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MEDICINA LEGAL
E NOÇÕES DE
CRIMINALÍSTICA
5ª edição
Revista, ampliada e atualizada
2016
Capítulo 7 • TRAUMATOLOGIA FORENSE 197
CAPÍTULO 7
Traumatologia
forense
2) Tumefação
É a palidez e elevação da pele no local do impacto por edema
(inchaço), com hiperemia ao redor, consequente de trauma pouco
mais intenso (aspecto parecido ao da urticária). Desaparece em
tempo pouco maior que a rubefação, não constituindo verdadeira
lesão corporal.
3) Equimose
É a infiltração, nas malhas dos tecidos, de sangue que extra-
vasou de pequenos vasos dos tecidos abaixo da pele que romperam
por força de traumatismo. De acordo com a forma, recebe diferen-
tes denominações:
WĞƚĠƋƵŝĂƐ ^ƵŐŝůĂĕĆŽ ^ƵĨƵƐĆŽ
Pontos avermelhados do Pontos avermelhados Mancha arroxeada con-
tamanho da cabeça de agrupados (conjunto de sequente a sangramento
ƵŵĂůĮŶĞƚĞ͘ ƉĞƚĠƋƵŝĂƐͿ͘ mais intenso.
Essas lesões ocorrem tanto na superfície do corpo como nos
órgãos.
As equimoses e sugilações que se formam por sucção são
comuns nos atos libidinosos.
Já as petéquias e sugilações decorrentes de golpes bruscos
e superficiais, com intenção de intimidar ou brecar (é um chega
pra lá), e não de lesar, apresentam padrão característico. É o que
ocorre nos golpes de cassetete, onde a compressão brusca e super-
ficial é suficiente apenas para fechar os vasos no local do impacto,
empurrando o sangue neles contido para os vasos das regiões
vizinhas. Isso provoca rápido afluxo (chegada) de sangue a esses
vasos situados ao redor, levando a aumento da pressão dentro
deles e consequente ruptura. Dessa forma, a área atingida pelo
cassetete fica clara e com faixa de petéquias e sugilações de cada
lado, desenhando o instrumento.
As equimoses podem aparecer no próprio local da lesão ou
a distância, como na compressão cervical (pescoço) nos casos de
esganadura, em que se formam petéquias na conjuntiva ocular
(película que recobre a parte anterior dos olhos e a face interna
202 MEDICINA LEGAL E NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA – Neusa Bittar
4) Hematoma
Ocorre quando o sangue extravasado dos vasos rompidos pelo
traumatismo, pelo seu maior volume, afasta os tecidos e ocupa
espaço próprio, formando uma cavidade, só infiltrando nos tecidos
ao redor da lesão (equimose periférica).
Como desloca e comprime os tecidos vizinhos, se o hematoma
ocorrer internamente, como por exemplo, dentro da cabeça, pode
ser fatal.
5) Bossa
É a coleção de líquido seroso (amarelado) ou serossanguino-
lento (com sangue) decorrente de compressão prolongada.
Pode decorrer de traumatismo ou de um processo fisiológico,
como a encontrada no recém-nascido de parto normal (tumor de
parto), devida à compressão da cabeça durante a passagem pelo
orifício do colo do útero, que obstrui as veias do couro cabeludo
sem afetar as artérias, cuja parede é mais resistente. Resulta uma
dificuldade de circulação porque o sangue não consegue sair da
região, provocando extravasamento de líquido dos vasos. Como
para se formar a bossa tem de haver circulação de sangue, a sua
presença atesta que o feto estava vivo durante o trabalho de parto.
Logo, é a compressão prolongada, principalmente de regiões
em que há um contra plano ósseo, como cabeça, que represa o
sangue dentro dos vasos da região provocando a saída de líquido
por causa do aumento de pressão dentro deles.
6) Entorse
É o estiramento da cápsula de uma articulação, com ou sem
ruptura dos ligamentos.
7) Luxação
É o deslocamento permanente das superfícies articulares dos
ossos de uma articulação, total ou parcial.
8) Fratura
É a solução de continuidade (ruptura) do osso, causada por
ação direta ou indireta do agente contundente, como, por exemplo,
flexão exagerada, torção, arrancamento ou esmagamento.
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9) Rupturas viscerais
Ocorrem por impacto sobre o tórax ou abdome, mais frequen-
tes neste último porque não há proteção de ossos como no tórax,
ou por compressão forte e progressiva.
O estado fisiológico ou patológico dos órgãos pode favorecer
o rompimento no momento do impacto:
MƌŐĆŽƐŽĐŽƐ MƌŐĆŽƐŵĂĐŝĕŽƐ
Rompem com maior facilidade quando &ŝĐĂŵŵĂŝƐǀƵůŶĞƌĄǀĞŝƐƋƵĂŶĚŽĂƵŵĞŶ-
estão cheios e com parede mais disten- ƚĂĚŽƐĚĞǀŽůƵŵĞŽƵŵĂŝƐĨƌŝĄǀĞŝƐƉŽƌ
dida. Ex.: bexiga. ĚŽĞŶĕĂ͘dž͗͘İŐĂĚŽĞďĂĕŽ
os vasos são cortados. Essas feridas são mais profundas no terço ini-
cial, superficializando-se a seguir, para terminar em uma escoriação
linear ao longo da epiderme, chamada de cauda de escoriação.
Dessa forma, a cauda de escoriação aponta para o final do
movimento do instrumento, podendo indicar se o agressor é destro
ou canhoto, após a reconstituição do crime, que vai evidenciar as
posições do agressor e da vítima no momento dos golpes.
Segundo Galvão (p. 63), os ângulos da lesão incisa são bem agu-
dos e podem se continuar com a cauda de escoriação tanto no início
como no término da ferida, em decorrência da menor pressão do
instrumento nesses pontos. Dessa forma, a lesão incisa pode exibir
cauda inicial ou de entrada e cauda terminal ou de saída.
>ĞƐƁĞƐĚĞĚĞĨĞƐĂ͗
&ĞƌŝĚĂŝŶĐŝƐĂ͗
• mais profunda na porção inicial
• ŵĂŝƐƐƵƉĞƌĮĐŝĂůŶĂƉŽƌĕĆŽĚŝƐƚĂů͕ĨŽƌŵĂŶĚŽĂĐĂƵĚĂĚĞĞƐĐŽƌŝĂĕĆŽ͘