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APOSTILA 3 – LÓGICA DIGITAL

Prof. Murilo Parreira Leal, M.Sc.


Disciplina: Arquitetura e Organização de Computadores

1 – INTRODUÇÃO
Um computador digital é uma máquina projetada para armazenar e manipular
informações representadas por algarismos ou dígitos que podem assumir dois valores distintos 0
ou 1, por isso são chamados de computadores digitais binários, ou simplesmente, computadores
digitais.
Fisicamente, os valores 0 ou 1 são representados no computador pelas tensões 0,5 V ou
3,0 V, respectivamente. Estes valores são entendidos pelo computador respeitando uma faixa de
tolerância, uma vez que é impossível construir equipamentos ou chips que mantenham
exatamente aquelas tensões.
O computador é fabricado com circuitos eletrônicos que precisam armazenar os sinais
binários e realizar certos tipos de operações com eles. Estes circuitos são chamados de “circuitos
digitais” e são formados por pequenos elementos capazes de manipular as grandezas binárias.
Estes pequenos elementos são conhecidos como portas (“gates”) por permitirem (ou não) a
passagem destes sinais, e os circuitos que contém portas lógicas são conhecidos como circuitos
lógicos.
Uma porta é um elemento do hardware, que recebe um ou mais sinais de entrada e
produz um sinal de saída, cujo valor depende da lógica estabelecida para sua construção.
2 – PORTAS E OPERAÇÕES LÓGICAS
Uma vez que as variáveis de entrada em uma porta lógica só podem ser 0 ou 1, é
possível tabular as saídas correspondentes em uma “Tabela Verdade”, em função da lógica da
porta. Também é possível tabular uma “Tabela Verdade” para um circuito lógico.

Importante salientar que o número de entradas em uma porta não precisa ser
necessariamente 2 (A e B), pois existem chips com mais entradas para uma mesma porta lógica.

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2.1 – Porta AND (E):


A porta AND é definida como sendo o elemento que produz um resultado verdade (1)
se e somente se todas as entradas forem verdade. O seu símbolo e a sua “Tabela Verdade’, então
são os seguintes:

ENTRADA SAÍDA
A B X=A.B
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1

Uma das mais importantes utilidades desta porta é a ativação de uma linha de dados
para controlar o fluxo de bits em um computador (Ver Capítulo 3).

Circuito integrado 7408 possui quatro portas AND.

2.2 – Porta OR (OU):


A porta OR é definida para produzir um resultado verdade (1) se pelo menos uma das
entradas for verdade. O seu símbolo e a sua “Tabela Verdade’, então são os seguintes:

ENTRADA SAÍDA
A B X=A+B
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1

Circuito integrado 7432 possui quatro portas OR.

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2.3 – Porta NOT (NÃO ou INVERSOR):


A operação lógica NOT, também chamada de inversor ou complemento, inverte o valor
do sinal binário colocado em sua entrada. O seu símbolo e a sua “Tabela Verdade’, então são os
seguintes:

ENTRADA SAÍDA
___

A X=A
0 1
1 0
É interessante observar que a conexão de dois circuitos inversores em série produz, na
saída, um resultado de valor igual ao da entrada.

Circuito integrado 7404 possui seis portas NOT.

2.4 – Porta NAND (NOT AND):


A porta NAND é definida como o complemento da porta AND, isto é, a saída de um
circuito NAND eqüivale à saída de um circuito AND passando por uma porta NOT. O seu
símbolo e a sua “Tabela Verdade’, então são os seguintes:

ENTRADA SAÍDA
__________

A B X=A.B
0 0 1
0 1 1
1 0 1
1 1 0
__________ ___ ___

A B X=A.B X=A.B
__________ ____ ____
0 0 1 1
Importante: A . B A.B
0 1 1 0
1 0 1 0
1 1 0 0

Circuito integrado 7400 possui quatro portas NAND.

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Outras portas implementadas através de portas NAND:

DIAGRAMA 1

2.5 – Porta XOR (EXCLUSIVE OR):


A operação XOR, abreviação de EXCLUSIVE OR, pode ser considerada um caso
particular da função OR, ou seja, sua definição: “a saída será verdade se exclusivamente uma ou
outra entrada for verdade”. Não podem ambas entradas ser verdade e é esta a diferença para os
resultados da porta OR.
ENTRADA SAÍDA
A B X=A B
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 0

Circuito integrado 7486 possui quatro portas XOR.


2.6 – Porta NOR (NOT OR):
Assim como a porta NAND, a porta NOR é o complemento ou o inverso da porta OR.
A saída de um circuito lógico NOR é obtida ao se efetuar a operação lógica OR sobre as entradas
e inverter o resultado. O seu símbolo e a sua “Tabela Verdade”, então são os seguintes:
ENTRADA SAÍDA
__________

A B X=A+B
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 0

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__________ ___ ___

A B X=A+B X=A+B
__________ ____ ____
0 0 1 1
Importante: A+ B A+B
0 1 0 1
1 0 0 1
1 1 0 0

Circuito integrado 7402 possui quatro portas NOR.


Outras portas implementadas através de portas NOR:

DIAGRAMA 2

3 – ILUSTRAÇÕES SOBRE PORTAS LÓGICAS


As portas lógicas são comercializadas em circuitos
integrados (CI) em SSI (Small Scale of Integration – Pequena
Escala de Integração), sendo conhecidos como família 7400.

Existem muitas outras utilizações de portas lógicas


em outras escalas de integração (LSI e VLSI), porém elas
ficam invisíveis para o usuário, como por exemplo, dentro de
memórias e microprocessadores.

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Um multiplexador (MUX) conecta várias entradas em uma única saída. Em qualquer


instante, é selecionada uma das entradas para
ser passada para a saída. A figura abaixo
representa um circuito multiplexador com
quatro entradas (I0, I1, I2 e I3) e apenas uma
saída Z, conhecido como 4-para-1. A conexão
entre a entrada e a saída é realizada em função
do endereço codificado em A e B, conforme
tabela-verdade:

A B Z
0 0 I0
0 1 I1
1 0 I2
1 1 I3

A figura ao lado representa um MUX que possui dois conjuntos de entradas, e um


conjunto de saída, todas com 8 bits:
Entrada “A”: Bits de A0 até A7
Entrada “B”: Bits de B0 até B7
Saída “S”: Bits de S0 até S7
O controle é dado pela entrada “C”:
No estado “0”, habilita a entrada “A” e desabilita a entrada
“B”
No estado “1”, habilita a entrada “B” e desabilita a entrada
“A”.
Observe que existe um inversor na entrada C que garante a
habilitação de apenas uma das portas de cada vez.
Este circuito pode ser utilizado para controle em um
microcomputador, selecionando a fonte de dados (memória 1 ou
memória 2, por exemplo) para o microprocessador.
A porta XOR permite a fabricação de testadores de igualdade
entre valores, por exemplo, para testar de modo rápido, se duas palavras
são iguais. No exemplo da figura abaixo, se dois bits forem iguais, a
saída deste circuito XOR será FALSA (0). Neste caso, a saída do
circuito OR que reúne todas as saídas XOR será FALSA, e este valor
(0) não provocará nenhuma ação por parte da UCP. Caso apenas um par
de bits apresente valores diferentes, a saída do seu XOR será 1 e,
conseqüentemente do OR também será 1, provocando a UCP a solicitar
reenvio do dado.

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4 – EXPRESSÕES LÓGICAS – APLICAÇÃO DE PORTAS


Uma expressão lógica pode ser definida como sendo uma expressão algébrica formada
por variáveis lógicas (binárias), por símbolos representativos de uma operação lógica (+, ., ,
etc.), por parênteses e por um sinal de igual.
Por exemplo: F X Y Z . A Tabela Verdade deste circuito pode ser obtida a
partir de todas as possibilidades de entrada e as respectivas saídas:
ENTRADA SAÍDA
X Y Z F
0 0 0 0
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 1 0
1 0 0 1
1 0 1 1
1 1 0 1
1 1 1 1
As expressões lógicas podem ser resolvidas como uma expressão aritmética comum,
levando-se em conta apenas a prioridade do AND (.) sobre o OR (+).
O “Teorema de Post” define que é possível se encontrar uma função lógica a partir da
sua Tabela Verdade. Para isto temos o seguinte procedimento:
Seleciona-se uma coluna de saída e apenas as linhas diferentes de zero desta
coluna;
Para cada linha será definido um termo que corresponde à operação “AND” entre
as proposições simples da entrada. Estas proposições simples de entrada serão
consideradas normais quando iguais a um, e “invertidas” ou “barra” quando iguais
a zero.
A proposição composta completa será obtida pela operação “OR” entre todos os
termos obtidos.

4.1 – Álgebra Boolena:


A álgebra booleana é uma área da matemática que trata de regras e elementos de lógica.
O nome é uma homenagem ao matemático inglês George Boole (1815-1864), que desenvolveu
uma análise matemática sobre a lógica. Suas regras básicas são:
1 X 0 X 13 X (Y Z) (X Y) Z
2 X 1 1 14 X (Y Z ) (X Y) Z
3 X X X 15 X (Y Z) X Y X Z
4 X X 1 16 X X Y X
5 X 0 0 17 X (X Y) X
6 X 1 X 18 (X Y) (X Z) X Y Z
7 X X X 19 X X Y X Y
8 X X 0 20 X Y Y Z Y Z X Y Z
9 X X 21 (X Y ) X Y
10 X Y Y X 22 (X Y ) X Y
11 X X 0 23 X Y X Y X Y
12 X Y Y X 24 X Y X Y X Y

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As equações básicas 1 a 9 podem ser provadas através do emprego das Tabelas Verdade
já mostradas anteriormente. As equações 10 a 20 podem ser demonstradas a partir das Tabelas
Verdade e das equações básicas 1 a 9. A equação 19 pode ser resolvida substituindo X por
X+X.Y (equação 16). As equações 21 e 22 referem-se ao “Teorema de Morgan” e podem ser
provadas a partir dos Diagramas 1 e 2 vistos anteriormente. As equações 23 e 24 representam a
Tabela Verdade do circuito XOR e NOT-XOR, mas muitas vezes não lembramos deste fato, por
isso estão acrescentadas na tabela acima.
Todas as equações podem ser utilizadas para simplificação dos circuitos lógicos
projetados, a fim de diminuir a quantidade de portas necessárias e, consequentemente, diminuir
o custo do mesmo. Analisemos os seguintes casos:
X Y implica na utilização de duas portas NOT (para inverte X e Y) e uma porta
AND. O equivalente ( X Y ) utiliza apenas uma porta NOR.
X Y implica na utilização de duas portas NOT e uma porta OR. O equivalente
( X Y ) utiliza apenas uma porta NAND.
Muitas vezes, no entanto, não dispomos no chip de uma porta necessária ao circuito,
sendo que, neste caso, é importante utilizarmos as disponíveis através de equivalentes. Se
precisamos de uma porta NOR, mas nosso chip só tem portas OR e NOT, devemos utilizar estas
portas prioritariamente. Exemplo: Simplificar a expressão:
X A B C A B C A B C A B C
A B (C C ) A C ( B B ) A B A C

4.2 – Circuitos Combinatórios:


Um Circuito Combinatório é definido como sendo um conjunto de portas cuja saída em
qualquer instante de tempo é função somente das entradas. Em contrapartida, um Circuito
Seqüencial, além de possuir portas, contém elementos de armazenamento denominados flip-
flops.

Estes circuitos são utilizados para várias funções dentro de um microcomputador, por
exemplo, e podem ser utilizados em qualquer dispositivo compatível com a lógica digital.

4.2.1 Circuitos Decodificadores:


Podemos exemplificar um circuito combinatório com um “Decodificador BCD8421
para Código Gray” (Tabela Verdade):
BCD 8421 GRAY
A B C D S3 S2 S1 S0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 1 0 0 0 1
0 0 1 0 0 0 1 1
0 0 1 1 0 0 1 0
0 1 0 0 0 1 1 0
0 1 0 1 0 1 1 1
0 1 1 0 0 1 0 1
0 1 1 1 0 1 0 0
1 0 0 0 1 1 0 0
1 0 0 1 1 1 0 1
1 0 1 0 1 1 1 1
1 0 1 1 1 1 1 0
1 1 0 0 1 0 1 0
1 1 0 1 1 0 1 1
1 1 1 0 1 0 0 1
1 1 1 1 1 0 0 0
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S3 AB C D AB C D A BC D AB CD AB C D AB C D ABCD ABCD
S2 AB C D AB C D ABCD ABCD AB C D AB C D A BC D ABCD
S1 A B CD AB CD ABC D ABC D A B CD ABCD AB C D AB C D
S0 AB C D A BC D AB C D ABC D AB C D A BC D AB C D ABCD
Simplificando as equações obteremos:
S3 = A S 2 AB AB A B
S1 = B C S0 = C D
Uma das aplicações mais importantes de um decodificador é a habilitação de circuitos
de memória. Desta forma, ao ser enviado um endereço binário para o decodificador, ele habilita
apenas o conjunto de bits referente àquele endereço. O exemplo abaixo é de um “decodificador 3
para 8”, que a partir dos endereços (entrada) de três bits é capaz de que selecionar oito memórias:

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4.2.2 Circuitos Aritméticos:


Para somarmos dois números binários de “n” bits basta efetuar a operação entre cada
um dos seus “n” bits. Devemos considerar ainda o “vai um”, que ocorre quando a soma supera
um dígito.
O Circuito Somador Completo (FULL ADDER) soma dois bits considerando na soma o
bit de carry in (“vem um”) que veio da soma anterior e, gerando além da saída o bit de carry out
(“vai um”):
Entrada - os dois bits a serem somados e o bit de carry in - A, B e Ci
Saída - a soma dos bits e o bit de carry out ("vai um") - S e Co

Podemos representar um Circuito Somador Completo pelo diagrama a seguir:

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Um circuito somador de 4 bits é montado a partir dos módulos de Circuito Somador do


diagrama anterior:

A saída terá também 4 bits para o resultado da operação matemática (soma). Porém,
existe a possibilidade de que a soma ultrapasse a capacidade do nosso somador (neste caso, 4
bits). Para isso, precisamos incluir um 5º bit, um bit de overflow.
Obs.: Como o somador de entrada não deve receber nenhum bit de carry in, é preciso forçar que
o Ci desse somador seja zero.

4.3 – CIRCUITOS SEQÜENCIAIS:


Um Circuito Seqüencial é definido como sendo um conjunto de portas cuja saída em
qualquer instante de tempo é função das entradas e/ou de seus estados anteriores que
permanecem armazenados (através dos Elos de Realimentação). Portanto um Circuito
Seqüencial, além de possuir portas, contém elementos de armazenamento denominados flip-
flops.
FLIP-FLOP RS BÁSICO

A Tabela Verdade deste circuito é a seguinte (Qa = Estado anterior, Qf = Estado final).
S R Qa Qf Qf Transição Conclusão
0 0 0 0 0 1 Estável Qf = Qa
1 0 0 1 1 0 Estável Qf = Qa
2 0 1 0 0 1 Estável Qf 0
3 0 1 1 0 1 Instável Qf 0
4 1 0 0 1 0 Instável Qf 1
5 1 0 1 1 0 Estável Qf 1
6 1 1 0 1 1 Não Permitido Q=Q
7 1 1 1 1 1 Não Permitido Q=Q

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Resumindo as conclusões anteriores, temos:

S R Qf
0 0 Qa
0 1 0
1 0 1
1 1 Não Permitido

Para que o Flip-Flop RS básico seja controlado convenientemente, é necessária a troca


dos dois inversores da entrada por portas NAND. No instante adequado ao microprocessador é
injetado um pulso de CLOCK informando ao Flip-Flop para receber as entradas R e S. Este
pulso de clock entra nas duas outras entradas daquelas portas NAND.

FLIP-FLOP RS COMANDADO POR PULSO DE CLOCK

Quando CLOCK = 0, as saídas das portas NAND de entrada serão sempre iguais a 1, ou
seja, semelhantes à situação Qf = Qa. Quando CLOCK = 1 o circuito irá comportar-se como um
Flip-Flop RS básico.

Tal circuito ainda tem o defeito de apresentar indefinição quando R e S forem iguais a 1
simultaneamente. Isto pode ser resolvido mantendo uma entrada D ligada ao S, e um D ligado
ao R (através de um inversor).

4.4 – MEMÓRIA RAM:


MEMÓRIA RAM DE 1 BIT

Estando a entrada de endereços em nível lógico 1, as portas AND (P1 e P2) liberarão a
passagem para os terminais R e S do Flip-Flop, do dado de entrada ligado na entrada D.

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ESCRITA (WRITE) LEITURA (READ)


END = 1 END = 1
Informação D Controle Escrita/Leitura (Write/Read) 0
Controle Escrita/Leitura (Write/Read) 1 Bit SL

A memória RAM de 1 bit descrita anteriormente é insuficiente para termos uma noção
completa de acesso (leitura ou gravação) de dados. Para tal devemos ter um conjunto de bits
referenciado por um endereço. O diagrama a seguir mostra quatro memórias de três bits cada:

O Decodificador endereça o conjunto de bits desejado a partir do endereço recebido


pelo barramento. Na verdade isso exigiria barramentos com muitas trilhas para endereçar as
memórias. A solução então foi adotar um esquema matricial, onde cada endereço não possui um
valor, mas sim dois: “linha” e “coluna”. A quantidade de trilhas do barramento de endereços
diminui exponencialmente com esta solução (Ver Apostila 4 – Subsistema de Memória).

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LISTA DE EXERCÍCIOS

1) Desenvolva a tabela verdade para as seguintes expressões booleanas:

a) A B C A B C
b) A (C B D)
c) A B C A B C A B C
d) ( A B) ( A C ) ( A B)
e) A B A B
f) A (B A C) D
Respostas:
a) Entradas b) Entradas c) Entradas
Saída Saída Saída
A B C A B C D A B C D
0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0
0 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0
0 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 1 1 0
1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1
1 0 1 1 0 1 0 1 0 0 1 0 1 0
1 1 0 1 0 1 1 0 0 0 1 1 0 0
1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 1 1
1 0 0 0 1
1 0 0 1 1
d) Entradas 1 0 1 0 1 f) Entradas
Saída Saída
A B C 1 0 1 1 0 A B C D
0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 1
0 0 1 0 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0
0 1 0 1 1 1 1 0 1 0 0 1 0 1
0 1 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0
1 0 0 0 0 1 0 0 0
1 0 1 0 0 1 0 1 1
1 1 0 0 e) Entradas 0 1 1 0 0
Saída
1 1 1 0 A B 0 1 1 1 1
0 0 0 1 0 0 0 0
0 1 0 1 0 0 1 1
1 0 1 1 0 1 0 0
1 1 1 1 0 1 1 1
1 1 0 0 0
1 1 0 1 1
1 1 1 0 0
1 1 1 1 1

2) Simplifique as seguintes expressões lógicas:

a) X A B B A C D E C D E E C D
b) X A B C (A B C A B C A B C)
c) X A B A B A C A C
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d) A ( X Y Z ) (W V ) ( R S T ) (Y Z X )
e) X A C C A B C A B A C
f) X (A C B C) A ( A A B) C C A B
g) A X Y X Y
h) A (X Y ) (X Y)
i) A X Z X Y Z
j) X ( A 1) ( B 0) D D 1
k) X ( A 1) B B A C C C 0 C
Respostas:
a) X A B E D b) X A B C c) X A (B C)
d) A X Y Z W V R S T e) X A
f) X A B C g) A X Y h) A X
i) A X (Z Y) j) X 1 k) X A C
3) Desenhe o diagrama lógico correspondente às seguintes expressões:

a) X A B (C D E )
b) X A ( B C D) ( B A)
c) X ( A B) (C D) E
d) Y A B (C D) E
e) Y ( A B ) (C D) E
Respostas:
a) b)

c)

d)

e)

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4) A partir das seguintes tabelas verdade encontre as expressões booleanas, simplifique-as e faça os
diagramas lógicos correspondentes:

a) Resposta: S1 A B
Entradas Sai.
A B S1
0 0 1
0 1 1
1 0 1
1 1 0
S1 B
b) Resposta:
S2 A B
Entradas Saídas
A B S1 S2
0 0 1 0
0 1 0 0
1 0 1 0
1 1 0 1
S1 A B
c) Resposta: S2 A
Entradas Saídas S3 B A
A B S1 S2 S3
0 0 0 1 1
0 1 1 1 0
1 0 1 0 1
1 1 0 0 1

d) Resposta: S1 B C A B
S2 A B C
Entradas Saídas
A B C S1 S2
0 0 0 1 0
0 0 1 0 1
0 1 0 0 0
0 1 1 0 1
1 0 0 1 1
1 0 1 0 1
1 1 0 1 0
1 1 1 1 1

5) Faça o diagrama e descreva o funcionamento de um Flip-Flop RS.

6) Faça o diagrama e descreva o funcionamento de um Flip-Flop RS controlado por pulso de clock.

7) Faça o diagrama e descreva o funcionamento de uma memória RAM de um bit.

8) Para que são utilizadas as entradas END, D, X e a saída S de uma memória RAM de um bit?
Resposta: END: Seleciona a memória que será lida ou gravada.
D: Entrada do dado (0 ou 1) para gravação.
S: Saída do dado (0 ou 1) para leitura.
X: Seleção de leitura ou gravação

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