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O Proinfância: entre a intenção e o ato Este painel é um recorte da pesquisa desenvolvida pelo
Grupo Educação Infantil e Políticas Públicas, com apoio do CNPq e Faperj (2011/2014) em
sete unidades do Proinfância em funcionamento no RJ e teve como objetivo diagnosticar a
situação da Educação Infantil nessas unidades e identificar como ocorre a implantação do
programa em todos os seus aspectos: dos direitos das crianças, das práticas pedagógicas
realizadas e dos impactos da política do governo federal, a partir desse programa, nas esferas
municipais, incluindo a formação docente. Procedimentos metodológicos: (I) levantamento do
número de alunos atendidos, critérios de matrícula, implantação, recursos humanos e
materiais, proposta pedagógica e práticas desenvolvidas nas unidades; (II) observação
participante nas unidades e (III) registro fotográfico dos espaços das unidades. O primeiro
texto analisa o impacto do Proinfância na efetivação dos direitos das crianças em termos
legislativos e a consecução dos seus resultados para as crianças. O segundo faz um diálogo
das imagens fotográficas das unidades do Proinfância com as entrevistas com gestores,
professores e observações das práticas, analisando as aproximações e distanciamentos das
práticas com os documentos oficiais norteadores. O diálogo busca sustentação teórica em
Walter Benjamin, inspirado na figura do colecionador. As imagens deixam vestígios sobre as
concepções que norteiam as práticas dos professores. O último texto toma como base os
fatores que estão sendo considerados e/ou desconsiderados nas formas de adequação e
funcionamento dessas instituições pelas municipalidades. Muitas crianças ainda não têm
acesso à Educação Infantil – a falta de vagas nas redes, a dificuldade de locomoção, a pouca
flexibilidade do atendimento, a oscilação do mercado de trabalho nas exigências de
escolaridade dos pais são desafios apontados e que provocam (ou não) a busca de medidas
alternativas, como, por exemplo, o Proinfância.
Resumo
Introdução
1.110
0 8 0
Proinfância Proinfância
194 194 Demais 10.728 11.684 Demais
* Dados referentes à modalidade regular de ensino dos 7 municípios do Estado do Rio de Janeiro que tinham ao
menos uma unidade do Proinfância em funcionamento até 2013.
Fonte: Censo Escolar.
Outra questão relevante quando se observa a expansão da rede é a verificação de que,
das 2.066 novas matrículas criadas para a Educação Infantil entre 2010 e 2013, o Proinfância
contribuiu com 1.110 matrículas, representando 54% de todo o incremento deste período. Se
olharmos apenas pela perspectiva da rede pública, o Programa foi responsável por duas de
cada três novas matrículas desta amostra.
Tabela 1 – Expansão da Rede em Número de Matrículas dos Municípios com unidade do
Proinfância no Estado do Rio de Janeiro*
Proporção da
2010 2013 2013 vs 2010
Variação
Rede Pública (Proinfância) 0 1.110 1.110 54%
Rede Pública (outros) 7.144 7.723 579 28%
Rede Privada 3.584 3.961 377 18%
Total 10.728 12.794 2.066 100%
* Dados referentes à modalidade regular de ensino dos 7 municípios do Estado do Rio de Janeiro que tinham ao
menos uma unidade do Proinfância em funcionamento até 2013.
Fonte: Censo Escolar.
Como a expansão ocorreu principalmente a partir das novas matrículas geradas pelo
Programa Proinfância, já era de se esperar que houvesse uma boa representatividade destas
unidades no atendimento à Educação Infantil na rede pública. Porém, em algumas localidades,
este atendimento chegou a 37%, no caso de creches, e a até 19%, no caso de pré-escolas de
toda a rede pública, como se pode ver em mais detalhes na tabela a seguir.
Tabela 2 – Representatividade do Proinfância em relação à Rede Pública dos Municípios
com unidades do Programa no Rio de Janeiro*
Tipo do Proporção Proporção Proporção Número Total
Município
Estabelecimento Creche Pré-escola Total de Matrículas
Município Baixadas Litorânea Proinfância 20% 5% 11% 345
Outros 80% 95% 89% 2.889
Total 100% 100% 100% 3.234
Município Costa Verde Proinfância 10% 7% 8% 189
Outros 90% 93% 92% 2.195
Total 100% 100% 100% 2.384
Município Médio Paraíba 1 Proinfância 37% 0% 16% 93
Outros 63% 100% 84% 475
Total 100% 100% 100% 568
Município Médio Paraíba 2 Proinfância 31% 19% 25% 107
Outros 69% 81% 75% 318
Total 100% 100% 100% 425
Município Metropolitana Proinfância 37% 4% 15% 149
Outros 63% 96% 85% 850
Total 100% 100% 100% 999
Município Noroeste Fluminense 1 Proinfância 25% 11% 17% 137
Outros 75% 89% 83% 649
Total 100% 100% 100% 786
Município Noroeste Fluminense 2 Proinfância 23% 17% 21% 90
Outros 77% 83% 79% 347
Total 100% 100% 100% 437
Total dos 7 municípios Proinfância 23% 7% 13% 1.110
Outros 77% 93% 87% 7.723
Total 100% 100% 100% 8.833
* Dados referentes à modalidade regular de ensino dos 7 municípios do Estado do Rio de Janeiro que tinham ao
menos uma unidade do Proinfância em funcionamento até 2013.
Fonte: Censo Escolar.
Estes dados preliminares mostram que o Proinfância, como política indutora de
expansão do acesso de crianças a creches e pré-escolas da rede pública, teve efeitos positivos
nos municípios em que houve a sua efetiva implantação. O que podemos nos perguntar e
apurar em estudos futuros é sobre o quanto ainda estamos longe de uma política pública capaz
de atender a toda a demanda por democratização como uma meta de acesso aos cidadãos de 0
a 5 anos de idade, como demonstrado na tabela abaixo.
Tabela 3 – Desafio da Meta 1 do PNE/2014 para a Educação Infantil
Totais dos 7 municípios analisados até 3 anos 4 e 5 anos Total
a) População Infantil no ano de 2010 (1) 19.743 10.611 30.354
d) Matrículas totais (rede pública e privada) em 2013 (2) 4.639 8.155 12.794
5
4
3
2
* Obteve-se 11 respostas como ―Não Sabe/ Não respondeu/ Não tem certeza‖
Fonte: Enquete da pesquisa Políticas de Educação Infantil no Estado do Rio de Janeiro (2015)
O gráfico aponta que as adesões se iniciaram em 2007 e que no ano de 2010 nove
municípios tinham a intenção de construir unidades do Proinfância. Tendo em vista que estes
dados superam o número de unidades em funcionamento e que as eleições municipais de 2012
mudaram o rumo político de grande parte das municipalidades, que indagações podemos
fazer? O governo municipal tem a duração de quatro anos e entre o planejamento e a entrega
da obra do Programa, no panorama estudado, decorre um prazo superior ao mandato de um
prefeito, supondo-se que algumas municipalidades não tenham o empenho nesta execução.
Nas últimas eleições, por exemplo, houve a troca de 70% dos Secretários de Educação, a
manutenção de 12% e o retorno de 18% deles. Este fato traz à tona a ideia de que as
Secretarias de Educação são organizações burocráticas, de caráter público, marcadas por uma
hierarquia de cargos e de funções bastante diferenciadas.
Nas entrevistas, pode-se perceber o quanto os setores das administrações municipais
coabitam espaços, mas não se relacionam quanto às funções desempenhadas. Certamente, este
2
Simec: Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do MEC.
Vale ressaltar que 20% dos respondentes não quiseram opinar, fato que nos faz
indagar sobre a responsividade dos representantes municipais em face da política
implementada ou em implementação. Segundo Geraldi (2004), a responsividade é ―como se
realizam as respostas responsáveis‖ (p. 229). Assim, estes atos responsáveis podem ser
traduzidos pelos procedimentos que levam ou não os governantes a implementar políticas
demandadas pelos cidadãos, ou seja, as ações que afetam a natureza das decisões, as políticas
públicas e os seus resultados.
Considerações Finais
As políticas públicas carregam pistas e vozes de onde procedem e a quem se dirigem,
sendo, portanto, ―duplamente constituídas e duplamente constitutivas, uma vez que ao mesmo
tempo em que são constituídas são também constitutivas delas, num continuum de relações e
de tensões configuradas pelos atores sociais que participam do processo‖ (BONINI;
PANHOCA, 2011). Muitas crianças ainda não têm acesso à Educação Infantil – a falta de
vagas nas redes, a dificuldade de locomoção, a pouca flexibilidade do atendimento, a
oscilação do mercado de trabalho nas exigências de escolaridade dos pais são desafios
apontados em uma série de estudos e que provocam a busca de medidas alternativas, como,
por exemplo, o Proinfância.
Os resultados deste estudo permitem constatar, por um lado, que a eficácia da
implantação desse Programa tem sido comprometida pela escassez da estrutura
organizacional. O princípio da liberdade de adesão, paradoxalmente, se transforma numa
camisa de força, o que propicia que os municípios continuem executores da União, que
controla, com sistemas avaliativos, seu desempenho, ferindo o princípio que gerou a ação. Por
outro, que a distribuição de cargos e funções nas Secretarias enfraquece a política de
Educação Infantil.
O Programa promove a ampliação das vagas em creches e pré-escolas, como ficou
demonstrado na pesquisa, uma vez que os municípios utilizaram as unidades para a ampliação
do acesso e, em poucos casos, o remanejamento das crianças que eram atendidas em
instituições precárias. Contudo, será esta a condição para solucionar a exclusão? As realidades
municipais pesquisadas revelam um complexo caminho para a Educação Infantil: em face das
eleições municipais do ano de 2012, que criavam incertezas nos cargos de confiança; pela
dificuldade de investimento; pela distância dos centros produtores de conhecimento; pela
precariedade das instalações das redes municipais. Nunes e Corsino (2013) definem assim as
complexidades municipais:
Aí reside o cerne do processo de transição local, o principal desafio da opção
brasileira pela estrutura federativa e pela municipalização da educação
básica, que tem consequências na política, pela ruptura na organização
hierarquizada e centralizada. Assim, se o município tem fragilidades ou
potencialidades, elas se projetam com maior ou menor intensidade na
política educacional de cunho universal ou residual. (NUNES e CORSINO,
2013, p.336)
Referências
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1958.
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diálogo. Campinas/SP: Papirus, 2013.
NUNES, Maria Fernanda (coord). Relatório de Pesquisa: Políticas de Educação Infantil no
Estado do Rio de Janeiro: o programa PROINFÂNCIA e as estratégias municipais de
atendimento a crianças de 0 a 6 anos. (CNPq-Faperj 2011-2014).
OLIVEIRA, L. C. V; ALVES, M. L., A escolha de dirigentes escolares como mecanismo
instituinte da gestão democrática: caminhos e descaminhos, 25ª Reunião da Anped, Caxambu,
2002.
Apresentação
na história da educação de nosso país foi construído um caminho para
chegar à criança em sua realidade e concretude histórica, social,
cultural, política, econômica, para atender às suas necessidades e,
finalmente, chegar a uma política pública de educação infantil como
direito da criança e dever do Estado, a sociedade e da família que deve
ser atendido com prioridade absoluta. (NUNES 2011, p. 9)
sobretudo a trabalhadora, seja a destinatária desse direito. Isso vai de encontro ao previsto no
campo do direito e deve ser combatido.
Vale ressaltar que ainda que a educação infantil, sobretudo o atendimento em
creches, tenha surgido com o objetivo de atender às famílias menos favorecidas, cujos pais
necessitavam do cuidado, mais que da educação, atualmente é direito de todos, independente
de raça, cor, credo, situação econômica. Ao menos no plano teórico, todas as crianças devem
ter as mesmas oportunidades educativas.
Outra questão pode ser levantada, ou seja, quem deve garantir esse direito? O Estado
é responsável por oferecer educação infantil de qualidade a todos, sem distinção,
gratuitamente, bem como garantir que o cuidar e o educar sejam indissociáveis. Nesse
sentido, fica clara a importância da intencionalidade da ação pedagógica nesta etapa de
ensino, para que seja possível desenvolver as capacidades infantis.
O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8.069/90, regulamentando o art. 227 da
Constituição Federal, ratifica a visão da criança e do adolescente apresentada pela CF e, por
sua vez, os considera merecedores de proteção no que tange aos direitos humanos.
De acordo com Amin (2014, p. 50)
Coroando a revolução constitucional que colocou o Brasil no seleto rol das
nações mais avançadas na defesa dos interesses infanto-juvenis, para as quais
crianças e jovens são sujeitos de direito, titulares de direitos fundamentais,
foi adotado o sistema garantista da doutrina da proteção integral.
Objetivando regulamentar e implementar o novo sistema, foi promulgada a
Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, de autoria do Senador Ronan Tito e da
Deputada Rita Camata3.
um produto dos processos sociais levados adiante pelos segmentos da classe trabalhadora, que
viram nele um meio de participação na vida econômica, social e política‖. (CURY, 2002, p.
253)
Cury (2002) afirma que vivemos novos desafios no mundo contemporâneo e a
cidadania também os enfrenta à medida que deve se reafirmar a todo instante, sem que se
esqueça da luta histórica que garantiu os direitos da cidadania. Afirma que a educação, como
um desses direitos e uma ―dimensão fundante da cidadania‖, nunca perderá sua atualidade no
debate. Diz ainda que em todo o mundo as legislações garantem o acesso à educação de seus
cidadãos. Assim, ―tal princípio é indispensável para políticas que visam à participação de
todos nos espaços sociais e políticos e, mesmo, para reinserção no mundo profissional‖.
(CURY, 2002, p. 246).
Não são poucos os documentos de caráter internacional, assinados por países
da Organização das Nações Unidas, que reconhecem e garantem esse acesso
a seus cidadãos. Tal é o caso do art. XXVI da Declaração Universal dos
Direitos do Homem, de 1948. Do mesmo assunto ocupam-se a Convenção
Relativa à Luta contra a Discriminação no Campo do Ensino, de 1960, e o
art. 13 do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais,
de 1966. (CURY, 2002, p. 246).
Dessa maneira, a educação, como direito social, requer a atuação do Estado para a
garantia de sua efetividade e acesso a todos. Nesse sentido, Nunes (2011) afirma que há um
Sistema de Garantia de Direitos da criança e do adolescente em nosso país que cumpre esse
papel. Desse modo, tanto o Conselho Tutelar, os Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais
dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Ministério Público, bem como outras
organizações da sociedade, existem porque devem cuidar para que esses se efetivem, desde o
nascimento das crianças. (NUNES, 2011, p. 33).
Cabe ressaltar que ainda que haja uma Constituição garantindo os direitos, dos mais
básicos aos mais específicos, o funcionamento de mecanismos sociais que os garantam é mais
importante que os próprios direitos. Ainda Bobbio considera que
a existência de um direito, seja em sentido forte ou fraco, implica sempre a
existência de um sistema normativo, onde por "existência" deve entender-se
tanto o mero fator exterior de um direito histórico ou vigente quanto o
reconhecimento de um conjunto de normas como guia da própria ação. A
figura do direito tem como correlato a figura da obrigação. (BOBBIO, 2004,
p. 74)
Ainda que haja previsão legal e sejam instituídos Conselhos dedicados à fiscalização
do cumprimento das leis, a implantação do sistema de garantias é uma tarefa árdua que
requer dos operadores da área da infância e juventude muito trabalho e cobrança. (AMIN,
2014, p. 51)
O ensino deve ser gratuito em estabelecimentos oficiais, de qualidade e deve-se
garantir igual acesso a todos que o demandarem. De acordo com a emenda Constitucional n°
59 de 2009, dos 4 aos 17 anos.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a
ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos
de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
O lugar da criança também na política pública corrobora com a visão que permeia a
legislação nacional da atualidade, ou seja, de sujeito histórico, protagonista e cidadão, que
deve ter garantida a educação desde que nasce em instituições que assegurem o cuidar e o
educar indissociáveis e que possibilitem seu desenvolvimento integral, em seus múltiplos
aspectos (NUNES, 2011, p.9).
Mas o que são exatamente as Políticas Públicas? De acordo com Rua,
as políticas públicas (policies), por sua vez, são outputs, resultantes da
atividade política (politics): compreendem o conjunto das decisões e ações
relativas à alocação imperativa de valores. (...) Uma política pública
geralmente envolve mais do que uma decisão e requer diversas ações
estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas. (RUA,
p. 1).
Assim, a sociedade se organiza e realiza pressões para que sejam garantidos seus
direitos civis, políticos e sociais. As demandas educacionais são chamadas públicas dado seu
caráter de ―imperatividade‖. Ou seja, as decisões que emanam delas são revestidas de
autoridade soberana do poder público. (RUA, p. 2). No que tange à Educação Infantil, o
tratamento da criança como prioridade é fruto de luta e de mobilizações da sociedade em prol
da criança e da infância (LEITE FILHO e NUNES, 2013, p. 70).
Como já exposto, segundo a caracterização da EI como um direito da criança desde o
nascimento, de acordo com a LDB, para Nunes (2011) a EI ―vem-se tornando não só uma
demanda cada vez mais expressiva, um objeto explícito da política educacional e um dever
dos organismos governamentais, mas também um claro empenho de organizações da
sociedade civil.‖ (NUNES, 2011, p.15). Desse modo, não se modifica apenas a visão da
criança, mas também, do papel do Estado para que a EI seja garantida a todos, a partir dos 4
anos de idade.
A PNEI (2006) determina que cabe ao Estado a formulação de políticas e a
implementação de programas, bem como viabilizar os recursos necessários com vistas a
garantir à criança o desenvolvimento integral complementando a ação da família. (PNEI,
2006, p. 5).
Apesar de o esforço legislativo garantindo o acesso e a permanência na escola, a
partir dos 4 anos, são necessária medidas práticas que efetivem esse direito. O Proinfância,
formulado pelo MEC em convênio com os municípios, surge com esse propósito, ou seja, tem
por objetivo ―garantir o acesso de crianças a creches e escolas de Educação Infantil públicas,
especialmente em Regiões Metropolitanas, onde são registrados os maiores índices de
população nesta faixa etária‖ (BRASIL, 2011).
Levando em conta dados selecionados do Censo Geográfico de 2010 e do Censo
Escolar 2010, sistematizados pelo Relatório de Pesquisa: ―A situação das cidades do estado
do Rio de Janeiro: primeiros resultados do Censo 2010‖4, é possível observar que o percentual
de atendimento em creche no estado do Rio de Janeiro em 2010 (19,22%) estava bem abaixo
da meta do Plano Nacional de Educação para 2010 (50%). Quase todo o atendimento em
creche está sob a responsabilidade dos municípios (10,88%) e das instituições privadas
(8,26%), dentre estas as comunitárias, filantrópicas e confessionais.
Com relação ao atendimento pré-escolar no estado do Rio de Janeiro, também levando
em conta os dados do Censo Demográfico e Censo Escolar 2010, observa-se que o percentual
de atendimento em pré-escola no estado do Rio de Janeiro (77,66%) está um pouco abaixo da
meta do Plano Nacional de Educação para 2010 (80%). Quase todo o atendimento em pré-
escola está sob a responsabilidade dos municípios (46,60%) e das instituições privadas
(30,84%), dentre estas as comunitárias, filantrópicas e confessionais.
Inicialmente, os dados disponibilizados pelo FNDE, em março de 2012, indicavam
que 40% dos municípios do ERJ fizeram adesão ao Proinfância. Contudo, na aplicação do
questionário dirigente junto aos representantes municipais num encontro promovido pelo
Ministério da Educação, ao final do mesmo ano, o número total dos que aderiram ao
Programa cresceu para 54%.
Considerações finais
4
O que poderiam significar avanços neste campo seria a oferta de vagas nas creches e
pré-escolas, a formação adequada dos profissionais para atuarem na EI, dentre outros aspectos
igualmente importantes para assegurar não somente a educação, mas a sua qualidade.
Muitas crianças ainda não têm acesso a EI – a falta de vagas nas redes, a dificuldade
de locomoção, a pouca flexibilidade do atendimento, a oscilação do mercado de trabalho nas
exigências de escolaridade dos pais são desafios apontados em uma série de estudos e que
provocam a busca de medidas alternativas, como, por exemplo, o Proinfância.
Os resultados deste estudo permitem constatar, por um lado, que a eficácia da
implantação desse Programa, tem sido comprometida pela escassez da estrutura
organizacional. O princípio da liberdade de adesão, paradoxalmente, se transforma numa
camisa de força, o que propicia que os municípios continuem executores da União, que
controla, com sistemas avaliativos, seu desempenho, ferindo o princípio que gerou a ação.
Nota 1- A lei n. 8.069/90 é originária do Projeto de Lei n. 5.172/90, ao qual foi anexado o
projeto de Lei n.1.506/89, do Deputado Nelson Aguiar, de maior abrangência, ao qual
também foram apensados vários projetos de lei. São eles os de n. 1.765/89, 2.264/89,
2.742/89, 628/83, 75/87, 1.362/89, 2.079/89, 2.526/89, 2.584/89 e 3.142/89.
Nota 2 - SANTOS, Edson Cordeiro dos. A situação das cidades do estado do Rio de
Janeiro: primeiros resultados do Censo 2010. Rio de Janeiro: Solidariedade França-
Brasil/Grupo de Pesquisa Educação Infantil e Políticas Públicas-Unirio, 2012 (mimeo).
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Site FNDE. Disponível em <http://www.fnde.gov.br/programas/proinfancia/proinfancia-
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Resumo
Introdução
As mudanças legais rumo à democratização do acesso e à melhoria da qualidade da
educação são resultantes de políticas públicas criadas para atender as demandas sociais, decorrentes
do processo de crescimento da população e desenvolvimento sócio-econômico.
dinâmica de ações que integrem as esferas municipal, estadual e federal, num regime de
colaboração.
Pensar na educação de 0 a 5 anosi numa dinâmica de interações também entre
secretarias, gestores, coordenadores, professores, auxiliares, crianças e famílias, não é tarefa
fácil. São muitos os fatores que interferem no processo, gerando ambiguidades e tensões,
decorrentes da relação do todo com as partes, somados a investimentos financeiros,
determinação e envolvimento político-pedagógico, para que as iniciativas tenham
continuidade.
O Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede
Escolar Pública de Educação Infantil – Proinfância, formulado pelo MEC, é um programa
criado para atender à demanda de vagas na Educação Infantil, em convênio com os
municípios, tendo por objetivo ―garantir o acesso de crianças a creches e escolas de Educação
Infantil públicas, especialmente em Regiões Metropolitanas, onde são registrados os maiores
índices de população nesta faixa etária‖ (BRASIL, 2011, on line). Segundo o FNDE, esta
iniciativa é importante ―por considerar que a construção de creches e pré-escolas, bem como a
aquisição de equipamentos para a rede física escolar desse nível educacional, são
indispensáveis à melhoria da qualidade da educação‖. (ibid).
É com este argumento que o Proinfância se delineia na agenda da política pública.
Voltado à construção e melhoria das condições das instalações físicas das escolas públicas de
EI, foi instituído pela Resolução nº. 6, de 24/04/2007, do Conselho Deliberativo do Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE (BRASIL, 2007), a partir da
consideração de que a construção de creches e pré-escolas, bem como a compra de
equipamentos e mobiliário, são fundamentais para a melhoria da qualidade da educação.
Com o objetivo de avaliar a implementação do Programa Proinfância, o Grupo de
Pesquisa de Educação Infantil e Políticas Públicas (EIPP), coordenado Profª. Dra. Maria
Fernanda Rezende Nunes, desenvolveu a pesquisa intitulada ―Repercussões das Políticas de
Educação Infantil no Estado do Rio de Janeiro: o programa PROINFÂNCIA e as estratégias
municipais de atendimento a crianças de 0 a 6 anos‖(2011-2014),ii identificando as estratégias
de organização que os sistemas municipais de ensino e as secretarias municipais de educação
vêm desenvolvendo para atender à educação infantil, no âmbito das unidades do Proinfância,
e sua adequação às condições de vida das crianças.
Na primeira etapa da pesquisa de campo do EIPP foi feita uma investigação da
implementação, funcionamento e ingresso de crianças no programa na Região Metropolitana
fragmentos que, sob diferentes ângulos, revelam e ocultam, instigando o pensar e repensar das
práticas.
[...]a fotografia adquire, metodologicamente, um papel de significativa
relevância, uma vez que, de forma visível, apresenta-se como fragmento
recordado de uma realidade sempre mais ampla. Mesmo como fragmento, é,
em si uma totalidade‖. (RIBES, 2005, p. 42)
Com a coleção nas mãos, inicia-se o processo de ―leitura‖ das imagens e surge a
pergunta: É possível ler as imagens? As imagens permitem uma tradução?
O olhar sobre a fotografia caminha, primeiramente, em direção ao passado que se liga
ao presente pela via da imaginação e da subjetividade de quem olha, trazendo novos
significados àquela imagem.
―As imagens, assim como as histórias nos informam [...] Quando lemos
imagens, de qualquer tipo, sejam pintadas, esculpidas, fotografadas,
edificadas ou encenadas, atribuímos a elas o caráter temporal da narrativa.‖
(MANGEL, 2009, p.27)
No itinerário pelas sete unidades, em sete municípios do estado do RJ, o olhar foi
direcionado para os trabalhos expostos nos murais na intenção de construir hipóteses sobre a
concepção de infância e conhecimento que permeiam o trabalho dos professores e gestores
das unidades do Proinfância.
Foram vistas muitas folhas impressas, cadernos, com desenhos variados, para as crianças
pintarem e fazerem exercícios grafo-motores de cobrir pontilhados e labirintos, com
objetivo de preparação para a escrita.
―Utilizo as histórias e a partir delas, seleciono palavras para lançamento das letras do alfabeto‖(sic)
―É feito sempre com histórias e escrita de palavras e índices‖(sic), ―vou lendo e escrevendo,
simultaneamente. As crianças riscam. Há atividades de recorte e colagem de letras‖.(sic)
Foto 5 - mural de uma sala de 4/5 anos Foto 6 – mural de uma sala de 4/5 anos
Os murais das salas também obedecem a um padrão bem semelhante entre as escolas.
A presença do calendário, quadro de chamada por gênero, quadro de aniversariantes do mês e
cartazes com normas de convivência estão presentes em todas as escolas visitadas, variando
apenas, no formato e estilo. Muitos deles são padronizados e outros são feitos pelas
professoras.
O alfabeto tem um lugar de honra na arrumação dos murais e painéis. Normalmente
ficam em cima ou abaixo do quadro de giz ou quadro branco, e são, na maioria, letras
emborrachadas ou feitas em papel cartão. Os numerais também aparecem em cartazes e
números emborrachados, variando de 0 a 9 ou de 0 a 20. Os quadros brancos e de giz estão
em todas as salas, até das crianças menores. Os demais cartazes encontrados são relativos aos
projetos trabalhados e são confeccionados pelos adultos.
Foto 7 - quadro de chamada Foto 8 – mural de corredor
Uma escola sem trabalhos com autoria das crianças, nos murais, fica sem voz e,
calada, não narra para o outro o que foi vivido. Assim não deixa rastros do seu conhecimento
e do seu trabalho.
O grande desafio reside na adaptação dos Projetos Pedagógicos dos municípios às
Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (DCNEIs), num movimento de
reestruturação das concepções de atendimento de crianças de 0 a 5 anos, visto a prevalência
de práticas instrucionais nas unidades pesquisadas, voltadas para a preparação para o Ensino
Fundamental.
A organização dos espaços-tempo se configuram como primeiro passo no
planejamento das ações dos profissionais de creches e pré-escolas. Sua organização
acontecerá de acordo com as concepções de infância e de desenvolvimento infantil, valores e
crenças e objetivos do grupo de profissionais da escola. Assim sendo, o primeiro passo é
oferecer oportunidades para compartilhar, discutir e entender valores, ideias, conhecimentos e
experiências sobre a criança e suas especificidades, num planejamento participativo e
democrático, envolvendo todos os profissionais da escola.
Considerações Finais
No diálogo das imagens e trechos das entrevistas, percebemos a urgência de
investimentos em formação continuada de professores e gestores para construção de um
espaço de estudo, discussão e reflexão sobre as práticas.
É fato que todas as crianças da educação infantil têm o direito à cultura oral e escrita,
mas estas devem acontecer com práticas de leitura literária, manuseio de livros e outros
suportes de texto, registros coletivos, trocas de experiências, acesso a diferentes linguagens,
teatro, artes, música, cinema, despertando o gosto pelas histórias e o desejo de aprender a ler e
escrever.
O que predominou durante a pesquisa, foram práticas de treinamento, com exercícios
de coordenação motora de cobrir pontilhados formando letras e números, cópias de palavras e
números, privilegiando o desenvolvimento motor. O alfabeto, presente desde o berçário, é
―trabalhado‖, em muitas unidades, letra a letra, com listas de palavras desenhadas pela
professora, de maneira descontextualizada e sem qualquer sentido para a criança.
Segundo Nunes, Kramer e Corsino (2009), ―práticas reais de leitura e escrita são
requisitos para formação do leitor‖. (p.215). As autoras trazem que a criança aprende sobre
leitura desde muito pequena e que é preciso propiciar oportunidades de leitura e escrita, num
processo rico em experiências significativas, com ― personagens, aventura, enredos em
desfechos alegres e tristes, situações engraçadas, irônicas, boas ou más ...‖. Através destas
narrativas, a criança não aprende somente elementos relacionados à aprendizagem de leitura e
escrita, mas se identifica, construindo significados para sua vida. Nos murais das unidades,
prevaleceu o trabalho do adulto, voltado para práticas educativas concernentes ao projeto que
estava sendo realizado, reduzindo as possibilidades das crianças criarem a partir do tema.
Pensar num atendimento de qualidade, que respeite as necessidades das crianças e
garanta sua participação e seu protagonismo, depende de investimentos em formação de
professores e gestores, valorização do trabalho da educação infantil e de seus profissionais,
discussões periódicas sobre a identidade, concepções e práticas de qualidade, com a
participação de todos, escola-família-comunidade, aquisição de materiais didático-
pedagógicos e livros de literatura, avaliando periodicamente o trabalho realizado, criando
parâmetros de qualidade nas unidades do Proinfância baseados em padrões nacionais.
São muitos os desafios para se alcançar um atendimento de qualidade para todas as
crianças, entretanto finalizo, trazendo um fragmento da letra da música de Milton Nascimento
e Wagner Tiso, que sintetiza a intenção desse trabalho de pesquisa:
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Notas: 1 Inclusão de crianças de seis anos no Ensino Fundamental, que passa de oito para nove anos. (Brasil
2006a) e ampliação da escolaridade obrigatória e gratuita dos quatro aos dezessete anos, a partir de 2016. (Brasil,
2009b)
1
A pesquisa contou com o apoio do CNPq e Faperj.
1
―Repercussões das Políticas de Educação Infantil no Estado do Rio de Janeiro: o programa PROINFÂNCIA e
as estratégias municipais de atendimento a crianças de 0 a 6 anos‖(2011-2014).