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4 Colisões
mA mA movimento total se
v &1A mB v&2A mB v&
v &1B 2B conserva. Representação
sem escala e em cores
fantasia.
• depois da colisão (note que os vetores q&2A e q&2B têm o mesmo sentido)
Q2 5 mAv2A 1 mBv2B 5 2 ? 0,5 1 1 ? 3 5 1 1 3 [ Q2 5 4 kg ? m/s
Logo: Q2 5 Q1.
Portanto, as quantidades de movimento do sistema são iguais (em módulo, dire-
ção e sentido) antes e depois da colisão. Em outras palavras, a quantidade de movi-
mento total, Q&, do sistema constituído pelos dois objetos que colidiram se conser-
vou durante a colisão.
Colisões dir
diretas e colisões oblíquas
Quando dois objetos colidem, como no choque entre duas bolas, pode acontecer
que a direção do movimento desses objetos não seja alterada pelo choque, isto é, eles
se movimentam sobre uma mesma reta antes e depois da colisão (figura 8.16.a).
Quando isso acontece, dizemos que ocorreu uma colisão direta, ou uma colisão cen-
tral, ou, ainda, que ocorreu um choque unidimensional.
mA
Banco de imagens/
Arquivo da editora
a b
Antes Depois Antes Depois
v1B v2B
v1B v2A
θ
v1 A
v1A v2B mA mB
mA mA mA mB v2A
mB
Figura 8.16. Em a as esferas realizam uma colisão direta e, em b, uma colisão oblíqua.
Representação sem escala e em cores fantasia.
Portanto, nessa colisão, a energia cinética total tem o mesmo valor antes e depois
do choque, isto é, a energia cinética do sistema se conserva. Sempre que isso ocorre,
dizemos que a colisão é elástica. De modo geral, o choque é elástico quando os obje-
tos que colidem não sofrem deformações permanentes durante a colisão. Dois carri-
nhos de bate-bate, por exemplo, realizam colisões que podem ser consideradas prati-
camente elásticas (figura 8.17).
Caso contrário, se os objetos apresentarem deformações permanentes em virtude
da colisão, ou se houver produção de calor durante o choque, verificamos que haverá
uma redução no valor da energia cinética do sistema, pois parte dessa energia foi uti-
lizada para produzir as deformações ou transformada em energia térmica. Sempre
que os valores da energia cinética do sistema, antes e depois da colisão, forem diferen-
tes, dizemos que a colisão é inelástica.
Um caso particular de colisão inelástica ocorre quando os objetos, após o choque,
passam a ter velocidades iguais. Por exemplo, quando dois automóveis colidem e mo-
vem-se colados após o choque, verifica-se a maior redução possível no valor da energia
cinética do sistema. Por isso, essa colisão é denominada completamente inelástica.
Pascal Rossignol/Reuters/Latinstock
nas colisões
Acabamos de ver que a energia cinética total nem sempre se conserva
em uma colisão. Entretanto, se calcularmos a quantidade de movimento
total dos objetos, antes e depois de colidirem, verificaremos, qualquer que
seja a colisão, que essa quantidade de movimento se conserva (figu-
ra 8.18). Vamos entender por que isso ocorre.
No caso de não existirem forças externas atuando sobre os objetos
que colidem, é natural que isso ocorra, pois a quantidade de movimento
de um sistema se conserva se nele atuarem apenas forças internas.
Contudo, mesmo que existam forças externas, como a duração do
Figura 8.18. Em
choque é sempre muito curta, o impulso exercido por essas forças será também qualquer colisão, como
muito pequeno. Em geral, os valores das forças externas não são muito grandes e, no choque da bola com
o rosto do jogador Éric
consequentemente, a variação da quantidade de movimento que elas provocam Carrière, na época
pode ser desprezada. (2005) atuando pelo
Lens (França), há
Observe que as forças impulsivas que ocorrem nas colisões (ou explosões), por se-
conservação da
rem muito grandes, podem provocar variações apreciáveis nas quantidades de movi- quantidade de
movimento.
mento de cada um dos objetos que colidem, mas, como são forças internas, não in-
fluenciarão na quantidade de movimento total. Assim, podemos concluir que as
quantidades de movimento de um sistema, imediatamente antes e depois de qual-
quer colisão, podem ser consideradas iguais.
Exemplo 1
Suponha que uma bola branca, de massa m, movendo-se com velocidade v 5 2,0 m/s,
atinja uma bola amarela (também de massa m), que estava em repouso (figura 8.16.a).
Supondo que o choque seja central e elástico, determine as velocidades das duas
bolas após a colisão.
Sejam v&1 e v&2 as velocidades das bolas branca e amarela, após a colisão. A quantidade de
movimento do sistema (das duas bolas), antes do choque, era mv&, pois apenas a bola
branca estava em movimento. Como em qualquer colisão há conservação da quantida-
de de movimento total, podemos escrever:
Já que o choque é central, os vetores v&, v&1 e v&2 têm a mesma direção e, portanto, a rela-
ção anterior poderá ser escrita escalarmente, isto é:
Além disso, tratando-se de uma colisão elástica, a energia cinética do sistema se con-
serva. Logo:
Exemplo 2
Figura 8.19. Pêndulo de
Newton. Suponha que uma esfera, em repouso, seja fragmentada em três pedaços
por uma explosão. Um dos pedaços, de massa m1 5 1,0 kg, parte com
uma velocidade v1 5 12 m/s. Um segundo pedaço, de massa m2 5 2,0 kg, sai
com velocidade v2 5 8,0 m/s, em uma direção perpendicular a v 1& (figura
a
8.20.a).
v2
a) Desenhe um diagrama mostrando a direção do movimento do terceiro
Antonio Robson/Arquivo da editora
Na figura 8.20.b foram traçados os vetores q1& e q2& . Para que a quantidade de
q&2 movimento total, Q&, seja nula, a quantidade de movimento, q3& , do terceiro
pedaço, deverá ser igual e contrária à resultante de q1& e q2& . Portanto, o terceiro
pedaço se movimentará na direção do vetor q3& mostrado na figura 8.20.b.
q&1
b) Se a massa do terceiro pedaço era m3 5 0,50 kg, qual é a velocidade, v&3,
q&3 desse pedaço, imediatamente após a explosão?
Como vimos, o vetor q&3 tem o mesmo módulo da soma dos vetores q&1 e q&2.
Pela figura 8.20.b:
Figura 8.20. Para o exemplo 2.
Representação sem escala e q3 5 q12 + q22 = 122 + 162 [ q3 5 20 kg ? m/s
em cores fantasia (a).
Mas:
Portanto, o terceiro pedaço parte, logo após a explosão, com uma velocidade
de 40 m/s na direção e no sentido do vetor q3& mostrado na figura 8.20.b.
A.RICARDO/Shutterstock
a b
Figura 8.23. Em uma disputa de Ultimate Fighting Championship (UFC), o lutador de artes marciais
mistas (MMA, sigla em inglês de Mixed Martial Arts), ao receber um golpe, não deve manter seu rosto
imóvel, como em a. Se ele conseguir movimentar seu rosto no mesmo sentido do golpe, como em b,
mesmo sendo atingido, o impacto (força) que recebe é consideravelmente menor, pois nesse caso o
tempo de interação da luva do adversário com seu rosto é muito maior que em a.
questões
1. Os fabricantes de carros, na tentativa de torná-los mais seguros e preservar a vida de seus ocu-
pantes na ocorrência de um impacto, desenvolveram tecnologias que aumentam o tempo de in-
teração entre o corpo dos ocupantes e a estrutura do carro, diminuindo a intensidade da força
resultante. Veja resposta no Manual do Professor.
a) Pesquise e explique o funcionamento do airbag e como ele protege os passageiros.
b) Em alguns veículos, quando ocorre um impacto, a lataria se “desmonta”. Explique por que
isso ajuda a diminuir o impacto. Porque o carro leva mais tempo até parar, diminuindo a força
resultante sobre os passageiros.
2. Nos voos de ajuda humanitária, um dos maiores desafios é fazer a carga jogada do céu chegar
inteira ao solo. Para isso, além de utilizar paraquedas, outras tecnologias foram desenvolvidas.
Nesse sentido, imagine que você deva garantir que quatro ovos, abandonados em queda livre do
terceiro andar de um prédio a cerca de 15 m de altura em relação ao solo, permaneçam intactos
após o impacto com o solo. Reúna-se com seus colegas e façam o projeto de um dispositivo que
proteja esses ovos, utilizando copos descartáveis e canudos de plástico. Expliquem o mecanismo
utilizado para evitar danos aos ovos. Veja resposta no Manual do Professor.
3. Diminuir o impacto sobre um objeto que cai no chão é um dos objetivos dos designers de produtos.
Eles pesquisam formas e materiais para evitar que os objetos se quebrem ao sofrer algum tipo de
impacto. Pesquise em sua casa exemplos de objetos que possuem alguma proteção contra que-
das. Escolha um objeto que não possua essa proteção (uma xícara ou um vaso, por exemplo) e
sugira um mecanismo que reduza seu impacto com o solo.
Caixas de papelão e sacos inflados com ar, por exemplo.
A B
Reprodução/Arquivo da editora
1. Uma bola de bilhar, de 0,50 kg de massa, movendo-se 6. Uma granada, de massa igual a 1,0 kg, é lançada vertical-
para a esquerda com uma velocidade de 2,0 m/s, perpen- mente para cima e explode no ponto mais alto, fragmen-
dicular à tabela, colide com esta e volta com uma veloci- tando-se em três pedaços. Imediatamente após a explo-
dade de mesmo módulo e de mesma direção. Considere o são, o primeiro fragmento, cuja massa é 0,20 kg, move-se
sentido para a direita positivo. Indique no caderno, entre verticalmente para cima com velocidade de 100 m/s. O
as afirmativas seguintes, aquela que está errada. c segundo fragmento, cuja massa é 0,70 kg, move-se verti-
a) A quantidade de movimento da bola, antes de colidir calmente para baixo com velocidade de 10 m/s.
com a tabela, era de 21,0 kg ? m/s. a) Quais são o módulo, a direção e o sentido da velocida-
b) A quantidade de movimento da bola, após a colisão, é de do terceiro fragmento? 130 m/s, na vertical, para baixo
de 1,0 kg ? m/s. b) Determine a energia liberada na explosão da granada.
1 880 J
c) A variação da quantidade de movimento da bola, em 7. (UFPR) Um adolescente inspirado pelos jogos olímpicos
razão da colisão com a tabela, foi nula. no Brasil está aprendendo a modalidade de arremesso de
d) O impulso que a bola recebeu da tabela foi de 2,0 N ? s. martelo. O martelo consiste de uma esfera metálica presa
e) Se conhecêssemos o tempo de interação da tabela a um cabo que possui uma alça na outra extremidade para
com a bola, seria possível calcular a força média que o atleta segurar. O atleta deve girar o martelo em alta velo-
uma exerceu sobre a outra. cidade e soltar a alça permitindo que a esfera possa conti-
nuar seu movimento na direção tangente à trajetória cir-
2. Dois objetos, A e B, sendo mA . mB, estão inicialmente em
cular. Suponha que o atleta aprendiz esteja sobre uma
repouso. Suponha que ambos recebam impulsos iguais.
plataforma e gire o martelo num círculo horizontal de raio
a) A quantidade de movimento adquirida por A será
2 m e a uma altura de 3,2 m do solo no momento que faz o
maior, menor ou igual à quantidade adquirida por B? igual
arremesso. A esfera cai no solo a uma distância horizontal
b) A velocidade adquirida por A será maior, menor ou de 32 m do ponto onde foi arremessada. Despreze a resis-
igual à velocidade adquirida por B? menor tência do ar. Considere a massa da esfera igual a 4 kg e a
3. a) Se um objeto possui quantidade de movimento, pode- aceleração gravitacional igual a 10 m/s2. Com base nessas
mos garantir que ele possui, pelo menos, uma forma informações, calcule:
de energia. Por quê? Porque o objeto terá energia cinética, a) a velocidade tangencial da esfera no instante em que
pois possui velocidade.
b) É possível que um objeto possua energia, mas não ela é arremessada. v0 5 40 m/s
quantidade de movimento. Dê um exemplo. b) a aceleração centrípeta sobre a esfera no momento
4. Um astronauta, tendo em suas mãos um pequeno obje- em que ela é solta. ac 5 800 m/s2
to, está em repouso numa região do espaço onde não c) a quantidade de movimento (momento linear) e a ener-
existe nenhuma atração gravitacional sobre ele. Nessa
gia cinética da esfera no instante em que ela é lançada.
situação, ele arremessa o objeto, aplicando-lhe um im- Q 5 160 kg ? m/s e Ec 5 3 200 J.
pulso de 12 N ? s. Considere o sistema astronauta 1 obje- 8. (Ufam) O impulso altera a quantidade de movimento da
to e indique no caderno, entre as afirmativas seguintes, mesma maneira como uma força altera a velocidade. A rela-
aquela que está errada. b ção do impulso com a variação da quantidade de movimen-
to vem da segunda lei de Newton e nos ajuda a analisar mui-
a) O objeto passa a se deslocar com uma quantidade de
tas situações, já que o impulso e a variação da quantidade
movimento de 12 kg ? m/s.
de movimento estão sempre vinculados. Por exemplo,
b) O módulo da quantidade de movimento adquirida quando saltamos de uma posição elevada para o chão fle-
pelo astronauta é menor do que 12 kg ? m/s. xionamos os joelhos ao fazer contato com o piso, pois: c
c) A quantidade de movimento do sistema, antes de o a) reduzimos a intensidade da força de impacto experi-
objeto ser arremessado, era nula. mentada pelo corpo pela diminuição do tempo de du-
d) A quantidade de movimento do sistema, após o objeto ração do impacto.
ser arremessado, é nula.
b) não iremos alterar a intensidade da força de impacto
5. Uma bola, de massa igual a 0,20 kg e velocidade de experimentada pelo corpo, só aumentamos o tempo
0,10 m/s, colide com outra bola, idêntica a ela, que está em de duração do impacto.
repouso. Usando apenas essas informações, é possível calcu-
c) reduzimos a intensidade da força de impacto experi-
lar somente uma das grandezas relacionadas a seguir. Qual é
mentada pelo corpo pelo aumento do tempo de dura-
essa grandeza? Indique no caderno a alternativa correta. e
ção do impacto.
a) A força que uma bola exerce sobre a outra.
d) aumentamos a intensidade da força de impacto expe-
b) O módulo da velocidade de cada bola após a colisão.
rimentada pelo corpo pela diminuição do tempo de
c) A direção da velocidade de cada bola após a colisão. duração do impacto.
d) A energia cinética total das bolas após a colisão. e) aumentamos a intensidade da força de impacto expe-
e) A quantidade de movimento total das bolas após a rimentada pelo corpo pelo aumento do tempo de du-
colisão. ração do impacto.
3. b) Por exemplo, um corpo em repouso, preso a uma mola comprimida ou em certa altura acima do solo.
CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO CAPÍTULO 8 233