caminhar no atual
bém salientada a utilização de documentos eletrônicos, em vez do
momento.
uso de materiais impressos, sem se esquecer que os mediadores de
É necessário que as bibliotecas se mantenham capacitadas para
informação têm a oportunidade de ser instrutores do público-alvo
o devido atendimento às diferentes e cada vez mais sofisticadas de­
de bibliotecas no uso dos recursos da Internet e que por isso necessi­
mandas de informação e, que da mesma forma, desenvolvam serviços
tam também de profunda literacia em informação.
adequados a essas demandas. O desenvolvimento da Internet propi­
Os novos produtos e serviços surgidos nos cenários das biblio­
cia mudanças e transformações de várias sortes. Conseqüentemen­
tecas decorrem de mudanças nas funções executadas pelos serviços
te, o uso dos seus recursos de comunicação (correio eletrônico, FTP1,
de informação. Reflexões sobre tais ocorrências colaboram para uma
listas de discussão etc.) gera mudanças comportamentais, que ne­
visualização mais consistente da situação, ponto este tratado em
cessitam de adequada formação de recursos humanos, tanto na
minha pesquisa de doutorado [3].
área gerencial como na produção e atendimento ao público, não se
Observe-se que os sistemas de informação consistem em estru­
esquecendo a literacia no uso da informação e da informática pelos
turas compostas de um conjunto organizacional da informação, em
usuários.
um perfeito ciclo de operações: inter-relacionados em cada seção, setor
A sociedade e os bibliotecários estarão, por conseguinte, pres­
ou atividades biblioteconômicas responsáveis pelo desenvolvimento
sionados por exigência de melhor desempenho no uso de tecnologias dos produtos e serviços de informação, da seleção e aquisição ao
emergentes, mormente no traquejo da Internet e outras tecnologias armazenamento posterior dos documentos e materiais; do b·atamento
agregadas. técnico da informação à final recuperação e disseminação; do emprés­
Entretanto, o impacto gerado pelas novas tecnologias não foi o timo, consulta e uso dos documentos/informação, percorrendo fa­
único, mas levou a outros eventos tecnológicos impactantes sobre o ses de processamento até a execução.
ambiente das unidades de informação, particularmente o advento do Cada um desses procedimentos é afetado por mudanças espe­
microcomputador, elemento fundamental das mudanças que envol­ cíficas que os alteram permanentemente. Neste sentido, como adendo
vem a biblioteca. Esse equipamento tornou-se rapidamente padrão é importante visualizar resumidamente as transformações que ocor­
nas organizações. Seu uso crescente demonstrou o reconhecimento rem e que podem ser entendidas como impactos aos processos tradi­
de uma ferramenta para a performance das atividades voltadas para cionais das bibliotecas.
a informação. Tornam-se atualmente equipamentos comuns, sendo

File Transfer Protocol - Protocolo de Transferência de Arquivos usados na Internet.


88 Ah1ação prohssional na área de informação O impacto tecnológico 110 exercício profissional 89

3 Impactos no Serviço de Referência e Informação - SRI Quadro 1


Cinco linhas definem o SR!, representando as atuações desse As 5 linhas do Serviço de Referência:
setor-fim em qualquer que seja o projeto bibliotecário. No Quadro 1 do tradicional às redes eletrônicas
apresenta-se a relevância de cada linha, em novos ambientes apoia­ Linhas Tradicional Redes digitais
dos em redes eletrônicas, nas quais a interação com diferentes gru­
1. Ação do SRI Interação humana - Troca de mensagens
pos de usuários se amplifica. As cinco linhas podem ser redimen­ usuário/bibliotecário face a (e-mail, chat), interação
sionadas dentro da ambiência eletrônica, propondo-se novos recursos face, respostas/perguntas remota/virtual, sem
e relacionamentos com os usuários da informação [ 4 J. de referência. barreiras de espaço e
tempo.
O SRI cumpre papel fundamental e marcante na biblioteca tra­
dicional. Agora, a sua interação com as redes digitais possibilitam 2. Educação do Capacitação formal dos Agentes inteligentes (
usuário usuários no uso dos know-boots), identificam
explorar os recursos eletrônicos como o correio eletrônico, a video­ sistemas de informação. fontes de informações
conferência ou o bate-papo online, além dos tutoriais textuais ou Técnicas de pesquisa e compatíveis com as
multimídia, utilizando, de maneira eficiente, as novas mídias digitais. orientação bibliográfica. necessidades dos
usuários. Tutoriais.
É um dos setores que mais refletem as mudanças e no qual
Estratégias de busca
ocorrem as transformações na busca e uso da informação. A litera­ eletrônica.
tura é vasta, em experiências e observações sobre os serviços presta­ 3. Alerta e Produtos/serviços para Recursos tecnológicos de
dos. O perfil do bibliotecário muda em face das possibilidades pro­ disseminação atualização e divulgação de alerta e disseminação;
porcionadas pelas tecnologias e por nova dimensão das demandas da informação conhecimentos e formatos para distribuição
informações - eletrônica -
do usuário neste contexto. meio impresso/ produtos/serviços,
A fórmula para aproveitar o potencial da Internet no serviço quadros de avisos. artefatos digitais.
de referência é a capacitação profissional. Sem uma formação ade­ Comutação, OS 1
eletrônicos.....
quada à tecnologia, não ocorrem ações benéficas para os atores en­
volvidos. A própria rede se caracteriza por também ser um meio ele 4. Divulgação e Quadros de aviso, plantas Opções de ajuda nos
comunicações localizadoras; sinalização Websites, informando e
capacitação, para quem dela fizer uso. de espaços, representações instruindo sobre serviços e
(visuais e
A comunicação humana está alterada pela mídia eletrônica. gráficas) gráficas, guias, folhetos produtos para uso.
Exemplificando: o correio eletrônico é urna nova forma de comuni­ divulgativos e instrucionais. Orientação à navegação
dos usuários.
cação interativa e dinâmica, que proporciona novos meios de rela­
cionamento, diferentes dos procedimentos tradicionais. Porém, não 5. Administração/ Planejamento interno e Organização e gestão de
supervisão do funcional para a prestação informações digitais.
é um substituto apenas dos meios existentes, e sim urna alternativa
SRI de informações aos
facilitadora da comunicação entre pessoas. usuários - espaço de
Portanto, o bibliotecário de referência dispõe de wn leque de mídias leitura, acervo, catálogo e
capazes de dinamizar seu trabalho. Recursos valiosos, como co­ postos de empréstimo.
Gerenciamento do setor.
municação face a face, telefone, correio eletrônico, textos personalizados
(cartas e memorandos) e textos formais (documentos, relatórios). A Fonte: SILVA, José Fernando Modesto da. Internet - Biblioteca - Comunidade
comunicação mediada por computador, como na interação face a face, acadêmica: conhecimentos, usos e impactos. 151
pode ser clara, ambígua, emocional ou factual, utilizando códigos dis­
poníveis para seus objetivos de conversação e relacionamento.
88 Atuação profissional na área de informação O impacto tecnológico no exercício profissional 89

3 Impactos no Serviço de Referência e Informação - SRI Quadro 1


Cinco linhas definem o SR!, representando as atuações desse As 5 linhas do Serviço de Referência:
setor-fim em qualquer que seja o projeto bibliotecário. No Quadro 1 do tradicional às redes eletrônicas
apresenta-se a relevância de cada linha, em novos ambientes apoia­ Linhas Tradicional Redes digitais
dos em redes eletrônicas, nas quais a interação com diferentes gru­
1. Ação do SRI Interação humana - Troca de mensagens
pos de usuários se amplifica. As cinco linhas podem ser redimen­ usuário/bibliotecário face a (e-mail, chat), interação
sionadas dentro da ambiência eletrônica, propondo-se novos recursos face, respostas/perguntas remota/virtual, sem
e relacionamentos com os usuários da informação [4). de referência. barreiras de espaço e
tempo.
O SR! cumpre papel fundamental e marcante na biblioteca tra­
dicional. Agora, a sua interação com as redes digitais possibilitam 2. Educação do Capacitação formal dos Agentes inteligentes (
usuário usuários no uso dos know-boots), identificam
explorar os recursos eletrônicos como o correio eletrônico, a video­ sistemas de informação. fontes de informações
conferência ou o bate-papo online, além dos tutoriais textuais ou Técnicas de pesquisa e compatíveis com as
multimídia, utilizando, de maneira eficiente, as novas mídias digitais. orientação bibliográfica. necessidades dos
usuários. Tutoriais.
É um dos setores que mais refletem as mudanças e no qual Estratégias de busca
ocorrem as transformações na busca e uso da informação. A litera­ eletrônica.
tura é vasta, em experiências e observações sobre os serviços presta­ 3. Alerta e Produtos/serviços para Recursos tecnológicos de
dos. O perfil do bibliotecário muda em face das possibilidades pro­ disseminação atualização e divulgação de alerta e disseminação;
porcionadas pelas tecnologias e por nova dimensão das demandas da informação conhecimentos e formatos para distribuição
informações - eletrônica -
do usuário neste contexto. meio impresso/ produtos/serviços,
A fórmula para aproveitar o potencial da Internet no serviço quadros de avisos. artefatos digitais.
de referência é a capacitação profissional. Sem uma formação ade­ Comutação, DSI
eletrônicos .....
quada à tecnologia, não ocorrem ações benéficas para os atores en­
volvidos. A própria rede se caracteriza por também ser um meio de 4. Divulgação e Quadros de aviso, plantas Opções de ajuda nos
comunicações localizadoras; sinalização Websites, informando e
capacitação, para quem dela fizer uso. (visuais e de espaços, representações instruindo sobre serviços e
A comunicação humana está alterada pela mídia eletrônica. gráficas) gráficas, guias, folhetos produtos para uso.
Exemplificando: o correio eletrônico é uma nova forma de comuni­ divulgativos e instrucionais. Orientação à navegação
dos usuários.
cação interativa e dinâmica, que proporciona novos meios de rela­
cionamento, diferentes dos procedimentos tradicionais. Porém, não 5. Administração/ Planejamento interno e Organização e gestão de
supervisão do funcional para a prestação informações digitais.
é um substituto apenas dos meios existentes, e sim uma alternativa SRI de informações aos
facilitadora da comunicação entre pessoas. usuários - espaço de
Portanto, o bibliotecário de referência dispõe de um leque de mídias leitura, acervo, catálogo e
postos de empréstimo.
capazes de dinamizar seu trabalho. Recursos valiosos, como co­
Gerenciamento do setor.
municação face a face, telefone, correio eletrônico, textos personalizados
(cartas e memorandos) e textos formais (documentos, relatórios). A Fonte: SILVA, José Fernando Modesto da. Internet - Biblioteca - Comunidade
comunicação mediada por computador, como na interação face a face, acadêmica: conhecimentos, usos e impactos. 151
pode ser clara, ambígua, emocional ou factual, utilizando códigos dis­
poníveis para seus objetivos de conversação e relacionamento.
90 Atuação pmfissional na área de informação
O impacto tecnológico no exercício profissional 91

As funções do bibliotecário de referência são aspectos impor­ Além disso, apresentam-se questões de como representar uma
tantes a se focalizar. O profissional familiarizado com fontes e práti­ sessão de videoconferência eletrônica. Pela característica planetária
cas tradicionais para atos de intercomunicação e orientação informal da rede, onde tempo, espaço e idioma são diferentes das realidades
aos usuários no uso das fontes de informação, possui perfil de edu­ físicas, as possibilidades de acesso diversificado de culturas de usuá­
cador e mediador de usuários que buscam informações e necessitam rios coloca aos bibliotecários a necessidade de pensar internacional­
usar recursos e fontes em ambiente digital. mente, estruturando os índices temáticos de seus catálogos em ou­
Isso leva a crer que o bil:Jliotccário de referência, até por força de tros idiomas.
seu dia-a-dia de trabalho com o público, deve estar aberto às inova­ Na etapa tradicional, grande foi o empenho de bibliotecários,
ções e ao uso de ferramentas modernas e flexíveis a parcerias e traba­ professores e especialistas para assentar regras catalográficas, nor­
lhos multidisciplinares. Todavia, faz-se um alerta às escolas de Biblio­ malizações e padrões. No momento, entretanto, há um esforço maior
teconomia quanto a mudanças na formação de profissionais para para a organização, formatação e normalização da documentação
enfrentar novas incumbências nos ambientes digitais. eletrônica.
Neste enfoque, a literatura tem tratado da mudança no perfil
4 Impactos na atividade de tratamento técnico dos catalogadores, visando determinar se e co.mo a atividade tem
mudado nos últimos anos. Indicadores das mudanças destacam a
Os processos de catalogação, classificação e indexação têm so­ passagem do impresso para o formato eletrônico, a participação de
frido mudanças causadas pelas tecnologias emergentes, rompendo não-profissionais em níveis de catalogação (tendência para recursos
pressupostos tradicionais que não condizem com as novas realidades externos, particularmente, copy cataloguing) e, ainda, a cataloga­
de comunicação online. ção de itens especializados, materiais audiovisuais e documentos di­
Alguns aspectos que mudam o tradicional perfil do catalogador gitais. Mais recentemente, a ênfase tem sido dada a tarefas adminis­
e indexador (de documentos impressos) evidenciam-se pela altera­ trativas, esforços de catalogação e de controle de autoridade,
ção dos .formatos documentários (artefatos e periódicos eletrônicos, elaboração de treinamento em Internet, projetos de páginas Web. É
open archives, home pages, mensagens de e-mail ou listas de discus­ salientado o envolvimento de catalogadores em atividades da seleção
são, conferências eletrônicas etc.). e implementação de produtos catalográficos e da manutenção de bases
A acuidade no tratamento de dados e controle de atualização de dados bibliográficas. Tais mudanças decorrem do fato de que os
dos endereços eletrônicos identificados no padrão URL ( Universal catálogos da biblioteca emergem do conceito de bases de dados, defi­
Resource Locator) é agora função delicada e séria; deve levar cm con­ nindo uma linha de fronteira das inovações tecnológicas no ambien­
ta que uma página na Internet tem periodicidade de mudança alta.
te da biblioteca [5).
A prática da representação descritiva e temática modifica-se pela Em relação aos OPACs ( Online Public Acess Catalog), à pesqui­
necessidade de conhecimento e domínio de linguagem como HTML
sa por palavra-chave, aos formatos em CD-ROM e ao crescimento
(Hypertext Markup Language) e XML para tratar e dispor as infor­ da disponibilidade de informação e de popularidade da Internet, ocorre
mações nestes ambientes digitais. A representação do documento nova atribuição multifacetada aos bibliotecários. Os impactos decor­
também se amplifica pela característica multimídia do mesmo (par­ rem do domínio de novos conhecimentos que envolvem melhor de­
tes do documento são figuras, slides, mapas, eventos sonoros etc.). sempenho de atividades. Os profissionais devem dominar, além das
Outra característica, pouco usual' no processo, consiste em tratar linguagens de marcação, outros padrões de representação e recupe­
documentos (com partes segmentadas e armazenadas cm diversos ração de dados como os metadados e os protocolos de constituição
computadores) conectados à rede (característica da hipertextualidade de arquivos abertos, possibilitando o desenvolvimento e a recupera­
do documento eletrônico). ção de conteúdos em formatos multimídia.
90 Ah1açào profissional na área de informação 9 ·1
O impacto tecnológico no exercfcio profissional

As funções do bibliotecário de referência são aspectos impor­ Além disso, apresentam-se questões de como representar uma
tantes a se focalizar. O profissional familiarizado com fontes e práti­ sl'ssão de videoconferência eletrônica. Pela característica planetária
cas tradicionais para atos de intercomunicação e orientação informal d,1 rede, onde tempo, espaço e idioma são diferentes das realidades
aos usuários no uso das fontes de informação, possui perfil de edu­ f'1sicas, as possibilidades de acesso diversificado de culturas de usuá­
cador e mediador de usuários que buscam informações e necessitam rios coloca aos bibliotecários a necessidade de pensar internacional­
usar recursos e fontes em ambiente digital. mente, estruturando os índices temáticos de seus catálogos em ou­
Isso leva a crer que o bibliotecário de referência, até por força de Lros idiomas.
seu dia-a-dia de trabalho com o público, deve estar aberto às inova­ Na etapa tradicional, grande foi o empenho de bibliotecários,
ções e ao uso de ferramentas modernas e flexíveis a parcerias e traba­ professores e especialistas para assentar regras catalográficas, nor­
lhos multidisciplinares. Todavia, faz-se um alerta às escolas de Biblio­ malizações e padrões. No momento, entretanto, há um esforço maior
teconomia quanto a mudanças na formação de profissionais para para a organização, formatação e normalização da documentação
enfrentar novas incumbências nos ambientes digitais. eletrônica.
Neste enfoque, a literatura tem tratado da mudança no perfil
4 Impactos na atividade de tratamento técnico dos catalogadores, visando determinar se e co.mo a atividade tem
mudado nos últimos anos. Indicadores das mudanças destacam a
Os processos de catalogação, classificação e indexação têm so­ passagem do impresso para o f ormato eletrônico, a participação de
frido mudanças causadas pelas tecnologias emergentes, rompendo não-profissionais em níveis de catalogação (tendência para recursos
pressupostos tradicionais que não condizem com as novas realidades externos, particularmente, copy cataloguing) e, ainda, a cataloga­
de comunicação online. ção de itens especializados, materiais audiovisuais e documentos di­
Alguns aspectos que mudam o tradicional perfil do catalogador gitais. Mais recentemente, a ênfase tem sido dada a tarefas adminis­
e indexador (de documentos impressos) evidenciam-se pela altera­ trativas, esforços de catalogação e de controle de autoridade,
ção dos .formatos documentários (artefatos e periódicos eletrônicos, elaboração de treinamento em Internet, projetos de páginas Web. É
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são, conferências eletrônicas etc.). e implementação de produtos catalográficos e da manutenção de bases
A acuidade no tratamento de dados e controle de atualização de dados bibliográficas. T ais mudanças decorrem do fato de que os
dos endereços eletrônicos identificados no padrão URL ( Universal catálogos da biblioteca emergem do conceito de bases de dados, defi­
Resource Locator) é agora função delicada e séria; deve levar em con­ nindo uma linha de fronteira das inovações tecnológicas no ambien­
ta que uma página na Internet tem periodicidade de mudança alta.
te da biblioteca [5].
A prática da representação descritiva e temática modifica-se pela
Em relação aos OPACs ( Online Publíc Acess Catalog), à pesqui­
necessidade de conhecimento e domínio de linguagem como HT ML
sa por palavra-chave, aos formatos em CD-ROM e ao crescimento
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mações nestes ambientes digitais. A representação do documento nova atribuição multifacetada aos bibliotecários. Os impactos decor­
também se amplifica pela característica multimídia do mesmo (par­ rem do domínio de novos conhecimentos que envolvem melhor de­
tes do documento são figuras, slides, mapas, eventos sonoros etc.). sempenho de atividades. Os profissionais devem dominar, além das
Outra característica, pouco usual' no processo, consiste em tratar linguagens de marcação, outros padrões de representação e recupe­
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computadores) conectados à rede (característica da hipertextualidade de arquivos abertos, possibilitando o desenvolvimento e a recupera­
do documento eletrônico). ção de conteúdos em formatos multimídia.
92 Atuação profissional na área de informação O impacto tecnológico no exercício profissional 93

Um novo posicionamento para a atividade de tratamento téc­ Nesse aspecto, os critérios de seleção seguem os procedimentos
nico está germinando. Catalogadores podem expandir suas habili­ tradicionais para materiais impressos, variando apenas pela inclu­
dades básicas em áreas não convencionais e desenvolver know how são de requisitos necessários à manutenção de compatibilidades de
para análises de acesso à informação, desenhos de sistemas, espe­ equipamentos e segurança de armazenamento (7].
cialização em telecomunicações ou análise-técnica de gestão de re­ O bibliotecário responsável pela atividade de seleção e aquisi­
cursos online. ção pode consultar seu colega do setor de referência, ou especialistas
As novas demandas ocorrem na área do conhecimento e da e gerentes de informática, ou mesmo outros usuários do produto,
experiência de computação. Idealmente, atribui.ªº catalogador a além dos fornecedores e produtores, assegurando-se de que o mate­
função de mediador entre as atividades de computação e catalogação. rial avaliado atenda às expectativas da biblioteca. De qualquer for­
Entende-se que, com a evolução tecnológica e a constituição de ma, novas habilidades e assessoramentos fazem-se necessários para
uma ambiência digital para intercâmbio de registros bibliográficos e o desempenho das atividades de seleção e aquisição dos formatos ele­
realização da catalogação cooperativa, a função se modifica pela ne­ trônicos da informação.
cessidade de gerenciar os usos tecnológicos e sua adequação às ativi­ Para visualizar, comparativamente, as mudanças salientadas na
dades catalográficas. Observa-se que neste tópico não foi abordada a literatura entre o material impresso e artefato eletrônico e os novos
adoção de metadados ou gestão de repositórios digitais. conhecimentos de seleção e aquisição, apresenta-se com o Quadro 2
desenvolvido como projeção para futuro debates.
As mudanças do suporte impresso para o eletrônico não ocor­
5 Impactos. na atividade de seleção e aquisição
rem apenas pelo fenômeno Internet. Dependem da informática visto
A atividade da seleção e da aquisição é um momento de decisão que, nos anos 80s, iniciou-se com maior intensidade a transferência
no qual o bibliotecário "detém o poder" de escolher os materiais que de material impresso para meios eletrônicos. Esta mudança foi gera­
irão fazer parte do seu acervo [6]. dora de impactos na atividade de seleção e aquisição. Por estarem os
As variações ocorrem com as novas formas eletrônicas dos re­ bibliotecários tradicionalmente familiarizados com os conteúdos
cursos de informação e exigem não só habilidade ético-social para impressos, agora, no ambiente digital, existe uma preocupação em
escolha do material adequado ao público-alvo, como habilidades e saber se as bibliotecas possuem equipamentos adequados para ma­
procedimentos técnicos novos de parte do profissional. nuseio do produto, espaço no servidor da rede, e na torre de CD-ROM
A própria formulação das políticas de seleção para novas reali­ ou atualização regular do software de acesso ao produto eletrônico.
dades documentárias, mantém as mesmas situações quanto à for­ Além das questões tecnológicas, outro aspecto influencia a prá­
mula�ão de procedimentos, por inexistirem padrões técnicos tica tradicional da seleção e aquisição: trata-se do licenciamento, que
atualizados que sirvam a qualquer processo de seleção de materiais é um tema relacionado à questão paradigmática de posse do docu­
em bibliotecas. Cabe aos profissionais, baseados em experiências pes­ mento ou de acesso a informação.
soais, desenvolver critérios adequados às necessidades contextuais, As bibliotecas tradicionais caracterizam-se como instituições de
como suporte das atividades seletivas. guarda - detentoras da posse física do material - cujo objetivo é o
Entretanto, o profissional irá: em algum momento, defrontar­ atendimento de necessidades da comunidade usuária. Uma alterna­
se com os seus próprios critérios, não apenas em relação aos livros, tiva à posse física foi o empréstimo entre bibliotecas, procedimento
mas também em relação a outros tipos de fontes convencionais ou facilitador aos usuários de diferentes instituições para acesso a
eletrônicas. A determinação de critérios dependerá do tipo de mate­ documentos não-existentes em seus sistemas. Com os documentos
rial a ser selecionado, mas sempre em consonância com os objetivos eletrônicos, ocorre processo semelhante. A diferença reside no em­
da biblioteca. préstimo do material, que apenas significa a liberação para um acesso
92 Atuação profissional na área de informação O impacto tecnológico no exercício profissional 93

Um novo posicionamento para a atividade de tratamento téc­ Nesse aspecto, os critérios de seleção seguem os procedimentos
nico está germinando. Catalogadores podem expandir suas habili­ tradicionais para materiais impressos, variando apenas pela inclu­
dades básicas em áreas não convencionais e desenvolver know how são de requisitos necessários à manutenção de compatibilidades de
para análises de acesso à informação, desenhos de sistemas, espe­ equipamentos e segurança de armazenamento [7].
cialização em telecomunicações ou análise-técnica de gestão de re­ O bibliotecário responsável pela atividade de seleção e aquisi­
cursos online. ção pode consultar seu colega do setor de referência, ou especialistas
As novas demandas ocorrem na área do conhecimento e da e gerentes de informática, ou mesmo outros usuários do produto,
experiência de computação. Idealmente, atribui ao catalogador a além dos fornecedores e produtores, assegurando-se de que o mate­
função de mediador entre as atividades de computa"ção e catalogação. rial avaliado atenda às expectativas da biblioteca. De qualquer for­
Entende-se que, com a evolução tecnológica e a constituição de ma, novas habilidades e assessoramentos fazem-se necessários para
uma ambiência digital para intercâmbio de registros bibliográficos e o desempenho das atividades de seleção e aquisição dos formatos ele­
realização da catalogação cooperativa, a função se modifica pela ne­ trônicos da informação.
cessidade de gerenciar os usos tecnológicos e sua adequação às ativi­ Para visualizar, comparativamente, as mudanças salientadas na
dades catalográficas. Observa-se que neste tópico não foi abordada a literatura entre o material impresso e artefato eletrônico e os novos
adoção de metadados ou gestão de repositórios digitais. conhecimentos de seleção e aquisição, apresenta-se com o Quadro 2
desenvolvido como projeção para futuro debates.
As mudanças do suporte impresso para o eletrônico não ocor­
5 Impactos. na atividade de seleção e aquisição
rem apenas pelo fenômeno Internet. Dependem da informática visto
A atividade da seleção e da aquisição é um momento de decisão que, nos anos 80s, iniciou-se com maior intensidade a transferência
no qual o bibliotecário "detém o poder" de escolher os materiais que de material impresso para meios eletrônicos. Esta mudança foi gera­
irão fazer parte do seu acervo [6]. dora de impactos na atividade de seleção e aquisição. Por estarem os
As variações ocorrem com as novas formas eletrônicas dos re­ bibliotecários tradicionalmente familiarizados com os conteúdos
cursos de informação e exigem não só habilidade ético-social para impressos, agora, no ambiente digital, existe uma preocupação em
escolha do material adequado ao público-alvo, como habilidades e saber se as bibliotecas possuem equipamentos adequados para ma­
procedimentos técnicos novos de parte do profissional. nuseio do produto, espaço no servidor da rede, e na torre de CD-ROM
A própria formulação das políticas de seleção para novas reali­ ou atualização regular do software de acesso ao produto eletrônico.
dades documentárias, mantém as mesmas situações quanto à for­ Além das questões tecnológicas, outro aspecto influencia a prá­
mulação de procedimentos, por inexistirem padrões técnicos tica tradicional da seleção e aquisição: trata-se do licenciamento, que
atualizados que sirvam a qualquer processo de seleção de materiais é um tema relacionado à questão paradigmática de posse do docu­
em bibliotecas. Cabe aos profissionais, baseados em experiências pes­ mento ou de acesso a informação.
soais, desenvolver critérios adequados às necessidades contextuais, As bibliotecas tradicionais caracterizam-se como instituições de
como suporte das atividades seletivas. guarda - detentoras da posse física do material - cujo objetivo é o
Entretanto, o profissional irá: em algum momento, defrontar­ atendimento de necessidades da comunidade usuária. Uma alterna­
se com os seus próprios critérios, não apenas em relação aos livros, tiva à posse física foi o empréstimo entre bibliotecas, procedimento
mas também em relação a outros tipos de fontes convencionais ou facilitador aos usuários de diferentes instituições para acesso a
eletrônicas. A determinação de critérios dependerá do tipo de mate­ documentos não-existentes em seus sistemas. Com os documentos
rial a ser selecionado, mas sempre em consonância com os objetivos eletrônicos, ocorre processo semelhante. A diferença reside no em­
da biblioteca. préstimo do material, que apenas significa a liberação para um acesso
94 Atuação profissional na área de informação
O impacto tecnológico no exercício profissional 95

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96 Atuação profissional na área de informação

requeridas pela realidade tecnológica e, ao mesmo tempo, saibam


Capítulo 6
aproveitar oportunidades de trabalhos proporcionadas por ela.
Competencias profesionales
Referências
111 - CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
en el área de la
(A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, v.1)
121 - LYMAN, Peter. O projeto das comunidades virtuais. Revista USP, n.35,
Ciencia de la Información
p.118-23, 1997.
131 - MENOU, Michel J. Impacto da Internet: algumas questões conceituais José Antonio Moreira González
e metodológicas, ou como acertar um alvo em movimento atrás da cortina Carlos T<jada
de fumaça. DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, n. zero,
1999. !online!. Disponível em: <http://www.dgz.org.br/>. Acesso em: 20
dejan. 2000.
141 -MACEDO, Neusa Dias de; MODESTO, Fernando. Equivalências: do ser­
viço de referência convencional a novos ambientes de redes digitais em bi­
bliotecas. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, Nova Sé­ 1 La definición de competencia profesional
rie, v.1, n.1, p.38-72, 1999.
En los últimos afíos la competencia profesional ha sido objeti­
JS J - SILVA, José Fernando Modesto da. Internet-Biblioteca-Comunidade
acadêmica: conhecimentos, usos e impactos; pesquisa com três universida­
vo de diferentes estudios conceptuales ya que su aplicación en la
des paulistas (UNESP, UNICAMP e USP). São Paulo, 2001. Tese (Doutorado gestión del talento humano, con aspectos clave como la formación y
em Ciências da Comunicação -Área de concentração: Ciência da Informação el desarrollo, lo ha propiciado. Las definiciones utilizadas de
e Documentação) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São competencia recogen siempre la acción en un puesto de trabajo. Así
Paulo. por ejemplo, tenemos la definición de Bung que las considera: "el
161 - VERGUEIRO, Waldomiro. Seleção de materiais de informação: princí­ conjunto de conocimientos, destrezas y aptitudes cuya finalidad es
pios e técnicas. Brasília: Briquet de Lemos, 1995.
la realización de actividades definidas y vinculadas a una determina­
171 - DAVIS, Trisha L. The evolution of selection activities for electronic da profesión" . 1 Es interesante el análisis que realiza Fernando Vargas
resources. Library Trends, v.45, n.3, p.391- 403, 1997.
quién sefíala que "la competencia está en cabeza del individuo, es parte
de su acervo y su capital intelectual y humano"_'.! Su concepción es
dinámica ya que las competencias se adquieren (formación,
experiencia, vida cotidiana), se movilizan, se desarrollan continua­
mente y no pueden abordarse fuera de un contexto determinado.

RIAL SÁNCHEZ, A. La formación para e! trabajo: nuevos escenarios, nuevos


requerimientos de competencias y cualificaciones. En: MONCHÍS, Antonio (coord.).
Formación y empleo: enseiianza y competencias. Granada: Comares, 2000. P. 233-
255 (p. 240).
2 VARGAS ZÚNIGA, f. Competencias en la formación y competencias en la gestión
dei talento humano. Convergencias y desafios. JMontevideoJ: CINTERFOR (OIT),
2002. Disponible en: http://www.ilo.org/public/spanish/region/ampro/cinterfor/
publ/sala/vargas/conv_des/index.htm. Consultado e! 23 de marzo de 2004.
96 Atuação profissional na área de informação

requeridas pela realidade tecnológica e, ao mesmo tempo, saibam


aproveitar oportunidades de trabalhos proporcionadas por ela.
Capítulo 6

Competencias profesionales
Referências
[11 - CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
en el área de la
(A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, v.1)
121 - LYMAN, Peter. O projeto das comunidades virtuais. Revista USP, n.35,
Ciencia de la Información
p.118-23, 1997.
131 - MENOU, Michel J. Impacto da Internet: algumas questões conceituais José Antonio Moreira González
e metodológicas, ou como acertar um alvo em movimento atrás da cortina Carlos Tcjada
de fumaça. DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, n. zero,
1999. [online!. Disponível em: <http://www.dgz.org.br/>. Acesso em: 20
dejan. 2000.
[41- MACEDO, Neusa Dias de; MODESTO, Fernando. Equivalências: do ser­
viço de referência convencional a novos ambientes de redes digitais em bi­
bliotecas. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, Nova Sé­ 1 La definición de competencia profesional
rie, v.1, n.1, p.38-72, 1999.
En los últimos afíos la competencia profesional ha sido objeti­
151- SILVA, José Fernando Modesto da. Internet- Biblioteca- Comunidade
acadêmica: conhecimentos, usos e impactos; pesquisa com três universida­ vo de diferentes estudios conceptuales ya que su aplicación en la
des paulistas (UNESP, UNICAMP e USP). São Paulo, 2001. Tese (Doutorado gestión dei talento humano, con aspectos clave como la formación y
em Ciências da Comunicação -Área de concentração: Ciência da Informação e! desarrollo, lo ha propiciado. Las definiciones utilizadas de
e Documentação) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São competencia recogen siempre la acción en un puesto de trabajo. Así
Paulo. por ejemplo, tenemos la definición de Bung que las considera: "el
161 - VERGUEIRO, Waldomiro. Seleção de materiais de informação: princí­ conjunto de conocimientos, destrezas y aptitudes cuya finalidad es
pios e técnicas. Brasília: Briquet de Lemos, 1995.
la realización de actividades definidas y vinculadas a una determina­
17 J - DAVIS, Trisha L. The evolution of selection activities for electronic
da profesión". 1 Es interesante e! análisis que realiza Fernando Vargas
resources. Library Trends, v.45, n.3, p.391- 403, 1997.
quién sefíala que "la competencia está en cabeza dei individuo, es parte
de su acervo y su capital intelectual y humano" 2 Su concepción es
dinámica ya que las competencias se adquieren (formación,
experiencia, vida cotidiana), se movilizan, se desarrollan continua­
mente y no pueden abordarse fuera de un contexto determinado.

RIAL SÁNCHEZ, A. La formación para e[ trabajo: nuevos escenarios, nuevos


requerimientos de competencias y cualificaciones. En: MONCHÍS, Antonio (coord.).
Formación yempleo: enseiianza ycompetencias. Granada: Comares, '.2000. P. 233-
255 (p. 240)
2 VARGAS ZÚNIGA, f. Competencias en la formación y competencias en Ia gestión
dei talento humano. Convergencias y desafios. IMontevideol: CINTERFOR (OIT),
2002. Disponible en: http://www.ilo.org/public/spanish/region/ampro/cinterfor/
publ/sala/vargas/conv_des/index.htm. Consultado el 23 de marzo de 2004.
1111 1/11,11,1<• 1•10/irnont1l ,w área da informação Competencias profesionales 99

Una de las más importantes sistematizaciones de competencias En ocasiones además las competencias son la base de los sis­
en nuestra área, la Relación de Eurocompetencias en Información y l cmas de certificación de profesionales. El objetivo de estas servicios
Documentación, también parte de una definición parecida: "Las es calificar con métodos objetivos las competencias profesionales,
competencias se entienden como e! conjunto de capacidades necesarias para así dar un certificado ai profesional que !e ayude en su movilidad
para el ejercicio de una actividad profesional y el dominio de los y que confirme que es capaz de realizar ciertos trabajos y servicios.
comportamientos correspondientes" . 3 En la actualidad, son diversas asociaciones profesionales en todo el
Otra de las sistematizaciones fundamentales en Biblioteconomía, mundo las que ya tienen este servicio o están comenzando su an­
las Competencies for special librarians for 21st Centuryde la Special dadura. Por ejemplo en Europa occidental en la actualidad son tres
Library Associa tion, 4 seõ.ala los dos componentes básicos de la las asociaciones que ya certifican a los profesionales en Información
competencia: los conocimientos y las aptitudes. Diferencia las com­ y Documentación: la francesa ADBS (Association des Profcssionnels
petencias profesionales, que abarcan los conocimientos y la habilidad de l'Information et de la Documentation) la alemana DGI (Deutsche
para utilizarias como base para proporcionar los distintos servicios, Gesellschaft für Informationswissenschaft und Informationpraxis)
y las competencias personales, que consisten en "las habilidades, y la espaõ.ola SEDIC (Sociedad Espaõ.ola de Documentación e Infor­
actitudes y valores que le permiten a los bibliotecarios trabajar de mación Científica).
forma eficiente; ser buenos comunicadores; enfocarse en el aprendizaje
continuo durante toda su carrera; demostrar el valor agregado de sus
3 Sistematizaciones de competencias en
contribuciones; y sobrevivir en el nuevo mundo laboral" . 5
información y documentación
Son diversas las sistematizaciones de competencias dei
2 Objetivos y utilidades de la definición de competencias
profesional de la Información y Documentación realizadas. Estas
La definición de las competencias profesionales tiene diferentes estudios se han elaborado principalmente desde las asociaciones
utilidades y distintos destinatarios. En primer lugar, supone un profesionales o instituciones ligadas a esta profesión o desde las uni­
ejercicio de aclaración de los límites de nuestra profesión, algo esencial versidades. Desde estas páginas se van a recoger los trabajos que, a
en un momento en el que con la Sociedad de la Información esos nuestro juicio, consideramos más significativos.
límites se han desdibujado. Así, los profesionales tienen una
herramienta que les ayuda en la definición de su propio perfil y en la
3 .1 Relaciones de competencias elaboradas
identificación de sus puntos fuertes y débiles ante e! mercado laboral.
desde la universidad
Es también un punto clave en la elaboràción de los planes de
formación, ya sea académica o continua, ya que permite establecer Entre las relaciones de competencias elaboradas desde la
más claramente sus objetivos. Por último también es útil en la gestión universidad el primer trabajo que debemos de citar es e! realizado en
de los recursos humanos ayudando en la definición de tareas y el marco dei IV Encuentro de Directores de Escudas de Bibliotecología
necesidades en un determinado ambiente de trabajo. y Ciencia de la Información del MERCOSUR. 6 Se identificaron las
competencias que debía tener un graduado en estas disciplinas de una
universidad dei Mercosur. Estas se agrupaban en cuatro grandes
3 Relación de eurocompetencias en información y documentación. Madrid: SEDIC,
2000. P. 11.
4 SPIEGELMAN, B. M. (ed.). Competencies for special librarians for 21st Century.
Washington: Special Libraries Association, 1997. 6 VALENTIM, M. P . (org.); PONJUAN DANTE, G. [et al.J. O profissional da
5 Ibidem. P. 10. informaçao: formação, perfil e atuação profissional. Sao Paulo: Polis, 2000.
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Una de las más importantes sistematizaciones de competencias En ocasiones además las competencias son la base de los sis­
en nuestra área, la Relación de Eurocompetencias en Información y l mias de certificación de profesionales. El objetivo de estos servicios
Documentación, también parte de una definición parecida: "Las 1 s rnlificar con métodos objetivos las competencias profesionales,

competencias se entienden como el conjunto de capacidades necesarias 11,1ra así dar un certificado ai profesional que !e ayude en su movilidad
para e! ejercicio de una actividad profesional y e! domínio de los y que confirme que es capaz de realizar ciertos trabajos y servicios.
comportamientos correspondientes". J l'.11 la actualidad, son diversas asociaciones profesionales en todo e!
Otra de las sistematizaciones fundamentales en Biblioteconomía, mundo las que ya tienen este servicio o están comenzando su an­
las Competencies for special librarians for 21 st Century de la Special dadura. Por ejemplo en Europa occidental en la actualidad son tres
Library Associa tion, 4 sefíala los dos componentes básicos de la lns asociaciones que ya certifican a los profesionales en Información
competencia: los conocimientos y las aptitudes. Diferencia las com­ y Documentación: la francesa ADBS (Association des Professionnels
petencias profesionales, que abarcan los conocimientos y la habilidad de l'Information et de la Documentation) la alemana DGI (Deutsche
para utilizarlos como base para proporcionar los distintos servicios, Gesellschaft für Informationswissenschaft und Informationpraxis)
y las competencias personales, que consisten en "las habilidades, y la espafíola SEDIC (Sociedad Espai'iola de Documentación e Infor­
actitudes y valores que le permiten a los bibliotecarios trabajar de mación Científica).
forma eficiente; ser buenos comunicadores; enfocarse en el aprendizaje
continuo durante toda su carrera; demostrar e! valor agregado de sus
3 Sistematizaciones de competencias en
contribuciones; y sobrevivir en e! nuevo mundo laboral" . 5
información y documentación
Son diversas las sistematizaciones de competencias del
2 Objetivos y utilidades de la definición de competencias profesional de la Información y Documentación realizadas. Estos
La definición de las competencias profesionales tiene diferentes estudios se han elaborado principalmente desde las asociaciones
utilidades y distintos destinatarios. En primer lugar, supone un profesionales o instituciones ligadas a esta profesión o desde las uni­
ejercicio de aclaración de los límites de nuestra profesión, algo esencial versidades. Desde estas páginas se van a recoger los trabajos que, a
en un momento en el que con la Sociedad de la Información esos nuestro juicio, consideramos más significativos.
límites se han desdibujado. Así, los profesionales tienen una
herramienta que les ayuda en la definición de su propio perfil y en la
3 .1 Relaciones de competencias elaboradas
identificación de sus puntos fuertes y débiles ante el mercado laboral.
desde la universidad
Es también un punto clave en la elaboràción de los planes de
formación, ya sea académica o continua, ya que permite establecer Entre las relaciones de competencias elaboradas desde la
más claramente sus objetivos. Por último también es útil en la gestión universidad e! primer trabajo que debemos de citar es e! realizado en
de los recursos humanos ayudando en la definición de tareas y el marco del IV Encuentro de Directores de Escuelas de Bibliotecología
necesidades en un determinado ambiente de trabajo. y Ciencia de la Información dei MERCOSUR. 6 Se identificaron las
competencias que debía tener un graduado en estas disciplinas de una
universidad del Mercosur. Estas se agrupaban en cuatro grandes
3 Relación de eurocompetencias en información y documentación. Madrid: SEDIC,
2000. P. 11.
4 SPIEGELMAN, B. M. (ed.). Competencies for special librarians for 21st Century.
Washington: Special Libraries Association, 1997. 6 VALENTIM, M. P. (org.); PONJUAN DANTE, G. let ai. 1. O profissional da
5 Ibidem. P. 10. informaçao: formação, perfil e atuação profissional. Sao Paulo: Polis, JOOO.
100 Atuação profissional na área da informação Competencias profesionalcs 1O1

bloques: competencias en comunicación y expresión, competencias Saber organizar.


técnico-científicas, competencias gerenciales y competencias sociales Saber anticiparse.
y políticas. Saber analizar una situación.
Noel Angulo MarciaF elaboró una relación de diez competencias Ser riguroso.
a las que se debía orientar la formación universitaria. En este trabajo, Saber realizar una síntesis.
realizado a partir de una extensa revisión bibliográfica, además se Saber escuchar.
sefi.alaban en cada una de esas competencias una serie de ejemplos Saber precisar.
como tareas concretas. Sefi.alamos a continuación esas diez Saber ser disponible.
competencias clave: Saber negociar.
Saber adaptarse.
1. Comprender la estructura del conocimiento y la Saber ensefi.ar.
información Saber trabajar en equipo.
2. Generar la conciencia de necesidad de información Saber autoformarse.
3. Disefi.ar y aplicar estrategias de búsqueda Saber conducir un equipo.
4. Localizar los recursos de la información Tener espíritu crítico.
5. Valorar y comprender la información Ser autónomo.
6. Interpretar la información Saber motivarse.
7. Comunicar la información Saber evaluarse.
8. Disfrutar las manifestaciones artísticas de la
información
3.2 Competencias para bibliotecarios especializados de la
9. Evaluar el proceso y el resultado de la búsqueda
Special Library Association
10. Reconocer el valor de la información en el desarrollo de
la sociedad En el afio 1997 se publicaron con gran repercusión 9 las
Competenciaspara bibliotecarios especializados dei sigla XXI que había
Muchos estudios han destacado la importancia de las aptitudes realizado la Special Library Association. 10 Distingue como ya
en el desarrollo profesional. Así por ejemplo, el realizado en la Ecole adelantamos dos grupos: las competencias profesionales y las com­
Supérieure d'Information Documentaire de Ginebra 8 reafirma esta petencias personales. Textualmente senalamos dichas competencias:
idea y concluye que las competencias "transversales" no necesa­
riamente están ligadas a la técnica documental. Así identifica las
siguientes competencias clave:

9. Asf por ejemplo tenemos e! trabajo de Pamela Scoot y Anne Kirby quienes estudiaron
7 MARCIAL, N. A. Competencias en el uso de la tecnología y los recursos de información. su integración en los ambientes de trabajo. Sheila Webber las comparó con las
Transinformaçáo, vol. 11, n. 3, setembro/dezembro 1999, p. 195-204. competencias dei Consejo de Europa y las de la consultora inglesa TFPL. La SLA,
8 DESCHAMPS, J. Nouvel/es competences en information documentaire et technologie ALISE {Association for Library and lnformation Science Education) y la MLA {Medical
de l'information: etude des offres d'empfoi du Bulletin des postes vacants de l'ESID Library Association) elaboraron un informe para ver como las universidades habían
sur quatre années de référence. 1999. Disponible en http://www.geneve.ch/heg/ recogido estas competencias.
id/presentation/missions/urtexte2.htm {consultado e! 26 de diciembre de 2000). 10. SPIEGELMAN, B. M. {ed.). Competencies... Op. cit.
100 Atuação profissional na área da informação Competcncias profesionalcs 1 O1

bloques: competencias en comunicación y expresión, competencias Saber organizar.


técnico-científicas, competencias gerenciales y competencias sociales Saber anticiparse.
y políticas. Saber analizar una situación.
Noel Angulo MarciaF elaboró una relación de diez competencias Ser riguroso.
a las que se debía orientar la formación universitaria. En este trabajo, Saber realizar una síntesis.
realizado a partir de una extensa revisión bibliográfica, además se Saber escuchar.
sefialaban en cada una de esas competencias una serie de ejemplos Saber precisar.
como tareas concretas. Sefíalamos a continuación esas diez Saber ser disponible.
competencias clave: Saber negociar.
Saber adaptarse.
1. Comprender la estructura del conocimiento y la Saber ensefíar.
información Saber trabajar en equipo.
2. Generar la conciencia de necesidad de información Saber autoformarse.
3. Disefiar y aplicar estrategias de búsqueda Saber conducir un equipo.
4. Localizar los recursos de la información Tener espíritu crítico.
5. Valorar y comprender la información Ser autónomo.
6. Interpretar la información Saber motivarse.
7. Comunicar la información Saber evaluarse.
8. Disfrutar las manifestaciones artísticas de la
información
9. Evaluar el proceso y el resultado de la búsqueda 3.2 Competencias para bibliotecarios especializados de la
10. Reconocer el valor de la información en el desarrollo de Special Library Association
la sociedad En el afio 1997 se publicaron con gran repercusión 9 las
Competencias para bibliotecarios especializados del sigla XXIque había
Muchos estudios han destacado la importancia de las aptitudes realizado la Special Library Association. 10 Distingue como ya
en el desarrollo profesional. Así por ejemplo, el realizado en la Ecole adelantamos dos grupos: las competencias profesionales y las com­
Supérieure d'Jnformation Documentaire de Ginebra8 reafirma esta petencias personales. Textualmente sefialamos dichas competencias:
idea y concluye que las competencias "transversales" no necesa­
riamente están ligadas a la técnica documental. Así identifica las
siguientes competencias clave:

9. Así por ejemplo tenemos el trabajo de Parnela Scoot y Anne Kirby quienes estudiaron
7 MARCIAL, N. A. Competencias en el uso de la tecnologia y los recursos de infonnación. su integración en los ambientes de trabajo. Sheila Webber las comparó con las
Transinformaçáo, vol. 11, n. 3, setembro/dezembro 1999, p. 195-204. competencias dei Consejo de Europa y las de la consultora inglesa TFPL. La SLA,
8 DESCHAMPS, J. Nouvelles competences en information documentaire et technologie ALISE (Association for Library and Jnformation Science Educalion) y la MLA (Medical
de l'information: etude des offres d'emp/oi du Bulletin des postes vacants de l'ES!D Library Assocíation) e[aboraron un informe para ver como las universidades habían
sur quatre années de référence. 1999. Disponible en http://www.geneve.ch/heg/ recogido estas competencias.
id/presentation/missions/urtexte2.htm (consultado e! 26 de diciembre de 2000). 10. SPIEGELMAN, B. M. (ed.). Competencies... Op. cit.
102 Atuação profissional na área da informação Competencias profcsionales 103

COMPETENCIAS PROFESIONALES COMPETENCIAS PERSONALES

El bibliotecario especializado: El bibliotecario especializado:


2.1. Está dedicado a la excelencia en el servicio.
1.1. Tiene un conocimiento especializado dei contenido de los recur­
sos de información, inclusive la habilidad de evaluarlos y filtrarlos 2.2. Busca desafios y encuentra nuevas oportunidades dentro y
críticamente. fuera de la biblioteca.

1.2. Tiene un conocimiento especializado dei tema apropiado al trabajo 2.3. Comprende las circunstancias.
de la organización o dei cliente. 2.4. Busca asociaciones y alianzas.
1 .3. Desarrolla y maneja servicios informativos que son convenien­ 2.5. Crea un ambiente de respeto mutuo y confianza.
tes, accesibles y efectivos, basados en el costa, y alineados con la 2.6. Tiene habilidades efectivas de comunicación.
dirección estratégica de la organización. 2.7. Trabaja bien con otros en un equipo.
1.4. Proporciona instrucción y apoyo excelente para los usuarios de 2.8. Actúa como líder.
la biblioteca y los servicios informativos.
2. 9. Planifica, define prioridades y enfoca en lo crítico.
1.5. Evalúa las necesidades, los disefios, los servicios y los productos
2.10. Está dedicado al aprendizaje permanente y a la planificación ele
informativos de valor agregado para satisfacer las necesidades
su carrera.
identificadas.
2.11. Tiene habilidades comerciales y crea nuevas oportunidades.
1.6. Utiliza tecnología de información apropiada para adquirir, orga­
nizar y diseminar información. 2.12. Reconoce el valor de la comunicación y solidaridad profesional.
1. 7. Utiliza modelos comerciales y administrativos apropiados para 2.13. Es flexible y positivo en un período de cambias continuas.
comunicarle a la administración superior la importancia de los
servicios de información. Como vemos son competencias que no solo las aplica u n
1.8. Desarrolla productos de información especializados para e! uso profesional en l a biblioteca especializa, ya que puede aplicarias en
dentro o fuera de la organización o bien por clientes indivicluales. cualquier ámbito de la información y documentación.
1. 9. Evalúa los resultados dei uso de la información e investiga las
soluciones de los problemas relacionados con el manejo de
3.3 Las Recomendaciones del Consejo de Europa sobre
información.
perfiles y competencias de los profesionales de la
1.10. Mejora continuamente los servicios de información en respuesta información y trabajadores del conocimiento que
a los cambias en las necesidades.
trabajan en las industrias e instituciones culturales
1.11. Es un miembro efectivo dei equipo administrativo superior y un
consultor a la organización con respecto a los asuntos ele Uno de los puntos más interesantes de las Recomendaciones
información. dei Consejo de Europa sobre perfiles y competen cias de los
profesionales de la informaci6n y trabajadores dei conocimiento que
trabajan en las industrias e instituciones culturales es la clistinción
que realiza entre profesionales de la información y trabajadores dei
conocimiento. Los primeros son los mediadores entre creadores,
proveedores, usuarios y las tecnologías de la información. Deben de
poseer competencias tecnológicas, para organizar y recuperar
información, y competencias profesionales y sociales, para tratar la
102 Atuação profissional na área da informação Competencias profesionales 103

COMPETENCIAS PROFESIONALES COMPETENCIAS PERSONALES

El bibliotecario especializado: El bibliotecario especializado:


2.1. Está dedicado a la excelencia en el servicio.
1.1. Tiene un conocimiento especializado del contenido de los recur­
2.2. Busca desafios y encuentra nuevas oportunidades dentro y
sos de información, inclusive la habilidad de evaluarlos y filtrarias
fuera de la biblioteca.
críticamente.
2.3. Comprende las circunstancias.
1.2. Tiene un conocimiento especializado dei tema apropiado ai trabajo
de la organización o dei cliente. 2.4. Busca asociaciones y alianzas.
1.3. Desarrolla y maneja servicios informativos que son convenien­ 2.5. Crea un ambiente de respeto mutuo y confianza.
tes, accesibles y efectivos, basados en el casto, y alineados con la 2.6. Tiene habilidades efectivas de comunicación.
dirección estratégica de la organización. 2.7. Trabaja bien con otros en un equipo.
1.4. Proporciona instrucción y apoyo excelente para los usuarios de 2.8. Actúa como líder.
la biblioteca y los servicios informativos.
2.9. Planifica, define prioridades y enfoca en lo crítico.
1.5. Evalúa las necesidades, los disefios, los servicios y los productos
2.10. Está dedicado al aprendizaje permanente y a la planificación de
informativos de valor agregado para satisfacer las necesidades
su carrera.
identificadas.
2.11. Tiene habilidades comerciales y crea nuevas oportunidades.
1.6. Utiliza tecnología de información apropiada para adquirir, orga­
nizar y diseminar información. 2.12. Reconoce el valor de la comunicación y solidaridad profesional.
1. 7. Utiliza modelos comerciales y administrativos apropiados para 2.13. Es flexible y positivo en un período de cambias continuas.
comunicarle a la administración superior la importancia de los
servicios de información. Como vemos son competencias que no solo las aplica un
1.8. Desarrolla productos de información especializados para el uso profesional en la biblioteca especializa, ya que puede aplicarlas en
dentro o fuera de la organización o bien por clientes individuales. cualquier ámbito de la información y documentación.
1. 9. Evalúa los resultados dei uso de la información e investiga las
soluciones de los problemas relacionados con el manejo de
3.3 Las Recomendaciones del Consejo de Europa sobre
información.
perfiles y competencias de los profesionales de la
1.1O. Mejora continuamente los servicios de información en respuesta información y trabajadore s dei c onocimiento que
a los cambias en las necesidades. trabajan en las industrias e instituciones culturales
1. 11. Es un miembro efectivo dei equipo administrativo superior y un
consultor a la organización con respecto a los asuntos de Uno de los puntos más interesantes de las Recomendaciones
información. dei Consejo de Europa sobre perfiles y competencias de los
profesionales de la información y trabajadores dei conocimiento que
trabajan en las industrias e instituciones culturales es la distinción
que realiza entre profesionales de la información y trabajadores del
conocimiento. Los primeros son los mediadores entre creadores,
proveedores, usuarios y las tecnologías de la información. Deben de
poseer competencias tecnológicas, para organizar y recuperar
información, y competencias profcsionales y sociales, para tratar la
104 Atuação profissional na área da informação Competencias profesionales 105

información según las necesidades de los usuarios. Por otra parte, desarrollo. Las habilidades de supervivencia son necesarias para apli­
los trabajadores del conocimiento deben de dar un valor ai'íadido a la car eficazmente las competencias básicas: habilidades de comu­
información, por lo que se les considera "analistas simbólicos", nicación, gestión de proyectos, trabajo en equipo y habilidades
capaces de desarrollar nuevos servicios y productos basados en el comerciales entre otras. Las habilidades específicas de la gestión del
conocimiento. conocimiento son una mezcla de habilidades de gestión del cambio y de
Además, el documento determina cuatro áreas en las que se gestión de la información.
desarrollan los nuevos perfiles: disefí.o y tecnología, gestión y tecno­
logía, contenido y tecnología y distribución y tecnología. Pero todos
estos profesionales deben asumir una serie de objetivos: 3.5 Criteria for Information Science del Institute of
Adquirir y procesar información, para mediar y realizar productos Information Scientists
de información de mercado. El informe Criteria for Information Science fue elaborado por
Ser conscientes de las características, potenciales y límites de el Institute of Information Scientists del Reino Unido. Tenía como
medios de comunicación digitales. objetivo fijar las competencias a las cuales de debía orientar la
Conocer las diferentes necesidades y requisitos de los distintos formación continua que ofertan. Agrupan las competencias defini­
grupos de usuarios, el profesional y el privado. das en cuatro bloques:
Ser capaces de transferir el desarrollo cultural y social ai proceso Área básica de Ciencias de la Información: características de la
de la producción y difusión de información. información, sus proveedores y usuarios, fuentes de información,
Tener actitudes de trabajo orientadas ai servicio y al mercado. recuperación y almacenamiento de la información, análisis de la
Poder evaluar los medios de comunicación, los servicios de información, y teoría de las ciencias de la información.
información y los productos, teniendo en cuenta los tipos Gestión de la información: planificación, comunicación, sistemas
diferentes de información, los requisitos dei usuario y los de gestión y control de la información, gestión de recursos hu­
mercados. manos, gestión financiera, promoción, economía, marketing y
Así para cump lir los anteriores objetivos el documento factores políticos, éticos, sociales y legales.
desarrolla unas competencias que las agrupa en ocho grupos: habi­ Tecnología de la información: sistemas informáticos, hardware
lidades directivas, habilidades organizativas, capacidades creativas, y software, telecomunicaciones, aplicaciones de tecnología de la
competencias en informática, actitudes personales, habilidades legales, información y cuestiones del entorno.
habilidades de comunicación y habilidades lingüísticas. Habilidades auxiliares· técnicas de investigación, habilidades lin­
güísticas e idiomas.
3.4 Habilidades para la g estión del conocimiento.
Un estudio de TFPL y de la Comisión de Biblioteca e 3.6 La Relación de Eurocompetencias en Información y
Información del Gobierno de Gran Bretaií.a Documentación. Los proyectos DECIDOC y CERTIDOC
La consultora TFPL y por la Library and Information Comission La Relación de Eurocompetencias en Información y Documen­
del Gobierno de Gran Bretafí.a realizaron e! informe Skills for tación fue fruto del proyecto europeo DECIDOC (que son las siglas
knowledge management. Diferencia tres tipos de competencias: las de "Desarrollar las Eurocompetencias en Información y Documen­
básicas, las habilidades de supervivencia y las habilidades de la gestión tación"). Así e! objetivo principal de este proyecto era "promover la
dei conocimiento. Las competencias básicas lo conformarían el bagaje cooperación entre todos los socios [del proyecto] por conseguir un
educativo, profesional y técnico del candidato, más su experiencia y mejor conocimiento de las competencias en el campo profesional de
104 Atuação profissional na área da informação Competencias profesionales 105

información según las necesidades de los usuarios. Por otra parte, desarrollo. Las habilidades de supervivencia son necesarias para apli­
los trabajadores dei conocimiento deben de dar un valor afiadido a la car eficazmente las competencias básicas: habilidades de cornu­
información, por lo que se les considera "analistas simbólicos", nicación, gestión de proyectos, trabajo en equipo y habilidades
capaces de desarrollar nuevos servicios y productos basados en el comerciales entre otras. Las habilidades específicas de la gestión dei
conocimiento. conocirniento son una rnezcla de habilidades de gestión del cambio y de
Además, el documento determina cuatro áreas en las que se gestión de la inforrnación.
desarrollan los nuevos perfiles: disefio y tecnología, gestión y tecno­
logía, contenido y tecnología y distribución y tecnología. Pero todos
estas profesionales deben asurnir una serie de objetivos: 3.5 Criteria for Information Science del Institute of
Adquirir y procesar inforrnación, para mediar y realizar productos Information Scientists
de información de mercado. El informe Criteria for Information Science fue elaborado por
Ser conscientes de las características, potenciales y lírnites de el Institute of Inforrnation Scientists del Reino Unido. Tenía corno
medias de cornunicación digitales. objetivo fijar las competencias a las cuales de debía orientar la
Conocer las diferentes necesidades y requisitos de los distintos forrnación continua que ofertan. Agrupan las cornpetencias defini­
grupos de usuarios, e! profesional y el privado. das en cuatro bloques:
Ser capaces de transferir e! desarrollo cultural y social al proceso Área básica de Ciencias de la Inforrnación: características de la
de la producción y difusión de inforrnación. información, sus proveedores y usuarios, fuentes de inforrnación,
Tener actitudes de trabajo orientadas al servicio y al mercado. recuperación y alrnacenarniento de la inforrnación, análisis de la
Poder evaluar los rnedios de cornunicación, los servicios de inforrnación, y teoría de las ciencias de la información.
inforrnación y los productos, teniendo en cuenta los tipos Gestión de la información: planificación, comunicación, sistemas
diferentes de inforrnación, los requisitos del usuario y los de gestión y control de la inforrnación, gestión de recursos hu­
mercados. manos, gestión financiera, prornoción, econornía, marketing y
Así para cumplir los anteriores objetivos el documento factores políticos, éticos, sociales y legales.
desarrolla unas cornpetencias que las agrupa en ocho grupos: habi­ Tecnología de la inforrnación: sistemas informáticos, hardware
lidades directivas, habilidades organizativas, capacidades creativas, y software, telecomunicaciones, aplicaciones de tecnología de la
cornpetencias en informática, actitudes personales, habilidades legales, inforrnación y cuestiones dei entorno.
habilidades de comunicación y habilidades !ingüísticas. Habilidades auxiliares· técnicas de investigación, habilidades lin­
güísticas e idiomas.
3.4 Habilidades para la gestión del conocimiento.
Un estudio de TFPL y de la Comisión de Biblioteca e 3.6 La Relación de Eur ocompetencias en Información y
Información del Gobierno de Gran Bretaiia Documentación. Los proyectos DECJDOC y CERTIDOC
La consultora TFPL y por la Library and Jnformation Comission La Relación de Eurocompetencias en Jnformación y Documen­
del Gobierno de Gran Bretafia realizaron el informe Skills for tación fue fruto de! proyecto europeo DECIDO( (que son las siglas
knowledge management. Diferencia tres tipos de cornpetencias: las de "Desarrollar las Eurocornpetencias en Información y Documen­
básicas, las habilidades de supervivencia y las habilidades de la gestión tación"). Así e! objetivo principal de este proyecto era "promover la
dei conocirniento. Las cornpetencias básicas lo conforrnarían e! bagaje cooperación entre todos los socios [dei proyecto] por conseguir un
educativo, profesional y técnico dei candidato, más su experiencia y mejor conocimiento de las competencias en e! campo profesional de
106 Atuação profissional na área da informação Competencias profesionalcs lO7

la información y documentación y a una transparencia de las las competencias del proyecto DECIDOC. A juicio de estos profesio­
competencias clave adaptadas al desarrollo tecnológico, a la nales las eurocompetencias más importantes son: la búsqueda de in­
competitividad de las empresas y a las necesidades del mercado de formación, la interacción con los usuarios y los clientes y la elabo­
trabajo" . 11 ración y difusión de la información.
En 199 7 se iniciá este proyecto a cargo de seis de las asociaciones En la actualidad, se está desarrollando el proyecto CERTIDOC
de ECIA (European Council oflnformation Associations): la asociación (Certificación en información-documentación) 14 que continua el
belga ABD-BVD, la francesa ADBS, la británica ASLIB, la alemana camino abierto por DECIDOC y tiene como objetivo crear un sistema
DGI, la portuguesa INCITE y la espafi.ola SEDIC. europeo de certificación de profesionales en información y
Jean Meyriat, uno de los artífices del proyecto, fundamentaba documentación. Las organizaciones que participan son 1\DBS, DGI,
así ese entorno europeo: "Por dos razones principales, la primera es SEDIC, Universidad Libre de Bruselas y Bureau Van Dick. Una de las
que el reconocimiento similar en todos los países de una misma fases de este proyecto ha sido la revisión y puesta ai día de la Relación
profesión da más peso, más fuerza a esta profesión en su relación de Eurocompetencias, por lo que aparecerá una nueva edición también
con las autoridades públicas, con los gobiernos, con la opinión pú­ traducida a diversas lenguas a lo largo del afio 2004.
blica o con los empleadores. La segunda razón era que el recono­ Esta revisión obedece a la idea de que las competencias en un
cimiento en muchos países puede ayudar a la movilidad profesional entorno tan cambiante como el nuestro deben estar en actualización
de los profesionales entre las fronteras, por esta razón decidimos hacer constante. Así las asociaciones que participaron en su elaboración
este trabajo común y buscar el interés de la Comisión Europea" . 1'.! crearon e! CPSE (Comité Permanent pour le Suivi de l'Euroréférentiel)
El principal logro de este proyecto es la Relación de Euro­ para el seguimiento del Euroreferencial. En esta nueva edición son
competcncias en Información y Documentación, traducida ya a siete treinta y tres las competencias identificadas y se agrupan en cinco
lenguas europeas: inglés, francés, alemán, checo, portugués, rumano grupos: Información, Tecnologías, Comunicación, Gestión y Otros
y espafí.ol. Son treinta los domínios de competencia identificados. saberes. Además los ejemplos se han revisado en profundidad y han
Además se caracterizan cuatro niveles de competencia sucesivos que recogido el cambio tecnológico de los últimos afios. También las
se corresponderían con los cuatro niveles de objetivos pedagógicos aptitudes han aumentado de número siendo ahora veinte.
que sefi.alan los especialistas en formación. Cada nivel y por cada Otros trabajos que también se realizan en el proyecto CERTIDOC
competencia se ejemplifica con las tareas que el profesional podría y que pueden ser interesentes en el marco de las competencias son: el
hacer. También se sefí.alan y definen las quince aptitudes básicas de estudio de los sistemas certificadores en información y docw11entación
la profesión. en Europa; la creación de los diferentes reglamentos y normas que
En el afio 2001, como parte de un estudio l .l de la asociación regirán el sistema certificador europeo y la creación de una
profesional espafi.ola SEDIC para determinar la situación laboral y herramienta informática para que cada profesional pueda autoevaluar
profesional de sus socios, por media de un cuestionario se valoraron sus competencias con enlace a una base de datos con la formación
continua de todos los países dei proyecto.

11 COMMISSION EUROPÉENNE. DIRECTION GÉNÉRAL XXII. Projcct DEC/Doc.


Rapport final. Bruxelles, 2001. P. 5.
12 MEYRIAT, J. EI profesional de la información en Europa. EI proyecto DECIDOC. X
Jornadas de la EUBD: Profesionales de la información y documentación: formación,
perfiles y mercado de trabajo en w1 entorno europeo. 2001, Madrid.
13 TEJADA, C.; Rodríguez Yunta, L. Situación laboral y profesional de los sacias de
SEDIC: resultados de la encuesta realizada en el 2001. Madrid: CERSA, 2002. ISBN
14 Más infonnación en el sitio web de Certidac http://www.certidoc.net
84-89456-03-8.
106 Atuação profissional na área da informação Competencias profesionales 1O7

la información y documentación y a una transparencia de las las competencias del proyecto DECIDOC. A juicio de estas profesio­
competencias clave adaptadas al desarrollo tecnológico, a la nales las eurocompetencias más importantes son: la búsqueda de in­
competitividad de las empresas y a las necesidades del mercado de formación, la interacción con los usuarios y los clientes y la elabo­
trabajo". 11 ración y difusión de la información.
En 199 7 se inició este proyecto a cargo de seis de las asociaciones En la actualidad, se está desarrollando el proyecto CERTIDOC
de ECIA (European Council oflnformation Associations): la asociación (Certificación en información-documentación) 14 que continua el
belga ABD-BVD, la francesa ADBS, la británica ASLIB, la alemana camino abierto por DECIDOC y time como objetivo crear un sistema
DGI, la portuguesa INCITE y la espafíola SEDIC. e uropeo de certificación de profesionales en información y
Jean Meyriat, uno de los artífices del proyecto, fundamentaba documentación. Las organizaciones que participan son: 1\DBS, DGI,
así ese entorno europeo: "Por dos razones principales, la primera es SEDIC, Universidad Libre de Bruselas y Bureau Van Dick. Una de las
que el reconocimiento similar en todos los países de una misma fases de este proyecto ha sido la revisión y puesta al día de la Relación
profesión da más peso, más fuerza a esta profesión en su relación de Eurocompetencias, por lo que aparecerá una nueva edición también
con las autoridades públicas, con los gobiernos, con la opinión pú­ traducida a diversas lenguas a lo largo del afio 2004.
blica o con los empleadores. La segunda razón era que el recono­ Esta revisión obedece a la idea de que las competencias en tm
cimiento en muchos países puede ayudar a la movilidad profesional entorno tan cambiante como el nuestro deben estar en actualización
de los profesionales entre las fronteras, por esta razón decidimos hacer constante. Así las asociaciones que participaron en su elaboración
este trabajo común y buscar el interés de la Comisión Europea" . 1 � crearon el CPSE (Comité Permanent pour le Suivi de l'Euroréférentiel)
El principal logro de este proyecto es la Relación de Euro­ para el seguimiento del Euroreferencial. En esta nueva edición son
competencias en Información y Documentación, traducida ya a siete treinta y tres las competencias identificadas y se agrupan en cinco
lenguas europeas: inglês, francês, alemán, checo, português, rumano grupos: Información, Tecnologías, Comunicación, Gestión y Otros
y espanol. Son treinta los domínios de competencia identificados. saberes. Además los ejemplos se han revisado en profundidad y han
Además se caracterizan cuatro niveles de competencia sucesivos que recogido el cambio tecnológico de los últimos anos. También las
se corresponderían con los cuatro niveles de objetivos pedagógicos aptitudes han aumentado de número siendo ahora veinte.
que senalan los especialistas en formación. Cada nível y por cada Otros trabajos que también se realizan en el proyecto CERTIDOC
competencia se ejemplifica con las tareas que el profesional podría y que pueden ser interesentes en el marco de las competencias son: el
hacer. También se senalan y definen las quince aptitudes básicas de estudio de los sistemas certificadores en información y documentación
la profesión. en Europa; la creación de los diferentes reglamentos y normas que
En el ano 2001, como parte de un estudio u de la asociación regirán el sistema certificador europeo y la creación de una
profesional espafíola SEDIC para determinar la situación laboral y herramienta informática para que cada profesional pueda autoevaluar
profesional de sus socios, por media de un cuestionario se valoraron sus competencias con enlace a una base de datas con la formación
continua de todos los países del proyecto.

11 COMMISSION EUROPÉENNE. DIRECTION GÉNÉRAL XXII. Project DEC!Doc.


Rapport final. Bruxelks, 2001. P. 5.
1:2 MEYRIAT, J. EI profesional de la información en Europa. EI proyecto DECIDOC. X
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perfiles y mercado de trabé!io en un entorno europeo. 2001, Madrid.
13 TEJADA, C.; Rodríguez Yunta, L. Situación laboral y profesional de los socios de
SEDIC: resultados de la encuesta realizada en el 2001. Madrid: CERSA, 2002. ISBN
14 Más información en e! sitio web de Certidoc http://www.certidoc.net
8 4-8945 6-03-8.
108 Atuação profissional na área da informação Competencias profesionalcs 109

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11 O Atuação profissional na área da informação

TEJADA,C. ; MACIA, M. ; MEYRIAT, J.Hacia una certificación de profesio­


nales europea e interdisciplinaria: El Servicio de Certificación de SEDIC y el
Capítulo 7
Proyecto CERTIDOC. INFO 2004: Actas. La Habana: IDICT, 2004. ISBN:
959-234-040-4. Los aspectos jurídicos
TEJADA, C.; RODRÍGUEZ, L. Sistematizaciones de competencias de los
profesionales de la información. Valoración de la relación de DECIDOC por en ej ercicio profesional en la
los asociados de SEDIC. En: EI profesional de la información, v. 12, n" 1,
enero-febrero 2003, p.10-17. Ciencia de la Información
TEJADA,C.; RODRÍGUEZ, L. Situación laboral y desarrollo profesional de
los sacias de SEDIC: Resultados de la encuesta realizada en e12001. Madrid: Juan Carlos Fernández-Molina
SEDIC, 2002. ISBN 84-89456-03-8
TFPL. Skills for knowledge management: a briefing paper. 1999.Consulta­
do e! 7 de enero de 2001
http://www.tfpl.com/areas_of_expertise/_knowledge_managemcnt/
KM_skills_research/KM_skills_executive_summary/KM_skills.pdf http://
www.lic.gov. uk/publica tions/executivesummaries/kmskills. htm 1 Introducción
THIERRY, C.; GOUÉROU, G.; DALBIN, S. "Utiliser !e référentiel dcs Las profesionales de la información desarrollan su labor en un
compétences et emplois de l'ADBS. Un exemple: définir un "poste compositc"
entorno sacio-político concreto, por lo que su actuación se ve afectada
associant des fonctions de docwnentation et de secrétariat".En: Documentalistc
-Sciences de l'information, v. 34.n. 2, 1997,p. 104-108. por muy diversas normasjurídicas cuyo conocimiento es imprescindible
VALENTIM, M. P. (ORG.); PONJUANE, G. IET AL.]. O profissional da infor­ para desarrollar una adecuada labor profesional. En la actualidad, hay
mação: formação, perfil e atuação profissional. São Paulo: Polis, 2000. ISBN dos factores fundamentales que están modificando y ampliando el
85-7228-011-1 contexto en el que se desenvuelven estas profesionales: el impacto
VARGAS, F.Competencias en la formación y competencias en la gestión dei creciente de las tecnologías de la información y la comunicación y la
talento humano.Convergencias y desafios.IMontevideol :CINTERFOR (OIT), influencia cada vez mayor de las leyes del mercado en el mundo de la
2002. Disponible en: http://www.ilo.org/public/spanish/region/ampro/ información. La conjunción de ambos ha provocado no sólo la aparición
cinterfor/publ/sala/vargas/conv_des/index.hhn. Consultado el 23 de marzo
d e nuevos problemas de carácter jurídico que no existían con
de 2004.
anterioridad, sino también fuertes alteraciones en las áreasjurídicas que
WEBBER, 5. Competencies for information professionals. Bullctin of thc
tradicionalmente han sido consideradas esenciales para el desempeno
American Society for Information Science, v. 26, n. 1, octobcr/novcmbcr
1999. Consultado el 2 de noviembre de 2002. http://www.asis.org/Bulletin/ de las tareas de los profesionales de la información.
Oct-99/webber.html Como consecuencia de este entorno en constante cambio, el
WRIGHT, S. "Compctencics promotc partncrships". En: Information Outlook, conocimiento de los aspectos jurídicos relacionados con la información
V. 1, 1997,p.26-27. no sólo ha adquirido una enorme importancia en estas últimos anos,
sino que además exige una constante puesta al día. De esta forma, la
formación en los problemas jurídicos no debe dirigirse únicamente a
los estudiantes (futuros profesionales) sino también a los profesionales
en ejercicio, cuyos conocimientos deben ser actualizados de rnanera
continua. La responsabilidad, por tanto, no sólo debe ser asumida por
los centros de ensefí.anza universitaria, sino también por las
asociaciones y colegios profesionales.
11 O Atuação profissional na área da informação

TEJADA, C.; MACIA, M.; MEYRIAT, J. Hacia una certificación de profesio­


nales europea e interdisciplinaria: El Servicio de Certificación de SEDIC y el Capítulo 7

Los aspectos jurídicos


Proyecto CERTIDOC. INFO 2004: Actas. La Habana: IDICT, 2004. ISBN:
959-234-040-4.
TEJADA, C.; RODRÍGUEZ, L. Sistematizaciones de competencias de los
profcsionales de la información. Valoración de la relación de DECIDOC por en ej ercicio profesional en la
los asociados de SEDIC. En: El profesional de la información, v. 12, nº 1,
enero-febrero 2003, p. 10-17. Ciencia de la Información
TEJADA, C.; RODRÍGUEZ, L. Situación laboral y desarrollo profesional de
los sacias de SEDIC: Resultados de la encuesta realizada en eJ 2001. Madrid:
Juan Carlos Fernández-Molina
SEDIC, 2002. ISBN 84-89456-03-8
TFPL. Skills for knowledge management: a briefing paper. 1999. Consulta­
do el 7 de enero de 2001
http://www.tfpl.com/areas_of_expertise/_knowledge_managemcnt/
KM_skills_research/KM_skills_executive_summary/KM_skills.pdf http://
www.lic.gov. uk/publications/executivesummaries/kmskills.htm 1 Introducción
THIERRY, C.; GOUÉROU, G.; DALBIN, 5. "Utiliser !e référentiel dcs Las profesionales de la información desarrollan su labor en w1
compétences et emplois de l'ADBS. Un exemple: définir un "poste compositc"
entorno sacio-político concreto, por lo que su actuación se ve afectada
associant des fonctions de documentation et de secrétariat". En: Documentalistc
-Sciences de l'information, v. 34. n. 2, 1997, p. 104-108. por muy diversas normas jmídicas cuyo conocimiento es imprescindible
VALENTIM, M. P. (ORG.); PONJUANE, G. IET ALI. O profissional da infor­ para desarrollar una adecuada labor profesional. En la actualidad, hay
mação: formação, perfil e atuação profissional. São Paulo: Polis, 2000. ISBN dos factores fundamentales que están modificando y ampliando el
85-7228-011-1 contexto en e! que se desenvuelven estas profesionales: el impacto
VARGAS, F. Compctencias en la formación y competencias en la gestión dei creciente de las tecnologías de la información y la comunicación y la
talento humano. Convergencias y desafios. IMontevideol :CINTERFOR (OIT), influencia cada vez mayor de las leyes dei mercado en el mundo de la
2002. Disponible en: http://www.ilo.org/public/spanish/region/ampro/ información. La conjunción de ambos ha provocado no sólo la aparición
cinterfor/publ/sala/vargas/conv_des/index.htm. Consultado el 23 de marzo
de nuevos problemas de carácter jurídico que no existían con
de 2004.
anterioridad, sino también fuertes alteraciones en las áreasjmídicas que
WEBBER, S. Competencics for information professionals. Bulletin of thc
tradicionalmente han sido consideradas esenciales para e! desempeno
American Society for Jnformation Science, v. 26, n. 1, octobcr/novcmbcr
1999. Consultado e! 2 de noviembre de 2002. http://www.asis.org/Bulletin/ de las tareas de los profesionales de la información.
Oct-99/webber.html Como consecuencia de este entorno en constante cambio, e!
WRIGHT, 5. "Competencies promote partnerships". En: lnfonnation Outlook, conocimiento de los aspectos jurídicos relacionados con la información
V. 1, 1997, p. 26-27. no sólo ha adquirido una enorme importancia en estas últimos anos,
sino que ade.más exige una constante puesta al día. De esta forma, la
formación en los problemas jurídicos no debe dirigirse únicamente a
los estudiantes (futuros profesionales) sino también a los profesionales
en ejercicio, cuyos conocimientos deben ser actualizados de manera
continua. La responsabilidad, por tanto, no sólo debe ser asumida por
los centros de ensefí.anza universitaria, sino también por las
asociaciones y colegios profesionales.
112 Atuação profissional na área de informação Los aspectosjurídicos en tjercicio profesional 113

En nuestra opinión, se pueden agrupar en cinco los temas de juiciosa y sensata los materiales informativos basándose en criterios
naturaleza jurídica esenciales para el ejercicio profesional en e! área que son coherentes con los objetivos de su biblioteca o centro de
de la información: a) libertad intelectual y censura; b) acceso a la información. Sin embargo, en la práctica tal distinción no resulta tan
información; c) suministro de información; d) intimidad, confi­ sencilla, dado que la comunidad en la que se inserta el centro de
dencialidad y protección de datos personales; y e) derecho de autor. información y las normas culturales influyen en las decisiones de
A continuación se delinea el contenido básico de estas cinco áreas selección. Esto no produciría especiales problemas si hubiera un
jurídicas y se examinan sus principales consecuencias e implicaciones perfecto consenso respecto a cuáles son esas normas culturales, pero
para los profesionales de la información. A este respecto, conviene en la mayoría de las ocasiones tales normas no son uniformes. El
aclarar que, dado e! carácter global y transnacional de la información ejemplo más evidente de este problema lo constituyen los intentos de
electrónica, este estudio no se centra en la legislación de un país con­ censura en Internet, tema ai que tenemos que dedicarle una atención
creto, sino que utiliza como base para el análisis tanto diversas leyes especial, dado e! peso cada vez mayor que en las bibliotecas y centros
y normas nacionales como regionales e internacionales. de información time el acceso a la información a través de esta vía.
El problema de la censura en Internet time su punto de par­
tida en la relación entre la libertad de expresión y e! interés público
2 Libertad intelectual y censura
en que se limite o controle el acceso a determinada información
Las decisiones relacionadas con la selección de los recursos in­ (relacionada con el terrorismo, la pornografia, la xenofobia, etc.)
formativos son de gran importancia, ya que determinan la naturaleza que pueda considerarse nociva para cualquier receptor o para deter­
de la colección de la biblioteca o centro de información. Dado que su minadas categorías de ellos (nifíos especialmente). Desgraciadamente,
misión es hacer frente a las necesidades de los usuarios, estas una solución equilibrada que afronte ambos tipos de intereses re­
decisiones deben ir encaminadas en esa dirección. T odo esto parece sulta muy complicada, como vamos a ver a continuación.
obvio, pero hay ocasiones en que surgen problemas como, por La primera forma de intentar conseguirla fue de naturaleza legal,
ejemplo, cuando los seleccionadores llevan a cabo su labor de acuerdo es decir, se desarrollaron leyes con e! objetivo de controlar la in­
con sus intereses personales o los de un pequeno e influyente grupo formación en la Red. El ejemplo más significativo fue, sin duda, la
de usuarios, lo que nos conduce al clásico y siempre presente proble­ Communications Decency Act de Estados Unidos. Fue promovida en
ma de las relaciones entre selección y censura. Esta puede proceder 1995 y ratificada como ley federal en 1996, pero la mayor parte de
tanto de fuentes externas (padres, grupos religiosos, grupos políti­ su contenido fue declarado inconstitucional (ai atentar con la libertad
cos, grupos de minorías protegidas, grupos patrióticos, individuos de expresión) por e! Tribunal Supremo estadounidense en 1997.
emocionalmente inestables) como internas (administradores, órganos Pero las leyes son instrumentos demasiado torpes para algo que
de gobierno, personal, políticas de selección o circulación). es esencialmente una tarea de tornar y escoger contenido que debe
Dependiendo dei tipo de biblioteca o centro de información, las fuentes ser eliminado, por lo que se optá por utilizar para la censura la misma
de censura varían. Por ejemplo, las bibliotecas públicas o escolares tecnología que sirve para difundir la información (Ang, 1999). Los
son especialmente vulnerables a las intromisiones de padres o de gru­ sistemas son muy diversos: utilización de los proxy para censurar
pos religiosos que intentan proteger a los nifíos de lo que ellos aquellos sitios que se encuentran en una "lista negra" o para permi­
consideran materiales poco apropiados. tir únicamente e! acceso a los de una "lista bianca"; los basados en
En principio, hay una clara distinción entre censura, entendida palabras clave, con el evidente problema de que una palabra tiene
como la supresión activa de materiales considerados ofensivos por diferentes significados dependiendo de! idioma o del contexto; y, por
razones religiosas, morales, políticas o de otro tipo, y selección, vista último, los complejos sistemas de etiquetado y filtro de la información.
como la actividad por la que los profesionales escogen de manera Estos últimos, sin duda los de mayor desarrollo en la actualidad, se
112 Ah1ação profissional na área de informação Los aspectos j urfdicos en ejercicio profesional 113

En nuestra opinión, se pueden agrupar en cinco los temas de juiciosa y sensata los materiales informativos basándose en criterios
naturaleza jurídica esenciales para el ejercicio profesional en el área que son coherentes con los objetivos de su biblioteca o centro de
de la información: a) libertad intelectual y ·censura; b) acceso a la información. Sin embargo, en la práctica tal distinción no resulta tan
información; c) suministro de información; d) intimidad, confi­ sencilla, dado que la comunidad en la que se inserta el centro de
dencialidad y protección de datos personales; y e) derecho de autor. información y las normas culturales influyen en las decisiones de
A continuación se delinea el contenido básico de estas cinco áreas selección. Esto no produciría especiales problemas si hubiera un
jurídicas y se examinan sus principales consecuencias e implicaciones perfecto consenso respecto a cuáles son esas normas culturales, pero
para los profesionales de la información. A este respecto, conviene en la mayoría de las ocasiones tales normas no son uniformes. El
aclarar que, dado e! carácter global y transnacional de la información ejemplo más evidente de este problema lo constituyen los intentos de
electrónica, este estudio no se centra en la legislación de un país con­ censura en Internet, tema ai que tenemos que dedicarle una atención
creto, sino que utiliza como base para el análisis tanto diversas leyes especial, dado el peso cada vez mayor que en las bibliotecas y centros
y normas nacionales como regionales e internacionales. de información time el acceso a la información a través de esta vía.
El problema de la censura en Internet time su punto de par­
2 Libertad intelectual y censura tida en la relación entre la libertad de expresión y el interés público
en que se limite o controle el acceso a determ.inada información
Las decisiones relacionadas con la selección de los recursos in­ (relacionada con el terrorismo, la pornografia, la xenofobia, etc.)
formativos son de gran importancia, ya que determinan la naturaleza que pueda considerarse nociva para cualquier receptor o para deter­
de la colección de la biblioteca o centro de información. Dado que su minadas categorías de ellos (niiíos especialmente). Desgraciadamente,
misión es hacer frente a las necesidades de los usuarios, estas una solución equilibrada que afronte ambos tipos de intereses re­
decisiones deben ir encaminadas en esa dirección. Todo esto parece sulta muy complicada, como vamos a ver a continuación.
obvio, pero hay ocasiones en que surgen problemas como, por La primera forma de intentar conseguiria fue de naturaleza legal,
ejemplo, cuando los seleccionadores llevan a cabo su labor de acuerdo es decir, se desarrollaron leyes con e! objetivo de controlar la in­
con sus intereses personales o los de un pequeno e influyente grupo formación en la Red. El ejemplo más significativo fue, sin duda, la
de usuarios, lo que nos conduce al clásico y siempre presente proble­ Communications Decency Act de Estados Unidos. Fue prorn.ovida en
ma de las relaciones entre selección y censura. Esta puede proceder 1995 y ratificada como ley federal en 1996, pero la mayor parte de
tanto de fuentes externas (padres, grupos religiosos, grupos políti­ su contenido fue declarado inconstitucional (ai atentar con la libertad
cos, grupos de minorías protegidas, grupos patrióticos, indivíduos de expresión) por e! Tribunal Supremo estadounidense en 1997.
emocionalmente inestables) como internas (administradores, órganos Pero las leyes son instrumentos demasiado torpes para algo que
de gobierno, personal, políticas de selección o circulación). es esencialmente una tarea de tomar y escoger contenido que debe
Dependiendo del tipo de biblioteca o centro de información, las fuentes ser eliminado, por lo que se optó por utilizar para la censura la misma
de censura varían. Por ejemplo, las bibliotecas públicas o escolares tecnología que sirve para difundir la información (Ang, 1999). Los
son especialmente vulnerables a las intromisiones de padres o de gru­ sistemas son muy diversos: utilización de los proxy para censurar
pos religiosos que intentan proteger a los niiíos de lo que ellos aquellos sítios que se encuentran en una "lista negra" o para permi­
consideran materiales poco apropiados. tir únicamente e! acceso a los de una "lista bianca"; los basados en
En principio, hay una clara distinción entre censura, entendida palabras clave, con el evidente problema de que una palabra time
como la supresión activa de materiales considerados ofensivos por diferentes significados dependiendo dei idioma o dei contexto; y, por
razones religiosas, morales, políticas o de otro tipo, y selección, vista último, los complejos sistemas de etiquetado y filtro de la información.
como la actividad por la que los profesionales escogen de manera Estos últimos, sin duda los de mayor desarrollo en la actualidad, se
114 Atuação profissional na área de infonnação Los aspectosjurídicos en çjcrcicio profcsional 115

basan en la autorregulación, es decir, que los padres, los profesores, 3 Acceso a la Información
los bibliotecarios, las organizaciones, etc., puedan, a través de estos
También hay problemas jurídicos con respecto al acceso públi­
dispositivos, controlar a qué materiales informativos acceden sus
co y gratuito a la información. Estos problemas son especialmente
hijos, alumnos, usuarios o trabajadores (Resnick y Miller, 1996).
importantes en las bibliotecas públicas, en las académicas o en
Como consccuencia aparece PICS (Patform for Internet Content
servicios de información de carácter público, en tanto que tienen
Selection), desarrollado por W3 Consortium, sin duda la metodología
menor importancia en bibliotecas o centros de información
o infraestructura más extendida y desarrollada para conseguir estos
especializados o corporativos.
propósitos. PICS establece formatos de etiqueta normalizados (que
Con respecto al acceso público y gratuito a la información por
describen los contenidos en diferentes categorías y niveles), especifi­
caciones técnicas y sistemas de rating o clasificación, lo que permite parte de cualquier persona, hay muchas declaraciones públicas y
que diferentes programas compatibles de filtro y selección determinen profesionales que lo incluyen de forma inequívoca. Por ejemplo, el
e! acceso a la información. código de conducta de la Library Association (1983) britânica dice
No obstante, esta solución tecnológica plantea otro tipo de que todo individuo debería tener acceso público y gratuito a la
problemas, en especial con respecto a cuáles son los criterios por información. Pero este acceso gratuito no puede ser entendido de
los que los contenidos son c!asificados en las diferentes categorías, manera totalmente absoluta, son necesarias las matizaciones. Hay
a quién corresponde hacer la clasificación y en qué contexto deben e! riesgo de que si los profesionales ponen todo su interés en la
ser utilizados los programas de filtro (Schmidt, 2000). Por ejemplo, gratuidad haya problemas graves de supervivencia para el centro de
estos sistemas normalmente no revelan lo que está siendo bloque­ información debidos a la falta de fondos para su mantenimiento. Por
ado, ni proporcionan métodos para que los usuarios accedan a los otro lado, la gratuidad total provoca una disminución de la valoración
sítios que han sido bloqueados por error. Por otro lado, la mayoría del servicio que se ofrece, lo que también amenaza la viabilidad y
de ellos han sido disefi.ados para e! mercado doméstico y su obje­ prestigio de la profesión.
tivo es responder a las necesidades y preferencias de los padres que Por tanto, este problema tiene dos caras bien definidas. Por una
toman decisiones respecto a lo que pueden ver o leer sus hijos. Por parte, nos encontramos con que el acceso a la información debe ser
tanto, si se utilizan en e! entorno bibliotecario, se produce una público y gratuito (Sally, 2001), siempre que aquélla sea relevante
enorme distorsión o disonancia con la misión básica de las biblio­ para los objetivos legítin1os de la vida de! ciudadano. Por otra, tenemos
tecas: servir a una amplia y diversa comunidad de usuarios con a los que distinguen entre información que debería ser gratuita y
diferentes preferencias y puntos de vista. En definitiva, bloquear e! aquélla por la que se debe cobrar (Anderson, 1999), basándose en e!
acceso a sítios web es algo antitético con la misión básica de la argumento de que la viabilidad de la organización exige tal cobro,
biblioteca. Estos problemas han sido detectado por la mayoría de además de que proporciona ingresos adicionales a la biblioteca, evita
los bibliotecarios, que se oponen a su utilización. Un buen ejemplo el uso frívolo y aumenta la valoración y respeto por la biblioteca y
es la labor de la American Library Association (2001 ), que está sus profesionales.
desarrollando una intensa campana contraria a la utilización de Hay otra perspectiva desde la que puede verse el problema de!
estos sistemas en las bibliotecas de carácter público, ai considerar acceso a la información: la referida específicamente a la información
que atentan a la libertad de expresión y a la propia naturaleza de perteneciente a la administración pública. En la mayoría de los paí­
las bibliotecas como instituciones de acceso indiscriminado a todo ses democráticos existen leyes que regulan e! derecho de acceso a la
tipo de información por parte de los ciudadanos. información pública, que constituyen una parte fundamental de
sus políticas de información. E! argumento en e! que se basa este
derecho es que para que la democracia funcione adecuadamente es
114 Atuação profissional na área de informação
Los aspectos jurídicos en t;Jercicio profesional 115

basan en la autorregulación, es decir, que los padres, los profesores,


3 Acceso a la Información
los bibliotecarios, las organizaciones, etc., puedan, a través de estos
dispositivos, controlar a qué materiales informativos acceden sus También hay problemas jurídicos con respecto al acceso públi­
hijos, al umnos, usuarios o trabajadores (Resnick y Miller, 1996). co y gratuito a la información. Estos problemas son especialmente
Como consecuencia aparece PICS (Patfor m for Internet Content impor tantes en las bibliotecas públicas, en las académicas o en
Selection), desarr ollado por W3 Consortium, sin duda la metodología servicios de infor mación de carácter público, en tanto q ue tienen
o infraestr uct ura más extendida y desarrollada para conseguir estos menor importancia en bibliotecas o centros de información
pr opósitos. PICS establece fo r matos de etiqueta normalizados (que especializados o corporativos.
describen los contenidos en diferentes categor ías y niveles), especifi­ Con respecto a! acceso público y gratuito a la información por
caciones técnicas y sistemas de rating o clasificación, lo que permite parte de cualquier persona, hay muchas declar aciones públicas y
q ue diferentes programas compatibles de filtro y selección determinen profesionales que lo incluyen de forma inequívoca. Por ejemplo, el
e! acceso a la información. código de conducta de la Librar y Association (1983) británica dice
No obstante, esta solución tecnológica plantea otro tipo de que todo individuo debería tene r acceso público y gr at uito a la
problemas, en especial con respecto a cuáles son los criterios por información. Pero este acceso gratuito no puede ser entendido de
los que los contenidos son clasificados en las diferentes categorías, manera totalmente absoluta, son necesarias las matizaciones. Hay
a quién corresponde hacer la clasificación y en q ué contexto deben el riesgo de q ue si los profesionales ponen todo su interés en la
ser utilizados los programas de filtro (Schmidt, 2000) Por ejemplo, g ratuidad haya problemas graves de supervivencia par a e! centro de
estos sistemas normalmente no revelan lo que está siendo bloque­ información debidos a la falta de fondos para su mantenimiento. Por
ado, ni proporcionan métodos para que los usuarios accedan a los otro lado, la gratuidad total provoca una disminución de la valoración
sitios que han sido bloqueados por error. Por otro lado, la mayoría de! servicio que se ofrece, lo que también amenaza la viabilidad y
de ellos han sido disefí.ados para el mercado doméstico y su obje­ prestigio de la profesión.
tivo es responder a las necesidades y preferencias de los padres que Por tanto, este problema tiene dos caras bien definidas. Por una
toman decisiones respecto a lo que pueden ver o leer s us hijos. Por parte, nos encontramos con que el acceso a la información debe ser
tanto, si se utilizan en el ento rno bibliotecario, se pr oduce una público y gratuito (Sally, 2001), siempre q ue aquélla sea relevante
enorme distorsión o disonancia con la misión básica de las biblio­ para los objetivos legítimos de la vida de! ciudadano. Por otra, tenemos
tecas: servir a una amplia y diversa comunidad de usuarios con a los que distinguen entre información q ue debería ser gratuita y
diferentes preferencias y puntos de vista. En definitiva, bloq uear el aquélla por la que se debe cobrar (Anderson, 1999), basándose en el
acceso a sitios web es algo antitético con la misión básica de la argumento de que la viabilidad de la organización exige tal cobro,
biblioteca. Estos problemas han sido detectado por la mayoría de además de que proporciona ingresos adicionales a la biblioteca, evita
los bibliotecarios, q ue se oponen a su utilización. Un buen ejemplo el uso frívolo y a umenta la valoración y respeto por la biblioteca y
es la labor de la American Libra ry Association (2001 ), q ue está sus profesionales.
desarrollando una intensa campana contraria a la utilización de Hay otra perspectiva desde la que p uede verse e! problema del
estos sistemas en las bibliotecas de carácter público, ai considerar acceso a la información: la referida específicamente a la información
que atentan a la libertad de expresión y a la propia naturaleza de per teneciente a la administración pública. En la mayo ría de los paí­
las bibliotecas como instituciones de acceso indiscriminado a todo ses democráticos existen leyes que regulan el derecho de acceso a la
tipo de información por par te de los ciudadanos. información pública, que constituyen una parte fundamental de
sus políticas de información. El argumento en el q ue se basa este
derecho es q ue par a que la democracia funcione adecuadamente es
116 Atuação profissional na área de informação Los aspectos jurídicos en tjercicio profesional 117

necesario que los ciudadanos estén informados de lo que hace el mediante una legislación apropiada, por lo que en la actualidad el
gobierno y la administración, de cómo actúan y por qué lo hacen de derecho de acceso a la información pública está regulado de forma
una determinada forma, etc. Cuanto más informados estén los diversa, incompleta e insuficiente. No obstante, parece haber una cierta
ciudadanos sobre los asuntos públicos mejor podrá desarrollarse el conciencia respecto a la necesidad de cambiar esta situación y, de hecho,
sistema democrático. hay una reciente proposición de ley (PL-219/2003) para intentar
Este derecho de los ciudadanos ha tomado una nueva dimensión solucionar esta laguna legal.
con el desarrollo tecnológico. Así, cada vez es más frecuente que todo Pero poner la información pública en sitias web no es sufici­
tipo de organismos públicos confíe en los sitias web como la mejor ente. Para alcanzar los objetivos deseados es necesario que la.s pá­
vía para difundir información, proporcionar acceso a los servicios de ginas web de las instituciones públicas ayuden realmente a los
tal organismo, y proporcionar impresos, recursos e información ciudadanos a enfrentarse a los problemas diarios, a encontrar los
necesaria para que los ciudadanos interactúen con su gobierno. Por caminos apropiados para los servicios del gobierno necesitados, a
otro lado, también proporcionan un media por el que conducen sus proporcionarles acceso directo a cualquier documento público
actividades diarias y archivan la información básica relacionada con deseado y a dirigir sus actividades e interactuar eficazmente con
tales actividades. Desde los diferentes gobiernos nacionales (Estados los diferentes gobiernos y administraciones. Para conseguir estas
Unidos, Canadá, Francia. Alemania, Espana, etc.) o supranacionales propósitos, los bibliotecarios y demás profesionales de la infor­
(Unión Europea) se está fomentando, a través de diferentes instru­ mación se encuentran en una posición única para servir de guía y
mentos legales y políticos, que los diferentes organismos públicos se ayudar a los ciudadanos a sacar el máximo partido de esta
muevan al entorno web para dirigir sus actividades, informar a los información (Smith et al., 2000).
ciudadanos y mejorar la efectividad del gobierno por el uso de Internet.
Así, la Freedom oflnformation Act 1966 (FOIA) estadounidense,
4 Suministro de información
modificada por la Electronic Freedom of Information Act Amendments
de 1996, establece procedimientos por los que los indivíduos pueden El objetivo básico de nuestra profesión es proporcionar
requerir y tener acceso a la información del gobierno indepen­ información al usuario o cliente que la necesite. Y este servicio, como
dientemente del formato. Para disminuir el coste del ejercicio de este el de cualquier otro grupo profesional, debe reunir unos requisitos
derecho, dicha ley también requiere que los organismos dei gobierno mínimos de calidad. Esto incluye elementos muy diversos como, por
coloquen frecuentemente los documentos requeridos en Internet, a ejemplo, encargarse sólo de trabajos que estén dentro de sus
menudo vía su sitio web. Con ese objetivo, muchos organismos posibilidades, proporcionar al cliente o usuario expectativas reales
federales han desarrollado salas de lectura FOIA en línea. Iniciativas respecto a lo que se puede conseguir, buscar en las fuentes más
similares se están desarrollando en otros países de la Unión Europea, adecuadas, mantener la seguridad y confidencialidad de la información
e incluso en la propia Comisión de las Comunidades Europeas, cuyos obtenida y los datas de! usuario, etc. Todo esto implica, además, la
documentos son de acceso público desde 1993. En este sentido, la obligación de mantener al día sus conocimientos y perfeccionar con­
Unión Europea ha puesto en marcha recientemente un intento de tinuamente sus técnicas profesionales.
armonización de las políticas de cada estado, cuyo primer paso fue el Evidentemente, la noción de calidad en el servicio ofrecido im­
Libra Verde sobre la información del sector público (Unión Europea, plica la contraria, es decir, la negligencia profesional y, como
1998), seguido de una propuesta de directiva (Unión Europea, 2002). consecuencia, la posible responsabilidad en la que se puede incurrir
En el caso concreto de Brasil, su Constitución recoge el principio gene­ (Pucket y Craig, 1994). Aunque en nuestro campo la posibilidad de
ral de acceso a la información pública en su artículo 5, inciso X.XXII!. ser responsable legalmente por una deficiente prestación de servicios
Desgraciadamente, este precepto constitucional no ha sido desarrollado es todavía bastante poco probable (Diamond y Dragich, 2001), es
116 Atuação profissional na área de informação Los aspectos jurídicos en çjercicio profesional 117

necesario que los ciudadanos estén informados de lo que hace el mediante una legislación apropiada, por lo que en la actualidad el
gobierno y la administración, de cómo actúan y por qué lo hacen de derecho de acceso a la información pública está regulado de forma
una determinada forma, etc. Cuanto más informados estén los diversa, incompleta e insuficiente. No obstante, parece haber una cierta
ciudadanos sobre los asuntos públicos mejor podrá desarrollarse cl conciencia respecto a la necesidad de cambiar esta situación y, de hecho,
sistema democrático. hay una reciente proposición de ley (PL-219/2003) para intentar
Este derecho de los ciudadanos ha tomado una nueva dimensión solucionar esta laguna legal.
con el desarrollo tecnológico. Así, cada vez es más frecuente que todo Pero poner la información pública en sítios web no es sufici­
tipo de organismos públicos confíe en los sítios web como la mejor ente. Para alcanzar los objetivos deseados es necesario que las pá­
vía para difundir información, proporcionar acceso a los servicios de ginas web de las instituciones públicas ayuden realmente a los
tal organismo, y proporcionar impresos, recursos e información ciudadanos a enfrentarse a los problemas diarios, a encontrar los
necesaria para que los ciudadanos interactúen con su gobierno. Por caminos apropiados para los servicios del gobierno necesitados, a
otro lado, también proporcionan un media por el que conducen sus proporcionarles acceso directo a cualquier documento público
actividades diarias y archivan la información básica relacionada con deseado y a dirigir sus actividades e interactuar eficazmente con
tales actividades. Desde los diferentes gobiernos nacionales (Estados los diferentes gobiernos y administraciones. Para conseguir estos
Unidos, Canadá, Francia. Alemania, Espana, etc.) o supranacionales propósitos, los bibliotecarios y demás profesionales de la infor­
(Unión Europea) se está fomentando, a través de diferentes instru­ mación se encuentran en una posición única para servir de guía y
mentos legales y políticos, que los diferentes organismos públicos se ayudar a los ciudadanos a sacar el máximo partido de esta
muevan al entorno web para dirigir sus actividades, informar a los información (Smith et al., 2000).
ciudadanos y mejorar la efectividad del gobierno por el uso de Internet.
Así, la Freedom ofinformation Act 1966 (FOIA) estadounidense,
4 Suministro de información
modificada por la Electronic Freedom oflnformation Act Arnendments
de 1996, establece procedimientos por los que los indivíduos pueden El objetivo básico de nuestra profesión es proporcionar
requerir y tener acceso a la información del gobierno indepen­ información al usuario o cliente que la necesite. Y este servicio, como
dientemente del formato. Para disminuir el coste del ejercicio de este el de cualquier otro grupo profesional, debe reunir unos requisitos
derecho, dicha ley también requiere que los organismos del gobierno mínimos de calidad. Esto incluye elementos muy diversos como, por
coloquen frecuentemente los documentos requeridos en Internet, a ejemplo, encargarse sólo de trabajos que estén dentro de sus
menudo vía su sitio web. Con ese objetivo, muchos organismos posibilidadcs, proporcionar al cliente o usuario expectativas reales
federales han desarrollado salas de lectura FOIA en línea. Iniciativas respecto a lo que se puede conseguir, buscar en las fuentes más
similares se están desarrollando en otros países de la Unión Europea, adecuadas, mantener la seguridad y confidencialidad de la información
e incluso en la propia Comisión de las Comunidades Europeas, cuyos obtenida y los datas del usuario, etc. Todo esta implica, además, la
documentos son de acceso público desde 1993. En este sentido, la obligación de mantener al día sus conocimientos y perfeccionar con­
Unión Europea ha puesto en marcha recientemente un intento de tinuamente sus técnicas profesionales.
armonización de las políticas de cada estado, cuyo primer paso fue el Evidentemente, la noción de calidad en el servicio ofrecido im­
Libra Verde sobre la información del sector público (Unión Europea, plica la contraria, es decir, la negligencia profesional y, como
1998), seguido de una propuesta de directiva (Unión Europea, 2002). consecuencia, la posible responsabilidad en la que se puede incurrir
En el caso concreto de Brasil, su Constitución recoge el principio gene­ (Pucket y Craig, 1994). Aunque en nuestro campo la posibilidad de
ral de acceso a la información pública en su artículo 5, inciso XXXIII. ser responsable legalmente por una deficiente prestación de servicios
Desgraciadamente, este precepto constitucional no ha sido desarrollado es todavía bastante poco probable (Diamond y Dragich, 2001), es
118 Atuação profissional na área de informação ws aspectos jurídicos en tjercicio profcsional 11 9

evidente que la influencia de las leyes del mercado en el mundo de la intereses que pueda minar la confidencialidad o que si se reutiliza la
información comienza a cambiar esta situación. Por esta razón, re­ información no debe estar conectada al nombre del anterior cliente.
sulta muy conveniente que los actuales y futuros profesionales La obligación de mantener la confidencialidad time su origen tanto
tengan conocimientos al menos básicos acerca de los tipos de en razones de protección de la intimidad y como en razones de
responsabilidad profesional, las normas básicas establecidas a este protección de intereses comerciales.
respecto y las formas y métodos más adecuados para evitar tener Por último, nos encontramos con el problema de la protección
problemas legales por danos producidos al usuario o cliente debido a de los datos personales, cuya reciente aparición se debe a dos razones
incompetencia profesional (Fernández-Molina, 1995). fundamentales: a) la mayor necesidad de información personal para
Por otro lado, el desarrollo tecnológico ha dado lugar a otro el funcionamiento de instituciones públicas y privadas; b) el desarrollo
posible problema de naturaleza legal para los profesionales que actúan de las tecnologías de la información y la comunicación, que ha per­
como intermediarias de la información: ser identificados como ISP mi tido tratar grandes cantidades de información personal y
(Internet Services Provider). Su consideración como prestadores de transmitirla a cualquier lugar del mundo. De esta forma, datas per­
servicios de la sociedad de la información plantea cuestiones de difícil sonales a los que antes sólo tenía acceso el propio interesado u otras
solución como, por ejemplo: lhasta qué punto son responsables los instituciones dentro de un entorno relativamente controlado, están
profesionales por facilitar el acceso a contenidos ilícitos o prestar ahora disponibles para terceros, sin ningún tipo de control. Ese flLtjo
servicios (alojamiento de datos o acceso a recursos de información) incontrolado de información personal es utilizado para todo tipo de
que pueden ser la base para actividades ilícitas? (Gasaway, 1999). La actividades (concesión de créditos, alquiler de viviendas, seguros, pu­
respuesta a estos interrogantes la encontramos, aunque no de for­ blicidad, etc.), de manera que una persona puede verse afectada por
ma completa, en normas de reciente aprobación como la Digital innumerables molestias y perjuicios, precisamente por la utilización
Millennium Copyright Act (Estados Unidos, 1998) o la Directiva sin su conocimiento de sus datos personales.
Europea de Comercio Electrónico (Unión Europea, 2000). Con la automatización de la mayoría de las tareas de gestión
de las bibliotecas y demás centros de información, los profesionales
que trabajan en ellos tienen que tratar con gran cantidad de datas
5 Intimidad, confidencialidad y
personales contenidos en diversos bancos de datas y ficheros
protección de los datos personales
automatizados. Entre ellos, y sin ánimo de ser exhaustivos, se
Nos encontramos aquí con tres temas que, aunque diferentes, encontrarían: bases de datos en línea y CD-ROM, los ficheros que
están muy relacionados entre sí. El primero de ellos, el derecho a la registran la plantilla de la biblioteca, los OPAC y otros catálogos
intimidad, es el que tiene el individuo de impedir que terceras personas automatizados, los ficheros de ledores, los de circulación o los que
tengan acceso a su información personal de carácter más reservado. registran los servicios ofrecidos a los usuarios (DSI, informes,
La razón de su existencia es sencilla: si otras personas tienen búsquedas bibliográficas, etc.). Esta supone, en definitiva, que las
información nuestra, están adquiriendo poder sobre nosotros. bibliotecas y centros de información y los profesionales que de­
Conocen nuestras creencias, gustos, aficiones, vida sexual, ideas sarrollan su labor en ellos entran de lleno en el ámbito de aplicación
políticas, etc. Evidentemente, desde el momento en que las bibliote­ de las leyes de protección de datas (Fernández-Molina, 1994).
cas y centros de información manejan información personal de sus Las leyes y normas jurídicas dedicadas a la protección de los
usuarios o clientes, deben tener en cuenta este derecho. datos personales son de muy reciente aparición. En concreto, las pri­
En cuanto a la confidencialidad, consiste en guardar secreto meras se promulgan en los anos 70, en países como Suecia, Francia,
respecto a la relación entre el profesional y el cliente o usuario, lo Estados Unidos o Alemania. Posteriormente, en especial en la década
que supone, además, que se deba declarar cualquier conflicto de de los noventa, se irán aprobando leyes similares en otros países
118 Atuação profissional na área de informação Los aspectos jurídicos en t;jercicio profcsional 119

evidente que la influencia de las leyes dei mercado en e! mundo de la intereses que pueda minar la confidencialidad o que si se reutiliza la
información comienza a cambiar esta situación. Por esta razón, re­ información no debe estar conectada al nombre dei anterior cliente.
sulta muy conveniente que los actuales y futuros profesiona!es La obligación de mantener la confidencialidad tiene su origen tanto
tengan conocimientos ai menos básicos acerca de los tipos de en razones de protección de la intimidad y como en razones de
responsabilidad profesional, las normas básicas establecidas a este protección de intereses comerciales.
respecto y las formas y métodos más adecuados para evitar tener Por último, nos encontramos con el problema de la protección
problemas legales por dafi.os producidos al usuario o cliente debido a de los datos personales, cuya reciente aparición se debe a dos razones
incompetencia profesional (Fernández-Molina, 1995). fundamentales: a) la mayor necesidad de información personal para
Por otro lado, e! desarrollo tecnológico ha dado lugar a otro el funcionamiento de instituciones públicas y privadas; b) e! desarrollo
posible problema de naturaleza legal para los profesionales que actúan de las tecnologías de la información y la comunicación, que ha per­
como intermediarias de la información: ser identificados como ISP mitido tratar grandes cantidades de información personal y
(Internet Services Provider). Su consideración como prestadores de transmitiria a cualquier lugar del mundo. De esta forma, datos per­
servicios de la sociedad de la información plantea cuestiones de difícil sonales a los que antes sólo tenía acceso el propio interesado u otras
solución como, por ejemplo: Lhasta qué punto son responsables los instituciones dentro de un entorno relativamente controlado, están
profesionales por facilitar el acceso a contenidos ilícitos o prestar ahora disponibles para terceros, sin ningún tipo de control. Ese flltjo
servicios (alojamiento de datas o acceso a recursos de información) incontrolado de información personal es utilizado para todo tipo de
que pueden ser la base para actividades ilícitas? (Gasaway, 1999). La actividades (concesión de créditos, alquiler de viviendas, seguros, pu­
respuesta a estos interrogantes la encontramos, aunque no de for­ blicidad, etc.), de manera que una persona puede verse afectada por
ma completa, en normas de reciente aprobación como la Digital innumerables molestias y perjuicios, precisamente por la utilización
Millennium Copyright Act (Estados Unidos, 1998) o la Directiva sin su conocimiento de sus datos personales.
Europea de Comercio Electrónico (Unión Europea, 2000). Con la automatización de la mayoría de las tareas de gestión
de las bibliotecas y demás centros de información, los profesionales
que trabajan en ellos tienen que tratar con gran cantidad de datos
5 Intimidad, confidencialidad y
personales contenidos en diversos bancos de datos y ficheros
protección de los datas personales
automatizados. Entre ellos, y sin ánimo de ser exhaustivos, se
Nos encontramos aquí con tres temas que, aunque diferentes, encontrarían: bases de datos en línea y CD-ROM, los ficheros que
están muy relacionados entre sí. E! primero de ellos, el derecho a la registran la plantilla de la biblioteca, los OPAC y otros catálogos
intimidad, es el que time el individuo de impedir que terceras personas automatizados, los ficheros de ledores, los de circulación o los que
tengan acceso a su información personal de carácter más reservado. registran los servicios ofrecidos a los usuarios (DSI, informes,
La razón de su existencia es sencilla: si otras personas tienen búsquedas bibliográficas, etc.). Esto supone, en definitiva, que las
información nuestra, están adquiriendo poder sobre nosotros. bibliotecas y centros de información y los profesionales que de­
Conocen nuestras creencias, gustos, aficiones, vida sexual, ideas sarrollan su labor en ellos entran de lleno en el ámbito de aplicación
políticas, etc. Evidentemente, desde e! momento en que las bibliote­ de las leyes de protección de datos (Fernández-Molina, 1994).
cas y centros de información manejan información personal de sus Las leyes y normas jurídicas dedicadas a la protección de los
usuarios o clientes, deben tener en cuenta este derecho. datas personales son de muy reciente aparición. En concreto, las pri­
En cuanto a la confidencialidad, consiste en guardar secreto meras se promulgan en los afi.os 70, en países como Suecia, Francia,
respecto a la relación entre el profesional y el cliente o usuario, lo Estados Unidos o Alemania. Posteriormente, en especial en la década
que supone, además, que se deba declarar cualquier conflicto de de los noventa, se irán aprobando leyes similares en otros países
120 Atuação profissional na área de informação Los aspectos jurfdicos en tjercicio profesional 121

europeos y en algunos de América Latina, como Brasil o Chile. tro de información, y cuyo contenido esencial resumimos a
Aunque, evidentemente, hay diferencias en el contenido de estas leyes, continuación:
son mayores las similitudes, ya que hay una serie de princípios de la a) Adquisición: Deberá ser obtenida lícita y legalmente; deberá ser
protección de los datos personales sobre los que hay un amplio con­ adecuada, pertinente y no excesiva para la finalidad prevista;
senso internacional. Estos princípios son los siguientes: exacta y puesta al día.
• Lealtad: Los datos no pueden recogerse mediante procedimientos b) Almacenamiento y tratamiento: Debe mantenerse exacta y puesta
desleales o ilícitos. ai día; no mantenerse más tiempo del necesario; protegida de la
• Exactitud: El responsable de la base de datos tiene la obligación pérdida, dafío o acceso no autorizado; tratada lícita y legalmente.
de comprobar la exactitud de los datos registrados y de asegurar c) Utilización: Debe estar en consonancia con la finalidad declarada
su puesta al día. cuando el fichero se inscribió en el Registro. Además, cualquier
• Pertinencia: Los datos recogidos y registrados deben estar relacio­ utilización debe tener en cuenta la reserva de confidencialidad, la
nados con la finalidad perseguida. seguridad y el respeto al derecho de acceso dei interesado.
• Utilización no abusiva: Los datos no pueden utilizarse para fines d) Destrucción: Cuando una información ha dejado de ser necesaria
distintos a los declarados. y pertinente deberá ser cancelada.
Derecho al olvido: El tiempo durante el que se conservan los datas
no puede exceder del necesario para conseguir la finalidad para la 6 Derecho de autor
que fueron recogidos, salvo que se hagan anónimos.
• Publicidad: Es necesario mantener un registro público de las ba­ Las actividades de los profesionales de la información requieren
ses de da tos que contengan información personal. normalmente el uso de fuentes de información en cualquier tipo de
Acceso individual: Cualquier persona tiene derecho a conocer si formato. En muchos casos, la copia o transferencia de tal información
datos que le conciernen son objeto de tratamiento informatizado es una necesidad. Por otro lado, los editores, productores y distribui­
y, si así fuera, a obtener copia de ellos. Si fuesen erróneos o dores de bases de datos y autores tienen el objetivo legítimo de obtener
inexactos o se hubiesen registrado ilegalmente, el titular dei beneficias a través de la venta o alquiler de su producto informativo.
derecho puede obtener la rectificación o destrucción. Por tanto, nos encontramos con que mientras los profesionales desean
• Seguridad: Deben adoptarse medidas adecuadas para garantizar la acceder a la información al menor coste posible, los poseedores de los
seguridad tanto física como lógica de las bases de datos. derechos sobre la información quieren obtener el mayor beneficio.
De esta forma, nos enfrentamos a un conflicto de naturaleza tanto
El cumplimiento de estos princípios, establecidos de forma más legal como ética, en especial si la información es difícil o imposible de
o menos exacta en todas las leyes sobre protección de datas personales, obtener sin infringir el derecho de autor.
exige que los profesionales de la información satisfagan una serie de Para conseguir ese equilíbrio entre los intereses de los ciudadanos
requisitos en el desarrollo de sus actividades habituales de manejo de y los de los propietarios de los derechos de autor, las leyes establecen
información personal, para lo que es necesario establecer en los cen­ una serie de límites a estas derechos, entre los que destacan los deno­
tros de información una política completa y detallada al respecto. minados privilegias de las bibliotecas e instituciones similares: bajo
Sin embargo, el contenido de estas leyes es relativamente complejo, determinadas condiciones es posible hacer determinadas repro­
por lo que es muy útil que las asociaciones y sociedades profesionales ducciones de las obras y prestarlas a sus usuarios sin pedir auto­
elaboren instrucciones que sirvan de guía. Un bum ejemplo lo rización al titular de los derechos ni remunerarle por ello. Sin em­
tenemos en el documento elaborado por la Library Association (1992), bargo, el desarrollo de la información digital y las redes ha provocado
que puede servir de punto de partida para cualquier biblioteca o cen- que las reformas que se están proponiendo para las leyes de derecho
120 Atuação profissional na área de informação Los aspectos jurídicos en tjercicio profesional 121

europeos y en algunos de América Latina, como Brasil o Chile. tro de información, y cuyo contenido esencial resumimos a
Aunque, evidentemente, hay diferencias en el contenido de estas leyes, continuación:
son mayores las similitudes, ya que hay una serie de princípios de la a) Adquisición: Deberá ser obtenida lícita y legalmente; deberá ser
protección de los datos personales sobre los que hay un amplio con­ adecuada, pertinente y no excesiva para la finalidad prevista;
senso internacional. Estas princípios son los siguientes: exacta y puesta al día.
• Lealtad: Los datos no pueden recogerse mediante procedimientos b) Almacenamiento y tratamiento: Debe mantenerse exacta y puesta
desleales o ilícitos. al día; no mantenerse más tiempo del necesario; protegida de la
• Exactitud: El responsable de la base de datos time la obligación pérdida, dano o acceso no autorizado; tratada lícita y legalmente.
de comprobar la exactitud de los datos registrados y de asegurar c) Utilización: Debe estar en consonancia con la finalidad declarada
su puesta al día. cuando el fichero se inscribió en el Registro. Además, cualquier
Pertinencia: Los datos recogidos y registrados deben estar relacio­ utilización debe tener en cuenta la reserva de confidencialidad, la
nados con la finalidad perseguida. seguridad y el respeto al derecho de acceso del interesado.
Utilización no abusiva: Los datos no pueden utilizarse para fines d) Destrucción: Cuando una información ha dejado de ser necesaria
distintos a los declarados. y pertinente deberá ser cancelada.
• Derecho al olvido: El tiempo durante el que se conservan los datos
no puede exceder del necesario para conseguir la finalidad para la 6 Derecho de autor
que fueron recogidos, salvo que se hagan anónimos.
Publicidad: Es necesario mantener un registro público de las ba­ Las actividades de los profesionales de la información requieren
ses de datos que contengan información personal. normalmente el uso de fuentes de información en cualquier tipo de
• Acceso individual: Cualquier persona tiene derecho a conocer si formato. En muchos casos, la copia o transferencia de tal información
datos que !e conciernen son objeto de tratamiento informatizado es una necesidad. Por otro lado, los editores, productores y distribui­
y, si así fuera, a obtener copia de ellos. Si fuesen erróneos o dores de bases de datos y autores tienen el objetivo legítimo de obtener
inexactos o se hubiesen registrado ilegalmente, el titular del benefícios a través de la venta o alquiler de su producto informativo.
derecho puede obtener la rectificación o destrucción. Por tanto, nos encontramos con que mientras los profesionales desean
• Seguridad: Deben adoptarse medidas adecuadas para garantizar la acceder a la información al menor coste posible, los poseedores de los
seguridad tanto física como lógica de las bases de datos. derechos sobre la información quieren obtener el mayor beneficio.
De esta forma, nos enfrentamos a un conflicto de naturaleza tanto
El cumplimiento de estos princípios, establecidos de forma más legal como ética, en especial si la información es difícil o imposible de
o menos exacta en todas las leyes sobre protección de datos personales, obtener sin infringir el derecho de autor.
exige que los profesionales de la información satisfagan una serie de Para conseguir ese equilíbrio entre los intereses de los ciudadanos
requisitos en el desarrollo de sus actividades habituales de manejo de y los de los propietarios de los derechos de autor, las !eyes establecen
información personal, para lo que es necesario establecer en los cen­ una serie de límites a estos derechos, entre los que destacan los deno­
tros de información una política completa y detallada al respecto. minados privilegias de las bibliotecas e instituciones similares: bajo
Sin embargo, el contenido de estas leyes es relativamente complejo, determinadas condiciones es posible hacer determinadas repro­
por lo que es muy útil que las asociaciones y sociedades profesionales ducciones de las obras y prestarias a sus usuarios sin pedir auto­
elaboren instrucciones que sirvan de guía. Un buen ejemplo lo rización al titular de los derechos ni remunerarle por ello. Sin em­
tenemos en el documento elaborado por la Library Association (1992), bargo, el desarrollo de la información digital y las redes ha provocado
que puede servir de punto de partida para cualquier biblioteca o cen- que las reformas que se están proponiendo para las leyes de derecho
122 Atuação profissional na área de informação Los aspectosjurídicos en tjercicio profesioua/ 123

de autor puedan poner en peligro la supervivencia de estas límites, un seguimiento de ellas a través de Internet. Parece evidente que
discriminando a aquellos ciudadanos que no tienen recursos esta vía tecnológica para proteger los derechos de autor es inevitable,
económicos para pagar la licencia para el acceso a la información. En ya que, si su funcionamiento es adecuado, beneficia a todos los
este sentido, ha sido crucial - y lo seguirá siendo - que los interesados: autores, editores, bibliotecas y usuarios. No obstante,
bibliotecarios y demás profesionales de la información,junto con sus también implica muchos riesgos que hay que intentar evitar, en
asociaciones o colegios profesionales, hayan adaptado una postura especial en dos âmbitos: los límites al derecho de autor y la pro­
beligerante en la defensa de sus derechos y los de sus usuarios. tección de la intimidad y los datos personales.
Esta labor de presión o "lobby" de los profesionales de la En el primer caso, existe el peligro de que estos sistemas
información ha surtido efectos muy positivos en lós últimos afí.os, tecnológicos den lugar a que sea imposible que los usuarios e
tanto respecto a iniciativas internacionales como los nuevos trata­ instituciones privilegiadas (las bibliotecas, por ejemplo) hagan uso
dos de la Organización Mundial de la Propiedad Intelectual (OMPI, de los derechos que les concede la ley de derecho de autor. Si los ECMS
1996a, 1996b), como nacionales o regionales. En el primer caso, no son capaces de discriminar los usos de las obras considerados líci­
asociaciones e instituciones como AIA, EBLIDA, IF1A o FID enviaron tos (copia privada, fair use, privilegias de bibliotecas, etc.) de los ilí­
representantes a Ginebra a la conferencia de la OMPI, donde se citos, lo que se va a producir de hecho es que sólo se pueda acceder a
aprobaron los dos grandes tratados que van a marcar la regulación las obras si se paga la tarifa correspondiente. Esto es, los sistemas. o
dei derecho de autor y de los derechos conexos en el entorno digital. permiten un uso total de la obra o ninguno, no facilitando los
Su intervención fue muy fructífera, ya que contribuyó a mejorar el "pequenos" usos permitidos por la ley (Fernández-Molina, 2003a).
texto inicial y conseguir un texto final mucho más equilibrado entre En cuanto a la protección de la intimidad y los datos personales,
derechos de autor y límites a esos derechos (Norman, 1997). Esta también los ECMS constituyen un peligro potencial muy importan­
experiencia positiva ha continuado posteriormente en Estados Uni­ te para estos derechos básicos de los ciudadanos,dado que suelen exigir
dos, Australia o la Unión Europea, donde las nuevas leyes para re­ que e! usuario acceda mediante la utilización de una contrasefí.a o
gular el derecho de autor en el entorno electrónico han sido objeto de clave, por lo que todas las acciones que lleve a cabo a partir de ese
discusión y presión por parte de las asociaciones de bibliotecarios, momento quedarán registradas y, por tanto, pueden ser relaciona­
tanto como instituciones como ayudando a que de forma personal das con el usuario concreto. De esta forma, toda esa información de
cada uno de sus miembros pudiera mandar su opinión a los carácter personal, que refleja hábitos de consumo, aficiones, temas
responsables políticos y legislativos de cada ley. de interés, líneas de investigación, etc., puede ser utilizada posterior­
Pero los problemas dei derecho de autor de la información digi­ mente para muy diversos objetivos (Cohen, 1996; Bygrave y
tal no se acaban en las nuevas leyes que se están promulgando; al Koelman, 2000).
contrario, hay dos nuevos frentes tanto o más importantes: los sis­ En definitiva, son necesarias unas normas que establezcan los
temas tecnológicos para la gestión dei derecho de autor (conocidos requisitos mínimos de calidad que deben cumplir estos dispositivos
genéricamente como ECMS o DRMS) y las licencias. para poder ser implementados, de manera que no sólo protejan los
ECMS (Electronic Copyright Management Systems) o DRMS derechos de los autores, editores y productores, sino también los
(Digital Rights Management Systems) son denominaciones genéri­ derechos de los ciudadanos a acceder a la información y a que se
cas usadas para nombrar a un conjunto de sistemas creados para respeten sus derechos a la intimidad y a la protección de sus datos
gestionar e! derecho de autor de las obras digitales. Su función personales.
principal es identificar de forma unívoca las obras, ofreciendo El caso de Brasil es curioso, ya que aunque todavía no es
información sobre el titular de los derechos más las condiciones en parte de ninguno de los dos tratados OMPI de 1996, sí que incluyó
que pueden ser usadas; permitir o no su uso; y, por último, hacer en la última reforma de su ley de derecho de autor (Brasil, 1998)
122 Atuação profissional na área de informação Los aspectos jurídicos en tjcrcicio profrsional 123

de autor puedan poner en peligro la supervivencia de estos límites, un seguimiento de ellas a través de Internet. Parece evidente que
discriminando a aquellos ciudadanos que no tienen recursos esta vía tecnológica para proteger los derechos de autor es inevitable,
económicos para pagar la licencia para el acceso a la información. En ya que, si su funcionamiento es adecuado, beneficia a todos los
este sentido, ha sido crucial - y lo seguirá siendo - que los interesados: autores, editores, bibliotecas y usuarios. No obstante,
bibliotecarios y demás profesionales de la información,junto con sus también implica muchos riesgos que hay que intentar evitar, en
asociaciones o colegios profesionales, hayan adaptado una postura especial en dos ámbitos: los límites al derecho de autor y la pro­
beligerante en la defensa de sus derechos y los de sus usuarios. tección de la intimidad y los datos personales.
Esta labor de presión o "lobby" de los profesionales de la En el primer caso, existe e! peligro de que estas sistemas
información ha surtido efectos muy positivos en lós últimos afias, tecnológicos den lugar a que sea imposible que los usuarios e
tanto respecto a iniciativas internacionales como los nuevos trata­ instituciones privilegiadas (las bibliotecas, por ejemplo) hagan uso
dos de la Organización Mundial de la Propiedad Intelectual (OMPI, de los derechos que les concede la ley de derecho de autor. Si los ECMS
1996a, 1996b), como nacionales o regionales. En el primer caso, no son capaces de discriminar los usos de las obras considerados líci­
asociaciones e instituciones como AIA, EBLIDA,IFIA o FID enviaron tos (copia privada, fair use, privilegias de bibliotecas, etc.) de los ilí­
representantes a Ginebra a la conferencia de la OMPI, donde se citos, lo que se va a producir de hecho es que sólo se pueda acceder a
aprobaron los dos grandes tratados que van a marcar la regulación las obras si se paga la tarifa correspondiente. Esto es, los sistemas o
de! derecho de autor y de los derechos conexos en el entorno digital. permiten un uso total de la obra o ninguno, no facilitando los
Su intervención fue muy fructífera, ya que contribuyó a mejorar e! "pequenos" usos permitidos por la ley (Fernández-Molina, 2003a).
texto inicial y conseguir un texto final mucho más equilibrado entre En cuanto a la protección de la intimidad y los datos personales,
derechos de autor y límites a esos derechos (Norman, 1997). Esta también los ECMS constituyen un peligro potencial muy importan­
experiencia positiva ha continuado posteriormente en Estados Uni­ te para estos derechos básicos de los ciudadanos,dado que suelen exigir
dos, Australia o la Unión Europea, donde las nuevas leyes para re­ que e! usuario acceda mediante la utilización de una contrasefia o
gular el derecho de autor en el entorno electrónico han sido objeto de clave, por lo que todas las acciones que lleve a cabo a partir de ese
discusión y presión por parte de las asociaciones de bibliotecarios, momento quedarán registradas y, por tanto, pueden ser relaciona­
tanto como instituciones como ayudando a que de forma personal das con el usuario concreto. De esta forma, toda esa información de
cada uno de sus miembros pudiera mandar su opinión a los carácter personal, que refleja hábitos de consumo, aficiones, temas
responsables políticos y legislativos de cada ley. de interés, líneas de investigación,etc.,puede ser utilizada posterior­
Pero los problemas de! derecho de autor de la información digi­ mente para muy diversos objetivos (Cohen, 1996; Bygrave y
tal no se acaban en las nuevas leyes que se están promulgando; al Koelman, 2000).
contrario,hay dos nuevos frentes tanto o más importantes: los sis­ En definitiva, son necesarias unas normas que establezcan los
temas tecnológicos para la gestión del derecho de autor (conocidos requisitos mínimos de calidad que deben cumplir estos dispositivos
genéricamente como ECMS o DRMS) y las licencias. para poder ser implementados, de manera que no sólo protejan los
ECMS (Electronic Copyright Management Systems) o DRMS derechos de los autores, editores y productores, sino también los
(Digital Rights Management Systems) son denominaciones genéri­ derechos de los ciudadanos a acceder a la información y a que se
cas usadas para nombrar a un conjunto de sistemas creados para respeten sus derechos a la intimidad y a la protección de sus datas
gestionar el derecho de autor de las obras digitales. Su función personales.
principal es identificar de forma unívoca las obras, ofreciendo El caso de Brasil es curioso, ya que aunque todavía no es
información sobre el titular de los derechos más las condiciones en parte de ninguno de los dos tratados OMPI de 1996,sí que incluyó
que pueden ser usadas; permitir o no su uso; y, por último, hacer en la última reforma de su ley de derecho de autor (Brasil, 1998)
Los aspectos jurídicos en ejcrcicio profcsional 125
124 Ah1açào profissional na área de informação

circunstancias) acuerdos en los que renunciemos a los derechos que


un artículo, e! 107, en e! que se regulan las medidas tecnológicas
nos concede la ley (fair use, privilegias de bibliotecas, etc.).
de protección de los derechos de autor. En concreto, sus apartados
Para intentar solucionar este gravísimo problema se han
I y II prohíben la alteración, supresión, modificación o inutilización
desarrollado varias vías. Una es constituir consorcias de bibliotecas,
de los dispositivos técnicos utilizados para evitar o restringir la
cuya fuerza y tamafl.o puede equilibrar la situación a la hora de ne­
copia o la comunicación pública de las obras. Su contenido es
gociar e! contenido de las licencias (Scigliano, 2002). Otra vía es
excesivamente somero e inco111pleto, ya que, ai contrario que las
presionar para que la legislación establezca normas por las que se
otras leyes, no prevé ningún mecanismo para afrontar e! conflicto
declaren nulas las estipulaciones de una licencia que van en contra
entre la protección tecnológica y e! disfrute de los límites a los
de los límites dei derecho de autor establecidos por la ley. Se ha in­
derechos de autor (Fernández-Molina, 2003b).
tentado sin éxito en el caso de la directiva europea (Unión Europea,
Por lo que se refiere ai problema de las licencias de uso de las
obras digitales, nos encontramos sin duda ante un tema crucial que 2001) recientemente aprobada y, en una línea parecida, se sigue
va a marcar e! desarrollo y funcionamiento de las bibliotecas e luchando en Estados Unidos contra la ley que daría fuerza a las li­
instituciones educativas en los próximos anos. A diferencia de las cencias aunque fueran abusivas: UCITA (Uniform Computer
obras impresas, las obras digitales no se suelen comprar, sino que Information Transactions Act) (Gatten, 2002). Finalmente, también
sólo se pueden utilizar de acuerdo con lo establecido en las licencias, puede dar resultados satisfactorios la vía de la formación y la infor­
esto es, contratos entre dos partes: e! editor y la biblioteca o centro mación, es decir, los profesionales de las bibliotecas y centros de
de información. E! problema de que el uso de las obras dependa de información deben tener ahora mayores conocimientos sobre estas
un contrato se encuentra, fundamentalmente, en que estos acuerdos ma terias, lo que contribuirá a paliar su situación de inferioridad a la
de licencia no puedan ser negociados en igualdad de oportunidades. hora de negociar estas licencias. Esta mayores conocimientos se
No suele haber posibilidad de negociar las condiciones, ya que son pueden obtener tanto a través de diversos cursos, charlas, conferen­
licencias cuyo contenido ya vime predeterminado, de manera que a cias, etc., como mediante el desarrollo de sítios web que los
la biblioteca no le queda más que firmar u optar por otras obras y proporcionan, como es el caso de Liblicense, página web elaborada y
editor, alternativa que no es factible en la mayoría de los casos mantenida por la biblioteca de la Universidad de Yale (Ockerson,
(Samuelson, 1998). Esto supone que e! contenido de las licencias que 1999). También muy útiles son iniciativas como la puesta en mar­
se están firmando por las bibliotecas suele ser abusivo, con cláusulas cha por la IF1A (2001), ai aprobar una serie de princípios básicos que
que imponen condiciones injustas y leoninas (prohibición de venta o deben ser tenidos en cuenta en las relaciones contractuales entre las
donación, elección de jurisdicción, cambios en las estipulaciones, etc.), bibliotecas y los proveedores de información, o la de EBLIDA de ela­
lo que p_uede dar lugar a que determinados servicios básicos borar un documento-guía donde se explican algunos conceptos bá­
bibliotecarios estén bajo amenaza: préstamo interbibliotecario, sicos y se dan consejos para evitar errares de carácter jurídico
archivo, preservación. Además, dada la posibilidad de implantar sis­ (Giavarra, 2001) Evidentemente, estas tres formas de afrontar el
temas de protección tecnológica para controlar e! acceso a las obras problema de las licencias no son contradictorias entre sí, sino
digitales, puede darse el caso de que, si hay controversia entre las complementarias.
partes, e! editor puede hacer uso de tales medidas para desactivar e!
acceso a las obras por parte de la biblioteca (Fernández-Molina, 2004).
En resumen, estos contratos de licencia pueden suponer que todos Referencias
los derechos que la ley concede a los usuarios y a las bibliotecas como American Library Association (2001). Resolution on opposition to federally
instituciones públicas de acceso a la información queden en papel mandated Internet filtering. Disponível em: < http://www.ala.org>. Acesso
em: 17 jan. 2001.
mojado, ya que podemos estar firmando (obligados por las
Los aspectosjurfdicos en ejercicio profesional 125
124 Atuação profissional na área de informação

circunstancias) acuerdos en los que renunciemos a los derechos que


un artículo, e! 107, en el que se regulan las medidas tecnológicas
nos concede la ley (fair use, privilegias de bibliotecas, etc.).
de protección de los derechos de autor. En concreto, sus apartados
Para intentar solucionar este gravísimo problema se han
I y II prohíben la alteración, supresión, modificación o inutilización
desarrollado varias vías. Una es constituir consorcias de bibliotecas,
de los dispositivos técnicos utilizados para evitar o restringir la
cuya fuerza y tamai'io puede equilibrar la situación a la hora de ne­
copia o la comunicación pública de las obras. Su contenido es
gociar el contenido de las licencias (Scigliano, 2002). Otra vía es
excesivamente somero e incolllpleto, ya que, ai contrario que las
presionar para que la legislación establezca normas por las que se
otras leyes, no prevé ningún mecanismo para afrontar el conflicto
declaren nulas las estipulaciones de una licencia que van en contra
entre la protección tecnológica y el disfrute de los límites a los
de los límites de] derecho de autor establecidos por la ley. Se ha in­
derechos de autor (Fernández-Molina, 2003b).
tentado sin éxito en el caso de la directiva europea (Unión Europea,
Por lo que se refiere ai problema de las licencias de uso de las
2001) recientemente aprobada y, en una línea parecida, se sigue
obras digitales, nos encontramos sin duda ante un tema crucial que
luchando en Estados Unidos contra la ley que daría fuerza a las li­
va a marcar el desarrollo y funcionamiento de las bibliotecas e
instituciones educativas en los próximos anos. A diferencia de las cencias aunque fueran abusivas: UCITA (Uniform Computer
obras impresas, las obras digitales no se suelen comprar, sino que Information Transactions Act) (Gatten, 2002). Finalmente, también
sólo se pueden utilizar de acuerdo con lo establecido en las licencias, puede dar resultados satisfactorios la vía de la formación y la infor­
esta es, contratos entre dos partes: el editor y la biblioteca o centro mación, es decir, los profesionales de las bibliotecas y centros de
de información. El problema de que el uso de las obras dependa de información deben tener ahora mayores conocimientos sobre estas
un contrato se encuentra, fundamentalmente, en que estas acuerdos materias, lo que contribuirá a paliar su situación de inferioridad a la
de licencia no puedan ser negociados en igualdad de oportunidades. hora de negociar estas licencias. Esta mayores conocimientos se
No suele haber posibilidad de negociar las condiciones, ya que son pueden obtener tanto a través de diversos cursos, charlas, conferen­
licencias cuyo contenido ya viene predeterminado, de manera que a cias, etc., como mediante el desarrollo de sítios web que los
la biblioteca no le queda más que firmar u optar por otras obras y proporcionan, como es el caso de Liblicense, página web elaborada y
editor, alternativa que no es factible en la mayoría de los casos mantenida por la biblioteca de la Universidad de Yale (Ockerson,
(Samuelson, 1998). Esto supone que el contenido de las licencias que 1999). También muy útiles son iniciativas como la puesta en mar­
se están firmando por las bibliotecas suele ser abusivo, con cláusulas cha por la IFLA (2001), al aprobar una serie de princípios básicos que
que imponen condiciones injustas y leoninas (prohibición de venta o deben ser tenidos en cuenta en las relaciones contractuales entre las
donación, elección de jurisdicción, cambias en las estipulaciones, etc.), bibliotecas y los proveedores de información, o la de EBLIDA de ela­
lo que p_uede dar lugar a que determinados servicios básicos borar un documento-guía donde se explican algunos conceptos bá­
bibliotecarios estén bajo amenaza: préstamo interbibliotecario, sicos y se dan consejos para evitar errares de carácter jurídico
archivo, preservación. Además, dada la posibilidad de implantar sis­ (Giavarra, 2001) Evidentemente, estas tres formas de afrontar el
temas de protección tecnológica para controlar el acceso a las obras problema de las licencias no son contradictorias entre sí, sino
digitales, puede darse el caso de que, si hay controversia entre las complementarias.
partes, el editor puede hacer uso de tales medidas para desactivar el
acceso a las obras por parte de la biblioteca (Fernández-Molina, 2004).
En resumen, estos contratos de licencia pueden suponer que todos Referencias
los derechos que la ley concede a los usuarios y a las bibliotecas como Arnerican Library Association (2001). Resolution on opposition to federally
instituciones públicas de acceso a la información queden en papel mandated Internet filtering. Disponível em: <http://www.ala.org>. Acesso
em: 17 jan. 2001.
mojado, ya que podemos estar firmando (obligados por las
12 6 Ahiação profissional na área de informação Los aspectosjurfdicos en (jercicio profesional 12 7

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of justice and a defense of communally funded information against the
Fernández-Molina, J. C. (2003a). Laws against the circumvention of copyright
tyranny of the marketplace. LibraryQuarterly, v. 71, n.3, p.330-359, 2001.
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obras con derecho de autor: ,:Hacia una privatización dei acceso a la Schmidt, C.J. (2000). Media rating schemes: Industry self-defense/regulation,
información? Ciência da Informação, Brasília, v.32, n.2, p.54-63, 2003b. useful for or useable by libraries? Libri, v.50, n.1, p.26-31., 2.000.
126 Ah1ação profissional na área de informação Los aspectos jurídicos en tjercicio profcsional 12 7

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l'information, Paris, 13-15juin 1995. Paris:ADBS, 283-287. Sally, D.M. (2001). Prostitution, simony, and fees for service: Walzer's theory
of justice and a defense of communally funded information against the
Fernández-Molina, J.C. (2003a). Laws against the circumvention of copyright
tyranny of the marketplace. LlbraryQuarterly, v.71, n.3, p.330-359, 2001.
technological protection. Journal of Documentation, v.59, n.1, p.41-68,
2003a. Samuelson, P. (1998). Does information really have to be licensed?
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Fernández-Molina, J.C. (2003b). Protección tecnológica y contractual de las
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12 8 Atuação profissional na área de informação

Scigliano, M. (2002). Consortium purchases: Case study for a cost-benefit


analysis. Journal of Academic Llbrarianship, v.28, n.6, p.393-399, 2002.
Capítulo 8
Smith, B., Fraser, B.T. and McC!ure, C.R. (2000). Federal information policy
and access to Web-based federal information. Journal of A cademic
Os Profissionais da Inf armação
Llbrarianship, v.26, n.4, p.274-281, 2000.
Unión Europea (2000). Directiva 2000/31/CE dei Parlamento Europeo y dei
em comunidades desfavorecidas*
Consejo de 8 de junio de 2000 relativa a determinados aspectos jurídicos dei
comercio electrónico en e! mercado interior. DOCE 17.07.2000, L 178. Michel J. Mcnou
Unión Europea. (2001). Directiva 2001/29/CE dei Parlamento Europeo y Kingo Mchombu
del Consejo de 22 de mayo de 2001 relativa a la armonización de determi­
nados aspectos de los derechos de autor y derechos afines en la sociedad de
la información. DOCE 22.6.2001, L167.

A cura fundamental para pobreza


não é dinheiro rnas conhecimento.
Sir Wil/ia111 Artlwr Lewis

Introdução
O tema específico deste capítulo é examirn-ir o papel que os pro­
fissionais da informação desempenham, ou deveriam desempenhar
em comunidades desfavorecidas no "Terceiro Mundo". Muitos exem­
plos são tirados da África devido à experiência particular dos auto­
res, especialmente K. Mchombu e, também, porque o continente vem,
infelizmente, exibindo os exemplos mais óbvios de exclusão. O texto
realça as características de comunidades desfavorecidas e o s.eu de­
sempenho limitado quanto ao uso de estruturas e recursos de infor­
mação formalizados que incluem as modernas tecnologias de infor­
mação e comunicação (TIC's).
As comunidades desfavorecidas sofrem de uma defasagem
quanto ao acesso à informação e ao conhecimento, no mundo
inteiro, mas particularmente na África. Porém, elas não existem
em um vazio de conhecimento, já que têm acesso à sua própria
base de conhecimento nativo (BCN), a qual é usada para satisfazer
necessidades de sobrevivência. Não obstante, elas continuam a re-

• Tradução de Andrea Brandão Lapa.


128 Atuação pmfissional na área de informação

Scigliano, M. (2002). Consortium purchases: Case study for a cost-bcnefit


analysis. Journal of Academic Llbrarianship, v.28, n.6, p.393-399, 2002.
Capítulo 8
Smith, B., Fraser, B.T. and McClure, C.R. (2000). Federal information policy
and access to Web-based federal information. Journal of Academic
Os Profissionais da Inf armação
Llbrarianship, v.26, n.4, p.274-281, 2000.
Unión Europea (2000). Directiva 2000/31/CE del Parlamento Europeo y dei
em com unidades desfavorecidas*
Consejo de 8 de junio de 2000 relativa a determinados aspectos jurídicos dei
comercio electrónico en el mercado interior. DOCE 17.07.2000, L 178. Michcl J. Mcnou
Unión Europea. (2001). Directiva 2001/29/CE del Parlamento Europeo y Kingo Mchombu
del Consejo de 22 de mayo de 2001 relativa a la armonización de determi­
nados aspectos de los derechos de autor y dereehos afines en la sociedad de
la información. DOCE 22.6.2001, L167.

A cura fu11d,1111cntal paré1 pobrcZil


não é dinheiro mas conhcci111rnlo.
Sir WilliR111 Arthur Lewis

Introdução
O tema específico deste capítulo é examinar o papel que os pro­
fissionais da informação desempenham, ou deveriam desempenhar
em comunidades desfavorecidas no "Terceiro Mundo". Muitos exem­
plos são tirados da África devido à experiência particular dos auto­
res, especialmente K. Mchombu e, também, porque o continente vem,
infelizmente, exibindo os exemplos mais óbvios de exclusão. O texto
realça as características de comunidades desfavorecidas e o s.eu de­
sempenho limitado quanto ao uso de estruturas e recursos ele infor­
mação formalizados que incluem as modernas tecnologias ele infor­
mação e comunicação (TIC's).
As comunidades desfavorecidas sofrem de uma defasagem
quanto ao acesso à informação e ao conhecimento, no mundo
inteiro, mas particularmente na África. Porém, elas não existem
em um vazio ele conhecimento, já que têm acesso à sua própria
base de conhecimento nativo (BCN), a qual é usada para satisfazer
necessidades de sobrevivência . Não obstante, elas continuam a re-

* Tradução de Andrea Brandão Lapa.


130 Atuação profissional na área de informação Em comunidades dcs/,1v,>1rr11/,is 1 :11

querer o acesso ao conhecimento externo para atingir algumas de deixa escapar que em todo país de Terceiro Mundo há um sclor dt·
suas metas de desenvolvimento. As TICs são uma valiosa ferra­ Primeiro Mundo, e vice-versa.
menta para compartilhar e administrar a transferência de ambos A realidade das comunidades desfavorecidas mostra claramen­
os tipos de conhecimento. As experiências de bibliotecas públicas e te, que também há um "Quarto Mundo". A noção de Primeiro, Se­
rurais, de centros de aprendizagem e redes de escolas, e de telecentros gundo e Terceiro Mundo deveria ser radicalmente revisada, já que ela
comunitários são discutidas como caminhos para assegurar a di­ corresponde a uma situação geopolítica que não mais existe. De fato,
fusão de TIC's e a disseminação de informação apropriada para o conceito de "Quarto Mundo" foi inventado em um país de "Primei­
comunidades desfavorecidas. Para além do que tais serviços dedi­ ro Mundo", mais especificamente na França, em 1965, por Joseph
cados poderiam alcançar, os profissionais de informação, suas so­ Wresinski, fundador da associação denominada ATD Quart Monde,
ciedades profissionais e seus recursos educacionais precisam incor­ que luta para ajudar pessoas atingidas por extrema pobreza ( ATD
porar completamente, em suas visões, habilidades e comportamento QUART MONDE, 2004). Desde então, o "Quarto Mundo" tem-se
social às exigências, visando uma participação efetiva na socie­ expandido continuamente em todos os continentes e sociedades. Os
dade, seja ela informacional ou não. vários reveses ele que sofre são referidos na contemporânea lingua­
gem politicamente correta como "exclusão social", fenômeno que
merece a atenção da maioria dos governos e autoridades, pelo menos
Características de comunidades desfavorecidas
na hora de eleições. O fato do Reino Unido, geralmente aclamado como
K. Mchombu apresenta um exame das comunidades desfavo­ uma das economias neoliberais mais prósperas, ter produzido um
recidas localizadas no Terceiro Mundo, sejam elas em áreas rurais Plano de Ação Nacional de Inclusão Social 2003-2005 merece refle­
ou urbanas, embora no uso comum ambos os termos acima este­ xão (U.K. DEPARTMENT FOR WORKAND PENSIONS, 2003). Talvez
jam sujeitos a variadas interpretações. 'Terceiro Mundo" pode sig­ seja por isso que "exclusão social e bibliotecas" estejam entre as en­
nificar coisas diferentes para pessoas diferentes, mas o que é comum tradas da segunda edição da Enciclopédia Internacional de Ciência da
é que há um padrão de subdesenvolvimento. Horowitz captura isto Informação e Biblioteconomia, enfocada principalmente no cenário
muito bem na declaração seguinte: do Reino Unido e na discriminação racial (PATEMAN, 2003).
A exclusão social mostra uma variedade de características e
É evidente... que países em desenvolvimento sofrem de proble­ intensidades através de tempos e lugares. A característica principal
mas e condições que são notavelmente semelhantes, tudo é muito dos que são afetados é a privação, social e econômica, que mina in­
familiar, como: rápido crescimento populacional, hiatos enor­ clusive a dignidade humana mais básica. Nas instâncias mais críti­
mes entre necessidades e recursos disponíveis para atendê-las, cas, a vida de pessoas desfavorecidas é de luta diária pela sobrevivên­
analfabetismo difundido, falta de homogeneidade, grandes dife­ cia. Durrani (1985) captura isso muito bem quando narra a vida de
renças nos padrões de vida entre setores rurais e urbanos, e uma uma camponesa no Quênia:
onda ascendente de urbanização e industrialização que provoca
mudanças sociais de longo alcance, como o rompimento de pa­ Nyanjiru acorda às 4 da manhã, um debe (recipiente de lata)
drões culturais. Tem sido dito que os milhões das pessoas que de água em sua cabeça, ela caminha por uma hora e meia até o
vivem no Terceiro Mundo têm apenas uma coisa em comum: o córrego mais próximo. Então ela sobe o rio de volta para a casa
padrão de subdesenvolvimento (HOROWITZ, 1993, p.171). dela, pegando lenha seca no caminho para o fogo, após três
horas chega em casa para começar mais um dia de trabalho.
Outros têm discutido que o termo " Terceiro Mundo" reduz Crianças chorando a serem acalmadas com pedaços de sobra
demasiadamente mundos complexos e discrepantes, é depreciador, e de comida, galinha a ser alimentada, então começa a cavar seu
130 Atuação profissional na área de informação Em comunidades dcst:M,,n11/," 1.11

querer o acesso ao conhecimento externo para atingir algumas de deixa escapar que em todo país de Terceiro Mundo há um sclor dl'
suas metas de desenvolvimento. As TICs são uma valiosa ferra­ Primeiro Mundo, e vice-versa.
menta para compartilhar e administrar a transferência de ambos A realidade das comunidades desfavorecidas mostra claramen­
os tipos de conhecimento. As experiências de bibliotecas públicas e te, que também há um "Quarto Mundo". A noção de Primeiro, Se­
rurais, de centros de aprendizagem e redes de escolas, e de telecenh·os gundo e Terceiro Mundo deveria ser radicalmente revisada, já que ela
comunitários são discutidas como caminhos para assegurar a di­ corresponde a uma situação geopolítica que não mais existe. De fato,
fusão de TIC's e a disseminação de informação apropriada para o conceito de "Quarto Mundo" foi inventado em um país de "Primei­
comunidades desfavorecidas. Para além do que tais serviços dedi­ ro Mundo", mais especificamente na França, em 1965, por Joseph
cados poderiam alcançar, os profissionais de informação, suas so­ Wresinski, fundador da associação denominada ATD Quart Monde,
ciedades profissionais e seus recursos educacionais precisam incor­ que luta para ajudar pessoas atingidas por extrema pobreza ( ATD
porar completamente, em suas visões, habilidades e comportamento QUART MONDE, 2004). Desde então, o "Quarto Mundo" tem-se
social às exigências, visando uma participação efetiva na socie­ expandido continuamente em todos os continentes e sociedades. Os
dade, seja ela informacional ou não. vários reveses ele que sofre são referidos na contemporânea lingua­
gem politicamente correta como "exclusão social", fenômeno que
merece a atenção da maioria dos governos e autoridades, pelo menos
Características de comunidades desfavorecidas
na hora de eleições. O fato do Reino Unido, geralmente aclamado como
K. Mchombu apresenta um exame das comunidades desfavo­ uma das economias neoliberais mais prósperas, ter produzido um
recidas localizadas no Terceiro Mundo, sejam elas em áreas rurais Plano de Ação Nacional de Inclusão Social 2003-2005 merece refle­
ou urbanas, embora no uso comum ambos os termos acima este­ xão (U.K. DEPARTMENT FOR WORKAND PENSIONS, 2003). Talvez
jam sujeitos a variadas interpretações. "Terceiro Mundo" pode sig­ seja por isso que "exclusão social e bibliotecas" estejam entre as en­
nificar coisas diferentes para pessoas diferentes, mas o que é comum tradas da segunda edição da Enciclopédia Internacional de Ciência da
é que há um padrão de subdesenvolvimento. Horowitz captura isto Informação e Biblioteconomia, enfocada principalmente no cenário
muito bem na declaração seguinte: do Reino Unido e na discriminação racial (PATEMAN, 2003).
A exclusão social mostra uma variedade de características e
É evidente ... que países em desenvolvimento sofrem de proble­ intensidades através de tempos e lugares. A característica principal
mas e condições que são notavelmente semelhantes, tudo é muito dos que são afetados é a privação, social e econômica, que mina in­
familiar, como: rápido crescimento populacional, hiatos enor­ clusive a dignidade humana mais básica. Nas instâncias mais críti­
mes entre necessidades e recursos disponíveis para atendê-las, cas, a vida de pessoas desfavorecidas é de luta diária pela sobrevivên­
analfabetismo difundido, falta de homogeneidade, grandes dife­ cia. Durrani (1985) captura isso muito bem quando narra a vida de
renças nos padrões de vida entre setores rurais e urbanos, e uma uma camponesa no Quênia:
onda ascendente de urbanização e industrialização que provoca
mudanças sociais de longo alcance, como o rompimento de pa­ Nyanjiru acorda às 4 da manhã, um debe (recipiente de lata)
drões culturais. Tem sido dito que os milhões das pessoas que de água em sua cabeça, ela caminha por uma hora e meia até o
vivem no Terceiro Mundo têm apenas uma coisa em comum: o córrego mais próximo. Então ela sobe o rio de volta para a casa
padrão de subdesenvolvimento (HOROWITZ, 1993, p.171). dela, pegando lenha seca no caminho para o fogo, após três
horas chega em casa para começar mais um dia de trabalho.
Outros têm discutido que o termo "Terceiro Mundo" reduz Crianças chorando a serem acalmadas com pedaços de sobra
demasiadamente mundos complexos e discrepantes, é depreciador, e de comida, galinha a ser alimentada, então começa a cavar seu
132 Atuação pro(issio11al na Áffa de infor/Jlação E/JJ com unidades desfavorecidas 13 3

shamba (fazenda pequena) de um acre, no sol quente e arden­ Tabela 1 - Distribuição de número de países por categorias de IAD
te. Esta é a rotina diária para o camponês.
Tipos de Alto Superior Médio Baixo
países (0,70 - 0,85) (0,50 - 0,69) (0,30 - 0,49) (0,04 -0,39)
A conclusão de Durrani sobre a relação entre Nyanjiru e a bi­ Países de
renda alta
21 5 1 o
blioteca é condenatória. Ele escreve:
Países da
Europa Central -
Assim não é surpreendente que Nyanjiru não conheça nenhuma 10 14 2
e do Leste
biblioteca, e nenhuma biblioteca conheça Nyanjiru. O mundo e da CIS

de Nyanjiru e o mundo de serviços de biblioteca, como eles América Latina - 15 15 3


e Caribe
existem hoje, estão demasiado afastados. Bibliotecas baseadas
Ásia 4 3 8 7
em tradições de práticas de informação estrangeiras não po­
dem servir às necessidades de pessoas como Nyanjiru. Nyanjiru Pacífico - - 2 3
pertence ao sistema de informação do seu povo, baseado nas Oriente Médio
tradições orais e nas experiências de história que ela pode en­ e - 5 11 2
Norte da África
tender, confiar e aplicar para lutar por sua existência.
África - 2 7 38
Sub-Saara
Os pontos levantados por Durrani são apoiados por muitos Total 25 40 58 55
outros que notam que comunidades desfavorecidas são marginali­
zadas e, talvez, primeiramente em termos do fluxo de informação
para atender suas necessidades humanas básicas. Acessar a infra­ 3. econômicas: baixa renda, desemprego alto;
estrutura ele informação moderna passa a ser muito difícil 4. sociais: alta proporção de membros de minorias, alta proporção
(MCHOMBU, 1993; NWAGHA, 1990; TEMU, 1984). Embora de­ de migrantes, pouca saúde, pouca educação, alta insegurança,
vessem ser considerados com cuidado, indicadores como o Índice de pouca presença e qualidade de serviços públicos;
Acesso Digital (IAD), recentemente proposto pela União Internacio­ 5. culturais: marginalização, discriminação social e étnica, história
nal ele Telecomunicações (INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION de dominação e exploração, rigidez de estruturas sociais, baix:a
UNION, 2004), oferecem uma perspectiva reveladora quando se cruza autoconfiança.
a distribuição de países das várias regiões do globo pelas quatro cate­ De décadas disto ou daquilo até as metas para o desenvol­
gorias de IAD, como m.ostrado na Tabela 1. vimento no Milênio, desde promessas cham.ativas até revisões de fim­
A noção de que informação "moderna" é o mesmo que re­ de-termo, a prioridade dada para a "erradicação da pobreza" parece
cursos de informação em rede, ou baseados na Internet e, portanto, ilusória. Dois fatos são intrigantes: enquanto ampla evidência e ex­
que fornecer acesso às TIC's é a chave para o progresso é enganosa, periência demonstram a necessidade de uma abordagem gradual,
para dizer o mínimo. De fato, as comunidades desfavorecidas são ex­ contínua, de longo termo e inclusiva, o conceito de desenvolvimento
postas a um jogo complexo de limitações entrelaçadas que precisarn integrado, que já foi moda no pensamento sobre o desenvolvimento,
ser atacadas simultaneamente: parece ter desaparecido totalmente. Além disso, com.unidades
1. geográficas: distanciamento dos principais "centros", condições desfavorecidas são persistentemente indicadas, e referidas, como
ecológicas difíceis; "minorias" enquanto, de fato, elas representam a maioria das pessoas.
2. infra-estruturais: baixo suprimento de eletricidade e energia, co­ Trazer conectividade para "quase metade da população mundial, [que]
municação por terra, transporte, saneamento e telecomunicações; vive em áreas rurais em nações de renda baixa e média-baixa", como
132 Atur1ç;.io profissional na 1-Írca de informação Em comunidades dcsfavorccidr1s 133

shamba (fazenda pequena) de um acre, no sol quente e arden­ Tabela 1 - Distribuição de número de países por categorias de IAD
te. Esta é a rotina diária para o camponês.
Tipos de Alto Superior Médio Baixo
países (0,70 - O, 85) (0,50 - 0,69) (0,30 - 0,49) (0,04 -0,39)
A conclusão de Durrani sobre a relação entre Nyanjiru e a bi­ Países de
21 5 1 o
blioteca é condenatória. Ele escreve: renda alta
Países da
Europa Central
Assim não é surpreendente que Nyanjiru não conheça nenhuma 10 14 2
e do Leste
biblioteca, e nenhuma biblioteca conheça Nyartjiru. O mundo e da CIS

de Nyanjiru e o mundo de serviços de biblioteca, como eles América Latina - 15 15 3


e Caribe
existem hoje, estão demasiado afastados. Bibliotecas baseadas
Ásia 4 3 8 7
em tradições de práticas de informação estrangeiras não po­
dem servir às necessidades de pessoas como Nyartjiru. Nyanjiru Pacífico - - 2 3
pertence ao sistema de informação do seu povo, baseado nas Oriente Médio
tradições orais e nas experiências de história que ela pode en­ e - 5 11 2
Norte da África
tender, confiar e aplicar para lutar por sua existência.
África - 2 7 38
Sub-Saara
Os pontos levantados por Durrani são apoiados por m.uitos Total 25 40 58 55
outros que notam que comunidades desfavorecidas são marginali­
zadas e, talvez, primeiramente em termos do fluxo de informação
para atender suas necessidades humanas básicas. Acessar a infra­ 3. econômicas: baixa renda, desemprego alto;
es trutura de informação moderna passa a ser muito difícil 4. sociais: alta proporção de membros de minorias, alta proporção
(MCHOMBU, 1993; NWAGHA, 1990; TEMU, 1984). Embora de­ de migrantes, pouca saúde, pouca educação, alta insegurança,
vessen1 ser considerados com cuidado, indicadores como o Índice de pouca presença e qualidade de serviços públicos;
Acesso Digital (lAD), recentemente proposto pela União Internacio­ 5. culturais: marginalização, discriminação social e étnica, história
nal de Telecomunicações (INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION de dominação e exploração, rigidez de estruturas sociais, baixa
UNION, 2004), oferecem uma perspectiva reveladora quando se cruza autoconfiança.
a distribuição de países das várias regiões do globo pelas quatro cate­ De décadas disto ou daquilo até as metas para o desenvol­
gorias de lAD, como mostrado na Tabela 1. vimento no Milênio, desde promessas chamativas até revisões ele fim­
A noção de que informação "moderna" é o mesmo que re­ cle-termo, a prioridade dada para a "erradicação da pobreza" parece
cursos de informação em rede, ou baseados na Internet e, portanto, ilusória. Dois fatos são intrigantes: enquanto ampla evidência e ex­
que fornecer acesso às TIC's é a chave para o progresso é enganosa, periência demonstram a necessidade de uma abordagem gradual,
para dizer o mínimo. De fato, as comunidades desfavorecidas são ex­ contínua, de longo termo e inclusiva, o conceito de desenvolvimento
postas a um jogo complexo de limitações entrelaçadas que precisam integrado, que já foi moda no pensamento sobre o desenvolvimento,
ser atacadas simultaneamente: p arece ter desaparecido totalmente. Além disso, comunidades
1. geográficas: distanciamento dos principais "centros", condições desfavorecidas são persistentemente indicadas, e referidas, como
ecológicas difíceis; "minorias" enquanto, de fato, elas representam a maioria das pessoas.
2. infra-estruturais: baixo suprimento de eletricidade e energia, co­ Trazer conectividade para "quase metade ela população mundial, [ que]
municação por terra, transporte, saneamento e telecomunicações; vive em áreas rurais em nações de renda baixa e média-baixa", como
134 Atuação profissional na área de informação Em comunidades desfavorecidas 135

sugerido por Press (PRESS, 2004), apesar de ser parte da cura não em aproximadamente 25% da população adulta em países do Terceiro
mudaria a cena por si só. E ele mesmo vem adicionando algumas Mundo e perto de 40% nos países de baixa renda (BANCO MUNDIAL,
medidas complementares, como o livre acesso à informação técnica 2003). Estes números não refletem as consideráveis discrepâncias
e científica que não está exatamente alinhada com os dogmas econô­ sociais, regionais e de gênero.
micos dominantes. I sto contribui para fortalecer a preferência de pessoas
desfavorecidas por coisas concretas e práticas, ou é pelo menos, uma
demonstração delas, ao invés de produtos abstratos como informa­
Necessidades de informação, recursos, alfabetização e a ção e conhecimento, mesmo que estes últimos possam, de fato, ajudá­
base de conhecimento comunitário los mais efetivamente na luta diária pela sobrevivência. Pesquisa re­
Vários projetos de pesquisa tiveram o propósito de identificar alizada por Temu (1984) e Mchombu (1993) demonstrou que as
áreas de necessidades de informação em comunidades desfavorecidas. pessoas nas comunidades rurais, quando perguntadas sobre suas
Pesquisas na Nigéria, por exemplo, mostraram que quase todos os necessidades de informação, freqüentemente respondiam não ter
tópicos precisam ser cobertos, desde a saúde até a recreação, com necessidade alguma. Na África do Leste e Meridional, Mchombu veri­
ênfase na existência cotidiana (ABOYADE, 1984; NWAGHA, 1990). ficou que muitos respondentes disseram não ter necessidade de infor­
Outros estudos feitos na África Meridional e do Leste mostraram mação porque a informação de que eles dispunham já lhes bastava
necessidades bastante semelhantes. (Botsuana aproximadamente 48%, Tanzânia aproximadamente 29%
Mchombu (1993) descobriu que as necessidades de informa­ e Malauí aproximadamente 31%). Em Papua, Nova Guiné, Temu
ção da comunidade dividem-se em dois grupos: necessidades comuns descobriu o seguinte:
encontradas em todas as comunidades nos três países estudados, e
necessidades locais que refletem o ambiente sócio-econômico, climá­ A taxa relativamente alta de mortalidade infantil, de desnutri­
tico e político, particular de uma comunidade. Entre as necessidades ção entre crianças, e de doenças endêmicas, é aceita como uma
de informação comuns estavam: saúde, incluindo HIV e AIDS, cons­ parte necessária da vida. A necessidade percebida, então, não se
ciência econômica básica, governança e liderança, administração co­ encaixa com a necessidade real (TEMU, 1984).
munitária, e administração ambiental incluindo agricultura. Entre
as necessidades locais específicas estavam, por exemplo: práticas Embora os problemas destacados fossem correntes na comu­
agrícolas para propensão à seca em Botsuana, planejamento fami­ nidade, eles não eram percebidos como uma dimensão informacional,
liar em Malauí, e melhoria do rebanho na Tanzânia. mas sim como uma parte necessária da vida, ou como vontade de
O que foi verificado em outros lugares da África, bem como Deus. Uma solução para este problema poderia ser implementar pro­
em outros países em desenvolvimento, confirma que as necessida­ gramas de educação para adultos, que constroem novas habilidades
des de informação são bastante extensas, e há na situação atual uma e capacidades nas comunidades, para que, desse modo, considerem o
clara defasagem de informação. A informação de agências existen­ conhecimento e a informação como recursos importantes para a
tes, visando dar suporte às comunidades são insignificantes e não solução de problemas e o desenvolvimento comunitário. Porque,
são suficientes, para apoiar o desenvolvimento delas, bem como a embora os membros de uma comunidade usem diariamente a infor­
luta por sobrevivência (NWAGHA, 1990). mação e o conhecimento, eles podem não reconhecê-los como uma
Um assunto que merece atenção especial é o nível de alfabeti­ entidade distinta capaz de uma existência própria (MCHOMBU,
zação informacional, que é freqüentemente muito baixo em comu­ 2002).
nidades desfavorecidas. O número de pessoas analfabetas, que não Em face da natureza abstrata da informação e do conhecimento,
sabem ler e, muito menos, usar computadores, ainda é calculado hoje sugere-se que os provedores de informação para as comunidades
134 Atuação profissional na área de informação Em comunidades desfavorecidas 135

sugerido por Press (PRESS, 2004), apesar de ser parte da cura não em aproximadamente 25% da população adulta em países do Terceiro
mudaria a cena por si só. E ele mesmo vem adicionando algumas Mundo e perto de 40% nos países de baixa renda (BANCO MUNDIAL,
medidas complementares, como o livre acesso à informação técnica 2003). Estes números não refletem as consideráveis discrepâncias
e científica que não está exatamente alinhada com os dogmas econô­ sociais, regionais e de gênero.
micos dominantes. Isto contribui para fortalecer a preferência de pessoas
desfavorecidas por coisas concretas e práticas, ou é pelo menos, uma
demonstração delas, ao invés de produtos abstratos como informa­
Necessidades de informação, recursos, alfabetização e a ção e conhecimento, mesmo que estes últimos possam, de fato, ajudá­
base de conhecimento comunitário los mais efetivamente na luta diária pela sobrevivência. Pesquisa re­
Vários projetos de pesquisa tiveram o propósito de identificar alizada por Temu (1984) e Mchombu (1993) demonstrou que as
áreas de necessidades de informação em comunidades desfavorecidas. pessoas nas comunidades rurais, quando perguntadas sobre suas
Pesquisas na Nigéria, por exemplo, mostraram que quase todos os necessidades de informação, freqüentemente respondiam não ter
tópicos precisam ser cobertos, desde a saúde até a recreação, com necessidade alguma. Na África do Leste e Meridional, Mchombu veri­
ênfase na existência cotidiana (ABOYADE, 1984; NWAGHA, 1990). ficou que muitos respondentes disseram não ter necessidade de infor­
Outros estudos feitos na África Meridional e do Leste mostraram mação porque a informação de que eles dispunham já lhes bastava
necessidades bastante semelhantes. (Botsuana aproximadamente 48%, Tanzânia aproximadamente 29%
Mchombu (1993) descobriu que as necessidades de informa­ e Malauí aproximadamente 31%). Em Papua, Nova Guiné, Temu
ção da comunidade dividem-se em dois grupos: necessidades comuns descobriu o seguinte:
encontradas em todas as comunidades nos três países estudados, e
necessidades locais que refletem o ambiente sócio-econômico, climá­ A taxa relativamente alta de mortalidade infantil, de desnutri­
tico e político, particular de uma comunidade. Entre as necessidades ção entre crianças, e de doenças endêmicas, é aceita como uma
de informação comuns estavam: saúde, incluindo HIV e AIDS, cons­ parte necessária da vida. A necessidade percebida, então, não se
ciência econômica básica, governança e liderança, administração co­ encaixa com a necessidade real (TEMU, 1984).
munitária, e administração ambiental incluindo agricultura. Entre
as necessidades locais específicas estavam, por exemplo: práticas Embora os problemas destacados fossem correntes na comu­
agrícolas para propensão à seca em Botsuana, planejamento fami­ nidade, eles não eram percebidos como uma dimensão informacional,
liar em Malauí, e melhoria do rebanho na Tanzânia. mas sim como uma parte necessária da vida, ou como vontade de
O que foi verificado em outros lugares da África, bem como Deus. Uma solução para este problema poderia ser implementar pro­
em outros países em desenvolvimento, confirma que as necessida­ gramas de educação para adultos, que constroem novas habilidades
des de informação são bastante extensas, e há na situação atual uma e capacidades nas comunidades, para que, desse modo, considerem o
clara defasagem de informação. A informação de agências existen­ conhecimento e a informação como recursos importantes para a
tes, visando dar suporte às comunidades são insignificantes e não solução de problemas e o desenvolvimento comunitário. Porque,
são suficientes, para apoiar o desenvolvimento delas, bem como a embora os membros de uma comunidade usem diariamente a infor­
luta por sobrevivência (NWAGHA, 1990). mação e o conhecimento, eles podem não reconhecê-los como uma
Um assunto que merece atenção especial é o nível de alfabeti­ entidade distinta capaz de uma existência própria (MCHOMBU,
zação informacional, que é freqüentemente muito baixo em comu­ 2002).
nidades desfavorecidas. O número de pessoas analfabetas, que não Em face da natureza abstrata da informação e do conhecimento,
sabem ler e, muito menos, usar computadores, ainda é calculado hoje sugere-se que os provedores de informação para as comunidades
136 Atuação profissional na área de infor111ação Em comunidades desfavorecidas 13 7

deveriam preocupar-se com o provimento de informação apropria­ população. Conseqüentemente, a realidade das áreas rurais e das zonas
da. Saracevic (1980) destacou que informação apropriada: urbanas de favelas (freqüentemente povoadas por migrantes rurais)
demonstram que as necessidades de informação, bem como as TIC's
deveria ser orientada para um problema específico, auto­ para o desenvolvimento humano são radicalmente diferentes daquelas
suficiente, diretamente aplicável, adaptada para uso local, ca­ dos grupos da elite (MCHOMBU, 1998). São grupos que se preocu­
paz de alcançar os desfavorecidos, e comunicável por canais pam mais com a sobrevivência básica e com problernas cotidianos, e
tradicionais. o conteúdo da informação deveria estar dirigido a estas necessidades
numa forma inteligível e utilizável. Igualmente, o acesso às TIC's
O dilema acima propõe desafios especiais ao se considerar o precisaria ser ajustado às realidades sociais dos vários segmentos da
fornecimento de serviços de biblioteca e TIC's para comunidades população, inclusive com o uso de intermediários hun,anos e com a
desfavorecidas. A maioria dos líderes reconhece o papel importante combinação das TIC's com outras mídias, como rádio local e comu­
que a tecnologia de informação e conhecirn.ento tem nos negócios dos nicação interpessoal.
países do Terceiro Mundo. Porém, esta preocupação não foi traduzida A inclusão do acesso às TIC's dentro do padrão de acesso uni­
em apoio efetivo à educação, ou em agências de fornecimento de in­
versal a serviços de telecomunicações, que já precisou de defesa como
f ormação ou tecnologias de comunicação. A fim de ganhar reconhe­
a do "Manifesto de Papallacta"," é agora reconhecida em princípio,
cimento e aumentar o nível de preparação para as tecnologias da
embora seja debatida sua extensão e suas condições. Isto é freqüen­
informação, os profissionais de informação têm que empreender uma
temente alcançado através de Pontos Públicos de Acesso à Informa­
luta pela alfabetização informacional dentro das suas sociedndes. Este
ção (PPAI), ou à Internet, geralmente conhecidos como "tclecentros".
tema foi bem explorado no livro de Sturges e Neill (1990) 'A Luta
De fato, os PPAI podem assumir muitas formas diferentes. O que
Quieta: Bibliotecas e informação para a África". 1
realmente caracteriza aqueles voltados ao desenvolvimento comuni­
Em decorrência da situação acima descrita, encontram-se pou­
tário são a sua visão e o nível de participação da comunidade, mais
cas bibliotecas e, ainda menos, centros de TIC's em comunidades
que o estatuto legal ou atividades empreendidas cm determinado
desfavorecidas. Na maioria do Terceiro Mundo e, especialmente na
momento (MENOU; STOLL, 2003 ). A estratégia de TIC's para conm­
África, as tecnologias ele informação aparecern nas bibliotecas aca­
nidades desfavorecidas na África tomou, preferencialmente, a forma
dêmicas e ele pesquisa, e em agências governamentais, todavia em
de poucos telecentros, apoiados por agências doadoras, aplicando uma
grande parte como resultado de um processo dirigido por doadores.
abordagem de cima para abaixo e, normalmente, com pouca parti­
Esses doadores, na sua 1naioria, são organizações internacionais e
cipação dos grupos locais na determinação de como tais centros de­
agências de desenvolvimento de países de alta renda. A maioria das
veriam operar no dia-a-dia. O mesmo padrão prevaleceu em outros
bibliotecas especiais, universitárias, e de pesquisa são localizadas em
lugares, embora na América Latina e no Caribe o número ele telecentros
áreas urbanas e concebidas antes para servir a elite do que as comu­
estabelecidos tenha resultado na formação de redes.
nidades desfavorecidas.
Heeks (1999) enfatizou que muitas iniciativas de TIC's são
A situação em áreas rurais e em comunidades urbanas desfa­
postuladas na crença de que comunidades desfavorecidas são apenas
vorecidas exige uma abordagem diferente quanto ao f ornecimento
de informação e uso elas TIC's, por causa da infra-estrutura carente, recipientes de informação, tecnologia e conhecimento produzidos fora
da infra-estrutura de energia inadequada, da escassez de informação dali. Esta visão prevalece com respeito ao Terceiro Mundo ele modo
pertinente e apropriada, e do baixo poder aquisitivo da maioria da geral, enquanto, na realidade, ele pode estar sofrendo só de uma fal-

"The Quiet Struggle: libraries and information for Africa". 2 http://www.tele-centros.org/manifiesto/manif_sp.html.


136 Atuação profissional na área e/e informação Em co111u11ic/ac/cs clcsfavorcciclas 13 7

deveriam preocupar-se com o provimento de informação apropria­ população. Conseqüentemente, a realidade das áreas rurais e das zonas
da. Saracevic (1980) destacou que informação apropriada: urbanas de favelas (freqüentemente povoadas por migrantes rurais)
demonstram que as necessidades de informação, bem como as TIC's
deveria ser orientada para um problema específico, auto­ para o desenvolvimento humano são radicalmente diferentes daquelas
suficiente, diretamente aplicável, adaptada para uso local, ca­ dos grupos da elite (MCHOMBU, 1998). São grupos que se preocu­
paz de alcançar os desfavorecidos, e comunicável por canais pam mais com a sobrevivência básica e com problernas cotidianos, e
tradicionais. o conteúdo da informação deveria estar dirigido a estas necessidades
numa forma inteligível e utilizável. Igualmente, o acesso às TIC's
O dilema acin1a propõe desafios especiais ao se considerar o precisaria ser ajustado às realidades sociais dos vários segmentos da
fornecimento de serviços de biblioteca e TIC's para comunidades população, inclusive com o uso de intermediários humanos e com a
desfavorecidas. A maioria dos líderes reconhece o papel importante combinação das TIC's com outras mídias, como rádio local e co1T1u­
que a tecnologia de informação e conhecimento tem nos negócios dos
nicação interpessoal.
países do Terceiro Mundo. Porém, esta preocupação não foi traduzida
A inclusão do acesso às TIC's dentro do padrão de acesso uni­
em apoio efetivo à educação, ou em agências de fornecimento de in­
versal a serviços de telecomunicações, que já precisou de defesa como
formação ou tecnologias de comunicação. A fim de ganhar reconhe­
a do "Manifesto de Papallacta"," é agora reconhecida cm princípio,
cimento e aumentar o nível de preparação para as tecnologias da
embora seja debatida sua extensão e suas condições. Isto é freqüen­
informação, os profissionais de informação têm que empreender uma
temente alcançado através de Pontos Públicos de Acesso à Informa­
luta pela alfabetização informacional dentro das suas sociedades. Este
ção (PPAI), ou à Internet, geralmente conhecidos como "tclecentros".
tema foi bem explorado no livro de Sturges e Ncill (1990) 'A. Luta
De fato, os PPAI podem assumir muitas fonnas diferentes. O que
Quieta: Bibliotecas e informação para a África". 1
realmente caracteriza aqueles voltados ao desenvolvimento comuni­
Em decorrência da situação acima descrita, encontram-se pou­
tário são a sua visão e o nível de participação da comunidade, mais
cas bibliotecas e, ainda menos, centros de TIC's em comunidades
que o estatuto legal ou atividades empreendidas cm determinado
desfavorecidas. Na maioria do Terceiro Mundo e, especialmente na
momento (MENOU; ST OLL, 2003). A estratégia de TIC's para conm­
África, as tecnologias de informação aparecem nas bibliotecas aca­
nidades desfavorecidas na África tomou, preferencialmente, a forma
dêmicas e de pesquisa, e em agências governamentais, todavia em
de poucos telecentros, apoiados por agências doadoras, aplicando uma
grande parte como resultado de um processo dirigido por doadores.
abordagem de cima para abaixo e, normalmente, com pouca parti­
Esses doadores, na sua 1naioria, são organizações internacionais e
cipação dos grupos locais na determinação de corno tais centros de­
agências de desenvolvimento de países de alta renda. A maioria das
veriam operar no dia-a-dia. O mesmo padrão prevaleceu em outros
bibliotecas especiais, universitárias, e de pesquisa são localizadas cm
lugares, embora na América Latina e no Caribe o número ele telecentros
áreas urbanas e concebidas antes para servir a elite do que as comu­
estabelecidos tenha resultado na formação ele redes.
nidades desfavorecidas.
Heeks (1999) enfatizou que muitas iniciativas de TIC's são
A situação cm áreas rurais e em comunidades urbanas desfa­
postuladas na crença de que comunidades desfavorecidas são apenas
vorecidas exige uma abordagem diferente quanto ao fornecimento
de informação e uso das TIC's, por causa da infra-estrutura carente, recipientes de informação, tecnologia e conhrcimcnto produzidos fora
da infra-estrutura de energia inadequada, da escassez de informação dali. Esta visão prevalece com respeito ao Terceiro Mundo de modo
pertinente e apropriada, e do baixo poder aquisitivo da maioria da geral, enquanto, na realidade, ele pode estar sofrendo só de uma fal-

"Thc Quicl Struggle: libraries and infonnation for Africa". 2 hltp://www.tele-centros.org/manifiesto/manif_sp.html.


Em com unidades desfavorecidas 139
138 Ah1ação profissional na área de informação

ta de informação registrada (MENOU, 1983). Ao longo da história, habilidades para produzir artefatos de informação. O ambiente
sociocultural dentro e ao redor das comunidades, ainda mais quan­
o interesse pelo "conhecimento nativo" 3 variou de ignorância para
do se trata da tão falada "e-democracia", precisa apoiar estes esfor­
desdém, curiosidade e rejeição, por parte da todo-poderosa e toda
ços. Porém, as coisas são ainda mais complicadas. Como disse
promissora Ciência do Norte. Há uma recuperação de interesse, es­
Schoenhoff no seu brilhante livro:
pecialmente quando este conhecimento está relacionado com subs­
tâncias naturais capazes de gerar altos lucros. Tornou-se, portanto,
Focados como nós estamos em informação e dados, parecemos
lugar comum, fazer da produção e difusão de informação local um
raramente dar valor à sabedoria em nossa sociedade de alta
componente-chave das estratégias e programas de informação.
tecnologia [... ] Sabedoria não parece ser um tipo diferente de
Uma busca no Google por «conhecimento nativo» gera não
conhecimento, mas um tipo diferente de saber, uma abordagem
menos que 160.000 referências.4 Qualquer que seja o significado, este
integral que se recusa a olhar a parte da real situação humana
número ilustra a mudança no pensamento padrão, mesmo que o
de incerteza e morte certa" (SCHOENHOFF, 1993 p.100).
enfoque esteja normalmente nos conhecimentos que podem somar­
se ao arsenal científico e técnico da humanidade. A introdução para
o dossiê tópico em SciDev Net destaca: Centros de informação e bibliotecas
como catalisadores de mudança
O conhecimento nativo deu, e ainda pode dar, uma contribui­
Na maioria das comunidades desfavorecidas, bibliotecas e ser­
ção significativa para solucionar problemas locais. Nos últimos
viços de informação de qualquer tipo são, de maneira geral, escassos
anos houve um fluxo crescente de informação dos países em
e mal-formulados. Entre os obstáculos a serem superados estão a
desenvolvimento sobre o papel que o CN está exercendo no Sul
falta de material de leitura apropriado, a baixa densidade e dispersão
numa variedade de setores: na agricultura (técnicas de cultivo
mesclado, produção animal, controle de pragas, diversidade da população rural combinada com infra-estruturas de comunica­
ção e de transporte deficientes. Em ambos os casos, o uso das TIC's
varietal, saúde animal, variedades de semeadura), na biologia
pode ajudar a achar respostas inovadoras. Infelizmente, o próprio
(botânica, técnicas para alimentação de peixes), na saúde hu­
acesso às TIC's é muito deficiente, especialmente em zonas rurais.
mana (medicamentos tradicionais), no uso e administração de
Os dados básicos sobre uso das TIC's no mundo inteiro indicam que
recursos naturais (conservação da terra, irrigação e outras for­
elas foram deixadas de lado. Por exemplo, de acordo com um relató­
mas de administração da água), na educação (tradições orais,
rio do Gabinete Internacional do Trabalho (ILO, 2001):
línguas locais), e no alívio da pobreza de modo geral (SCIDEV
NET, 2004).
Existe aproximadamente um telefone para cada duas pessoas
no E.U.A. e U.E., enquanto a população inteira da África, de
Comunidades pobres também deveriam ter condição de usar
739 milhões de pessoas, tem menos que 14 milhões de linhas.
TIC's para disseminar suas idéias, conhecimento e informação. Tal
conhecimento deveria incluir conhecimento dos recursos locais, ca­
Apesar de uma proporção per capita poder ser uma medida
pacidades locais, conhecimento nativo, e retroinformação dos gestores
enganadora, até mesmo para uma análise econômica, corno Fink e
das políticas governamentais sobre o impacto destas nas comunidades
Kenny (2003) mostraram.
de base. Isto requer muito mais que disponibilidade tecnológica e
Ônibus-bibliotecas (bibliobus) foram por muito tempo a so­
lução para a população espalhada. Apesar deles requerem estradas
3 lndigenous knowledge.
4 Buscafeita em '.?.S de Abril de '.?.004. que não existem em muitos locais. Assim houve a proliferação de
Em comunidades desfavorecidas 139
138 Ah1açào profissional na área de informação

ta de informação registrada (MENOli, 1983). Ao longo da história, habilidades para produzir artefatos de informaçno. O ambiente
o interesse pelo "conhecimento nativo"·i variou de ignorância para sociocultural dentro e ao redor das comunidades, aindn m,1is qu,rn
desdém, curiosidade e rejeição, por parte da todo-poderosa e toda do se trata da tão falada "e-democracia", precisa apoiar estes rsfor
ços. Porém, as coisas são ainda mais complicadas. Como disse
promissora Ciência do Norte. Há uma recuperação de interesse, es­
pecialmente quando este conhecimento está relacionado com subs­ Schoenhoff no seu brilhante livro:
tâncias naturais capazes de gerar altos lucros. Tornou-se, portanto,
lugar comum, fazer da produção e difusão de informação local um Focados como nós estamos em informação e dados, parecemos
componente-chave das estratégias e programas de informação. raramente dar valor à sabedoria em nossa sociedade de alta
Uma busca no Google por «conhecimento nativo» gera não tecnologia [ ... ] Sabedoria não parece ser um tipo diferente de
menos que 160.000 referências.4 Qualquer que seja o significado, este conhecimento, mas um tipo diferente de saber, uma abordagem
número ilustra a mudança no pensamento padrão, mesmo que o integral que se recusa a olhar a parte da real situação humana
enfoque esteja normalmente nos conhecimentos que podem somar­ de incerteza e morte certa" (SCHOENHOFF, 1993 p.100).
se ao arsenal científico e técnico da humanidade. A introdução para
o dossiê tópico em SciDev Net destaca: Centros de informação e bibliotecas
como catalisadores de mudança
O conhecimento nativo deu, e ainda pode dar, uma contribui­
ção significativa para solucionar problemas locais. Nos últimos Na maioria das comunidades desfavorecidas, bibliotecas e ser­
anos houve um fluxo crescente de informação dos países em viços de informação de qualquer tipo são, de maneira geral, escassos
desenvolvimento sobre o papel que o CN está exercendo no Sul e mal-formulados. Entre os obstáculos a serem superados estão a
numa variedade de setores: na agricultura (técnicas de cultivo falta de material de leitura apropriado, a baixa densidade e dispersão
mesclado, produção animal, controle de pragas, diversidade da população rural combinada com infra-estruturas de comunica­
varietal, saúde animal, variedades de semeadura), na biologia ção e de transporte deficientes. Em ambos os casos, o uso das TIC's
(botânica, técnicas para alimentação de peixes), na saúde hu­ pode ajudar a achar respostas inovadoras. Infelizmente, o próprio
acesso às TIC's é muito deficiente, especialmente em zonas rurais.
mana (medicamentos tradicionais), no uso e administração de
recursos naturais (conservação da terra, irrigação e outras for­ Os dados básicos sobre uso das TIC's no mundo inteiro indicam que
elas foram deixadas de lado. Por exemplo, de acordo com um relató­
mas de administração da água), na educação (tradições orais,
línguas locais), e no alívio da pobreza de modo geral (SCIDEV rio do Gabinete Internacional do Trabalho (!LO, 2001):
NET, 2004).
Existe aproximadamente um telefone para cada duas pessoas
no E.li.A. e li.E., enquanto a população inteira da África, de
Comunidades pobres também deveriam ter condição de usar
TIC's para disseminar suas idéias, conhecimento e informação. Tal 739 milhões de pessoas, tem menos que 14 milhões de linhas.
conhecimento deveria incluir conhecimento dos recursos locais, ca­
pacidades locais, conhecimento nativo, e retroinformação dos gestores Apesar de uma proporção per capita poder ser uma medida
das políticas governamentais sobre o impacto destas nas comunidades enganadora, até mesmo para uma análise econômica, como Fink e
de base. Isto requer muito mais que disponibilidade tecnológica e Kenny (2003) mostraram.
Ônibus-bibliotecas (bibliobus) foram por muito tempo a so­
lução para a população espalhada. Apesar deles requerem estradas
3 Indigenous knowledge.
4 Buscafeita em '.!.5 de Abril de '.!.004. que não existem em muitos locais. Assim houve a proliferação de
140 AI uação pmlissional na área de informação Em comunidr1clcs dcsl:1n11 crnl.t, l •l 1

versões com tração animal, onde burros ou camelos substituem o Um bom e,xemplo de um esforço assim pode ser enco11lr,1do 11P
ônibus, e o uso de meios de transporte adaptados às condições geo­ programa ':,\bra seu Mundo" , 5 no Chile (http://www.bibliorcdcs.cl ) ,
gráficas como triciclos, bicicletas, todos os tipos de barcos, dos quais cuja apresentação reforça que: "O impulso para este projeto está prc
se podem achar exemplos emocionantes na Tailândia, Quênia, Argen­ cisamente arraigado na cornunidadf; é a própria comunidade que se
tina e outros países no site da Biblioteca Pública Príncipe Rupert, converte num agente não mais passivo do desenvolvimento cultural
Canad.í, (http://www.bookboat.com/unusual_lib/). Este tipo de e social da sua localidade".
tentativa é feito para proporcionar as TIC's, mesmo nestes tipos de T rezentas e sessenta e oito bibliotecas participando no país in­
recursos móveis. Com equipamento de computação, baterias ou pai­ teiro e um investimento de mais de 11 milhões de dólares america­
néis solares e conexões de satélite, um bibliobus pode ser transformado nos, parte do qual providenciado por uma contribuição da Fundação
em um teleccntro. Ele pode também ser transformado numa editora Bill e Melina Gates, é o resultado de um esforço de maior alcance.
por demanda, como mostrado pelo bookmobile de Uganda (http:// Diante da proporção do fenômeno da exclusão social, nenhuma
www. anywherbooks.org/). Veículos leves também podem ser trans­ mudança significativa pode ser alcançada sem tun compromisso desta
formados numa ferramenta para recolher informação que pode ser magnitude. Mais que nunca, projetos pilotos de pequeno porte e de
redistribuída mais tarde através de várias mídias, como no caso ela curta duração são uma desculpa para a inatividade.
"radiocicleta", usada por organizações que participam do sistema de Não é menos natural pensar nas escolas como um lugar para
Comunicação para a Paz na Colômbia (SIPAZ, 2004). alocar serviços de acesso à informação e às TIC's (KOMOSKI; PADRE,
Bibliotecas públicas, em particular aquelas localizadas em áre­ 1996), desde que a educação seja percebida como a chave da erradicação
as r urais, são um instrumento essencial na provisão de informação da pobreza. Mesmo que seus recursos estejam muito aquém dos
para comunidades desfavorecidas, desde que seus serviços e acervos adequados, na prática elas oferecem uma cadeia de lugares públicos
estejam adaptados para este público, o que nem sempre pode ser o perto de todas as comunidades. Um primeiro item na agenda de TIC's
caso quando "padrões gerais" são aplicados. Quando a infra-estru­ da maioria dos países é a alfabetização em computação e eventual­
tura permite, elas podem também prover um acesso às TIC's e os mente a educação apoiada por computadores como parte dos currí­
recursos de informação disponibilizados na Internet. A disponibili­ culos. Este movimento de fato é mais exigente, não só o que concerne
dade de tal serviço não elimina os obstáculos psicológicos e educacio­ a treinamento de pessoal 111<1s também no que se refere a ad<1ptação
nais para seu uso. Para que estas entidades possam cumprir o seu pedagógica e curricular, do que os sistemas educacionais tradicionais.
papel, elas devem contar com financiamento e apoio regular. Muitas Outro aspecto difundido é o uso de escolas, laboratórios de com­
vezes o equipamento inicial é considerado, especialmente quando putação, centros de mídias ou bibliotecas corno a base do acesso pú­
fornecido por doadores estrangeiros, caso em que são omitidas a blico por outros membros da comunidade. Esta pode ser um.i exten­
manutenção e a operação, incluindo o treinamento de pessoal. O qua­ são legítima do apoio ao aprendizado e desenvolvimento, bem como
dro de pessoal deveria ser adequado cm número e habilidades, o que eventualmente uma fonte complementar de financiamento. Um bom
muito freqüentemente requer programas de treinamento especiais. exemplo disto pode ser encontrado no "Documento modelo de polí­
Finalmente, tais bibliotecas públicas deveriam estar cm condição de tica de TIC's para o sistema de ensino" 6 da OEC5 7 (OERU, 2001).
conduzir programas de alfabetização e alfabetização digital, dar assis­ Constrangimentos práticos e legais tornam a implementação difícil.
tência aos usuários e atuar como intermediários, o que significa di­ Em todo caso, esses avanços estão abrindo novos caminhos no uni-
zer, desempenhar junto aos grupos da comunidade um papel mais
ativo, além de desenvolver laços mais fortes do que aqueles que nor­ 5 "r\bre tu mundo".
malmente fazem, ou estão autorizadas a f azer. 6 "Maciel TIC policy clocu111cnt for t he eclucation systcm".
7 Organização cios Estados cio Caribe Oriental.
140 Atuação profissional na área de informação Em comunidades dcsl:wpnnc/.1, l •I 1

versões com tração animal, onde burros ou camelos substituem o Um bom exemplo de um esforço assim pode ser enconlrmlo 110
ônibus, e o uso de meios de transporte adaptados às condições geo­ programa '\'\bra seu Munclo",5 no Chile (http://www.bibliorcclcs.cl/),
gráficas como triciclos, bicicletas, todos os tipos de barcos, elos quais cuja apresentação reforça que: "O impulso para este projeto está pre­
se podem achar exemplos emocionantes na Tailândia, Quênia, Argen­ cisamente arraigado na comunidade; é a própria comunidade que se
tina e outros países no site da Biblioteca Pública Príncipe Rupcrt, converte num agente não mais passivo do descnvolvimmto cultural
Canadá, (http://www.bookboat.com/unusual_lib/). Este tipo de e social da sua localidade".
tentativa é feito para proporcionar as TIC's, mesmo nestes tipos de T rezentas e sessenta e oito bibliotecas participando no país in­
recursos móveis. Com equipamento ele computação, baterias ou pai­ teiro e um. invcslimento ele mais de 11 milhões de dólares america­
néis solares e conexões ele satélite, um bibliobus pode ser transformado nos, parte do qual providenciado por uma contribuiç.'io ela Fundação
em um tclecentro. Ele pode também ser transformado numa editora Bill e Melina Gates, é o resultado de um esforço de maior alcance.
por demanda, como mostrado pelo bookmobile de Uganda (http:// Diante da proporção do fenômeno da exclusão social, nenhuma
www. anywherbooks.org/). Veículos leves também podem ser trans­ mudança significativa pode ser alcançada sem tun compromisso desta
formados numa ferramenta para recolher informação que pode ser magnitude. Mais que nunca, projetos pilotos de pequeno porte e de
redistribuída mais tarde através de várias mídias, como no caso da curta duração são uma desculpa para a inatividade.
"radiocicleta", usada por organizações que participam do sistema de Não é menos natural pensar nas escolas como um lugar para
Comunicação para a Paz na Colômbia (SIPAZ, 2004). alocar serviços de acesso à informação e às TIC's (KOMOSKI; PADRE,
Bibliotecas públicas, em particular aquelas localizadas em áre­ 1996), desde que a educação seja percebida como a chave ela erradicação
as rurais, são um instrumento essencial na provisão de informação da pobreza. Mesmo que seus recursos estejam muito aquém dos
para comunidades desfavorecidas, desde que seus serviços e acervos adequados, na prática elas oferecem urna cadeia de lugares públicos
estejam adaptados para este público, o que nem sempre pode ser o perto de todas as comunidades. Um primeiro item na agenda ele TIC's
caso quando "padrões gerais" são aplicados. Quando a infra-estru­ da maioria dos países é a alfabetização em computação e eventual­
tura permite, elas podem também prover um acesso às T!C's e os mente a cducaç.'io apoiada por computadores como parte dos currí­
recursos de informação disponibilizados na Internet. A disponibili­ culos. Este movimento de fato é mais exigente, não só o que concerne
dade de tal serviço não elimina os obstáculos psicológicos e educacio­ a treinamento de pessoal mas também no que se refere a adaptação
nais para seu uso. Para que estas entidades possam cumprir o seu pedagógica e curricular, do que os sistemas educacionais tradicionais.
papel, elas elevem contar com financiamento e apoio regular. Muitas Outro aspecto difundido é o uso de escolas, laboratórios ele com­
vezes o equipamento inicial é considerado, especialmente quando putação, centros de mídias ou bibliotecas como a base elo acesso pú­
fornecido por doadores estrangeiros, caso em que são omitidas a blico por outros membros da comunidade. Esta pode ser uma exten­
manutenção e a operação, incluindo o treinamento ele pessoal. O qua­ são legítima elo apoio ao aprendizado e desenvolvimento, bem como
dro de pessoal deveria ser aclcquaclo cm número e habilidades, o que eventualmente uma fonte complementar de financiamento. Um bom
muito freqüentemente requer programas de treinamento especiais. exemplo disto pode ser encontrado no "Documento modelo de polí­
Finalmente, tais bibliotecas públicas deveriam estar em condiç5o ele tica de TIC's para o sistema de ensino"º da OECS 7 (OERU, 2001).
conduzir programas ele alfabetização e alfabetização digital, dar assis­ Constrangimentos práticos e legais tornam a implementação difícil.
tência aos usuários e atuar como intermediários, o que significa di­ Em todo caso, esses avanços estão abrindo novos caminhos no uni-
zer, desempenhar junto aos grupos da comunidade um papel mais
ativo, além de desenvolver laços mais fortes do que aqueles que nor­ 5 "Abre tu mundo".
malmente fazem, ou estão autorizadas a fazer. 6 "Model TIC policy documrnt for lhe educalion systc111".
7 Organização cios Estados cio Caribe Oriental.
Em comunidades desfavorecidas 143
142 Atuação profissional na área de informação

serviços de biblioteca, serviços sociais e de saúde (inclusive a


verso profissional do professor-bibliotecário ou do bibliotecário de
sensibilização sobre HIV e AIDS, os serviços de educação na forma de
escola, que deveriam tornar-se cada vez mais facilitadores e gerentes
classes de alfabetização, os serviços de informação funcional, e os
da aquisição de habilidades de aprendizagem, ao invés de distribui­
serviços de apoio a pequenas e micro-empresas). Além dos serviços
dores de conhecimento já pronto.
acima mencionados, os centros também disponibilizam serviços de
Progressos notáveis aconteceram por iniciativas de ONGs. En­
tre os mais prósperos estão a Schoolnet África do Sul (http:// TIC's na forma de acesso à Internet, televisão e vídeo, telefone e fac­
símile (ELLIS, 1995).
ww .school.za) e Schoolnet Namíbia (http://www.schoolnet.na). Esta
última recebeu vários prêmios internacionais. A Schoolnet África do Sob o nome genérico de "telecentros" encontra-se uma varie­
Sul estabeleceu parceiras com o setor privado, o governo, ONGs e a dade de entidades que oferecem serviços do escopo acima menciona­
comunidade dos doadores, e trabalha dentro da política e quadros do, mas principalmente telecomunicações e Internet, alfabetização
programáticos do governo. Outros parceiros são o Banco Mundial, a digital, apoio à produção de informação local e aos devidos progra­
Iniciativa para a Sociedade Aberta, o IDRC do Canadá e algumas com­ mas comunitários. Seja por parte das agências governamentais seja
panhias de tecnologia da informação da África do Sul. Em 2001, mais por parte das organizações internacionais envolvidas no desenvolvi­
de 3.000 escolas participavam das atividades da Schoolnet África do mento destas entidades há uma pressão constante para fazer os
Sul. A Schoolnet SA, como é conhecida, desenvolveu um portal edu­ telecentros "prósperos comercialmente" o que pode ser limitado, para
cacional para professores e estudantes. O conceito de Schoolnet é dizer o mínimo. De fato há tantos casos diferentes quanto há comu­
achado em 23 outros países africanos (RIORDON, 2001). A Schoolnet nidades e circunstâncias diferentes das quais uma análise excelente é
Namíbia é co-patrocinada agora pelo Ministério de Educação Básica oferecida por Harris com estudos de caso do sudeste asiático (Harris
2003). Exemplos e documentos, nem sempre inclusivas ou objetivos,
e pela Telecomm Namíbia, como também por várias entidades priva­
podem ser encontrados em vários sites da Web, como o do Instituto
das. Sua meta teve que ser reduzida de 500 para 350 escolas. No
Internacional para Comunicação e Desenvolvimento (http://
entanto, ela foi ampliada para incluir centros de recursos, ONGs e
www.iicd.org), o do ELDIS (http://w ww.eldis.org), o Portal de De­
associações educacionais. A Schoolnet Namíbia usa soluções inova­
senvolvimento sobre TIC's (http://topics.developmentgateway.org/
doras para conectar escolas desfavorecidas que incluem software de
TIC/) e muitos outros, entre os quais têm valor particular os sites
fonte aberta, computadores recondicionados acessíveis, conectividade
barata em colaboração com a Telecomm Namíbia, fontes de energia das próprias organizações de telecentros como Somos@Telecentros
alternativa como energia solar e soluções sem cabos (wireless). Como (http://www.tele-centros.org).
suas primeiras iniciativas organizou uma competição entre as esco­ Vale mencionar que quando o plano nacional para uma cadeia
las que participaram da informatização do catálogo da coleção de de telecentros em El Salvador foi lançado foi decidido usar o nome
entomologia do Museu Nacional de Namíbia, um dos mais ricos no "infocentros", em vez de telecentros para enfatizar que o objetivo era
mundo. o acesso e uso de informação, enquanto as TIC's são apenas uma das
Informação, eventualmente sobre assuntos particulares, e ser­ ferramentas. Isto deveria mostrar que, além de bibliotecas digitais que
viços de TIC's também podem ser disponibilizados numa variedade podem ampliar o fornecimento de informação também para comuni­
de instituições públicas como prefeituras, agências postais, estabele­ dades desfavorecidas, os novos espaços digitais públicos estão ofere­
cimentos beneficentes e hospitais, como também por organizações cendo oportunidades para que profissionais de informação coloquem
de base. Na Namíbia, por exemplo, vários Centros de Aprendizagem seus talentos a serviço do povo.
e Desenvolvimento Comunitário 8 foram organizados para fornecer

8 Community Learning Deveiopment Centers - CLDC.


Em comunidades desfavorecidas 143
14 2 Atuação profissional na área de informação

verso profissional do professor-bibliotecário ou do bibliotecário de serviços de biblioteca, serviços sociais e de saúde (inclusive a
escola, que deveriam tornar-se cada vez mais facilitadores e gerentes sensibilização sobre HIV e AIDS, os serviços de educação na forma de
da aquisição de habilidades de aprendizagem, ao invés de distribui­ classes de alfabetização, os serviços de informação funcional, e os
dores de conhecimento já pronto. serviços de apoio a pequenas e micro-empresas). Além dos serviços
Progressos notáveis aconteceram por iniciativas de ONGs. En­ acima mencionados, os centros também disponibilizam serviços de
tre os mais prósperos estão a Schoolnet África do Sul (http:// TIC's na forma de acesso à Internet, televisão e vídeo, telefone e fac­
ww.school.za) e Schoolnet Namíbia (http://www.schoolnet.na). Esta símile (ELLIS, 1995).
última recebeu vários prêmios internacionais. A Schoolnet África do Sob o nome genérico de "telecentros" encontra-se un1a varie­
Sul estabeleceu parceiras com o setor privado, o governo, ONGs e a dade de entidades que oferecem serviços do escopo acima menciona­
comunidade dos doadores, e trabalha dentro da política e quadros do, mas principalmente telecomunicações e Internet, alfabetização
programáticos do governo. Outros parceiros são o Banco Mundial, a digital, apoio à produção de informação local e aos devidos progra­
Iniciativa para a Sociedade Aberta, o IDRC do Canadá e algumas com­ mas comunitários. Seja por parte das agências governamentais seja
panhias de tecnologia da informação da África do Sul. Em 2001, mais por parte das organizações internacionais envolvidas no desenvolvi­
de 3.000 escolas participavam das atividades da Schoolnet África do mento destas entidades há uma pressão constante para fazer os
Sul. A Schoolnet SA, como é conhecida, desenvolveu um portal edu­ telecentros "prósperos comercialmente" o que pode ser limitado, para
cacional para professores e estudantes. O conceito de Schoolnet é dizer o mínimo. De fato há tantos casos diferentes quanto há comu­
achado em 23 outros países africanos (RIORDON, 2001). A Schoolnet nidades e circunstâncias diferentes das quais uma análise excelente é
Namíbia é co-patrocinada agora pelo Ministério de Educação Básica oferecida por Harris com estudos de caso do sudeste asiático (Harris
e pela Telecomm Namíbia, como também por várias entidades priva­ 2003). Exemplos e documentos, nem sempre inclusivas ou objetivos,
das. Sua meta teve que ser reduzida de 500 para 350 escolas. No podem ser encontrados em vários sites da Web, como o do Instituto
entanto, ela foi ampliada para incluir centros de recursos, ONGs e Internacional para Comunicação e Desenvolvimento (http://
associações educacionais. A Schoolnet Namíbia usa soluções inova­ www.iicd.org), o do ELDIS (http://www.eldis.org), o Portal de De­
doras para conectar escolas desfavorecidas que incluem softw are de senvolvimento sobre TIC's (http:// topics.developmentgatew ay.org/
fonte aberta, computadores recondicionados acessíveis, conectividade TIC/ ) e muitos outros, entre os quais têm valor particular os sites
barata em colaboração com a Telecomm Namíbia, fontes de energia das próprias organizações de telecentros como Somos@Telecentros
alternativa como energia solar e soluções sem cabos (wireless). Como (http://www.tele-centros.org).
suas primeiras iniciativas organizou uma com.petição entre as esco­ Vale mencionar que quando o plano nacional para uma cadeia
las que participaram da informatização do catálogo da coleção de de telecentros em El Salvador foi lançado foi decidido usar o nome
entomologia do Museu Nacional de Namíbia, um dos mais ricos no "infocentros", em vez de telecentros para enfatizar que o objetivo era
mundo. o acesso e uso de informação, enquanto as TIC's são apenas uma das
Informação, eventualmente sobre assuntos particulares, e ser­ ferramentas. Isto deveria mostrar que, além de bibliotecas digitais que
viços de TIC's também podem ser disponibilizados numa variedade podem ampliar o fornecimento de informação também para comuni­
de instituições públicas como prefeituras, agências postais, estabele­ dades desfavorecidas, os novos espaços digitais públicos estão ofere­
cimentos beneficentes e hospitais, como também por organizações cendo oportunidades para que profissionais de informação coloquem
de base. Na Namíbia, por exemplo, vários Centros de Aprendizagem seus talentos a serviço do povo.
e Desenvolvimento Comunitário ª foram organizados para fornecer

8 Community Learning Development Centers - CLDC.


144 Atuação profissional na área de informação Em comunidades desfavorecidas 145

Profissionais de Informação do Norte sobre a produção intelectual e a educação em Ciência da In­


como agentes de mudança formação, através seja da literatura, seja do desenvolvimento dos cur­
rículos, seja da educação das futuras elites quando fazem cursos supe­
No seu livro que oferece tanto para pensar, W.G.McD.
riores no exterior, os quais não estão especificamente ajustados às
Partridge cita o pronunciamento de uma aborígine australiam1, Maisie
exigências de uma preparação que venha a contribuir para mudanças
Wilson, para bibliotecários da Nova Gales do Sul no qual ela dizia:
amplas em seus ambientes originais. Talvez até a escassez de visões
No seu treinamento, os bibliotecários têm que aprender a como críticas, como aquela fornecida pela conferência organizada por Tallman
serem humanos. Eles têm que aprender a trabalhar com as e Ojiam.bo sobre o caso do E.U.A. (TALLMAN; OJIAMBO, 1990).
pessoas, e que a coisa mais importante não são os livros mas Com as melhores intenções, profissionais da informação, como
as pessoas. São as pessoas que usam os livros (PARTRIDGE, os da maioria das outras profissões, são as vítimas do complexo de
1988, p.22). excelência empresarial que empurra todas as entidades constituin­
tes da sociedade na direção da máxima eficiência interna sem con­
Isto realmente aponta o ponto crucial do problema. Com toda siderar seriamente o efeito da sua intervenção sobre os cornponen­
a arbitrariedade de uma generalização, e sem ofensas, é impressio­ tes restantes da sociedade, nem ponderar a sensatez das suas
nante que muitas pessoas que entram na carreira de profissionais de atividades cm face das necessidades humanas. Isto resulta numa
inforrn.ação no T erceiro Mundo e, em outros lugares, simultanea­ tendência geral para a setorização das visões e preocupações que
mente são desejosos de servir o público e ter um papel socialmente deixa aos poderes estabelecidos o controle da situação como um
útil, mas, por outro lado, são bastante tímidos e mais seguidores do todo. Novos papéis profissionais surgem, mais provavelmente no
que líderes. A educação inicial está indiretamente procurando forta­ domínio do desenvolvimento tecnológico, como exemplo pode-se
lecer-lhes a autoconfiança através do enfoque na excelência técnica. citar os webmasters; cm aplicações empresariais, como é o caso
A educação profissional continuada, cuja extensão ainda é bastante dos gerentes de conhecimento; ou no domíno do desenvolvimento
limitada, é também demasiadamente voltada para inovações social. Nesse sentido, novos papéis, como o de 'conselheiro de in­
tecnológicas. Conquanto úteis e essenciais quanto poderiam ser, os formação' descrito por Dosa (1997 9 ), estão realmente oferecendo
cursos de "informação e sociedade", administração e marketing es­ uma alternativa apropriada a posições tradicionais.
tão longe de enfatizar o desempenho profissional e transforrn.ar a Muitas funções, para as quais habilidades são normalmente
maioria dos profissionais da informação em agentes de mudança, adquiridas na educação profissional, são importantes para servir
assumindo-se que tal meta possa ser alcançada através de cursos, ao comunidades desfavorecidas, como: seleção de material, orientação
invés de ações dentro das comunidades. Mais ainda, enquanto as de leitores, educação de usuários, educação para alfabetização
oportunidades de emprego e a atratividade da carreira permanece­ informacional, assumindo-se que um enfoque formal sobre estas
rem mais do lado de organizações acadêmicas, de pesquisa ou em­ comunidades seja concedido, o que raramente é o caso. Porém, ou­
presariais do que de bibliotecas públicas em áreas carentes. tras funções não são cobertas freqüentemente, como aquelas
Esta primazia do setor "moderno" é refletida no enfoque em. ser­ requeridas por conselheiros de informação: a produção de recursos
vir os usuários de informação ao invés de ajudar os não-usuários de informação locais usando todos os canais e formatos convenien­
desfavorecidos na sua luta diária pela sobrevivência. Vozes notáveis nas tes, alfabetização em TIC's, apoio à aprendizagem informal e à edu­
profissões da informação defendem, persistentemente, w11a orienta­ cação de adultos, ajuste para condições de miséria, prevenção de de­
ção para uma responsabilidade social maior e, até mesmo, uma 1nu­ sastres naturais e agressões sociais, manutenção de relações efetivas
dança cultural, porém sem muito sucesso (MENOU, 1996, p. 7). Isto
pode se dar em parte, devido à influência de alguns países avançados 9 Versão revisada ele um artigo originalmente publicado em 1989.
144 AtuaçÃo profissional na área de informação Em com unidades desfavorecidas l 45

Profissionais de Informação do Norte sobre a produção intelectual e a educação em Ciência da In­


como agentes de mudança formação, através seja da literatura, seja do desenvolvimento dos cur­
No seu livro que oferece tanto para pensar, W.G.McD. rículos, seja da educação das futuras elites quando fazem cursos supe­
Partridge cita o pronunciamento de uma aborígine australiana, Maisie riores no exterior, os quais não estão especificamente ajustados às
Wilson, para bibliotecários da Nova Gales do Sul no qual ela dizia: exigências de uma preparação que venha a contribuir para mudanças
amplas em seus ambientes originais. Talvez até a escassez de visões
No seu treinamento, os bibliotecários têm que aprender a corno críticas, como aquela fornecida pela conferência organizada por Tallrnan
serem humanos. Eles têm que aprender a trabalhar com as e Ojiambo sobre o caso do E.U.A. (TALLMAN; OJIAMBO, '! 990).
pessoas, e que a coisa mais importante não são os livros mas Com as melhores intenções, profissionais da informação, corno
as pessoas. São as pessoas que usam os livros (PARTRIDGE, os da maioria das outras profissões, são as vítimas do complexo de
1988, p.22). excelência empresarial que empurra todas as entidades constituin­
tes da sociedade na direção da máxima eficiência interna sem con­
Isto realmente aponta o ponto crucial do problema. Com toda siderar seriamente o efeito da sua intervenção sobre os cornponen­
a arbitrariedade de urna generalização, e sem ofensas, é impressio­ tes restantes da sociedade, nem ponderar a sensatez das suas
nante que muitas pessoas que entram na carreira de profissionais de atividades cm face das necessidades humanas. Isto resulta numa
informação no T erceiro Mundo e, em outros lugares, simultanea­ tendência geral para a setorização das visões e preocupações que
mente são desejosos de servir o público e ter um papel socialmente deixa aos poderes estabelecidos o controle da situação como um
útil, mas, por outro lado, são bastante tímidos e mais seguidores do todo. Novos papéis profissionais surgem, mais provavelmente no
que líderes. A educação inicial está indiretamente procurando forta­ domínio do desenvolvimento tecnológico, como exemplo pode-se
lecer-lhes a autoconfiança através do enfoque na excelência técnica. citar os webmasters; cm aplicações empresariais, como é o caso
A educação profissional continuada, cuja extensão ainda é bastante dos gerentes de conhecimento; ou no domíno do desenvolvimento
limitada, é tam.bérn demasiadamente voltada para inovações social. Nesse sentido, novos papéis, como o de 'conselheiro de in­
tecnológicas. Conquanto úteis e essenciais quanto poderiam ser, os formação' descrito por Dosa (1997 9), estão realmente oferecendo
cursos de "informação e sociedade", administração e marketing es­ uma alternativu apropriada a posições tradicionais.
tão longe de enfatizar o desempenho profissional e transformar a Muitas funções, para as quais habilidades são normalmente
maioria dos profissionais da informação em agentes de mudança, adquiridas na educação profissional, são importantes para servir
assumindo-se que tal meta possa ser alcançada através de cursos, ao comunidades desfavorecidas, com.o: seleção de material, orientação
invés ele ações dentro das comunidades. Mais ainda, enquanto as de leitores, educação de usuários, educação para ulfabetização
oportunidades de emprego e a atratividade da carreiru permanece­ informacional, assumindo-se que um. enfoque formal sobre estas
rem 1nais do lado ele organizações acadêmicas, de pesquisa ou em­ comunidades seja concedido, o que raram.ente é o caso. Porém, ou­
presariais do que de bibliotecas públicas em áreas carentes. tras funções não são cobertas freqüentemente, como aquelas
Esta primazia do setor "moderno" é refletida no enfo que cm ser­ requeridas por conselheiros de informação: a produção de recursos
vir os usuários de informação ao invés de ajudar os não-usuários de informação locais usando todos os canais e formatos convenien­
desfavorecidos na sua luta diária pela sobrevivência. Vozes notáveis nas tes, alfabetização em TIC's, apoio à aprendizagem informal e à edu­
profissões da informação defendem, persistentemente, uma orienta­ cação de adultos, ajuste para condições de miséria, prevenção de de­
ção para uma responsabilidade social maior e, até mesmo, uma 1nu­ sastres naturais e agressões sociais, manutenção de relações efetivas
dança cultural, porém sem muito sucesso (MENOU, 1996, p.7). Isto
pode se dar cm parte, devido à influência de alguns países avançados 9 Versão revisada de um artigo originalmente publicado em 1989.
146 Atuação pmfissional na área de informação Em comunidades desfavorccic/,1s l '1

com autoridades e organizações comunitárias. Além de aprender tais nas (por exemplo, falta de recursos, rigidez administrativa) bem como
conteúdos, os futuros profissionais da informação deveriam também por limitações externas (por exemplo, barreiras cultmais ou pressões
ser expostos às realidades das comunidades desfavorecidas, realizan­ políticas), levando-as à frustração e ao desânimo. Mais uma vez, a
do estágios em unidades de informação ou em organizações de base superação de problemas complexos e multifacetados só pode ser
que as servem, por exemplo. De fato, wn período significativo de con­ alcançada através dos esforços conjuntos, inclusivas e pacientes de
vivência e trabalho com os pobres é o que poderia fazer a "elite", em todos os interessados. O que exige que o profissional da inf ormação
todos os países, um pouco mais sensível e reativa, e o ensino superior seja um participante ativo de todos os esforços da comunidade, que
mais socialmente relevante. Apesar de muitos profissionais da infor­ sistematicamente participa e coopera com todos os grupos que lu­
mação não estarem alocados em comunidades desfavorecidas, muitos tam para melhorar a situação. O principal perigo prático e, também,
de fato produzirão recursos de informação ou administrarão serviços moral, é prendermo-nos numa dicotomia "nós-eles" na qual "nós",
que, em última instância, devem servi-las também. os profissionais ou entidades de informação, fazemos o melhor - de
Profissionais da informação trazem para o processo e operação acordo com nossas próprias crenças- e "eles", os membros da comu­
de recursos de informação eletrônicos uma dimensão de conteúdo nidade, não apreciam ou não tiram proveito. Façamos as coisas con­
organizado que os especialistas de TIC's podem muito freqüentemente juntamente, no ritmo da comunidadee de acordo com a percepção das
não perceber claramente devido a sua preocupação com assuntos necesidades de seus membros. Porque, em última instância, entidades
técnicos (MLAKI, 1998). Mlaki argumenta: de informação deveriam tornar-se nada mais do que a plataforma na
qual os membros das comunidades constroem a sua própria base de
Ao desenvolver este novo programa 10 dentro da UNESCO, é conhecimento em favor do seu próprio desenvolvimento.
importante que sejam consideradas as necessidades dos países Tal processo requer mais do que o uso sistemático de métodos
em desenvolvimento com uma compreensão que nestas socie­ participativos, mesmo que eles sejam reais e não uma amável
dades o nível de acesso à informação e o seu uso ainda é muito instrumentação dos beneficiários, como é muito freqüentemente o
baixo e que há grande necessidade de equilíbrio entre fontes de caso. O que está em jogo, numa verdadeira perspectiva de desenvol­
informação tradicionais (bibliotecas, arquivos e centros de do­ vimento é a posse, pelas comunidades, dos seus recursos e serviços
cumentação) e novas tecnologias. É importante que as novas de informação. Participação e posse estão obviamente entre as pala­
tecnologias sejam vistas como uma extensão e ferramenta de vras mágicas da sociedade contemporânea "da informação". Quanto
acesso à informação, ao invés de um novo meio que não tem mais elas aparecem, menos fazem sentido, e muito menos corres­
nenhuma relação com as ferramentas tradicionais. Adicional­ pondem a realidades concretas. Conquanto se corra o risco de dizer
mente, o potencial das novas tecnologias para melhorar a or­ algo antiquado, poder-se-ia no entanto parafrasear o famoso slogan
ganização e o acesso à informação deveria ser mostrado clara­ de Lênin 11 e dizer que o desenvolvimento comunitário equivale a
mente para melhorar a aceitabilidade destas nos países em recursos de inf ormação em rede mais o conselho comunitário, este
desenvolvimento. último atuando não como um corpo a ser consultado, mas como o
corpo que toma decisões.
Por mais que os profissionais de informação estejam ansiosos
e sejam capazes de empreender as suas atividades de maneira, a levar
melhorias e contribuir para comunidades desfavorecidas, é bem pro­
vável que seus esforços sejam comprometidos por limitações inter-
11 "Comunismo é electrificação mais os soviets", ou seja, progresso técnico e posse
1 O "Informação para todos". das comunidades
146 Atuação profissional na área de informação Em comu11id11c/cs dr,/,11, ,,.., id,1 1•1

com autoridades e organizações comunitárias. Além de aprender tais nas (por exemplo, falta de recursos, rigidez administrativa) brn1 <"< 111111
conteúdos, os futuros profissionais da informação deveriam também por limitações externas (por exemplo, barreiras culturais ou prcsstiL'S
ser expostos às realidades das comunidades desfavorecidas, realizan­ políticas), levando-as à frustração e ao desânimo. Mais uma vez, a
do estágios em unidades de informação ou em organizações de base superação de problemas complexos e multifacetados só pode ser
que as servem, por exemplo. De fato, um período significativo de con­ alcançada através dos esforços conjuntos, inclusivas e pacientes de
vivência e trabalho com os pobres é o que poderia fazer a "elite", em todos os interessados. O que exige que o profissional da informação
todos os países, um pouco mais sensível e reativa, e o ensino superior seja w11 participante ativo de todos os esforços da comunidade, que
mais socialmente relevante. Apesar de muitos profissionais dw infor­ sistematicamente participa e coopera com todos os grupos que lu­
mação não estarem alocados em comunidades desfavorecidas, muitos tam para melhorar a situação. O principal perigo prático e, também,
de fato produzirão recursos de informação ou administrarão serviços moral, é prendermo-nos numa dicotomia "nós-eles" na qual "nós",
que, em última instância, devem servi-las também. os profissionais ou entidades de informação, fazemos o melhor - de
P rofissionais da informação trazem para o processo e operação acordo com nossas próprias crenças- e "eles", os membros da comu­
de recursos de informação eletrônicos uma dimensão de conteúdo nidade, não apreciam ou não tiram proveito. Façamos as coisas con­
organizado que os especialistas de TIC's podem muito freqüentemente juntamente, no ritmo da comunidadee de acordo com a percepção das
não perceber claramente devido a sua preocupação com assuntos necesidades de seus membros. Porque, em última instância, entidades
técnicos (MLAKI, 1998). Mlaki argumenta: de informação deveriam tornar-se nada mais do que a plataforma na
qual os membros das comunidades constroem a sua própria base de
Ao desenvolver este novo programa 10 dentro da UNESCO, é conhecimento em fa vor do seu próprio desenvolvimento.
importante que sejam consideradas as necessidades dos países Tal processo requer mais do que o uso sistemático de métodos
em desenvolvimento com uma compreensão que nestas socie­ participativos, mesmo que eles sejam reais e não uma amável
dades o nível de acesso à informação e o seu uso ainda é muito instrumentação dos beneficiários, como é muito freqüentemente o
baixo e que há grande necessidade de equilíbrio entre fontes de caso. O que está em jogo, numa verdadeira perspectiva de desenvol­
informação tradicionais (bibliotecas, arquivos e centros de do­ vimento é a posse, pelas comunidades, dos seus recursos e serviços
cumentação) e novas tecnologias. É importante que as novas de informação. P articipação e posse estão obviamente entre as pala­
tecnologias sejam vistas como uma extensão e ferramenta de vras mágicas da sociedade contemporânea "da informação". Quanto
acesso à informação, ao invés de um novo meio que não tem mais elas aparecem, menos fazem sentido, e muito menos corres­
nenhuma relação com as ferramentas tradicionais. Adicional­ pondem a realidades concretas. Conquanto se corra o risco de dizer
mente, o potencial das novas tecnologias para melhorar a or­ algo antiquado, poder-se-ia no entanto parafrasear o famoso slogan
ganização e o acesso à informação deveria ser mostrado clara­ de Lênin11 e dizer que o desenvolvimento comunitário equivale a
mente para melhorar a aceitabilidade destas nos países em recursos de informação em rede mais o conselho comunitário, este
desenvolvimento. último atuando não como um corpo a ser consultado, mas como o
corpo que toma decisões.
Por mais que os profissionais de informação estejam ansiosos
e sejam capazes de empreender as suas atividades de maneira, a levar
melhorias e contribuir para comunidades desfavorecidas, é bem pro­
vável que seus esforços sejam comprometidos por limitações inter-
11 "Comunismo é electrificação mais os soviets", ou seja, progresso técnico e posse
10 "Informação para todos". das comunidades
148 Atuaçc'io profissional na área de informação Em comunidades desfavorecidas 149

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nal não podem estar dissociadas da discussão sobre a concepção de
ensino que vigora na universidade.
O ensino na universidade é definido pelo paradigma científico
da modernidade. Esse paradigma epistemológico, específico do mun­
do ocidental, consolidando-se defendendo a neutralidade do conheci­
mento e negando o senso comum. Essa concepção propiciou a frag­
mentação do conhecimento em ciências particulares, indicando um

O presente texto resgata, parcialmente, reflexões apresentadas em comunicações e


p alestras no Tercer Encuentro de Directores y Segundo de Docentes de las Escudas
de Bibliotecologír1 dei Mercosur, Santiago de Chile, 1999; e no Quarto Encuentro de
Directores y Tercer de Docentes de las Escudas de Bibliotecología y Ciência de la
!nformaci6n dei Mercosur, Montevideo, Uruguay, 2000.
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ensino que vigora na universidade.
O ensino na universidade é definido pelo paradigma científico
da modernidade. Esse paradigma epistemológico, específico do mun­
do ocidental, consolidando-se defendendo a neutralidade do conheci­
mento e negando o senso comum. Essa concepção propiciou a frag­
mentação do conhecimento em ciências particulares, indicando um

1 O presente texto resgata, parcialmente, reflexões apresentadas em comunirnções e


palestras no Tercer Encuentro de Directores y Segundo de Docentes de las Escuelas
de Bibliotecologfa dei Mercosur, Santiago de Chile, 1999; e no Quarto Encuentro de
Directores y Tercer de Docentes de las Escue/as de Bibliotecología y Ciência de la
Jnformación dei Mercosur, Montevideo, Uruguay, 2000.
152 Atuação µrofissio11a/ na área de informação A dimc11são i11vcslig,lliv.i l .'i:I

único método de investigação para as ciências naturais, humanas e questões, não há estímulo para o raciocínio produtivo (CUNHA,
sociais - o método científico, que passa a ser o parâmetro para o 1997, p.182).
conhecimento verdadeiro e a experimentação, a fonte de autoridade
para a fundamentação do saber. Essa noção de investigação "consti­ Na organização dos currículos, de modo geral, o que vemos é
tuiu-se na base da organização da ciência contemporânea e, portanto, um modelo de ensino reprodutivo que dá ênfase à repetição e à me­
da universidade, locus privilegiado do seu desenvolvimento e de sua mória e no qual o aluno é induzido a não questionar� a perseguir um
expansão" (CUN! IA, l 998, p.18, 19). Mas, se por um. lado, esse para­ único caminho para aprender baseado no conhecimento transmitido
digma é responsável pelo desenvolvimento da ciência que a humani­ pelo professor. Não há, portanto, lugar para a pesquisa, pois é forço­
dade hoje desfruta, por outro, tornou a organização do conhecimento so admitir que não existe pesquisa sem dúvida, sem questionamento.
acadêmico refém de seus princípios. Esse modelo de ensino pode ser percebido também na fonna­
Quando se observa a lógica de construção dos currículos dos ção do profissional da informação. De forma geral, os conteúdos dos
cursos de graduação, essa percepção fica bastante evidente. Cunha cursos de graduação partem do pressuposto de que a teoria é refe­
(1997, p.182) ao analisar a organização curricular do ensino supe­ rência para a prática, seguindo a visão positivista de ciência e orga­
rior afirma nização do conhecimento. Desse modo, espera-se que o aluno, quando
colocado frente aos problemas da prática, já no final do cmso, che­
é fundamental reconhecer que a lógica da organização dos atuais gue à pesquisa. No entanto, nessa lógica de organização curricular o
currículos baseia-se na concepção positivista da ciência que leva aluno não consegue fazer a leitura da prática com.o ponto de partidn
o ensino a partir do geral para o específico, do abstrato para o para a construção da dúvida epistemológica, uma vez que a pesquisa
concreto, do teórico para o prático, do básico para o profissio­ fica em último lugar.
nalizante. O pressuposto, neste modelo, é que primeiro o aluno Mas, atualmente, nos deparamos com o questionamento do
tem de aprender os conteúdos gerais (absorvendo o conheci­ modelo de ensino praticado pelas instituições de educação superior.
mento já produzido), para depois tentar aplicar ou reconhecer A partir da Teoria da Relatividade e de novos fatos ocorridos na física
a aplicação destes conteúdos na realidade. Ora, como é da prá­ quântica e de suas implicações na filosofia da ciência, o caráter
tica que surgem as indagações e como é destas que tem origem mecanicista e determinista que distinguiu o paradigma tradicional
a investigação, o próprio modelo já induz a que, na melhor das começa a enfrentar discussões e críticas.
hipóteses, o aluno só poderá estabelecer relações entre conhe­ O novo paradigma da ciência que emerge, apoiado em uma visão
cimento acadêmico e realidade no andamento final dos cursos, quântica, "compreende o mundo físico como uma rede de relações e
quando ele se aproxima da prática profissional. não mais corno uma entidade fragmentada, como uma coleção de
coisas separadas". Nessa compreensão de mundo, "se separarmos as
Essa compreensão de ensino tem acarrctndo inúmeros proble­ partes, as isolarmos do todo, estaremos eliminando algumas deliJs
mas, pois na tentativa de delinear cada uma. Portanto, não há partes isoladas"
(MORAES, 1996, p.59). Essa visão de mundo total, mais ampla, que
o aluno, quando está nos estudos iniciais, não encontra signi­ inclui noções gerais sobre a natureza da realidade, implica um re­
ficado para a aprendizagem porque não consegue relacioná-los pensar sobre o papel da educação na vida dos horn.ens.
em sua aplicação. Em geral, a aprendizagem nesta fase, locali­ Para se atender a esse paradigma inovador é necessário rever o
za-se prioritariamente cm nível de memória, sendo facilmente papel da escola, na sua acepção mais ampla, pois a escola nesse
esquecida pelo aprendiz. Os conteúdos ficam fracionados, des­ paradigma é vista como articuladora do conhecimento, não apenas
contextualizados, desproblematizados. E sem. problemas, sem um espaço físico, "mas, sim, um estado permanente do indivíduo,
152 Atuação profosional na área de informação Adimcnsãoinvcsll�.1/11,1 1.'1. 1

único método de investigação para as ciências naturais, humanas r questões, não há estímulo para o raciocínio produtivo (CUNJ:--IA,
sociais - o método científico, que passa a ser o parâmetro paril o 1997, p.182).
conhecimento verdadeiro e a experimentação, a fonte de autoridade
para a fundamentação do saber. Essa noção de investigação "consti­ Na organização dos currículos, de modo geral, o que vemos é
tuiu-se na base da organização da ciência contemporânea e, portanto, um modelo de ensino reprodutivo que dá ênfase à repetição e à me­
da universidade, locus privilegiado do seu desenvolvimento e de suil mória e no qual o aluno é induzido a não questionar, a perseguir um
expansão" (CUNI IA, 1998, p.18,19). Mas, se por um lado, esse pilra­ único caminho para aprender baseado no conhecimento transmitido
digma é responsável pelo desenvolvimento da ciência que a humani­ pelo professor. Não há, portanto, lugar para a pesquisa, pois é forço­
dade hoje desfruta, por outro, tornou a organização do conhecimento so admitir que não existe pesquisa sem dúvida, sem questionamento.
acadêmico refém de seus princípios. Esse modelo de ensino pode ser percebido também na forma­
Quando se observa a lógica de construção dos currículos dos ção do profissional da informação. De forma geral, os conteúdos dos
cursos de graduação, essa percepção fica bastante evidente. Cunha cursos de graduação partem do pressuposto de que a teoria é refe­
(1997, p.182) ao analisar a organização curricular do ensino supe­ rência para a prática, seguindo a visão positivista de ciência e orga­
rior afirma nização do conhecimento. Desse modo, espera-se que o aluno, quando
colocado frente aos problemas da prática, já no final do curso, che­
é fundamental reconhecer que a lógica da organização dos atuais gue à pesquisa. No entanto, nessa lógica de organização curricular o
currículos baseia-se na concepção positivista da ciência que leva aluno não consegue fazer a leitura da prática como ponto de partidil
o ensino a partir do geral para o específico, do abstrato para o para a construção da dúvida epistemológica, uma vez que a pesquisa
concreto, do teórico para o prático, do básico para o profissio­ fica em último lugar.
nalizante. O pressuposto, neste modelo, é que primeiro o aluno Mas, atualmente, nos deparamos com o questionamento elo
tem de aprender os conteúdos gerais (absorvendo o conheci­ modelo de ensino praticado pelas instituições de educação superior.
mento já produzido), parn depois tentar aplicar ou reconhecer A partir da Teoria da Relatividade e de novos fatos ocorridos na física
a aplicação destes conteúdos na realidade. Ora, como é da prá­ quântica e de suas implicações na filosofia da ciência, o caráter
tica que surgem as indagações e como é destas que tem origem mecanicista e determinista que distinguiu o paradig1na tradicional
a investigação, o próprio modelo já induz a que, nil melhor das começa a enfrentar discussões e críticas.
hipóteses, o aluno só poderá estabelecer relações entre conhe­ O novo paradigma da ciência que emerge, apoiado cm uma visão
cimento acadêmico e realidade no andamento final dos cursos, quântica, "compreende o mundo físico como uma rede de relações e
quando ele se aproxima da prática profissional. não mais como uma entidade fragmentada, como uma coleção de
coisas separadas". Nessa compreensão de mundo, "se separarmos as
Essa compreensão de ensino tem acarretado inúmeros proble­ partes, as isolarmos do todo, estaremos eliminando algumas delas
mas, pois na tentativa de delinear cada uma. Portanto, não há partes isoladas"
(MORAES, 1996, p.59). Essa visão de mundo total, mais ampla, que
o aluno, quando está nos estudos iniciais, não encontra signi­ inclui noções gerais sobre a natureza da realidade, implica um re­
ficado para a aprendizagem porque não consegue relacioná-los pensar sobre o papel da educação na vida dos homens.
em sua aplicação. Em geral, a aprendizagem nesta fase, locali­ Para se atender a esse paradigma inovador é necessário rever o
za-se prioritariamente em nível de memória, sendo facilmente papel ela escola, na sua acepção mais ampla, pois a escola nesse
esquecida pelo aprendiz. Os conteúdos ficam fracionados, des­ paradigma é vista como articuladora do conhecimento, não apenas
contextualizados, desproblematizados. E sem problemas, sem um espaço físico, "mas, sim, um estado permanente do indivíduo,
154 Atuação profissional na área de informação A dimensão invesHgativa 155

onde o trabalho colaborativo está sempre presente" (BEHRENS, 1999, uma nova concepção de ensino para a área, somando às disciplinas
p.387). O pressuposto essencial do novo paradigma é uma prática de conteúdo técnico específico outras que contemplassem o aspecto
pedagógica que possibilite a produção do conhecimento e que per­ humanista da profissão.
mita um encontro de abordagens e tendências pedagógicas que ve­ Dentre outras medidas tomadas despontam os cursos de pós­
nham a atender às exigências da sociedade do conhecimento ou da graduação stricto scnsu, iniciados na década de 1970. Esse período
informação. marca "a criação dos cursos de pós-graduação, o desenvolvimento
Assim, para acompanhar e processo acelerado de transforma­ da pesquisa na área e o surgimento dos primeiros periódicos científi­
ções e rupturas pelo qual passa a sociedade contemporânea, é preciso cos [ ... ]" (GUIMARÃES, 1997, p.125).
que os cursos de graduação adotem um novo caminho no trabalho Essa década caracteriza-se, também, pelo "aumento quantita­
de formação, fundado em concepções que articulem teoria e prática. tivo das escolas de Biblioteconomia no Brasil, momento em que emer­
Tendo esse quadro como referência, a seguir passaremos a dis­ ge a preocupação com a qualidade de ensino" (GALVÃO, 1997, p.46).
cutir sobre a formação e atuação do profissional da informação, O cuidado com a qualidade do ensino, leva à outra preocupação: a
notadamente no Brasil. Para isso, faremos um breve resgate históri­ formação de docentes. Assim, a partir dessa década, "[ ... ] capacitar
co na tentativa de situar e melhor elucidar o processo formativo na docentes pesquisadores despertando a conscientização da importân­
área de informação, em vista das peculiaridades que a envolvem. cia da investigação no campo da informação" passa a ser um dos
objetivos da área (POBIACIÓN, 1992, apud GALVÃO, 1997, p.46).
2 O processo de formação e a prática do Instaura-se, a partir daí, um novo momento profissional soli­
Profissional da Informação no Brasil dificando-se cada vez mais, com as relações entre a Biblioteconomia
e a Ciência da Informação. Essa constatação é corroborada por boa
Para entender o processo de formação e a prática do profissio­ parte da bibliografia (PINHEIRO, 1997; GALVÃO, 1997; OLIVEIRA,
nal da informação no Brasil, primeiramente, é necessário considerar 1998) e pela origem dos programas de pós-graduação que nasceram,
a existência por um longo tempo de cursos de graduação específicos em sua grande maioria, numa graduação em Biblioteconomia.
em Biblioteconomia. Em um segundo momento, é preciso lembrar Com exceção do programa oferecido pelo Instituto Brasileiro
que a Biblioteconomia, na sua origem, formou mão-de-obra para as de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), atualmente em con­
instituições nacionais. Os primeiros cursos se abrigaram nessas ins­ vênio com a Universidade Federal Fluminense (UFF), que originou­
tituições (Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e Colégio Mackenzie, se "numa instituição voltada para a Informação Científica e
em São Paulo), antes de se transferirem para a universidade. O re­ Tecnológica e respectivos processos documentários" (SMIT, 2002,
sultado foi uma formação voltada para um determinado tipo de ins­ p.25), pode-se afirmar que "a pós-graduação e a pesquisa em Ciên­
tituição e de profissional, com perfil técnico, especializado na ativi­ cia da Informação, no Brasil, aparecem fortemente ligadas às uni­
dade de organização e tratamento de documentos (PINHEIRO, 19 97). versidades com cursos de graduação em Biblioteconomia [ ... ]" e à
Foram necessários vários anos e várias iniciativas, conforme medida que a Ciência da Informação se consolida como campo cien­
mostram Müeller (1985), Macedo (1987), Población (1990) e Nastri tífico "os cursos de pós-graduação que originalmente foram deno­
(1992), para que uma nova compreensão de ensino emergisse na área minados cursos de pós-graduação em Biblioteconomia, posteriormen­
e colocasse em questão os currículos dos cursos de graduação volta­ te, passaram a ser denominados cursos de pós-graduação em Ciência
dos para a racionalidade instrum·e ntal (funcional, imediata, da Informação (GALVÃ0,1997, p.48).
adaptativa), em detrimento da construção de um corpo teórico que Porém, conforme ressalta Müeller (1985, p.12), "mais do que
buscasse fundamentar o fazer da área. Desse modo, na década de mudanças burocráticas ou legais, tais como a do currículo mínimo,
1980, tivemos uma reformulação curricular que tentou expressar são as pessoas que as implementam que realmente determinam o
154 A luação profissional na área de informação
A dimensão invcstigatíva 155

onde o trabalho colaborativo está sempre presente" (BEHRENS, 1999, uma nova concepção de ensino para a área, somando às disciplinas
p.387). O pressuposto essencial do novo paradigma é uma prática de conteúdo técnico específico outras que contemplassem o aspecto
pedagógica que possibilite a produção do conhecimento e que per­ humanista da profissão.
mita um encontro de abordagens e tendências pedagógicas que ve­ Dentre outras medidas tomadas despontam os cursos de pós­
nham a atender às exigências da sociedade do conhecimento ou da graduação stricto sensu, iniciados na década de 1970. Esse período
informação. marca "a criação dos cursos de pós-graduação, o desenvolvimento
Assim, para acompanhar o processo acelerado de transforma­ da pesquisa na área e o surgimento dos primeiros periódicos científi­
ções e rupturas pelo qual passa a sociedade contemporânea, é preciso cos[ ... ]" (GUIMARÃES, 1997, p.125).
que os cursos de graduação adotem um novo caminho no trabalho Essa década caracteriza-se, também, pelo "aumento quantita­
de formação, fundado em concepções que articulem teoria e prática. tivo das escolas de Biblioteconomia no Brasil, momento em que emer­
Tendo esse quadro como referência, a seguir passaremos a dis­ ge a preocupação com a qualidade de ensino" (GALVÃO, 1997, p.46).
cutir sobre a formação e atuação do profissional da informação, O cuidado com a qualidade do ensino, leva à outra preocupação: a
notadamente no Brasil. Para isso, faremos um breve resgate históri­ formação de docentes. Assim, a partir dessa década, "[ ... J capacitar
co na tentativa de situar e melhor elucidar o processo formativo na docentes pesquisadores despertando a conscientização da importân­
área de informação, em vista das peculiaridades que a envolvem. cia da investigação no campo da informação" passa a ser um dos
objetivos da área (POBIACIÓN, 1992, apud GALVÃO, 1997, p.46).
2 O processo de formação e a prática do Instaura-se, a partir daí, um novo momento profissional soli­
Profissional. da Informação no Brasil dificando-se cada vez mais, com as relações entre a Biblioteconomia
e a Ciência da Informação. Essa constatação é corroborada por boa
Para entender o processo de formação e a prática do profissio­ parte da bibliografia (PINHEIRO, 1997; GALVÃO, 1997; OLIVEIRA,
nal da informação no Brasil, primeiramente, é necessário considerar 1998) e pela origem dos programas de pós-graduação que nasceram,
a existência por um longo tempo de cursos de graduação específicos em sua grande maioria, numa graduação em Biblioteconomia.
em Biblioteconomia. Em um segundo momento, é preciso lembrar Com exceção do programa oferecido pelo Instituto Brasileiro
que a Biblioteconomia, na sua origem, formou mão-de-obra para as de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), atualmente em con­
instituições nacionais. Os primeiros cursos se abrigaram nessas ins­ vênio com a Universidade Federal Fluminense (UFF), que originou­
tituições (Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e Colégio Mackenzie, se "numa instituição voltada para a Informação Científica e
em São Paulo), antes de se transferirem para a universidade. O re­ Tecnológica e respectivos processos documentários" (SMIT, 2002,
sultado foi uma formação voltada para um determinado tipo de ins­
p.25), pode-se afirmar que "a pós-graduação e a pesquisa em Ciên­
tituição e de profissional, com perfil técnico, especializado na ativi­
cia da Informação, no Brasil, aparecem fortemente ligadas às uni­
dade de organização e tratamento de documentos (PINHEIRO, 199 7). versidades com cursos de graduação em Biblioteconomia [ ... ]" e à
Foram necessários vários anos e várias iniciativas, conforme
medida que a Ciência da Informação se consolida como campo cien­
mostram Müeller (1985), Macedo (1987), Población (1990) e Nastri
tífico "os cursos de pós-graduação que originalmente foram deno­
(1992), para que uma nova compreensão de ensino emergisse na área
minados cursos de pós-graduação em Biblioteconomia, posteriormen­
e colocasse em questão os currículos dos cursos de graduação volta­
te, passaram a ser denominados cursos de pós-graduação em Ciência
dos para a racionalidade instrum·e ntal (funcional, imediata, da Informação (GALVÃ0,1997, p.48).
adaptativa), em detrimento da construção de um corpo teórico que Porém, conforme ressalta Müeller (1985, p.12), "mais do que
buscasse fundamentar o fazer da área. Desse modo, na década de mudanças burocráticas ou legais, tais como a do currículo mínimo,
1980, tivemos uma reformulação curricular que tentou expressar são as pessoas que as implementam que realmente determinam o
A dirncnsão invcsl ignl iv.1 l5
156 Atuação profissional na área de informação

componente de questionamento aliado aos parâmetros de


caráter e extensão da nova orientação". Apesar de todas essas inicia­
científicidade, permitindo alcançar uma prática com maior compe­
tivas para buscar a qualificação dos docentes e a conseqüente melhoria
tência científica e legitimidade social no campo profissional.
do ensino e da formação profissional, os cursos que formam profis­
A função da universidade não é unicamente a formação de
sionais da informação, em nível de graduação, se notabilizam pela
profissionais, também objetiva a transmissão, difusão e produção
ministração de um ensino ainda limitado como exercício crítico e com
de conhecimentos que contribuam para o encontro de respostas
uma prática de pesquisa, de maneira geral, incipiente. Desse modo,
aos desafios sociais, unindo teoria e prática social. A formação
formam profissionais considerados mais de nível técnico do que cien­
universitária deve pautar-se, portanto, pelo espírito de investiga­
tífico ou trabalhadores intelectuais.
ção. A universidade deve fazer da pesquisa parte do programa
No entanto, as mudanças ocorridas no cenário mundial, no
curricular dos cursos e formar profissionais com capacidade de
último século, deviclo ao rápido desenvolvimento tecnológico, deter­
investigar/buscar solução para os mais variados problemas.
minaran1 alterações significativas no conceito de competência pro­
Acreditamos que tendo a pesquisa como arcabouço de um pro­
fissional. Hoje, a capacidade intelectual deve sobrepor-se às habili­
grama de formação, será possível redirecionar a ação formadora e a
dades operacionais. Desse modo, o conceito de profissional técnico,
prática profissional.
ligado a atividades de tratamento e organização de documentos,
Com base nesse pressuposto, a seguir discutiremos a necessi­
que caracteriza o bibliotecário, dá lugar a um novo conceito de
dade da inserção da pesquisa na formação e atuação do profissional
profissional: o profissional da informnção, de natureza notadamente
da informação.
mais abrangente (GUIMARÃES, 1997). Esse tipo de profissional
passou a ser entendido como "todos aqueles indivíduos que, de
uma forma ou outr�1, fazem da informação o seu objeto de tra­ 3 Inserção da pesquisa na formação e atuação do
balho, entre os quais [ ... J documentalistas e bibliotecários [ ... ]" Profissional da Informação
(SANTOS, 1996, p.5).
De acordo com o exposto anteriormente, entendemos que se
Nessa moderna concepção, o setor de informação não se res­
faz necessário repensar o processo da relação entre produção de co­
tringe exclusivamente aos bibliotecários. O mercado profissional na
nhecimento na universidade, formação profissional e sua articula­
área de informação está aberto também a outras áreas profissionais.
ção com a prática social.
Essa modificação no modo de ver o profissionnl que trabalha
A concepção de ensino que envolve a pesquisa pode ser consi­
com informação e/ou documentação equivale a reestruturar todo o
derado o paradigma de ensinar e aprender que se contrapõe ao mo­
processo ele formação da ,irca, e conseqüentemente da sua prática,
delo de ensino vigente na universidade. Esta concepção baseia-se cm
orientando-D não somente p:1ra o faze,·, mas também para o pensar
procedirnentos que mais fazem perguntas do que dão respostas. Pri­
como fazer. Essa nov:i. concepção está condicionada aos esforços que
vilegia a análise sobre a síntese. Entende que aprender não é estar em
a universidade despende para ndequnr seu ensino aos novos tempos.
atitude contemplativa ou absorvente frente aos dados culturais da
A base de um:1 profissão é composta por três componentes:
sociedade, mas sim estar envolvido na interpretação e produção des­
formação (sistema de educação), prátirn profissional e pesquisa, como
tes dados. Parte da realidade para problematizar o conhecimento,
bem assevera Dosa citada por Mueller (1989, p.176). Estes compo­
envolvendo o professor e o aluno na tarefa de investigação que tem
nentes devem interagir constantemente, permitindo que, ao longo
origem e/ou se destina à prática social e profissional (CUNHA, 199 7,
do trmpo, tornem um só rumo, conlribuindo, assim, parn o desen­
p.182).
volvimento elo campo profissional.
Nessa concepção o aluno deixa de ser um mero espectador e
Desse modo, podemos dizer que a pesquisa atua corno mola
passa a ser parceiro do trabalho docente. Por conseqüência, a pcs-
mestra Ja prótica profissional e do sistema educativo, haja vista seu
A dimensão invcstigativa 15 7
156 Atuação profissional na área de informação

c o mp onente de questionamento aliado aos parâmetros de


caráter e extensão da nova orientação". Apesar de todas essas inicia­
científicidade, permitindo alcançar uma prática com maior compe­
tivas para buscar a qualificação dos docentes e a conseqüente 111.clhoria
tência científica e legitimidade social no campo profissional.
do ensino e da formação profissional, os cursos que formam profis­
A função da universidade não é unicamente a formação de
sionais da informação, em nível de graduação, se notabilizam pela
profissionais, também objetiva a transmissão, difusão e produção
ministração de um ensino ainda limitado como exercício crítico e com
de conhecimentos que contribuam para o encontro de respostas
uma prática de pesquisa, de maneira geral, incipiente. Desse modo,
aos desafios sociais, unindo teoria e prática social. A formação
formam profissionais considerados mais de nível técnico do que cien­
universitária deve pautar-se, portanto, pelo espírito de investiga­
tífico ou trabalhadores intelectuais.
ção. A universidade deve fazer da pesquisa parte do programa
No entanto, as mudanças ocorridas no cenário mundial, no
curricular dos cursos e formar profissionais com capacidade de
último século, devido ao rápido desenvolvimento tecnológico, deter­
investigar/buscar solução para os mais variados problemas.
minaram alterações significativas no conceito de competência pro­
Acreditamos que tendo a pesquisa como arcabouço de um pro­
fissional. Hoje, a capacidade intelectual deve sobrepor-se às habili­
grama de formação, será possível redirecionar a ação formadora e a
dades operacionais. Desse modo, o conceito de profissional técnico,
prática profissional.
ligado a atividades de tratamento e organização de documentos,
Com base nesse pressuposto, a seguir discutiremos a necessi­
que caracteriza o bibliotecário, dá lugar a um novo conceito de
dade da inserção da pesquisa na formação e atuação do profissional
profissional: o profissional da infornrnção, de natureza notadamente
da informação.
mais abrangente (GUIMARÃES, 1997). Esse tipo de profissional
passou a ser entendido como "todos aqueles indivíduos que, de
uma forma ou outra, fazem da informação o seu objeto de tra­ 3 Inserção da pesquisa na formação e atuação do
balho, entre os quais [ ... ] documentalistas e bibliotecários [ ... ]" Profissional da Informação
(SANTOS, 1996, p.5).
De acordo com o exposto anteriormente, entendemos que se
Nessa moderna concepção, o setor de informação não se res­
faz necessário repensar o processo da relação entre produção de co­
tringe exclusivamente aos bibliotecórios. O mercado profissional na
nhecimento na universidade, formação profissional e sua articula­
área de informação está aberto também a outras áreas profissionais.
ção com a prática social.
Essa modificação no modo de ver o profissional que trabalha
A concepção de ensino que envolve a pesquisa pode ser consi­
com informação e/ou documentação equivale a reestruturar todo o
derado o paradigma de ensinar e aprender que se contrapõe ao mo­
processo de forma�·ão da área, r conseqüentemente da sua prática,
delo de ensino vigente na universidade. Esta concepção baseia-se em
orientm1do-a não somente para o faze!·, mas também para o pensar
procedimentos que mais fazem perguntas do que dão respostas. Pri­
como fazer. Essa nova concepção está condicionada aos esforços que
vilegia a análise sobre a síntese. Entende que aprender não é estar em
a universidade despende para adequar seu ensino aos novos tempos.
atitude contemplativa ou absorvente frente aos dados culturais da
A base ele uma profissão é composta por três componentes:
sociedade, mas sim estar envolvido na interpretação e produção des­
formação (sistema de educação), prática profissional e pesquisa, como
tes dados. Parte da realidade para problematizar o conhecimento,
bem assevera Dosa citada por Mueller (1989, p.176). Estes compo­
envolvendo o professor e o aluno na tarefa de investigação que tem
nentes devem interagir constantemente, permitindo que, ao longo
origem e/ou se destina à prática social e profissional (CUNHA, 1997,
elo tempo, tomem l!ll.l só rumo, contribuindo, assim, para o desen­
p.182).
volvimento elo campo profissional.
Nessa concepção o aluno deixa de ser uni. mero espectador e
Desse modo, podemos dizer que a pesquisa atua como mola
passa a ser parceiro do trabalho docente. Por conseqüência, a pes-
mestra Ja prótica profissional e elo sistema educativo, haja vista seu
158 Atuação profissional na área de informação A dimensão investiga tiva 15 9

quisa é considerada não só como um princípio científico, mas tam­ A perspectiva de trabalhar o ensino integrado com a pesquisa
bém educativo. Ou seja, não é vista somente como busca de conhe­ recoloca o papel do professor, definindo-o "como orientador do pro­
cimento ou simples descoberta, que termina na análise teórica, mas cesso de questionamento [re]construtivo no aluno" (DEMO, 1997,
também como forma natural de estabelecer o diálogo com a reali­ p. 78). O ensino com pesquisa envolve "estudantes e professores numa
dade, como preconiza Pedro Demo (1997). criação de conhecimento comumente partilhado com [o] intuito de
Se for atribuído à pesquisa o significado de diálogo crítico e que a realidade seja apreendida e não somente reproduzida" (CUNHA,
criativo com a realidade, conforme sugere Pedro Demo, ela transfor­ 1997, p.183). Nessa perspectiva, a função da aula constitui-se na
ma-se em atitude do aprender a aprender, pois culmina na elabora­ motivação para a pesquisa, quando chama a atenção para a riqueza
ção própria e na capacidade de intervenção. Desse modo, faz parte de da discussão, para caminhos alternativos de tratamento do tema, para
todo processo educativo e emancipatório do aluno. Podemos dizer, apresentar a maneira própria do professor de compreender a ques­
então, que a base da educação universitária, é a pesquisa porque tão e em seguida abrir espaço para o aluno fazer seu próprio
fundamenta o ensino e evita que este seja simples repasse copiado. questionamento e chegar à sua própria elaboração. O papel do pro­
Educar não é só ensinar e instruir, mas, sobretudo, formar a auto­ fessor, portanto, deve ser sobretudo motivador, alguém a serviço da
nomia crítica e criativa do sujeito histórico e competente. Assim, tor­ emancipação do aluno.
na-se fundamental burilar o conceito de pesquisa de tal maneira que Nesse modo de exercer o ensino, o espaço que diz respeito à
possa ser aplicado em todo percurso formativo do aluno. produção de conhecimento na vida acadêmica torna-se coletivo, li­
Na formação do profissional da informação consideramos im­ vre, criativo e transformador. Assim, contribui para a adoção de um
portante internalizar esta concepção, pois "o que faz da aprendiza­ novo caminho no trabalho de formação, fundado em concepções que
gem algo criativo é a pesquisa, porque a submete ao teste, a dúvida, articulem teoria e prática.
ao desafio, desfazendo tendência meramente reprodutiva". Assim, O ensino fundamentado na pesquisa, à medida que os sujeitos
"ensinar e aprender se dignificam na pesquisa, que reduz e/ou elimi­ se inserem no processo de produção do conhecimento como atores
na a marca imitativa" (DEMO, 1991, p.43-44). de uma prática coletiva que supõe compromisso histórico-social, não
É sob esse prisma que incluímos a pesquisa na formação e atu­ só contribui para a formação desses sujeitos como faz com que con­
ação do profissional da informação: como o elemento articulador enb·e tinuem aprendendo na realidade do dia-a-dia em que exercem a sua
a teoria e a prática, como a forma capaz de estabelecer que o pensar prática.
e o fazer se encontrem em um movimento contínuo, criando, assim, É nesse sentido que a prática da pesquisa
a necessária sintonia entre o ensino e a atuação profissional.
Na prática da pesquisa aqui contemplada explicita-se uma con­ sistematiza a formação por intermédio do trabalho orgânico dos
cepção de formação como práxis transformadora e crítica. O elemento sujeitos integrados num coletivo, exercido democraticamente,
fundamental para propiciar essa mudança de enfoque é o professor, buscando historicamente contribuir para o progresso do conhe­
pois, pela sua condição de dar direção à prática pedagógica que de­ cimento, tendo sempre presente que os fundamentos teórico­
senvolve, mesmo reconhecendo-se nela condicionantes históricos, metodológicos devem ser a base primeira do produto dessa ação
sociais e culturais, constitui-se no agente principal para alterar o rumo (CAlAZANS, 1994, p.67).
da formação profissional em determinado campo.
Na graduação, o aluno, futuro profissional, precisa desenvol­ A especificidade do aprender com pesquisa, articulando pers­
ver a sensibilidade de fazer a leitura da realidade, levantando proble­ pectiva histórica e processo de conhecimento, pressupõe ao mesmo
mas concretos de pesquisa. Precisa, ainda, saber buscar a ciência pro­ tempo avanço da ciência e confirmação de prática social. Assim,
duzida e ser agente de sua disseminação. unir ensino e pesquisa significa caminhar para que a educação/
158 Atuação profissional na área de informação A dimensão investiga tiva 15 9

quisa é considerada não só como um princípio científico, mas tam­ A perspectiva de trabalhar o ensino integrado com a pesquisa
bém educativo. Ou seja, não é vista somente como busca de conhe­ recoloca o papel do professor, definindo-o "como orientador do pro­
cimento ou simples descoberta, que termina na análise teórica, mas cesso de questionamento [re]construtivo no aluno" (DEMO, 1997,
também como forma natural de estabelecer o diálogo com a reali­ p. 78). O ensino com pesquisa envolve "estudantes e professores numa
dade, como preconiza Pedro Demo (1997). criação de conhecimento comumente partilhado com [o] intuito de
Se for atribuído à pesquisa o significado de diálogo crítico e que a realidade seja apreendida e não somente reproduzida" (CUNHA,
criativo com a realidade, conforme sugere Pedro Demo, ela transfor­ 1997, p.183). Nessa perspectiva, a função da aula constitui-se na
ma-se em atitude do aprender a aprender, pois culmina na elabora­ motivação para a pesquisa, quando chama a atenção para a riqueza
ção própria e na capacidade de intervenção. Desse modo, faz parte de da discussão, para caminhos alternativos de tratamento do tema, para
todo processo educativo e emancipatório do aluno. Podemos dizer, apresentar a maneira própria do professor de compreender a ques­
então, que a base da educação universitária, é a pesquisa porque tão e em seguida abrir espaço para o aluno fazer seu próprio
fundamenta o ensino e evita que este seja simples repasse copiado. questionamento e chegar à sua própria elaboração. O papel do pro­
Educar não é só ensinar e instruir, mas, sobretudo, formar a auto­ fessor, portanto, deve ser sobretudo motivador, alguém a serviço da
nomia crítica e criativa do sujeito histórico e competente. Assim, tor­ emancipação do aluno.
na-se fundamental burilar o conceito de pesquisa de tal maneira que Nesse modo de exercer o ensino, o espaço que diz respeito à
possa ser aplicado em todo percurso formativo do aluno. produção de conhecimento na vida acadêmica torna-se coletivo, li­
Na formação do profissional da informação consideramos im­ vre, criativo e transformador. Assim, contribui para a adoção de um
portante internalizar esta concepção, pois "o que faz da aprendiza­ novo caminho no trabalho de formação, fundado em concepções que
gem algo criativo é a pesquisa, porque a submete ao teste, a dúvida, articulem teoria e prática.
ao desafio, desfazendo tendência meramente reprodutiva". Assim, O ensino fundamentado na pesquisa, à medida que os sujeitos
"ensinar e aprender se dignificam na pesquisa, que reduz e/ou elimi­ se inserem no processo de produção do conhecimento como atores
na a marca imitativa" (DEMO, 1991, p.43-44). de uma prática coletiva que supõe compromisso histórico-social, não
É sob esse prisma que incluímos a pesquisa na formação e atu­ só contribui para a formação desses sujeitos como faz com que con­
ação do profissional da informação: como o elemento articulador enb·e tinuem aprendendo na realidade do dia-a-dia em que exercem a sua
a teoria e a prática, como a forma capaz de estabelecer que o pensar prática.
e o fazer se encontrem em um movimento contínuo, criando, assim, É nesse sentido que a prática da pesquisa
a necessária sintonia entre o ensino e a atuação profissional.
Na prática da pesquisa aqui contemplada explicita-se uma con­ sistematiza a formação por intermédio do trabalho orgânico dos
cepção de formação como práxis transformadora e crítica. O elemento sujeitos integrados num coletivo, exercido democraticamente,
fundamental para propiciar essa mudança de enfoque é o professor, buscando historicamente contribuir para o progresso do conhe­
pois, pela sua condição de dar direção à prática pedagógica que de­ cimento, tendo sempre presente que os fundamentos teórico­
senvolve, mesmo reconhecendo-se nela condicionantes históricos, metodológicos devem ser a base primeira do produto dessa ação
sociais e culturais, constitui-se no agente principal para alterar o rumo (CAlAZANS, 1994, p.67).
da formação profissional em determinado campo.
Na graduação, o aluno, futuro profissional, precisa desenvol­ A especificidade do aprender com pesquisa, articulando pers­
ver a sensibilidade de fazer a leitura da realidade, levantando proble­ pectiva histórica e processo de conhecimento, pressupõe ao mesmo
mas concretos de pesquisa. Precisa, ainda, saber buscar a ciência pro­ tempo avanço da ciência e confirmação de prática social. Assim,
duzida e ser agente de sua disseminação. unir ensino e pesquisa significa caminhar para que a educação/
160 Atuação profissional na área de informação A dimensão invcs/ igal iva 161

formação seja realmente integrada, envolvendo estudantes e pro­ Esse programa seria, ainda, responsável por definições de con­
fessores na tarefa de investigar e analisar o seu próprio mundo. teúdo, métodos, redirecionamento de instituições, enfim, teria que ser
É o momento, portanto, de rever a estrutura e a natureza dos capaz de responder pela reconstrução do que se pretende transfor­
currículos dos cursos de graduação e de trabalhar no sentido de for­ mar, dando conta, porém, dos limites impostos pelas condições es­
mar um profissional crítico, com independência intelectual e sinto­ truturais e conjunturais de cada escola/curso.
nizado com os desafios de seu tempo. Nesse sentido, a Associação Brasileira de Educação em Ciência
Na formação do profissional da informação é importante inse­ da Informação (ABECIN), entre os anos de 2001 e 2002, com base
rir a prática da pesquisa, dada a característica especial da atuação desse nos ditames estabelecidos pela nova LDB e visando promover altera­
profissional: disponibilizar informação entre seres humanos que ções na estrutura e organização dos currículos dos cursos/escolas
habitam um determinado espaço social, político e econômico. A vi­ de graduação, implementou uma agenda de Oficinas Regionais ele
são de ensino com pesquisa permite (re)descobrir a concepção de re.1- Trabalho, reunindo coordenadores dos cursos de graduação, chefes
lidade como totalidade, de aprender o conhecimento em movimento, de departamentos de ensino, diretores de escolas de graduação e de­
de perceber que as relações entre educação e sociedade, entre conteúdo mais docentes para discutir e propor uma nova concepção de ensino
e forma, entre teoria e prática não ocorrem de forma linea1� sem con­ e aprendizagem para a área.
flitos e contradições. Essa percepção deve permear todo o processo de Dessa maneira, foram realizadas três oficinas regionais em 2002,
ensino/aprendizagem do profissional da informação, permitindo, antecedidas pela Oficina de São Paulo, em 2001, que tratou do pro­
assim, que atue em diferentes contextos. jeto pedagógico e da avaliação da graduação e onde surgiu a preocu­
pação em trabalhar a questão da avaliação do ensino de graduação
em Biblioteconomia e Ciência da Informação mais detidamente. Os
3 Considerações finais resultados dessas oficinas compõem um conjunto de docurnentos que
Acreditamos que a discussão aqui levantada também se faz se constituem em importante referência para os cursos/escolas de
presente, em maior ou menor medida, na comunidade envolvida com graduação da área repensarem suas propostas pedagógicas (ABECIN/
pesquisa e ensino na área. Por isso, vemos a necessidade ele desenvol­ ForGRAD, 2001; ABECIN 2002 a, b, c).
ver ações conjuntas que cor:tjuguem a preservação dns diferentes iden­ Na última Oficina Regional realizada, que integrou a progra­
tidades regionais e, ao mesmo tempo, contribuam para o fortaleci­ mação do VI Seminário Nacional de Avaliação Curricular (VI SNAC),
mento da cooperação acadêmica entre os cursos/ escolas ela área de promovido pela ABECIN em parceria com o XX Congresso Brasilei­
Ciência de Informação. ro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação,
Cremos na necessidade de que venha a ser firmado um com­ realizado em Fortaleza-CE, ao se discutir a concepção de formação
promisso entre as escolas/cursos das diferentes instituições universi­ profissional para a área, foi externada a preocupação
tárias no sentido de construir uma linha básica, um núcleo de
idéias centrais, que dê sustentação a propostas que incorporem de assumir o ensino com pesquisa como uma concepção peda­
pesquisa-sistematização teórico-metodológica, articulada a ações gógica a ser assumida (uma ação reflexiva em todo o ato do
na realidade. saber) por meio de procedimentos efetivamente investigativos
Essas propostas poderiam gerar um programa de formação (rigorosos) levando, como conseqüência, a um repensar de prá­
baseado na articulação da pesquisa com o ensino, programa este que ticas pedagógicas até então utilizadas (ABECIN, 2002c, p.12).
tivesse a função política de formar profissionais capazes de encami­
nhar alternativas para as questões surgidas com os desdobramentos A questão da pesquisa no ensino nas áreas de Biblioteconomia
da revolução tecnológica e ela globalização ele mercados. e Ciência da Informação vem, há algum tempo, sendo discutida tanto
160 Atuação profissional na área de iníormaçfío A dimensiio invcstiµnl ivn 1 61

f o rmação seja realmente integrada, envolvendo estudantes e pro Esse programa seria, ainda, responsável por definições de co11
fessores na tarefa de investigar e analisar o seu próprio mundo. tcúdo, métodos, redirecionamento de instituições, enfim, teria que ser
É o momento, portanto, de rever a estrutura e a natureza dos capaz de responder pela reconstrução do que se pretende transfor­
currículos dos cursos de graduação e de trabalhar no sentido de for­ mar, dando conta, porém, dos limites impostos pelas condições es­
mar um profissional crítico, com independência intelectual e sinto­ truturais e conjunturais de cada escola/curso.
nizado com os desafios de seu tempo. Nesse sentido, a Associação Brasileira de Educação em Ciência
Na formação do profissional da informação é importante inse­ da Informação (ABECIN), entre os anos de 2001 e 2002, com base
rir a prática da pesquisa, dada a característica especial da atuação desse nos ditames estabelecidos pela nova LDB e visando promover altera­
profissional: disponibilizar informação entre seres humanos que ções na estrutura e organização dos currículos dos cursos/escolas
habitam um determinado espaço social, político e econômico. A vi­ de graduação, implementou uma agenda de Oficinas Regionais de
são de ensino com pesquisa permite (re)descobrir a concepção de rea­ Trabalho, reunindo coordenadores dos cursos de graduação, chefes
lidade como totalidade, de aprender o conhecimento em movirn.ento, de departamentos de ensino, diretores de escolas de graduação e de­
de perceber que as relações entre educação e sociedade, entre conteúdo mais docentes para discutir e propor uma nova concepção de ensino
e forma, entre teoria e prática não ocorrem de forma linear, sem con­ e aprendizagem para a área.
flitos e contradições. Essa percepção deve permear todo o processo de Dessa maneira, foram realizadas três oficinas regionais em 2002,
ensino/aprendizagem do profissional da informação, permitindo, antecedidas pela Oficina de São Paulo, em 2001, que tratou do pro­
assim, que atue em diferentes contextos. jeto pedagógico e da avaliação da graduação e onde surgiu a preocu­
pação em trabalhar a questão da avaliação do ensino de graduação
em Biblioteconomia e Ciência da Informação mais detidamente. Os
3 Considerações finais resultados dessas oficinas compõem um conjunto de docw11entos que
Acreditamos que a discussão aqui levantada também se foz se constituem em importante referência para os cursos/escolas de
presente, em maior ou menor medida, na comunidade envolvida com graduação da área repensarem suas propostas pedagógicas (ABECIN/
pesquisa e ensino na área. Por isso, vemos a necessidade de desenvol­ ForGRAD, 2001; ABECIN 2002 a, b, c).
ver ações conjuntas que co�uguem a preservação das diferentes iden­ Na última Oficina Regional realizada, que integrou a progra­
tidades regionais e, ao mesmo tempo, contribuam para o fortaleci­ mação do VI Seminário Nacional de Avaliação Curricular (VI SNAC),
mento da cooperação acadêmica entre os cursos/ escolas da área de promovido pela ABECIN em parceria com o XX Congresso Brasilei­
Ciência de Informação. ro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação,
Cremos na necessidade de que venha a ser firmado um com­ realizado em Fortaleza-CE, ao se discutir a concepção de formação
promisso entre as escolas/cursos das diferentes instituições universi­ profissional para a área, foi externada a preocupação
tárias no sentido de construir uma linha básica, um núcleo de
idéias centrais, que dê sustentação a propostas que incorporem de assumir o ensino com pesquisa como uma concepção peda­
pesquisa-sistematização teórico-metodológica, articulada a ações gógica a ser assumida (uma ação reflexiva em todo o ato do
na realidade. saber) por meio de procedimentos efetivamente investigativos
Essas propostas poderiam gerar um programa de fo rmação (rigorosos) levando, como conseqüência, a um repensar de prá­
baseado na articulação da pesquisa com o ensino, programa este que ticas pedagógicas até então utilizadas (ABECIN, 2002c, p. 12).
tivesse a função política de formar profissionais capazes de encami­
nhar alternativas para as questões surgidas com os desdobramentos A questão da pesquisa no ensino nas áreas de Biblioteconomia
da revolução tecnológica e da globalização de mercados. e Ciência da Informação vem, há algum tempo, sendo discutida tanto
162 Atuação profissional na área de informação A dimcnsfio invcshgativa 163

em âmbito de Brasil, pela ABECIN, como de Mercosul, conforme re­ sobreviverá a qualquer revolução tecnológica e saberá responder às
gistramos em estudo desenvolvido com Guimarães. Neste estudo exigências do mundo do trabalho. Por esse motivo, consideramos que
analisamos, sob uma ótica histórica, as concepções de pesquisa de­ uma proposta dessa natureza, preocupada em enfocar a pesquisa
senvolvidas no âmbito dos Encontros de Diretores e Docentes de como um processo que deve aparecer em todo trajeto educativo/
Biblioteconomia e Ciência da Informação do Mercosul (Porto Alegre, formativo do profissional da informação, vendo o professor como
1996; Buenos Aires, 1997; Santiago do Chile, 1998, Montevidéu, 2000 ator especial nesse processo, poderá contribuir para mudar o perfil
e Assunção, 2001), visando fornecer subsídios ao delineamento de da formação e atuação profissional, permitindo que a área caminhe
políticas de pesquisa para a graduação em Biblioteconomia e Ciência rumo a novos patainares.
da Informação no Mercosul (GUIMARÃES; RODRIGUES, 2003). O presente momento histórico requer a busca de inovações,
Os Encontros de Diretores e de Docentes de Escolas de Bi­ criatividade e novos princípios educativos. Esperamos que as idéias
blioteconomia e Ciência da Informação do Mercosul produziram vários aqui expostas contribuam para que a área de Ciência da Informação
elementos que formam uma base referencial para as discussões, de­ venha a responder aos questionamentos e atender às propostas ge­
bates e análises do tema no âmbito do Mercosul e, por extensão, da radas pelos impactos do presente com perspectivas para o futuro.
América Latina.
No decurso das discussões até aqui empreendidas pode-se di­
Referências
zer que há clareza da área quanto à necessidade da articulação entre
ensino e pesquisa ganhar proporções reais e efetivas nas propostas ABECIN/FORGRAD. Projeto pedagógico e avaliação da graduação: referên­
pedagógicas dos cursos de graduação. No entanto, esta exigência cias para a renovação e ressignificação do ensino cm Biblioteconomia/Ciên­
cia da Informação. ln: OFICINA DE TRABALHO DE SÃO PAULO. São Paulo,
pressupõe a necessária reorganização interna dos cursos e, também,
2001. (Documentos ABECIN, 1 ). Disponível em: <http://www.abccin.org/
a necessidade dos professores internalizarem o significado e impor­ Documentosabccin.htm>. Acesso em: 04 mar. 2002.
tância da investigação para o processo de formação e para exercer ABECIN. Avaliação da graduação em Biblioteconomia e Ciência da Infor­
uma prática profissional competente. mação: bases conceituais, metodológicas e princípios do processo avaliativo.
Por isso, para que o programa aqui proposto se transforme no ln: OFICINA REGIONAL DE TRABALHO SUDESTE/CENTRO-OESTE. Vitória,
esboço de uma ação que vise redirecionar a formação e atuação pro­ 2002a. (Documentos ABECIN, 2). Disponível em: <http://www.abccin.org/
fissional na área, é essencial que a cooperação acadêmica seja inten­ Documentosabecin.htm>. Acesso em: 06 maio 2002.
sificada entre os cursos e que seja promovida a circulação de infor­ ABECIN. Diretrizes para a construção de indicadores de qualidade para a
avaliação de cursos de graduação de Biblioteconomia/Ciência da Informa­
mação sobre os diferentes projetos e/ou pesquisas de grupos
ção. ln: OFICINA REGIONAL DE TRABALHO SUL/SÃO PAULO. Florianópolis,
acadêmicos envolvidos e/ou interessados com a questão da forma­ 2002b. (Documentos ABECIN, 3). Disponível cm: <http://www.abccin.org/
ção na perspectiva de uma nova ordem mundial. Documentosabccin.htm>. Acesso em:. 17 jun. 2002.
Acreditamos que a busca por um novo modelo de formação que ABECIN. Avaliação do processo formativo na área de Biblioteconomia/Ci­
se ajuste às incessantes transformações ocorridas, e por ocorrer, no ência da Informação: documento referencial. ln: OFICINA REGIONAL DE
cenário mundial, somente será bem sucedida quando se promover uma TRABALHO NORTE/NORDESTE. Fortaleza, 2002c. (Documentos ABECIN, 4).
Disponível em: <http://www.abecin.org/Documentosabccin. htm>. Acesso
contínua troca de informação e um esforço de investigação coopera­
em: 19 dez 2002.
tiva que possa desvendar novas realidades. Nesse sentido, a universi­
BEHRENS, Marilda Aparecida. A Prática pedagógica e o desafio do
dade tem um papel primordial, pois a troca de informações e a circu­ paradigma emergente. R. Bras. Est. Pedag., Brasília, v.80, n.196, p.383-
lação do saber estão na própria origem da instituição acadêmica. 403, set./dez. 1999.
Com certeza o profissional que souber dialogar com a realidade CALAZANS, Maria Julieta Costa. A Iniciação científica: um aprendizado do
de modo crítico e criativo e tiver capacidade de unir saber e mudar, trabalho científico da realidade social. ln: MOREIRA, Antonio F. B. (org.)
162 Atuação profissional na área de informação A dimensão invcstigativa 163

em âmbito de Brasil, pela ABECIN, como de Mercosul, conforme re­ sobreviverá a qualquer revolução tecnológica e saberá responder às
gistramos em estudo desenvolvido com Guimarães. Neste estudo exigências do mundo do h·abalho. Por esse 1notivo, consideramos que
analisamos, sob uma ótica histórica, as concepções de pesquisa de­ uma proposta dessa natureza, preocupada em enfocar a pesquisa
senvolvidas no âmbito dos Encontros de Diretores e Docentes de como um processo que deve aparecer em todo trajeto educativo/
Biblioteconomia e Ciência da Informação do Mercosul (Porto Alegre, formativo do profissional da informação, vendo o professor como
1996; Buenos Aires, 1997; Santiagodo Chile, 1998, Montevidéu, 2000 ator especial nesse processo, poderá contribuir para mudar o perfil
e Assunção, 2001), visando fornecer subsídios ao delineamento de da formação e atuação profissional, permitindo que a área caminhe
políticas de pesquisa para a graduação em Biblioteconomia e Ciência nm10 a novos pata1nares.
da Informação no Mercosul (GUIMARÃES; RODRIG UES, 2003). O presente momento histórico requer a busca de inovações,
Os Encontros de Diretores e de Docentes de Escolas de Bi­ criatividade e novos princípios educativos. Esperamos que as idéias
blioteconomia e Ciência da Informação do Mercosul produziram vários aqui expostas contribuam para que a área de Ciência da Informação
elementos que formam uma base referencial para as discussões, de­ venha a responder aos questionamentos e atender às propostas ge­
bates e análises do tema no âmbito d o Mercosul e, por extensão, da radas pelos impactos do presente com perspectivas para o futuro.
América Latina.
No decurso das discussões até aqui empreendidas pode-se di­
zer que há clareza da área quanto à necessidade da articulação entre
Referências
ensino e pesquisa ganhar proporções reais e efetivas nas propostas ABECIN/FORGRAD. Projeto pedagógico e avaliação da graduação: referên­
pedagógicas dos cursos de graduação. No entanto, esta exigência cias para a renovação e ressignificação do ensino cm Biblioteconomia/Ciên­
pressupõe a necessária reorganiz ação interna dos cursos e, também, cia da Informação. ln. OFICINA DE TRABALHO DE SÃO PAULO. São Paulo,
2001. (Documentos ABECIN, 1). Disponível em: <http://www.abecin.org/
a necessidade dos professores internalizar em o significado e impor­ Documentosabecin.htm>. Acesso em: 04 mar. 2002.
tância da investigação para O processo de formação e para exercer
ABECIN. Avaliação da graduação em Biblioteconomia e Ciência da Infor­
uma prática profissional competente. mação: bases conceituais, metodológicas e princípios do processo avaliativo.
Por isso, para que o progra ma aqui proposto se transforme no ln: OFICINA REGIONAL DE TRABALHO SUDESTE/CENTRO-OESTE. Vitória,
esboço de uma ação que vise redi r ecionar a formação e atuação pro­ 2002a. (Documentos ABECIN, 2). Disponível em: <http://www.abccin.org/
fissional na área, é essencial que a cooperação acadêmica seja inten­ Documentosabccin.htm>. Acesso em: 06 maio 2002.
sificada entre os cursos e que seja promovida a circulação de infor­ ABECIN. Diretrizes para a construção de indicadores de qualidade para a
avaliação de cursos de graduação de Biblioteconomia/Ciência da Informa­
mação sobre os diferentes projetos e/ou pesquisas de grupos
ção. ln: OFICINA REGIONAL DE TRABALHO SUL/SÃO PAULO. Florianópolis,
acadêmicos envolvidos e/ou interes sados com a questão da forrna­ 2002b. (Documentos ABECIN, 3). Disponível cm: <http://www.abccin.org/
ção na perspectiva de uma nova ordem mundial. Documcntosabecin.htm>. Acesso cm:. 17 jun. 2002.
Acreditamos que a busca por um novo modelo de formação que ABECIN. Avaliação do processo formativo na área de Biblioteconomia/Ci­
se ajuste às incessantes transformações ocorridas, e por ocorrer, no ência da Informação: documento referencial. ln: OFICINA REGIONAL DE
cenário mundial, smnente será bem sucedida quando se promover uma TRABALHO NORTE/NORDESTE. Fortaleza, 2002c. (Documentos ABECIN, 4).
Disponível em: <http://www.abecin.org/Documentosabccin. htm>. Acesso
contínua troca de informação e um esforço de investigação coopera­
em: 19 dez 2002.
tiva que possa desvendar novas re a lidades. Nesse sentido, a universi­
BEHRENS, Marilda Aparecida. A Prática pedagógica e o desafio do
dade tem um papel primordial, pois a troca de informações e a circu­
paradigma emergente. R. Bras. Est. Pedag., Brasilia, v.80, n.196, p.383-
lação do saber estão na própria or igem da instituição acadêmica. 403, set./dez. 1999.
Com certeza o profissional que souber dialogar com a realidade CAlAZANS, Maria Julieta Costa. A Iniciação científica: um aprendizado do
de modo crítico e criativo e tiver capacidade de unir saber e mudar, trabalho científico da realidade social. ln: MOREIRA, Antonio F. B. (org.)
164 Atuação profissional na área de informação
A dimensão investigativa 165

Conhecimento educacional e formação do professor: questões atuais. Cam­


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164 Atuação profissional na área de informação
A dimensão investigativa 16 5

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MORAES, Maria Cândida Borges de. O paradigma educacional emergente.
1996. 228f. Tese (Doutorado em Educação) Pontifícia Universidade Católica
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NASTRI, Rosemeire Marino. Formação profissional do bibliotecário no Bra­
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conomia e Documentação, São Paulo, v.25, n.3/4, p.79-96,jul./dez. 1992.
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luz: domínio epistemológico e campo interdisciplinar. Tese (Doutorado em
Comunicação) Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, 1997.
POBLACIÓN, Dinah. La Biblioteconomia em Brasil: movimientos associativos
y formación profesional. Documentación de las ciencias de la información,
Madrid, n.13, p.229-233, 1990.
Capítulo 10

Formação para a atuação


profissional em organização de
conteúdos informacionais:
uma análise das bases teórico-pedagógicas
dos cursos de Biblioteconomia do Mercosul
José Augusto Chaves Guimarães
Jane Coelho Danuello
Pedro José Menezes

Considerações iniciais
A discussão das perspectivas de atuação de profissionais da in­
formação, na atualidade, passa, necessariamente pela análise dos
espaços de fonnação desses profissionais e das concepções que
norteiam tal formação. Nesse sentido, especial destaque merece a
atuação no âmbito das atividades de organização e representação
temática da informação, visto revelar a dimensão do tratamento dos
conteúdos informacionais o que, aos olhos da literatura internacio­
nal, vem sendo considerado como núcleo duro da Ciência da Infor­
mação, com referencias teóricos e metodológicos próprios.
Desse modo, objetiva-se resgatar as bases teórico-pedagógicas
de organização e representação temática da informação até então
desenvolvidas no âmbito do Grupo de Escolas de Biblioteconomia do
Mercosul, por revelarem uma concepção norteadora da atuação pro­
fissional, na área, na região. 1
No âmbito da formação de profissionais bibliotecários de nível
superior nos países do Mercosul (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e

1 O presente trabalho resgata elementos da pesquisa Ensino de tratamento temático


da informação nos cursos de Biblioteconomia do Mercosul, apoiada pelo CNPq, e
foi objeto de apresentação no VIII Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivis­
tas e Documentalistas (Estoril - Portugal, 12-14 Maio, 2004 ).
Capítulo 10

Formação para a atuação


profissional em organização de
conteúdos informacionais:
uma análise das bases teórico-pedagógicas
dos cursos de Biblioteconomia do Mercosul
José Augusto Chaves Guimarães
Jane Coelho Danuello
Pedro José Menezes

Considerações iniciais
A discussão das perspectivas de atuação de profissionais da in­
formação, na atualidade, passa, necessariamente pela análise dos
espaços de fonnação desses profissionais e das concepções que
norteiam tal formação. Nesse sentido, especial destaque merece a
atuação no âmbito das atividades de organização e representação
temática da informação, visto revelar a dimensão do tratamento dos
conteúdos informacionais o que, aos olhos da literatura internacio­
nal, vem sendo considerado como núcleo duro da Ciência da Infor­
mação, com referencias teóricos e metodológicos próprios.
Desse modo, objetiva-se resgatar as bases teórico-pedagógicas
de organização e representação temática da informação até então
desenvolvidas no âmbito do Grupo de Escolas de Biblioteconomia do
Mercosul, por revelarem uma concepção norteadora da atuação pro­
fissional, na área, na região. 1
No âmbito da formação de profissionais bibliotecários de nível
superior nos países do Mercosul (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e

O presente trabalho resgata elementos da pesquisa Ensino de tratamento temático


da informação nos cursos de Biblioteconomia do Mercosul, apoiada pelo CNPq, e
foi objeto de apresentação no Vlll Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivis­
tas e Documentalistas (Estoril - Portugal, 1'.1-14 Maio, 2004).
16 8 Atuação profissional na área de informação
Formação para a ah1ação profissional 169

Uruguai), as questões relativas à organização e tratamento temático da


mínimos, a partir de uma sistemática de seis grupos de trabalhos de
informação constituem, desde a realização do I Encontro de Diretores de
professores por áreas curriculares.
Escolas de Biblioteconomia do Mercosul (Porto Alegre, setembro de 1996),
Referindo-se ao desenvolvimento das atividades do grupo de
objeto de preocupação pedagógica e científica da área curricular 2, então
trabalho da Área 2: Processamento da Informação no referido en­
denominada Processamento da Informação, que congrega os aspectos
contro, ressalta Barité (2000, p. 56)
relativos aos tratamentos temático e descritivo da informação.�
No referido evento, a questão da compatibilização curricular
A então denominada Área curricular 2: Processamento da In­
entre os países do Mercosul foi considerada prioritária, como elemento
formação" não foi, naquele Enconh·o de Buenos Aires, das mais
fundamental ao exercício profissional. Desse modo, recomendou-se,
pacíficas com respeito ao processo e aos resultados de sua auto­
de pronto, a "análise e síntese dos conteúdos mínimos (ementas) das
reflexão. Tanto assim que inclusive se resolveu, após uma ne­
disciplinas das áreas temáticas". Para tanto, aponta Santos (1997, p. 9)
gociação em que ninguém saiu inteiram.ente satisfeito, sugerir
três níveis (ou espaços) de análise dos conteúdos programáticos por
que a área se denomine a partir de então Organização e Trata­
áreas: o curso (a partir das diferentes disciplinas de cada área, conso­
mento da Informação. No entanto, os debates não se esgota­
lidando os conteúdos básicos das mesmas em ementas de áreas do
ran1 en1 uma mera questão de "etiquetas" ou "rótulos", mas se
curso), o país (recebendo as ementas de áreas dos cursos, identifican­
enfatizou, por parte de alguns docentes que ali estiveram pre­
do e sistematizando os conteúdos básicos expressos nas mesmas e
sentes, a necessidade de visualizar a docência e a pesquisa a partir
consolidando-as em ementas de áreas do país) e o Mercosul.
de pontos distintos dos tradicionais, tentando contextualizá­
Desse modo, e no intuito de dar cumprimento ao terceiro nível
las dentro de correntes de pensamento vigentes e de alguns
(Mercosul), realizou-se o II Encuentro de Directores y I de Docentes de
marcos conceituais novos ou em clara evolução. Essa discus­
Bibliotecología del Mercosur, em Buenos Aires, em novembro de 1997),
são deu margem Uunto a outras verificadas no mesmo sentido
no sentido de sistematizar "os conteúdos reunidos em cada país, rela­
em outros grupos) para que no próximo Encontro de Docentes
tivos a cada área de formação, transformando-os em um conjunto
do Mercosul, a realizar-se em Montevidéu, em maio deste ano,
integrado", ementas que, após validadas no referido encontro, seriam
a temática central seja "Bases teórico-metodológicas do ensino
encaminhadas aos respectivos Ministérios de Educação dos países, tendo
de Biblioteconomia.
em vista o posterior encaminhamento ao Conselho do Mercosul.

No âmbito do referido grupo percebeu-se, por um lado, a difi­


1 Conteúdos curriculares culdade de se trabalhar em um espaço tão amplo, o aprofundamento
de questões de conteúdo que abarquem as vertentes descritiva e
Uma vez dado o passo inicial nessa importante trajetória dos
temática do tratamento da informação e, por outro, a detecção de
estudos curriculares de Biblioteconomia no Mercosul, coube à Ar­
distintas correntes teóricas a influenciar o ensino da área.
gentina sediar o II Encuentro de Directores y I de Docentes de Cursos
Nesse sentido, ressalte-se que a propositura de alteração da de­
Superiores de Bibliotecología del Mercosur (Buenos Aires, 27-29 nov.
nominação da área curricular para Organização e tratamento da in­
1997), quando se procedeu à definição de ementas e de conteúdos
formação surgiu basicamente a partir das argumentações na ocasião
desenvolvidas por Mário Barité (Uruguai), Gustavo Liberatore (Ar­
2 As áreas curriculares definidas no encontro de Porto Alegre para os cursos de gentina) e José Augusto Chaves Guimarães (Brasil), no sentido de que
Biblioteconomia do Mercosul são: 1. Fundamentos de Biblioteconomia e Ciência da a área pudesse contemplar com mais clareza sua própria dimensão
Informação, 2. Processamento da Informação, 3. Recursos e Serviços de Informa­
teórica, com especial contribuição dos estudos de Organização do Co­
ção, 4. Gestão da Informação, 5. Novas Tecnologias e 6. Pesquisa.
nhecimento (inclusive com inclusão explícita desse termo na emen-
168 Atuação profissional na área de informação
Formação para a atuação profissional 169

Uruguai), as questões relativas à organização e tratamento temático da


mínimos, a partir de uma sistemática de seis grupos de trabalhos de
informação constituem, desde a realização do I Encontro de Diretores de
professores por áreas curriculares.
Escolas de Biblioteconomia do Mercosul (Porto Alegre, setembro de 1 996),
Referindo-se ao desenvolvimento das atividades do grupo de
objeto de preocupação pedagógica e científica da área curricular 2, então
trabalho da Área 2: P rocessamento da Informação no referido en­
denominada Processamento da Informação, que congrega os aspectos
contro, ressalta Barité (2000, p. 56) :
relativos aos tratamentos temático e descritivo da informação. 2
No referido evento, a questão da compatibilização curricular
A então denominada Área curricular 2: Processamento da In­
entre os países do Mercosul foi considerada prioritária, como elemento
formação" não foi, naquele Encontro de Buenos Aires, das mais
fundamental ao exercício profissional. Desse modo, recomendou-se,
pacíficas com respeito ao processo e aos resultados de sua auto­
de pronto, a "análise e síntese dos conteúdos mínimos (ementas) das
reflexão. Tanto assim que inclusive se resolveu, após uma ne­
disciplinas das áreas temáticas". Para tanto, aponta Santos (1997, p. 9)
gociação em que ninguém saiu inteiram.ente satisfeito, sugerir
três níveis (ou espaços) de análise dos conteúdos programáticos por
que a área se denomine a partir de então Organização e Trata­
áreas: o curso (a partir das diferentes disciplinas de cada área, conso­
mento da Informação. No entanto, os debates não se esgota­
lidando os conteúdos básicos das mesmas em ementas de áreas do
ram em uma mera questão de "etiquetas" ou "rótulos", 1nas se
curso), o país (recebendo as ementas de áreas dos cursos, identifican­
enfatizou, por parte de alguns docentes que ali estiveram pre­
do e sistematizando os conteúdos básicos expressos nas mesmas e
sentes, a necessidade de visualizar a docência e a pesquisa a partir
consolidando-as em ementas de áreas do país) e o Mercosul.
de pontos distintos dos tradicionais, tentando contextualizá­
Desse modo, e no intuito de dar cumprimento ao terceiro nível
las dentro de correntes de pensamento vigentes e de alguns
(Mercosul), realizou-se o II Encuentro de Directores y I de Docentes de
marcos conceituais novos ou em clara evolução. Essa discus­
Bibliotecología del Mercosur, em Buenos Aires, em novembro de 1997),
são deu margem Uunto a outras verificadas no mesmo sentido
no sentido de sistematizar "os conteúdos reunidos em cada país, rela­
em outros grupos) para que no próximo Encontro de Docentes
tivos a cada área de formação, transformando-os em um conjunto
do Mercosul, a realizar-se em Montevidéu, em maio deste ano,
integrado", ementas que, após validadas no referido encontro, seriam
a temática central seja "Bases teórico-metodológicas do ensino
encaminhadas aos respectivos Ministérios de Educação dos países, tendo
de Biblioteconomia.
em vista o posterior encaminhamento ao Conselho do Mercosul.

No âmbito do referido grupo percebeu-se, por um lado, a difi­


1 Conteúdos curriculares culdade de se trabalhar em um espaço tão amplo, o aprofundamento
de questões de conteúdo que abarquem as vertentes descritiva e
Uma vez dado o passo inicial nessa importante trajetória dos
temática do tratamento da informação e, por outro, a detecção de
estudos curriculares de Biblioteconomia no Mercosul, coube à Ar­
distintas correntes teóricas a influenciar o ensino da área.
gentina sediar o II Encuentro de Directores y Ide Docentes de Cursos
Nesse sentido, ressalte-se que a propositura de alteração da de­
Superiores de Bibliotecología del Mercosur (Buenos Aires, 27-29 nov.
nominação da área curricular para Organização e tratamento da in­
1997), quando se procedeu à definição de ementas e de conteúdos
formação surgiu basicamente a partir das argumentações na ocasião
desenvolvidas por Mário Barité (Uruguai), Gustavo Liberatore (Ar­
2 As áreas curriculares definidas no encontro de Porto Alegre para os cursos de gentina) e José Augusto Chaves Guimarães (Brasil), no sentido de que
Biblioteconomia do Mercosul são: 1. Fundamentos de Biblioteconomia e Ciência da a área pudesse contemplar com mais clareza sua própria dimensão
Informação, 2. Processamento da Informação, 3. Recursos e Serviços de Informa­
teórica, com especial contribuição dos estudos de Organização do Co­
ção, 4. Gestão da Informação, 5. Novas Tecnologias e 6. Pesquisa.
nhecimento (inclusive com inclusão explícita desse termo na emen-
1 70 Atuação profissional na área de informação Formação para a atuação profissional 171

ta), desvencilhando-se de wna concepção demasiado centrada cm pro­ uma média de 53% de teoria e 47% de prática:i); b) necessidade de se
dutos, a que poderia levar a simples denominação Tratamento da in­ desenvolver nos estudantes capacidades não apenas para utilizar os
formação. instrumentos, como principalmente para criar e adaptar metodologias
Para tanto, argumentavam, na ocasião, os referidos professo­ para sistemas manuais e automatizados; e c) necessidade de se abor­
res, que era importante, em uma dimensão educativa da área, traba­ dar a área a partir de três aspectos básicos: processos, instrumentos
lhar-se com o aluno não apenas o uso de linguagens documentárias, e produtos.
por exemplo, mas, indo além desse uso (que, por sua vez deve ser Tais recomendações, por sua vez, se complementaram e encon­
crítico, contemplando uma dimensão necessariamente avaliativa), traram maior contexto no âmbito das recomendações gerais do gru­
deve-se trabalhar pedagogicamente o planejamento e a construção po, no sentido de que: a) houvesse apoio institucional para o desen­
de tais instrumentos, para o que se torna necessária uma sólida base volvimento da pesquisa na área; b) os docentes se empenhassem na
teórica. Desse n1.odo, como resultado dos trabalhos do referido gru­ capacitação na árca, 4 por meio de cursos de pós-graduação; e c) as
po, chegou-se à seguinte ementa geral para a área: escolas pudessem contar, na área, com professores em dedicação
exclusiva em quantidade adequada.
Organização do conhecimento e tratamento da informação.
Tratamento descritivo dos documentos. Tratamento temático: 2 Operacionalização Curricular:
teoria da classificação; análise da informação; teoria da inde­ objetivos e cargas horárias
xação. Práticas, tecnologias e produtos. Geração e organização
de instrumentos de recuperação da informação (ENCUENTRO ... , Uma vez abordada a questão dos conteúdos curriculares, no
1997, p. 2). III ENCUENTRO DE DIRECTORES Y II DE DOCENTES DE BIBLIO­
TECOLOGÍA DEL MERCOSUR (Santiago do Chile, out. 1998) teve lu­
Com base em tal ementa, a área de Organização e representa­ gar a discussão dos objetivos e das cargas horárias mínimas para
ção temática da informação teve sua ementa específica: "Classifica­ viabilizar os conteúdos, bem como as competências do profissional
ção. Indexação. Resumo. Linguagens documentais (sistemas de clas­ almejado pelos cursos nas diferentes áreas.
sificação, cabeçalhos de assunto e tesauros). Teoria da classificação. Especificamente no âmbito do grupo de trabalho relativo à área 2
Construção de tesauros" (ENCUENTRO... , 1997, p. 9), a partir da (Organização e tratamento da informação), chegou-se à indicação
qual chegou-se ao delineamento preliminar dos seguintes conteúdos de que a área seja responsável por uma carga horária em torno de
mínimos recomendados para a área: Teoria da classificação e ela 20% da carga total dos cursos delimitando-se, como objetivo geral
indexação; Análise e representação ele conteúdo (indexação e resu­ da área, "desenvolver critérios e habilidades para a organização e tra­
mo); Planejamento, construção, desenvolvimento, uso e avaliação de tamento da informação (por meio de metodologias e ferramentas),
linguagens documentais (sistemas de classificação, listas de cabeça­
lhos de assunto e tesauros); Uso da língua natural; Controle de au­ 3 Observe-se, por um lado, a preocupação em garantir um certo equilíbrio entre teo­
ria e prática mas, por outro, a assunção de uma preponderância, ainda que discre­
toridades de assunto; Normalização (normas, diretrizes e formatos); ta, da dimensão teó,·ica.
e Planejamento e construção de sistemas de armazenamento e recu­ 4 Cumpre salientar que, cm termos de apoio à pesquisa, capacitação docente e dedi­
peração (planejamento lógico ele arquivos de busca). cação integral dos docentes, verificou-se uma discrepância entre a realidade brasi­
leira e a dos demais países, visto o Brasil ser o único país do Mercosul a dispor de
Como se pode observar, procurou-se chegar uma simbiose que
mestrado e doutorado, na área, assim como possuir políticas governamentais ele
contemplasse as dimensões teórica e aplicada, aspecto que se refletiu incentivo à pesquisa. No âmbito da dedicação docente, igualmente registra-se unia
nas recomendações específicas do grupo (ENCUENTRO... , 1997, p. 8): política nas universidades brasileiras, quanto à predominância ele docentes em de­
dicação integral.
a) necessidade de uma forte base teórica (para o que se recomendava
170 Atuação profissional na área de informação Formação para a atuação profissional 171

ta), desvencilhando-se de uma concepção demasiado centrada cm pro­ uma média de 53% de teoria e 47% de prática:1); b) necessidade de se
dutos, a que poderia levar a simples denominação Tratamento da in­ desenvolver nos estudantes capacidades não apenas para utilizar os
formação. instrumentos, como principalmente para criar e adaptar metodologias
Para tanto, argumentavam, na ocasião, os referidos professo­ para sistemas manuais e automatizados; e c) necessidade de se abor­
res, que era importante, em uma dimensão educativa da área, traba­ dar a área a partir de três aspectos básicos: processos, instrumentos
lhar-se com o aluno não apenas o uso de linguagens documentárias, e produtos.
por exemplo, mas, indo além desse uso (que, por sua vez deve ser Tais recomendações, por sua vez, se complementaram e encon­
crítico, contemplando uma dimensão necessariamente avaliativa), traram maior contexto no âmbito das recomendações gerais cio gru­
deve-se trabalhar pedagogicamente o planejamento e a construção po, no sentido de que: a) houvesse apoio institucional para o desen­
de tais instrumentos, para o que se torna necessária uma sólida base volvimento da pesquisa na área; b) os docentes se empenhassem na
teórica. Desse modo, como resultado dos trabalhos do referido gru­ capacitação na área, 4 por m.eio de cursos de pós-graduação; e c) as
po, chegou-se à seguinte ementa geral para a área: escolas pudessem contar, na área, com professores em dedicação
exclusiva cm quantidade adequada.
Organização do conhecimento e tratamento da informação.
Tratamento descritivo dos documentos. Tratamento temático: 2 Operacionalização Curricular:
teoria da classificação; análise da informação; teoria da inde­ objetivos e cargas horárias
xação. Práticas, tecnologias e produtos. Geração e organização
de instrumentos de recuperação da informação (ENCUENTRO..., Uma vez abordada a questão dos conteúdos curriculares, no
1997, p. 2). III ENCUENTRO DE DIRECTORES Y II DE DOCENTES DE BIBLIO­
TECOLOGÍA DEL MERCOSUR (Santiago do Chile, out. 1998) teve lu­
Com base em tal ementa, a área de Organização e representa­ gar a discussão dos objetivos e das cargas horárias mínimas para
ção temática da informação teve sua ementa específica: "Classifica­ viabilizar os conteúdos, bem como as competências do profissional
ção. Indexação. Resumo. Linguagens documentais (sistemas de clas­ almejado pelos cursos nas diferentes áreas.
sificação, cabeçalhos de assunto e tesauros). Teoria da classificação. Especificamente no âmbito do grupo de trabalho relativo à área 2
Construção de tesauros" (ENCUENTRO... , 1997, p. 9), a partir da (Organização e tratamento da informação), chegou-se à indicação
qual chegou-se ao delineamento preliminar dos seguintes conteúdos de que a área seja responsável por uma carga horária cm torno de
mínimos recomendados para a área: Teoria da classificação e da 20% da carga total dos cursos delimitando-se, como objetivo geral
indexação; Análise e representação de conteúdo (indexação e resu­ da área, "desenvolver critérios e habilidades para a organização e tra­
mo); Planejamento, construção, desenvolvimento, uso e avaliação de tamento da inforrn.ação (por meio de metodologias e ferramentas),
linguagens documentais (sistemas de classificação, listas de cabeça­
lhos de assunto e tesauros); Uso da língua natural; Controle de au­ 3 Observe-se, por um lado, a preocupação em garantir um certo equilíbr·io entre teo­
ria e prática mas, por outro, a assunção de uma preponderância, ainda que discr·e­
toridades de assunto; Normalização (normas, diretrizes e formatos); ta, da dimensão teórica.
e Planejamento e construção de sistemas de armazenamento e recu­ 4 Cumpre salientar que, em termos de apoio à pesquisa, capacitaçiio docente e dedi­
peração (planejamento lógico de arquivos de busca). cação integral dos docentes, verificou-se uma discrepância entre a realidade brasi­
leira e a dos demais países, visto o Brasil ser o único país do Mercosul a dispor de
Como se pode observar, procurou-se chegar uma simbiose que
mestrado e doutorado, na área, assim como possuir políticas governamentais de
contemplasse as dimensões teórica e aplicada, aspecto que se refletiu incentivo à pesquisa. No âmbito da dedicação docente, igualmente registra-se uma
nas recomendações específicas do grupo (ENCUENTRO..., 1997, p. 8): política nas universidades brasileiras, quanto à predominância de docentes em de­
dicação integral.
a) necessidade de uma forte base teórica (para o que se recomendava
1 72 Atuação profissional na área de informação Formação para a atuação profissional 173

bem como princípios e aspectos teóricos que sustentem a análise da simplificadas (grifo nosso); Técnica e métodos utilizados para
informação, com vista a sua posterior recuperação" e, especificamente socializar esse conhecimento; Paradigmas da especialidade como
no âmbito da área de tratamento temático, "capacitar o futuro pro­ um todo ou de setores de especialistas, que encontram-se por
fissional da informação na organização e no tratamento temático da detrás dos conteúdos, técnicas e métodos utilizados; e Expres­
informação bem como na geração de instrumentos para sua recupe­ sões que reforçam. a assunção de determinados paradigmas,
ração" (BARITÉ, 1999, p. 122). como por exemplo as fontes bibliográficas que embasam as
Observe-se, pelo teor dos objetivos, que a preocupação com a bibliografias das disciplinas.
formação teórica da área, tal como discutido em Buenos Aires, pôde
ser resgatada (princípios e aspectos teóricos que sustentem a análise Trazendo a questão para a sub-área curricular de Organização
da informação), assim como a de que o profissional tenha uma pos­ e Tratamento Temático da Informação, o autor parte da forte influên­
tura crítica e criativa frente aos instrumentos da área (geração de cia pragmático-normalizadora da área. Nesse sentido, aponta como
instrumentos para sua recuperação). traços distintivos dos processos de ensino/aprendizagem na área de
Dentre os trabalhos apresentados, os de Leiva de Feldman, Tratamento Temático da Informação até o início dos anos 80:
Texidor e de Barité se referiam especificamente à questão da área de
Organização e tratamento da informação. [ ... ]organização de conhecimentos altamente formalizada e
Leiva de Feldman (1999), partindo da experiência docente na baseada em regras, postura pragmática de trabalho que privi­
área, alerta para a necessidade de se abandonar as concepções ingê­ legia o domínio de habilidades específicas para sua aplicação
nuas ou simplistas que vêem no Processamento de Forma e de Con­ repetitiva, dificuldades para identificação de bases epistemo­
teúdo um mero conjunto de técnicas, para que se possa trabalhar a lógicas, referência explícita e limitada a certos produtos (CDD
formação de futuros profissionais sob uma ótica integradora, incor­ e CDU por exemplo), inexistência de metodologias de correção
porando elementos instrumentais advindos de outras áreas (de ou ajuste de sistemas e regras para adequá-los às realidades
interface ou de suporte). específicas de serviço, escassez de estudos destinados a propor­
Texidor (1999, p. 130), como que complementando essa linha cionar instrumentos, parâmetros e métodos de construção e
de raciocínio, ressalta a importância da prática face aos conhecirn.en­ de avaliação de linguagens documentárias e existência de fal­
tos teóricos, a qual deve ser alusiva a processos específicos com de­ sas antinomias (entre classificação e indexação, por exemplo).
safios criativos que possam ser implementados no mundo real do
trabalho). Por outro lado, ressalta o papel desempenhado por Ranganathan
Barité (1999, p. 123), por sua vez, após rápido resgate da tra­ ao quebrar tal hegernonia, aliando os princípios da lógica clássica aos
jetória dos estudos e discussões da área no âmbito do Mercosul, de­ da matemática, no que tange ao rigor da organização de campos
senvolve e propõe aquilo que denomina Modelo de Transferência de conceituais, sob cuja égide intelectual hoje se desenvolve, na Europa,
Conteúdo (MTC) para a área, tendo como ponto de referência as toda a linha teórica de organização do conhecimento (Dahlberg e
questões teóricas da área de Organização do Conhecimento. Nesse outros) com o desenvolvimento teórico-conceitual por meio pesqui­
sentido, apresenta sua proposta de MTC, como eixo instrumental que sas com fortes componentes interdisciplinares, aspecto que signifi­
canaliza e favorece a transmissão do que se há de saber em uma dada cou toda uma verdadeira revolução no que tange ao ensino da área,
disciplina composto por: que de há muito vinha se limitando ao ensino rotineiro do funciona­
mento e aplicação de determinados sistemas decimais de classifica­
[ ...]conteúdos que expressam unidades precisas de conhecimento ção e tesauros, bem como da utilização de sistemas em linguagem
especializado, previamente sistematizadas, depuradas e natural.
172 Atuação profissional na área de informação Formação para a atuação profissional l 7J

bem como princípios e aspectos teóricos que sustentem a análise da simplificadas (grifo nosso); Técnica e métodos utilizados para
informação, com vista a sua posterior recuperação" e, especificamente socializar esse conhecimento; Paradigmas da especialidade como
no âmbito da área de tratamento temático, "capacitar o futuro pro­ um todo ou de setores de especialistas, que encontram-se por
fissional da informação na organização e no tratamento temático da detrás dos conteúdos, técnicas e métodos utilizados; e Expres­
informação bem como na geração de instrwnentos para sua recupe­ sões que reforçam a assunção de determinados paradigmas,
ração" (BARITÉ, 1999, p. 122). como por exemplo as fontes bibliográficas que embasam as
Observe-se, pelo teor dos objetivos, que a preocupação com a bibliografias das disciplinas.
f ormação teórica da área, tal como discutido em Buenos Aires, pôde
ser resgatada (princípios e aspectos teóricos que sustentem a análise Trazendo a questão para a sub-área curricular de Organização
da informação), assim como a de que o profissional tenha uma pos­ e Tratamento Temático da Informação, o autor parte da forte influên­
tura crítica e criativa frente aos instrumentos da área (geração de cia pragmático-normalizadora da área. Nesse sentido, aponta como
instrumentos para sua recuperação). traços distintivos dos processos de ensino/aprendizagem na área de
Dentre os trabalhos apresentados, os de Leiva de Feldman, Tratamento Temático da Informação até o início dos anos 80:
Texidor e de Barité se referiam especificamente à questão da área de
Organização e tratamento da informação. [ ... ]organização de conhecimentos altamente formalizada e
Leiva de Feldman (1999), partindo da experiência docente na baseada em regras, postura pragmática de trabalho que privi­
área, alerta para a necessidade de se abandonar as concepções ingê­ legia o domínio de habilidades específicas para sua aplicação
nuas ou simplistas que vêem no Processamento de Forma e de Con­ repetitiva, dificuldades para identificação de bases epistemo­
teúdo um mero co11iunto de técnicas, para que se possa trabalhar a lógicas, referência explícita e limitada a certos produtos (CDD
formação de futuros profissionais sob uma ótica integradora, incor­ e CDU por exemplo), inexistência de metodologias de correção
porando elementos instrumentais advindos de outras áreas (de ou ajuste de sistemas e regras para adequá-los às realidades
interface ou de suporte). específicas de serviço, escassez de estudos destinados a propor­
Texidor (1999, p. 130), corno que complementando essa linha cionar instrumentos, parâmetros e métodos de construção e
de raciocínio, ressalta a importância da prática face aos conhecimen­ de avaliação de linguagens documentárias e existência de fal­
tos teóricos, a qual deve ser alusiva a processos específicos com de­ sas antinomias (entre classificação e indexação, por exemplo).
safios criativos que possam ser implementados no mundo real do
trabalho). Por outro lado, ressalta o papel desempenhado por Ranganathan
Barité (1999, p. 123), por sua vez, após rápido resgate da tra­ ao quebrar tal hegemonia, aliando os princípios da lógica clássica aos
jetória dos estudos e discussões da área no âmbito do Mercosul, de­ da matemática, no que tange ao rigor da organização de campos
senvolve e propõe aquilo que denomina Modelo de Transferência de conceituais, sob cttja égide intelectual hoje se desenvolve, na Europa,
Conteúdo (MTC) para a área, tendo como ponto de referência as toda a linha teórica de organização do conhecimento (Dahlberg e
questões teóricas da área de Organização do Conhecimento. Nesse outros) com o desenvolvimento teórico-conceitual por meio pesqui­
sentido, apresenta sua proposta de MTC, como eixo instrumental que sas com fortes componentes interdisciplinares, aspecto que signifi­
canaliza e favorece a transmissão do que se há de saber em uma dada cou toda uma verdadeira revolução no que tange ao ensino da área,
disciplina composto por: que de há muito vinha se limitando ao ensino rotineiro do funciona­
mento e aplicação de determinados sistemas decimais de classifica­
[ ... ]conteúdos que expressam unidades precisas de conhecimento ção e tesauros, bem como da utilização de sistemas em linguagem
especializado, previamente sistem atizadas, depuradas e natural.
174 Atuação profissional na área de informação Formação para a ai uação profissional 1 75

Como gênese de seu modelo, o autor propõe que o objetivo do corno sistematizar e analisar os resultados obtidos pelas coordena­
processo de aprendizagem se desloque do até então fazer técnico para ções regionais da ABEBD.
ir ao encontro da apresentação e discussão de metodologias específi­ No tocante aos marcos teóricos da área de Organização e repre­
cas, dos princípios que as sustentem e das operações que as caracte­ sentação temática da informação, dois aspectos puderam ser identi­
rizam. Dessa forma, propõe que a organização do MTC da área se dê ficados: os conteúdos básicos e as correntes teóricas com maior
ao redor da disciplina Organização do Conhecimento, pois: a) permite prevalência.
uma abordagem conceitual aplicativa relativamente aos problemas Os conteúdos, a partir da coleta realizada, puderam ser siste­
ligados a representação do conhecimento; b) constitui linha teórica matizados na seguinte estrutura:
que vem se firmando na área (com uma massa crítica consolidada, 1. Aspectos teórico-conceituais do tratamento temático da
bem como publicações, grupos e eventos científicos igualmente conso­ informação
lidados), em um espectro de investigação interdisciplinar; c) permite 2. Evolução histórica do tratamento temático da informação
a abordagem da teoria da classificação não mais sob um prisma 3. Teoria da organização do conhecimento
enunciativo-descritivo, mas buscando a apreensão e a compreensão 4. Teoria do conceito (Dahlberg)
de seu efetivo significado no contexto da Documentação; e d) fornece 5. Teoria geral da Terminologia (Wüster)
um arcabouço teórico-conceitual que embasa, de forma, homogênea 6. Classificação em Arquivos, Bibliotecas e Museus
e sistematizada, a dimensão didático-pedagógica da área. 7. Leitura documentária
8. Análise documcntária
8.1 Identificação de conceitos
3 Bases teórico-metodológicas
8.2 Seleção de conceitos
Como decorrência da discussão dos conteúdos fundamentais e 9. Condensação documentária (resumos)
de sua operacionalização nas estruturas curriculares - objetivos al­ 1O. Representação documentária
mejados e cargas horárias utilizadas - coube ao Uruguai sediar, em 10.1 Linguagens documentárias alfabéticas
Montevidéu, entre os dias 24 e 2 7 de maio de 2000, o IV ENCUENTRO 10.1.1 Cabeçalhos de assunto (Cutter)
DE DIRECTORES Y IlI DE DOCUENTES DE ESCUELAS DE BIBLIO­ 10.1.2 Tesauros
TECOLOGÍA DEL MERCOSUR tendo como temas: Gestão acadêmica 10.2 Linguagens documentárias notacionais (classificações
dos cursos superiores de Biblioteconomia e Ciência da Informação, bibliográficas)
em questões como as novas estratégias de formação e as competên­ 10.2.1 Classificação Decimal de Dewey
cias dos futuros profissionais (Encontro de Diretores) e Bases 10.2.2 Classificação Decimal Universal
conceituais e metodológicas do ensino de Biblioteconomia e Ciência 10.2.3 Classificação facetada (Ranganathan e C.R.G.)
da Informação (Encontro de Docentes). 10.2.4 Classificação da Library of Congress
No âmbito do grupo de trabalho da área 2: Organização e Tra­ 10.2.5 Classificações especializadas
tamento da Informação, procedeu-se à apresentação dos relatórios, 11. Sistemas e métodos de indexação
por país, no que tange aos marcos teórico-metodológicos da área, 12. Política de indexação
nas diferentes escolas. 13. Recuperação da informação
Em termos de Brasil, cm atendimento a solicitação da ABEBD
(Associação Brasileira de Ensino de Biblioteconomia e Documentação), Analisando a bibliografia utilizada para trabalhar os referidos
coube a Guimarães (2000) adaptar o instrumento de coleta de dados conteúdos pôde-se identificar quatro correntes teóricas, sob o aspec­
para a língua portuguesa e a realidade das escolas brasileiras, assim to de procedência, que revelam concepções bastante distintas:
1 74 Atuação profissional na área de informação Formação para a atuação profissional 175

Como gênese de seu modelo, o autor propõe que o objetivo do como sistematizar e analisar os resultados obtidos pelas coordena­
processo de aprendizagem se desloque do até então fazer técnico para ções regionais da ABEBD.
ir ao encontro da apresentação e discussão de metodologias específi­ No tocante aos marcos teóricos da área de Organização e repre­
cas, dos princípios que as sustentem e das operações que as caracte­ sentação temática da informação, dois aspectos puderam ser identi­
rizam. Dessa forma, propõe que a organização do MTC da área se dê ficados: os conteúdos básicos e as correntes teóricas com maior
ao redor da disciplina Organização do Conhecimento, pois: a) permite prevalência.
uma abordagem conceituai aplicativa relativamente aos problemas Os conteúdos, a partir da coleta realizada, puderam ser siste­
ligados a representação do conhecimento; b) constitui linha teórica matizados na seguinte estrutura:
que vem se firmando na área (com uma massa crítica consolidada, 1. Aspectos teórico-conceituais do tratam.ento temático da
bem como publicações, grupos e eventos científicos igualmente conso­ informação
lidados), em um espectro de investigação interdisciplinar; c) permite 2. Evolução histórica do tratamento temático ela informação
a abordagem da teoria da classificação não mais sob um prisma 3. Teoria da organização do conhecimento
enunciativo-descritivo, mas buscando a apreensão e a compreensão 4. Teoria do conceito (Dahlberg)
de seu efetivo significado no contexto da Documentação; e d) fornece 5. Teoria geral da Terminologia (Wüster)
um arcabouço teórico-conceitua] que embasa, de forma, homogênea 6. Classificação em Arquivos, Bibliotecas e Museus
e sistematizada, a dimensão didático-pedagógica da área. 7. Leitura clocumentária
8. Análise documentária
8.1 Identificação de conceitos
3 Bases teórico-metodológicas
8.2 Seleção de conceitos
Como decorrência da discussão dos conteúdos fundamentais e 9. Condensação documentária (resumos)
de sua operacionalização nas estruturas curriculares - o�jetivos al­ 1 O. Representação documentária
mejados e cargas horárias utilizadas - coube ao Uruguai sediar, em 10.1 Linguagens documentárias alfabéticas
Montevicléu, entre os dias 24 e 2 7 de maio de 2000, o IV ENCUENTRO 10.1.1 Cabeçalhos de assunto (Cutter)
DE DIRECTORES Y III DE DOCUENTES DE ESCUELAS DE BIBLIO­ 1 O.1.2 Tesauros
TECOLOGÍA DEL MERCOSUR tendo como temas: Gestão acadêmica 10.2 Linguagens documentárias notacionais (classificações
dos cursos superiores de Biblioteconomia e Ciência da Informação, bibliográficas)
em questões como as novas estratégias de formação e as com.pctên­ 1 O.2.1 Classificação Decimal de Dewey
cias dos futuros profissionais (Encontro de Diretores) e Bases 10.2.2 Classificação Decimal Universal
conceituais e metodológicas do ensino de Biblioteconomia e Ciência 10.2.3 Classificação facetada (Ranganathan e C.R.G.)
da Informação (Encontro de Docentes). 10.2.4 Classificação da Library of Congress
No âmbito do grupo de trabalho da área 2: Organização e Tra­ 10.2.5 Classificações especializadas
tamento da Informação, procedeu-se à apresentação dos relatórios, 11. Sistemas e métodos de indexação
por país, no que tange aos marcos teórico-metodológicos da área, 12. Política de indexação
nas diferentes escolas. 13. Recuperação da informação
Em termos de Brasil, em atendimento a solicitação da ABEBD
(Associação Brasileira de Ensino de Biblioteconomia e Documentação), Analisando a bibliografia utilizada para trabalhar os referidos
coube a Guimarães (2000) adaptar o instrumento de coleta de dados conteúdos pôde-se identificar quatro correntes teóricas, sob o aspec­
para a língua portuguesa e a realidade das escolas brasileiras, assim to de procedência, que revelam concepções bastante distintas:
176 Atuação profissional na área de informação Formação para a atuação profissional 1 77

a) inglesa: (teoria da classificação e da indexação): autores como Paraguai:


Foskett, Langridge e Mills, Cavalcanti , Fujita, Gusmão e Piedade. Organização. Classificação. Reclassificação. Materiais especiais.
b) norte-americana (sistemas de classificação, indexação alfabética Organização dos materiais. Serviços baseados em materiais
e indexação automática): autores como: Cutter, Iglesias, Lancaster especiais. Arquivologia, arquivo e documento. Informação,
e Rowley , Barbosa, Iglesias e Robredo; comunicação e documentação. Tesauro.
c) franco-espanhola (análise documentária, com interface com a
arquivologia, a lógica, a linguística e a terminologia): autores Uruguai:
como Cabré, Chaumier, Garcia Gutierrez, Moreira Gonzalez, Considera-se a Organização do Conhecimento como referência
Picht, Pinto Molina, Ruiz Perez e Wüster, Alves, Belloto, Cintra, conceitua[ e se utilizam marcos teóricos de distintas discipli­
Cunha, Guimarães, Kobashi, Smit e Tálamo; e nas, levando-se me conta especialmente aportes relacionados
d) alemã ou da ISKO (organização do conhecimento): autores como com as áreas de comunicação e de modelos estatísticos,
Barité, Dahlberg e Garcia Marco, Campos e Gomes. linguísticos e cognitivos, que se integram em um marco teóri­
No referido grupo de trabalho, ficou patente a diversidade de co da representação e recuperação da informação. Identificam­
entendimento, pelos países, da expressão marcos teóricos, pois en­ se aportes conceituais relacionados com a orientação ao usuá­
quanto o Brasil trabalhou com uma concepção de conteúdos e cor­ rio, as teorias do texto, a teoria dos conceitos, a teoria da
rentes teóricas fundamentais, o Paraguai apresentou uma lista de con­ facetagem e a teoria dos conceitos, dentre outras.
teúdos, a Argentina e o Uruguai, uma ementa e, o Chile, um conjunto
de objetivos de natureza didático pedagógica, como se vê a seguir: De uma análise comparativa dos dados do grupo, observa-se
que Argentina, Brasil e Uruguai apresentam aspectos bastante coin­
Argentina: cidentes no que tange a uma busca de referenciais teóricos, em que
Considera-se a organização e tratamento da informação com se encontra presente a Organização do Conhecimento que, pela ten­
vistas à normalização, o acesso e a administração da informa­ dência das discussões até então havidas no grupo, parece ser uma
ção. O marco teórico adotado é o pragmatismo positivista. tendência a ser gradativamente assumida.
Busca-se uma reformulação teórica que incorpore aportes de Ainda no âmbito do referido grupo foi possível analisar, prelimi­
outras disciplinas. Os princípios teóricos respondem ao que se narmente, as atuais linhas de pesquisa desenvolvidas na área, no
denomina atualmente Organização do Conhecimento Mercosul, assim como as outras disciplinas consideradas de interface
(Knowledge Organization). para a área.
Em termos de linhas de pesquisa, e em que pese a diversidade
Chile: de situação dos distintos países a esse respeito, foram identificadas
Prover conhecimentos sobre teorias e aplicações de sistemas e as seguintes, partindo-se do modelo de sistematização proposto
normas utilizadas no processamento da informação. Fazer pelo Brasil:
entender o significado do processo de geração, distribuição, • Organização do conhecimento para recuperação da informação
organização e recuperação da informação para o conhecimento, (aspectos epistemológicos, teóricos, metodológicos, técnicos, prá­
a cultura e a sociedade. Enfatizar a liderança no delineamento - ticos e sociais);
em equipe com informáticos - da arquitetura computacional de • Interface entre a Arquivologia, a Biblioteconomia e a Museologia
sistemas capazes de conter processos que permitam recupera­ no tratamento temático da informação (por meio de conteúdos
ção de informação e produtos informativos eficientes e eficazes. da teoria da classificação, teoria geral da terminologia, teoria do
conceito e diplomática);
l 76 1\/uaçiio profissional na área de informação Formação p ara a ai uaç,io 1irnl '"" 111, 1/

a) inglesa: (teoria da classificação e da indexação): autores como Paraguai:


Foskett, Langridge e Mills, Cavalcanti , Fujita, Gusmão e Piedade. Organização. Classificação. Reclassificação. Materiais especiais.
b) norte-americana (sistemas de classificação, indexação alfabética Organização dos materiais. Serviços baseados em materiais
e indexação automática): autores como: Cutter, Iglesias, Lancaster especiais. Arquivologia, arquivo e documento. Informação,
e Rowley , Barbosa, Iglesias e Robredo; comunicação e documentação. Tesauro.
c) franco-espanhola (análise documcntária, com interface com a
arquivologia, a lógica, a linguística e a terminologia): autores Uruguai:
como Cabré, Chaumier, Garcia Gutierrez, Moreira Gonzalez, Considera-se a Organização do Conhecimento como referência
Picht, Pinto Molina, Ruiz Perez e Wüster, Alves, Belloto, Cintra, conceitua! e se utilizam marcos teóricos de distintas discipli­
Cunha, Guimarães, Kobashi, Smit e Tálamo; e nas, levando-se me conta especialmente aportes relacionados
d) alemã ou da ISKO (organização do conhecimento): autores como com as áreas de comunicação e de modelos estatísticos,
Barité, Dahlberg e Garcia Marco, Campos e Gomes. linguísticos e cognitivos, que se integram em um marco teóri­
No referido grupo de trabalho, ficou patente a diversidade de co da representação e recuperação da informação. Identificam­
entendimento, pelos países, da expressão marcos teóricos, pois en­ se aportes conceituais relacionados com a orientação ao usuá­
quanto o Brasil trabalhou com uma concepção de conteúdos e cor­ rio, as teorias do texto, a teoria dos conceitos, a teoria da
rentes teóricas fundamentais, o Paraguai apresentou uma lista de con­ facetagem e a teoria dos conceitos, dentre outras.
teúdos, a Argentina e o Uruguai, uma ementa e, o Chile, um conjunto
de objetivos de natureza didático pedagógica, como se vê a seguir: De uma análise comparativa dos dados do grupo, observa-se
que Argentina, Brasil e Uruguai apresentam aspectos bastante coin­
Argentina: cidentes no que tange a uma busca de referenciais teóricos, em que
Considera-se a organização e tratamento da informação com se encontra presente a Organização do Conhecimento que, pela ten­
vistas à normalização, o acesso e a administração da informa­ dência das discussões até então havidas no grupo, parece ser uma
ção. O marco teórico adotado é o pragmatismo positivista. tendência a ser gradativamente assumida.
Busca-se uma reformulação teórica que incorpore aportes de Ainda no âmbito do referido grupo foi possível analisai� prelimi­
outras disciplinas. Os princípios teóricos respondem ao que se narmente, as atuais linhas de pesquisa desenvolvidas na área, no
denomina atualmente Organização do Conhecimento Mercosul, assim como as outras disciplinas consideradas de interface
(Knowledge Organization). para a área.
Em termos de linhas de pesquisa, e em que pese a diversidade
Chile: de situação dos distintos países a esse respeito, foram identificadas
Prover conhecimentos sobre teorias e aplicações de sistemas e as seguintes, partindo-se do modelo de sistematização proposto
normas utilizadas no processamento da informação. Fazer pelo Brasil:
entender o significado do processo de geração, distribuição, • Organização do conhecimento para recuperação da informação
organização e recuperação da informação para o conhecimento, (aspectos epistemológicos, teóricos, metodológicos, técnicos, prá­
a cultura e a sociedade. Enfatizar a liderança no delineamento - ticos e sociais);
em equipe com informáticos - da arquitetura computacional de • Interface entre a Arquivologia, a Biblioteconomia e a Museologia
sistemas capazes de conter processos que permitam recupera­ no tratamento temático da informação (por meio de conteúdos
ção de informação e produtos informativos eficientes e eficazes. da teoria da classificação, teoria geral da terminologia, teoria do
conceito e diplomática);
1 78 Aluaç,fo pmfissional na área de informação Formação para ,1 a/11,,ç,ill !'"'''""'"''' 171_1

Leitura documentária (com especial ênfase nos aportes teóricos discussão dos conteúdos mínim.os (em uma abordagem 111.11\ drl.1.
da psicologia cognitiva e nos aportes metodológicos do protocolo lhada) e das influências teóricas verificadas na área, no Mcrrnslll
verbal); Igualmente se definiu, no âmbito do Encontro de Diretores, o
Análise documentária (com ênfase no método diplomático e nas conjunto de competências profissionais esperadas para o egresso dos
macroestruturas textuais); cursos de Biblioteconomia elo Mercosul. Nesse sentido, a comissão
Representação documentária (análise comparativa de sistemas de interpaíses responsável pelo documento final que foi discutido e apro­
classificação; análise fílmica; indexação de literaturas especia­ vado em plenário, partiu da identificação de problemas ou entraves
lizadas; metodologia para construção e avaliação de linguagens enfrentados pelos cursos para o desenvolvimento elas competências
documentárias em suporte papel ou em bases on linc, utilização profissionais para, cm seguida, estabelecer uma categorização das com­
de linguagens documentárias); petências profissionais, entendidas por Valentim (2000, p. 11) como
Indicadores de qualidade em organização e tratamento da infor­
mação; [ ... ] conjunto de habilidades, destrezas e conhecimentos que deve
Tratamento da informação em áreas específicas (p.ex: área jurí­ possuir um profissional em qualquer disciplina, para cumprir
dica). com sua atividade especializada oferecendo um mínirno de ga­
Em termos de outras disciplinas consideradas de interface para a rantia dos resultados de seu trabalho, tanto a seus clientes ou
área, os países, conforme as coletas de dados realizadas, definiram empregadores como, em última instância, à sociedade da qual
as seguintes: Análise do discurso (Argentina), Administração (Brasil, faz parte.
Paraguai), Arquivologia e Diplomática (Argentina, Brasil), Ciências
cognitivas (Brasil, Uruguai), Comunicação (Argentina, Brasil), As referidas competências foram categorizadas em com­
Direito (Paraguai), Epistemologia (Brasil, Chile, Uruguai), Estatís­ petências de comunicação e expressão (CE), técnico-científicas (TC),
tica (Uruguai), Informática (Argentina, Paraguai, Uruguai), Filo­ gerenciais (G} e sociais e políticas (SP).
sofia (Argentina), História (Chile), Inteligência artificial (Argentina, Analisando o coqjunto de tais competências sob a ótica do trata­
Uruguai), Lingüística (Brasil, Uruguai), Literatura (Chile), Lógica mento temático da informação, pode-se destacar: a) elaborar produtos
(Brasil, Chile, Uruguai), Semiologia e Semiótica (Argentina, Brasil), de informação (CE, TC e G); b) executar procedimentos automatizados
Teoria do cinema (Brasil) e Terminologia (Brasil). próprios do ambiente informatizado (CE, TC); c) desenvolver e exe­
cutar o processamento de documentos cm distintos suportes cm
Pelos dados apresentados, observa-se que há uma preocupação unidades, sistemas e serviços de informação (TC); d) coletar, regis­
cada vez maior em construir teorias para a área, sem perder de vista a trar, armazenar, recuperar e difundir a informação gravada em qual­
dimensão aplicada da mesma. Nesse sentido, áreas de interface já con­ quer meio para usuários de unidades, serviços e sistemas de infor­
sagradas pela literatura em diferentes correntes, tal como anteriormente mação (TC); e) reunir e agregar valor a documentos, procedendo a
relatado, encontram-se aqui presentes, tal assertiva. seu arquivamento (TC); f) buscar, registrar, avaliar e difundir a infor­
Significativa, pois, é a presença das disciplinas Epistemologia, mação com fins acadêmicos e profissionais (TC, G, CP); e g) realizar
Lógica e Informática, com maior número de indicações, pois refe­ pesquisas e estudos sobre desenvolvimento e aplicação de metodologia
rem-se a situações relativas à construção de modelos téoricos (a pri­ de elaboração e utilização do conhecimento registrado (TC).
meira e a segunda) e ao desenvolvimento de produtos para a área (a Observa-se, nesse rol, que todas as competências elencadas
segunda e a terceira). apresentam natureza técnico-científica, sendo que cm algum.as delas
Ao final dos trabalhos do grupo recomendou-se, para o encon­ se verifica uma simbiose com outras dimensões, aspecto que leva a
tro de Assunção, a continuidade dos estudos, em sessão especial, para unia concepção de área inserida em um contexto gerencial de
Formação 11.11.1., ,i/11,11,1,, ,,,.,.,,,t,i, 111,i/ 1 7U
178 Atuação profissional na área de informação

Leitura documentária (com especial ênfase nos aportes teóricos discussão dos conteúdos mínimos (em uma abonl.1grn1 111<1i, il1l;1
da psicologia cognitiva e nos aportes metodológicos do protocolo lhada) e das influências teóricas verificadas na árcD, 1Hl Mrn 11:;1 d,
verbal); Igualmente se definiu, no âmbito do Encontro de l)irl'lo1 r�, 11
Análise documentária (com ênfase no método diplomático e nas conjunto de competências profissionais esperadas para o egresso dos
macroestruturas textuais); cursos de Biblioteconomia do Mercosul. Nesse sentido, a comissiio
Representação documentária (análise comparativa de sistemas de interpaíses responsável pelo documento final que foi discutido e apro­
classificação; análise fílmica; indexação de literaturas especia­ vado em plenário, partiu da identificação de problemas ou entraves
lizadas; metodologia para construção e avaliação de linguagens enfrentados pelos cursos para o desenvolvimento das competências
documentárias em suporte papel ou em bases on Jine, utilização profissionais para, em seguida, estabelecer uma categorização das com­
de linguagens documentárias); petências profissionais, entendidas por Valentim (2000, p. 11) como
Indicadores de qualidade em organização e tratamento da infor­
mação; [ ... ] conjunto de habilidades, destrezas e conhecimentos que deve
Tratamento da informação em áreas específicas (p.ex: área jurí­ possuir um profissional em qualquer disciplina, para cumprir
dica). com sua atividade especializada oferecendo um mínimo de ga­
Em termos de outras disciplinas consideradas de interface para a rantia dos resultados de seu trabalho, tanto a seus clientes ou
área, os países, conforme as coletas de dados realizadas, definiram empregadores como, em última instância, à sociedade da qual
as seguintes: Análise do discurso (Argentina), Adrninistração (Brasil, faz parte.
Paraguai), Arquivologia e Diplomática (Argentina, Brasil), Ciências
cognitivas (Brasil, Uruguai), Comunicação (Argentina, Brasil), As referidas competências foram categorizadas em com­
Direito (Paraguai), Epistemologia (Brasil, Chile, Uruguai), Estatís­ petências de comunicação e expressão (CE), técnico-científicas (TC),
tica (Uruguai), Informática (Argentina, Paraguai, Uruguai), Filo­ gerenciais (G) e sociais e políticas (SP).
sofia (Argentina), História (Chile), Inteligência artificial (Argentina, Analisando o conjunto de tais competências sob a ótica do trata­
Uruguai), Lingüística (Brasil, Uruguai), Literatura (Chile), Lógica mento temático da informação, pode-se destacar: a) elaborar produtos
(Brasil, Chile, Uruguai), Semiologia e Semiótica (Argentina, Brasil), de informação (CE, TC e G); b) executar procedimentos automatizados
Teoria do cinema (Brasil) e Terminologia (Brasil). próprios do ambiente informatizado (CE, TC); c) desenvolver e exe­
cutar o processamento de documentos cm distintos suportes cm
Pelos dados apresentados, observa-se que há uma preocupação unidades, sistemas e serviços de informação (TC); d) coletar, regis­
cada vez maior em construir teorias para a área, sem perder de vista a trar, armazenai� recuperar e difundir a informação gravada em qual­
dimensão aplicada da mesma. Nesse sentido, áreas de interface já con­ quer meio para usuários de unidades, serviços e sistemas de infor­
sagradas pela literah.1ra em diferentes correntes, tal como anteriormente mação (TC); e) reunir e agregar valor a documentos, procedendo a
relatado, encontram-se aqui presentes, tal assertiva. seu arquivamento (TC); f) buscar, registrar, avaliar e difundir a infor­
Significativa, pois, é a presença das disciplinas Epistemologia, mação com fins acadêmicos e profissionais (TC, G, CP); e g) realizar
Lógica e Informática, com maior número de indicações, pois refe­ pesquisas e estudos sobre desenvolvimento e aplicação de metodologia
rem-se a situações relativas à construção de modelos téoricos (a pri­ de elaboração e utilização do conhecimento registrado (TC).
meira e a segunda) e ao desenvolvimento de produtos para a área (a Observa-se, nesse rol, que todas as competências elencadas
segunda e a terceira). apresentam natureza técnico-científica, sendo que cm algumas delas
Ao final dos trabalhos do grupo recomendou-se, para o encon­ se verifica uma simbiose com outras dimensões, aspecto que leva a
tro de Assunção, a continuidade dos estudos, em sessão especial, para uma concepção de área inserida em um contexto gerencial de
180 Atuação profissional na área de informação Formação para a atuação profissionRI 181

unidade ou sistema de informação e não mais isolada nos limites No tocante à área 2: Organização e h·atamento da informação, a
da técnica ou das atividades-meio, como durante muito tempo se discussão recaiu sobre a necessidade de se conhecer o docente da área e,
concebeu. dando continuidade às discussões de Montevidéu quanto aos conteú­
dos básicos da área, teve-se como ponto inicial de discussão os resul­
tados da pesquisa desenvolvida por Guimarães, Miranda e Santos (2001)
4 A dimensão docente sobre os conteúdos curriculares e a bibliografia utilizada, quando foi
Completando o ciclo dos cinco países integrantes do Grupo de possível perceber aspectos como o baixo índice de compartilhamento
Escolas de Biblioteconomia do Mercosul, teve lugar em Assunção de bibiografia entre as escolas e w11a forte predominância de conteúdos
(Paraguai), em julho de 2001, o V Encontro de Diretores e IV de curriculares voltados para instrwnentos e produtos, em contraposição
Docentes, contando com a participação da Bolívia, ainda como can­ a wna baixa ênfase a processos e referenciais teóricos.
didato a integrar-se ao grupo. Uma das questões aventadas a esse respeito foi o pouco
Considerando-se o fato de os quatro eventos anteriores have­ envolvimento do docente da área com questões relativas a investiga­
rem centrado seus esforços na questão curricular, dessa feita o foco ção Nesse sentido, recomendou-se o investimento lia capacitação
de discussão residiu na figura do docente (entendido como docente­ docente bem como na verificação da produção docente na área de modo
investigador), aspectos que se encontravam expressos no tema cen­ a averiguar até que ponto o docente atua como gerador de conheci­
tral de ambos os eventos: Diretrizes político-estratégias para uma mento científico para a área.
formação docente com impacto na pesquisa e na extensão (Encontro Nas conclusões do evento ficou claro, para o grupo de escolas
de Diretores) e O docente de Biblioteconomia na sociedade do conhe­ da região, o corte transversal que a Pesquisa e as Novas tecnologias
cimento (Encontro de Docentes), enfocando qual o perfil e as dimen­ desempenham no âmbito do Ensino de Biblioteconomia, devendo ser
sões éticas da responsabilidade social desse docente no contexto dos objeto de incorporação pela atividade docente nas distintas áreas
cursos de Biblioteconomia do Mercosul tendo em vista as inovações temáticas. Desse modo, a partir do evento de Assunção, os estudos
exigidas pelos novos tempos. curriculares de Biblioteconomia do Mercosul passaram a contar com
Especificamente no Encontro de Diretores foi possível analisar quatro áreas temáticas: Fundamentos de Biblioteconomia e Ciência
um quadro comparativo acerca das atividades docentes nos cursos da Informação; Organização e Tratamento da Informação; Recursos
do Mercosul, no âmbito dos quais destacam-se aspectos convergen­ e Serviços de Informação e Gestão da informação) e duas áreas ins­
tes e divergentes acerca de questões como requisitos de acesso e pro­ trumentais (Novas tecnologias da informação e Pesquisa).
moção da docência, aspectos legais do exercício docente e avaliação
de desempenho docente.
5 A dimensão investigativa
Desse modo, como ressaltam Guimarães & Rodrigues (2003,
p. 66), foi possível ao grupo, pela primeira vez no âmbito dos referi­ Uma vez concluída a primeira ronda de eventos em cada um
dos eventos, "ter uma idéia mais abrangente da realidade docente na dos cinco países, coube novamente ao Brasil sediar o VI ENCONTRO
região, aspecto que permitiu a discussão de perspectivas de intercâm­ DE DIRETORES E V DE DOCENTES DE BIBLIOTECONOMIA E CIÊN­
bio e de programas conjuntos futuros". CIA DA INFORMAÇÃO DE MERCOSUL (Londrina, 22-25 out. 2002)
Como tônica geral das discussões do evento ficou patente a tendo como tema a Pesquisa nos cursos de Biblioteconomia do
questão da pesquisa como uma necessidade básica para o docente, Mercosul, em suas relações com o ensino e a extensão universitária e,
inclusive como elemento para nutrir sua própria prática pedagógica como sub-temas: Pesquisa Docente, Pesquisa Discente, Linhas e Gru­
(aqui incluindo-se aspectos não apenas relativos à pesquisa no ensi­ pos de Pesquisa, Formas de Apoio e Fomento a Pesquisa, Programas e
no como também ao ensino pela pesquisa). Políticas Institucionais de Pesquisa, A Pesquisa no Ensino e o Ensino
180 Atuação profissional na área de informação Formação para a atuação pro{issioual 181

unidade ou sistema de informação e não mais isolada nos limites No tocante à área 2: Organização e h·atamento da informação, a
da técnica ou das atividades-meio, como durante muito tempo se discussão recaiu sobre a necessidade de se conhecer o docente da área e,
concebeu. dando continuidade às discussões de Montevidéu quanto aos conteú­
dos básicos da área, teve-se como ponto inicial de discussão os resul­
tados da pesquisa desenvolvida por Guimarães, Miranda e Santos (2001)
4 A dimensão docente sobre os conteúdos curriculares e a bibliografia utilizada, quando foi
Completando o ciclo dos cinco países integrantes do Grupo de possível perceber aspectos como o baixo índice de compartilhamento
Escolas de Biblioteconomia do Mercosul, teve lugar em Assunção de bibiografia entre as escolas e uma forte predominância de conteúdos
(Paraguai), em julho de 2001, o V Encontro de Diretores e IV de curriculares voltados para instrumentos e produtos, em contraposição
Docentes, contando com a participação da Bolívia, ainda como can­ a wna baixa ênfase a processos e referenciais teóricos.
didato a integrar-se ao grupo. Uma das questões aventadas a esse respeito foi o pouco
Considerando-se o fato de os quatro eventos anteriores have­ envolvimento do docente da área com questões relativas a investiga­
rem centrado seus esforços na questão curricular, dessa feita o foco ção Nesse sentido, recomendou-se o investimento :ri.a capacitação
de discussão residiu na figura do docente (entendido como docente­ docente bem como na verificação da produção docente na área de modo
investigador), aspectos que se encontravam expressos no tema cen­ a averiguar até que ponto o docente atua como gerador de conheci­
tral de ambos os eventos: Diretrizes político-estratégias para uma mento científico para a área.
formação docente com impacto na pesquisa e na extensão (Encontro Nas conclusões do evento ficou claro, para o grupo de escolas
de Diretores) e O docente de Biblioteconomia na sociedade do conhe­ da região, o corte transversal que a Pesquisa e as Novas tecnologias
cimento (Encontro de Docentes), enfocando qual o perfil e as dimen­ desempenham no âmbito do Ensino de Biblioteconomia, devendo ser
sões éticas da responsabilidade social desse docente no contexto dos objeto de incorporação pela atividade docente nas distintas áreas
cursos de Biblioteconomia do Mercosul tendo em vista as inovações temáticas. Desse modo, a partir do evento de Assunção, os estudos
exigidas pelos novos tempos. curriculares de Biblioteconomia do Mercosul passaram a contar com
Especificamente no Encontro de Diretores foi possível analisar quatro áreas temáticas: Fundamentos de Biblioteconomia e Ciência
um quadro comparativo acerca das atividades docentes nos cursos da Informação; Organização e Tratamento da Informação; Recursos
do Mercosul, no âmbito dos quais destacam-se aspectos convergen­ e Serviços de Informação e Gestão da informação) e duas áreas ins­
tes e divergentes acerca de questões como requisitos de acesso e pro­ trumentais (Novas tecnologias da informação e Pesquisa).
moção da docência, aspectos legais do exercício docente e avaliação
de desempenho docente.
5 A dimensão investigativa
Desse modo, como ressaltam Guimarães & Rodrigues (2003,
p. 66), foi possível ao grupo, pela primeira vez no âmbito dos referi­ Uma vez concluída a primeira ronda de eventos em cada um
dos eventos, "ter uma idéia mais abrangente da realidade docente na dos cinco países, coube novamente ao Brasil sediar o Vl ENCONTRO
região, aspecto que permitiu a discussão de perspectivas de intercâm­ DE DIRETORES E V DE DOCENTES DE BIBLIOTECONOMIA E CIÊN­
bio e de programas coajuntos futuros". CIA DA INFORMAÇÃO DE MERCOSUL (Londrina, 22-25 out. 2002)
Como tônica geral das discussões do evento ficou patente a tendo como tema a Pesquisa nos cursos de Biblioteconomia do
questão da pesquisa como uma necessidade básica para o docente, Mercosul, em suas relações com o ensino e a extensão universitária e,
inclusive como elemento para nutrir sua própria prática pedagógica como sub-temas: Pesquisa Docente, Pesquisa Discente, Linhas e Gru­
(aqui incluindo-se aspectos não apenas relativos à pesquisa no ensi­ pos de Pesquisa, Formas de Apoio e Fomento a Pesquisa, Programas e
no como também ao ensino pela pesquisa). Políticas Institucionais de Pesquisa, A Pesquisa no Ensino e o Ensino
l 82 Atuação profissional na área de informação
Formação para a ah1ação profissional 18 3

da Pesquisa, A Pesquisa e a Extensão/Serviços à Comunidade; A Pes­


teconomia e Ciência de Informação, Organização e Tratamento da
quisa como Forma de Integração entre a Graduação e a Pós-Gradua­
Informação, Recursos e Serviços de Informação e Gestão da Infor­
ção; a Base Científica do Fazer Acadêmico e as Estratégias de Efetivação
mação - por meio da formação de grupos de pesquisa.
da Pesquisa enquanto Elemento Permeador do Processo Educacional.
O Encontro de Docentes (ENCONTRO ... , 2002, p. 2-3) por sua
Dentre as recomendações do Encontro de Diretores (ENCON­
vez, propiciou a realização dos Grupos de Trabalho nas quatro áreas
TRO..., 2002, p. 1), destaca-se a preocupação com a divulgação das
curriculares, tendo por objetivos:
atividades de pesquisa desenvolvidas nos distintos cursos de Biblio­
teconomia da região, por meio de suas respectivas páginas web, mais
a) definir estratégias fundamentais para o desenvolvimento e
especificamente no que tange a dados curriculares e de produção cien­
consolidação da pesquisa docente e discente na área; b) propor
tífica dos docentes (no caso do Brasil, com um link com os Currículos ações que devam ser observadas quando da criação e consoli­
Lattes); linhas de investigação do curso (título e ementa); e trabalhos dação de linhas e grupos de pesquisa na área; c) sugerir formas
de conclusão de curso dos alunos (dados referenciais e resumos).
para buscar apoio e fomento à pesquisa na área; d) propor
Tal aspecto trouxe à tona pela primeira vez, no referido espa­
metodologias para estabelecer a pesquisa como princípio
ço, uma questão fundamental: a visibilidade científica dos cursos, educativo na área; e) propor metodologias para estabelecer a
permitindo não apenas a divulgação das pesquisas no âmbito cientí­ pesquisa como elementos integrador da graduação com a pós­
fico da área mas, ainda, trazendo elementos para um maior inter­ graduação na área; f) definir estratégias para a criação de uma
câmbio de pesquisa entre os cursos, com a possibilidade de formação base cientifica do fazer acadêmico, encontrando na pesquisa um.
de grupos de inter-institucionais a partir de temáticas comuns. elemento permeador do processo educacional.
Ressalte-se, nesse contexto, a preocupação com a divulgação
da informação gerada no espaço Mercosul, aspecto que se exterioriza As atividades específicas do Grupo 2: Organização e tratamento
pelas recomendações quanto à transformação do Observatório da informação, no referido evento, partiram do resgate das discussões
Mercosul em uma sessão da página web da ABECIN (continuando a e das recomendações dos dois eventos anteriores (Montcvidéu, 2000 e
ser alimentado pela Universidad de la República - Uruguai), de estu­
Assunção, 2001) relativamente à urgente necessidade de se repensai;
dos, para o próximo evento, no tocante à criação de um portal para
ele forma mais sistematizada, a essência ela sub-área: objeto e conteií­
abrigar as informações desse espaço Mercosul e, principalmente, de
elos fundamentais (ENCONTRO... , 2002, p. 19) Desse modo, as dis­
um periódico científico eletrônico dedicado às questões de ensino de
cussões recaíram sobre uma questão prévia: a própria identidade da
Biblioteconomia no Mercosul.
área. Para tanto, decidiu-se pela necessidade de alteração da denomina­
Para tanto, recomendou-se, ainda,
ção da área para Organização e recuperação da informação, uma vez
que tem por objeto o conjunto de processos, produtos e serviços em
[ ...]que cada escola faça um levantamento dos convênios-marco
organização de forma e de conteúdo em recuperação da informação.
existentes com outras IES da área no Mercosul e os encaminhe
As discussões do referido grupo levaram, assim, a um consen­
a coordenação nacional para divulgação pela ABECIN e, para
so de que o fazer científico e pedagógico ela área encontra-se assenta­
que se possa, no próximo Encontro, delinear ações cortjuntas
do sobre dois eixos: em um primeiro eixo, tem-se as duas dimensões
de capacitação e de pesquisa.
conceituais abrangidas pela área: a organização (de forma e de con­
teúdo ou, em outras palavras, descritiva e temática) e a recuperação
Como decorrência, uma outra recomendação do evento sinali­
da informação; em um outro eixo, tem-se a categorização elos con­
zou para a necessidade de se investigar as questões educacionais
teúdos da área tendo em vista o papel por eles nela exercido: proces­
específicas das quatro áreas curriculares - Fundamentos em Biblio-
sos, produtos e instrumentos.
l H2 111 unçéio proflssional na área de informação Formação para a atuação proflssional 18 3

da Pesquisa, A Pesquisa e a Extensão/Serviços à Comunidade; A Pes­ teconomia e Ciência de Informação, Organização e Tratamento da
quisa como Forma de Integração entre a Graduação e a Pós-Gradua­ Informação, Recursos e Serviços de Informação e Gestão da Infor­
ção; a Base Científica do Fazer Acadêmico e as Esh·atégias de Efetivação mação - por meio da formação de grupos de pesquisa.
da Pesquisa enquanto Elemento Permeador do Processo Educacional. O Encontro de Docentes (ENCONTRO..., 2002, p. 2-3) por sua
Dentre as recomendações do Encontro de Diretores (ENCON­ vez, propiciou a realização dos Grupos de Trabalho nas quatro áreas
TRO..., 2002, p. 1), destaca-se a preocupação com a divulgação das curriculares, tendo por objetivos:
atividades de pesquisa desenvolvidas nos distintos cursos de Biblio­
teconomia da região, por meio de suas respectivas páginas web, mais a) definir estratégias fundamentais para o desenvolvimento e
especificamente no que tange a dados curriculares e de produção cien­ consolidação da pesquisa docente e discente na área; b) propor
tífica dos docentes (no caso do Brasil, com um link com os Currículos ações que devam ser observadas quando da criação e consoli­
Lattes); linhas de investigação do curso (título e ementa); e trabalhos dação de linhas e grupos de pesquisa na área; e) sugerir forrnas
de conclusão de curso dos alunos (dados referenciais e resumos). para buscar apoio e fomento à pesquisa na área; d) propor
Tal aspecto trouxe à tona pela primeira vez, no referido espa­ metodologias para estabelecer a pesquisa como princípio
ço, uma questão fundamental: a visibilidade científica dos cursos, educativo na área; e) propor metodologias para estabelecer a
permitindo não apenas a divulgação das pesquisas no âmbito cientí­ pesquisa como elementos integrador da graduação com a pós­
fico da área mas, ainda, trazendo elementos para um maior inter­ graduação na área; f) definir estratégias para a criação de mna
câmbio de pesquisa entre os cursos, com a possibilidade de formação base cientifica elo fazer acadêmico, encontrando na pesquisa um
de grupos de inter-institucionais a partir de temáticas comuns. elemento permeador do processo educacional.
Ressalte-se, nesse contexto, a preocupação com a divulgação
da informação gerada no espaço Mercosul, aspecto que se exterioriza As atividades específicas do Grupo 2: 01ganização e tratamento
pelas recomendações quanto à transformação do Observatório da informação, no referido evento, partiram do resgate das discussões
Mercosul em uma sessão da página web da ABECIN (continuando a e das recomendações dos dois eventos anteriores (Montcvidéu, 2000 e
ser alimentado pela Universidad de la República - Uruguai), de estu­ Assunção, 2001) relativamente à wgente necessidade de se repensai;
dos, para o próximo evento, no tocante à criação de um. portal para de forma mais sistematizada, a essência da sub-área: objeto e conteú­
abrigar as informações desse espaço Mercosul e, principalmente, de dos fundamentais (ENCONTRO..., 2002, p. 19) Desse rn.odo, as dis­
um periódico científico eletrônico dedicado às questões de ensino de cussões recaíram sobre uma questão prévia: a própria identidade da
Biblioteconomia no Mercosul. área. Para tanto, decidiu-se pela necessidade de alteração da denomina­
Para tanto, recomendou-se, ainda, ção da área para Organização e recuperação da informação, uma vez
que tem por objeto o conjunto de processos, produtos e serviços em
[ ...]que cada escola faça um levantamento dos convênios-marco organização de forma e de conteúdo em recuperação da informação.
existentes com outras IES da área no Mercosul e os encaminhe As discussões do referido grupo levaram, assim, a um consen­
a coordenação nacional para divulgação pela ABECIN e, para so de que o fazer científico e pedagógico da área encontra-se assenta­
que se possa, no próximo Encontro, delinear ações coqjuntas do sobre dois eixos: em um primeiro eixo, tem-se as duas dimensões
de capacitação e de pesquisa. conceituais abrangidas pela área: a organização (de forma e de con­
teúdo ou, em outras palavras, descritiva e temática) e a recuperação
Como decorrência, uma outra recomendação do evento sinali­ da informação; em um outro eixo, tem-se a categorização dos con­
zou para a necessidade de se investigar as questões educacionais teúdos da área tendo em vista o papel por eles nela exercido: proces­
específicas das quatro áreas curriculares - Fundamentos em Biblio- sos, produtos e instrumentos.
Formação para a atuação profissional 185
184 Atuação profissional na área de informação

Linhas de pesquisa
Nesse cenário há de se registrar, ainda (como anteriormente
verificado e discutido no Encontro de Montevidéu, o papel exercido Princípio de coerência temática

pelos aportes interdisciplinares em ambos os eixos. l'r6ticn docrnte


Como produto do trabalho do grupo chegou-se a uma grade
de articulação de conteúdos em que, relativamente aos aspectos
temáticos tem-se (ENCONTRO ..., 2002, p. 2):
e==;> Sub-linhas de
pcsqu1su

Organização da informação Recuperação da �


informação Cupuciluçiio docente Prouuçüo Jocrnte
Forma Conteúdo
Processos -Catalogação -Análise -Avaliação
-Controle de -Condensação -Estratégia de
autoridades -Representação busca

Produtos
- Catálogos -Índice Considerações finais
-OPAC's -Resumo
-Formato -Classificações - Modelos de
Como se pode observar, as questões relativas à formação pro­
-Controle de -Listas de recuperação fissional para fins de organização e representação da informação vêm
autoridade Cabeçalhos de -Sistemas de RI sendo objeto de efetivo investimento do Grupo de Escolas de
Instrumentos Assuntos -1 nterfaces
-Tesauros Biblioteconomia do Mercosul, revelando uma preocupação com a
-Terminologias consolidação científica e pedagógica da área de modo a que essa for­
- Ontologias mação dê-se em moldes consonantes a uma atuação profissional que
se espera inovadora, específica e comprometida com a realidade so­
cial em que se insere.
Vale ressaltar que o estabelecimento da referida grade trouxe Desse modo, a busca, por meio da discussão e do trabalho inte­
um novo parâmetro de análise para as temáticas intrínsecas à área, grado, de se aliar as dimensões ensino e pesquisa bem como de se
pois aborda a organização e a recuperação temática da informação, consolidar uma massa crítica que leve à formação de colégios invisí­
por um lado, e os processos, produtos e instrumentos, por outro. veis na área revela o compromisso das instâncias formadoras com a
Em termos de políticas de investigação para a área, envolvendo qualidade da atuação profissional.
a relação pesquisa-ensino e as dimensões docente e discente da pesqui­ Nesse contexto, as diversidades histócio-sócio-culturais entre
sa o grupo incorporou a premissa fundamental do presente projeto, os cinco países têm atuado como elemento enriquecedor do proces­
qual seja, o princípio de coerência temática entre três vértices sobre os so, de modo a que diferentes concepções teóricas possam conviver
quais se assenta um triângulo fundamental: a capacitação, a prática harmonicamente sem, no entanto, prejudicar um crescente processo
pedagógica (disciplinas ministradas) e a produção científica docente. de integração regional.
Para tanto, significativo é o fato de os temários dos eventos
haverem propiciado uma efetiva verticalização de abordagem, per­
mitindo uma reflexão sobre a dimensão epistemológica da área, bem
como sobre a geração de conhecimento e a formação profissional
(notadamente nos âmbitos do ensino e da pesquisa).
Formação para a atuação profissional 185
184 Atuação profissional na área de informação

Linhas de pesquisa
Nesse cenário há de se registrar, ainda (como anteriormente
verificado e discutido no Encontro de Montevidéu, o papel exercido Princípio de coerência temática

pelos aportes interdisciplinares em ambos os eixos. l'róticn docente


Como produto do trabalho do grupo chegou-se a uma grade
de articulação de conteúdos em que, relativamente aos aspectos
temáticos tem-se (ENCONTRO..., 2002, p. 2):
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e::=> Suh-linhns de

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Organização da informação Recuperação da


informação Cnpncil.1ção tlocente l'rod uçuo doem te
Forma Conteúdo
Processos -Catalogação -Análise -Avaliação
-Controle de -Condensação -Estratégia de
autoridades - Representação busca

Produtos
-Catálogos -Índice Considerações finais
-OPAC's -Resumo
- Formato - Classificações -Modelos de
Como se pode observar, as questões relativas à formação pro­
- Controle de - Listas de recuperação fissional para fins de organização e representação da informação vêm
autoridade Cabeçalhos de - Sistemas de RI sendo objeto de efetivo investimento do Grupo de Escolas de
Instrumentos Assuntos -Interfaces
-Tesauros Biblioteconomia do Mercosul, revelando uma preocupação com a
-Terminologias consolidação científica e pedagógica da área de modo a que essa for­
-Ontologias mação dê-se em moldes consonantes a uma atuação profissional que
se espera inovadora, específica e comprometida com a realidade so­
cial em que se insere.
Vale ressaltar que o estabelecimento da referida grade trouxe Desse modo, a busca, por meio da discussão e do trabalho inte­
um novo parâmetro de análise para as temáticas intrínsecas à área, grado, de se aliar as dimensões ensino e pesquisa bem como de se
pois aborda a organização e a recuperação temática da informação, consolidar uma massa crítica que leve à formação de colégios invisí­
por um lado, e os processos, produtos e instrumentos, por outro. veis na área revela o compromisso das instâncias formadoras com a
Em termos de políticas de investigação para a área, envolvendo qualidade da atuação profissional.
a relação pesquisa-ensino e as dimensões docente e discente da pesqui­ Nesse contexto, as diversidades histócio-sócio-culturais entre
sa o grupo incorporou a premissa fundamental do presente projeto, os cinco países têm atuado como elemento enriquecedor do proces­
qual seja, o princípio de coerência temática entre três vértices sobre os so, de modo a que diferentes concepções teóricas possam conviver
quais se assenta um triângulo fundamental: a capacitação, a prática harmonicamente sem, no entanto, prejudicar um crescente processo
pedagógica (disciplinas ministradas) e a produção científica docente. de integração regional.
Para tanto, significativo é o fato de os ternários dos eventos
haverem propiciado urna efetiva verticalização de abordagem, per­
mitindo uma reflexãp sobre a dimensão epistemológica da área, bem
como sobre a geração de conhecimento e a formação profissional
(notadamente nos âmbitos do ensino e da pesquisa).
186 Atuação profissiom1/ na área de informação Formação para a atuação profissional 18 7

Por fim, observa-se a necessidade de se intensificarem as ações GUIMARÃES, José Augusto Chaves. Brasil: principalcs tendencias y enfoques
de intercâmbio entre os países que integram o bloco Mercosul, de cm cl area de organización y tratamento de la información. ln: ENCUENTRO
DE DIRECTORES, 4. E DE DOCENTES DE LAS ESCUELAS DE BIBLIO­
modo a que o crescimento acadêmico ocorra de forma articulada e
TECOLOGÍA DEL MERCOSUR, 3., 2000, Montcvideo. Actas .. Montevidco:
que se possa , a curto prazo, lançar bases para a instituição de um
Escuela Universitária de Bibliotecología y Cicncias Afines Ing. Federico E.
capítulo Mercosul da ISKO - International Society for Knowlcdge Capurro, 2000. p.336-339.
Organization [22 J. GUIMARÃES, José Augusto Chaves; RODRIGUES, Mara Eliane Fonseca. A
dimensão pedagógica da pesquisa nos cursos de Biblioteconomia do Mcrcosul:
reflexões sobre uma trajetória de harmonização curricular. Cadernos BAD.
Referências Lisboa, n.1, 2003, p. 51-72.
BARITÉ, Mário. Aportaciones teórico-conceptuales para la doccncia y la LEIVA DE FELDMAN, Yolanda Clavelina. Formación para cl complcjo
invcstigación cn cl área de tratamicnto temático de la información. ln: procesamiento de la información. ln: ENCUENTRO DE DIRECTORES DE LAS
ENCUENTRO DE EDIBCIC, 5. Granada, 21-25 Fcb. 2000. La formación de ESCUELAS DE BIBLIOTELOGÍA DEL MERCOSUR, 3 / ENCUENTRO DE DO­
profcsionales e investigadores de la información para la sociedad dcl CENTES DE LAS ESCUElAS DE BIBLIOTECLOGÍA DEL MERCOSUR, 2. San­
conocimiento. Granada : Universidad de Granada. Facultad de Biblioteconomia tiago (Chile), 29-31 Oct. 1998. Formación de recursos humanos cn cJ área
y Documentación, 2000. p: 54-72. de información cn el Mercosur: compatibilización curricular; compctcncias
BARITÉ, Mário. Propuesta de un marco referencial para la doccncia cn e! area dei profcsional de la información en el Marcosur. Santiago (Chile)
de procesamiento de la información. ln: ENCUENTRO DE DIRECTORES DE Universidad Tecnológica Metropolitana, 1999, p: 133-134.
lAS ESCUELAS DE BIBLIOTELOGÍA DEL MERCOSUR, 3 / ENCUENTRO DE OLIVEIRA, Ely Francina Tannuri de . Relatório de participação no VI Encon­
DOCENTES DE LAS ESCUELAS DE BIBLIOTECLOGÍA DEL MERCOSUR, 2. tro de Diretores e V de Docentes de Escolas de Biblioteconomia elo Mcrcosul
Santiago (Chile), 29-31 Oct. 1998. Formación de recursos humanos cn cJ (San Lorenzo, Paraguai, 24-27 jul. 2001). 5.1 : s.n., 2001.
área de informaeión cn el Mercosur: compatibilización curricular ; SANTOS, Jussara Pereira. O ensino ele Biblioteconomia no Mcrcosul: pro­
compctencias dei profesional de la información en el Mercosur. Santiago posta de integração e harmonização curricular. São Paulo: Associação Paulista
(Chile): Univcrsidad Tecnológica Metropolitana, 1999, p: 121-128. de Bibliotecários, 1997. (Ensaios APB; 41 ).
ENCONTRO DE DIRETORES DE ESCOLAS DE BIBLIOTECONOMIA E CIÊN­ TEXIDOR, Sílvia. Entre ai aburrimiento y la creatividad: las compctencias
CIA DA INFORMAÇÃO, 6. As articulações da pesquisa com o msino e a ex­ ncccsarias para cl procesamiento de la información. ln: ENCUENTRO DE
tensão nos cursos de Biblioteconomia e Ciência da Informação no lvfcrcosul: DIRECTORES DE LAS ESCUELAS DE BIBLIOTELOGÍa DEL MERCOSUR, 3 /
relato final. Londrina, ABECIN, 2002. ENCUENTRO DE DOCENTES DE LAS ESCUELAS DE BIBLIOTECOLOGÍA DEL
E NCONTRO DE DIRIGENTES DE CURSOS SUPERIORES EM BIBLIO­ MERCOSUR, 2. Santiago (Chile), 29-31 Oct. 1998. Formación de recursos
TECONOMIA DO MERCOSUL. Porto Alegre, 26-28 sct. 1996. A formação humanos en cJ área de información en el Mercosur: compatibilización
profissional cm Biblioteconomia no Mercosul. Porto Alegre; ABEBD, 1996. curricular; competencias dei profesional de la información en cl Marcosur.
3v. Santiago (Chile): Universidad Tecnológica Metropolitana, 1999. p. 129-131.
ENCUENTRO DE DIRECTORES DE LOS CURSOS SUPERIORES DE BIBLIOTE­ VALENTIM, Marta Lígia Pomim. Profissional da informação: formação, perfil
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de la Información en e! Mercosur: acuerdos y rccomcndaciones. Buenos Aires
: Universidad de Buenos Aires. Facultad de Filosofia y Letras. Departamento
de Bibliotecología y Documentación, 1997.
ENCUENTRO DE EDUCADORES E INVESTIGADORES DE BIBLIOTECOLOGÍA,
ARCHIVOLOGÍA Y CIENCIA DE LA INFORMACIÓN DE IBEROAMERICA Y
EL CARIBE - EDIBCIC, 3 (San Juan - Porto Rico, Ago. 1996). Informe de la
Comisión de ?regrado. San Juan : Universidad de Puerto Rico, 1996.
186 Atuação profissional na área de informação Formação para a atuação profissional 18 7

Por fim, observa-se a necessidade de se intensificarem as ações GUIMARÃES, José Augusto Chaves. Brasil: principalcs tendcncias y enfoques
de intercâmbio entre os países que integram o bloco Mercosul, de cm el area de organización y tratamento de la información. ln: ENCUENTRO
DE DIRECTORES, 4. E DE DOCENTES DE LAS ESCUELAS DE BIBLIO­
modo a que o crescimento acadêmico ocorra de forma articulada e
TECOLOGÍA DEL MERCOSUR, 3., 2000, Montevidco. Actas .. Montevidco:
que se possa, a curto prazo, lançar bases para a instituição de um Escuela Universitária de Bibliotecología y Cicncias Afines Ing. Federico E.
capítulo Mercosul da ISKO - International Society for Knowledge Capurro, 2000. p.336-339.
Organization [22]. GUIMARÃES, José Augusto Chaves; RODRIGUES, Mara Eliane Fonseca. A
dimensão pedagógica da pesquisa nos cursos de Biblioteconomia do Mcrcosul:
reflexões sobre uma trajetória de harmonizaç ão curricular. Cadernos BAD.
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BARITÉ, Mário. Aportaciones teórico-conceptuales para la doccncia y la LEIVA DE FELDMAN, Yolanda Clavelina. Formación para cl complcjo
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pr ofcsionales e investigadores de la información para la socicdad dei CENTES DE LAS ESCUELAS DE BIBLIOTECLOGÍA DEL MERCOSUR, 2. San­
conocimicnto. Granada: Universidad de Granada. Facultad de Biblioteconomia tiago (Chile), 29-31 Oct. 1998. Formación de recursos humanos cn cl área
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BARITÉ, Mário. Propuesta de un marco referencial para la doccncia cn cl arca dei profcsional de la información en e! Marcosur. Santiago (Chile) :
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LAS ESCUEI.AS DE BIBLIOTELOGÍA DEL MERCOSUR, 3 / ENCUENTRO DE OLIVEIRA, Ely Francina Tannuri de . Relatório de participação no VI Encon­
DOCENTES DE lAS ESCUEI.AS DE BIBLIOTECLOGÍA DEL MERCOSUR, 2. tro de Diretores e V de Docentes de Escolas de Biblioteconomia do Mcrcosul
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(Chile) : Universidad Tecnológica Metropolitana, 1999, p: 121-128. de Bibliotecários, 1997. (Ensaios APB; 41 ).
ENCONTRO DE DIRETORES DE ESCOLAS DE BIBLIOTECONOMIA E CIÊN­ TEXIDOR, Sílvia. Entre ai aburrimiento y la creatividad: las compctcncias
CIA DA INFORMAÇÃO, 6. As articulações da pesquisa com o ensino e a ex­ neccsarias para cl procesamiento de la información. ln: ENCUENTRO OE
tensão nos cursos de Biblioteconomia e Ciência da Informação no Jvfcrcosul: DIRECTORES DE LAS ESCUELAS DE BIBLIOTELOGÍa DEL MERCOSUR, 3 /
relato final. Londrina, ABECIN, 2002. ENCUENTRO DE DOCENTES DE LAS ESCUEI.AS DE BIBLIOTECOLOGÍA DEL
E NCONTRO DE DIRIGENTES DE CURSOS SUPERIORES EM BIBLIO­ MERCOSUR, 2. Santiago (Chile), 29-31 Oct. 1998. Formación de recursos
TECONOMIA DO MERCOSUL. Porto Alegre, 26-28 set. 1996. A formação humanos en el área de información en el Mercosur. compatibilización
profissional em Biblioteconomia no Mercos11J. Porto Alegre; ABEBD, 1996. curricular; competencias dei profesional de la información en cl Marcosur.
3v. Santiago (Chile) : Universidad Tecnológica Metropolitana, 1999. p. 129-131.
ENCUENTRO DE DIRECTORES DE LOS CURSOS SUPERIORES DE BIBLIOTE­ VALENTIM, Marta Lígia Pomim. Profissional da informação: formação, perfil
COLOGÍA DEL MERCOSUR, 2 / ENCUENTRO DE DOCENTES DE BIBLIO­ e atuação profissional. ln: _ _ _ (org.). ___ . São Paulo: Polis, 2000.
TECOLOGÍA Y CIENCIA DE LA INFORMACIÓN DEL MERCOSUR, 1. Buenos Introdução, p. 7-29.
Aires, 27-29 Nov. 1997. La formación profesional en Bibliotecología y Cirncia
de la lnformación cn eJ Mercos11r: acuerdos y recomendaciones. Buenos Aires
: Universidad de Buenos Aires. Facultad de Filosofia y Letras. Departamento
de Bibliotecología y Documcntación, 1997.
ENCUENTRO DE EDUCADORES E INVESTIGADORES DE BIBLIOTECOLOGÍA,
ARCHIVOLOGÍA Y CIENCIA DE LA INFORMACIÓN DE IBEROAMERICA Y
EL CARIBE - EDIBCIC, 3 (San Juan - Porto Rico, Ago. 1996). Informe de la
Comisión de ?regrado. San Juan : Universidad de Puerto Rico, 1996.
Os autores

CARLOS MIGUEL TEJADA ARTIGAS


Doutor em Documentação pela Universidad Carlos Ili. Mestre em
Informação e Documentação pela Universidad Carlos III. Licenciado em
Geografia e História pela Universidad Complutense de Madrid. Professor
da Escuda Universitaria de Biblioteconomía y Documentación da Uni­
versidad Complutense de Madrid desde 1995.
e-mail: tejada@caelo.eubd.ucm.es

FRANCISCO ]AVIER GARCIA MARCO


Doutor em Filosofia e Letras. Professor Titular da Universidad de
Zaragoza desde 1996, na área de Biblioteconomia e Documentação. Di­
rige a revista "Scire: Representación y Organización dei Conocimiento".
e-mail: jgarcia@posta.unizar.es

HELENA MARIA TARCHI CRIVELLARI


Professora da Escola de Ciência da Informação da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), desde 1993, onde atua na graduação
e na pós-graduação. Graduada em Serviço Social, tem mestrado em
Administração e doutorado em Educação, pela Universidade Estadual de
Campinas, em 1998. Fez Doutorado-Sanduíche, no IEDES, em Paris.
e-mail: helenacrivellari@eci.ufmg.br

JANE COELHO ÜANUELLO


Aluna do 4º ano de Biblioteconomia da UNESP-Marília e bolsista
do Projeto Integrado CNPq - Ensino de tratamento temático da infor­
mação nos cursos de Biblioteconomia do Mercosul.

JOSÉ ANTONIO MOREIRO GONZÁLEZ


Doutor em História pela UNED. Licenciado em Filosofia e Letras
pela UNED. Professor Titular (1991-1995) e Catedrático (1995-) da
Universidad Carlos III de Madrid. e-mail: jamore@bib.uc3m.es
Os autores

CARLOS MIGUEL TEJADA ARTIGAS


Doutor em Documentação pela Universidad Carlos Ili. Mestre em
Informação e Documentação pela Universidad Carlos III. Licenciado em
Geografia e História pela Universidad Complutense de Madrid. Professor
da Escuela Universitaria de Biblioteconomía y Documentación da Uni­
versidad Complutense de Madrid desde 1995.
e-mail: tejada@caelo.eubd.ucm.es

FRANCISCO ]AVIER GARCIA MARCO


Doutor em Filosofia e Letras. Professor Titular da Universidad de
Zaragoza desde 199 6, na área de Biblioteconomia e Documentação. Di­
rige a revista "Scire: Representación y Organización dei Conocimiento".
e-mail: jgarcia@posta.unizar.es

HELENA MARIA TARCHI CRIYELLARI


Professora da Escola de Ciência da Informação da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), desde 1993, onde atua na graduação
e na pós-graduação. Graduada em Servi.ço Social, tem mestrado em
Administração e doutorado em Educação, pela Universidade Estadual de
Campinas, em 1998. Fez Doutorado-Sanduíche, no IEDES, em Paris.
e-mail: helenacrivellari@eci.ufmg.br

JANE COELHO DANUELLO


Aluna do 4º ano de Biblioteconomia da UNESP-Marília e bolsista
do Projeto Integrado CNPq - Ensino de tratamento temático da infor­
mação nos cursos de Biblioteconomia do Mercosul.

JosÉ ANTONIO MOREIRO GONZÁLEZ


Doutor em História pela UNED. Licenciado em Filosofia e Letras
pela UNED. Professor Titular (1991-1995) e Catedrático (1995-) da
Universidad Carlos III de Madrid. e-mail: jamore@bib.uc3m.es
Os autores 191
1 90 AI llRÇc'io profissional na árrn de informação

Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UEL. Presidente da Associação


JOSÉ AUGUSTO CHAVES GUIMARÃES
Brasileira de Educação em Ciência da Informação (ABECIN) (2001-2004).
Bacharel em Biblioteconomia pela UNESP. Bacharel em Direito pela e-mail: valentim@uel.br
Faculdade de Direito de Marília. Mestre em Ciência da Comunicação pela
ECA-USP. Doutor em Ciência da Informação pela ECA-USP. Livre-docente
em Análise Documentária pela UNESP. Docente do curso de Bibliote­ MICHEL MENOLI
ação, no De­
conomia e do programa de mestrado em Ciência da Informação da UNESP Professor visitante para a área de Políticas ele Inform
a da Inform ação da City Unive rsity, em Londres.
- Marília. e-mail: jaguima@terra.com.br partamento de Ciênci
e de Paris. Doutor
Diplomado no lnstitut d' Etudes Politiques, Universidad
rsidad e Mich el de Mont aigne­
em Ciência da Informação na Unive
JOSÉ FERNANDO MODESTO DA SILVA
memb ro do Comit ê Asses sor do projet o
Doutor pela ECA/USP, mestre e bacharel em Biblioteconomia pela Bordeaux 3. Atualmente, é
Telelac. e-mail: Miche l.Men ou@w anado o.fr
PUC-Campinas/SP. Professor-Doutor no Departamento de Bibliote­
conomia e Documentação da Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo (CBD/ECA/USP) desde 1997. MIRIAM VIEIRA DA CUNHA
maçã o da
e-mail: fmodesto@usp.br Profe ssora do Depa rtame nto de Ciênc ia da Infor
1991. Fez seu doutorado
Universidade Federal de Santa Catarina, desde
Arts et Métie rs, em Paris, em 1998.
JUAN CARLOS FERNÁNDEZ MOLINA
no Conservatoire National des
e-mail: mcunha@u netsu l.com .br
Doutor em Documentação, licenciado em Direito e graduado cm
Biblioteconomia e Documentação pela Universidad de Granada. Profe­
ÜSWALDO FRANCISCO DE ALMEIDA JúNIOR
sor Titular da Facultad de Biblioteconomía y Documcntación da Uni­ mia pela
versidad de Granada. É membro do "Committee on Copyright and other Doutor e Mestre pela ECA/USP. Bacharel em Bibliotecono
rsidad e Estadu al de Londr ina (UEL)
Legal Matters" (CLM) da IFLA. e-mail: jcfernan@ugr.es FESP/SP. Professor Adjunto da Unive
exerce o cargo de Coord enado r do Curso de
desde 1996. Atualmente
Editor Respo nsável da revista Inform ação& lnform ação.
KINGO MCHOMBU
Biblioteconomia.
Chefe, professor e pesquisador do Departamento de Informação e e-mail: ofaj@uel.br
Comunicação da Universidade de Namíbia. Ministra aulas sobre
Administração do Conhecimento, Marketing Aplicado aos Serviços de PEDRO JOSÉ MENEZES
e bolsista elo
Biblioteca, Comunicação e Desenvolvimento, Bibliotecas Públicas e Bi­ Bacharel em Biblioteconomia pela UNESP-Marília
- Ensino ele tratam ento temát ico da informação
- ail: kmchombu@yahoo.com
bliotecas Rurais. e m Projeto Integrado CNPq
nos cursos de Biblio tecono mia elo Merco sul.

MARA ELIANE FONSECA RODRIGUES


Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense, com
exercício desde 1989, no Departamento de Ciência da Informação.
Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Mestre em Ciência ela Informação pela UFRJ/ECO-CNPq/IBICT.
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação da Escola de Ciência da
Informação, na Universidade Federal de Minas Gerais. Vice-Presidente
da Associação Brasileira de Educação em Ciência da Informação.
em- ail: mararodr@terra.com. br

MARTA LÍGIA POMIM VALENTIM


Doutora pela ECA/USP, mestre pela PUC-Campinas, bacharel em
Biblioteconomia pela FESP/SP. Professora Acljunta na Universidade
Estadual de Londrina (UEL) desde 1995. Atualmente Assessora da Pró-
Os autores 191
1 90 Atuação profissional na área de informação

Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UEL. Presidente da Associação


JOSÉ AUGUSTO CHAV ES GUIMARÃES
Brasileira de Educação em Ciência da Informação (ABECIN) (2001-2004).
Bacharel em Biblioteconomia pela UNESP. Bacharel em Direito pela e-mail: valentim@uel.br
Faculdade de Direito de Marília. Mestre em Ciência da Comunicação pela
ECA-USP. Doutor em Ciência da Informação pela ECA-USP. Livre-docente
em Análise Documentária pela UNESP. Docente do curso ele Bibliote­ M1cHEL MENOU
ação, no De­
conomia e do programa de mestrado em Ciência da Informação da UNESP Professor visitante para a área de Políticas de Inform
ia da Inform ação da City Unive rsity, em Londres.
- Marília. e-mail: jaguima@terra.com.br partamento ele Ciênc
rsidade de Paris. Doutor
Diplomado no Institut d'Etudes Politiques, Unive
rsidad e Mich el de Mont aigne­
em Ciência da Informação na Unive o
JOSÉ FERNANDO MODESTO DA SILVA
memb ro do Comi tê Asses sor do projet
Doutor pela ECNUSP, mestre e bacharel em Biblioteconomia pela Bordeaux 3. Atualmente, é
Telelac. e-mail: Mich el.Me nou@ wana doo.fr
PUC-Campinas/SP. Professor-Doutor no Departamento de Bibliote­
conomia e Documentação da Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo (CBD/ECNUSP) desde 1997. MIRIAM VIEIRA DA CUNHA
Infor maçã o da
e-mail: fmodesto@usp.br Profe ssora do Depa rtam ento ele Ciênc ia da
desde 1991. Fez seu doutorado
Universidade Federal de Santa Catarina,
Arts et Métie rs, em Paris, em 1998.
JUAN CARLOS FERNÁNDEZ MOLINA
no Conservatoire National eles
e-mail: mcunha@u netsu l.com .br
Doutor em Documentação, licenciado em Direito e graduado em
Biblioteconomia e Documentação pela Universidad de Granada. Profe­
sor Titular da Facultad de Biblioteconomía y Documentación ela Uni­ ÜSWALDO FRANCISCO DE ALMEIDA ]LJNIOR
teconomia pela
versidad de Granada. É membro do "Committee on Copyright and other Doutor e Mestre pela ECA/USP. Bacharel em Biblio
rsidad e Estadu al de Londr ina (UEL)
Legal Matters" (CLM) da IFLA. e-mail: jcfernan@ugr.es FESP/SP. Professor Adjunto da Unive
o cargo de Coord enado r do Curso de
desde 1996. Atualmente exerce
Responsável da revista Inform ação& Inform ação.
Biblioteconomia. Editor
KINGO MCHOMBU
Chefe, professor e pesquisador do Departamento de Informação e
e-mail: ofaj@uel.br
Comunicação da Universidade de Namíbia. Ministra aulas sobre
Administração do Conhecimento, Marketing Aplicado aos Serviços de PEDRO JOSÉ MENEZES
e bolsista do
Biblioteca, Comunicação e Desenvolvimento, Bibliotecas Públicas e Bi­ Bacharel em Biblioteconomia pela UNESP-Marília
- Ensin o de tratamento temático da informação
bliotecas Rurais. e-mail: kmchombu@yahoo.com Projeto Integrado CNPq
nos cursos de Biblioteconomia do Mercosul.
MARA ELIANE FONSECA RODRIGUES
Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense, com
exercício desde 1989, no Departamento de Ciência da Informação.
Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Mestre em Ciência da Informação pela UFRJ/ECO-CNPq/IBICT.
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação da Escola de Ciência da
Informação, na Universidade Federal de Minas Gerais. Vice-Presidente
da Associação Brasileira de Educação em Ciência da Informação.
e-mail: mararodr@terra.com.br

MARTA LÍGIA POMIM VALENTIM


Doutora pela ECNUSP, mestre pela PUC-Campinas, bacharel em
Biblioteconomia pela FESP/SP. Professora Adjunta na Universidade
Estadual de Londrina (UEL) desde 1995. Atualmente Assessora da Pró-
• Competencias profesionales en el
área de la Ciencia de la
Información
José Antonio Moreira González e
Carlos Miguel Tejada Artigas

• Los aspectos jurídicos en ejercicio


profesional en el área de la
Ciencia de la Información
Juan Carlos Fernández Molina

• O profissional da informação em
comunidades desfavorecidas
Michel J. Menou e
Kingo Mchombu

• A dimensão investigativa para o


exercício profissional em Ciência
da Informação
Mara Eliane Fonseca Rodrigues

• Formação para a atuação


profissional em organização de
conteúdos informacionais: uma
análise das bases teórico­
pedagógicas dos cursos de
Biblioteconomia do Mercosul
José Augusto Chaves Guimarães,
Jane Coelho Danuello e
Pedro José Menezes

Impressão e Acabamento:
Gráfica e Editora Alaúde lida
R. Santo lrineu, 170 - SP - Fone: (11) 5575-4378
Este livro, desenvolvido por quinze autores, em dez
capítulos, discorre sobre: as bases epistemológicas
do exercício profissional; os paradoxos das profis­
sões da informação no mundo do trabalho; a ética
profissional na área da ciência da informação;
informação pública: conceito e espaços; o impacto
tecnológico sobre o exercício profissional; as com­
petências para o exercício profissional; os aspectos
jurídicos do exercício profissional; o exercício pro­
fissional em comunidades desfavorecidas; a di­
mensão investigativa para o exercício profissional;
a formação em organização de conteúdos informa­
cionais visando a atuação profissional.

A COLEÇÃO PALAVRA-CHAVE tem por


objetivo oferecer aos profissionais da área, o
00
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e a outros interessados, textos básicos e Ê


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acessíveis sobre temas relevantes e atuais "'


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relacionados com o campo da Ciência da �


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Informação.

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