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Apresentação

Olá a todos, me chamo Marina Torres, tenho 24 anos e sou de Belo Horizonte/MG. Me formei
em julho de 2018 em Engenharia de Produção Civil pelo CEFET-MG. Durante a graduação, tive
contato com o “mundo fiscal” quando estagiei na Secretaria da Fazenda de BH com os auditores
que atuavam na fiscalização do IPTU. Fiquei nesse estágio por 6 meses e depois passei a atuar
na minha área, trabalhando como estagiária de obras.

Inicialmente, pretendia ficar na empresa onde eu estava. No entanto, tive algumas decepções
no meio do caminho que me fizeram optar por sair da vaga no dia 28 de fevereiro de 2018. Já
saí com a ideia de estudar para concursos – inicialmente para a Receita Federal – e comecei os
meus estudos no dia 5 de março de 2018 (me lembro bem dessas datas, pois foram marcantes
para mim, rs). Até julho/2018 conciliei o meu estudo para concurso com o último período da
faculdade e TCC (fiz minha defesa em junho, mesmo mês em que saiu o edital para o concurso
da SEFAZ-GO).

Vale ressaltar que sou parte de uma gama pequena de concurseiros que podem se dar ao luxo
de “só estudar” durante a preparação, uma vez que pude contar com o apoio financeiro da
minha família durante todo o período.

Maiores desafios ao longo do caminho

Inicialmente, meu maior desafio foi aprender do zero a grande quantidade de disciplinas que
envolve a área fiscal. Nunca tinha tido contato com nenhum dos conteúdos de Direito, nem
Contabilidade, Auditoria, e etc...Além disso, logo que comecei a estudar surgiram as
autorizações de vários fiscos estaduais e fiquei preocupada de não conseguir me preparar a
tempo de chegar competitiva nos mesmos e acabar enfrentando uma outra seca da área fiscal.
Por causa disso, sabia que quanto mais rápido eu avançasse e aprendesse, melhor seria para
mim, o que me ajudou a focar bastante desde o início. Por outro lado, como em tudo na vida,
também me deparei com os “ditadores de regras” que adoram falar que só passa “quem tem 3
anos de estudos”, só passa “quem acertar todas as questões da prova” e daí por diante... Para
me poupar desse desgaste, mantive todo o meu período de estudo em segredo absoluto (apenas
eu e minha família próxima sabíamos), assim como também ocultei o fato de que eu havia
prestado a prova. Acredito que essa estratégia me poupou muito estresse e cobrança
desnecessária por parte de terceiros.

Técnicas de Estudo e Materiais

 MATERIAIS UTILIZADOS

Como a maioria dos aprovados, NÃO aconselho de forma alguma que o concurseiro compre um
pacote fechado de matérias em qualquer cursinho. Isso é um erro fatal e um desperdício de
dinheiro! Todo cursinho, por melhor que seja, sempre possui alguns professores ruins! Por isso,
ao comprar o pacote, você vai se deparar com alguns materiais ruins e vai ter que gastar mais
dinheiro comprando em outro site com um professor melhor.

Vale frisar, que os materiais que eu utilizei foram os que eu achei melhor para mim (eu testei
VÁRIOS no início!!!). Então, não necessariamente vai ser o melhor para você.

Direito Constitucional: Livro “Direito Constitucional Simplificado – Marcelo Alexandrino e


Vicente Paulo).
Constituição Federal impressa (imprimi, encadernei e estudava com ela do lado, personalizando
com marca texto, anotações e etc).

Direito Administrativo: Livro “Direito Administrativo Simplificado – Marcelo Alexandrino e


Vicente Paulo).

Direito Tributário: Livro “Direito Tributário Esquematizado – Ricardo Alexandre”.

Código Tributário Nacional impresso (imprimi, encadernei e estudava com ele do lado,
personalizando com marca texto, anotações e etc).
(Para essas 3 matérias, utilizei os livros pois não estava conseguindo assimilar os conteúdos,
inicialmente, apenas por PDF – justamente porque eu não sabia nada de Direito. Esses livros são um
pouco maiores que os PDFs, o que pode demandar um tempinho a mais, mas fez toda a diferença para
o meu aprendizado inicial).

Contabilidade: Livro “Contabilidade Básica – Ricardo J. Ferreira”


(Detalhe: muita gente não se adapta a esse livro... eu curti! Como eu disse, varia de pessoa pra pessoa).

Curso “Contabilidade Facilitada: CPC’s (Pronunciamentos Contábeis” – Estratégia Concursos


(Nesse curso, eu assisti muito as vídeo-aulas do Gabriel Rabelo explicando sobre os CPCs. Outra coisa
que me ajudou muito, foi assistir as aulas ao vivo de resoluções de questões que o Gabriel também dá
ao longo da semana, para entender como a FCC cobrava o assunto. Depois que “peguei a manha”, eu
só estudava resolvendo exercícios da banca. Detalhe: esse “pegar a manha” só aconteceu no final de
junho/julho... antes disso, contabilidade era um calo no meu pé. Tenha paciência!).

Auditoria: Livro “Auditoria – Teoria e Exercícios Comentados, Davi Barreto e Fernando Graeff”

Matemática Financeira e Raciocínio Lógico: Karine Waldrich – Gran Cursos


(Como sou de exatas, já tinha facilidade na matéria. Então eu só dava uma lida dinâmica no PDF para
relembrar fórmulas e etc. e resolvia muitos exercícios).

Tecnologia da Informação: Te sugiro NÃO fazer o que eu fiz, que foi estudar pelo Estratégia
Concursos pra essa matéria. Principalmente pra quem é leigo em TI (meu caso). Dê uma olhada
no material do Exponencial (Ramon). Acho que é o melhorzinho que tá tendo.

AFO: Estudei pelo Manuel Piñon, do Silvio Sande, mas não acho que ele é o melhor não... Eu
procuraria outro material, se fosse hoje. Não sei recomendar qual.

Legislação Tributária: Estudei pelo material do “Da Rocha” do Estratégia Concursos. Gostei
MUITO do curso dele pra Goiás, agora estava estudando pro RS com o mesmo e achei o nível
beeeem abaixo do desejável.

Português: Estudava mais resolvendo exercícios mesmo e, quando surgia alguma dúvida, eu
consultava no Google, rs. Não é uma matéria em que eu tenho dificuldade, então, acho que essa
dica não serve se você é ruim demais em português.

Direito Civil, Empresarial e Penal: Não caiu em Goiás tão detalhado (apenas 5 questões de
civil/empresarial, o que me fez estudar apenas pelo Código Civil), mas como eu estava
estudando essas matérias para o RS, comprei o material dos professores do Exponencial para
estes conteúdos e gostei bastante da qualidade dos mesmos.

Jurisprudência: Comprei o livro “Vade Mecum de Jurisprudência” e “Súmulas do STF e STJ” da


Editora Juspodvim. Pra mim, valeu demais essa aquisição! No livro, as súmulas e jurisprudências
vêm separadas por disciplina e por tópico (dentro dessas disciplinas). Então sempre que eu
estudava algo novo (Ex.: responsabilidade objetiva do Estado), eu abria o livro e lia as súmulas e
a jurisprudência dos tribunais sobre esses assuntos (e também revisava esses livros).

 COMO EU APRENDIA O CONTEÚDO

Primeiro de tudo, eu acho importante que o concurseiro tenha conhecimento das mais diversas
técnicas de estudo propagadas e que ele tente todas as possíveis e veja qual lhe deu mais
retorno positivo. Um livro de técnicas de estudo que eu li e AMO e considero que foi uma virada
de chave pra mim, é o livro “Ciclo Eara” do Fernando Mesquita. Então, basicamente, o que eu
tentava fazer era aplicar o Ciclo Eara com algumas adaptações que faziam sentido para mim.

Inicialmente, de março a junho (que foi quando saiu o edital de GO), eu estudei apenas
Constitucional, Administrativo, Tributário, Auditoria e Contabilidade. Todo concurseiro da área
fiscal deve ser FERA nessas matérias! Não tente pôr o carro na frente dos bois! Se você não
sabe bem essas matérias ainda, não inclua outras no seu ciclo logo de cara. Ganhe confiança
nelas (até chegar num nível de acertos bom, por ex., 77% a 80%) e só então você estará
preparado para incluir novas disciplinas no seu estudo.

Eu, pessoalmente, não me adaptei a utilizar ciclos de estudos. Então, o que eu fazia, era ter
horários fixos (que eu mesma montei, não utilizei coach ou qualquer espécie de consultoria)
para estudar cada matéria. Eu também não cheguei a traçar metas de estudo para mim. Minha
única meta era estudar pelo menos de 10 a 15 páginas por hora de estudo, para todas as
matérias que eu estudasse. Vale dizer que eu estudava o conteúdo e elaborava o meu material
para futuras revisões (vou falar sobre esses materiais no próximo tópico!).

Eu tentava estudar de 40h a 45h semanais, em torno de 7h durante os dias de semana e umas
4h no fim de semana. De tal modo, eu costumava estudar de 3 a 4 disciplinas POR DIA (nunca
estudei uma só disciplina num dia!!!). Eu me adaptei com sessões de estudo de 1h30 a 2h, por
disciplina. Então, o que eu fazia era o seguinte:

4 1
Anotação dos Estudo Ativo (lendo
índices de acertos e elaborando o
em planilha de material de revisão)
controle de Duração: 1h00 -
questões 1h20

3 2
Complementação do
Resolução de
material de revisão
Questões sobre o
(através dos erros
conteúdo estudado
das questões)
Duração: 20min -
Duração: 5min -
30min
10min

Vale destacar que eu seguia à risca o tempo de estudo ativo, logo, mesmo se eu ainda não tivesse
terminado a aula ou o capítulo que eu estava estudando, eu parava de estudar e ia resolver
questões sobre aquele assunto (mesmo se ainda faltasse muuuuuuita coisa pra aprender, o
que significava que eu iria errar bastantes questões sobre o assunto, rs.)

Não se preocupe em errar as questões cujo conteúdo você ainda não estudou. Resolver
questões é FUNDAMENTAL em qualquer estágio de estudo que você esteja. Nem que seja só
para perceber qual assunto cai mais, como a banca costuma abordar o tema, e etc. Se eu
pudesse dar UMA só dica seria: JAMAIS menospreze a resolução de questões! Resolva questões
TODOS OS DIAS e em TODAS as suas sessões de estudo! Seguindo o ciclo que eu postei acima,
eu tentava resolver pelo menos 400 questões por semana – de todas as disciplinas juntas. Eu
utilizava o site QConcursos, mas existem vários por aí (como o Tec Concursos, que todo mundo
também fala muito bem!). Ter uma assinatura dessas é ESSENCIAL!!!!

 E AS REVISÕES?

Sobre as revisões, eu TESTEI e não me adaptei a dias e horas cravados para revisar (exemplo:
24h, 7 dias, 30 dias). Mas como eu disse, eu testei para ver que isso não funcionava para mim. É
importante a gente testar tudo que nos aparece e ver qual se encaixa melhor na nossa rotina.

Para mim, o que funcionou foi o seguinte:

Suponhamos que estudei a Aula 01 de Legislação Tributária na segunda-feira (estudei, elaborei


meu material de revisão, fiz as questões e anotei meus erros e acertos na sessão de segunda) . De
acordo com o meu horário fixo de disciplinas, eu devo estudar Legislação novamente na quarta-
feira (também serve se você utilizar ciclo de estudos). Então na QUARTA-FEIRA, antes de começar a
estudar a Aula 02, eu reviso TODO o meu material de revisão elaborado na segunda-feira para a
Aula 01. Depois de revisar, sigo em frente com o novo conteúdo.

Nos domingos, eu geralmente tirava o dia para revisar TUDO o que eu aprendi de novo naquela
semana de TODAS as disciplinas. Então eu lia TODOS os meus materiais de revisão e fazia MAIS
QUESTÕES sobre aqueles assuntos aprendidos naquela semana.

A partir daí, eu revisava “quando dava na telha”. O que eu tentava fazer era nunca ficar muito
tempo sem rever uma determinada matéria. Acabava revisando aquele conteúdo de novo pelo
menos uma vez no mês ou às vezes mais, mas sem data certa pra isso (depende do quão segura
eu me sentia naquela matéria... é importante você ter esse feeling). Foi assim que eu me adaptei.

As matérias que eu já havia absorvido pra valer, eu acabava revisando, no fim, apenas por
questões. Porque o conteúdo mesmo já estava na minha mente, então eu não precisava ficar
consultando sempre o material de revisão. Contabilidade, por exemplo, depois que fechei o
conteúdo, só estudava por questões o tempo inteiro (se a sessão era de 1h30 de estudo, eu
ficava 1h30 só fazendo exercícios). Fiz muito isso também na reta final com Auditoria, Tributário,
Constitucional e Administrativo.

Materiais de revisão

Também testei todas as espécies de materiais de revisão possíveis e me adaptei da seguinte


forma:

Direitos (constitucional, administrativo, tributário, civil, empresarial e penal), auditoria, AFO


e TI: elaborava mapas mentais à mão sobre os conteúdos estudados. Além disso, para os
Direitos, eu imprimia TODAS as leis que por ventura cairiam na prova e estudava os PDFs com
as leis do lado, grifando o que era importante, fazendo anotações-chave e etc. Nisso, eu tinha 3
materiais de revisão para Direito: mapas mentais + lei seca personalizada + livro de
jurisprudência. Eu revisava a lei seca e o livro de jurisprudência junto com a revisão dos mapas
sobre aquele assunto e ficava lendo as leis na cama, antes de dormir (cada dia lia uma diferente
– as partes grifadas e etc).

Contabilidade: inicialmente, fiz resumos para a matéria. Depois, só estudava através de


questões.

Matemática financeira, raciocínio lógico: anotei todas as fórmulas em um formulário e resolvia


questões. Era o meu único material.

Vale dizer, que essas técnicas representam o esquema ao qual eu me adaptei, você tem que
testar de tudo (mapas mentais, resumos, grifos, etc...). NÃO existe a MELHOR técnica, existe
aquela que é melhor para você! É importante se conhecer.

 PÓS EDITAL

O edital de Goiás saiu final de junho e teríamos 3 meses até a prova, que aconteceu dia 30/09.
Com o edital veio uma gama de matérias que eu ainda não havia estudado (e eu estava
praticamente finalizando o conteúdo das minhas 5 matérias iniciais).

O que eu fiz foi tentar aumentar minha carga horária de estudos (de 45h até 50h semanais),
manter as revisões semanais das matérias já finalizadas (principalmente as que eram peso 2,
como contabilidade, auditoria e tributário), estudar muuuuuito legislação tributária (eu
estudava todo dia, porque o conteúdo era grande, a prova teria 26 questões só de LTE e ainda
era peso 2) e estudar bastante TI e AFO (que eram peso 1, mas tinham 14 e 10 questões,
respectivamente). Nesse momento, é preciso ser bastante estratégico na hora de escolher o que
priorizar. Eu sabia que para passar eu precisava ir muito bem nas matérias de peso 2 (na prova,
eu acertei 57 de 60 das questões de peso 2), não poderia zerar nenhuma matéria e tinha que
tentar não fracassar em TI (tirei 9 em 14, o que era o esperado, visto que eu tinha uma
dificuldade). De tal modo, todo o meu planejamento pós edital foi visando atingir esses
objetivos.

Para não zerar civil e empresarial, eu estudei essas matérias nas últimas 2 semanas que
antecederam a prova. Eram só 5 questões (acertei 2), então foi ok. Na hora de fazer a escolha
do que priorizar, é importante se atentar às regras do edital (mínimos de pontos e etc), para não
correr risco de ficar de fora por causa de uma besteira.

Na última semana antes da prova, eu já havia terminado todos os conteúdos e fiquei por conta
de revisar e resolver questões. Como isso demanda menos esforço do que aprender um novo
conteúdo (e juntou com o desespero da prova chegando haha) eu cheguei a fazer até 11h
liquidas de estudo em um dia. Logicamente, eu acho IMPOSSÍVEL alguém manter esse ritmo por
mais de uma semana sem surtar.

Dicas Gerais

No mais, acredito que essa tenha sido a base da minha preparação. Se eu tivesse que definir os
motivos que me fizeram alcançar esse resultado em tão pouco tempo, eu diria que foi uma soma
de muito estudo e esforço, com a utilização de técnicas que se encaixaram bem para mim e
muita maturidade emocional para não sucumbir diante das incertezas que brotaram no
caminho. Acho que todo concurseiro pensa de vez em quando em desistir, pensa que talvez
nunca dê certo, pensa que talvez não seja para você essa vida... O importante é transformar isso
em mais vontade de estudar ainda! Tem que ser obstinado mesmo, estudar mesmo quando não
quer, mesmo sem motivação. Tem que abdicar de muita coisa: tempo com a família, com os
amigos, uns drinks...rs. Uma coisa que eu tinha bem claro para mim é que eu tinha entrado nessa
vida para só sair dela quando eu passasse, independente se fosse na primeira, na segunda ou na
milésima prova. Faça dos seus estudos o seu objetivo de vida, acredite naquilo, sonhe com isso
e corra atrás! Procure sempre melhorar, sempre tentar fazer o seu melhor, inove nas suas
técnicas, vá atrás de outros materiais se não se adaptar com o que você tem... E cuide bem da
sua saúde mental, ela é parte importante desse caminho.

Um beijo!

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