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SOBRE O AUTOR

O lá senhores, podem me chamar de Psicanalista Realista, sou um homem de


origem humilde, bem ferrada mesmo, nasci favelado numa família de 3 irmãos,
sou o do meio, filho de uma empregada doméstica e de um motorista.

Provei de todos os benefícios que a pobreza tem a oferecer: precariedade nos cuidados
com a saúde, e menos ainda nos cuidados sanitários, alimentação deficiente, quando não
ausente, e aquela educação de qualidade que só uma escola pública nos anos 90 pode
oferecer.

Achava meio humilhante ter de herdar as roupas furadas do meu irmão mais velho,
mas quando minha mãe aparecia com roupas, em especial cuecas, dos filhos das patroas
dela aí um novo fundo do poço era alcançado — por mais que me sentisse humilhado,
tenho que admitir que as roupas dos filhos das patroas eram as melhores peças que tinha
e quem sofria mais nesse sentido era o caçula que pegava elas depois de mim.

Pois bem, se já não bastasse o azar de nascer “cagado”, tive uma mãe narcisista. Até
os meus 5-7 anos ela sequer chamava eu e meu irmão mais novo pelo nome, nos chamava
de desgraças, pestes, pragas e toda sorte de apelidos “carinhosos”. Nos amaldiçoava todos
os dias e tinha aquele carinho e trabalho especial para ter certeza de que a gente iria se
sentir miserável todos os dias, o mais velho não foi incluído na frase acima, afinal de contas
ele era o “dourado
dourado””.

Eu sempre fui uma criança normal, convenhamos, é difícil ser feio durante a primeira
infância. Se você é feio sendo pequeno, meu amigo, você será do nível do Vampeta ou terá
o famoso gráfico de Play1 quando crescer — parafraseando o saudoso Beta Pobre.

Com o advento da adolescência, as coisas começaram a mudar, pois minha genética


diferenciada começou a atacar e a feiura veio com força, meu amigo: magrelo, barrigudinho,
pedra no peito, só a derrota... como se não bastasse, aos 12 anos comecei a usar óculos,
e a esta parte cabe um adendo…

Meu primeiro óculos foi de 5 graus no olho esquerdo e 0,5 no olho direito, essa obra
de arte me deixava com um olho super pequeno e outro normal, para quem olhasse para
minha “lataria” que já era judiada ia me ver como caolho, o óculos sepultou minha carreira já

Sobre autores
fracassada de romances no ensino médio. Insta mencionar que esse problema poderia
ter sido corrigido facilmente com o uso de tapa-olhos que forçaria a vista preguiçosa a se
adaptar, mas repare bem qual é o tipo de criança que você vê com tapa-olho na rua: nunca
que é o pobretão fudido.

Meu falecido pai, que era um grande homem e excelente exemplo, apesar, é claro, de
não ser perfeito, era um homem muito trabalhador, inclusive hoje me pego às vezes pensando
na vida de GADO MÁXIMA que ele teve. Desde que me entendo por gente, não teve mais do
que 5 mudas de roupa porque o cara viveu só para trabalhar e nos prover o básico, sem ter
tido nenhum tipo de lazer ou conforto, eu sou o fruto do sacrifício dele, mas hoje, sabendo o
que sei (pós redpill), sinceramente, não sei se essa vida vale a pena…

Pois bem, ele tinha um ditado que repetia sempre: “a doença ainda está na porta e
vocês já estão aí morrendo/reclamando”, tal frase lembrou-me de que em uma determinada
situação eu avisei várias e várias vezes que não enxergava corretamente com o olho
esquerdo, porém ele afirmava que era frescura. Em outra ocasião tive uma infecção no
ouvido, e meus pais demoraram tanto pra me levar ao médico, afinal de contas pobre só
vai no médico mesmo quando tá morrendo, que esse cogitou a possibilidade de ter ficado
surdo se não tivesse procurado ajuda em tempo hábil. Depois desse fato, aos 14 anos, eu
percebi que deveria me tornar o responsável pela minha própria saúde.

Mas sejamos justos, meu pai era um peão de roça que trabalhava igual condenado
desde os 8 anos, ou seja, pra ele REALMENTE tudo era frescura e também nós não
tínhamos dinheiro para ter atendimento médico, por isso, ele também precisava se enganar
acreditando que não era nada grave, e caso você ainda tenha dúvidas da boa fé dele, eu sou
capaz de afirmar que a única pessoa que realmente teve amor incondicional por mim, foi
ele, meu velho morreria por mim sem pensar 2 vezes.

Lataria judiada, óculos fundo de garrafa, caolho, o ostracismo era garantido, mas o
destino não costuma trollar a gente 100%: nasci pobre e cagado, mas pelo menos sempre
tive um cérebro, e sempre fiz uso dele. Mesmo sem esforço e sendo da turma do fundão
sempre estava entre o TOP 3 da sala, o que também me marcou com a pecha de NERD para
consolidar a posição de beta (lembrando que hoje nerd é visto como algo relativamente
positivo, e essa não era a realidade no passado).

Certa vez, em um podcast de um colega ouvi esse dizer, referindo-se tão somente ao seu
interesse sexual por elas, que não gostava muito de mulher, num nível de 0 a 10 ele gostava
num nível 3 fazendo com que só se interessasse por mulheres bonitas. Meu amigo, esse
era e é exatamente o meu caso, por mais que eu tenha sempre sido cagado eu só queria as
bonitinhas, entretanto, não preciso nem falar, não é... Tenho um histórico de rejeição altíssimo
e sempre tive menos chances de sucesso do que o Cirilo com a Maria Joaquina, o pior é
que vez ou outra aparecia uma ou outra até decente e eu não pegava, era retardado demais.

Sobre Autores
Trabalho e sustento meus gastos desde os 14 anos em toda sorte de emprego bosta
e imaginável. Em supermercados, já executei quase todas as funções, inclusive, presenciei
coisas interessantes como, por exemplo, clientes do supermercado que não aceitavam
meu envolvimento com suas filhas e me tratavam igual lixo mudarem o seu tratamento
comigo da água pro vinho quando comecei a faculdade de direito e, posteriormente, mais
ainda quando virei advogado. As mesmas clientes que antes me viam igual lixo passaram
a me bajular.

Quando virei advogado ainda era pobre pra cacete, não se enganem, embora seja
uma área que carrega um certo status para as pessoas de fora do meio jurídico, a realidade
é que o advogado é o peão da área jurídica, advogado hoje em dia que faz dois mil reais
fixo mês dá graças à Deus, só vale a pena pra quem tem família ou parente com escritório
ou esquema certo, senão tu vai se lascar pra cacete pra ganhar mixaria e aguentar abuso
de juiz igual um cachorro e sem poder falar um “a”.

Apesar disso, ao me tornar advogado, passei a existir de fato para as mulheres e


as pessoas no geral. Mas a realidade financeira e da lataria ainda era a mesma, embora
eu tenha crescido pra caramba, tenho 1,86m, o que deu uma eliminada na pança que me
acompanhou na adolescência.

Aos 26 anos, fui nomeado para o cargo que hoje ocupo e aí tudo mudou... Estou longe
de ser rico, mas pros padrões da minha família hoje eu sou milionário, vivo só, sem filhos
ou mulher, então, o que ganho dá e sobra. Minha função é técnico-científica, com isso,
ninguém se mete no meu trabalho, e tenho uma arma e um distintivo, esses dois exercem
um poder inacreditável nas pessoas, especialmente, sobre as mulheres.

Hoje, tenho uma vida confortável e acesso a todo tipo de local e pessoas, desde os
pobretões com os quais mais me identifico à elite das cidades que frequento, o que inclui:
políticos, magistrados, promotores, empresários, artistas e todo tipo de gente que sequer
existe por trás de sua persona. Fisicamente dei uma bela melhorada na lataria que já não
é mais tão judiada e me permite gozar dos prazeres da vida com certa facilidade, mas
o ponto é que assim como os senhores EU SEI O QUE É SER UM LEGÍTIMO POBRETÃO
BOSTILEIRO.

Podemos dizer que eu sou um homem com casca, pois cada porrada que tomei da
vida me fez mais forte, inclusive usei a raiva como elemento motivador até o início da
minha vida adulta, coisa que não recomendo, porém definitivamente pode ser útil. Não
consigo atribuir os resultados do meu “sucesso” a outra coisa que não seja o resultado
inexorável do meu destino e dessas pancadas, e por mais sádico que possa parecer, se
tivesse que escolher, acho que viveria a mesma vida de merda. Meu lado narcisista não me
deixa negar: tenho orgulho do homem que me tornei e sei que este só fora possível graças
às merdas que passei.

Sobre autores
OK, estou aqui me apresentando, mas este livro não é sobre mim, é sobre vocês. Depois
de muito refletir percebi que há muitas coisas que não podem ser vencidas tão somente
com trabalho e dedicação, e neste momento da minha vida atuando como psicanalista e
tendo passado dos 30 anos pude perceber como os jovens estão perdidos no mundo, pior
ainda, no Bostil. Para ser sincero, esse também era o meu caso no auge dos meus 18 anos.
Desse modo, esta obra tem por objetivo reunir uma série de conhecimentos que eu gostaria
que tivessem me ensinado quando jovem, mas ninguém o fez. Portanto, senhores, escrevo
para o jovem Rafael que é um de vocês, mais um pobretão sem rumo e sem destino, espero
que seja útil para vocês e que caminhemos juntos nessa jornada.

Sobre Autores
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PREFÁCIO/ADVERTÊNCIA
F aço minhas as palavras de Nessahan Alita quando digo que esta obra deve ser
lida sob a perspectiva do humor e da solidariedade, jamais da revolta. Assim
como as obras dele este livro tem um tom crítico, direto, irônico e incisivo que reflete tão
somente o apontamentos de comportamentos humanos, não podendo ser invocado como
incentivo ou respaldo a nenhuma forma de agressão.

Entendo perfeitamente que o conteúdo que trago aqui nessa obra é bastante
problemático e nunca é demais lembrar que eu não tenho nenhuma aspiração política
nem para minha pessoa nem para minhas ideias, e esse é o grande problema desse tipo de
“conhecimento” porque as pessoas usam ele para fortalecer vieses políticos identitários,
ideológicos.

Com essa intenção um cara pode pegar o meu estudo e utilizar para justificar vieses
de direita aí os esquerdistas vão me cancelar, já se um cara de esquerda usa meu livro
pra lacrar serei execrado pela direita, então peço que não utilizem o que eu falo pra ficar
brigando na internet ou se radicalizando, primeira porque você não vai ganhar nada com
isso e também porque você vai arrumar um monte de inimigo pra você e pra mim, não
preciso que ninguém me ame, mas certamente também não preciso de inimigos ainda
mais de graça.

Prefácio
Esse conhecimento conhecido como red pill é bastante problemático, lido diariamente
com pessoas que dizem ter esse conhecimento e que tentam transmitir ele pela internet,
grande parte não tem nenhum filtro e ficam colocando minhoca na cabeça de menores
de idade, o que a meu ver é de uma irresponsabilidade tremenda. Parte considerável de
quem reproduz essas ideias e de quem as consome estão à margem da sociedade e outros
tantos têm claros problemas mentais.

Não podemos medir o todo pela parte. Vejamos um exemplo, uma coisa é o cristianismo
outra é o cristão. O cristianismo é, em maior parte, louvável, mas se medirmos ele pelos
cristãos aí o negócio começa a ficar complicado. Não é porque muitos cristãos são fdp
que necessariamente o cristianismo não presta, sem querer ser relativista, mas isso serve
pra tudo. Uma coisa é o libertarianismo, outra os libertários. Uma coisa é o anime, outra
são os otakus, uma coisa é legião urbana, outra os fãs chatões... ok, nesse caso legião
também é chato pra caralho..... os exemplos foram extensos, mas precisava deixar claro
que temos o hábito de julgar o todo pela parte, porque é mais fácil, conveniente e não exige
dose nenhuma de bom senso ou maturidade.

Como disse é muito fácil para qualquer canalha pegar essa minoria mais radical e
associar ao conjunto das ideias “masculinistas” a discurso de ódio, assim como é muito
fácil pegar a citação da minha obra por um ou outro idiota bitolado e vir jogar em mim a
pecha de incentivador de crimes e afins, essa turminha é patética e sem limite, mas enfim,
se já irei colecionar inimigos sem fazer nada o que peço a vocês é que não facilitem o
trabalho dos seus detratores, comportem-se.

Depois de dois anos estudando esses materiais na gringa e no Brasil, percebi que o
nível da informação disponível no Brasil era bastante limitada, alguns poucos produtores
de conteúdo tratam o tema de forma técnica, e se tirar os bitolados e os PUAs, mais
interessados em ganhar dinheiro do qualquer outra coisa, não há nada de muito útil e
objetivo, quando alguém acerta na produção do conteúdo normalmente não tem nenhuma
preocupação em ponderar as ideias apresentadas e menos ainda em não bitolar quem
está ouvindo elas.

Percebendo ainda que alguns clientes e jovens no geral quase sempre ficavam
bitolados quando em contato com essas ideias resolvi escrever essa obra, no sentido de
transmitir as ideias “proibidas”, mas sem tornar as pessoas que entram em contato com
ela ainda mais dodóis da cabeça, acredito que consegui.

Este livro é um adeus, e já foi concebido desta forma, cheguei à conclusão de que
já não há muito mais para aprender nestes meios, logo irei me enveredar pros outros
caminhos, decidi escrever e compartilhar as informações úteis que aprendi, uma espécie
de farewell gift. Tenho a pequena esperança de que esta obra possa elevar a base e o nível
das discussões sobre o tema que anda bastante decadente no Brasil.

Apesar dos últimos parágrafos soarem arrogantes, a verdade é que não sou melhor

Prefácio
do que ninguém, fiz amizades com bons produtores de conteúdo no Youtube e sou grato a
maioria destes, mas a realidade do ambiente masculino na internet é a que expus, os bons
hão de perdoar minha sinceridade, até porque estes sabem que é uma verdade.

Como psicanalista, meu objetivo é trazer equilíbrio e saúde mental às pessoas e os


conhecimentos aqui presentes funcionam como um remédio amargo, mas necessário,
para aqueles que são execrados pelo mundo, a prática já me confirmou que a junção
dos ensinamentos desta mais uma dose de maturidade e bom senso opera verdadeiros
milagres clínicos.

No entanto até mesmo o melhor dos remédios ou a melhor das intenções pode
acarretar em efeitos colaterais, desta feita deixo claro, mais uma vez fazendo uso das
palavras de Alita que este autor não se responsabiliza por más interpretações, leituras
tendenciosas, generalizações indevidas ou distorções intencionais fundamentadas em
qualquer argumentação canalha que acarrete em mau uso dos dados desta obra, quem
vier a distorcer ou utilizar isso aqui indevidamente que responda sozinho por seus atos,
cada um com seu BO.

Prefácio
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
A CURVA DE GAUSS (CURVA EM SINO) E O
SISTEMA DE RANKING DA VIDA
DINHEIRO
INTELIGÊNCIA
COMPETÊNCIA
HIERARQUIAS E ESTRUTURAS
POLÍTICA
DILEMAS X DILEMAS
PERSONALIDADES E RELAÇÕES
RELACIONAMENTOS
PALAVRAS SÃO SÓ PALAVRAS
CONSTRUA SUA PRÓPRIA VISÃO DE MUNDO
INTRODUÇÃO
“A experiência é um troféu composto por todas as armas que nos feriram”

S
Marco Aurélio

abe aquele sentimento que nos aflige quando aprendemos uma lição importante,
ou adquirimos um conhecimento, ou habilidade, determinante para nossa vida
pessoal? Imediatamente nos pegamos olhando para o passado e alguns pensamentos
irrompem nossa mente: “putz, se eu soubesse disso quanto tinha X anos, não teria feito
aquela cagada”; “nossa, se eu soubesse disso, não teria feito aquilo com fulano de tal”;
“caramba, como eu não percebi isso antes, pois a minha vida teria sido bem mais fácil”;
“meu Deus, se eu pudesse voltar no tempo, teria feito outras escolhas” e afins.

Esse sentimento é natural e faz parte da experiência humana. Com isso, pessoalmente,
com certa frequência, realizo o que intitulo como “exame dos 5 anos”: comparo-me
a minha versão antiga e, por consequência, sempre chego a conclusão de que era um
idiota, concluo também que me sentirei um idiota 5 anos no futuro. Mas, a bem da verdade,
quanto mais tempo passa, mais percebemos que as grandes e significativas mudanças em
nossas vidas vão diminuindo em relação a sua ocorrência tanto em quantidade quanto em
intensidade, uma vez que o tempo leva nossa juventude e varre com ela as experiências e
oportunidades.

Erros fazem parte da experiência humana, ainda mais entre os jovens, já que nosso
córtex pré-frontal só termina de se desenvolver plenamente por volta dos 25 anos. Com
um cérebro plenamente formado já fazemos bobagens homéricas, assim, imagine um jovem
escravo dos seus instintos e com uma visão distorcida da realidade… O fracasso é inevitável.

Vejam, por exemplo, o amor juvenil, há evidências que sugerem que o amor adolescente
é muito mais intenso que o amor adulto. Percebam que até nos erros há uma questão de
perspectiva, pois quando somos jovens, devido ao desenvolvimento incompleto, sentimos
as coisas com bastante intensidade, este turbilhão de emoções intensas dá um tempero
especial para a vida. Porém, já quando adultos, somos quase incapazes de sentir as coisas
nessa intensidade, justamente por isso, reduzimos o número de merda que fazemos.

Portanto, senhores, escrevo este livro para vocês e para mim, tendo em mente o Rafael
de 18 anos, arrogante, metido a sabichão, bem tapado pra ser honesto. Compilei as lições
que teriam tornado a minha vida bem mais fácil, certamente tais lições serão úteis para todo
indivíduo que souber incorporá-las SEM EXCESSOS.

Introdução
Faremos isso utilizando 3 (três) eixos: Saber onde você está/Quem você é (Eixo I), Saber
como o mundo é (Eixo II) e, por fim, Saber como as pessoas são (Eixo III). Essa divisão tem
um caráter didático bastante intuitivo.

No Eixo I o leitor aprenderá a se determinar como indivíduo, sob termos que indicarão
quase sempre características pessoais, identificando onde se encontra em nível de
inteligência, de riqueza material, beleza e afins. Pensem comigo: é possível que um homem
que está entre os 10% mais feios da população se torne um modelo famoso? Sim, é possível,
porém alucinadamente improvável. Seguindo esta linha de raciocínio é natural supor que um
indivíduo pobre e desprovido de uma estética favorável, mas com inteligência superior a
90% da população, terá maior facilidade em transformar sua realidade por meio do estudo/
conhecimento, em comparação a um indivíduo com a beleza de um deus grego (top 1%),
mas com a inteligência de um jumento. Para este, será melhor seguir um caminho que faça
uso do presente que a natureza lhe deu, e acreditem, a natureza premia todos.

No Eixo II e III o indivíduo, já sabendo onde se encontra nas estruturas analisadas,


será orientado no sentido de saber quais são as verdadeiras dinâmicas macrossociais
(mundo) e microssociais (relações), deixará de acreditar em mitos que não sobrevivem ao
confronto com a realidade e conhecerá o verdadeiro jogo social destas estruturas, podendo
se tornar um jogador de maior sucesso, caso queira fazer parte da partida, ou poderá se
escusar de jogar com maior competência, já que saberá as verdadeiras regras da mesa.
• Quais são as minhas chances de sucesso na vida?
• Até que ponto sou responsável pelo meu fracasso?
• Como ter “sucesso” na vida, vindo de uma família pobre?
• Até que ponto o dinheiro determina o sucesso na vida material e no amor?
• É possível que eu, sendo feio, consiga ter um relacionamento sadio e duradouro?
• Existem príncipe e princesa encantados?
• Se tudo é tão difícil, devo desistir ou lutar?
• Trabalho duro irá garantir meu sucesso profissional?
• Existem relacionamentos perfeitos?
• Existem amores e amizades verdadeiros?

Estas são algumas das questões que serão abordadas nesta obra. Por fim, reitero
que o objetivo da obra é transmitir minha experiência e observação empírica da realidade,
compilando o que julgo útil para o leitor que cresce, muitas vezes, sem uma figura
parental ou quaisquer instruções úteis de terceiros. Números não se importam com nossos
sentimentos e podem ser usados para o bem ou para o mal, por isso, esta obra analisa
diversos dados e gráficos que possuem disposições polêmicas, os quais costumam ser
sumariamente condenados ou ignorados pelas estruturas sociais, mesmo que esses
descrevam a realidade. Isso posto, cabe o alerta abaixo, antes de iniciarmos os trabalhos:

Introdução
O livro trará conceitos que norteiam a realidade material, uma vez que quase tudo na
vida é multifatorial, mais ainda quando tratamos de relações sociais. Use o conhecimento
desta obra para abrir sua mente e se determinar na realidade, fazendo com que seja mais
fácil atingir seus objetivos. Não se limite, NÃO SEJA UM BITOLADO, para toda regra há uma
exceção, por mais rara que possa ser. Em nós, humanos, há a capacidade para o bem e para
o mal na mesma proporção, portanto, a sua realidade material pode, sim, ser profundamente
alterada.

Os dados dispostos nesta obra tratam tão somente de PROBABILIDADES, e como


tais devem ser encarados. Enquanto houver chance, há esperança. Estas informações
NÃO TEM UM CARÁTER FATALISTA, não deixe que os números e a observação empírica da
realidade retirem a sua humanidade; viva e seja a melhor versão de você mesmo, apesar
deles.
- SABER ONDE VOCÊ ESTÁ CAPÍTULO I
- QUEM VOCÊ É
A CURVA DE GAUSS (CURVA EM
SINO) E O SISTEMA DE RANKING
DA VIDA
EIXO I
G uardem bem a imagem abaixo, senhores, ela não inaugura a lista das figuras
desta obra por acaso, você não retornará a ela apenas ao final deste tópico,
mas, sim, diversas vezes durante a leitura. Aviso aos leitores que tenham domínio da língua
inglesa, que o conteúdo deste link será capaz de explicar as ideias deste capítulo e “abrir”
ainda mais a cabeça dos senhores, de forma mais dinâmica do que a própria leitura.

Carl Friedrich Gauss

Comecemos a obra... Dados podem ser distribuídos e analisados de diversas formas:

Os gráficos acima apresentam dados distribuídos para a direita, para a esquerda e


sem uma tendência definida. No entanto, existem diversos casos que os dados tendem a se
formar em volta de um valor central formando um gráfico harmônico que se APROXIMAM
de uma distribuição normal formando assim a Curva de Gauss, Curva em Sino (Bell Curve).

EIXO I - Capítulo 1: A Curva de Gauss (Curva em Sino) e o Sistema de Ranking da Vida


A Curva em Sino é uma distribuição natural e o histograma amarelo apresenta um
desenho semelhante, mas NÃO PERFEITO (como ocorre de forma usual).

A distribuição natural apresenta ainda os seguintes elementos:

• Moda, média e mediana;

• Simetria;

• 50% dos valores acima da média;

• 50% dos valores abaixo da média;

A distribuição natural é uma das distribuições de probabilidade mais utilizadas


para modelar fenômenos naturais isso porque os fenômenos naturais apresentam uma
distribuição normal ou aproximadamente normal com uma frequência digna de nota,
além disso as médias de amostras retiradas de uma distribuição inespecífica tenderão a
apresentar um comportamento normal à medida em que o tamanho da amostra aumentar.
(BITTENCOURT, Hélio Radke; VIALI, Lori. «Contribuições para o Ensino da Distribuição
Normal ou Curva de Gauss em Cursos de Graduação» (PDF). III Seminário Internacional de
Pesquisa em Educação Matemática. Consultado em 10 de abril de 2017)

Vamos agora analisar alguns exemplos para ilustrar o “matematimaquês” do último


parágrafo:

Primeiramente, analisemos essas imagens retiradas deste endereço.

EIXO I - Capítulo 1: A Curva de Gauss (Curva em Sino) e o Sistema de Ranking da Vida


Percebam que quanto maior o nível do desvio padrão, maior a raridade da ocorrência do
elemento, já tratando-se de uma distribuição normal, sempre tendemos à média. Notem que a
maioria dos elementos está dentro dos primeiros desvios.

Puta de um papo chato pra caramba, admito, mas fez-se necessário para que possamos
arregaçar nossas mangas, pois você já deve estar se perguntando como diabos isso vai
mudar sua vida e porquê essa chatice te interessaria, pois bem, tragamos isso à nossa
realidade.

EIXO I - Capítulo 1: A Curva de Gauss (Curva em Sino) e o Sistema de Ranking da Vida


Os gráficos acima representam a distribuição da população de dois jogos online
muito famosos que contam com milhões de jogadores. Neles as classes vão desde o
Iron(Ferro) que evolui passando pelo Bronze, Silver (Prata), Gold (Ouro), Platinum (Platina)
ao Diamond (Diamante) passando a ter designações específicas para a extrema elite dos
participantes que vão do Immortal (imortal) ao Radiant (Radiante=aquele que emite luz) no
jogo VALORANT e Master (mestre), GrandMaster (Grande Mestre) e Challenger (Desafiante)
na população do jogo LEAGUE OF LEGENDS.

Quase todo jovem brasileiro já jogou ou, no mínimo, conhece bem esses e/ou outros
jogos online que possuem um sistema de rankeamento. Para aqueles não familiarizados

EIXO I - Capítulo 1: A Curva de Gauss (Curva em Sino) e o Sistema de Ranking da Vida


com essa área, explico que os jogadores disputam partidas entre si, ganhando ou perdendo
pontos de acordo com o número de vitórias, digladiam-se no sentido de subir na hierarquia
da estrutura metassocial, ou seja, não é diferente de qualquer outro esporte, dessa maneira,
utilizando o esporte como exemplo, as séries C e B do campeonato brasileiro poderiam
ser consideradas o Ouro, a série A o Platina, e os campeonatos Europeus o Diamante.
Nos jogos eletrônicos, assim como nos demais esportes, os melhores jogadores ganham
reconhecimento, fama e dinheiro.

Você, jovem, sabe muito bem qual é seu rank e onde está seu nível de habilidade
dentro do universo virtual e da estrutura do jogo, mas sabe qual seu rank na vida? Vejo que
a maioria das pessoas estão completamente perdidas quando é preciso se determinar
na realidade material, pois uma parte acha que tem muito mais poder e status do que
realmente tem, e a outra acredita que o jogo e o sistema de ranqueamento sequer existem.

A verdade, desagradável e inconveniente, é que na vida real também há um sistema


de castas, tão ou mais severo que o mais injusto dos jogos. Sua posição hierárquica é
definida e observada pelo grupo nas suas relações profissionais, lúdicas e amorosas, ou
seja, em todas as relações. Mas se você perguntar para as pessoas, a maioria irá mentir
e dizer que TODOS SÃO DIAMANTES, que não carregam preconceitos e que todos são
iguais, dinheiro não importa, e que sempre tratam todos da mesma forma independente de
cor, credo, e conta bancária.

O ser humano é um animal comunitário, e há em nós uma capacidade extraordinária


de formação e percepção de estruturas hierárquicas, mesmo que inconscientemente. Ao
entrar num ambiente, como, por exemplo, uma sala de aula, em pouquíssimo tempo, quiçá
segundos, já temos uma boa noção de como cada indivíduo ali presente se encontra naquela
estrutura social, a depender dos critérios sociais e dos valores bem quistos naquele grupo.
Você irá perceber quem é aquele que você não pode mexer senão levará porrada, quem é o
saco de pancada da turma, quem são os riquinhos metidos a besta e afins.

A beleza quase sempre exerce um fator importante, logo, os mais belos estão acima
da média da estrutura, sendo cobiçados e bajulados na maioria das estruturas, mas na
vida nada é tão simples, há estruturas em que certas qualidades importam pouco ou quase
nada. Num grupo com 10 lutadores de Jiu-Jitsu, a hierarquia será determinada através da
competência física e da habilidade na arte marcial, quem terá mais status será o melhor
lutador e não necessariamente o mais belo e/ou mais rico. Todo grupo por menor que seja
irá estabelecer essa dinâmica social, a qual não difere em nada de um ranqueamento.

Estamos rankeados das mais variadas formas nas distintas estruturas, parte desse
ranqueamento se dará devido a fatores genéticos, ou aleatórios, outros serão culpa exclusiva
de nossa letargia ou incapacidade, observemos algumas distribuições e imaginemos onde
estamos nelas:

EIXO I - Capítulo 1: A Curva de Gauss (Curva em Sino) e o Sistema de Ranking da Vida


NA DISTRIBUIÇÃO DE ALTURA

Percebam que o estudo acima demonstra que 90% das mulheres rejeitam um homem
com altura igual ou inferior a 64 polegadas (aproximadamente 1,63m), ou seja, se você é
um homem adulto com essa altura, isso automaticamente o alocará ao nível de um Prata/
Bronze.

Mas calma lá, amigo! Não é o fim do mundo, primeiro porque ainda sobraram 10%
das mulheres, segundo porque há outros fatores que determinam a atração, os quais serão
abordados no decorrer da obra, e, além disso, uma baixa estatura pode ser alucinadamente
útil em determinadas áreas, como ocorre no caso do medalhista olímpico Arthur Zanetti,
que possui 1,56m altura essencial para o melhor rendimento nas argolas e nas demais
modalidades da ginástica olímpica.

Continuando a análise do gráfico abaixo, note que um homem com mais do que 84
polegadas (aproximadamente 2,13m) será rejeitado por 70% das mulheres, mas poderá ter
uma carreira promissora no basquete. Por fim, ter uma altura próxima a 1,83m, é o equivalente
a ser um Diamante, tendo uma rejeição inferior a 2% junto ao público feminino.

EIXO I - Capítulo 1: A Curva de Gauss (Curva em Sino) e o Sistema de Ranking da Vida


NA INTELIGÊNCIA

Perceba que a probabilidade de ter um QI genial é a mesma de ter um QI abaixo da


média, muitas vezes estar em ambos extremos pode ser uma coisa negativa, lembrem-se
disso, cada caso é um caso.

NA RIQUEZA

EIXO I - Capítulo 1: A Curva de Gauss (Curva em Sino) e o Sistema de Ranking da Vida


O universo joga dados com você e algumas vezes ele vai te sacanear um bocado
seja te dando uma altura abaixo da média, uma inteligência precária, ou te fazendo nascer
numa família pobretona; mas ele também pode ser generoso, te dando um olho azul (8%
da população) ou quiçá um olho verde (2% da população), uma família milionária ou uma
habilidade esportiva extraordinária e quem sabe ainda te dará ainda um belo senso de
humor.

O importante é percebermos o que está e o que não está ao nosso alcance, pois há
distribuições que independem de nossa vontade como altura, nível social dos nossos pais,
e até o nosso nível de beleza, é óbvio que podemos gastar com procedimentos estéticos,
mas um sujeito de 1,50m jamais terá 1,80m, a vida é assim, não podemos ter tudo.

No entanto, há distribuições que têm caráter mutável e em boa parte meritocrático,


logo, dependem majoritariamente de nós e de nossa vontade - o que não significa dizer que
ignoro a dificuldade que alguém pobre terá para obter sucesso se comparado a pessoas
vindas de famílias ricas e/ou estruturas mais favoráveis - como a tabela de distribuição
financeira, a obtenção de um corpo sarado, e também a obtenção de alto status. Um
betinha feioso que dedique alguns anos na academia e passe em medicina verá seu status
ser alavancado para o topo da sociedade bostileira, um mero título o levará do lixo ao luxo,
embora um corpo sarado proporcione menos benesses do que o diploma de medicina
também alavancará a vida do betinha citado.

Aceitar o que está ou não sobre o nosso controle, a meu ver é uma ação estóica
que permite que sejamos realistas e que aceitemos a realidade das coisas SEM NOS
RESIGNARMOS. Ora, não é porque muito provavelmente sairemos derrotados que devemos
vender fácil nossa queda, vamos cair lutando.

Mais uma vez, é importante deixar claro que, não estou aqui para destruir os sonhos
de ninguém e muito menos para dizer o que você deve ou não fazer da sua vida, irei, tão
somente, tratar de probabilidades, assim como os gráficos, que nada representam além de
estatísticas. Cá entre nós, que azar ter caído na distribuição da América Latina, e mais
ainda no Bostil, mas segue o baile.

Você é um dado, uma representação, uma estatística, contudo, não se deixe determinar
por estes números, afinal, você é um indivíduo e, em última instância, um ser humano, jamais
se esqueça disso.

DICA: Caso você seja uma pessoa desocupada acesse esse link configure
o tamanho (Size) e a velocidade (Speed) e perca uns poucos minutos vendo como
se formam as distribuições naturais, de forma prática, dependendo do seu nível de
abstração, pode até se imaginar sendo uma destas bolinhas e imaginando a sua sorte.

EIXO I - Capítulo 1: A Curva de Gauss (Curva em Sino) e o Sistema de Ranking da Vida


- SABER ONDE VOCÊ ESTÁ CAPÍTULO II
- QUEM VOCÊ É DINHEIRO
“Há tantas coisas na vida mais importantes que o dinheiro. Mas,
custam tanto.”

Groucho Marx
EIXO I
V ocê é o que você vale, pelo menos é dessa forma que somos percebidos nas
relações sociais, pois o dinheiro é só uma maneira de quantificar seu valor dentro
de uma estrutura social. Há diversos mitos sobre o poder exercido pelo dinheiro nas relações
humanas, é óbvio que há uma infinidade de circunstâncias que irão determinar ações e
reações influenciadas por questão monetárias, porém reduzir qualquer atitude humana a
uma questão de cifras é algo estúpido, tenhamos isso em mente enquanto prosseguimos.

Vamos aos fatos:

• Homens que recebem um salário inferior ao de suas mulheres tem uma chance 2x
maior de não fazer sexo;

• Alterar a foto de um homem colocando-o em um apartamento de luxo aumenta a


chance de atrair uma parceira em 30%;

• Entre 23-33% das mulheres admitem terem saído com um homem somente para
comer de graça¹. Enquanto o desemprego masculino representa um fator chave
para desencadear o divórcio;

• O fato de as mulheres ficarem desempregadas não parece afetar a taxa de divórcio;

• Quanto mais rico você for, maior será a chance de sua mulher ter orgasmos.

Percebe-se que dinheiro faz milagre, uma vez que é capaz, inclusive, de promover
orgasmos, e há quem diga que dinheiro não traz felicidade. Isso posto, não há dúvidas do
papel da grana quando o assunto são as interações sexuais/amoras. Então, vamos levar
essa análise a outro nível.

EIXO I - Capítulo 2: Dinheiro


DINHEIRO X FELICIDADE
Dinheiro compra felicidade? A minha resposta é SIM, mas até certo ponto.

Essa é uma questão complicada porque levaríamos uma vida para definir o conceito
de felicidade e, acredite, está longe de haver um consenso sobre isso, pois não sabemos
nem o que ela é, menos ainda como defini-la. Deixando esses detalhes de gente chata de
lado, entretanto, podemos dizer que há diversos estudos que afirmam que, SIM, dinheiro
compra felicidade, MAS ATÉ CERTO NÍVEL.

Tudo que é demais sobra, assim, a maior parte dos estudos demonstra uma curva
como a disposta abaixo em que há um ganho da sensação de felicidade com o aumento da
renda, mas depois de certo ponto, que nos EUA fica na casa dos 6 dígitos, a grana começa
inclusive a ter um efeito negativo.

EIXO I - Capítulo 2: Dinheiro


Tem mil razões para isso e algumas delas são químicas, psíquicas e da própria
natureza humana. Penso que a felicidade em si é efêmera, acho que a busca de “meaning”
trará um conceito de felicidade mais fidedigno. Enfim, trouxe este tópico só para tentar
dar uma resposta a essa dúvida deveras popular e para dizer que se tem uma coisa em
que nós brasileiros somos extraordinários é na capacidade de sermos felizes, estamos,
inacreditavelmente, sempre entre as nações mais felizes do mundo.

O DINHEIRO VENCE TUDO!!!


É comum essa frase deveras fatalista e suas variações em comentários pela internet:
“o dinheiro vence tudo, a beleza vence tudo, o status vence tudo e afins”. A vida é uma
competição, só os melhores se destacam, só estes vencem, logo, é natural que tenhamos
uma horda de derrotados e ressentidos falando bobagens na internet, em especial quando
essas bobagens e exageros “justificam” seus fracassos. Entendam, cada um vive sua vida
como quiser, inclusive, não penso que vale a pena ser um tarado por escalada social, por
mais que isso renda bons frutos, porquanto a vida é muito mais que dinheiro, status e sexo.
Mas o que eu preciso fazer aqui é criticar os bunda moles.

O bunda mole é aquele cara que não faz nada da vida dele — e tudo bem, ninguém tem
obrigação de fazer nada—, mas ao mesmo tempo fica ressentido porque não conquista

EIXO I - Capítulo 2: Dinheiro


nada. É um sujeito clássico, tenho certeza que você conhece alguém assim, pois é aquele
que tem desculpas pra TODOS os fracassos dele (nasci pobre, sou baixo, sou gordo, sou
negro...), entretanto, também tem desculpa para sucesso alheio (só conseguiu porque é
bonitão, só conseguiu porque é filho de rico, se eu fosse alto igual a ele, também teria
conseguido esse emprego). Veja bem, tenho que admitir que parte de ambos os grupos de
justificativas são ao menos em parte verdadeiros, contudo, o problema é dar um caráter
fatalista e ficar usando frases feitas para justificar o próprio fracasso.

Este livro é mais voltado para homens, logo, tenho de ser realista, a maioria desses só
busca riqueza material pra ter uma vida hedonista, só sabem viver uma vida unidimensional
se locupletando de churrasco, cerveja e futebol: a tríade sagrada. Embora ache isso
patético, não julgo quem o faça, inclusive, tenho certa inveja, pois adoraria poder resumir
toda minha existência e tirar felicidade disso. Mesmo gostando das 3 coisas, assim como
Solzhenitsyn, sou daquelas almas perturbadas, que crescem mais no sofrimento do que
preenchidas pelo vazio dos prazeres sem sentido. Felizmente, a maioria das pessoas não
são como eu, o que não implica dizer que eu sou superior a ninguém, e é para vocês que
passo agora a explicar porquê a frase título deste tópico é meio tapada.

Dinheiro vence tudo? A resposta é não. Em especial quando tratamos da busca de


parceiros sexuais.

A tabela acima demonstra o interesse feminino por homens em uma correlação entre
a idade e a renda anual de homens. Tal interesse é medido pelo índice de respostas num
grande site de relacionamentos: quanto mais verde, maior o interesse feminino e, por sua
vez, quanto mais vermelho, menor.

EIXO I - Capítulo 2: Dinheiro


Percebe-se que até os 23 anos os homens ainda conseguem gerar alguma atração
apesar da renda baixa, mas a partir dessa idade tal tendência pelo dinheiro começa a se
consolidar, atingindo seu ápice aos 33 anos. Basicamente, quem ganha até uns 40k anual
nos EUA é como se fosse um assalariado brasileiro, justamente, por isso, poucas mulheres
irão se interessar por quem ganha isso, e menos ainda por quem ganha metade disso.

A expressão “all 6s” define o homem ideal na terra do Tio Sam, essa denominação
significa 6 feet (altura de pelo menos = 182,88cm+), 6 inches (Pênis de pelo menos 6
polegadas = 15,24cm+) e 6 figures (6 dígitos uma alusão a renda anual de pelo menos
100.000 dólares), alguma ainda exigem a presença de um 6 pack (abdômen rasgado com 6
gomos). O que isso tem a ver com a tabela? Perceba que os homens com 100k+ de renda
são os que mais recebem respostas.

Há diversas explicações para as causas dessa distribuição, apesar de ser


óbvio que para toda regra há uma exceção, entretanto, não podemos nos cegar para
a realidade dos números. Uma explicação razoável para o fato de as mulheres se
importarem menos com riqueza dos homens até os 23 anos se dá pelo fato de que
elas tendem a se relacionar com homens de faixa etária aproximada. Assim, no início
da vida adulta, essas mulheres já têm uma figura provedora também conhecida como
pai e mãe, logo, ela irá escolher os parceiros com base em drivers mais genuínos
como a atração física, já que não precisa dos recursos do macho naquele momento.

Nunca é demais lembrar que existem 3 fatores majoritários que determinaram a


atração: beleza, dinheiro e status. É razoável concluir que o fator de atração mais genuíno é
a beleza, mas não podemos falar que ela vence tudo, assim como o dinheiro também não
o faz. A partir dos 23 anos as mulheres passam a valorizar mais os homens pelas suas
qualidades financeiras, desse modo, uma mulher pode inclusive deixar de ficar com um
cara lindo e pobre para ficar com um feio e rico, por consequência, a atração não será 100%
genuína, pois ela ficará com ele APESAR DE ELE SER FEIO, e não porque ele é rico.

Mulheres com idade elevada e carreiras consolidadas também podem passar a não
levar a grana do parceiro em consideração e passarão a dar mais valor a homens jovens,
pelo menos é o que fazem as mais realistas é o que está na moda sendo popularizado
como sugar mommy. Pra que ela vai ficar com um homem velho ou feio por um dinheiro que
ela já tem? Logo, faz mais sentido se entregar ao drive mais genuíno.

Ou seja, como tudo nas relações humanas, dificilmente é possível resumir algo numa
frase fatalista: há situações em que o dinheiro vencerá e em cenários semelhantes irá perder.
Na minha cidade, há o caso de um jovem de aparência deveras mediana e casa humilde,
que investiu toda sua renda na compra de um Camaro, embora ele tenha um veículo de
alto valor comercial sua casa é deveras humilde e negligenciada, não raro as gostosas
que dão pra eles saem espalhando que ele vive num chiqueiro, assim como os invejosos de
plantão, cada um que use a estratégia que julgar mais conveniente. Nas relações de curto

EIXO I - Capítulo 2: Dinheiro


prazo ele é muito forte, afinal ninguém sabe como é de fato a vida dele na balada, só vão
ver a imagem do cara de camaro e com relógio caro, e isso quase sempre basta, mas num
segundo momento ele acaba perdendo pontos, pra quem não procura relações de longo
termo essas estratégias fakes são úteis, embora não as recomende.

“Ain, Rafael isso é discurso de ódio!! Tá dizendo que mulher liga pra dinheiro, vou te
cancelar!!!...” Amigão, primeiro que todo mundo liga pra dinheiro, todo mundo é interesseiro
em maior ou menor medida. Eu mesmo tenho interesse que você leia essa bagaça e deixe
de ser tão tapado. É importante ressaltar que eu não tenho NENHUM prazer em dizer essas
coisas, tampouco moralizo as questões, adoraria que as coisas fossem diferentes mas não
são, vou fazer o quê? Eu vivo no mundo real, porém se você quer viver no mundo encantado
da Disney, é só fechar esse livro, inclusive, recomendo que o faça.

Falando em mundo real, há nele uma pesquisa que demonstra que na escolha de
parceiros as mulheres são 1000 vezes mais sensíveis a status econômico — “interesseiras”—
que homens. Sim, você não leu errado, pois é mil mesmo. Pessoalmente, acho o número
meio exagerado, mas tanto faz porque o estudo apresentou diversas imagens de homens e
pediu para as mulheres avaliarem seu interesse por ele, com isso, as percepções variavam
drasticamente dependendo da renda anual apresentada na imagem, ou seja, um homem x
pobre tem uma nota muito inferior ao mesmo homem x rico. Inclusive, há também estudos
que demonstram que mesmo um homem nota 1/10 poderá ser percebido de forma
equivalente a um homem 10/10 desde que tenha uma renda anual superior em $186.000,00.

Não preciso dizer que os homens pouco se importaram para a renda das mulheres.
Há uma frase meio chauvinista que diz: “diploma e conta bancária não deixa ninguém de
pau duro”, a ciência parece corroborar com tal entendimento, pelo menos no que tange aos
homens, mas um bom diploma certamente irá deixar umas calcinhas molhadas.

Comecemos então, finalmente, a tratar de um dos temas mais polêmicos: a inteligência.

EIXO I - Capítulo 2: Dinheiro


Pois bem, amigo, sei que sendo jovem e imaturo é fácil levar tudo isso aí para o lado
errado e ficar de mimimi e misoginia. Mas não há nada de errado nisso aí, é simplesmente
a natureza, uma questão evolutiva, portanto, sua fúria e raivinha vem unicamente da sua
incapacidade de verdadeiramente aceitar a realidade.

Eu não sei vocês, mas acho que ficar 9 meses SOZINHO NO MUNDO gestando um
filho na barriga, sem poder prover a própria subsistência de forma eficiente não me parece
uma ideia muito inteligente seja na atualidade ou nos tempos da caverna. Eu acredito que
faz muito mais sentido dar uma moral para um macho que será capaz de prover mais
recursos e aumentar a chance do prosseguimento da espécie.

É justamente por isso que a mulher é a gatekeeper do sexo e, por sua vez, o homem
o gatekeeper do casamento. A mulher tem muito mais a perder com o sexo (a virgindade,
status social, e o risco de engravidar) por isso ela escolhe se vai rolar sexo ou não,
entretanto, já o homem é o gatekeeper do casório porque ele tem muito mais a se lascar
casando (pensão, alienação parental, falsas acusações, perda de toda a barganha na
relação, escravidão romantizada e por aí vai...)

Veja amigo, se você pudesse escolher entre um carro popular e uma versão de luxo
ou entre um prato de feijão com arroz e um belo chateaubriand é evidente que pegaria o
melhor. Então, não fica aí chorando porque elas fazem o mesmo, primeiro porque está
escrito no nosso DNA e, segundo, porque seria burrice não fazê-lo.

Vejam pelo lado positivo, dinheiro é um ativo tão valioso que pode te carregar até as
situações mais desfavoráveis na vida do betinha. E, lembrem-se, a vida é um jogo e você
já nasce jogando queira você ou não. Portanto, não adianta ficar aí chorando que não tem
dinheiro, que X ou Y, segue o baile porque se ninguém liga para os seus problemas, está na
hora de vocês mesmo começarem a ligar.

Tenha coragem! É fácil dizer que dinheiro vence tudo quando você não tem dinheiro,
pois assim você tem uma desculpa para desistir e/ou para justificar seu fracasso. Isso é
coisa de bunda mole, mesmo para ser um fracasso dá pra ter competência e bolas, assuma
seu B.O. sem ficar floreando seus fracassos. Acredite, fazendo isso terá meu respeito.

EIXO I - Capítulo 2: Dinheiro


- SABER ONDE VOCÊ ESTÁ CAPÍTULO III
INTELIGÊNCIA
- QUEM VOCÊ É
“They hate you if you're clever and they despise a fool”

John Lennon
EIXO I
É importante destacar que o QI não significa NADA, mas ao mesmo tempo significa
muita coisa. Sei que isso parece contraditório e incongruente, entretanto, é que
a definição de inteligência/conhecimento é um tema controverso na ciência, uma vez que
não sabemos direito nem o que ela é, imagine, então, colocar números para defini-la, óbvio
que isso dá muito pano pra manga.

Há quem diga que o QI é uma noção discriminatória, ultrapassada e desimportante,


em especial, se comparada a outras formas de inteligência. Nesse sentido, penso como
Stuart Richie, especialista em inteligência da Universidade de Edginburg, que embora o QI
não estabeleça um limite da capacidade de aptidão do indivíduo, ele constitui um ponto de
partida, embora, a bem da verdade, seja evidente que uns partem com mais vantagens do
que outros. Atente-se que não é porque uma coisa não é consenso e/ou tenha precisão,
que não podemos aprender algo com ela, e neste sentido a análise do QI é muito útil.

Pois bem, temos acima uma distribuição normalizada com média de QI 100 e desvio
padrão 15, segundo a classificação proposta por Lewis Terman (1916), temos:

• Maior ou igual a 140 (Gênios);

• 120 - 139 (Inteligência muito superior);

• 110 - 119 (Inteligência superior);

• 90 - 109 (Inteligência mediana);

• 80 - 89 (Apresenta dificuldade/lento);

• 70 - 79 (Limítrofe à deficiência cognitiva);

• 50 - 69 (Débil);

• 20 - 49 (Imbecil);

EIXO I - Capítulo 3: Inteligência


• Menor que 20 (Idiota);

Sei que há leitores que estão putos comigo, por ter usado termos como imbecil,
idiota, e débil mental; vão dizer que são denominações ultrapassadas e preconceituosas,
pessoalmente não tenho nenhum prazer em escrever essas coisas e adoraria que elas
fossem diferentes, mas não são. Poderíamos chamar os indivíduos com QI 60 de pandinhas
alados, ainda assim, isso significaria que eles possuem retardo mental leve.

Por mais que isso seja triste, se olharmos o gráfico anterior, veremos que apenas 2% das
pessoas enquadram-se na linha que em a falta de inteligência vira uma patologia, o problema,
senhores, é que nosso querido Bostil nos traz algumas surpresas nada agradáveis.

Lembro bem quando estava na Academia de Polícia, tendo aulas de medicina legal,
folheava o livro da respectiva matéria quando deparei-me com o capítulo sobre Oligofrênia,
quando vi que o livro classifica os indivíduos com QI 70-90 como limítrofes a debilidade, eu
quase caí pra trás. Pois pensei que não era possível porque já que tinha visto várias vezes
um estudo seríssimo, publicado pela Our World Data, que demonstra que a média do QI
Brasileiro é 87, e entre os 31 países envolvidos na pesquisa, o Bostil é o único que conseguiu
piorar o que já era ruim:
ruim

EIXO I - Capítulo 3: Inteligência


E é aí que entra a grande questão, pois o gráfico apresentado no começo deste tópico
não serve para representar o Bostil, já que a população possui como média o QI 100, assim
como também não é capaz de representar países desenvolvidos que possuem QI médio
103,105,107. Dessa forma, a melhor distribuição para representar as terras tupiniquins
segue abaixo:

Olha que beleza, senhores, ao analisarmos o gráfico bostileiro, não fica difícil concluir
que ao menos 55-60% da nossa população é LITERALMENTE limítrofe a debilidade, tendo
uma inteligência compatível a de uma criança de aproximadamente 12 anos de idade.
Que grande nação! Que orgulho de ser bostileiro, afinal, é preciso esforço e dedicação para
conseguir ser o único a atingir essa proeza, num conjunto de 31 nações.

Importante mencionar que o exército americano não aceita o alistamento de pessoas


com QI inferior a 85, tendo inclusive feito diversas experiências fracassadas nesse sentido,
vez que indivíduos com esse QI têm dificuldade de absorver informação e executar ações
com eficiência colocando em risco os outros colegas. Mas no Brasil não há tal limitação e
a pegada é outra, afinal de contas há estudos que afirmam que o QI médio do Brasil é 83 (4
pontos inferior a projeção que fizemos há pouco).

Sei que a turminha chata de plantão, na qual eu me incluo, já está quicando ao ler isso,
“ain, Rafael, eu não concordo. QI não quer dizer nada”, “ain, Rafael, não gostei do termo débil
mental, vou te cancelar no Twitter”, “como você é burro, Rafael, todo mundo sabe que QI é
multifatorial”. SENHORES, eu já deixei excludentes e notas pra tudo isso no texto, mas vou
refazê-lo pela última vez.

QI é relativo e pode não significar nada, mas se você só tira nota ruim, e seu qi for
70, e dos seus coleguinhas que só tiram 10 for 120, você há de convir que, por mais que a
margem de erro seja enorme, há algo aí, né, amigão? Me ajuda aí.

Tenho o profundo desejo de que essa obra seja útil para todos que a tocarem, e não

EIXO I - Capítulo 3: Inteligência


tenho o objetivo de fomentar NENHUM tipo de violência , preconceito e/ou discriminação.
Somente usei esses termos, pois não faz sentido traduzir a tabela do cara e escrever coisas
que ele não disse, mas, a partir de agora, utilizarei as recomendações da APAE, UNICEF
e congêneres, passando, tão somente, a utilizar o termo portadores de necessidades
especiais e excepcionais, embora estas mesmas reconheçam que os termos aqui utilizados
sejam científicos.

Organismos internacionais e associações de pessoas com deficiência,


como a APAE, UNICEF, têm recomendado a utilização de termos como
“portadores de necessidades especiais”, “excepcionais”, entre outros,
no lugar de expressões como cretino, idiota, imbecil que, apesar de
termos científicos oriundos do início da história da medicina, ao longo
do tempo adquiriram um sentido conotativo de ofensa que dificulta sua
inclusão social. Por outro lado, sua utilização foi um grande avanço
para época em substituição da crença de indivíduos amaldiçoados ou
possuídos pelo demônio.

Amigos, é mais do que evidente que a formação do QI depende fortemente de diversos


fatores, tais como condição econômica e social, genética, saúde, nutrição e afins, tem que
ser muito tapado para negar isso, tanto que a maioria dos estudos indica que o QI da
humanidade está aumentando de forma consistente devido aos avanços da tecnologia e
da vida material, só não é o caso do Brasil, há ainda estudos que mostram que o QI pode
variar em até 20 pontos em poucos anos, o que é uma diferença significativa, mas eu tenho
que trabalhar com os números e, para esta obra, escolhi estes.

Como que este capítulo super alegre vai mudar sua vida? A resposta é muito simples:
você precisa saber onde se encontra nessa escala, amigão. O Bostil é um país zoado, que
possui, por regra, apenas 3 saídas para se viver uma vida estável e próspera: concurso
público, medicina ou o aeroporto.

É óbvio que existem outras opções e muitos encontrarão sucesso na prestação de


serviços e no empreendedorismo, no entanto, a garantia de uma vida digna, estabilidade, paz
e saúde (realidade de países desenvolvidos), é apenas um sonho no Brasil, uma abstração, a
não ser, é claro, que faça uso das duas primeiras opções apresentadas no parágrafo anterior.

Mas vejam bem, senhores, as opções estão totalmente vinculadas à inteligência


e à utilização dessa, observemos essa tabela que vincula o exercício de determinadas
profissões ao QI na próxima pagina:

EIXO I - Capítulo 3: Inteligência


EIXO I - Capítulo 3: Inteligência
A correlação entre QI e sucesso profissional é evidente, pois é óbvio que um jumento
não irá trabalhar na NASA, mas esqueçam as exceções e foquem na regra. Saiba analisar
sua inteligência e, com isso, resolva seu destino.

Se você tem um QI extremamente baixo (embora isso seja relativamente improvável),


não adianta ficar se iludindo estudando para concursos ou para medicina, faz muito
mais sentido buscar sucesso em profissões que dependam mais de criatividade ou de
habilidades manuais assim como marcenaria, serralheria, música, eletricista e afins.

Não aceite sua situação passivamente. Continue sempre estudando mesmo que não
seja pra passar em concurso (lembre-se: é possível aumentar o QI em até 20 pontos em um
espaço curto de tempo), leia, aprenda, se especialize em sua área. Pois, não é porque você
não faz uma faculdade e não é metido a intelectual que isso seja desculpas pra não ter cultura,
aliás, cultura e sabedoria não dependem de QI mas, sim, de humanidade e bom senso.

EIXO I - Capítulo 3: Inteligência


A internet é um meio muito doente tendo em vista que qualquer lugar que você for, irá encontrar
brigas e polarizações como esquerda x direita, homem x mulher, ateus x cristão e afins. Mas entre os
doentes sempre há aqueles que conseguem se superar: os nazistinhas e os nazipardos.

Essa turma adora usar o tema do QI para justificar seus preconceitos, pricipalmente, quando
pegam um outro estudo quase sempre de uma era pré-genética, o qual já mostrou que não há
diferença significa entre os seres humanos que justifique qualquer preconceito besta sobre QI, pra
afirmar que a “raça” X ou Y é inferior ou superior a outra.

Esses tapados adoram falar que negros tem QI inferior baseados quase sempre num livro
chamado “Bell Curve” (sim, a Curva de Gauss. Está vendo o perigo? Os caras usam os dados
só para fazer merda) no qual afirma essas bostas e ignorando o fato de que muitos povos que
eles julgam inferiores como povos africanos e do Oriente Médio durante milênios foram muito
superiores cientificamente e intelectualmente aos germânicos. Mas, senhores, o mundo é
extremamente complexo e quase tudo é multifatorial, em especial, quando falamos sobre a vida e
relações humanas.

A tara desses manés é isolar os dados e falar que a diferença de QI se dá por uma questão
genética, o que por si só já é extremamente questionável, mas o que todos os canalhas omitem é:
que não há nenhum consenso sobre isso, e que qualquer um que já abordou o tema com o mínimo
de bom senso sabe que os fatores como ambiente, educação e estrutura familiar influenciam e
muito na formação da inteligência do indivíduo. Ou seja, se você pegar qualquer ser humano e criá-
lo nas mesmas condições de saúde, higiene, alimentação, educação e afins, eles vão sair com a
mesma média de QI, assim, o máximo que haverá é uma diferença desprezível de 2-5 pontos que é
irrelevante, e não os 15 que essa galerinha aí adora afirmar.

Senhores, sejamos humanos, mesmo que isso fosse verdade e houvesse tal diferença, não
seria motivo pra justificar ódio e violência contra ninguém. Até porque mesmo entre os brancos
sempre haverá os mais burros e os mais inteligentes, os mais fortes e os mais fracos, pois todo
ser humano carregara vícios e virtudes, mas aí vamos matar todos que são diferentes de nós? Ficar
em briguinhas idiotas e eternas na internet ou aprender a ser gente e parar de se achar melhor que
os outros só por causa da quantidade de melanina ausente na pele? A minha escolha é tratar todo
mundo com respeito e humanidade.

Sinto-me cansado desse loop enfadonho e patético da humanidade, pessoalmente não tenho
esperança de que vamos vencer nosso tribalismo neste século, quiçá nesse milênio, segue o baile.

EIXO I - Capítulo 3: Inteligência


- SABER ONDE VOCÊ ESTÁ CAPÍTULO IV
COMPETÊNCIA
- QUEM VOCÊ É
"Não é a intenção que valida um ato, mas seu resultado."

Maquiavel
EIXO I
Q uantas vezes vocês já se viram falando algo pra alguém, dando um conselho,
uma dica ou até mesmo provando pra uma pessoa por A+B que alguma ideia
dela estava errada ou que ela iria se lascar pelos motivos X ou Y se continuasse com tal
ideia errada, porém a pessoa cagou para tudo que você disse? Mesmo após você apresentar
todas as provas do mundo de que tal ideia era errada ou idiota nada adiantou, todo o seu
esforço entrou por um ouvido e saiu pelo outro, mas, para sua surpresa, momentos depois,
chega um terceiro elemento na conversa e diz a mesma coisa que você havia dito, às vezes
até de maneira menos competente, e o seu amigo/familiar IMEDIATAMENTE acata e escuta
o que a pessoa falou em minutos, sendo que você estava ali há uma hora falando a
mesma coisa.

Pois bem, senhores, a verdade é o que menos importa quando se busca convencer
alguém sobre qualquer coisa. Primeiro, porque pouquíssimas pessoas amam de fato
a verdade a ponto de aceitá-la, mesmo que isso venha a ferir seu ego ou sua posição em
determinado grupo, em segundo lugar, porque uma das coisas que mais gostamos de fazer,
como seres humanos, é nos enganar.

No final das contas, o que realmente importa é a competência, sendo essa o fator
determinante para a aceitação do que você diz dentro da estrutura hierárquica do grupo ao
qual pertence.

A sociedade é subdividida em grupos, estruturas sociais que geram uma hierarquia


interna com conjunto próprio de regras e signos de competência. Por exemplo, numa
empresa (estrutura de trabalho), o cargo é um signo de competência, quanto maior o cargo,
mais alta a sua hierarquia na estrutura social; já num grupo hippie, as suas habilidades
artísticas (que valem pouco ou quase nada num piso de fábrica) irão elevar sua posição
dentro do grupo, é óbvio que há signos de competência que têm tendência a se apresentarem
na maioria dos grupos, como o dinheiro que é signo de competência material ou a beleza
que graças ao efeito halo passa a ideia de saúde e competência (capítulo 8).

Mas, Psicanalista, qual a relação do exemplo supracitado com a minha vida? Pense
comigo: seu grupo escolar ou familiar também são estruturas humanas, logo, possuem
uma hierarquia baseada em competência. Mesmo um trabalhador assalariado, que ocupa
uma posição de baixa hierarquia na maioria das estruturas, pode ocupar a posição do topo
da hierarquia no ambiente doméstico (não é raro que um dos pais assuma essa posição)
isso, inclusive, acarreta em notórias mudanças de comportamento nos indivíduos que
numa posição de dominância exploram seus inferiores, mas quando adentram numa
hierarquia em que não possuem tanto valor agem como cordeiros indefesos (é sempre
mais fácil abusar dos mais fracos).

Pois bem, quando se trata de interações sociais, mesmo que somente entre duas
pessoas, as posições hierárquicas também estão na mesa e, normalmente, influem MUITO
MAIS do que a lógica ou a verdade dos fatos.

EIXO I - Capítulo 4: Competência


É muito mais fácil convencer alguém que se encontra ABAIXO de você numa estrutura,
do que o contrário, porque a percepção de status hierárquico já carrega em si uma noção
de respeito, admiração e submissão.

Imagine um jovem adolescente que é excelente jogador de futebol, mas está cometendo
um erro ao posicionar seu pé de apoio antes de chutar a bola. Esse menino, como bom
adolescente que é, não gosta de ouvir ninguém e é um pouco narcisista; você tenta convencê-
lo que aquela atitude irá afetar o seu equilíbrio, poderá acarretar lesões, e justifica com
física e biomecânica que ele está errando ao posicionar seu pé de apoio. Ele vai mandar
você ir cagar, dirá que sabe o que está fazendo e presunçosamente lhe informará que é o
artilheiro estadual do juniores há 3 anos seguidos, masssssssss se o técnico dele falar a
mesma coisa, TALVEZ ele ouça, ou pelo menos não irá retrucar. Agora, imagine que o ídolo
dele chegue e fale a MESMA COISA que você disse, seja esse Neymar, Messi ou CR7, não
só ele irá acatar imediatamente o conselho, como treinará aquilo todos os dias e contará
para todo mundo o que seu ídolo ensinou a usar o pé de apoio corretamente antes de chutar
a bola.

Perceba que no exemplo acima existem três níveis de competência na visão do garoto,
uma vez que ele enxerga o ídolo no topo, o treinador no meio e você muito abaixo. Perceba
ainda que você fundamentou sua fala em uma base científica e provou “A VERDADE”
porém, mesmo assim, foi ignorado; já os outros só chegaram e falaram (sem explicações),
e tiveram resultados mais satisfatórios.

Pois bem, esse tipo de situação acontece a todo momento na vida, pois somos
humanos, e uma das capacidades mais extraordinárias que possuímos é a de gerar e de
perceber essas estruturas, MESMO QUE DE FORMA INCONSCIENTE.

Estamos sempre mandando sinais para as pessoas ao nosso redor (seja por meio de
um sorriso, linguagem corporal ou ações mais literais) de como nos vemos e, mais ainda,
de como enxergamos os outros elementos destas estruturas.

Sinto dizer, mas a realidade é que se a pessoa não te ouve é porque ela se considera
superior a você na estrutura em que se encontram. Por isso, é difícil um pai ouvir um filho,
em especial, se esse depende dele financeiramente. Por que ouvir os conselhos de alguém
que não tem competência sequer para se sustentar (por mais que esta pessoa tenha
razão)? Da mesma forma, praticamente ninguém dá ouvidos ao que um mendigo diz sobre
empreendedorismo, mas não veja isso com tristeza ou algo negativo se você realmente
quer ser ouvido, para tanto, ADQUIRA COMPETÊNCIAS, fique rico, famoso, ou, por exemplo,
vire pastor dentro de uma hierarquia religiosa, e verá milagrosamente todo mundo prestar
atenção e acatar AS MESMAS COISAS que antes você falava e ninguém ouvia.

Portanto, da próxima vez que quiser convencer alguém sobre algo, lembre-se disso:
a melhor forma de convencer alguém é tendo mais competência e escalando a estrutura
social desejada, todo o resto é balela, em maior ou menor medida.

EIXO I - Capítulo 4: Competência


Sei que num primeiro momento esta informação pode parecer exagerada, mas
qualquer um com olhos atentos e certo nível de maturidade já percebeu que as pessoas
são tratadas de forma diferente a depender de sua riqueza, status e beleza, por mais que o
discurso padrão seja o blá blá blá de que somos todos iguais.

O que importa, portanto, é quem diz e não o que se diz. O dono da empresa, o político da
situação, o filho do dono ou do pastor podem agir com muito mais leniência e dificilmente
verão o peso do martelo da justiça sobre suas ações, já para o peão de chão de fábrica,
político da oposição, pobretão favelado e membro sem status na igreja qualquer atitude
errada pode representar sua destruição, às vezes mesmo fazendo tudo certo estes ainda
levam mandioca.

Essa é uma verdade amarga, apesar disso, necessária. Tratei dela de forma mais
dinâmica num vídeo homônimo a este capítulo.

EIXO I - Capítulo 4: Competência


É evidente que existem pessoas que priorizam a verdade, sendo capazes de assumirem
publicamente que estavam equivocadas ao notarem que cometeram algum erro, mesmo
que isto gere um rebaixamento hierárquico dentro da estrutura em que se encontram, no
entanto, este comportamento não é a regra. Imagine, por exemplo, que você é um pastor
ou ateu convicto com extremo poder num grupo social composto só de cristãos e ateus,
você inclusive ganha muito dinheiro com isso, além de respeito e status diretamente deste
grupo, certo dia você descobre “a verdade” que refuta tudo que você acredita… vale mesmo
a pena largar tudo, perder todas as benesses e viver uma vida bem inferior?... bom, a
realidade material mostra que no final das contas, o que compensa mesmo é se enganar.

Todos os filmes, séries, livros e novelas vão dizer o contrário, que você tem que lutar
pelo que acredita, tem que ir até o final pra defender o que pensa, mas esses mesmos que
te enchem a cabeça de ilusões encantados não tem culhões pra dizer que o rei está nu.

Não estou dizendo pra você ser cínico, perverso ou abrir mão do que acha certo e
buscar o que podemos chamar de verdade, muito pelo contrário defendo que você jamais
abandone sua humanidade perante a perversão da realidade em que vivemos. No entanto,
o que alerto é que você não fique perdendo tempo tentando convencer alguém somente
com base em “verdades”. Acredite, saber disso irá evitar conflitos, humilhações e muita
dor de cabeça na sua vida.

Não fique full pistola quando alguém não te ouvir, isso não quer dizer necessariamente
que a pessoa te despreza, não leve as coisas tão pro pessoal, há pessoas que me
consideram um imbecil e outras que acham o que falo digno de nota, assim é a vida segue
o baile.

EIXO I - Capítulo 4: Competência


- SABER COMO O MUNDO É CAPÍTULO V
HIERARQUIAS E ESTRUTURAS
“Tornamo-nos odiados tanto fazendo o bem como fazendo o mal."

Maquiavel
EIXO II
C omo seres humanos nos organizamos em estruturas sociais e, dentro dessas,
estabelecemos hierarquias, baseamos nosso julgamento de nós e dos outros
elementos do grupo de acordo com nossa localização dentro da estrutura, quanto maior for
seu status dentro do grupo, maior sua capacidade de negociação dentro dele.

Essa regra se aplica para praticamente toda estrutura humana, por exemplo, em um time
de futebol o melhor jogador tem maior poder de barganha sobre o clube e sobre o treinador,
já o pior fica no banco sem reclamar dando ainda graças a Deus por estar empregado. Em
uma igreja o filho do pastor pode ser um pestinha que ainda assim poucos terão coragem de
reclamar ou denunciá-lo para o pai, vez que o filho de um crente pobretão não pode cometer
um pequeno erro porque será execrado.

Quem está lendo este livro muito provavelmente está acostumado a ser o marginal, o
pária dos grupos em que frequenta, sempre levando a culpa das merdas que faz e também
das que não faz utilizando-se dos dois “direitos universais dos betas”: o direito de não ter
direito nenhum e o direito de não reclamar dos direitos que tem.

Quantas vezes não ficamos frustrados sabendo que fomos alvos de injustiças,
entretanto, ninguém dá a mínima para as nossas provas e evidências tendo em vista que o
simples fato de nos defendermos já irrita nossos detratores, isso ocorre porque não temos
nenhum poder nessas estruturas.

Imagine um pai de família que trabalha num chão de fábrica, o famoso peão, e que
durante o trabalho ele deixa um copo cair e dá um leve prejuízo para a empresa. O estagiário
da empresa, que estava ao lado, chama o trabalhador de mão furada em tom de brincadeira,
sem nenhuma agressividade, porém aquele fica puto com a brincadeira deste e xinga até a
quinta geração do jovem adulto, humilhando-o na frente dos outros colegas de trabalho. O
encarregado, por sua vez, presencia a cena e dá uma enrabada monstruosa no assalariado
que nada pode fazer senão engolir o sapo.

Perceba, se o estagiário fosse parente do dono da empresa ou do encarregado, será


que o trabalhador o teria humilhado? Se ao invés do trabalhador fosse uma trabalhadora com
quem o chefe ou o encarregado tivesse um caso, ela teria tomado uma enrabada? Pouco
importa as ações realizadas e quem está certo ou errado o que importa é a sua posição
dentro da estrutura social. Nesse sentido, muito provavelmente tanto o encarregado
quanto o trabalhador podem fazer o que quiser dentro do contexto da sua família sem se
preocupar com retaliações, mas na estrutura de trabalho seu poder é limitado, e é isto que
importa: o PODER.

Se você tem mais do que 2-3 décadas de existência, e tem o mínimo de bom senso, já
deve ter aprendido com a vida que não existe Justiça. Podemos citar Trasímaco (459 a.C –
400 A.C), full pistola, em diálogo com Sócrates no qual deixou bastante claro que não existe
justiça como imaginamos nesse mundo, e que justiça na realidade trata da conveniência/
interesse do mais forte. Assim, como pode-se observar, dois milênios e meio se passaram,

EIXO II - Capítulo 5: Hierarquia e Estruturas


porém a realidade continua a mesma.

A lei é uma mera abstração, um pedaço de papel, o que interessa de fato é o poder
de fazer valer o que ali se encontra, se alguém está disposto a usar a força para validar uma
norma, então, essa é a lei. Isso vale para todos os ambientes: é por isso que você não mexe
com quem é mais forte ou perigoso que você, ou porque você não mexe nas coisas do seus
pais.

O poder tem diversas formas de manifestação, a primeira coisa que nos vem à cabeça
é a força física, uma arma, mas há estruturas poderosas e traiçoeiras que são usadas
especialmente por indivíduos sem força bruta e coragem, como o poder do dinheiro e do
sexo.

Por que vou sujar minhas mãos se posso pagar alguém para fazê-lo? Por que não usar
o poder da sedução para fazer os tolos em minha teia fazer coisas por mim? Não importa se
você é faixa preta de jiu-jitsu, se eu sou seu patrão e você depende do emprego vai ter que
fazer o que eu mandar.

Sei que todos passamos por injustiças e uma hora ou outra estaremos em uma
posição de inferioridade, com isso, sempre haverá pessoas melhores do que nós em um
ou outro sentido. O importante aqui é acordar pra realidade e reconhecer o óbvio, pois se
você fizer uma merda, irá se lascar, mas se um “chad”, um juiz/promotor, político, empresário e
afins fizer a mesma merda provavelmente não irá ver nem 10% da mandioca que entrou no
seu rabo.

Mas calma lá, amigão, não tem porquê se irritar com isso, essa é justamente a lição
deste capítulo: ao invés de ficar chorando, o que só vai diminuir seus pontos na escala
social, busque subir na escala social e deixe de ser bunda mole.

O que é mais efetivo: reclamar que ninguém te respeita ou agir e se tornar alguém digno
de respeito? É o mesmo raciocínio para quem deseja encontrar uma parceira: não adianta
chorar que ninguém te quer porque você não tem emprego, vá lá e arrume o emprego pra
depois arrumar a mulher.

A percepção de poder é intrínseca em todos os seres humanos, mesmo que


inconsciente, é por isso que membros do crime são vistos como mais atraentes, não
ficando atrás de serial killers, a força bruta e a violência inclusive habitam o imaginário sexual
feminino, 62% das mulheres tem fantasias sexuais envolvendo estupro e atos sexuais
forçados. Esse é um fenômeno que intriga muitos os jovens brasileiros que são corretos
e trabalhadores e são trocados pelos famosos “Zé droguinhas’’. Poderia aqui citar mais
centenas de artigos que só comprovam a realidade: o poder é a lei, o poder excita, o poder
domina.

As pessoas só respeitam aquilo que temem, e só temem perder aquilo que tem valor,
o resto é simplesmente descartável. Infelizmente, assim é o mundo, amigão, mas tenha

EIXO II - Capítulo 5: Hierarquia e Estruturas


calma. Pois viver perante o mundo é uma grande bosta: pode parecer legal ser respeitado
aonde for (definitivamente é melhor do que ser humilhado) e ter todo mundo te mamando
por bobagem e aos seus pés, contudo, isso cansa, além de ser estéril pra cacete.

Uma coisa que as pessoas deixam de levar em consideração é que o Brasil é tão
fudido que é muito fácil entrar no topo de diversas estruturas. Por exemplo, o cara que
ganha aproximadamente R$ 7.500/mês já está entre o top 10% com maior renda do país,
um verdadeiro alfa financeiro, aí é só comprar um celtinha, mandar rebaixar e encher de
som e virar um legítimo normie hedonista. Nada contra, seja feliz, mas pra mim é bastante
patético.

Para os mais inocentes que acham que a insanidade e a falsidade do império da lei é
privilégio apenas de nós bostileiros, tenho péssimas notícias para você amigão: o negócio
é bem pior lá fora.

A China coleta órgãos de cidadãos vivos para vender como se fossem


gado. Com isso, centenas de milhares de
pessoas já foram mortas, mas ninguém dá
a mínima, isso porque é uma das maiores
atrocidades da história da humanidade.
Nesse mesmo país, há ainda algumas
dezenas de campos de concentração
em que os inocentes vão pensar: “nossa,
que absurdo, o mundo irá punir tamanha
atrocidade”. Então, amigão, não só a China
nunca foi punida como fora premiada
junto com uma turminha que faz merdas
ainda piores para o conselho de Direitos
Humanos (figura ao lado).

Você acha que a China vai se fuder por qualquer que seja as incontáveis merdas que
ela faz? Mas ruim são os presidentes que falam besteiras no Twitter, não é mesmo? A lógica
do mundo é a do poder, simples assim, aos tolos que acham que são leis e não pessoas
que mudam a realidade, desejo-lhes boa sorte tentando impedir a China com um pedaço de
papel.

EIXO II - Capítulo 5: Hierarquia e Estruturas


.”
Agora nos vemos diante de um impasse: a estrutura do mundo é uma piada, uma grande
ilusão, não há justiça nem um princípio norteador para os menos espiritualizados, apanhar
do mundo é uma bosta e vencer ele outra merda, então o que fazer? Sei lá, estou aqui só
para constar dados específicos que corroboram com a minha percepção da realidade, não
pra cagar regra pra você não amigão, apesar de isso aqui ser um pretenso manual.

O que eu posso dizer é o que acho, quem sabe não é uma boa dica. Em primeiro lugar,
acho que você deve vencer o mundo por você e pelos seus; em segundo lugar, temos que
reconhecer que por mais que tudo seja uma bosta é bem melhor vencer do que perder,
então, vença. Depois você pensa sobre o que fazer, pois usar a pateticidade do mundo
como desculpa para sequer tentar é covardia amigão, coisa de bunda mole.

Certamente, vai haver algo que você genuinamente goste de fazer depois que vencer
o mundo, consequentemente, pode se dedicar tão somente a isso. Caso você não tenha
tesão em merda nenhuma, então, faça como eu, siga seu caminho até encontrar sua brisa.

No mais, penso assim como Sócrates em que dizia ser uma desgraça para o homem
envelhecer sem nunca conhecer a beleza e a força de que seu corpo é capaz. Dessa forma,
comecem por aí em relação a algo totalmente sobre o controle de vocês, sem desculpinhas.
Um shape decente é um indicativo de poder, assim, gerará respeito e valorização quando for
julgado em menos de um milisegundo pelos olhos de terceiros.

E não leve o mundo muito a sério, já que ele não é sério mesmo, nunca foi e,
provavelmente, nunca será.

EIXO II - Capítulo 5: Hierarquia e Estruturas


- SABER COMO O MUNDO É CAPÍTULO VI
POLÍTICA
“Nothing is more unreliable than the populace, nothing more obscure
than human intentions, nothing more deceptive than the whole electoral
system."

Cicero
EIXO II
A esta altura do campeonato não preciso mais nem explicar, não é, amigos,
sabendo que se boa parte dos seus parentes, colegas, conhecidos e afins não
dão uma foda para você e seu bem-estar, você acha mesmo que os políticos ligam pra
você? Tenho certeza que não.

É evidente que exceções existem e que os políticos não precisam nos amar, mas
sim defender nossos interesses (outra ilusão). No entanto, a regra, em especial se você for
homem, é que todos eles querem enfiar um tubérculo no seu rabo, simples assim.

Esquerda, direita e centrão = Mandioca, macaxeira e aipim. Os três vão pôr no seu rabo,
uns vão empurrar mais e outros menos, talvez uma opção irá até dar uma lubrificada; mas
não se iluda, no fim, todos vão te enrabar.

Não estou dizendo que todas as opções são iguais e que umas não sejam menos
piores que as outras. O ponto, meus amigos, é que tudo não passa de um teatro pra dar
ilusão para as pessoas de que elas tem alguma opção de escolha ou controle sobre o
destino da nação.

A política municipal é, a meu ver, a mais interessante e visceral porque evidencia o


processo estrutural da política brasileira. Pistolagem, fake news, baixaria, coronelismo,
nepotismo, cabrestagem, golpes e traições são atitudes que fazem parte da rotina dos
5.570 municípios bostileiros.

Ameaças de morte já começam na pré-campanha, os menos corajosos já se acovardam


e trocam de alianças, isso quando não somem corridos da cidade de um dia pro outro. Mas
vamos nos prender a certo elemento recorrente na política tupiniquim: o gado no cabresto.

O interessante sobre o gado no cabresto é que esses sujeitos são os únicos que
realmente estão certos em se importar com política. Caso você não saiba quem são, basta
perceber os seguintes comportamentos:

• Defende um político mais do que a própria família;

• Manda mensagem no Whatsapp pedindo voto;

• Tá sempre com adesivo de político na roupa;

• Participa de todas carreatas;

• Tá levantando bandeira e faixas nos semáforos da cidade.

O cabrestrado fanático defende o político como se sua vida corresse risco, e de fato
corre, já que quase sempre esse e boa parte da sua família ocupam cargos comissionados
ou tem contratos bastante vantajosos que precisam continuar em vigor. Essa galera é capaz
de matar e brigar com a família toda por causa de um salário mínimo.

EIXO II - Capítulo 6: Política


Não me entendam mal, sou um defensor do cabrestado, no caso dele até faz sentido,
pelo menos ele está ganhando algo com isso: um emprego, um contrato, um amigo eleito,
uma botija de gás ou alguns litros de gasolina, tapado mesmo é quem faz isso de graça.

Você pode até mesmo ter suas convicções e ideais políticos - acho isso sadio -, além
de conhecer sobre política, uma vez que é uma habilidade relevante e que não se resume
a eleições. Somos seres políticos em todas as relações, portanto, caso goste do tema,
sem problemas, ninguém ficou mais burro por ler Leviatã de Thomas Hobbes, o Príncipe
de Maquiável ou as 48 leis do poder de Greene. O que você não pode é perder os seus já
escassos pontos sociais por causa de política.

A lógica, o bom senso e o debate já estão em extinção, nesse viés, você não irá
convencer ninguém a mudar de idéia ou opinião política com idéias (capítulo 4), salvo
algumas raras almas que valorizam mais a lógica e a “busca pela verdade” do que a própria
vaidade. Mas, certamente, irá arrumar diversos inimigos se quiser discutir sobre o tema.

Caso você seja homem, se importar com política se torna algo ainda mais ridículo, pois
a Esquerda acha que você é estuprador em potencial, machista, misógino e perpetrador
da ilusão idílica conhecida como patriarcado. Acham que você vale menos e que é um ser
humano de segunda classe, logo, é razoável que tenha menos direitos que os outros, ou
seja, trabalhe, pague impostos, não usufrua de nada e morra quieto amigão, mandioca no
seu rabo.

Para a Direita, você tem que sofrer e aceitar todo tipo de abuso senão você não
é “homem de verdade”, tenha todas as responsabilidades sem nenhuma autoridade
(responsabilidade sem autoridade = escravidão), amigão, e não reclame, porque homem
que é homem não reclama, viva a vida toda como escravo enchendo o cu do estado de
dinheiro enquanto os outros consomem os recursos do seu trabalho, sacrifique toda a sua
vida para gerar recursos para quem te despreza. Homem que é homem não tem nem direito
de escolher a parceira, isso é coisa de moleque que não tem contas pra pagar, seja um
gado de valor.

É meio contraditório pensar que é seu dever ir morrer na guerra por um país que toca
o foda-se pra você quando, por exemplo, embora as mortes anuais por câncer de próstata
sejam em um número superior ao número de mortes por câncer de mama, o estado investe
muito, mas muito mais dinheiro em pesquisa e prevenção da segunda opção. Afinal de
contas, o homem sempre foi descartável para a sociedade. Odeio citar o Papo de Homem,
mas eles fizeram um bom trabalho resumindo boas informações neste artigo: “acham que
você vale menos e que é um ser humano de segunda classe, logo, é razoável que tenha
menos direitos que os outros, trabalhe, pague impostos não usufrua de nada e morra quieto
amigão, macaxeira no seu rabo”.

EIXO II - Capítulo 6: Política


Já o Centrão, finge que não é um nem outro, mas acha que você vale menos e que é
um ser humano de segunda classe, logo, é razoável que tenha menos direitos que os outros,
ou seja, trabalhe, pague impostos não usufrua de nada e morra quieto amigão, aipim no
seu rabo.

Não existe princípio racional na escola das políticas públicas, e no resto da política
isso não é diferente, é tudo um grande circo a céu aberto, quem for mais bonitinho e chorar
mais alto mama, isso quando consegue...

Não perca seu tempo com coisas que estão acima do seu controle quando há tantas
coisas na sua vida que só dependem de você pra melhorar. Eu não falo aqui do alto da
montanha, pois já perdi incontáveis horas e amizades por causa de política, acompanhava
essas merdas diariamente e não perdia uma boa chance de entrar em um debate acalorado
com a oposição, mas o que eu ganhei com isso? PORRA NENHUMA! Quisera eu poder voltar
no tempo e gastar esse tempo estudando, malhando, cuidando da minha saúde. Portanto,

EIXO II - Capítulo 6: Política


esta é a pegada, você não vai lucrar agindo dessa forma a não ser que seja um encabrestado.

Mas se você, realmente, gosta dessa bagaça, então, mesmo que não vá ganhar nada,
jogue para não perder:

• N
ão revele sua posição política para ninguém que não conheça ou não confie
muito, finja que é partidária da mesma opinião da pessoa que te pergunta ou diga
que não se importa com essas coisas, saber dissimular é fundamental;

• N
ão discuta essa porcaria em grupos que ficarão registrados, você pode perder
chances de emprego por apoiar A ou B;

• Evite qualquer treta sobre política no ambiente profissional;

• N
ão fique mandando a real para coleguinhas que discordam de suas visões, você
só vai perder os poucos pontos que tem com isso, e não vai mudar a cabeça de
ninguém;

• R
espeite as visões dos coleguinhas por mais imbecis que sejam, afinal de contas,
ele é um ser humano assim como você por mais jumento que seja merece ser
tratado com humanidade e respeito.

EIXO II - Capítulo 6: Política


Não existe nada mais chato e ridículo do que pessoas bitoladas com política e que
nem estão ganhando nada com isso, isso é ridículo, em especial, se você for um beta
fudido. Sendo um betinha pobretão qualquer está atitude rompe os limites do patético,
pois a pessoa que já te olhava torto agora vai te olhar com desprezo, vai te negar até água
se puder. Direita e esquerda são dois lados da mesma moeda.

EIXO II - Capítulo 6: Política


- SABER COMO O MUNDO É CAPÍTULO VII
DILEMAS X DILEMAS
EIXO II
Se você não está dando conta de ser competente na sua vida financeira, intelectual e

social, certamente passará a fome da fome nos aplicativos, porém, tenha paciência porque

nem tudo se resolve da noite pro dia. Para sair do lugar, damos um passo de cada vez,

assim, se tu ficou dez anos batendo punheta, engordando e sem estudar, não vai ser em

um ano que tu vai ficar com um corpo legal e passar num bom concurso ou arrumar um

bom emprego; tudo isso influencia diretamente nas relações.

Ademais, vejamos algumas coisas nas quais você deve estar atento antes de adentrar

em um relacionamento:

• Personalidades de merda, hoje é legal ser narcisista e abusivo, é sinônimo de

empoderamento;

• Não pague de capitão salva “profissionais do sexo”;

• Daddy issues;

• Gente dodói da cabeça;

• Uso e dependência de drogas;

• Pessoas controladores e ciumentas;

• MSOIS.

EIXO II - Capítulo 7: Dilemas x Dilemas


EIXO II - Capítulo 7: Dilemas x Dilemas
O mundo é um lugar bastante zoado, especialmente neste século em que o
racismo, o pessimismo e o desespero adquiriram uma presença marcante
como elemento cultural, logo, é natural que busquemos um sistema de crenças, ou pelo
menos respostas que nos fornecem um consolo mental para enfrentarmos a dura realidade.

Como seres humanos, estamos fadados a esta busca por equilíbrio ou ao menos
um sistema de crenças, tornando-nos suscetíveis à vigarice e a estupidez de toda sorte
de bandidos e aproveitadores (não raro youtubers). A vulnerabilidade, então, se agrava
ainda mais quando falamos de pessoas vindas de uma origem humilde e/ou em situação
de precariedade porque é muito mais fácil vender ilusões e esperanças para quem sequer
pode viver sem elas.

Um jovem da periferia sem acesso a lazer, educação e saúde de qualidade tem mais
chances de entrar, por exemplo, para uma igreja pentecostal do que um jovem de mesma
idade de família de classe média, ou alta, que tenha acesso a bens de consumo, educação
e lazer de qualidade.

Na igreja o jovem pobretão vai encontrar diversas coisas que não tinha acesso como:
o mínimo de respeito e validação social, alimentação, dinâmica social em pequenos grupos
(encontro de jovens, banda, obreiros e afins); basicamente terá acesso a uma vida social e
o mais importante, terá um senso de sentido e propósito para sua existência.

Não há nada de errado em buscar equilíbrio mental, seja batendo uma bola com os
amigos, tomando uma cerveja, indo pra igreja ou entrando para um diretório acadêmico.
Porém, como tudo na vida, a diferença entre o remédio e o veneno é a dose.

Mas se entrar em um grupo desses irá trazer vários benefícios, então, qual o problema?
O problema é a bitolação. Alguns seres humanos nasceram com uma tendência para
liderar e os outros para seguir, portanto não surpreende a recorrente formação de seitas
e congêneres durante nossa história. Utilizo seitas e cultos apenas a título de exemplo, a
questão em si é a ideologia, palavra da moda dos últimos anos.

Uma ideologia pode, sim, trazer inúmeros benefícios a um indivíduo e quando presente
em um grupo pode mudar a vida deste radicalmente para melhor, mas podemos traduzir
os malefícios do pensamento ideológico em um elemento: as certezas.

A ideologia tem como característica trazer consigo um sistema que explica toda
a realidade, não raro prometendo ainda a salvação ou o paraíso para quem seguir tais
preceitos e colocar em práticas as idéias ali apresentadas.

Qualquer ser humano com o mínimo de bom senso já percebeu que tudo no mundo é
complexo e multifatorial, dessa forma, querer resumir todas as coisas a poucos elementos
é sinônimo de arrogância, ignorância ou mau-caratismo, embora tenhamos que admitir
que isso é muito fácil e conveniente.

EIXO II - Capítulo 7: Dilemas x Dilemas


Imaginem um pobretão “brainlet”, sem nada de especial, sem destino e sem esperança,
que finalmente encontra um grupo que o aceita e abraça (um grupo religioso, político, tanto
faz). Agora esse homem, que não sabia nada e nunca leu um livro na vida, tem validação
social, um senso de propósito e, ainda mais, agora ele tem consigo TODAS AS RESPOSTAS.

Quem não detesta essas pessoas que mudaram de panelinha e passaram a se


achar os iluminados, detentores da verdade e da sabedoria, acreditam que têm sobre
suas cabeças uma auréola, mas na realidade carregam em sua face um cabresto. Não me
entendam mal, no caso do betinha acima eu acho que ele tá no lucro, melhor dentro da
panela do que sofrendo só no mundo; deixemos ele ser feliz, pois cada um que se engane
como quiser e puder.

E é esta a idéia que quero transmitir, essa agonia, esse impulso que nos leva a entrar
nesses grupos e aceitar o conforto de ter todas as respostas, por mais falhas e incoerentes
que sejam, é algo que parece ser inerente à existência humana e este mal estar se arrasta
conosco pela história.

Os maiores homens da história perceberam e aceitaram o caráter inevitável e


incompleto da experiência humana, por exemplo, homens como Epiteto, Santo Agostinho,
São Tomás de Aquino e Marco Aurélio são o que poderíamos chamar de “Red Pill”, mas
esses não o fizeram para se iludir ou buscando respostas fáceis, agiram de forma serena e
buscando equilíbrio em seus espíritos e ações, eles não cederam diante do peso do mundo
e do lado sombrio da natureza humana, eles reconheceram isso ao seu redor assim como
dentro deles e buscaram estar acima do mundo e dos instintos mundanos.

Se você acha que hoje somos corruptos é porque não conhece a história, os fratricídios,
patricídios, matricídios e trairagens rolam solto há milênios, e a política de Roma faz parecer
que nossos ministros do STF são santos, vejam como se deu o assassinato de Júlio César.

O mundo sempre foi igual, ou seja, uma merda. Entretanto, não bitolem, como diz
Jung: em todo caos há um cosmos, e em toda desordem uma ordem. As loucuras e as
tretas do mundo tem um caráter constante e previsível, logo é possível retirarmos uma
ordem dessa desordem, percebendo que não vale a pena gastarmos nossa saúde física e
mental tentando mudar o mundo. Podemos tudo isso no seguinte: se um problema não
tem solução, então ele já está resolvido.

Para praticamente todos os problemas filosóficos que temos, alguém muito mais
competente que nós já dedicou uma vida para sua solução, inclusive, é aí que está, a meu
ver, a maior vantagem na leitura, surpreendo-me quando vejo homens que viveram há
quase 3 milênios apresentando soluções para problemas que ficamos batendo cabeça
até hoje, muitos questionamentos tratados como novidades por tolos arrogantes foram
discutidos com muito mais competência e um genuíno interesse pela verdade por homens
muito mais competentes, muito mais útil do que perder tempo em discussões com pessoas
de pouco conhecimento e muita soberba é buscar aprender com todo conhecimento que

EIXO II - Capítulo 7: Dilemas x Dilemas


- SABER COMO AS PESSOAS SÃO CAPÍTULO VIII
PERSONALIDADES E RELAÇÕES
“Aprova aos bons, tolera os maus e ama a todos.”

Santo Agostinho
EIXO III
nos foi deixado “de bandeja” pelos grandes homens.

Não faz sentido discutir praticamente assunto nenhum: primeiro, porque quase
ninguém está disposto a mudar de opinião; segundo, porque já sabemos que ninguém
se importa com a verdade e, em último lugar, não vale a pena se estressar simplesmente
porque o mundo não tem jeito, e meio que não existe certo ou errado.

Vejamos, por exemplo, o eterno dilema entre moral objetiva e moral utilitarista: por
volta de 2009, estava em uma aula de Direito Processual Civil na faculdade quando o
professor começou a nos ensinar sobre Mandado de Segurança, insta mencionar que esse
professor é um comunista dissimulado (poderia ser de direita também, não me importo
e não é o meu ponto). No exemplo que trabalhávamos, debatíamos qual o valor máximo
do tratamento de saúde que o Estado seria obrigado a custear caso algum cidadão se
encontrasse doente, uma vez que o Mandado de Segurança é o remédio constitucional
utilizado para esses casos, assim, explicarei em seguida.

Imagine que você é pobretão, não tem nem onde cair morto, mas sofreu um acidente
e precisa de um leito em UTI ou tem uma doença rara e precisa de um remédio que custa
uma fortuna. Como você não tem recursos financeiros para pagar por esse medicamento
de alto valor, você arruma um advogado ou vai à Defensoria Pública para impetrar um
Mandado de Segurança pleiteando que o Estado, segundo o que prevê a Constituição
Federal, forneça o remédio necessário.

O que me chamou a atenção durante a aula foi que o professor, apesar de ser notório
defensor dos pobres e oprimidos, disse sem titubear que o máximo que o estado deveria
gastar para salvar uma vida era R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). Ao ouvir aquilo fiquei
chocado, pois basicamente o que ele disse é que uma vida humana vale duzentos mil, por
isso, ele foi utilitarista.

Eu fiquei bolado porque a meu ver minha vida, e a dos outros pobretões, valem muito
mais do que o valor de uma HILUX completa, mas aí eu te pergunto: qual o valor de uma
vida? Eu não sei, porém isso não importa. O que nos interessa é a abordagem da questão
que é basicamente a seguinte: se você estabelecer um valor, estará fazendo uso da moral
utilitarista; se for até o fim para salvar uma vida, estará fazendo uso da moral objetiva.

Perceba que uma não é necessariamente melhor que a outra, a moral utilitária parece,
a priori, desalmada e desumana. Mas ela traz consigo uma aspecto objetivo, funcional e,
quando bem executada, impessoal. Já a moral objetiva, irá fazer o Estado gastar bilhões de
reais por causa de apenas um indivíduo.

Assim, o que é mais correto: colocar um valor em uma vida ou gastar uma fortuna
que daria pra construir dezenas de hospitais por uma só pessoa? A meu ver não existe
certo ou errado e, sim, ações e consequências.

Estabelecer um valor nos desumaniza, e é um caminho que se mostra historicamente

EIXO III - Capítulo 8: Personalidades e Relações


deveras perigoso. Pois basta ver o que ocorre nos países em que o indivíduo e a liberdade

individual são secundários à ideia de nação ou estado, ou sociedades em que os bens

materiais têm mais valor que a vida.

Ao não se estabelecer um valor e irmos até o final por qualquer indivíduo, teremos

uma nação economicamente fraca e que irá “matar” dezenas de milhares de vidas na

busca de salvar apenas um ser humano.

Agora, conseguimos perceber claramente que as tretas e discussões que envolvem o

destino das nações e do mundo quase sempre serão carregadas dessa dualidade. Dessa

maneira, o B.O é justamente estabelecermos a linha e/ou o valor que corta essas duas

visões de mundo, enfim, é aí que o pau come e não chegamos nunca a lugar nenhum.

Temos a pandemia que também exemplifica perfeitamente a questão, uma vez que

tal evento ferra a porra toda e sacrifica a economia para salvar os mais frágeis, por um

lado, mesmo que isso vá matar uma caralhada de gente depois por desemprego, inflação

e afins ou, por outro lado, abrir geral deixando o mercado ativo e fodam-se os menos

necessitados. Toda treta política estará carregada dessas características e se hoje a

discussão é essa, no ano que vem será outra, o ciclo é eterno.

Pouco importa se sua pegada é mais utilitarista ou objetiva, o que importa é que o

caos e a desordem são elementos constantes do “progresso” da humanidade. Justamente

por isso, você deve ser sensato o suficiente para saber o que está sob seu controle e o que

não está; evite frustrações e mudanças que nunca ocorrerão, trate de buscar seu caminho

e propósito na vida sem o uso de muletas ideológicas.

Os dilemas na existência humana são inexoráveis, mesmo buscando o conforto das

“certezas” das ideologias, ainda assim parte de nós saberá que no fundo nossa certeza

ferrenha é fundada em pilares de insegurança e “coping”. Então, meus amigos, escolham a

sua ilusão preferida e sejam felizes, mas nada de ficar criticando as ilusões dos coleguinhas.

EIXO III - Capítulo 8: Personalidades e Relações


S abemos que o ego é a parte consciente de nossa mente, ou seja, é a parte
de nossa psique sobre a qual temos “controle” e plena percepção; a persona,
por sua vez, representa uma faceta desse ego que vestimos como uma máscara para
lidarmos com as diferentes estruturas sociais da qual fazemos parte: quando estamos
na igreja utilizamos uma persona e nos comportamos de uma forma, já para uma roda
informal com os amigos ou num ambiente profissional usaremos personas diferentes e
isso é perfeitamente natural.

A busca pela individualidade é um processo natural e sadio, cultivamos o ego e


nosso senso psíquico de individualidade até o fim de nossos dias, para os mais sortudos
o processo de individuação resulta no equilíbrio total de uma mente adulta que conhece e
aceita cada detalhe de sua individualidade.

Somos animais, logo, temos limitações de ordem biológica e há diversos estudos


que buscam categorizar um hall de personalidade o mais preciso e reconhecido no meio
científico é a teoria do BIG 5. Em relação a essa teoria, recomendo que procurem entender
e, inclusive, façam os testes grátis disponíveis na internet, mas não trataremos disso
neste livro. O ponto aqui é simplesmente observarmos que os seres humanos podem ser
categorizados de forma eficiente sob tão somente 5 aspectos capazes de englobar todos
os habitantes deste planeta.

Apesar disso, a maioria das pessoas gosta de se achar muito diferente, muito especial,
não há nada de errado nisso, nos diferenciar do grupo e cultivar o ego e um senso psíquico
de individualidade é algo natural e sadio.

Na adolescência o fardo da busca pela individualidade vem pesado, na busca por nos
diferenciarmos de nossos colegas e buscar nosso lugar no mundo, fazemos uma série de
bobagens das quais nos arrependemos no futuro.

Imaginemos alguns exemplos clássicos, o betinha João execrado e inepto em todos


os meios sociais não tem nenhum traço diferencial, não é bonito, não é muito feio, não é
muito bom em nada, mas descobre que o meio do rock, em especial o metal, não rejeita
ninguém, chegando lá ele fica todo animado afinal de contas pela primeira vez faz parte
de algo, de um grupo, essa é sua grande chance de finalmente se diferenciar dos demais
normies.

Ironicamente, ao buscar se individualizar, o Betinha João acaba cedendo a conformidade


do grupo, com isso, na primeira semana passou a usar camisas pretas, preferencialmente,
de bandas. Em todos os lugares que frequentava, percebendo que recebia alguns olhares
a mais que o normal, então, se apressou e comprou várias correntes e adornos. Meses
depois, João era figura de destaque na sua escola já que chamava a atenção de longe com
seu sobretudo, coturno militar e dois quilos de corrente que compunham seu visual em
pleno calor de 37ºC.

EIXO III - Capítulo 8: Personalidades e Relações


Todo esse sacrifício, pelo agora já cabeludo betinha João, era justificado em sua
mente, afinal de contas, agora ele era um sujeito único, aquilo definia sua personalidade;
bom, pelo menos era o que ele achava.

Embora João fosse o único de sua escola católica a se prestar ao papel de adolescente
metaleiro, não há nessa atitude uma legítima expressão individual porque na turminha do
rock, toda a vestimenta do personagem era considerada padrão. Basicamente um metaleiro
normie fazendo jus ao estereótipo total de bobão metaleiro adolescente, portanto, esse
tipo de atitude é a antítese da expressão genuína da personalidade/individualidade.

O mesmo vale para os jovens mais providos de recursos biológicos e financeiros:


tatuagens, cortes de cabelo medonhos (quem não lembra dos topetes), uso de drogas
(lembre-se, betinha pobretão, você nasceu jogando a vida no modo hard, não dificulte
ainda mais o que já está difícil não use drogas e evite até os vícios permitidos por lei),
ouvem as mesmas músicas, usam as mesmos roupas, tomam as mesmas bebidas e etc.
Todos se acham super fodões e diferentões enquanto enchem o cu de drogas, mas na real
estão sendo iguais a todos os outros, perdidos na vida e vivendo de máscaras.

Mas qual a porcaria da utilidade desse texto todo pra sua vida? Afinal de contas, isso
é um manual, ou pelo menos deveria ser. O ponto é que na maioria das vezes quanto mais
tentamos buscar nos diferenciar, mais acabamos sendo iguais a todos os outros. Hoje,
a moda é ir aos lugares onde os influencers vão e fazer fotos na mesma pose que eles,
consequentemente, esse é o máximo da expressão de personalidade online. Se você gosta
disso tudo bem, não sou fiscal de brioco; o lance é que muitas vezes perdemos anos das
nossas vidas com isso, tempo este que poderia ser gasto com uma busca mais útil e que
promova uma verdadeira saúde/satisfação mental.

A BLACK PILL
A verdade mesmo é que quando o assunto abrange as relações humanas, sua
verdadeira personalidade importa muito pouco ou quase nada. Há diversos estudos que
demonstram que ninguém dá uma foda para a personalidade das pessoas, o que interessa
é o que ela tem a oferecer de recursos sociais e biológicos.

Segundo Rollo Tomassi, hoje vivemos uma espécie de RPG no qual saímos, bebemos,
transamos, vamos domingo à noite para a igreja, fazemos caridade, mas em nenhuma
dessas atividades estamos realmente presentes, pois não há vontade genuína na vida que
levamos - somos uma casca vazia, mera aparência de nós mesmos.

Trataremos agora do famoso efeito halo, halo significa uma irradiação de luz,
uma auréola, dessa maneira, a Teoria do Efeito Halo afirma que um sujeito que possua
características positivas terá uma chance maior de ser percebido pelo grupo como
possuidor de características positivas que não possui. E isso é de fato o que acontece

EIXO III - Capítulo 8: Personalidades e Relações


na realidade, embora os dados mostram claramente que não há uma correlação entre
beleza e outros aspectos como inteligência, competência e afins, isto significa dizer, não
é porque uma pessoa é bonita que ela necessariamente será inteligente, competente ou
mais saudável que as outras.

Estudos comprovam a veracidade do efeito halo sobre a psique humana, vez que
de fato as pessoas correlacionam a beleza com as características citadas acima numa
frequência insana, ou seja quanto mais bonito você for mais as pessoas irão achar que
você é inteligente, competente, esperto, saudável e afins, mesmo que a realidade
dos números mostrem o contrário. Não preciso nem dizer que quanto mais feio, mais você
estará lascado.

Basicamente o que ocorre é o seguinte, quando a pessoa te conhece ela enquadra


suas atitudes mais ou menos como na tabela abaixo:

Como se já não bastasse isso, as primeiras impressões das pessoas são obtidas e
manifestadas em MENOS DE 1 SEGUNDO, aí eu te pergunto: se as pessoas julgam seu nível
de status social, sua confiabilidade e seu nível de beleza em menos de um segundo você
acha que sua personalidade importa? Infelizmente, a resposta é não pelo menos em um
primeiro momento.

Embora alguns estudos mostrem que não há segunda oportunidade para se mudar
uma primeira impressão, em tópicos específicos dentro de relações mais duradouras isso
pode mudar, pois com o tempo você pode ganhar a confiança da pessoa e mostrar que é
confiável. Mas quando tratamos de relação homem x mulher, meu amigo, pode esquecer...
nem perca seu tempo porque a chance de mudar é ínfima e, definitivamente, não vale o
esforço.

EIXO III - Capítulo 8: Personalidades e Relações


Você deve estar puto comigo, uma vez que eu fiz você ler duas páginas sobre
personalidade para, posteriormente, vir aqui e dizer agora que ela não serve pra nada.
O mundo é selvagem, assim como nossa natureza, evoluímos para ser julgadores
implacáveis, mas embora possa ser difícil de imaginar, existem relações que vão além das
máscaras e da futilidade - é raro e difícil de achar, entretanto, neste pequeno universo sua
Não estourealmente
personalidade dizendo que dá pra colocar todos os seres humanos em uma caixinha,
importa.
o ponto é tão somente observar que temos uma noção meio zoada “do infinito de
Sejamos sinceros, por mais que esses raros seres que nos amam e valorizam por
possibilidades” das personalidades. A real é que ninguém é lá muito único ou especial,
quem nós somos, apesar de nossa lataria judiada, pobreza e estupidez mereçam ter nossa
pois somos mais ou menos iguais com traços mais ou menos intensos em cada aspecto
lealdade e admiração, neste ponto você já deve ter percebido que buscar seu crescimento
determinantes das personalidades.
como indivíduo/personalidade por causa dos outros é a maior furada, portanto, você deve
fazer Não
isso épor
porque
você, oninguém dá uma foda para a sua personalidade que você não deve
resto é consequência.
buscar se conhecer. Não me venha de chororô ou com “ainnn sou feio, sou pobretão, game
Viver pela validação externa quando se está em uma posição desfavorável na
over pra mim” porque a única coisa que vai conseguir com isso é ser um feioso pobretão
pirâmide social é algo extremamente estúpido e inócuo, Mas, infelizmente, é o que a
patético; a parte do patético é escolha sua, então, escolha ser melhor.
maioria das pessoas faz quando moldam sua personalidade para fazer parte de grupos
que osO desprezam,
domínio da solitude
com isso,somente é possível
desperdiçam parada
décadas indivíduos
sua vida que se conhecem
tentando e não
galgar espaços
dependem
em estruturasde validação externa, portanto,
que o desprezam. é necessário
Vejo vários que se tenha
betinhas pobretões uma personalidade
que passam anos como
bastante na
obreiros desenvolvida para viver
igreja dedicando suaa solitude de forma
vida e nunca plena.ao posto de pastor enquanto
chegam
bonitões e ricos da igreja chegam lá rapidão, ou seja, problema é que muitos desses não
Há força e virtude em ser você mesmo, não abra mão disso. Se ninguém na sua vida
sabem existir fora de contexto, são escravos da ausência de uma personalidade genuína.
te ajuda, faça isso por você mesmo; se és incapaz de se valorizar como indivíduo por conta
própria, não bem,
Pense espereseque
suaos outros o façam
personalidade por você.
e sua percepção como indivíduo depende de um
grupo ou de percepções externas, será que podemos realmente considerar ela como
SUA personalidade? Creio que não. É evidente que o grupo social é parte integrante da
personalidade de todas as pessoas, somos animais sociais, não advogo aqui que vire
ermitão. O que defendo, pela lógica, é a obtenção de uma personalidade genuína, uma
verdadeira emancipação como indivíduo. Por mais que você não venha a lucrar muito com
isso, pelo menos poderá se considerar um homem genuíno e livre, escravo somente de si.

Gostemos ou não, somos julgados a todo instante por critérios implacáveis pautados
numa estratificação social, em um décimo de segundo a pessoa vai decidir quem você é,
quanto dinheiro você tem e vai te tratar de acordo com esse julgamento pouco importando
que você realmente é.

Há décadas está mais do que provado que pessoas mais atraentes têm uma
trajetória mais fácil em todos os caminhos da vida, qualquer psicólogo com o mínimo de
bom senso e que acompanhe os artigos científicos sabe disso, porém, o problema é que
esses profissionais são raros. Assim, nos vendem a ilusão de que beleza não importa o que
importa é sua personalidade.

Todo esse besteirol tem lá sua parcela de sentido, mas certamente não irá te ajudar
a arrumar um emprego, um(a) parceiro(a) ou qualquer outra coisa útil em curto e médio
prazo na sua vida.

EIXO III - Capítulo 8: Personalidades e Relações


Isso nos permite concluir, com segurança, que a natureza das relações humanas é
baseada fortemente em pulsões biológicas e não em uma fundamentação racional. Também
concluímos ainda que buscar pautar sua personalidade e sua visão como indivíduo com
base nesses preceitos, é receita para o fracasso em uma sociedade cada vez mais pautada
em relações curtas e sem profundidade - em comunicações anônimas e perfis falaciosos,
em um mundo que busca a extinção de relações e amizades verdadeiras e duradouras.
• Desenvolva-se sem a dependência de terceiros - se você não cuidar de si mesmo,
ninguém o fará;

• Não dependa da validação externa de ninguém, o que não significa dizer que não
deva respeitar a opinião das pessoas com quem tem relações verdadeiras;

• Não abra mão da sua individualidade/personalidade por qualquer coisa. Sei que é
fácil entrar em ondas ideológicas e panelas, afinal de contas, elas te darão todo um
set de pensamentos pronto e isso é muito cômodo, mas comprar o pensamentos
pronto dos outros é abrir mão de si mesmo;

• Não se humilhe ou mude para agradar quem não te valoriza ou não te respeita,
preocupe-se mais com quem gosta de você por quem você é, esses sim, merecem
sua lealdade e preocupação;

• Busque o processo de individuação. Por mais que você não vá ganhar muitas
coisas externas, com uma personalidade agradável os prêmios internos já bastam
- uma mente sadia e equilibrada não tem preço, acredite.

EIXO III - Capítulo 8: Personalidades e Relações


- SABER COMO AS PESSOAS SÃO CAPÍTULO IX
RELACIONAMENTOS
“O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver
as coisas tal como elas não são.”

Nietzsche
EIXO III
T ratarei de elementos que serão úteis para todos indivíduos seja lá qual for seu
credo, gênero, opção sexual e afins, mas peço especial atenção aos leitores
que cometeram o crime hediondo de nascer com um falo no meio de suas pernas porque a
situação está mais embaçada pra nós do que se possa imaginar.

O instinto de reprodução é o mais forte da natureza, superando até o instinto de


sobrevivência, diversas espécies de animais sacrificam a vida em prol da reprodução e
nós, seres humanos, não ficamos muito atrás.

Quem carrega o fardo de se matar pela continuidade da espécie quase sempre é


o macho, nós não estamos muito longe dessa realidade. Não àtoa freqüentemente nos
arrependemos amargamente após uma bela gozada, pois em um mundo em que 28% das
mulheres consideram uma piscada assédio sexual e que a definição de abuso depende
mais do seu nível social e de beleza do que de suas ações, como evidenciado no capítulo 4,
mais uma vez vemos que o que importa é quem faz e não o que se faz. Logo, você betinha
pobretão, mais feio que bater em mãe e desprovido de status deve pensar muito bem sobre
onde coloca seu malaquias senão pode perder não só a vida, como a liberdade e o toba.

Sei que o papo tá pesado, porém, não me entendam mal, pois quem faz merda
tem mais é que se fuder mesmo pouco importando o que se tem no meio das pernas. O
problema é a hipocrisia da situação, uma vez que os meninos adolescentes sofrem mais
violência que suas parceiras e continuam se lascando na vida adulta, dessa maneira,
parece-me desarrazoado demonizar o lado que mais se ferra justamente naquilo em que
ele mais sofre.

Não espero lógica e coerência de ninguém, menos ainda da opinião pública, sei
que mesmo que eu coloque centenas de dados que comprovam o óbvio, i.e, os homens
são disparadamente as maiores vítimas de violência na sociedade. Inclusive, nos casos
de violência no lar, sempre haverão os babacas que não sabem a diferença entre fatos
e opiniões, então, este texto provavelmente irá despertar um ódio desarrazoado contra
a minha pessoa. Caso a lógica, o bom senso e os fatos aqui apresentados não surtam
efeitos pra você, que ousa me imputar a falsa pecha de criminoso, homofóbico, misógino
e afins, simplesmente pelos fatos aqui apresentados aproveito estas linhas para mandar
você ir pra casa do caralho, e sugiro que nem perca tempo lendo meu texto, seu pau no cu.

A primeira coisa que temos que aceitar é que todas as mulheres já estão
comprometidas, e o macho delas se chama ESTADO. Com isso, não interessa se você
quer casar ou não porque todas as opções envolvem riscos enormes, e os leitores homens
devem ficar atentos. Não vou aqui defender a opção X nem Y até porque a chance de dar
merda é grande em ambas (casar ou não casar), porém vou simplesmente mostrar os
desafios e riscos de cada uma e você decide o que quer fazer da sua vida.

EIXO III - Capítulo 9: Relacionamentos


O CASAMENTO
O casamento era considerado um sacramento, ou seja, era um sacrifício ou pelo
menos algo que não necessariamente exigia torrentes de felicidade constante, mas era,
sim, pautado na lealdade e sacrifício. Ou seja, era algo pra vida toda e tinha, na teoria, uma
pegada que transcendia a vida material.

Saiba que hoje, em muitos países, a chance de um casamento dar errado é muito
maior do que a de dar certo. Sabemos que mais da metade dos casamentos não vai “dar
certo”, e quantos dos supostos casamentos que “dão certo” não estão juntos somente por
mera conveniência, covardia, pelos filhos ou pelo patrimônio? Há estudos que indicam que
somente 13% dos casados continuam se amando e apenas 2% se mantém num estado de
paixão e amor intenso, nada animador não é mesmo?

A chance de o casamento “dar errado” é de 80% e a chance de ele acabar fica por
volta de 50%. E mesmo que você explique ou mostre isso para as pessoas, elas irão insistir
na ideia do matrimônio - dirão que você tem que se casar e tentar mesmo assim. Contudo,
pergunte a esses indivíduos se eles entrariam num avião com 50/80% de chance de cair e
veja a resposta que darão.

Com o fim da acepção de casamento como algo sagrado, conforme mencionado


acima, somente restou o aspecto contratual da instituição, ou seja, mero acordo civil entre
duas partes, assim como qualquer contrato de compra e venda de bens móveis e imóveis.

Os contratos civis têm deveres e direitos para ambas as partes e cada parte que
descumprir o acordo deverá responder por isso, por exemplo: se você deixar de pagar uma
conta, terá seu nome registrado no SPC/SERASA podendo ainda ser processado.

O contrato de casamento é o único em que uma das partes, além de não ter que pagar
o preço por descumprir o contrato, ainda é premiada por quebrá-lo, saindo muitas vezes
com status de heroína. No mundo, as mulheres iniciam o divórcio aproximadamente em
70% dos casos (72% no Brasil e 69% nos EUA).

Há situações absolutamente insanas em que a vontade das partes é ignorada, por


mais que as partes façam um contrato pré-nupcial ou se casem no regime de separação
absoluta de bens. Na hora da dissolução do casamento, o juiz vai mandar um belo "foda-
se" com possibilidade de tomar metade do que é seu; se você for homem, é claro, uma vez
que no caso contrário a lei será considerada.

Quando um homem mata uma mulher no trânsito ele tem uma pena 59% maior do que
uma mulher que comete o mesmo crime. Há diversos estudos que demonstram que em
situações idênticas de cometimento do mesmo crime, os homens levam uma mandiocada
60% maior na pena; as mulheres, porém, tem o dobro de chance de sequer irem parar atrás
das grades isso porque nós vivemos no patriarcado, amigão, pode confiar.

EIXO III - Capítulo 9: Relacionamentos


O ponto aqui é que se ela quiser
te matar, o juiz já vai aliviar. Com isso,
imagina se ela pedir tão somente
metade dos seus bens, uma guarda
integral e uma pensãozinha suave -
“tá na mão” -, pode se preparar para
sair da sua casa que foi comprada
antes do casamento aí, amigão.

Há um instituto jurídico que


estabelece que contratos com regras
totalmente desproporcionais são
considerados inválidos, pena que
esta regra ignora o casamento, será
por quê? A meu ver, é porque fode os
portadores de pênis aí ninguém liga,
ora, homem nem é gente, patriarcado
strikes again.

Os incentivos para o divórcio são enormes e aumentam a cada dia, pois


qualquer um com bom senso e conhecimento da realidade material sabe que as
denúncias que justificam o afastamento do homem do lar são majoritariamente falsas.
Imagine a seguinte situação: Maria está casada com João há 18 anos e, dessa união, há
dois filhos: Valentina e Enzo, gêmeos de 8 anos. Eles são uma família humilde de pobres
assalariados, mas devido à pandemia João se lascou e ficou sem renda e, para piorar, a
família está passando por dificuldades.

Depois de 18 anos juntos a chama da paixão, fenômeno biológico com duração


aproximada de 12 a 48 meses, já se apagou há mais de uma década. A bem da verdade,
ela já despreza João há algum tempo, pois o sexo, quando muito, acontece 3 vezes por
ano depois de João mendigar e se humilhar muito, com isso, rola aquela foda de 5 minutos
numa puta má vontade. Conseguiram terminar de construir o barraco em que vivem e João
trabalhava como pedreiro meia boca durante os fins de semana, o que vai dar um respiro
nas contas; ambos tratam bem seus filhos.

Agora com João em casa o dia todo (pandemia) é briga o dia todo e aquele clima de
merda na casa. Depois de enxotar o marido pra fora de casa com uma desculpa qualquer,
Maria vê na TV que as mães solteiras estão ganhando 1200 de benefício assistencial, e
que as brigas do casal podem ser consideradas violência psicológica, logo, ela pode tirá-lo
de casa assim que quiser e, nesse sentido, o marido será obrigado a pagar pensão.

Pronto, Maria achou a solução para todos seus problemas. A única utilidade de João
era o dinheiro que punha na mesa, mas agora que ela pode obter recursos sem ter que

EIXO III - Capítulo 9: Relacionamentos


conviver com esse ser abjeto não há porque pensar duas vezes...

João chega em casa e se depara com a polícia no seu portão juntamente com suas
malas feitas, além de descobrir que há medida protetiva - tem que ficar agora à 500m de
sua mulher e filhos, sob pena de prisão. Consternado, ele pega as suas malas sem ter
para aonde ir, porém precisa refazer sua vida em uma semana porque no fim do mês tem
pensão pra pagar, foda-se se agora ele precisa arrumar uma casa, eletrodomésticos e se
alimentar, se vira aí, amigão, use o poder do patriarcado opressor.

E a situação está para piorar, na Europa já há legislação que criminaliza:

• Restringir o acesso ao parceiro às finanças: suponha que você ganhe 10 mil reais,
porém paga as contas da casa com 3 mil e ainda gasta o valor 3 mil com a família
e, no final, sobram 4 mil. Nesse caso, você não pode impedir sua digníssima de ter
acesso a todo esse dinheiro mesmo que você queira poupá-lo ou fazer qualquer
outra coisa com ele, pois se você o fizer, terá o destino do João;

• Colocar o companheiro pra baixo: sim, essa regra não é nada subjetiva nem vai
ser usada pra te fuder não, amigão, pode confiar. Qualquer piadinha que você fizer,
poderá e será usada contra você;

• Impedir o parceiro de ver qualquer pessoa: Pois é, amigo, se você exigir que sua
mulher não veja o ex namorado, você vai estar cometendo crime, e se você impedir
ela de usar o seu dinheiro pra ir visitar o ex vai estar infringindo essa regra e a do
acesso a finanças;

• Assustar o parceiro: não preciso nem comentar, mesmo que não cometa violência
física, o fato de você “usar o seu tamanho para intimidar” ou descontar sua raiva
em algo pela casa será considerado como crime. Essa é até relativamente justa,
ninguém merece conviver com gente quebrando tudo e fazendo barraco todo dia,
foda são os excessos da lei.

• Controlar o que o parceiro veste: pois é, se sua mulher quiser sair pelada na rua,
não ouse impedir amigão senão já sabe, camburão.

Você pode argumentar que isso está em vigor no Reino Unido e nem tudo aí vale pro
Brasil, mas há uma tendência global de unificação deste tipo de legislação.

Saímos de um trecho pesado, portanto, respire comigo e conte até dez, pois nada
disso que falei é o fim do mundo, o pior já passou. Você precisa saber o que há de pior para
saber como lidar com isso, e a resposta para como lidar com o casamento é: BARGANHA.

Vamos discutir esse tema mais adiante, mas sabemos que há três fatores que
determinam a atração: beleza, status e dinheiro. Um homem sem esses atributos sequer
é considerado ser humano quando o assunto são relações amorosas, já um homem que
detém tais atributos terá barganha dentro da relação.

EIXO III - Capítulo 9: Relacionamentos


Somos animais sociais, e a mulher representa o tecido de ligação da sociedade sendo
ainda mais suscetível à percepção da hierarquia social. A mulher enxerga o homem como
um token, ou seja, uma espécie de arquétipo de força, segurança, provisão e domínio,
assim, enquanto você for capaz de manter esses pontos dentro de uma relação estará
relativamente seguro.

Sei que parece exagero, visto que as pessoas vão dizer que não se importam com
dinheiro e que não ligam pra status, mas é só o sujeito ficar desempregado alguns meses
que passa a ser tratado igual lixo, por conseguinte, o divórcio sai na velocidade da luz. Veja
a pandemia aí como exemplo: como humanos reagimos a incentivos e um homem sem
barganha cria incentivos para se fuder.

QUER CASAR? ENTÃO TÁ.


Sabemos que somente mulheres e crianças são amadas de forma incondicional, o
homem só é “amado” na medida do que tem a oferecer, ou seja, depende de sua BARGANHA
social.

Um homem precisa conquistar competências que proporcionem dinheiro e status


para, depois disso, tentar ter uma mulher; não o contrário, ou seja, primeiro se preocupe
em estudar, ter uma profissão, ganhar dinheiro antes de ir atrás de uma esposa. Sei que é
fácil se iludir achando que vai encontrar alguém que vai crescer e construir uma vida junto
com você, mas isso, salvo raras exceções, não passa de ilusão.

O Richard Cooper diz que as mulheres não se importam com seu sofrimento/sacrifício
que vocês empregaram para ter vencido na vida, elas esperam na linha de chegada e ficam
com os vencedores. Isso pode soar como algo pesado, mas há um imperativo biológico que
justifica isso, no final das contas, é meio que pelo bem da espécie. Se você usa qualquer
coisa que falo aqui pra odiar mulher, você é meio tapado, amigão, sinto te informar.

Nem tudo é o fim do mundo, pois ainda há salvação e esperança. Sabendo dos riscos
e da posição que você deve manter dentro de uma relação, a chance de sucesso aumenta
drasticamente,

Não podemos ter a ilusão de que haja seres humanos perfeitos - certamente não
há - e se houvesse, não seria humano. Toda relação humana é difícil, embora sejamos
programados para viver de forma coletiva, há enorme dificuldade em conviver com outros
indivíduos, sejam esses parentes, amigos, quem amamos ou quem odiamos. Com isso,
nos relacionar é trabalhar, ter sabedoria e maturidade para lidar com os desafios diários
em troca de algo que traga um senso de propósito para nossa existência: como a formação
de uma família.

Falando em conflito, há um estudo que mostra que é possível acertar com 90% de

EIXO III - Capítulo 9: Relacionamentos


precisão se um casal irá se separar com base na proporção de interações positivas e
negativas com que interagem, nesse sentido, descobriram que a proporção ideal para se
manter uma relação é 5 interações positivas para cada interação negativa.

É evidente que uma proporção elevada de interações negativas irá aumentar as


chances de separação, mas o que chama atenção é que um casal que só tem interações
positivas também tem maiores chances de separação pois a relação fica sem desafio.

A lição que fica é que toda relação humana irá gerar conflito, por consequência, não
existe relação perfeita (ausência de conflitos ou dificuldades) e mesmo se ela existisse, a
proporção seria de 5:1.

Este site possui diversas estatísticas retiradas de 115 estudos, vale a pena conferir,
o compilado nos apresenta informações que são importantes para quem ainda nutre
esperança em uma boa relação, listarei abaixo algumas dessas informações:

• Enquanto dançarinas têm uma taxa de divórcio de 43% e bartenders uma taxa de
38,4%, agricultores possuem uma taxa de 7,63%, ou seja, o dito popular de que as
mulheres “boas pra casar” são as do interior parece corroborar com os fatos;

• Jovens que se casaram com idade entre 20-25 anos têm 60% de chance de se
divorciar já quem se casa com 25 anos ou mais derruba esta probabilidade em
24%;

• Se ambos os parceiros já tiverem sido casados aumenta em 90% a chance de


separação;

• Se uma pessoa tem fortes convicções religiosas o risco do divórcio diminui em


14%, pra quem não tem nenhuma afiliação religiosa essa percentagem não conta;

• Se você for um adulto evangélico que se casou você tem uma chance de 26% de
estar separado, 28% para católicos e 38% para não cristãos, ou seja, evangélicos
mantêm o casamento numa maior proporção que católicos e não cristãos;

• Indivíduos que terminaram o ensino médio têm 13% de chance a mais de se


manter casados, se comparados àqueles que não terminaram;

• Pessoas com “QI abaixo da média” têm uma chance 50% maior de se divorciar se
comparados com indivíduos com QI acima da média;

• As afiliações políticas americanas têm a seguinte correlação com divórcio:


Conservadores 28%, Liberais 37% e Moderados 33%;

• 60% dos casais que coabitam vão eventualmente se casar. No entanto, viver
junto antes do casamento pode aumentar a chance de divórcio em até 40%;

• Se você é uma mulher que já coabitou com mais de um parceiro antes do seu
primeiro casamento então sua chance de se divorciar é 40% maior do que a das
que não fizeram isso.

EIXO III - Capítulo 9: Relacionamentos


A página apresenta ainda uma série de informações relevantes, mas vou me ater
no momento somente ao disposto acima, a priori parece uma mensagem negativa, mas
pra quem quer se iludir cientificamente é um prato cheio, pensem comigo. Há uma lista
com diversas profissões e a chance de divórcio, a lista deixa claro que pessoas do interior
e com empregos pacatos têm menor chance de divórcio, então é muito simples, use os
dados a seu favor.

Se você arrumar um parceiro (a), que nunca coabitou, que é religioso, vivo no interior
e/ou trabalha na área rural as chances de seu casamento durar é enorme, ao mesmo
tempo, se relacionar com uma bartender que já teve 2 casamentos certamente vai dar BO,
as probabilidades estão aí, se arrisque com moderação.

AOS SOLTEIROS CONVICTOS


Depois desta novela sobre casamento, você deve estar pensando que vai ficar solteiro
para o resto da vida, mas tenho péssimas notícias: o negócio está feio para os dois lados.

A masculinidade está em extinção, vez que esta fora criminalizada, com isso, o
homem, casado ou solteiro, não tem mais direito de se manifestar e sua mera existência é
vista como algo vil e sujo.

Os homens não têm direito de se impor em nenhum aspecto da relação porque estão
presos em uma dualidade, ou ele é 100% submisso às eternas demandas femininas ou ele
é o abusador perpetrador de violência física/psicológica.

Não se sinta mal por fazer cagadas, meus amigos, pois como já dissemos aqui até
os 25 anos de idade nosso córtex pré-frontal não está plenamente desenvolvido, então, os
erros são inevitáveis, mais ainda quando estamos diante de um exemplar atraente do sexo
desejado. Poucos são os homens, independente da idade, que resistem à uma bela mulher,
sejamos sinceros é difícil resistir até às feias.

Em um primeiro momento temos que aceitar que só crianças, animais e mulheres


são amados incondicionalmente, ou seja, não dependem de possuírem valores ou
competências específicas para serem valorizados. Em relação a nós, homens, só resta
trabalhar e construir um rol de competências a serem oferecidas em troca de carinho e afeto
que os outros já recebem de graça, enfim, olhando de forma fria e racional percebemos que
é uma troca bastante desvantajosa.

Lembro da primeira vez que ouvi o Knuth (GadoCast) falar em um podcast sobre este
tema, lá disse que se os homens entregassem o que recebem num relacionamento, esses
acabariam rapidamente. Será que ele estava errado? Façamos um exercício: imaginem
que vocês estão entregando para sua parceira a mesma atenção, dedicação e esforço
financeiro que ela coloca na relação, então, reflita se a relação iria durar com você agindo

EIXO III - Capítulo 9: Relacionamentos


dessa forma.

Infelizmente, tiradas as ilusões românticas só me resta a visão pragmática de como


as são. Em especial os relacionamentos, as mulheres têm uma escalabilidade insana da
possibilidade de parceiros com as redes sociais, investem em roupas, maquiagens e em
procedimentos estéticos. Por sua vez, os homens, investem em carros, academia e outros
signos de riqueza material, mas dentro de uma relação os investimentos quase sempre
partem do pólo masculino, embora, a bem da verdade, a popularização do ideal feminista
cada vez mais haja casais que compartilhem as contas.

Como indivíduos maduros devemos nos perguntar por que queremos um


relacionamento? A resposta quase sempre é: carência. Se formos analisar friamente a
maioria das pessoas, elas não tem muito a oferecer além do sexo. Muito disso vem de uma
personalidade meio pasteurizada, da massificação de cultura e da popularização de redes
sociais, podendo acrescentar também os modelos de vida de influencers que acabam por
sufocar a originalidade e a singularidade.

Não raro, vejo a frustração dos meus clientes com relacionamentos e a reclamação
é de que não podem ser eles mesmos e, por isso, as baladas e vida social pública não
passam de uma grande figuração. É como se fossem um personagem de si mesmos. Posto
isso, será que vale mesmo a pena alterar sua natureza ontológica por causa de um pênis
ou uma vagina? Creio que não.

Embora se relacionar pareça uma furada, há estudos que vinculam o fato de estar
sozinho na vida adulta, seja esta uma escolha voluntária ou involuntária, a um sinal de
saúde mental meio judiada.

Há estudos afirmando que os homens são mais infelizes sendo solteiros do que as
mulheres, assim como estudos demonstrando que a solteirice representa um fator de risco
para depressão maior para o sexo masculino, fato assustador vez que a solidão aumenta
a chance de morte prematura para ambos os sexos em 26%, algo tão mortal quanto à
obesidade. Não sejamos tolos de cair em pensamentos rasos, boa parte disso não se trata
especificamente de relacionamentos, mas sim da gadice biológica masculina, para nós,
dotados de um falo, ter relações e comer geral é fator de aprovação social e moral no
grupo, o mesmo não ocorre com as mulheres, tanto que elas são menos satisfeitas com
as relações do que nós, a maioria dos homens não sabe existir por si só e são totalmente
escravos da validação social e de preceitos enfiados em sua cabeça desde a infância, para
estes não ter uma mulher equivale a não ser homem, não ter uma relação equivale a ser um
fracasso, portanto o resultado dos estudos não impressiona.

No final do dia os dois gêneros estão se sentido mal e ficando ferrados da cabeça,
não dá pra plantar abacaxi e querer colher maçãs, as ações têm consequências: ficar só é
enfrentar problemas e tristezas, entrar numa relação idem.

EIXO III - Capítulo 9: Relacionamentos


Eu ainda vejo sentido nas relações humanas e, naturalmente, isso inclui a relação
homem e mulher, penso que há sinapses específicas atreladas à experiência humana que
são específicas dessa relação. Vai ver sou um romântico, quiçá estou biologicamente
programado pra isso, caso este também seja seu caso vejamos algumas informações
úteis para todo mundo:

O Jordan Peterson sempre diz que temos uma concepção errada sobre sexo que
tratamos ele como algo casual. Confesso que já me fartei nesse pecado, mas acreditem
em mim e no Jordan: não há nada de casual no sexo. Os riscos envolvendo a atividade
sexual são incontáveis:

• Risco de gravidez, camisinha só tem 97% de eficácia;

• Risco de contaminação por DST - diversas doenças, como o HPV, nem com
camisinha tu tá safe. Vale a pena, sim, arrumar uma doença crônica por causa de
minutos de prazer, amigão, pode confiar;

• Risco de fuder a regulagem neuroquímica do seu cérebro, pois tudo que vicia é
bom, assim, com o sexo não é diferente. A diferença entre o remédio e o veneno
é a dose, mas todo mundo acha bonito viver em função de sexo 24h por dia,
particularmente, acho uma gadice suprema, patético;

• Risco de ferrar sua capacidade de se conectar com outros serumaninhos, uma vez
que quanto mais tu faz sexo casual, mais tu ferra a neuroquímica do seu cérebro.
Isso pode chegar ao ponto em que nem um caminhão de ocitocina (hormônio do
amor) será capaz de você se sentir conectado a outro ser humano;

• Risco de falsas acusações. Preciso nem falar, não é? Tu é homem, tu tá errado.

Não estou julgando quem faz sexo casual, porque isso é coisa de gente invejosa
e frustrada. Nada mais patético de querer ficar se importando com a vida alheia ou
fiscalizando o cu dos outros, portanto, caso você, leitor, queira gastar todo seu dinheiro
com putas e cheirando pó eu não estou nem aí. A vida é sua, apenas estou falando como
as coisas são ou, no máximo, o que posso dizer é que é uma escolha meio merda.

Mas se ainda assim você acha que é melhor focar na putaria do que no desenvolvimento
pessoal, eu tenho péssimas notícias pra você meu amigo porque só 1/5 dos usuários
do tinder conseguem uma noite de sexo casual. Com isso, o Tinder é um mercado mais
desigual que 95,1% das nações, ou seja, quem é rico, bonito e tem status tem sucesso pra
caralho, matches sobram; já quem não tem esses recursos, fica chupando dedo.

Ser um zero à esquerda e entrar no Tinder é o mesmo que ser um vira-lata e ficar na
porta da churrascaria, mas calma lá nada de ficar de vitimização “ain, ninguém me ama”,
dado que você já sabe as regras do jogo e o necessário pra se dar bem. Em uma eventual
complementação desta obra tratarei sobre Mercado Sexual e/ou Lookismo.

EIXO III - Capítulo 9: Relacionamentos


Se você não está dando conta de ser competente na sua vida financeira, intelectual e
social, certamente passará a fome da fome nos aplicativos, porém, tenha paciência porque
nem tudo se resolve da noite pro dia. Para sair do lugar, damos um passo de cada vez,
assim, se tu ficou dez anos batendo punheta, engordando e sem estudar, não vai ser em
um ano que tu vai ficar com um corpo legal e passar num bom concurso ou arrumar um
bom emprego; tudo isso influencia diretamente nas relações.

Ademais, vejamos algumas coisas nas quais você deve estar atento antes de adentrar
em um relacionamento:

• Personalidades de merda, hoje é legal ser narcisista e abusivo é sinônimo de


empoderamento;

• Não pague de capitão salva “profissionais do sexo”;

• Daddy issues;

• Gente dodói da cabeça;

• Uso e dependência de drogas;

• Pessoas controladores e ciumentas;

• MSOIS.

EIXO III - Capítulo 9: Relacionamentos


- SABER COMO AS PESSOAS SÃO CAPÍTULO X
PALAVRAS SÃO SÓ PALAVRAS
“Uma mentira pode salvar seu presente, mas condena seu futuro."

Desconhecido
EIXO III
P alavras são um meio de comunicação, quase sempre impreciso, que utilizamos
para representar sentimentos, ideias e informações abstratas ou objetivas para
um interlocutor, não é, obviamente, um meio perfeito, mas é o que temos.

Não raro, vemos alguém dizer algo que acaba não sendo fidedigno ao que está de fato
pensando ou sentindo, muitas vezes a mensagem tem um resultado diametralmente oposto
ao que se desejava transmitir, logo, é possível inferir que dar às palavras uma importância
indevida, constitui um erro bastante comum, ou seja, acreditar que elas representam melhor
as ideias e sentimentos que tentam transmitir, do que os próprios sentimentos de quem
transmite a mensagem.

Viver é sofrer, o que não significa dizer que ela não seja boa ou não valha a pena ser
vivida, porém como quase ninguém gosta de sofrer, é natural que fujamos deste sofrimento
seja ficando mais forte (opção menos provável, já que exige esforço/trabalho/competência),
ou seja fugindo da dor (opção que não requer nada além de uma aptidão para ser trouxa,
presente em todas almas humanas).

Nada melhor para lidar com o sofrimento do que se enganar, e, para isso, as mentiras
se mostram deveras convenientes, doces deletérios. Por termos, esse impulso natural de
fuga da dor, afinal, estamos sempre propensos a fazer papel de trouxa, agarramo-nos nas
mentiras mais patéticas e incoerentes, como um náufrago desesperado se agarrando a
uma boia.

Buscar ilusões e mentiras para fugir da natureza da realidade é o comportamento


padrão e muitas vezes necessário em nossa existência, doidos para nos enganarmos,
basta nos entregarmos à conveniência da mentira, da primeira ilusão que atravessar nosso
caminho, especialmente quando as mentiras vêm na forma de doces e belas palavras.
Quem é capaz de resistir ao doce encanto das mentiras convenientes?

Sejamos sinceros, é quase sempre o que acontece, melhor se afogar num amor
platônico, do que na realidade; melhor se iludir quando ela diz que ama, mesmo sabendo
que esta relação já está acabada e há traição; melhor acreditar que ele é meu amigo de
verdade, mesmo só me dando cano e nunca pagando os empréstimos que faz comigo…
qualquer coisa serve, a menor ilusão que seja, ainda é melhor do que aceitar a realidade.

Embora possamos considerar coping o ato de fazer uso de mentiras para lidar
com a dura realidade, vejo nestas um remédio quase necessário. Imaginemos um homem
sem esperança, sem qualidades, sem expectativas, jogado na sarjeta, sem nem um fio de
dignidade, cabelo ou esperança, enquanto este pedaço abjeto de humanidade contempla
o fundo do poço, um jovem o aborda, repleto de compaixão, e gasta sua tarde enchendo o
coração do sujeito abandonado de esperança. Horas depois do encontro, e após o doce
encanto das belas palavras, nosso elemento de análise está renovado, acreditando nas
palavras que ouvira, está confiante de “que tudo vai dar certo”, “sua vida irá mudar”, “vai
se tornar um milionário”, “seus inimigos verão a sua vitória”, “todos suas doenças serão

EIXO III - Capítulo 10: Palavras são só Palavras


curadas” e afins.

Pois bem, será que podemos culpar nosso querido mendigo por acreditar em palavras,
mesmo que essas tenham um caráter falacioso e muitas delas jamais irão se concretizar?
Penso que não porque as palavras são a tradução dos sonhos e esperanças, e uma vida
sem esses é uma vida mais difícil de ser vivida. Então, qual o problema, Rafael? Se não tem
problema, por que tudo isso? Pois bem senhores, o problema é que na nossa vida quase
nunca teremos casos tão extremos e acabamos pecando é no feijão com arroz.

O problema ocorre quando, na busca da realização dos sonhos e na manutenção de


uma vida com esperança, damos às palavras um valor infantil e ilusório que no médio e longo
prazo irão destruir os doces alicerces desse castelo de areia. Por exemplo: eu sonho em me
casar, ter uma bela família e acabo por conhecer uma pessoa. Porém, ela é inconveniente,
me trata mal, me chifra, não me respeita - qualquer um destes exemplos e não raro todos
eles (risos) - passo, então, a me iludir. Afinal de contas, fulano diz que me ama e irá mudar,
entretanto, as atitudes nunca mudam, quando muito...pioram.

Percebam que as mentiras e as ilusões, validadas por belas palavras, constituem


o alicerce de uma relação fantasiosa, ou seja, existem para criar essa ilusão, mas são
exatamente essas ilusões que inevitavelmente irão implodir, muitas vezes tarde demais,
a própria estrutura que criaram. O que estou dizendo aqui, senhores, é que não adianta
se enganar, pois vai dar merda de qualquer forma. As mesmas ilusões que sustentam a
mentira, são as que irão ruir por causa dela. E aqui vai a lição: NÃO IMPORTA O QUE AS
PESSOAS DIZEM, MAS SIM O QUE ELAS FAZEM.

Vocês já devem ter ouvido diversas vezes o ditado “se a pessoa trata você bem, mas
trata mal o garçom, por consequência, ela não é boa pessoa”, assim, essa a métrica deste
Capítulo: não importa o quanto a pessoa seja linda e maravilhosa, preste sempre atenção
nas AÇÕES dela e não deixe se iludir pelas palavras por mais belas que sejam.

Não quero aqui ser pessimista, apesar dos pesares, penso que o mundo é um
lugar maravilhoso e a vida vale a pena ser vivida, não vejo problema em compatibilizar
essa ideia com o fato de a vida ser sofrimento, como tudo em nossas vidas, as coisas
são complexas e há diversos tons entre o preto e o branco, visões maniqueístas são um
cabresto que limitam a percepção da realidade. Dito isso, aceitemos: o mundo está cheio
de fdps narcisistas, perversos, pilantragens de primeira categoria, estelionatários (inclusive
amorosos), e adivinhem qual o maior instrumento destes? AS PALAVRAS.

Senhores, jamais deixem se encantar por palavras, por mais doces que estas venham
a ser, analisem sempre AS ATITUDES, essas, sim, contam. Se a pessoa diz que te ama,
que gosta de você, que você é o melhor amigo, que faria qualquer coisa por você, que
você é a melhor coisa que aconteceu na vida dela, maaasssss só te trata mal, abusa da
sua bondade, só te dá cano, gelo e calote, demora milênios para te responder, não atende
quando você liga… tenho péssimas notícias, amigão, você está fazendo papel de trouxa.

EIXO III - Capítulo 10: Palavras são só Palavras


Sei que tudo isso parece muito óbvio, até meio ridículo, você está aí pensando: que
bobagem, nunca cairia nisso, conheço muito bem as pessoas, ninguém me enganaria dessa
forma e afins. Ok, ok, amigo, todo mundo é trouxa, menos você, não é, lindão? Aceitemos que
os sentimentos nos cegam e que as palavras são a fumaça que entorpece ainda mais
nossa capacidade de observação porque somos escravos, em maior ou menor medida, da
nossa química cerebral que determina em grande parte nossos sentimentos e sensações.

Façamos um exercício, imagine as suas relações atuais e coloque-as sobre uma


mesa, pergunte-se: será que se eu desse nessas relações o que estou recebendo, elas
continuariam a existir? A resposta é quase sempre negativa, especialmente se você for
homem. As relações são pequenas estruturas de dominância/poder, logo, nos casos em
que as relações são assimétricas, grande maioria destes, uma pessoa está entrando com
o rabo e a outra com a mandioca o esforço e o trabalho necessário e a outra, quase sempre,
estará pagando sua conta com palavras.

Devido a essa dinâmica e ao que fora demonstrado no Capítulo 5, sabemos que as


estruturas sociais obedecem a uma hierarquia, por conseguinte, nas relações amorosas
não é diferente. Uma pessoa, quase sempre, terá a dominância da relação e terá a constante
validação do parceiro de status inferior, essa dominância (que constantemente se
transforma em abuso), será exercida quase sempre pela comunicação, o sujeito vai te
enrabar diariamente, mas sempre cantando no seu ouvido as mais doces palavras. Ou seja,
você vai, trabalha, faz e acontece pela relação, já que está no pólo inferior, e tudo que a pessoa
te dá é um “good job” e você, como um bom cachorro adestrado, acha o máximo e se enche
de alegria com as belas palavras de validação. Nada como trabalhar um ano ganhando
salário mínimo e dar um Iphone X pra pessoa amada e receber um obrigado, não é mesmo?
Dois dias depois a mesma pessoa usará o celular pra te ignorar enquanto fala com pessoas
mais relevantes e tira fotos em frente ao espelho.

Ter uma postura cética em relação às palavras é, sim, uma coisa triste, e não
tenho nenhum prazer em recomendar que você viva numa espécie de eterno estado de
desconfiança e vigilância, no entanto, é uma habilidade essencial e necessária para se viver
no mundo atual e, mais ainda, no Brasil. Julgar as pessoas pelas suas atitudes irá te livrar
de toda sorte de pilantras e estelionatários, várias vezes travestidos de amigos, familiares e
parceiros amorosos.

Estamos sendo constantemente abordados por palavras vazias e desconexas de suas


reais intenções, desde o mendigo que pede dinheiro pra comprar comida, mas na realidade
irá comprar drogas — não raro, se você entrega a comida, os fdps a jogam fora— ao seu
colega de trabalho que dá tapas nas suas costas pelo bom trabalho que fez no relatório,
mas minutos depois irá apresentar esse à gerência como se tivesse sido produzido por
ele próprio. Com isso, os romances baseiam-se quase sempre em iludir a pessoa com a
versão ideal de você, logo, ilusória.

EIXO III - Capítulo 10: Palavras são só Palavras


Não use minhas palavras para se afundar no niilismo, ou virar um babaca chatão, não
advogo para que você não tenha empatia, que não ajude os outros; advogo para que você
tenha pena de si próprio, ajude, sim, os outros, mas que o faça SABENDO como as pessoas
são e que o que importa para medir a confiabilidades delas são as suas atitudes. Dê comida
aos mendigos, entre numa relação, viva sua vida, mas sempre com os olhos abertos, pra
não tomar uma rasteira. Você pode até entrar em um namoro com uma pessoa que trata mal
o garçom, mas com a abordagem correta você não irá se surpreender quando der merda, e,
muito menos, irá sofrer pelo fim da relação, só se for muito idiota.

É isso ou ser trouxa, você escolhe.

EIXO III - Capítulo 10: Palavras são só Palavras


Somos todos humanos, logo, idiotas. A primeira bonitona, ou bonitão, que aparecer
fará rasgarmos a lógica e nos cegarmos para a realidade, assim, iremos ignorar conselhos
de amigos e fingir que acreditamos que o Ricardão é só um amigo do trabalho, e tudo bem.
Amigo, errar é humano, mas tente aprender pelo menos após a terceira ou quarta vez que
levar uma galha, tudo deve ter um limite nessa vida, até mesmo a sua gadice.

EIXO III - Capítulo 10: Palavras são só Palavras


- SABER COMO AS PESSOAS SÃO CAPÍTULO XI
CONSTRUA SUA PRÓPRIA VISÃO DE
MUNDO
“Se pudéssemos ler a história secreta dos nossos inimigos,
encontraríamos mágoa e sofrimento suficiente nas suas vidas para
desarmar toda a hostilidade.”

Henry Wadsworth Longfellow


EIXO III
E m que você acredita? O que você defende? Quem você ama e quem odeia? Já
parou para refletir genuinamente sobre isso e de onde esses sentimentos vêm?

Diariamente somos bombardeados com informações seja navegando a internet,


vendo TV, em discussões nas ruas, no grupo da família e etc, todas essas informações
vêm, normalmente, de algum grupo que defende uma determinada posição em detrimento
de outra defendida por um grupo contrário, isto torna quase impossível filtrar e saber até
onde o que pensamos e o que somos é um reflexo das concepções que absorvemos desses
grupos e até onde existe uma conclusão genuinamente individual.

No mundo moderno ninguém precisa mais pensar ou construir uma visão sobre
determinado tema, no instante em que um fato relevante ocorre todos os artistas, amigos
e “criadores de conteúdo” já vão ter te proporcionado uma visão enlatada dos fatos para
você assimilar e repetir, da mesma forma os opositores deste posicionamento já estarão
preparados para criar uma lista de argumentos que refutam e atacam essa visão.

Será que as pessoas que gastam tanto tempo e esforço vendendo essas visões
de mundo e afirmações produzem conteúdo unicamente visando o nosso conhecimento
sem nenhum interesse particular ou de induzir a visão popular para o que lhe seja mais
conveniente?

Antes de me aprofundar mais no tema gostaria de citar alguns dos exemplos de


narrativas e de discussões de boteco que escutamos diariamente e que certamente no
tempo de escola ou em algum boteco todo brasileiro já ouviu coisas como “os países de
primeiro mundo são ricos e os africanos pobres porque tomaram as riquezas naturais
da África”, “os EUA criam guerras no Oriente Médio para roubar o petróleo”, “Bom era o
Garrincha ele que fez a carreira do Pelé”.

Primeiramente vou levantar alguns argumentos que questionam estes argumentos


comuns:

1. Estas afirmações ignoram o fato de que era comum que as colônias não fossem
lucrativas e os investimentos não gerassem o retorno desejado, o que era
compensado por colônias mais lucrativas como o Egito e a Índia, as colonias na
África subsaariana serviam muito mais para alimentar o “prestígio” internacional
dos países envolvidos naquela “guerra fria” dos impérios intercontinentais.
É claro que esta questão é muito mais complexa do que o espaço nos permite
abordar, o ponto relevante aqui é demonstrar que tanto a narrativa do "ficaram
ricos explorando" e a narrativa de que "foi útil para as colonias porque trouxe
infraestrutura" são respostas extremamente simplistas para questões complexas
e multifatoriais.

2. Os Estados Unidos não só já produzem internamente a maior parte do petróleo


que utilizam e o restante compram principalmente de países vizinhos (México e

EIXO III - Capítulo 11: Construa sua própria visão de mundo


Canadá) e como se isto não bastasse eles gastaram segundo estimativas mais
de 1 trilhão na Guerra do Iraque valor este 8 vezes maior que o PIB do Iraque em
2018, levando isto em consideração já não me parece um investimento muito
lucrativo. Pense bem, todo mundo diz que a guerra no Iraque foi por causa de
petróleo, mas mesmo que os EUA pegasse TUDO que o Iraque tinha ainda sim não
pagaria 20% do custo da operação.

3. Pelé e Guarrincha jogaram apenas 40 jogos juntos pela seleção (36V 4E 0D), ainda
que o Pelé tenha sido “carregado” pelo Guarrincha teríamos de considerar que
Pelé era mais jovem e um jogador mais profissional e jogou por muito tempo
após Guarrincha deixar de ser titular ou convocado para a seleção, outro ponto
extremamente óbvio é que nunca jogaram juntos por clubes e inclusive nos jogos
mais decisivos entre ambos (semi-final da Libertadores, final da Taça Brasil) Pelé
levou a melhor. Ou seja, tal afirmação é uma platitude e um estupidez.

Todos os argumentos simplórios acima levantados possuem uma narrativa e um


interesse por trás deles, o argumento da exploração é interessante para os movimentos
sociais e identitários gerarem um ressentimento contra as grandes economias e justificar
a pobreza dos demais países, o argumento sobre o petróleo é conveniente para a oposição
ao presidente americano e aos países que são aliados de adversários dos americanos,
inimigos políticos do regime militar que Pelé preferia em detrimento dos movimentos
revolucionários possuem um grande interesse em diminuir e difamar a figura do Pelé (vide
documentário recente na Netflix).

A adesão ao pensamento de um determinado grupo de forma irrestrita raramente nos


beneficia tanto quanto aos que querem nos convencer que possuem interesses materiais
diretos na adesão de membros ao seu programa, imagine, por exemplo, um candidato
para o senado que exercia a função de médico antes de entrar na politica em um país
onde a saúde pública é excelente, obviamente este homem teria interesse em associar
o conhecimento dele sobre a saúde pública com a sua campanha e com a ideia de que a
presença dele causaria um impacto positivo na área, sendo assim mesmo que o serviço
de saúde deste país fosse excepcional seria mais interesse para este médico vender a
imagem de que ele é ineficiente e precisa ser reformado e que obviamente o homem para
esta missão seria ele pelo seu conhecimento prático do problema.

Gosto de resumir o conceito que será discutido aqui em uma frase ANTES DE
VENDER A SALVAÇÃO É NECESSÁRIO VENDER O APOCALIPSE, pois quando pintamos
a outra possibilidade de forma tão nefasta tornamos a escolha pelo que é do nosso
interesse muito mais fácil, veja o alarmismo com o qual os conceitos são vendidos nas
redes sociais “se tu votar no Lula o Brasil viraria uma república socialista stalinista”, se o
“Bolsonaro vencer todas minorias e LGBT vão para campos de concentração”, o que todos
argumentos aqui apresentados possuem em comum é que normalmente eles fazem uso
da FALÁCIA DO ESPANTALHO, esse tipo de argumento pode aparentemente soar como

EIXO III - Capítulo 11: Construa sua própria visão de mundo


um achismo bobo ou um alarmismo exagerado, mas, na verdade, eles escondem um
condicionamento do comportamento do grupo e/ou os interesses de uma classe que usa
destes meios para enfraquecer a oposição, pense em quantas discussões entre esquerda
e direita já viu na internet em que o simples fato de uma pessoa ser identificada com uma
posição já invalidava todos seus argumentos e a tornava uma pessoa burra, ignorante, vil
na percepção da oposição?

Como diria Santo Agostinho “as pessoas amam a verdade quando esta as ilumina
e odeiam quando as confronta”, o instinto natural das pessoas, sobretudo em discussões
públicas, não é o de buscar um entendimento real dos eventos baseado em diversas
perspectivas, mas sim enaltecer apenas os pontos que auxiliam o seu argumento enquanto
demonizam os pontos que confrontam seu posicionamento sem sequer levar eles em
consideração, a criação de “bolhas” evidencia a necessidade das pessoas de filtrar não só
as informações, mas toda realidade, baseando-se em fatores que corroborem ou conflitem
com suas posições, ou seja temos a tendência de se buscar informações que corroborem
nossos vieses, sejam estes negativos ou positivos. Um esquerdista vai ter dezenas de
livros todos concordo uns com os outros sobre o tema X, e demonizando o lado oposto,
já o direitista terá experiência idêntica, mesmo quando estes buscam pesquisar a opinião
oposta o fazem sobre um prisma enviesado, único e preconceituoso.

A “cultura do cancelamento” é um reflexo desta mentalidade levada ao extremo,


se o posicionamento X é considerado pelo grupo como correto e virtuoso nenhum outro
pensamento sequer pode ser cogitado e quem ousar dizer que se posiciona como Y é
automaticamente taxado pelo pensamento dominante como a reencarnação do demônio,
fascista, propagador de discurso de ódio e afins. O mundo hoje mais do que nunca
é dividido em “tribos” não oficiais que exigem conformidade com o grupo sob pena de
apedrejamento.

O movimento negro é um exemplo de como a construção de uma narrativa, muitas


vezes, beneficia as ONGs e palestrantes, mas não os negros de fato, ninguém lutou mais
contra a escravidão no Brasil do que a família real brasileira, a ideia de figuras brancas
e de descendência austríaca lutando contra a elite escravagista brasileira contrasta
completamente com a narrativa racial que é vendida atualmente, é mais interessante para
os movimentos exaltarem a figura de Zumbi dos Palmares, que possuía mais escravos
negros, do que a de Dom Pedro II e Princesa Isabel que lutaram toda vida pela abolição e
pagaram o preço dela com o fim da monarquia e o exílio, claramente a narrativa é muito
mais importante para estas pessoas do que os direitos e interesses que dizem defender.

Não confundam aqui meu posicionamento, meu objetivo não é atacar ou defender
qualquer posição ou ideologia, meu interesse é apenas demonstrar como as pessoas
inconscientemente se moldam a seu grupo social, fontes de informação e todo conteúdo
que comecem para que a sua realidade entre em conformidade com a sua percepção da
realidade e do grupo ao qual pertencem, por isso a raiva e a frustração quando algo rompe

EIXO III - Capítulo 11: Construa sua própria visão de mundo


com esta percepção e construção meticulosa do mundo ao redor.

Ter conhecimento destes interesses e das narrativas não te torna imune aos
seus efeitos, o essencial é não somente ter conhecimento dos artifícios aqui elencados
como também estar acima e indiferente aos efeitos mais passionais provocados
pelas narrativas sensacionalistas e a pressão do grupo e dos meios sociais de te
categorizar e exigir que tenha um posicionamento que seja mais compreensível e
fácil de caracterizar para as pessoas que vivem nesta visão em “preto e branco”
do mundo, estar sempre alerta e receoso de alarmismos e visões apocalípticas.
A finalidade desta lição é fazer com que tenham mais cuidado e receio ao
aceitar argumentos e visões do mundo terceirizadas, devemos absorver informações e
conhecimento de todos os lados e fontes e com base nisso construir a nossa visão do
mundo e a nossa percepção da realidade, sem medo de não estar em conformismo com a
coletividade, mas também sem elitismo tolo e juvenil proporcionado por um falso senso de
superioridade.

O capítulo acima foi uma contribuição do meu irmão, tenho poucas coisas a
acrescentar sobre esse tópico, mas vamos lá: faça parte do grupo de pessoas que têm
ideias e não o grupo de ideias que têm pessoas. Continuando, sempre esteve na moda
vender sentimentos e no momento um dos sentimentos mais valorizados é a indignação.

Pense bem, toda vez que você vê notícia, seja na TV, jornal, youtube eles nunca estão
te passando somente a informação e deixando você pensar por conta própria, sempre
passam os dados de forma enviesada como vimos acima e com uma dose colossal de
sentimentos, vejamos alguns exemplos:

• O presidente está fazendo X: fique puto, fique indignado, se você não se indignar
o mundo vai acabar;

• Não estão deixando o presidente fazer X: fique puto, fique indignado, se você não
defende-lo o mundo vai acabar;

• Vão aprovar a lei X: O mundo vai acabar se esta lei não for aprovada, fique ansioso,
fique indignado.

• Não vão aprovar a lei X: O mundo vai acabar se esta lei for aprovada, fique ansioso,
fique indignado.

Na gringa exite um termo chamado “fear porn”, a tradução literal seria pornô de medo,
não existe uma tradução muito eficiente pro português eu chamo isso aí de vendedores de
indignação e é essa a única turminha que lucra com essas merdas no final das contas.

Veja bem, meu irmão já deu o papo, você deve tacar o foda-se e tentar pensar por
você mesmo, criar sua própria visão de mundo, mas eu vou dar outra razão pra você fazer

EIXO III - Capítulo 11: Construa sua própria visão de mundo


isso: você está deixando os outros ricos enquanto sua vida continua na merda.

O processo é mais ou menos o seguinte alguém que já é rico, muitas vezes milionário,
não tem lá muito o quê fazer e resolve criar um canal na internet, sabendo que quase todos
os algoritmos favorecem a treta e a polarização, ele começa a vender esse produto, afinal
é o que povo gosta, mas isso gera situações bizarras.

O cara é milionário, famoso, tem chácara na Zona Sul de SP, outros têm visto
americano estão aposentados com seus milhões e mansões aqui e na gringa podendo
meter o pé do Brasil a qualquer momento, isto quando não são herdeiros de famílias
tradicionais que nunca sequer entraram num transporte público da vida e nem vou citar o
tal do Tamarindo, é essa turma, com a vida ganha, que tá todo dia fazendo vídeo querendo
que VOCÊ fique puto, que VOCÊ falte aula ou o trabalho pra ir fazer protesto, que VOCÊ doe
pra eles para que estes nobres seres defendam a causa.

Essa turma coloca maior pilha e lucra com as desgraças do povo mas quando der
a mínima merdinha no país eles vão fazer igual a elite do Amapá fez durante o apagão
no estado, vão pegar o primeiro avião pra fora do país e deixar os trouxões que deixaram
eles ricos lá pra se lascar, essa turma só quer vocês pra visualização, todo dia é um fim do
mundo, um incêndio, depois vocês vêm reclamar comigo que estão sofrendo de ansiedade,
consumindo essas 24h o que vocês esperavam.

Meus amigos, enquanto esses caras ganham em dólar pelas visualizações a sua
vida não sai do lugar, alguns jovens ficam tão viciados em consumir indignação que se
tornam escravos dessas ideias, já cansei de ver jovens que ficam O DIA TODO discutindo
e perdendo tempo com ideias libertárias, vários pobretões que vivem pior que mendigo
mas ficam indignados na presença de qualquer notícia política ou no menor sinal de
esquerdistas, meu amigo, se você ficar nessa brisa sua vida não vai sair do lugar, você não
pode fazer isso, o Kogos pode porque ele tem a vida ganha, tem berço, mas se você ficar
seguindo ele tu vai se lascar, o mesmo vale para quase todos os criadores de conteúdo,
quiçá até eu.

Construa seu próprio caminho e cultive suas próprias ideias, cuidado com quem
te entrega sentimento ao invés de informação esse tipo de gente só quer te manipular e
sugar até o seu bem estar psíquico, não facilite pra eles, cuidado em especial com os que
pagam de bonzinhos, cientificistas e do bem, não passam de lobos em pele de cordeiro.

EIXO III - Capítulo 11: Construa sua própria visão de mundo


CONCLUSÃO E
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
N essa minha curta jornada na internet o que levo de bom são as amizades e os
conhecimentos que conquistei, fazendo desses uma habitação humana como
diria Sertillanges. Esta obra é um convite a não bitolação e a busca de humanidade ao se
encarar verdades deveras inconvenientes sobre a realidade.

Recebi diariamente pedidos de ajuda, questionamentos e desabafos de homens e


mulheres que são considerados os lixos da sociedade, verdadeiros párias, desprezados
muitas vezes até por suas famílias. Estes humanos marginalizados não são invisíveis para
mim, e é para esses que dedico esta obra, na esperança e na certeza de que o conhecimento
objetivo trará menos sofrimento em suas vidas e quiçá alguma felicidade.

É muito fácil criticar e julgar aquilo que não conhecemos, e é mais fácil ainda demonizar
os outros para santificar nossas ações. Exemplo: se uma pessoa chega e fala que odeia
preto, que os acha nojentos, desprezíveis e burros e tem nojo deles ela vai ser execrada
socialmente, MASSSSSSS para poder descarregar esse preconceito usam de mecanismos
simples, basta demonizar o indivíduo e santificar o seu preconceito, acuse o negão de ser
bolsonarista, pronto agora pode xingar ele de racista, capitão do mato, fascista, desprezível
burro e nojento que ninguém vai te execrar, especialmente se você estiver no twitter.

A maioria das pessoas faz isso, a esquerda faz com a direita, a direita com a esquerda,
os cristãos com os muçulmanos, os muçulmanos com os cristãos e por aí vai, porque
como disse, é sempre muito fácil agir dessa forma, muitas vezes é até conveniente agir
dessa forma para galgar posições dentro do grupo que faz parte, difícil é ter bom senso,
como diz Santo Agostinho: aprova os bons, tolera os maus e ama a todos.

Calma respira, não estou dizendo pra sair abraçando árvores, o amor no sentido
bíblico é complexo e tem definições polêmicas, até onde sei amor nesse caso significa
tratar os outros com humanidade, assim como você gostaria de ser tratado.

O cara te fez mal, te sacaneou? Não precisa levar ele pra sua casa e virar melhor amigo
dele, isso seria estúpido, lembrando ainda que há um abismo entre perdoar e esquecer,
mas amar o coleguinha é dar a este um prato de comida quando tem fome, e um copo de
água quando tem sede, mesmo que ele seja bastante fdp. Isso é possível de ser feito por
todos nós, já exigir que amemos quem nos fudeu em sentido amplo além de ser impossível
é coisa de idiota.

Não conheço um grupo mais odiado, desumanizado e invisível do que os Incels, a


grande maioria é totalmente inofensiva, seja no trabalho no youtube ou pela minha prática
como psicanalista é fácil constatar que a maioria é incapaz de fazer mal a alguém que não
seja a si mesmo. Mas quando são retratados pela mídia pintam o quadro macabro falando
como se todos fossem extremistas e terroristas. Verdade seja dita há sim uma parcela
realmente radical, quase sempre com problemas mentais evidentes e nunca tratados, mas
não podemos tomar todos por uma minoria.

Conclusão
Vejam bem a minha situação, já salvei algumas vidas com o meu trabalho, impedi
algumas dezenas de suicídios, justamente trazendo bom senso aos conteúdos presentes
nos fóruns dessa turminha e no conteúdo desse livro, e lidei diretamente com os humanos
mais doentes que todo mundo despreza e finge que sequer existem, tudo isso sem cobrar
um centavo sequer, aí tenho que vir aqui gastar parágrafos desenhando e explicando o
desenho e ainda assim certamente vão aparecer idiotas que nunca ajudaram ninguém na
vida tem nojo de pobretão e de mendigos, atravessam a rua quando vê um negão, vindo
na mesma calçada, à noite, nunca entraram num centro de atenção psicossocial (CAPS),
só conhecem a quebrada pela TV e detestam as vovozinhas da igreja, que ao contrário
deles fazem caridade, vir querendo me prejudicar dizendo que dissemino ódio e que faço
parte do meio X ou Y, realmente é foda e desgastante lidar com a molecada hoje em dia.
O engraçado dessa turma é que eles dizem amar e defender os pobres, mas quem eu vejo
mesmo fazendo trabalho de caridade, cuidando de bazar e dando comida pra mendigo,
são sempre a vovozinhas do zap que eles tanto detestam.

Mesmo que esse livro fracasse vai ter ao menos uns 10.000 downloads, certamente
vai ter gente que irá passar a me amar e me odiar pelas palavras aqui escritas, o que peço
a ambos é que me tratem como ser humano, nada mais.

Não tenho intenção de ser famoso, de representar categoria A ou B, embora seja


bastante capaz disso já que o debate público BR é patético. Aceitemos que os paradigmas
mudam, o mundo já não é mais o mesmo, tudo sempre irá mudar, se apegar ao passado é
bobagem, mas procuremos construir algo melhor ou pelo menos mais humano.

Só quero viver minha vida em paz, ajudar as pessoas na medida do possível e quiçá
deixar uma pequena marca, POSITIVA, no universo. Não vou me estender em assuntos que
serão abordados numa eventual parte II e III desta obra, mas no fundo a questão é muito
simples, vivemos numa sociedade de castas e segmentada em critérios étnicos, sociais e
estéticos, quando vou realizar a identificação criminal dos presos, seja na delegacia ou no
presídio isso fica claríssimo, a grande maioria é negra (preto e pardo), pobretões e mais
feios que bater na mãe, o mesmo vale para o presídio feminino em que pelo menos 80%
das detentas têm beleza inferior a 4/10.

CAUSAS E CORRELAÇÕES
Sim, vou colocar um subcapítulo no meio da conclusão porque esse livro é meu e eu
faço o que eu quiser nessa bagaça. Vamos lá, preciso explicar o último parágrafo senão
vai dar muito chororô, precisamos entender, mesmo que de forma resumidade, que há um
abismo de diferença entre os conceitos de CAUSALIDADE e CORRELAÇÃO.

A CAUSALIDADE é o que efetivamente gera um resultado, sendo a relação entre uma


causa(X) e um efeito(Y) uma vez que Y é consequência de X, sem ela o resultado não

Conclusão
necessariamente ocorreria, a CORRELAÇÃO é uma relação conjunta, algo que acompanha
o evento, mas não necessariamente causa ele.

Vejamos o exemplo acima presente no blog com hyperlink anexado que explica muito
bem o tema, podemos observar que quanto maior o consumo de sorvete pela população
maior a incidência de ataques de tubarão tendo uma correlação fortíssima, uma pessoa
mais incauta vai achar que se cortarmos o consumo de sorvete o número de ataques
irá diminuir. Mas este não é o caso, de fato no verão as pessoas vão à praia com maior
frequência e entram no mar, nadam mais, além de consumir mais sorvetes, o que faz a
pessoa ser atacada por tubarões é entrar no mar e ir pra áreas não seguras, o sorvete
representa tão somente uma correlação.

Voltemos ao exemplo da população carcerária e dos detidos na delegacia, como disse,


minha experiência pessoal mostra que a grotesca maioria é negra, pobretona e feia igual a
fome, além de não ter sobrenome (souzas, ferreiras, silva, santos, pereiras, oliveiras e afins)

Conclusão
nunca vi sequer um com olhos claros, já entre os servidores das delegacias, carcereiros,
estagiários dos presídios a amostra muda significativamente, vários sobrenomes “chiques”
muita gente branca, olhos claros abundam, e a estética passa a ser significativamente
mais agradável.

Basta olhar entre os juízes, promotores, médicos e afins, a alta casta do serviço
público e da sociedade brasileira, maioria caucasiana, com berço e sobrenomes chiques, é
quase impossível encontrar um mulato, caboclo ou cafuzo, os raros casos em que alguém
pobre consegue chegar nessas posições quase sempre é televisionado, mas não caiam
nessas conversas moles, maioria que vem com papo de ser de origem humilde é puro
caô, tu vai ver os caras eram quase sempre no mínimo classe média, o pobretão favelado
mesmo subir na vida é exceção da exceção da exceção, infelizmente.

Voltemos à análise dos nossos coleguinhas invisíveis para a sociedade:

• As pessoas não vão parar no presídio, necessariamente, por serem negras, mas
há uma correlação fortíssima entre ser negro e ser presidiário.

• As pessoas não vão parar no presídio, necessariamente, por serem pobres, mas
há uma correlação fortíssima entre ser pobre e ser presidiário.

• As pessoas não vão parar no presídio, necessariamente, por serem feias, mas há
uma correlação fortíssima entre a feiura, em especial a feminina, e ser presidiário.

Conclusão, feiura, pobreza e negritude não são causas exclusivas que irão te levar
pra cadeia mas se você tiver essas três coisas você tem uma chance infinitamente maior
de parar lá do que uma pessoa, bonita, rica e caucasiana.

Vejam o caso das mulheres, como disse a maioria está entre as 15% mais feias da
sociedade (e isso não é pouca coisa), sejamos realistas, se a detenta tivesse nascido na
mesma condição de vida pobretona sem acesso a nada, mas sendo branca, bonita 6+, e de
olhos claros ela iria parar lá no presídio? A resposta é: muito provavelmente não.

Certamente apareceriam diversos homens dispostos a salvá-la daquela condição de


miséria, ofereceriam emprego e estrutura pra ela mudar de vida, e, já vimos também que
até mesmo pelo efeito halo ela poderia se livrar da cadeia só pela beleza, o mesmo também
vale para os homens, só que em menor medida, porque, por razões mercadológicas, o sexo
do homem vale bem menos do que o da mulher.

Eu acredito em meritocracia, sou fruto dela, nasci pra dar errado, na merda, e hoje
tenho uma vida boa, mas a meritocracia que mais acredito é a geracional, se estou onde
estou é em grande parte pelo esforço e sacrifício dos meus pais, que apesar de seus vícios
sempre prezaram pela minha educação, mesmo que numa forma de compensação.

Se não existisse concurso público eu certamente estaria numa posição bem pior -
pronto agora os libertários me odeiam - preso em algum subemprego ou no máximo com

Conclusão
uma gerência num comércio meia boca que não me renderia mais do que R$ 3.000 por
mês, mas o ponto aqui não é esse, é a cegueira ideológica.

Os caras da direita vão ficar com o coping de que meritocracia existe em larga medida
e que o cara foi parar no presídio porque quis (não deixa de ser verdade, mas sejamos
realistas ao contrário de quem enche a boca pra falar isso: o cara nasceu pra dar errado), e
a esquerda vai dizer que o cara só foi parar lá porque é preto e/ou que é totalmente vítima
do seu meio e não tem culpa de ter ido parar lá, outra meia verdade.

Há um meio termo e um debate, adulto e seríssimo a ser feito, e isso independe de


ser de esquerda ou de direita, mas sim de aceitar como o mundo é e que a sociedade se
divide em castas. No caso as correlações citadas sobre os presidiários (pobreza, feiura
e negritude) não configuram uma causalidade, mas não podem ser ignoradas como no
exemplo do sorvete, vez que estão intrinsicamente ligadas mesmo que não numa relação
direta de causa e efeito.

E esse é o ponto desta conclusão, a sociedade se divide em castas determinadas por


diversos critérios, a maioria de nós nasceu embaixo, nascemos para dar errado e a única
coisa que nos diferencia dos que vão parar na cadeia são nossas escolhas.

Sempre que converso com os detentos isso fica bastante claro, como já disse aqui
mil vezes, nós nascemos pra dar errado logo temos que nos ajudar, mesmo correndo pelo
certo, trabalhando e estudando não há garantia de que vamos “dar certo” ou ter uma vida
boa, imagina fazendo escolhas merdas, o último detento que atendi é um exemplo perfeito
pra isso, o cara é extremamente trabalhador, inclusive trabalhava colhendo café pra um
colega servidor (olha a segmentação social aí) era um dos melhores funcionários, mas fez
três escolhas merdas, a primeira foi a de parar de estudar e focar em trabalhar na roça,
não se ajudou. A segunda foi a de começar
a usar drogas, não se ajudou, viciou e já
está na pedra e é só pele e osso, e a última
foi por um filho no mundo tendo apenas
19 anos, a criança de três meses de idade
está praticamente condenada nesse nosso
querido Bostil, felizmente há exceções a
regra, esperemos que essa criança seja uma
dessas exceções.

A vida é dura, a natureza humana é


implacável, se você nasceu pra se lascar,
então procure se ajudar, é só isso, simples
assim. E não bitole também “na aceitação
da realidade” uma vida simples é boa o
suficiente pra ser vivida, ninguém é obrigado

Conclusão
a ascender socialmente pra ser feliz, mas se o quiser terá que pagar o preço, simples assim.

Alguns conceitos mais complicados e temas mais polêmicos como MERCADO


SEXUAL, LOOKISMO e etc. Tudo isso será melhor explicado no capítulo de mercado sexual,
mercado este que é o mais racista e selvagem de todos. Falando nisso,

Caso você tenha gostado dessa obra e ela tenha sido útil pra você considere
fazer uma doação, qualquer valor tá suave, pense na dor de cabeça que eu vou
ter por causa dessa merda e finja que eu sou uma honradinha, 10/10, e-girl e
abra sua carteira aí, amigão. Se você for um maconheiro sem vergonha, você tem
obrigação de fazer uma doação seu safado, pelo menos o valor de um cigarro.

É um pobretão e não pode doar? Ok, siga nas redes sociais, eu pretendo fazer vídeos

Conclusão
explicando melhor cada capítulo e vídeos melhores produzidos pelo cara que fez a capa
deste livro, tudo editado e bonitão, mas tudo isso custa tempo e dinheiro, então se quiseram
que saia a parte II e III deste livro façam a parte de vocês, vou colocar aqui algumas metas:

Mas Psicanalista você é muito hipócrita, disse que não quer ser famoso e ganhar
dinheiro e coloca essas metas aí, você é um brincante. É aí que tá meu amigo, eu coloquei
essas metas porque eu sei que elas não vão ser batidas, estou jogando e muito pra cima,
quanto ao dinheiro eu nunca vou cobrar nada em meu canal, tampouco vender cursos,
inclusive no próximo livro vai ter capítulo sobre isso, o máximo que posso ganhar dinheiro é
com os inscritos que queiram fazer análise comigo, mas também jamais farei propaganda
disso no canal e jamais atenderei mais do que 10 clientes por mês, psicanalise pra mim
é hobby, assim como esse livro, não espero enriquecer nem ganhar nada com isso, mas
espero ao menos ter público pra ouvir o que tô falando, não vou fazer papel de idiota,
perder tempo fazendo e editando vídeo pra ninguém assistir.

Enfim, chega dessa bagaça e até a parte II.... ou não, aí é com vocês... falou!

Conclusão
“Never depend on the admiration of others. There is
no strength in it. Personal merit cannot be derived from
an external source. It is not to be found in your personal
associations, nor can it be found in the regard of other people.
It is a fact of life that other people, even people who love you,
will not necessarily agree with your ideas, understand you,
or share your enthusiasms. Grow up! Who cares what other
people think about you!”
― Epictetus, The Art of Living: The Classical Manual on
Virtue, Happiness, and Effectiveness.

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