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1 – INTRODUÇÃO
Um computador digital é uma máquina projetada para armazenar e manipular
informações representadas por algarismos ou dígitos que podem assumir dois valores distintos 0
ou 1, por isso são chamados de computadores digitais binários, ou simplesmente, computadores
digitais.
Fisicamente, os valores 0 ou 1 são representados no computador pelas tensões 0,5 V ou
3,0 V, respectivamente. Estes valores são entendidos pelo computador respeitando uma faixa de
tolerância, uma vez que é impossível construir equipamentos ou chips que mantenham
exatamente aquelas tensões.
O computador é fabricado com circuitos eletrônicos que precisam armazenar os sinais
binários e realizar certos tipos de operações com eles. Estes circuitos são chamados de “circuitos
digitais” e são formados por pequenos elementos capazes de manipular as grandezas binárias.
Estes pequenos elementos são conhecidos como portas (“gates”) por permitirem (ou não) a
passagem destes sinais, e os circuitos que contém portas lógicas são conhecidos como circuitos
lógicos.
Uma porta é um elemento do hardware, que recebe um ou mais sinais de entrada e
produz um sinal de saída, cujo valor depende da lógica estabelecida para sua construção.
2 – PORTAS E OPERAÇÕES LÓGICAS
Uma vez que as variáveis de entrada em uma porta lógica só podem ser 0 ou 1, é
possível tabular as saídas correspondentes em uma “Tabela Verdade”, em função da lógica da
porta. Também é possível tabular uma “Tabela Verdade” para um circuito lógico.
Importante salientar que o número de entradas em uma porta não precisa ser
necessariamente 2 (A e B), pois existem chips com mais entradas para uma mesma porta lógica.
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APOSTILA 3 – LÓGICA DIGITAL
Prof. Murilo Parreira Leal, M.Sc.
Disciplina: Arquitetura e Organização de Computadores
ENTRADA SAÍDA
A B X=A.B
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1
Uma das mais importantes utilidades desta porta é a ativação de uma linha de dados
para controlar o fluxo de bits em um computador (Ver Capítulo 3).
ENTRADA SAÍDA
A B X=A+B
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
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ENTRADA SAÍDA
___
A X=A
0 1
1 0
É interessante observar que a conexão de dois circuitos inversores em série produz, na
saída, um resultado de valor igual ao da entrada.
ENTRADA SAÍDA
__________
A B X=A.B
0 0 1
0 1 1
1 0 1
1 1 0
__________ ___ ___
A B X=A.B X=A.B
__________ ____ ____
0 0 1 1
Importante: A . B A.B
0 1 1 0
1 0 1 0
1 1 0 0
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Outras portas implementadas através de portas NAND:
DIAGRAMA 1
A B X=A+B
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 0
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__________ ___ ___
A B X=A+B X=A+B
__________ ____ ____
0 0 1 1
Importante: A+ B A+B
0 1 0 1
1 0 0 1
1 1 0 0
DIAGRAMA 2
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A B Z
0 0 I0
0 1 I1
1 0 I2
1 1 I3
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As equações básicas 1 a 9 podem ser provadas através do emprego das Tabelas Verdade
já mostradas anteriormente. As equações 10 a 20 podem ser demonstradas a partir das Tabelas
Verdade e das equações básicas 1 a 9. A equação 19 pode ser resolvida substituindo X por
X+X.Y (equação 16). As equações 21 e 22 referem-se ao “Teorema de Morgan” e podem ser
provadas a partir dos Diagramas 1 e 2 vistos anteriormente. As equações 23 e 24 representam a
Tabela Verdade do circuito XOR e NOT-XOR, mas muitas vezes não lembramos deste fato, por
isso estão acrescentadas na tabela acima.
Todas as equações podem ser utilizadas para simplificação dos circuitos lógicos
projetados, a fim de diminuir a quantidade de portas necessárias e, consequentemente, diminuir
o custo do mesmo. Analisemos os seguintes casos:
X Y implica na utilização de duas portas NOT (para inverte X e Y) e uma porta
AND. O equivalente ( X Y ) utiliza apenas uma porta NOR.
X Y implica na utilização de duas portas NOT e uma porta OR. O equivalente
( X Y ) utiliza apenas uma porta NAND.
Muitas vezes, no entanto, não dispomos no chip de uma porta necessária ao circuito,
sendo que, neste caso, é importante utilizarmos as disponíveis através de equivalentes. Se
precisamos de uma porta NOR, mas nosso chip só tem portas OR e NOT, devemos utilizar estas
portas prioritariamente. Exemplo: Simplificar a expressão:
X A B C A B C A B C A B C
A B (C C ) A C ( B B ) A B A C
Estes circuitos são utilizados para várias funções dentro de um microcomputador, por
exemplo, e podem ser utilizados em qualquer dispositivo compatível com a lógica digital.
S3 AB C D AB C D A BC D AB CD AB C D AB C D ABCD ABCD
S2 AB C D AB C D ABCD ABCD AB C D AB C D A BC D ABCD
S1 A B CD AB CD ABC D ABC D A B CD ABCD AB C D AB C D
S0 AB C D A BC D AB C D ABC D AB C D A BC D AB C D ABCD
Simplificando as equações obteremos:
S3 = A S 2 AB AB A B
S1 = B C S0 = C D
Uma das aplicações mais importantes de um decodificador é a habilitação de circuitos
de memória. Desta forma, ao ser enviado um endereço binário para o decodificador, ele habilita
apenas o conjunto de bits referente àquele endereço. O exemplo abaixo é de um “decodificador 3
para 8”, que a partir dos endereços (entrada) de três bits é capaz de que selecionar oito memórias:
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A saída terá também 4 bits para o resultado da operação matemática (soma). Porém,
existe a possibilidade de que a soma ultrapasse a capacidade do nosso somador (neste caso, 4
bits). Para isso, precisamos incluir um 5º bit, um bit de overflow.
Obs.: Como o somador de entrada não deve receber nenhum bit de carry in, é preciso forçar que
o Ci desse somador seja zero.
A Tabela Verdade deste circuito é a seguinte (Qa = Estado anterior, Qf = Estado final).
S R Qa Qf Qf Transição Conclusão
0 0 0 0 0 1 Estável Qf = Qa
1 0 0 1 1 0 Estável Qf = Qa
2 0 1 0 0 1 Estável Qf 0
3 0 1 1 0 1 Instável Qf 0
4 1 0 0 1 0 Instável Qf 1
5 1 0 1 1 0 Estável Qf 1
6 1 1 0 1 1 Não Permitido Q=Q
7 1 1 1 1 1 Não Permitido Q=Q
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S R Qf
0 0 Qa
0 1 0
1 0 1
1 1 Não Permitido
Quando CLOCK = 0, as saídas das portas NAND de entrada serão sempre iguais a 1, ou
seja, semelhantes à situação Qf = Qa. Quando CLOCK = 1 o circuito irá comportar-se como um
Flip-Flop RS básico.
Tal circuito ainda tem o defeito de apresentar indefinição quando R e S forem iguais a 1
simultaneamente. Isto pode ser resolvido mantendo uma entrada D ligada ao S, e um D ligado
ao R (através de um inversor).
Estando a entrada de endereços em nível lógico 1, as portas AND (P1 e P2) liberarão a
passagem para os terminais R e S do Flip-Flop, do dado de entrada ligado na entrada D.
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A memória RAM de 1 bit descrita anteriormente é insuficiente para termos uma noção
completa de acesso (leitura ou gravação) de dados. Para tal devemos ter um conjunto de bits
referenciado por um endereço. O diagrama a seguir mostra quatro memórias de três bits cada:
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LISTA DE EXERCÍCIOS
a) A B C A B C
b) A (C B D)
c) A B C A B C A B C
d) ( A B) ( A C ) ( A B)
e) A B A B
f) A (B A C) D
Respostas:
a) Entradas b) Entradas c) Entradas
Saída Saída Saída
A B C A B C D A B C D
0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0
0 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0
0 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 1 1 0
1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1
1 0 1 1 0 1 0 1 0 0 1 0 1 0
1 1 0 1 0 1 1 0 0 0 1 1 0 0
1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 1 1
1 0 0 0 1
1 0 0 1 1
d) Entradas 1 0 1 0 1 f) Entradas
Saída Saída
A B C 1 0 1 1 0 A B C D
0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 1
0 0 1 0 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0
0 1 0 1 1 1 1 0 1 0 0 1 0 1
0 1 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0
1 0 0 0 0 1 0 0 0
1 0 1 0 0 1 0 1 1
1 1 0 0 e) Entradas 0 1 1 0 0
Saída
1 1 1 0 A B 0 1 1 1 1
0 0 0 1 0 0 0 0
0 1 0 1 0 0 1 1
1 0 1 1 0 1 0 0
1 1 1 1 0 1 1 1
1 1 0 0 0
1 1 0 1 1
1 1 1 0 0
1 1 1 1 1
a) X A B B A C D E C D E E C D
b) X A B C (A B C A B C A B C)
c) X A B A B A C A C
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d) A ( X Y Z ) (W V ) ( R S T ) (Y Z X )
e) X A C C A B C A B A C
f) X (A C B C) A ( A A B) C C A B
g) A X Y X Y
h) A (X Y ) (X Y)
i) A X Z X Y Z
j) X ( A 1) ( B 0) D D 1
k) X ( A 1) B B A C C C 0 C
Respostas:
a) X A B E D b) X A B C c) X A (B C)
d) A X Y Z W V R S T e) X A
f) X A B C g) A X Y h) A X
i) A X (Z Y) j) X 1 k) X A C
3) Desenhe o diagrama lógico correspondente às seguintes expressões:
a) X A B (C D E )
b) X A ( B C D) ( B A)
c) X ( A B) (C D) E
d) Y A B (C D) E
e) Y ( A B ) (C D) E
Respostas:
a) b)
c)
d)
e)
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4) A partir das seguintes tabelas verdade encontre as expressões booleanas, simplifique-as e faça os
diagramas lógicos correspondentes:
a) Resposta: S1 A B
Entradas Sai.
A B S1
0 0 1
0 1 1
1 0 1
1 1 0
S1 B
b) Resposta:
S2 A B
Entradas Saídas
A B S1 S2
0 0 1 0
0 1 0 0
1 0 1 0
1 1 0 1
S1 A B
c) Resposta: S2 A
Entradas Saídas S3 B A
A B S1 S2 S3
0 0 0 1 1
0 1 1 1 0
1 0 1 0 1
1 1 0 0 1
d) Resposta: S1 B C A B
S2 A B C
Entradas Saídas
A B C S1 S2
0 0 0 1 0
0 0 1 0 1
0 1 0 0 0
0 1 1 0 1
1 0 0 1 1
1 0 1 0 1
1 1 0 1 0
1 1 1 1 1
8) Para que são utilizadas as entradas END, D, X e a saída S de uma memória RAM de um bit?
Resposta: END: Seleciona a memória que será lida ou gravada.
D: Entrada do dado (0 ou 1) para gravação.
S: Saída do dado (0 ou 1) para leitura.
X: Seleção de leitura ou gravação
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