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MEU TEMPO
E AGORA
2^ edição
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Assembléia Legislativa
do Estado da Bahia
2010
Agradeço ao Universo a inspiração
que me deu para esta nova edição,
que se materializa graças à ajuda
S
dos filhos, Ajagun Tayobí que
- A
■ ^
digitou e Oluborí que com parci
mônia e disponibilidade fez a leitu
ra e ajustes valiosos.
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M.
Sumário
1
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PREFACIO, 9
s / s \ / \
OS FILHOS-DE-SANTO, 37
/ \
OS OLOYE, - 67
VISITAS, 133
■ ALGUNS ASSUNTOS
POLÊMICOS, 139
ILUSTRAÇÕES, 149
GLOSSÁRIO, 163-
1". " -
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)
'U-
de Oxaguiã. Ocasião marcante. A princípio, fui toma
t
do de uma grande surpresa depois de muita alegria
pela deferência do orixá manifestado à minha pessoa.
No ano seguinte, durante os preparativos para a con
firmação presenciei, no Barracão, ao lançamento de
Meu Tempo é Agora.
1
uia.
as origens do Terreiro, dando ênfase principalmente
às contribuições das Mães-de-Santo que a antecede
ram, porém sem deixar de mencionar aqueles que,
ocupantes ou não de cargos, com funções religiosas
óu não, contribuíram para a consolidação do Ilç Axé
Op9 Afonjá desde suas precárias localizações iniciais
}h-
até sua instalação definitiva em 1910 na roça em São
Gonçalo do Retiro onde permanece até hoje.
■f 11
^ •• m.
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Junto com sua preocupação em registrar os "ajustes",
as "reformas" que cada lyálorixá fez à seu tempo,
1
tomamos assim, não apenas conhecimento de perso f
I
forças capazes de manter a integridade e coesão da
família-de-santo em nossa sociedade, apontando para
os perigos que nos rondam, de dentro e de fora. MEU
TEMPO É AGORA! Ela clama.
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19
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cáveis. Também, o "Povo de Àçç" era uma família
plena de fé e espiritualidade e por isso merecedores • |f,
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ta é porque confiava naquela pessoa. Falhas da Mãe- Ú
•Ti©
e aconselha". CO
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23
'M0-
25
hospedava em Casa de Zora Seijan e Antonio Olinto,
membros do Òpó Àfonjá. Ela fez algumas viagens a
São Paulo. Por falar em viagens, lembra-me a vaidade
de Mãe Senhora; jóias, perfumes, talco eram seu for-
tei Gostava de comer bem, principalmente peixe. Era
boa consumidora de vinho. Gostava do "Reserva".
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Busco aprender (e continuo buscando) desde quan
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do aqui cheguei, sem nada saber sobre uma comuni
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dade de Candomblé. O "chamado" do Oríça ocorre
!ifi'-;'
iÍ!
Rituais de Çbç, Bçrí ou Iniciação de nada valem
1)1 lii
1-^Í!
se nosso coração e. cabeça não os aceitarem. Com
o Oríça não se barganha! Para a espiritualidade, o
caminho é a concentração, doação e aceitação, sem
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01
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uma Casa de Açç tem que refletir sobre tudo isto.
Existem pessoas que acham que como o seu pai e
IliVh sua mãe (ou qualquer outro ancestral) pertenciam ao
Ít ' Oríça, elas têm que ser também. Errado! Há pessoas
iíf
sem essa- ancestralidade que são verdadeiros Olóriça.
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, !'• í*i' Para o Oríça as fronteiras são inexistentes. Todo ne
gro não tem que ser Omo-Oríça.
■c
Sabemos que para evoluir precisamos de reformas (e o
Q
estas sempre causam revolução), onde o religioso e o
social nunca deixem de estar compatibilizados.
31
Meu "chamado" espiritual ocorreu da seguinte forma:
alguém na família teria que ingressar na vida religiosa,
serÇlçsç Oríça. Meu "chamado" foi, então, por heredi-
tariedade. Talvez para chamar a atenção dos meus fami
liares, surgiram em mim, na infância, distúrbios físicos e
emocionais que, por não encontrarem melhoras através
dos meios científicos, meus parentes tiveram que recor
rer à Casa de Açç. Minha vida religiosa, assim come
çou: saindo de casa em fins de agosto de 1939, fui para
" )
a Ilha de Itaparica, passando por uma "Obrigação", sob
. '.i
o comando de Arsênio, na presença de Mãe Senhora e a
jii;'! iyákékeré Mãezinha. Voltamos da Ilha para o A?ç e eu
riii fui Iniciada. Tive como Ojubona a própria Mãe Senhora,
tif que me entregou aos cuidados de "Mãe Velha", Qçun
V;<' ■
I:. t-
novo, se bem que meu tempo de Abiyan fora breve.
li;!'/ O pedido de bênçãos para os meninos da minha idade,
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um divertimento! Tinham sido colegas de traquinagens.
•'ú
Um deles mais novo que eu; a outra, da mesma idade.
lüi: Jogávamos bola, peteca, brincávamos de amarelinha,
subíamos em árvores... Após o Quarto-de-A?ç, apesar
de toda a camaradagem, muita coisa mudou: "bença,
Çgbçmi Qçun' Toki... bença Çgbçmi Olóçédé"...
Mas a amizade continuava. Eu "comia de mão", sentada
num couro de bode. Fui Iniciada só, conseqüentemente
. não tinha Ayaba para segurar a esteira.
-ÍSEE'-'?
o
Ao ser escolhida para iyáloriça, passado o primeiro Cl
33
IpITj!
X
enxergar as coisas com mais naturalidade. Restava-me X
À
seguir em frente, arregaçar as mangas, aceitando as
■
35
sinal dos tempos, não é mais possível a prática da cren
ça nos Oríça sem reflexões, estudos e entrosamentos,
torno a dizer. Não podemos ficar confinados no Açç,
a tradição somente orai é difícil. Os Olóriça têm que
se alfabetizar, adquirir instrução, para não passar pelo
dissabor de dizer sim à própria sentença.
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OS FÍLHOS-DE-SANTO
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Escrevo este pequeno livro, •
em especial, para os meus Filhos
ABIYAN
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Q
1
simplesmente tenha uma "conta lavada", também é CO
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pessoas que passam a vida inteira,na condição de !
CO
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Abiyan; outras, após algum tempo de Assentamen ix:
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to, têm de ser Iniciadas. Daí a importância de o pré- O
CO
39
Iniciado ir preparando-se, lentamente, para a eventua
lidade de um dia vir a.ser um Adoçu.
41
falta de orientação das Ojubona e Olóyè displicentes.
No Àse, somos civiimente iguais e hierarquicamente
diferentes nas questões religiosas. Não importa o "sta-
tus" lá fora. Olòriçá precisa ter o "chamado", "jogo
de cintura" e vontade de adaptação. Deve lembrar que
o Candomblé é uma religião, e como toda religião faz
parte da cultura. Faz parte, mas é religião e não sim
plesmente cultura.
43
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tradição do Àçç. CO
O
45
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OBIRIN / OKUMRIM
o Filho-de-Santo também pode ser classificado se
gundo a energia do seu Oríça de cabeça: se é femi
nina ou masculina. Considero importante falar mais
■'
detalhadamente sobre as duas categorias de Orno- ?
47
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costa (quando as Olóriça Okunrin forem lyawó c/D
W
1
Q
ou Abiyan) e amarrar-lhes os torsos. Em cerimônias I
C/]
O
49
leiros das Oiçya, após o término da distribuição dos
alimentos sagrados, preparados pelas referidas Aya-
ba. As Filhas-de-"Santo Homem" devem ajudar as
01óri?a Obirin a se erguerem, depois do ikákò,
aos pés da lyá e demais autoridades, quando neces
sário. O ikákò (iká) é o foríbalç característico das
Àyaba e o dòbálè, dos Olóriça Okunrin.
Os Ológunçdç são responsáveis por despachos,
após Ètutu grandes. Na ausência de Ológunçdç,
o ato pode ser praticado por Filhos-de-Qbalúayé e
Qdç. É importante ser esclarecido que os rituais de
despachos devem ser realizados por filhos dos refe
ridos Oríça Okunrin. A primazia é dos Filhos e Fi-
Ihas-de-Ògún, principal Oríça Oiçdç. Apesar destas '.-J
.c
Oiçdç (Çbalúayé também é Oiçdç) ou uma Oiç
i-v
dç, uma Oiçya faz a "Obrigação", isto porque Qya
EfufMèle, apresenta características de Oríça Oiç
dç (de rua), como nos dizem os oríki desta Àyaba,
a qual é protegida por QbaMayé.
W
I
Q
I
orj
51
rin ou ser Obirin/Ayaba: a maneira de usar as contas ^
depende se é Okunrin — contas em forma de colares ^
ou atravessadas; se é Obirin — as contas só devem "7
ser usadas como se usa colar; as Àyaba usam anáguas, j,
com mais roda que as Olóriça Okunrin; Ayaba, os
laços são feitos em forma de "borboletas", miais aber- ^
tos, com graciosidade, caso contrário, serão dados em a
X
forma de gravata de uma só banda; as Àyaba devem X
x'
o que não é permitido às demais, exceção feita às Fi
X
ADOÇU: OLÓRIÇA
São senhores de enormes responsabilidades, deveres e
direitos! Todos nós Iniciados somos Adoçu e nossa ida
de é contada pelo tempo de Oríça. Uma pessoa, por
exemplo, que tenha apenas quinze anos de idade, já
pode ser considerada "velha no Santo", caso ela tenha
sido iniciada aos dois anos de idade. O Adoçu é deten
tor de grande awo, que é a base que sustenta a reli
gião. Toda religião tem seu segredo, por isso mesmo
os seus seguidores não devem sair por aí se exi
bindo, mostrando conhecimento. O bom Olóriça
mostra sua responsabilidade com o awo execu-
tando-o,e não polemizando. É isto que o faz for
te. O verdadeiro sábio pouco se expõe. O Oríça
está acima de qualquer mesquinharia. Todo aquele que
teve como graça ser veículo de cornunicação com o sa
grado é digno de respeito. É uma pessoa especial. Não o
quero dizer que seja uma pessoa melhor do que as ou- 5
tras, pois para o Oríça todos somos iguais. pI
00
O
X
Estes escritos se destinam, particularmente, aos meus
tÍH
53
incontáveis compromissos que a vida de lyálorisa me
impõe. Por isso, achei indispensável transmitir a vocês,
meus descendentes espirituais, algum conhecimento
adquirido nos meus longos anos de experiência como
Adoçu e Olóyè. A população terrestre aumentou
\
í—
mado. Como nós sabemos, a Iniciação é o princípio e~
será adquirido.
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'^. . Cada Oríça tem a sua família e cada Iniciado que per
tence a esta família terá o seu próprio nome, pelo qual
deverá ser conhecido e chamado, a partir de então,
A
dentro da comunidade religiosa. Exemplo; a pessoa é
filha de Çàngó Aganjií (Aganjú que é uma quali
■Ê/-
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dade de $àngó), o próprio Aganjú, manifestado em
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seu filho, dirá o nome pelo qual o mesmo passará a
ser chamado, que poderia ser Qba Dele, Qba Tosi,
Qba Tèro... O orúko determina a função do Oríça
na vida do seu filho. O orúko de Mãe Aninha era Qba .
Biyi — O Rei que Nasceu Aqui —, daí o destino desta
\
55
Iplifl
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I
Q
I
00
57
1-.
para o omisso, maldoso ou covarde. Existe um dia, úni í-
-K-
61
3_
vestuário da africana, sobrevivência da Terra Mater, já
que a saia, camisu e anáguas são heranças européias,
de séculos passados. O "Povo-de-Santo" se visita. Ao
chegar em outro Àçç é comum o oferecimento de um
pano-da-costa. Como proceder em tais situações?...
Jk
'hi- t
ójá no Barracão e rituais que exijam a mencionada
i-ü peça, a exemplo do Àçèçé, Ipadé, "Obrigação" no
j" Ilç Ibo Ikú. Em Iniciações e "Obrigações" de Folha
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t ■
1., ;
o ójá não deve ser usado. Em alguns importantes Ter
! <1 !
reiros da Bahia, o ójá só pode ser usado por Olóyè (a
exemplo da bata) como símbolo de autoridade. Eu já
disse que cada Àçç tem uma história, uma tradição
a ser preservada. Nós adotamos, para todas, inclusi
!'ii !
-ri:
r ,
i'-li
•
'
ve Abiyan de Santo Assentado, o uso do torso, em
li: -
,n'I: ocasiões especiais. E a Olóriça tem de saber usar o
ójá de forma correta e não a seu "bel prazer". Coi
sa mais sem graça é "cabelo para. fora", seja crespo,
liso, quer em forma de trança, rabo-de-cavalo ou solto.
Existem livros acerca dos "turbantes", pesquisas sérias.
Há arrumações de ójá elegantes em outras situações.
mas nao para serem seguidas no Àçç. lorso elabora
do com criatividade, fora dos padrões, fere a tradição,
m
tornando-se inconveniente. A lyawó, ainda que te
nha "Obrigação" de três anos, deve cobrir a cabeça,,
protegê-la, ajeitar o ójá de maneira que o cabelo fique
"por dentro", sem aparecer. A nuca é escondida pelo
pano. E nada de fivelas, laços ou adereços. As Filhas
que possuem cabelos compridos que os prendam. E
outro detalhe, o ójá não cobre a testa!
[Ih
cer parte do cabelo trançado, ou em "coque". g
63
I
TRATAMENTO
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67
lYÁLORIÇA
L.
X:
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59
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'■rJÉP^
lYÁKÉKERÉ
É a Mãe-Pequena da comunidade. O que a Ojubo-
na faz em particular com seus Filhos, a lyákékeré
deve fazer com todo o Çgbç. Reúne os atributos de
mestra e fiscalizadora dos ensinamentos ancestrais e
determinações da íyáloriça. Divide com a Mãe-de-
Santo, ombro a ombro, as responsabilidades civis e
\
lYÁ ÇFUN ■
E a responsável por determinada cerimônia de grande
fundamento litúrgico, realizada durante a Iniciação
delyawó. Qsányin Delé (Honorina) ocupou o refe
rido posto que hoje é ocupado por Maria de Yánsàn,
Qyá Temi.
DAGAN
O CONSELHO RELIGIOSO
MAYÇ
'\'-
H^:í
Pessoa designada para tratar das coisas secretas de
Àçç. Posto ligado à Iniciação de Adoçu. Atualmente
vago, após a morte de Iwin Muiwá,Patu.
AGBENÍ
QGÁLÁ
A dona dos cânticos. Em outras Casas, de tradição tam
bém Yorubá,se diz íyá Tebeçe. Esta Olóyè deve reu
nir grandes conhecimentos de cantigas, danças e litur
gia, bem como toques de atabaques, já que trabalhará
diretamente com o Alabç. Ajagum Tundé (Noêmia),
era a referida Olóyè, desde a época de Mãe Aninha,
sua Mãe-de-Santo. Tutuca, Qya Toki, que era Qtun
passou a ser Qgálá, após o falecimento de Noêmia.
QLQPÇMDÁ
Cargo de grande responsabilidade em Iniciação, de ^
âmbito altamente secreto. Qçun Tçlçlá (Cremilda)foi o
70.
m.
lYÁ LABAKÈ
A responsável pela alimentação dos Iniciandos, en
quanto estão em "Obrigação". A lyákékeré Geor-
gete tambéni ocupou o referido posto, atualmente
tambéiT) vago, como o do lyákékeré.
KÓtÀBÁ
Um dos importantes Oyè na Casa de $àngó. A Kólá-
bá é a responsável pelo Làbá de Çàngó. Sua presença
é indispensável em "Obrigações" de Iniciação de Filhos
de Çàngó: Qçun Fumilayç (Haydée), ocupa o posto
de Kólàbá, antes por mim exercido, no tempo de Mãe r
Senhora e de Mãezinha. r
lYÁJÍMÚDÁ
Oyè relacionado com a "Obrigação" de ípadé, de
grande responsabilidade.
lYÁ TOJUQMQ
A responsável pelas crianças do À?ç. Posto que foi
ocupado por Senhorazinha, Òçuii Gere e que hoje
está vago.
lYA SIHA
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QMQLARA o -d
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Ir)
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SARAPÇGBÇ
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lYÁBASE
É a mulher responsável pelo preparo dos alimentos -w
sagrados. Deve possuir grande conhecimento acerca
da culinária sagrada, sendo auxiliada no preparo da o
75
'1'
QBA DE $ÀNGÓ
Auxiliada pelo professor Martiniano Eliseu do Bonfim,
uma das figuras negras do início do século XX mais
impressionantes da Bahia, Mãe Aninha introduziu no
Ilç Àçç Òpó Àfonjá o corpo dos Qba: seis da direita
-E'??
\ \
vW
vg§:V-
Ê
(Qtun) e seis da esquerda (Osi). Os Qba da direita
têm direito a voz e voto; os da esquerda, somente à
voz. Aos Qba foi entregue o destino civil do Àçç. Eles
são os Ministros de Çàngó, seus representantes.
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77
CTPTÍft
M;.
Qba da direita:
Li "!
Qttin-Kakanfó, é também Olóyè, aque
cendo a tradição da família; Téla — Mario
Bastos, confirmado por Mãe Senhora. Luís
l\\\ Domingos de Souza, filho da famosa Ma
i _
!- !■ ''
.
ria de São Pedro, de saudosa memória, é
i.i
^tmi-Téla. Foi confirmado por mim, mas
i .•I
'fm^C
Qha da esquerda:
qgA
\
AÇÒGÚN
Do corpo dos Qgá são escolhidos outros Oyè, de
suma importância para os ritos do Candomblé: o
Açògidn (com Qtun e Òsi) é o responsável pelos sa
crifícios. "Traz o Àçç de Ògún", passando a ter um
pacto direto com o Senhor dos Caminhos. Trabalha
em conjunto com a lyáloriça. E o responsável dire
to pelos sacrifícios, do começo ao fim do ato, sendo
soberano nestes rituais. É quem se comunica com o
Oríça para quem se destina o Etutu, transmitindo
à íyálàçç as respostas obtidas e mandamentos. Os
filhos do Àçç deve chamá-io de pai, rendendo-ihe as
devidas homenagens.
í •
é de muita dedicação, renúncias e, às vezes, ingrati
dão de alguns.
/
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•1;í
de seus Filhos e de suas irmãs mais novas. E deve ter
boa vontade para receber ensinamentos, orientações j
e bons conselhos dos mais velhos. Tem de caminhar
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lado a lado com o Filho do Oríça que a consagrou no ^
:!'
t''"
posto, para honra do Àçç. Digo sempre que a pessoa
é quem dignifica o Oyè ocupado. Isto também vale
para as Ajóié.
No Candomblé do Engenho Velho (Casa Branca), as
Ajóié são chamadas de Ekedes. No Terreiro do Gan- ^
tols, são denominadas lyároba. Ekede, nome de ori-
• -w'" gem "Jeje", que se popularizou, é o nome mais co
nhecido em todas as Casas de Candomblé do Brasil,
^ 'ÍjSigy
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:m . SOBRE os RITUAIS
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valor aos pequenos detalhes da nossa religião, porém o
mais velho não se negligencia: por isso ele ficou velho, CO
o
adquiriu Açç suficiente para viver no mundo o maior w
tempo possível e assim fazer e deixar sua história. o
CO
89
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i1 I qüentemente, Açç.
i lrn
• !
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Partindo do princípio que gestos muito simples e co
i-ií !!
tidianos, quando praticados com disponibilidade, são
atos sagrados, notaremos a necessidade do Filho-de-
• ii-h
Santo realizar atividades como; varrer a Casa do Oríça
e o quintal; servir a mesa para outro irmão, ceder o
lugar ou carregar um pacote, cozinhar, arrumar e en
feitar uma Casa. Toda essa energia usada, nos afazeres
mais simples é transformado em força, benção, em
Àçç! Atividades que devem ser praticadas com o má-
irno de concentração, atitude mental que será fun-
® damental para quando o iniciado tiver mais tempo de
sacerdócio. É aconselhável que cada Olórisa sinta-se
'A dono da Casa do seu Oríça (nos mínimos detalhes) e,
conseqüentemente, responsável por ela.
Oríça é sagrado.
CO
O
<
CQ
O
tornando a festa mais alegre e harmônica. to
93
•
00
I—I
PADÉ IPADÉ
A palavra Ipadé significa também "encontrar com",
"reunir", mas na língua Yoruba, quando se coloca a
letra "I" junto ao verbo este se transforma em subs
tantivo, por esta razão, é comum chamar-se de Ipadé
este ritual, significando então reunião. O Ipadé é um
dos rituais mais importantes de nossa religião, indis
pensável após Ètiitii: Iniciações, festas de calendário,
"Obrigações" de três e sete anos, Àçèçé, Ètutu de
Filhos-de-Santo maiores (quando "dão comida" a seus
Oríça, com sacrifícios de maiores proporções). Seja re
alizado no Barracão de festas ou na Casa de Oçala, o
comportamento dos Omo-Orí$a deve ser impecável,
demonstrando responsabilidade e entendimento sobre
\
97
i'--
-,>«s;#^
k-
BQRÍ
o Bqrí é uma cerimônia de grande significado. É a
adoração à cabeça, realizada pelo conjunto de ofe
rendas, cânticos e louvações. É importante a partici
pação do Olóriça em cerimônia de Bçrí, já que se
estabelece a comunhão com a cabeça do "outro" e
acontece uma troca de Açç. Quanto mais pessoas
houver para louvação de nossa cabeça, para comer a
comida do Bçrí, tanto melhor. Os alimentos divididos
no ritual são fortalecidos por Oníle e pelo orí de to
dos os presentes. Comer dessas comidas é ganho de
Açç, renovação de nossas forças. Mas o Açç não é
adquirido apenas fazendo uso do alimento servido. É
necessário que o Filho se coloque à disposição do Ter
reiro,-participando como possa e seja necessário para
\
103
L
À§È$É 1^
u.
'4 %
SOBRE ALGUNS DETALHES
ÉWQ
.
í»
^ i ■.
109
conseqüências espirituais são terríveis, irreversíveis, na
maioria dos casos. A vida do Olóriça começa a ficar
complicada, surgem angústias, atrapalhações de cabe
ça, falta de sentido nas coisas e aí vem as célebres fra I-
I-
ses; "Fiz minha "Obrigação", vou ao Àçç, faço meus I-
i'-
lágrimas nos olhos: "Minha Mãe Stella, me senti im
i':
lú portante... Entendo por que Çàngó a escolheu para
ii^i
|if tomar conta de mim..."
Íí I
Ih1
uma reprimenda ou ensinamento ao Filho-de-Santo,
fW:.
'-4ír •.
espirrar, este tem de lhe pedir as bênçãos, valendo a
lição, também, para os mais velhos e, em especial,
f para a própria Mãe-Pequena do Iniciando, falo assim
;iy
-â'
porque a Iniciação dura sete anos, conforme já verifi
camos. Não se toma de pé, ainda que com inclinação
do corpo, a bênção da Ojubona! Se o Omo-Oríça
cumprimentar a Ojubona antes da Íyálori?a, deve
esta corrigi-lo, incontinente, ministrando-lhe os ensi
namentos adequados. A primazia é da Mãe-de-Santo.
Se um mais velho espirrar, o Àbúrò deve pedir-lhe
que o abençoe. Não se recusa nada das mãos da
\
113
>4.
i.ii
ii ;
por aquele que retirar o prato, ainda que seja dado a
ii i
i' r
um determinado Olóriça. É uma forma de dividir o
:i i
Àsç e, assim, fortalecer a irmandade. O Filho-Peque- —i
1'",'
í; í
i I no também se responsabiliza pela mala e pertences --UI
;:i=
Ti
MULTA
ü- i
.ili
A tradição de uma Casa tem que ser mantida na sua
li base. A tradição de um Ilç Àçç é que faz a sua his
tória, por isso devemos segurá-la. Às vezes temos que
atualizar alguns detalhes de acordo com o tempo, mas
ili
.i"
outros existem cuja manutenção é imprescindível. Tal é
lii'
o famoso caso, das multas, que é uma forma interes
sante de chamar a atenção e cobrar um procedimento
'
• lí; t
outras Ayaba.
4-^
■<íM
^9.
'W
;fí
■
i^v»
■ ■■'m ,
119
ça baixa, sorriso nos lábios, boas maneiras, atraindo
simpatias. Após os cumprimentos (foríbalé para a %■ '
Mãe-de-Santo, a lyákékeré e a Ojubona), passa-se ik ■
A
Ègbçn de um mesmo período de Iniciação, Olóyè A
A
não ocorre se houver diferenciação hierárquica, salvo A
!K
123
gpSBl
s ''"^1®
Tem direito a senta^se em cadeira o Olóyè (no Bar-
ração) e Àgba {%ghçn "novas" devem sentar-se em •'lÃW/^'
- í-?!'S9^?!WÍ?Í
tÉB-
O sentido maior é a comunhão com o Oríça. É ó mo-
mento em que se vai receber À$ç. Ter comido, antes,
quebra esta força. O silêncio é obrigatório, para
que não se corra o risco de, ao invés de ganhar,
perder Àfç.
O referido procedimento para Qsç também deve ser
seguido à risca em dias de Ètutu. Esta é a razão dos
cafés da manhã comunitários que acontecem depois
dos rituais. É uma forma de confraternização e tam
bém de facilitar a vida dos que estarão trabalhando na
cozinha. Torna-se importante, a presença dos Filhos
nesta refeição comunitária. A ausência deles desca
racteriza o espírito de confraternização e celebração.
É um dos poucos momentos que temos tempo para
ficarmos juntos, de forma descontraída. Nessas re
feições a hierarquia é também relevante, porém um
pouco mais descontraída. Participam da mesa,junto a
iyáloriça, Àgba, Olóyè Adoçu (ou não), as Çgbçn,
e convidados. Em seguida, os demais Filhos, pelo tem
po de iniciação. Há vezes em que convido qualquer
Filho, independente da sua condição hierárquica, para
sentar-se à mesa. Mas este não deve achar-se no direi
to de sentar-se à mesa outro dia, sem ser convidado.
Bom seria se existisse uma mesa gigante que abrigasse \
todo o Çgbç. I
As Àyaba são encarregadas de servir os presentes, |
principalmente Àyaba mulher. Como falei anterior- j
•i,-.
mente, há tarefas privativas de Filhos de Oríça Okun-
rin; outras, de Olõriça Obirin. independente do
Oríça a que o Filho esteja vinculado, há tarefas es
pecíficas para mulheres (encarregar-se, por exemplo,
da comida dos Oríça) e tarefas específicas de homens,
M
como desempenhar trabalhos pesados, a exemplo da
faxina do Barracão e arrumação e limpeza,do Terreiro,
trato dos jardins, escolha de folhas para os rituais e
tarefas que dependam do uso do pilão e do moinho.
k
respeito mútuo e concentração. X
X
Abiyan e lyawó devem comportar-se, nos recintos K
X
ta baixa, sem olhar diretamente para os demais, em X
129
W
A roda de $iré é então formada. A arrumação da- roda
segue a hierarquia, devendo o Aboríça procurar seu
lugar, esquecendo-se de que tem amigos e conhecidos
no Barracão. A dança é ritual. Saber dançar é um dever
do Olóriça. Pelos movimentos da dança, repetimos
passagens da vida dos Oríça. Os orin e oríki têm de
estar em harmonia com o bailado. Os lyawó partici
pam o tempo todo da roda. As Çgbçn (em especial as
Àgba) participam em momentos importantes; Roda-
de-$àngó, Roda-de-Òdüdúwà, louvações a Qdç, a
seu próprio Oríça, etc.
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Assim, necessário se faz; *
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Criar uma relação responsável e direta en -i
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mente conseguem solucionar as questões com maes
tria, fazendo com que os recém-chegados entendam
a seriedade da "Obrigação" realizada. No entanto, no
dia-a-dia do Açç, surgem outras situações.
í
nascer do sol, cada qual toma seu banho, B
135
troca adequadamente de roupa, aos mol
des explicados e procura o seu devido lugar,
sendo que, do despertar até o término da
"Obrigação", fala-se apenas o mínimo ne
cessário. O silêncio é parte integrante do
ritual. Comentários e discussões devem ser
A
A
objetos sagrados do culto, como também se
gurar ou querer cuidar de alguém em transe.
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culpa. São profissionais, pesquisadores que fazem seu
51
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por mais conhecimento prático e teórico que possua. E
como se alguém pegasse o livro de receitas, confeitasse
um bolo, muito bonito, e no conteúdo houvesse vene
no. No Candomblé pão se queimam etapas. Tudo deve
acontecer no tempo certo. Sempre digo aos Iniciados:
"Não tenham pressa, curtam seu tempo de lyawó".
de-Santo pertença. íü
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Mãe Aninha, de eterna memória, "pegou o vapor"
de Itaparica para iniciar Ondina Valéria Pimentel fora
|
do espaço físico do Ilç Àçç Òpó Àfonjá. Ondina ^
foi lyákékeré dos Çgbç de sua Mãe-de-Santo e de 2
ci»
Mãe Senhora, ascendendo, no falecimento da última. )~1
c
143
ao posto de íyáloríça. Alguns não consideram esses
aspectos de muita profundidade. Chegaremos a um
consenso. Discriminação por este motivo é o produto
de sentimentos vis e da ignorância. É falta de conheci
mento religioso.
145
Oríça, Ele é que nos escolhe. O mesmo acontecendo,
eu creio, em todos os sacerdócios. Daí a palavra vo
cação. Já aconteceu de jovens negros me procurarem
dizendo que queriam ser Iniciados. Por quê? pergunto.
"Porque sou negro". Eu dou valor a todos que amam
suas origens, mas isso não é motivo para que alguém
seja Oloríça. Mesmo sendo negro, de repente o indi
víduo não tem nada a ver com o Candomblé. Se fosse
assim, todo descendente de africano só estaria ligado
à religião dos Oriça, inexistindo padres, freiras, pas
tores protestantes e budistas negros. E também não
existiria negro materialista eateu. Saibamos diferenciar
as coisas. A religião está inserida na cultura, mas não é
simplesmente cultura. Oríça não tem preconceito de
cor e de cultura. Nós é que temos.
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# inerexismo
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147
Outro assunto polêmico: "Não sei nada porque não
me ensinaram", ou "Em meu tempo era diferente..."
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Abiyan
Grau pré-iniciático. Literalmente, "aquele que tem pa
rentesco por afinidade".
Iniciado.
Afonjá
Qualidade de Çàngd
o
K-4
pi
"O chefe do Aramçfá". Título usado no Opó Afon- A
já como chefe do culto a Qdç. §
163
AgbaIgena
Cargo de quem despacha a porta.
Àgba
O mais velho, o superior, o sábio.
Agbeni
Literalmente, "aquele que divide a mesma causa"
Àgò
Primeira saudação ao aproximar-se de uma Casa para
avisar a seus habitantes que alguém está chegando. O
mesmo que "pedir licença".
Ovelha.
Ajóié
É considerada carinhosamente a "Mãe" do Oríça que
3'escolheu e confirmou. No Candomblé do Engenho
Velho (Casa Branca) é chamada de Ekede. No Terreiro
\
Akçwé
É a secretária da Casa de $àngó, responsável pelo zelo
do Ilç e coisas relacionadas com Etutu na Casa, além
de orientações e compras de materiais necessários
para "obrigações".
Amaiá
155
.i'
• &
Apoxi
Àçç
Energia. Poder de realização através do sobrenatural.
Significa também "Assim seja!"
Açèçé
Cerimônia que louva os ancestrais de todos os tempos
V \
>3
Segredo.
Ayaba
Rainha, mulher do rei. Termo honorífico dado às divin
dades femininas da cultura Yorubá.
Ayrá
Qualidade de Çàngó.
Baba
Pai.
Espíritos.
Bãlé Çàngó
o
Literalmente, chefe da tribo, aquele que segura o Ilç, §
uma espécie de administrador. §
CÍJ-
157
"Aquele que segura a Casa de Ogún". Posto na 11^
sa
;ungun
Culto aos Ancestrais.
'Âmm
Dagan
É a sacerdotisa que auxilia diretamente a lyá Moro
(e vice-versa). É dentre outros atos sagrados também
responsável pelo Ipadé.
Dia do Orúko
1
.1
Ritual
Ewç
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00
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o
Cabra.
ci
169
.L^
Ritual de oferendas para o restabelecimento do Açç,
da energia.
i^.l
U'
Sociedade, associação.
Çgbçn
"O mais velho, mais maduro e experiente"
U'
É o espírito do ancestral
i -
L.
O que está aos pés do Oríça, aquele que serve aos
Chapéu, gorro.
Ikákò (iká)
É o foríbalç característico das Ayaba.
Casa.
Ç Açç
Casa de Energia, de força.
171
liç Qbaiúayé
Espaço sagrado onde estão guardados os assentamen
tos do Oríça Qbaiúayé e dos seus Filhos.
Iperilgde
"O Caçador de Elefantes".- Posto na Ilç Qdç.
liç Ògún
Espaço sagrado onde estão guardados os assentamen
tos do Oríça Ògún e dos seus Filhos.
Inkice
Irmãos-de-Iuz
Iwin Dunsi
Mãe.
iyá Çgbç
É a conselheira do Çgbç, a líder feminina de uma
sociedade, responsável pela manutenção da ordem,
tradição e hierarquia. O posto segue paralelo ao da
Iyá Çfun
É a responsável por determinada cerimônia de grande o
fundamento litúrgico, realizada durante a Iniciação de 00
CO
o
lyawó. >-}
173
iyájímüdá
Oyè da Casa de Qmçlu, diretamente ligado a Qya.
Cargo relacionado com a "obrigação" de Ipadé, de
grande responsabilidade.
lyá Labakè
1/
iyá Sihà
A Àyaba que segura o estandarte de Oçala, em ritual
dedicada ao referido Orí?a.
iyá Tebeçe
A dona dos cânticos. O mesmo que Qgálá na tradição
Yorubá.
iyá Tojuqmç
A responsável pelas crianças do Açç. |
iyábaçe i
É a mulher responsável pelo preparo dos alimentos sa- í
grados. Deve possuir grande conhecimento acerca da L
culinária litúrgica, sendo auxiliada no preparo da igua
ria dos Oríça por todas as Olóriça.
s
lyákékeré da Casa
Mãe-Pequena do Çgbç, da comunidade,
ííSísS
Saudar, louvar.
Pí
o
)—t
Cd
C/D
Cargo na 11^ 00
o
175
"1
Kólàbá
1
Mãe Preta do'Brasil
Título dado à Mãe Senhora em 1965 no Rio de Janeiro.
Mãe-de-Santo
Mayç
Pessoa designada para tratar com coisas secretas de
Àçç. Posto ligado à Iniciação de Ado?u.
Miçangas
São as contas mais finas.
Monjolo
Coral.
Motumbá
mÉxá
Ojá de cabeça
/
Ojá de peito
/
tó
OT
to
O
cb
177
2
Ojú Qba
Literalmente, "Os Olhos do Rei". Posto de honra da
Casa de Çàngó.
Ojubona
Mãe-Pequena, criadeira de lyawó.
Olóriça
O Iniciado, aquele que tem o Oríça como religião.
Olóriça Obirin
Filho ou Filha de Oríça feminino.
Olóriça Okunrin
Filho ou Filha de Oríça masculino.
u-
Olóyè
Aquele que possui um cargo, posto no Candomblé.
Olúwo
Omo-Oríça
Filho-de-Santo.
Oníle
O Dono da Terra.
Oni-Oríça
Iniciado no Oríça.
Òpó Àfonjá
Literalmente, poste, pilar, sustentáculo de SàiiPÓ
Cabeça.
Divindade Yorubá.
Ministro de Çango.
Divindade da caça.
Qgá
Considerado carinhosamente como uma espécie de
pai espiritual do Filho do Oríça que o suspendeu.
3--.
Povo de Açç
Membros de uma comunidade de Candomblé.
il
iíS
Quarto-de-Àçç
Quarto onde ficam os Olóriça durante o período de
Iniciação.
CO
CO
181
Sangó Aganjú
É uma qualidade de Çàngó,
O olheiro de Sàngó.
liai