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CONFAP - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS ASSOCIAÇÕES DE PAIS

Rua Carlos José Barreiros, n.° 16 Cave | 1000-088 LISBOA


T 218 471 978
www.confap.pt | geral@confap.pt

Exmo. Senhor
Primeiro Ministro
Dr. António Costa

N/Ref.ª Data V/Ref.ª Data


21-0002_Of 20-01-2021

Assunto: Proposta sobre as escolas neste tempo de Pandemia

Exmo. Sr. Primeiro Ministro

A CONFAP tem acompanhado a situação que vivemos, particularmente no que concerne à área da

Educação, enquanto parceiro do Ministério da Educação, e à condição social das famílias.

Quero aqui expressar o nosso agradecimento por ter em conta a importância da Escola para as

crianças e para os jovens e pela decisão política de as manter a funcionar em regime presencial.

Estamos conscientes de que é preciso manter todo o cuidado e assumir comportamentos e atitudes

responsáveis para a segurança de todos.

As escolas têm enorme importância para a vida dos jovens, não só nas aprendizagens, mas também

no aspeto social, económico e de saúde física e mental:

 Crianças estão em perigo em que a escola é o seu porto de abrigo e de princípio de proteção;

 As necessidades especificas ao nível da educação especial e das terapias;

 As de contextos sociofamiliares mais vulneráveis, em que a melhor, senão única, refeição é

na escola;

 As crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem que precisam da proximidade do

professor para alcançarem o seu sucesso e progredirem.

“Por uma EDUCAÇÃO presente com FUTURO”


Pessoa coletiva de utilidade pública - D.R. n.° 46, 11 série, de 24 de Fevereiro de 1987 | NIF 501 229 868
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São todas estas razões, bem como as mais comuns, como o desenvolvimento social e cognitivo de

todos que nos preocupam com o fecho das escolas, contra a sua natureza e a sua missão.

Não podemos, no entanto, ignorar o que se tem passado nestes últimos dias. Perante uma

Comunicação Social que, direta ou indiretamente, procura correlacionar o agravamento da situação

pandémica ao funcionamento das escolas, sem nunca mencionar os danos sociais e de saúde mental

que o seu encerramento tem para as crianças e para os jovens:

 Dando enfase à opinião dos especialistas favoráveis ao fecho das escolas, sem, no entanto,

ponderarem o custo social do seu encerramento.

 Omitindo alguns dados e opiniões de especialistas que demonstram não haver evidencia de

que a escola seja fonte do problema e do significativo aumento de mobilidade.

 Não auscultando especialistas na área da saúde mental e da saúde infantil.

Tem-se vindo a gerar, em parte da sociedade, a opinião de que as escolas são um problema. Uma

noção que pode até ser contraproducente, pois potencia a inconsciência cívica da necessidade de

cumprir a regra de confinamento desde que as escolas fechem.

Assim,

 considerando a importância do ensino presencial e a necessidade de tudo se fazer para

minimizar os danos causados com o encerramento das escolas;

 considerando também as muitas escolas que estão em regime semestral e que interrompem

a sua atividade letiva no próximo dia 27, vimos propor o seguinte:

Admitindo uma eventual decisão de se fecharem as escolas que seja reorganizado o calendário

escolar de forma a antecipar as férias de carnaval e parte das da Páscoa. Desta forma conseguir-se-

iam não só minimizar os danos causados pela necessidade deste encerramento, mas também as

enormes desigualdades que o ensino à distância agrava.

“Por uma EDUCAÇÃO presente com FUTURO”


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Após os 15 dias de encerramento nesta fase, e se necessário, far-se-ia a abertura das escolas até ao

3º ciclo e em regime misto para o secundário.

No caso de encerramento das escolas, em quaisquer circunstâncias, implica a necessidade de

concretizar medias de apoio às famílias em que ambos os cônjuges tenham de se continuar a deslocar

para os seus locais de trabalho.

Certo da melhor atenção de V. Exª a esta nossa preocupação, que é seguramente comum, subscrevo-
me

Com os melhores cumprimentos

O Presidente do Conselho Executivo da CONFAP

Jorge Ascenção

“Por uma EDUCAÇÃO presente com FUTURO”


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