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Manual de Melhores

Práticas Assistenciais
Recomendações de Qualidade e Segurança

anahp
associação nacional
de hospitais privados
Manual de Melhores
Práticas Assistenciais
Recomendações de Qualidade e Segurança

anahp
associação nacional
de hospitais privados
Conselho de Administração
Presidente: Francisco Balestrin | H. Vita Curitiba – PR
Vice-Presidente: Eduardo Amaro | H. e Maternidade Santa Joana – SP

Ary Ribeiro | H. do Coração (HCor) – SP


Fernando Torelly | H. Sírio-Libanês – SP
Francisco Eustácio Vieira | H. Santa Joana – PE
Henrique Neves | H. Israelita Albert Einstein – SP
José Ricardo de Mello | H. Santa Rosa – MT
Maria Norma Salvador Ligório | H. Mater Dei – MG
Paulo Junqueira Moll | Hospital Barra D’Or – RJ

Conteúdo
Grupo de Trabalho Melhores Práticas Assistenciais,
Organização do Corpo Clínico e Legal-Regulatório

Edição e Revisão
Flávia Borelli
Maria Carolina Buriti
Marcelo Vieira

Diagramação
Luis Henrique Lopes

Imagens
Shutterstock

Produção Gráfica
Formags Indústria Gráfica

São Paulo Brasília


Rua Cincinato Braga, 37 – 4° andar SH/Sul Quadra 06, Conjunto A, Bloco E - Sala 801
São Paulo – SP Edifício Business Center Park
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brasilia@anahp.com.br

4 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Sobre
a Anahp
A Associação Nacional de Hospitais Privados –
Anahp é uma entidade representativa dos principais
hospitais privados de excelência do país. Criada em
11 de maio de 2001, durante o 1° Fórum Top Hospital,
em Brasília, e fundada em 11 de setembro do mesmo
ano, a Anahp surgiu para defender os interesses
e necessidades do setor e expandir as melhorias
alcançadas pelas instituições privadas para além
das fronteiras da Saúde Suplementar, favorecendo a
todos os brasileiros.
Atualmente, a entidade ocupa uma função estratégica
no desdobramento de temas fundamentais à
sustentabilidade do sistema. Representante de
hospitais reconhecidos pela certificação de qualidade
e segurança no atendimento hospitalar, a Anahp está
preparada para fortalecer o relacionamento setorial
e contribuir para a reflexão sobre o papel da saúde
privada do país.

Associação Nacional de Hospitais Privados 5


Autores
Grupo de Trabalho Melhores Práticas Assistenciais e
Organização do Corpo Clínico

Hospital Infantil Sabará Hospital Santa Joana Recife


Hospital Israelita Albert Einstein Hospital Vera Cruz
Hospital Márcio Cunha Hospital Vita Batel
Hospital Nipo-Brasileiro Hospital Vita Curitiba
Hospital 9 de Julho Hospital Vita Volta Redonda
Hospital Pró-Cardíaco Hospital Santa Catarina de Blumenau
Hospital Samaritano Hospital Santa Paula
Hospital Santa Cruz de Curitiba Santa Casa de Misericórdia de Maceió

Grupo de Trabalho Legal-Regulatório

BP – A Beneficência Portuguesa de São Hospital Nossa Senhora Das Graças


Paulo Hospital Policlínica Cascavel
BP Mirante Hospital Santa Cruz de Curitiba
Casa de Saúde São José Hospital Santa Joana
Hospital 9 de Julho Hospital Santa Marta
Hospital AC Camargo - Câncer Center Hospital Santa Virgínia
Hospital Alemão Oswaldo Cruz Hospital São Camilo - Pompéia
Hospital Aliança Hospital São Rafael
Hospital Anchieta Hospital Sepaco
Hospital Brasília Hospital Sírio-Libanês
Hospital Cardiológico Costantini Hospital Vera Cruz
Hospital do Coração - HCor Hospital Vita Volta Redonda
Hospital do Coração Anis Rassi Machado Nunes Advogados
Hospital Dona Helena Real H. Português de B. em Pernambuco
Hospital Marcelino Champagnat Rede D’Or São Luiz
Hospital Márcio Cunha Santa Casa de Misericórdia de Maceió
Hospital Metropolitano Vitória Apart Hospital
Hospital Nipo-Brasileiro

6 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Agradecimentos
O Manual de Melhores Práticas Assistenciais é fruto do trabalho do amplo de equipe,
que atuou como autores deste conteúdo. Agradecemos à dedicação e colaboração de
todos que contribuíram para que esta publicação se tornasse realidade.
Pela grande extensão de participantes não é possível a nomeação individual,
cuja atuação foi fundamental para o rico trabalho construído em equipe. Assim,
nomeamos e agradecemos os líderes dos capítulos e revisores desse material sendo
atores importantes para a finalização deste conteúdo:

Bruno Gonçalves de Campos Araújo - Hospital Vera Cruz


Christiane Moreira Padovani - Hospital Santa Paula
Emmanuel Gomes - Hospital Márcio Cunha
Francisleine Franck dos Santos - Hospital Vera Cruz
Liana Catalan - Hospital Nipo-Brasileiro
Maria Tereza Tenório Freitas - Santa Casa de Misericórdia de Maceió
Marília Bortolotto - Machado Nunes Advogados
Marta Fragoso - Hospital Vita Curitiba e Hospital Vita Batel
Paulo Marcelo Zimmer - Hospital Israelita Albert Einstein
Priscila Rosseto de Toledo - Hospital Samaritano/Pró-Cardíaco e Santa Joana Recife
Rodrigo Borsari - Hospital Nipo-Brasileiro
Teresa Gutierrez - Machado Nunes Advogados.

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Índice
Apresentação 10

Prefácio 12

Metas Internacionais de
Segurança do Paciente 14
Meta 1: Identificação correta do paciente 15
Meta 2: Melhorar a eficácia na comunicação 16
Meta 3: Controle de Medicamentos de Alta Vigilância 18
Meta 4: Garantir o local correto, o procedimento correto e cirurgia no
paciente correto 20
Meta 5: Reduzir o risco de infecções por meio da higiene das mãos 21
Meta 6: Reduzir o risco de lesões ao paciente decorrente de queda 22
Conclusão 23

Cuidado Centrado 24
Qualidade no Cuidado Centrado 25
Conclusão 29
Avaliação dos Pacientes 30
Ambulatório 31
Pronto Atendimento 32
Unidade de Internação 34
Alta Hospitalar 36
Conclusão 37

Anestesia e Cirurgia 38
Lista de verificação de cirurgia/procedimento seguro 42
Sedação Moderada por Médicos Não Anestesiologista em
procedimentos diagnósticos 50
Conclusão 51

Gerenciamento de Medicamentos 52
Fluxo de medicamentos 53
Atenção à prescrição médica 54
Conciliação Medicamentosa 55
Vias de administração 55
Interação Medicamentosa 56
Medicamentos Quimioterápicos:
Cuidados com a prescrição, manipulação e administração 58
Medicamentos Vesicantes 60
Conclusão 61
Educação de pacientes e familiares 62
Como preparar o colaborador para ser um educador do paciente e
seus familiares 63
Preparando o cuidador para desospitalização 65
Como utilizar as mídias impressas e digitais na educação do paciente 67
Conclusão 71

Melhoria da qualidade
e segurança do paciente 72
Para que identificamos riscos? 74
Identificação de riscos por cores 74
Classificação dos riscos e danos 75
Como tratar quase falhas 77
Identificação proativa de riscos: ferramentas e métodos 78
Eventos adversos e buscas ativas: vigilâncias 79
Como implantar processos de auditoria como ferramenta de melhoria? 82
Conclusão 85

Prevenção e Controle de Infecção 86


Isolamento e precauções 87
Limpeza dos ambientes 91
Gerenciamentos de indicadores e protocolos 92
Sepse Pediátrica 93
Processamento de Materiais 93
Conclusão 95
Cuidados Paliativos 96
Principais sintomas associados 97
Sedação Paliativa 100
Manejo da dor crônica 100
Como estruturar um grupo de trabalho voltado para pacientes paliativos 103
Sensibilização das equipes assistenciais, criando a cultura de minimizar o
sofrimento 103
Conclusão 105

Formulários e Termos
recomendados 106
Termo: Requerimento de Divulgação De Boletim Médico 107
Termo: Nomeação de Responsável Legal 112
Termo: Recusa de Tratamento 114
Termo: Alta a pedido do paciente 118
Formulário: Evasão de paciente (para paciente internado) 121
Termo: Consentimento livre e esclarecido e termo de assentimento livre
e esclarecido 125
Termos: Internação, termo de responsabilidade e outros termos
utilizados no ingresso do paciente 130
Termo: Prescrição off label de medicamentos 141
Termo: Confidencialidade – funcionário/prestador 148
Orientação para a Interação com Familiares 151

Referências Bibliográficas 154


Apresentação

12 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Muitos são os desafios da assistência à saúde. E são, por vezes, paradoxais. Se por
um lado alcançamos a perspectiva de mais anos de vida – um ganho, sem dúvida -,
por outro ainda enfrentamos inúmeras dificuldades de acesso e de combate a doen-
ças que imaginávamos enterradas no passado.
É neste contexto que se desenvolve a assistência à saúde no Brasil atual. E por esta
razão, ela precisa estar cada vez mais preparada para responder com qualidade e
eficácia às doenças crônicas e agudas, de origem rural e urbana, nas mais comple-
xas condições e escassez de recursos.
No centro deste desafio – muito por conta da organização da atenção à saúde –
está o hospital. É dele que, apesar de qualquer adversidade, se espera o melhor
desfecho para o atendimento ao paciente.
O que norteia a qualidade do atendimento, a segurança do paciente e as melhores
práticas dentro das instituições é a busca incessante pela excelência. Ela, somada à
promoção de boas práticas entre os associados, formam os princípios de existência
da nossa associação.
Elas também são norteadoras do conteúdo desta obra, espero eu, caro leitor, sirva
de orientação para o dia o dia desafiador do ambiente hospitalar. Que ajude e cola-
bore para fomentar as melhores práticas dentro das instituições e que seja suporte
para nossa meta contínua pelo atendimento de qualidade.

Boa leitura!

Francisco Balestrin
Presidente do Conselho da Anahp

Associação Nacional de Hospitais Privados 13


Prefácio

14 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Este Manual é uma construção coletiva e fruto do trabalho de um número grande de
pessoas dedicadas à causa nobre do cuidado à saúde: “primeiro, não causar dano”.
Em que pese o crescimento recente da capacidade de cuidar da saúde das pessoas,
ainda concentramos boa parte da assistência dentro do ambiente hospitalar, com
todo o risco inerente a essa situação. Claro que estamos em constante evolução e
temos hoje maior consciência dos riscos, acrescentando mecanismos de proteção
que reduzem drasticamente a probabilidade de que algo grave aconteça, com o
cuidado da melhoria contínua, revisão de processos, medições, gerenciamento de
indicadores, análises críticas, planos de ações, e monitoramento.
E é nessa busca de melhores resultados que está concentrado o material deste livro.
Muitas vezes nos deparamos com grande variabilidade na implementação de pro-
cessos e protocolos, e costumamos desenvolver algo caseiro e local, sem enxergar
alternativas que existem fora de casa. Modelos já testados em outros serviços e
que podem nos ajudar a encontrar um caminho mais fácil, sem tantas repetições ou
erros e que permitem estabelecer melhores parâmetros de comparação e, a partir
desses, ciclos e projetos de melhoria que beneficiam os nossos pacientes.
Nessa publicação, você vai encontrar acima de tudo, pessoas dedicadas à causa da
qualidade da assistência e da segurança do paciente, que irão responder de forma
gentil e generosa ao seu eventual pedido de ajuda. Conte com elas. Afinal, são as
pessoas que fazem a diferença.

Paulo Marcelo Zimmer


Coordenador do Grupo de Trabalho Melhores Práticas Assistenciais
e Organização do Corpo Clínico

Associação Nacional de Hospitais Privados 15


Metas Internacionais
de Segurança do Paciente

16 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Os incidentes associados ao cuidado de e as definições sobre segurança do paciente
saúde, em particular os eventos adversos, são e propor medidas para reduzir os riscos e
responsáveis por uma elevada morbidade diminuir a ocorrência de eventos adversos.
e mortalidade nos sistemas de saúde. As Seis Metas Internacionais de Segurança
Demonstrando preocupação com a situação, foram estabelecidas com o propósito de
a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou promover melhorias específicas em áreas
a World Alliance for Patient Safety (Aliança que são problemáticas na assistência,
Mundial pela Segurança do Paciente) que aumentando a qualidade dos serviços de
tem como objetivos organizar os conceitos saúde em todo mundo.

Meta 1: Identificação correta do paciente


O que é Como implementar em
sua instituição
É uma boa prática destinada a assegurar a
correta identificação do paciente, a fim de Após definir os dois identificadores a serem
garantir que o cuidado seja prestado à pessoa utilizados (os dois mais utilizados são
para a qual se destina. Para tal, preconiza- nome completo e data de nascimento), a
se a utilização de dois identificadores e os instituição deve normatizar seu dispositivo de
dois mais utilizados são o nome completo do identificação (pulseiras, etiquetas), incluindo
paciente e data de nascimento. a definição de um membro preferencial para
a colocação da pulseira. O colaborador deve
sempre conferir visualmente o identificador
do paciente (pulseira e/ou etiqueta) com a
Possíveis fatores de risco prescrição médica ou solicitação de exames e
procedimentos.
Erros de identificação do paciente podem
ocorrer desde a admissão até a alta do A confirmação da identificação do paciente
serviço, em todas as fases do diagnóstico e do deverá ser realizada antes de qualquer
tratamento. Alguns fatores podem potencializar cuidado, e inclui:
os riscos na identificação do paciente como:
estado de consciência do paciente, mudanças
de leito, setor ou profissional dentro da A administração de medicamentos;
instituição e outras circunstâncias no ambiente.
São aconselhados adotar as seguintes medidas: A administração de sangue;

A administração de hemoderivados;

NÃO se deve supor que o paciente está no A coleta de material para exame;
leito / box correto.
A entrega de dieta;
NÃO se deve perguntar ao paciente “Você
é o Sr. Silva?” porque o paciente pode não A realização de procedimentos invasivos.
compreender e concordar por engano.

Evitar internar pacientes com nomes iguais


ou parecidos em leitos próximos, que fiquem Mesmo que o profissional conheça o paciente,
sob os cuidados do mesmo profissional de ele deverá verificar sua identificação para
enfermagem. garantir que o paciente correto receba o
cuidado correto.
Estabelecer contingências em caso de
impossibilidade de utilização de pulseira de Em caso de RN, recomendamos a utilização de
identificação. 3 pulseiras, em membro superior direito (MSD),
membro superior esquerdo (MSE) e membro
Padronizar metodologia de identificação de inferior direito(MID), contendo nome completo
Recém-Nascido (RN), incluindo casos de
gemelar. da mãe com a identificação RN na frente, data
de nascimento do RN, hora de nascimento e sexo.

Associação Nacional de Hospitais Privados 17


Nos casos de mais de um RN, as identificações mantidos sem pulseira de identificação estão:
devem constar algarismos romanos pela ordem pacientes com facilidade para lesão cutânea,
de nascimento (RN I, RN II). pacientes em anasarca, grandes queimados,
Alguns pacientes apresentam condições mutilados e politraumatizados, recém-nascidos
clínicas desfavoráveis, que impedem o uso prematuros ou de baixo peso.
da pulseira de identificação nos membros
superiores ou inferiores. Nestes casos é
permitida excepcionalmente a manutenção da
pulseira de identificação ou etiqueta afixada Pontos positivos com a
no leito, berço ou incubadora. A vigilância e implantação
checagem constante dos identificadores no
leito devem ser redobradas em função do alto A utilização de dois identificadores diminui
risco de trocar tais pacientes de leito. a ocorrência de erros e quase falhas
Dentre os pacientes passíveis de serem principalmente em pacientes homônimos,

situação bastante comum no Brasil.

Meta 2: Melhorar a eficácia na comunicação


O que é Como implementar em sua
instituição
É a definição de processos que possibilitem
uma comunicação efetiva que seja precisa e Ordem verbal: o mais seguro é evitá-
completa, compreendida pelo receptor reduz la e normatizá-la apenas em casos de
a ocorrência de erros e resulta na melhoria da exceção e emergências. Quando utilizada,
segurança do paciente. a instituição deve estabelecer processos
para confirmação da informação como ler
de volta a informação passada (técnica de
read back).
Possíveis fatores de risco
As principais circunstâncias de cuidados dos A técnica de read back consiste na anotação
pacientes que podem ser criticamente influenciadas da ordem verbal recebida, seguida de leitura
por uma comunicação deficiente incluem: desta nota para o emissor da comunicação,
que confirma os dados passados.

Ordem verbal; Comunicação de resultados críticos de


exame: primeiramente deve-se definir quais
Comunicação de resultados críticos de
exame;
são os exames e valores laboratoriais que
configuram criticidade, incluindo os exames
Comunicação em caso de transição do de imagem. Abaixo algumas sugestões de
cuidado, tanto na passagem de plantão resultados críticos de exames:
quanto na transferência dos pacientes.

• Acidente vascular isquêmico agudo.


• Coleções hemorrágicas intra ou extra-axiais agudas / subagudas.
• Trombose venosa cerebral.
• Dissecção arterial de vasos do pescoço ou intracranianos.
SISTEMA • Encefalite.
NEUROLÓGICO
• Tumores encefálicos causando herniação cerebral.
• Hidrocefalia hipertensiva.
• Fratura de corpo vertebral com redução do canal vertebral.
• Fratura na junção crânio-vertebral, C1 e C2.
• Compressão medular, com sinais de sofrimento medular na RM.
• Lesão expansiva/ edema medulares em evolução.

18 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


• Angiotomografia de coronária:
• Redução luminal importante coronariana = estenose acima de 70%.
• Dissecção de aorta.
• Embolia Pulmonar.
• Perfuração do Ventrículo esquerdo pós marca-passo.
• Tumor ou massa cardíaca sem diagnóstico prévio.
SISTEMA
• Derrame pericárdico importante com ou sem restrição.
CARDIOVASCULAR

• Ressonância Cardíaca:
• Pseudoaneurisma do Ventrículo Esquerdo.
• Isquemia miocárdica importante.
• Derrame pericárdico com sinais de restrição e/ou Tamponamento cardíaco.
• Tumor ou massa cardíaca sem diagnóstico prévio.

• Achado de um tumor com características agressivas, não


conhecido previamente.
SISTEMA • Achado de infecção não conhecido previamente.
MÚSCULO • Tromboses, principalmente com risco de TEP.
ESQUELÉTICO • Fraturas não conhecidas previamente e/ou com risco de
progressão e desalinhamento. Exemplo: Fratura incompleta do colo
do fêmur.

• TEP agudo.
• Dissecção de aorta aguda.
• Pneumotórax agudo.
• Derrame pericárdico de grande volume não conhecido.
TÓRAX • Pneumonia ou outro quadro infeccioso agudo.
• Sinais de rotura iminente de aneurisma.
• Fraturas costais e vertebrais no tórax (recentes).
• Tumores inesperados ou desconhecidos.

• Dissecção de aorta aguda.


• Sinais de rotura iminente de aneurisma.
• Abdome agudo vascular.
• Abdome agudo inflamatório (apendicite, diverticulite, pancreatite.
pielonefrite, colecistite, colangite, DIPA…).
• Abdome agudo obstrutivo (bridas, tumor,invaginação, etc…).
• Abdome agudo perfurativo.
• Obstrução ureteral aguda com hidronefrose.
ABDOME • Perfuração de alça.
• Sofrimento de alça.
• Rotura de órgãos/lesões abdominais.
• Gravidez ectópica.
• Gravidez tópica.
• Torção ovariana.
• Corpo estranho.
• Fraturas ósseas agudas (bacia, vertebral, etc..).
• Tumores inesperados ou desconhecidos.

Tabela 1. Comunicação de resultados críticos de exame

Associação Nacional de Hospitais Privados 19


A instituição deve certificar que esta “Olá doutor, aqui é a enfermeira XXX da
comunicação é realizada no menor tempo Enfermaria Cirúrgica e estou acompanhando
possível para o profissional responsável o paciente, o Sr. YYY. Ele apresentou uma
pelas decisões assistenciais do caso. dor torácica de forte intensidade há cerca
de 5 minutos, acompanhada de dispneia e
Transições do cuidado: os profissionais sudorese (Situação).
devem ter um processo padronizado para É um homem de 68 anos, com história
passar as informações relevantes para o prévia de doença cardíaca, que sofreu
próximo plantão. A ferramenta adotada uma colectomia ontem, sem complicações
para passagem de plantão auxilia os (História Prévia-Background).
profissionais a se organizarem quanto à Pedi um eletrocardiograma e minha
comunicação dos aspectos importantes preocupação é que ele esteja tendo um
para a garantia da continuidade do cuidado. infarto ou embolia de pulmão (Avaliação).
As transferências dos pacientes devem Seria muito importante que o Sr. viesse aqui
ser obrigatoriamente acompanhadas da imediatamente (Recomendação).”
passagem do caso para o profissional
do setor de destino, com o registro no
prontuário dos aspectos importantes para a
continuidade do cuidado. Pontos positivos com a
implantação
Uma ferramenta bastante utilizada para
padronizar o conteúdo das informações é o Normatização dos processos mais críticos
SBAR (metodologia lógica de comunicação relacionados à comunicação. Aproximação
e informação - S: situação; B: background; dos profissionais de saúde, que compartilham
A: avaliação e R: recomendações), tanto as informações críticas do paciente assistido,
para passagem de plantão, quanto para priorizando suas necessidades a partir de
comunicações em geral. Exemplo: responsabilidades partilhadas.

Meta 3: Controle de Medicamentos


de Alta Vigilância
O que é medicação. Temos ainda os medicamentos
psicotrópicos, que são medicamentos
Medicamentos de alta vigilância são de uso controlado, com ação no Sistema
aqueles com potencial de causar Nervoso Central. E ainda os medicamentos
danos graves aos pacientes, quando de alto custo, associados ao risco financeiro.
administrados por engano. A instituição Abaixo esquematizamos alguns
deve definir quais são estes medicamentos medicamentos com potencial de risco
padronizados na organização e aumentado, devido a várias circunstâncias.
implementar medidas para prevenção de
erros em toda a cadeia de medicamentos,
desde o recebimento, armazenamento,
Medicamento de
prescrição, distribuição, preparo, Alto Risco
administração e monitoramento. Dentre
estes medicamentos, estão os eletrólitos
concentrados, os hipoglicemiantes, os
anticoagulantes, os quimioterápicos,
alguns anestésicos e analgésicos, dentre
outros que a instituição definir. Medicamento Medicamento Psicotrópico
Também temos algumas classes de de Alta com nome e Medicamento
Vigilância som parecido de Alto Custo
medicamentos com potencial maior de
risco, como aqueles com embalagens,
nomes e sons parecidos, que geram
confusão e podem levar a um erro de Fluxograma 1. Medicamentos de Alto Risco

20 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Possíveis fatores de risco Como implementar em sua
instituição
A utilização de todos os medicamentos com
risco aumentado de causar erro ou prejuízo Após definir a lista dos medicamentos
deve estar acompanhada de processos considerados de alto risco e alta vigilância, o
e barreiras que minimizem os erros, hospital deve implementar barreiras preventivas
principalmente aqueles com potencial de como segregação destes medicamentos,
levar a um dano mais grave, como no caso etiquetagem e identificação em cor diferenciada,
dos medicamentos de alta vigilância. dupla checagem para alguns medicamentos,
Os eletrólitos concentrados merecem prescrição em caixa alta para medicamentos
atenção especial dentre todos estes com nomes e sons parecidos, sinalizações nas
medicamentos, e não devem estar prescrições, uso da tecnologia da informação
disponíveis nas unidades de cuidado. para que ajude o profissional a identificar quais
Medicamentos com sons e embalagens são estes medicamentos.
parecidas devem ter processos que Abaixo elencamos alguns medicamentos cuja
diminuam o risco de troca dos mesmos. prática de dupla checagem pode aumentar os
cuidados na administração de medicamentos.
A instituição deve estabelecer quem são os
profissionais envolvidos neste procedimento.

SUGESTÃO DE MEDICAMENTOS QUE NECESSITAM DE DUPLA CHECAGEM

Medicamento Classe Terapêutica


Alteplase Trombolítico

Cloreto de Potássio (KCl) Eletrólito Concentrado

Fentanil Analgésico Opióide

Fosfato de Potássio Eletrólito Concentrado

Heparina endovenosa Anticoagulante

Insulinas Antidiabético Injetável

Midazolam Analgésico Opióide

Quimioterápicos Antineoplásicos

Medicamentos em PCA -

Contrastes Endovenosos Contrastes

Tabela 2. Sugestão de medicamentos que necessitam de dupla checagem

Pontos positivos com a


Implantação
Melhor gerenciamento do uso do
medicamento em toda a cadeia terapêutica.

Associação Nacional de Hospitais Privados 21


Meta 4: Garantir o local correto, o
procedimento correto e cirurgia
no paciente correto
O que é quer diagnósticos, que impliquem em incisão
no corpo humano ou em introdução de
É a adoção de medidas para aumento da equipamentos endoscópios, dentro ou fora de
segurança na realização de procedimentos centro cirúrgico, por qualquer profissional de
cirúrgicos, incluindo a aplicação da Lista de saúde.
Verificação de Cirurgia Segura desenvolvida
pela Organização Mundial da Saúde – OMS. A Lista de Verificação deve ser realizada em
três fases:
O protocolo para Cirurgia Segura deverá
ser aplicado em todos os locais dos • Antes da indução anestésica;
estabelecimentos de saúde em que sejam • Antes da incisão cirúrgica (pausa cirúrgica);
realizados procedimentos, quer terapêuticos, • Antes do paciente sair da sala de cirurgia.

SEGURANÇA CIRÚRGICA – CHECKLIST (PRIMEIRA EDIÇÃO)

Antes da Indução Antes da Incisão Antes do paciente sair da


Anestésica >>>> na Pele >>>> Sala de Operações

SIGN IN TIME OUT SIGN OUT

O paciente confirma: Confirmação da equipe com nome e função: Enfermeiro confirma com a
Identidade Cirurgião, anestesista e enfermeiro confirmam equipe:
Local da cirurgia verbalmente Procedimento cirúrgico
Procedimento cirúrgico Doente realizado
Consentimento Local da Cirurgia Contagem correta de
Procedimento Cirúrgico compressas, instrumentos
Local da Cirurgia marcado/ e perfuro cortantes (ou não
não aplicável Prevenção de Eventos Adversos aplicável)
Peças anatômicas
Check List da anestesia O Cirurgião revê: fases críticas da intervenção corretamente identificadas
executado cirúrgica em que podem ocorrer incidentes, (incluindo o nome do
tempo de cirurgia, previsão de perdas de sangue paciente)
Oximetria colocada e Ocorreu algum problema
funcionante O Anestesista revê: se existem riscos específicos com o equipamento
relacionados com o paciente que possam
O paciente tem: provocar complicações Cirurgião, anestesista
Alergias conhecidas? e enfermeiro revêm as
Não Equipe de enfermagem confirma: necessidades pós-operatórias
Sim Esterilização dos dispositivos médicos, verificação do doente e a forma de
de parâmetros) gerenciamento
Via área difícil/risco de Funcionamento dos equipamentos e dispositivos
aspiração? médicos
Não
Sim, equipamento e recursos Profilaxia antibiótica administrada nos últimos 60
humanos disponíveis minutos

Risco de Perdas sanguíneas Sim


>500mL (7mL/Kg na criança)? Não aplicável
Não
Sim. Acesso venoso adequado Exames de imagem essenciais disponíveis
e fluidoterapia/sangue Sim
disponível Não aplicável

Tabela 3. Checklist de Cirurgia Segura


Fonte: WHO

22 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Em caso de cirurgias de emergência, evitando marcas ambíguas como “X”.
recomendamos que o Sign In seja desconsiderado, Recomendamos que seja utilizado o sinal de
com realização apenas do Time Out. alvo para este fim. Idealmente, a marcação
Em cirurgias eletivas, a confirmação do paciente deve ser feita em toda cirurgia, e não apenas
e do procedimento deve ocorrer nos Sign In naquelas que envolvam lateralidade, estruturas
e no Time Out, já que nem sempre a equipe e níveis múltiplos, pois é uma barreira para
cirúrgica está completa na primeira etapa. evitar a troca de pacientes, e não somente a
troca de lado. A instituição deve definir casos
de exceção, em que não é possível a realização
de demarcação. Um exemplo são os casos
Possíveis fatores de risco de cirurgia em que é necessária a presença
de imagens para delimitar o nível da incisão
Nas últimas décadas, as técnicas cirúrgicas ou ainda quando a demarcação pode ser
foram bastante aperfeiçoadas, aumentando as realizada dentro de sala cirúrgica em casos
oportunidades de tratamento de patologias como cirurgias de face, cirurgia de varizes,
complexas. No entanto, esses avanços também cirurgias plásticas, por exemplo.
aumentaram de modo expressivo, o potencial A instituição deve definir os itens a serem
de ocorrência de erros que podem resultar em checados em sua lista de verificação,
dano para o paciente e levar à incapacidade que poderá extrapolar as definições da
ou à morte. OMS. A pausa ou Time-out deve ser
Recomendamos que na condução do check list realizada imediatamente antes do início
seja respeitada a verdadeira pausa por todos do procedimento, com a condução pelo
profissionais dentro da sala cirúrgica, para profissional elegido pela instituição e
que a atenção deles esteja voltada para as participação ativa de todos os membros da
informações de segurança. equipe cirúrgica (cirurgiões, anestesiologistas,
O símbolo escolhido para demarcação profissionais de enfermagem, técnicos e todos
cirúrgica pode induzir a erros. os profissionais envolvidos na cirurgia).

Como implementar em sua Pontos positivos com a


instituição implantação
A marcação do local da cirurgia deve ser Existem evidências de que a Lista de Verificação
realizada por médico membro da equipe de Cirurgia Segura reduz complicações e salva
cirúrgica, envolvendo o paciente, nos casos de vidas. Estudo realizado em oito países encontrou
cirurgia que envolva lateralidade e múltiplos uma redução de 11% para 7% da ocorrência de
níveis. A marcação deve ser realizada antes da complicações em pacientes cirúrgicos e uma
administração de medicação pré-anestésica, diminuição de mortalidade de 1,5% para 0,8%
de forma uniforme em toda instituição, com a adoção da lista de Verificação.

Meta 5: Reduzir o risco de infecções por


meio da higiene das mãos
O que é se refere a qualquer ação de higienizar as
mãos para prevenir a transmissão de micro-
Implementação de medidas para instituir e organismos e consequentemente evitar que
promover a higiene das mãos nos serviços de pacientes e profissionais de saúde adquiram
saúde com o intuito de prevenir e controlar as infecções relacionadas à assistência. De acordo
infecções relacionadas à assistência à saúde com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(IRAS), visando à segurança do paciente, dos – ANVISA, o termo engloba a higiene simples,
profissionais de saúde e de todos aqueles a higiene antisséptica, a fricção antisséptica
envolvidos nos cuidados aos pacientes. das mãos com preparação alcoólica e a
“Higiene das mãos” é um termo geral, que antissepsia cirúrgica das mãos.

Associação Nacional de Hospitais Privados 23


• Educação e treinamento: fornecer
Possíveis fatores de risco capacitação regular a todos os profissionais
de saúde sobre a importância da
Prevenção de infecção relacionada à higienização das mãos.
assistência por meio da remoção comprovada
de micro-organismos que colonizam as • Avaliação e retroalimentação: monitorar as
camadas superficiais da pele, assim como práticas de higiene das mãos e a
o suor, a oleosidade e as células mortas, infraestrutura, assim como a percepção
retirando a sujidade propícia à permanência e e conhecimento sobre o tema entre os
à mais proliferação de micro-organismos. profissionais da saúde retroalimentando
estes resultados.

Encorajamos as instituições de saúde a


Como implementar em sua utilizarem o álcool gel como medida número
instituição um de higienização das mãos, pela eficácia
na redução de micro-organismos e facilidade
A melhora da prática de higienização das de uso pelos profissionais de saúde nos 5
mãos, de forma bem-sucedida e sustentada, momentos preconizados beira-leito:
é alcançada por meio da implementação de
estratégia multimodal, ou seja, um conjunto de • Antes de contato com o paciente;
ações para transpor diferentes obstáculos e
barreiras comportamentais. • Antes da realização de procedimento
Sendo assim, a instituição deve investir em asséptico;
várias frentes de estímulo à higiene das
mãos, acompanhadas por uma ampla gama • Após risco de exposição a fluídos corporais;
de ferramentas direcionadas para gestores,
profissionais de saúde e profissionais que • Após contato com o paciente;
atuam no Serviço de Controle de Infecção
Hospitalar (SCIH). • Após contato com as áreas próximas
Os componentes-chave da Estratégia ao paciente.
Multimodal da OMS para a Melhoria da
Higienização das Mãos são: A higienização das mãos com álcool gel está
indicada em todas as situações, exceto nos
• Mudança de sistema: assegurar que a casos das mãos estiverem visivelmente sujas
infraestrutura necessária esteja disponível com matéria orgânica.
para permitir a prática correta de
higiene das mãos pelos profissionais
de saúde. Isto inclui acesso a sabonete Pontos positivos com a
líquido e papel toalha, bem como a um implantação
fornecimento contínuo e seguro de água,
acesso imediato a preparações alcoólicas Maior adesão dos profissionais de saúde
para a higiene das mãos nos pontos de às práticas de higiene das mãos com
assistência. consequente redução de colonização e
infecção relacionada à assistência.

Meta 6: Reduzir o risco de lesões ao


paciente decorrente de queda

O que é meio da implementação de medidas que


contemplem a avaliação de risco do paciente,
Estabelecimento de protocolo que reduza a garantam o cuidado multiprofissional em um
ocorrência de queda de pacientes nos pontos ambiente seguro, e promovam a educação do
de assistência e o dano dela decorrente, por paciente, familiares e profissionais.

24 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


As intervenções com multicomponentes como ansiolíticos, entre outros.
tendem a ser mais efetivas na prevenção Quanto aos fatores extrínsecos consideram-
de quedas. Estas medidas podem incluir: se todos aqueles que estão direta ou
agendamento dos cuidados de higiene indiretamente relacionados ao contexto em
pessoal, revisão periódica da medicação, que o doente se encontra como: iluminação
atenção aos calçados utilizados pelos inadequada, obstáculos no caminho,
pacientes, educação dos pacientes e dos ausência de corrimões e banheiros e outros.
profissionais, revisão da ocorrência de queda Dentre os fatores de risco, destacamos:
para identificação de suas possíveis causas. histórico de quedas, presença de
Quedas de pacientes produzem danos em comorbidades, necessidade de auxílio na
30% a 50% dos casos, sendo que de 6% a 44% deambulação, uso de medicamentos que
desses pacientes sofrem danos de natureza aumentam o risco de queda, alterações na
grave, como fraturas, hematomas subdurais e marcha e estado mental do paciente.
sangramentos, que podem levar ao óbito. A
queda pode gerar impacto negativo sobre a
mobilidade dos pacientes, além de ansiedade,
depressão e medo de cair de novo, o que Como implementar em sua
acaba por aumentar o risco de nova queda. instituição
Além disso, quedas de pacientes contribuem
para aumentar o tempo de permanência A instituição deve avaliar seus fatores de risco
hospitalar e os custos assistenciais, gerar ambientais e organizacionais que aumentam
ansiedade na equipe de saúde, além de o risco de quedas, como: pisos desnivelados,
produzir repercussões na credibilidade da objetos no chão, altura inadequada de camas
instituição e repercussões de ordem legal. e cadeiras, insuficiência e inadequação dos
recursos humanos.
A avaliação do risco de queda deve ser feita
no momento da admissão do paciente com o
Possíveis fatores de risco emprego de uma escala validada e adequada
ao perfil de pacientes da instituição. Esta
Os fatores de risco podem ser divididos avaliação deve ser repetida diariamente até a
em dois grandes grupos, considerados alta do paciente.
importantes para a identificação da causa Em unidades externas, a instituição deve
das quedas: intrínsecos e extrínsecos. estabelecer um processo de triagem, com
Como fatores intrínsecos consideram-se questões simples que indiquem quais
aqueles que estão diretamente relacionados pacientes são elegíveis para intervenções que
com a situação física e psicológica do diminuam o risco de queda.
doente, por exemplo, o aumento do tempo Recomendamos que apenas os pacientes
de reação à situação de perigo, os distúrbios identificados como de alto risco para queda
músculo esqueléticos, os medicamentos sejam identificados com pulseira colorida.

Conclusão
Independentemente de qual metodologia ou mencionadas devem ser implantadas de
padrão de qualidade que o hospital queira acordo com cada instituição, pois não se trata
adotar, o cuidado e tratativas com os temais de uma “receita” que não pode ser alterada,
centrais das 6 metas internacionais é um muito pelo contrário, deve ser aplicada e
ganho não somente para os processos, mas personalizada conforme cada entidade.
para a qualidade no atendimento e segurança Ressaltamos que todos ganham em processos
tanto ao paciente, quanto para a instituição. mais seguros: instituição, pacientes, familiares
É importante lembrar que as recomendações e colaboradores.

Associação Nacional de Hospitais Privados 25


Cuidado Centrado

26 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


As organizações de saúde procuram saúde. Uma possível explicação para este
fornecer cuidados multidisciplinares de fato poderá ser a redução da ansiedade dos
qualidade com os menores custos possíveis. pacientes e o aumento da sua confiança no
Neste contexto, o cuidado centrado no médico, quando participam ativamente nos
paciente é cada vez mais considerado um seus próprios cuidados e sentem que o seu
paradigma para cuidados de alta qualidade médico compreende os seus sintomas. Por
interpessoal. Existe crescente evidência que outro lado, o médico pode aumentar o seu
este tipo de comunicação está associada a conhecimento acerca das preocupações do
uma redução da utilização de recursos de paciente quando tem este tipo de prática.
saúde. Uma possível explicação para este Foi a partir desses trabalhos que Stewart et
fato poderá ser a redução da ansiedade dos al propõem, em 1995, a medicina centrada
pacientes e o aumento da sua confiança na no paciente como uma transformação
equipe multidisciplinar quando participam do método clínico. Definem os principais
ativamente nos seus próprios cuidados. componentes da medicina centrada
A comunicação é inerente aos no paciente como: (1) exploração e
relacionamentos humanos e se faz presente interpretação, pelo médico, da doença e da
em todas as suas atividades. Através dela é experiência de adoecer do paciente, tendo
possível que as pessoas possam compartilhar estas quatro dimensões (sentimento de
experiências, conhecimentos. No âmbito estar doente; ideia a respeito do que está
da saúde, as relações humanas constituem errado; impacto do problema na vida diária;
a base para a atuação dos profissionais, e as expectativas sobre o que deveria ser
assim a comunicação torna-se essencial para feito); (2) entendimento global da pessoa; (3)
a qualidade no atendimento ao paciente. procura de objetivos comuns, entre o médico
O cuidado centrado deve assegurar que e o paciente, a respeito do problema ou dos
o paciente seja tratado com dignidade, problemas e sua orientação; (4) incorporação
compaixão e respeito. Oferecer tratamento de medidas de prevenção e promoção
coordenado ou personalizado, apoiar os de saúde; (5) melhoria ou intensificação
pacientes/familiares para que reconheçam da relação médico-paciente; (6) e a sua
e desenvolvam as suas próprias aptidões viabilidade em termos de custos e tempo.
e competências a fim de terem uma vida Resumidamente, pode-se dizer que
independente e plena. Para isso é preciso são dois os componentes principais da
que a equipe multidisciplinar e os pacientes medicina centrada no paciente: um deles
tenham uma comunicação eficaz para refere-se ao cuidado da pessoa, com a
tomada de decisões sobre seu cuidado e identificação das suas ideias e emoções a
tratamento, entendendo o que é importante respeito da doença; e o segundo refere-se
para cada paciente; identificando e atingindo à identificação de objetivos comuns entre
seus objetivos. médicos e pacientes sobre a doença e a sua
O termo “cuidado centrado na pessoa” é abordagem, com a partilha de decisões e
usado para se referir a muitos princípios e responsabilidades. Levar em consideração o
atividades diferentes, e não há consenso desejo do paciente de obter informações e
sobre sua definição. O cuidado é centrado de partilhar responsabilidades e responder
na pessoa, sua forma depende das apropriadamente a esse desejo também faz
necessidades, das circunstâncias e das parte da prática médica centrada no paciente.
preferências do indivíduo que o recebe. O
que é importante para uma pessoa pode ser
desnecessário, ou até mesmo indesejável,
para outra. O cuidado também pode mudar Qualidade no
ao longo do tempo, à medida que as
necessidades do indivíduo se alteram. Cuidado Centrado
As organizações de saúde procuram fornecer
cuidados médicos de qualidade, com os A garantia de uma boa qualidade do
menores custos possíveis. Neste contexto, a cuidado prestado nos serviços de saúde é
medicina centrada no paciente é cada vez um importante item para demonstrar o que
mais considerada como paradigma para apregoa a sua missão.
cuidados de alta qualidade interpessoal. Para saber se um serviço de saúde atua com
Existe uma crescente evidência que este qualidade é necessário avaliar como o cuidado
tipo de comunicação está associada a é prestado ao paciente. Avedis Donabedian
uma redução da utilização de recursos de foi o principal autor a sistematizar os

Associação Nacional de Hospitais Privados 27


conhecimentos sobre a avaliação da qualidade não nos do médico) e tendem a escolher
nos serviços de saúde, propondo 7 pilares: tratamentos menos invasivos e caros.
eficácia; efetividade; eficiência; otimização;
aceitabilidade; legitimidade e equidade. • Pacientes com mais informações, aptidões
O cuidado centrado no paciente e familiar só e confiança para gerir seu próprio cuidado
trazem benefícios, dentre eles destacam-se: de saúde são mais propensos a adotar
comportamentos de saúde positivos e
• Apoio a pacientes com doenças crônicas, apresentam melhores resultados de saúde.
permitindo-lhes gerir sua própria saúde
e cuidado, pode melhorar os resultados O cuidado centrado na pessoa também é
clínicos. bom para os profissionais de saúde. À medida
que a participação do paciente aumenta,
• A probabilidade de cumprirem os planos o desempenho e a motivação da equipe
de tratamento e de tomarem os remédios aumentam de forma correspondente.
corretamente também aumenta. Devemos sair do paradigma atual e começar a
trabalhar com o cuidado integrado com foco
• Pacientes que contam com a no paciente, onde ao invés de questionarmos:
oportunidade e com o apoio para tomarem Qual é o seu problema? Iremos questionar: O
decisões sobre seu cuidado e tratamento, que importa para você?
ficam mais satisfeitos com o cuidado, são
mais propensos a escolher tratamentos
com base em seus valores e preferências (e

Cuidado fragmentado Cuidado Integrado

Cuidado centrado Cuidado centrado


no prestador no Paciente

Onde estamos indo?


Eletrônico
Onde fomos?

Papel

Envolvimento do
Participação passiva paciente
do paciente

Estratégias
Inovadoras de prestação
Baseadas em visitas de cuidados

O que importar
Qual o seu problema? para você?

Fluxograma 2. Onde fomos e onde estamos indo. Fonte: Adaptação - Apresentação Dr.Subashnie Devkaran,
PhD, FACHE, ScHM, CPHQ, BScPT Director, Quality and Patient Safety Institute Cleveland Clinic Abu Dhabi.

Segundo o guia rápido “Simplificando o • Oferecer um cuidado, apoio ou tratamento


cuidado centrado na pessoa: O que todos coordenado;
devem saber sobre o cuidado centrado na
pessoa”, publicado pelo Proqualis, o cuidado • Oferecer cuidado personalizado,
centrado possui 4 princípios: individualizado;

• Assegurar dignidade, compaixão e respeito • Apoiar e estimular o autocuidado.


no cuidado;

28 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


O cuidado centrado faz com que os recursos inclusão do paciente nas decisões diárias
investidos gerem mais benefícios, pois se e no tratamento, contendo as seguintes
baseiam nas necessidades e preferências dos informações:
usuários e não na conveniência dos prestadores.
• Planejamento assistencial do dia: Exames,
Algumas medidas que podem ser adotadas nutrição, interconsultas, etc;
para o cuidado centrado incluem:
• Previsão de alta, transferência e exames;

• Horários de banho e atividades;


Ronda Intencional da
enfermagem • Dúvidas e/ ou recados para a e equipe,
entre outros.
A ronda intencional de enfermagem, ou ronda
com propósito, envolve o controle proativo É uma forma de integrar e empoderar o
dos pacientes em intervalos regulares, a cada paciente no cuidado, trazendo benefícios na
uma ou duas horas, com o intuito de antecipar, sua estadia.
verificar e garantir que necessidades de
cuidado fundamentais estão sendo atendidas
(Forde-Johnston, 2014).
É uma abordagem estruturada, documentada, Preparo e administração de
voltada também para a identificação e medicamentos à beira leito
redução de riscos à segurança, em que
a enfermagem verifica os pacientes, por Através da aplicação dos 11 certos para
exemplo, para os 4 “P”: a administração, juntamente com o
envolvimento do paciente, durante todo
• Posição do paciente (position) – o seu o processo, se consegue proporcionar
conforto, o risco de quedas, de úlceras por segurança e até mesmo redução de eventos
pressão; adversos não esperados.
O paciente, é peça fundamental para notificar
• Necessidades pessoais (personal needs) - sobre eventual alergia a algum item prescrito,
higiene, dieta, hidratação; ou dose incorreta do medicamento de uso
contínuo, entre outros. Em outras palavras,
• Gerenciamento da dor (pain); e seu envolvimento é muito importante.
Portanto, abarcar dentro do Plano Educacional
• Localização (placement) – se itens/ artigos para que os pacientes notifiquem eventos
que o paciente precisa estão facilmente aos profissionais que estão ao seu lado,
acessíveis (Forde-Johnston, 2014). é primordial para a boa condução de
gerenciamentos de riscos.
A ronda intencional é apontada como flexível
e robusta o suficiente para ser aplicada a
diferentes tipos de pacientes, e é reforçada a
recomendação do seu registro nos prontuários. Planejamento de alta
Para avaliar a eficácia da ronda foi realizado
um grande estudo em 14 hospitais (HALM, O planejamento da alta deve ter início no
2009) onde demostrou que: 52% de redução momento da admissão hospitalar e tem o
nas quedas de pacientes, 37% de redução objetivo de dar continuidade ao cuidado
dos acionamentos da campainha e 14% recebido pelo paciente no hospital. O
redução da distância percorrida pela equipe planejamento da alta traz benefícios para
de enfermagem. No Brasil, ainda não existem pacientes, profissionais e instituição.
estudos com os dados publicados. A integração do paciente e da família no
cuidado só traz benefícios para a correta
continuidade do cuidado no domicílio,
evitando assim o risco de possíveis
Planejamento de Cuidados complicações clínicas e reinternações. O
trabalho deve ser contínuo e multidisciplinar.
Algumas instituições de saúde adotam As orientações podem ser realizadas de várias
quadros “o que importa para mim”, com a maneiras: escrita, verbal, acompanhamento da

Associação Nacional de Hospitais Privados 29


prática de um cuidado, através de folder com segurança do paciente (Kripalani et al., 2007;
desenho explicativo. O importante é ter um Cua; Kripalani, 2008).
feedback do que foi absorvido a pelo paciente
e/ou acompanhante.

Rondas de Schwartz
Plano Educacional São reuniões realizadas pela equipe
multidisciplinar, nas quais são discutidos casos
O Plano Educacional visa proporcionar ao de incidentes envolvendo pacientes e abordadas
paciente humanização na assistência, no melhorias. Foram identificados benefícios com
que se refere preparar/capacitar o familiar/ estes tipos de abordagem para toda a equipe.
cuidador para dar continuidade aos cuidados A equipe multidisciplinar deverá estabelecer
no pós-alta. Facilitar a adaptação do familiar/ metas semanalmente de reabilitação/
cuidador no retorno do paciente ao domicílio estabilização possíveis de serem alcançadas
e ao convívio social, prevenindo reinternação de acordo com o quadro clínico do paciente.
pós-alta por complicações decorrentes da falta Nesse período que foi planejado, a equipe
de preparo do familiar/cuidador. Visa ainda multidisciplinar envolvida deverá garantir
manter registro de todo o processo do plano a execução de suas atribuições de forma a
educacional no prontuário eletrônico e agilizar alcançar a meta proposta. Realizar discussão
o processo de alta, evitando complicações sobre o caso do paciente envolvendo toda
no quadro clínico do paciente. A abordagem a equipe multidisciplinar reavaliando a
dos profissionais é feita, de tal maneira que o necessidade de estabelecimento de novas metas
paciente e familiar/cuidador (es) não se sintam de acordo com a evolução clínica deste paciente.
desamparados com a ideia da alta hospitalar.
Possíveis fatores de risco: a falta de preparo
do paciente para o autocuidado, falta de
seguimento dos cuidados e orientações após Times de Humanização
alta hospitalar, eventos adversos relacionados
a medicamentos, falta de treinamento É uma parte importante do cuidado centrado
específico pela equipe multidisciplinar, que envolve equipes multidisciplinares com
baixo nível socioeconômico, alto custo excelência na sua formação e que se unem
dos medicamentos, depressão, deficiência para formar um atendimento diferenciado e
cognitiva, percepção do paciente sobre integrado – a humanização em nosso serviço
a severidade de sua condição e falha no começa ao oferecermos excelência em nosso
relacionamento da equipe multidisciplinar e atendimento.
paciente são considerados como principais Pode-se formar um time de humanização
barreiras para a implementação do plano ligado à equipe de psicologia favorecendo
educacional para alta hospitalar. um suporte ao paciente e seus familiares.
A abordagem social é uma das ferramentas A tomada de decisão deve ser conjunta
utilizadas para assegurar o processo e diariamente durante as visitas médicas
de desospitalização segura, planejada, e também durante as discussões
sistematizada e com minimização da multidisciplinares.
interferência da doença na vida pessoal, Além disso, disponibilizar espaços onde
familiar e social do paciente. O plano a família pode expressar suas opiniões,
educacional prepara o paciente, a família e sugestões e críticas. São eles: comitê de
os cuidadores para tarefas de autogestão experiência do paciente, serviço de SAC,
da saúde, auxiliando-os e apoiando-os ouvidoria, entre outros.
no desenvolvimento de habilidades para
monitorar sua saúde dentro do contexto de
seu próprio estilo de vida a fim de prepará-los
para o momento da alta. Quais são as barreiras e
O melhor recurso para confirmar o entendimento os fatores facilitadores do
é chamado “teach-back”, que envolve pedir ao cuidado centrado na pessoa?
paciente para repetir as instruções da forma como
entendeu ou demonstrar uma nova técnica O maior problema na implantação do cuidado
aprendida. “Teachback” é considerado um centrado é que muitas vezes o profissional de
dos métodos mais efetivos para melhorar a saúde acredita já prestar um cuidado centrado.

30 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Barreiras Facilitadores
Criar condições para o cuidado Redução dos eventos adversos;
centrado;
Redução dos custos hospitalares;
Incorporação do cuidado
centrado no sistema de saúde; Envolvimento da equipe;

Sistemas de pagamentos; Apoio na tomada de decisões em


conjunto.
Mudança de cultura.

Tabela 4. Barreiras e facilitadores em um cuidado centrado

A mudança deve iniciar principalmente na nos cuidados em saúde, as parcerias


cultura da instituição e o entendimento sobre hospitalares criam vínculos de aprendizagem
os benefícios do cuidado centrado. e troca de experiências que enriquecem
O envolvimento e a capacitação do paciente conceitos de qualidade e cuidados seguros
fornecem subsídios para melhorar a segurança (WHO, 2014).

Conclusão
Atualmente existe a necessidade de mudança e na avaliação dos cuidados de saúde da
de paradigma relativo ao modo de cuidar em organização. É como fazer uma pesquisa
processo de hospitalização e a possibilidade de de mercado e em seguida implementar os
modificar modos de pensar e cuidar, através da resultados.
implantação do cuidado centrado. Centrar os cuidados não significa dar o
Há lacunas na implantação deste modelo, controle a eles, simplesmente é convidá-los
sendo, portanto, demonstrado pelos achados, a participar da sua própria recuperação. Se
que tal implantação ainda é pouco discutida. os pacientes sentem que são tratados como
Este fato leva a refletir sobre a necessidade o membro mais importante da sua equipe de
de se produzir e socializar experiências com cuidados de saúde, haverá maior aderência,
esta vertente. irão contribuir melhor para o sucesso do seu
O Cuidado Centrado no Paciente envolve o processo, com o resultado positivo, redução
próprio paciente no planejamento, na execução de custos e menos reinternações.

Associação Nacional de Hospitais Privados 31


Avaliação
dos Pacientes

32 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Há muitos anos os riscos do ambiente importantes a avaliação pormenorizada do
hospitalar são conhecidos. São riscos inerentes paciente em ambiente hospitalar. Sua admissão
aos procedimentos realizados, mas também seja pelo pronto atendimento ou internação
as condições dos pacientes que frequentam eletiva são momentos cruciais para conhecermos
hospitais e ambulatórios. Nesse cenário, as seu histórico de saúde, suas necessidades e
condições momentâneas do paciente muitas os riscos inerentes as suas condições clínicas
vezes podem ficar (não deveria) em segundo ou proposta terapêutica. O mesmo se aplica
plano, frente à rotina de medicamentos e durante o transporte desse paciente nos
procedimentos programados. diversos setores do hospital, na admissão e na
A medicina tem se desenvolvido a passos liberação do mesmo.
largos no último século e muitos processos
foram inseridos na rotina do profissional Na admissão hospitalar são perguntas
de saúde. Hoje não se admite mais tratar a essenciais:
enfermidade instalada e/ou complicada, mas • Quem é essa pessoa?
sim atuar de maneira preventiva. Para tanto,
novas modalidades de gestão assistencial são • Quais suas enfermidades?
necessárias para que seja possível otimizar
recursos e melhorar a qualidade assistencial. • Quais suas necessidades?
Novos modelos de gestão hospitalar têm
sido criados (scores e classificações) e • Qual a programação de tratamento em
implantados com auxílio da informática, nossa Instituição?
ferramenta que pode facilitar o
desenvolvimento e replicação da avaliação • Quais os riscos inerentes a sua condição?
do paciente por diferentes profissionais e em
diferentes setores. • Eu tenho todos os recursos necessários
Avaliações de eventos adversos no ambiente para receber esse paciente?
ambulatorial e hospitalar, ou ainda evoluções
clínicas desfavoráveis, frequentemente • Suas necessidades foram atendidas e é
demonstram que o paciente apresentou seguro eu encaminhá-lo para outro
alterações clínicas ou de sinais vitais que ambiente?
antecedem o evento as quais não foram
identificadas a tempo de disparar ações Por fim, respondidas afirmativamente essas
efetivas para minimizar o risco à vida daquele perguntas nos setores hospitalares, ao
enfermo. Nesse contexto, muitas ações término da programação terapêutica, esse
têm sido sugeridas para identificar essas paciente estará apto a receber alta hospitalar
alterações a tempo de deflagrar ações que de forma segura.
possam mudar o curso desfavorável de Neste capítulo, se abordará as ações e
muitas afecções. Protocolos Clínicos nada ferramentas que possam ser utilizadas para
mais são do que ferramentas que possam tornar a estadia dos clientes mais segura no
auxiliar os profissionais da saúde a identificar ambiente ambulatorial e hospitalar, gerando
e tratar de forma eficiente (baseado em informações que possam ser utilizadas por
evidências científicas) afecções frequentes e toda equipe assistencial com o objetivo de
potencialmente letais. antecipar prováveis situações de risco à vida
Alguns momentos, no entanto, são especialmente (deterioração clínica).

Ambulatório
Pacientes ambulatoriais geralmente são menos fator de risco seja identificado e tratado a tempo.
graves ou têm menor risco para intercorrências Vamos a um exemplo: uma gestante da entrada
clínicas quando comparados aos de ambiente no ambulatório e apesar de sentir cefaleia e notar
hospitalar. No entanto, esse risco está longe de aumento do inchaço nos últimos dias, esperou
ser nulo. Talvez, evitar tais eventos ainda em a consulta com seu médico do pré-natal para
processo ambulatorial seja o maior exemplo de resolver seus sintomas. Se durante o acolhimento
processo preventivo que possa minimizar riscos dessa gestante o profissional não tiver treinado a
ou atribuir qualidade ao atendimento, caso algum reconhecer um dos maiores riscos da gestação, a

Associação Nacional de Hospitais Privados 33


pré-eclâmpsia, a evolução pode ser desfavorável Esses são alguns exemplos que
mesmo com adequado atendimento médico. A demonstram a necessidade de avaliação
simples aferição da pressão e comunicação com adequada do paciente mesmo no serviço
o médico pode adiantar o processo e encaminhá- ambulatorial, a depender da complexidade
la à emergência da maternidade em caso de e especialidades atendidas.
severidade do quadro. Ação: implantação de pré-consulta de
Outro exemplo poderia ser um paciente enfermagem ambulatorial.
oncológico que deu entrada no ambulatório Pontos Positivos: redução da percepção
com febre, ou ainda um cardiopata com de espera, segurança do paciente, auxílio
síncope ou taquicardia. Será que a avaliação ao médico, implantação de protocolos e
médica no ambiente ambulatorial será processos ágeis de transferência em caso de
suficiente para resolver tal queixa? Será que intercorrência clínica.
a aferição dos sinais vitais pode adiantar a Dificuldades: custo de contratação de
conduta médica e assim minimizar riscos na profissionais, treinamento, trabalho em equipe,
sala de espera? referência e custo para transporte de urgência.

Pronto Atendimento
Todo paciente que necessita de atendimento enfermagem até colheita de exames. Quando
médico de urgência e procura a unidade são necessários métodos complementares
hospitalar é admitido pelo serviço de pronto de diagnóstico, este é conduzido por equipe
atendimento 24 horas. determinada até o setor devido e retorna da
Protocolos de classificação de risco mesma maneira.
(protocolo de Manchester, por exemplo) Após o primeiro atendimento e estabilização
são responsáveis pela triagem baseada em clínica do quadro é definida então, história da
sintomas, de forma a identificar a gravidade doença atual do paciente, história patológica
do quadro clínico e estimar o tempo de pregressa, história social, história familiar, de
espera para cada atendimento. De acordo modo que, sejam abordados aspectos físicos,
com a classificação recebida, o paciente é psicológicos, sociais e econômicos (ser
encaminhado a um determinado subsetor biopsicosocial).
(ou especialidade) da unidade de pronto Baseado agora em um diagnóstico
atendimento e então, avaliado pela equipe sindrômico do ocorrido e documentado
médica e de enfermagem. em prontuário eletrônico, é definido a
Já na Classificação de Risco a identificação necessidade real de internação hospitalar
de situações possivelmente letais, cujo ou tratamento domiciliar com possível
sucesso da terapia também é tempo acompanhamento ambulatorial.
dependente como Dor Torácica (IAM), AVC O pronto socorro pode ter ainda uma integração
e Sepse, merecem Protocolos específicos, com os demais setores da instituição, onde o
com equipe assistencial bem treinada, paciente que não for internado já sairá com
médicos informados, setores de apoio consulta agendada para serviço de referência, ao
como Laboratório e Imagem com contratos ambulatório de especialidades ou ao serviço de
firmados para entrega de resultados em atenção domiciliar.
tempo preestabelecido. Uma vez a modalidade internação ter sido
Importante salientar o fluxo unidirecional optada, define-se a gravidade desta e tipo
adotado em alguns hospitais. Neste o de abordagem a seguir. Nos casos clínicos,
paciente ao entrar pela portaria do pronto através da avaliação da estabilidade ou não
socorro é submetido à triagem pela do quadro, encaminhamento para leito de
equipe responsável. Definido seu score unidade intensiva ou enfermaria/quarto. Já
de classificação, será encaminhado à sala nos casos cirúrgicos, além desta definição,
correspondente a sua cor de atendimento avalia-se ainda a abordagem emergencial/
(verde, amarelo, laranja e vermelho) e urgencial em bloco cirúrgico ou abordagem
receberá a terapêutica adequada. O paciente eletiva em segundo tempo.
não fica perdido na unidade, pois ao entrar Seguindo orientações da Joint Commission
é a equipe da emergência que vai até ele. Resources, que aborda tanto as causas da
Desde o médico, passando por equipe de superlotação hospitalar como seu impacto

34 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


na qualidade da assistência e segurança decisão clínica para acionar a Equipe médica
do paciente, o Hospital deve implementar a qualquer momento, e o gestor da unidade
medidas com o intuito de otimizar o assegurar reavaliação médica com intervalos
atendimento e, reduzir assim, o tempo, de no máximo 6 horas na observação do
esforço e custo do atendimento. PA. O momento da transferência do PA
Nesse contexto, a abordagem “fast track” para o Setor de Internação é outro ponto
pode reduzir os tempos de espera e garantir critico. O paciente deve ser reavaliado nesse
atendimento médico, controle álgico e momento pelo médico assistente, pois, pode
encaminhamento em nível ambulatorial ao haver no tempo de espera de liberação
serviço especializado, para pacientes de do leito modificação da situação clínica,
baixa complexidade, em classificação verde incorrendo em mudança da necessidade de
e azul, proporcionando atendimento ágil, cuidado desse paciente (internação em UTI,
enfatizado em qualidade e segurança, de por exemplo). Mais uma vez o SDC por ser
forma a reduzir formação de fila de espera e ferramenta UTI para sinalizar essas condições
maior satisfação aos clientes. para a Equipe. Importante a documentação
A implantação de ferramentas de Suporte em prontuário dessa avaliação do médico e
à Decisão Clínica (SDC) como o Mentor e enfermeira responsável pela transferência sob
o MEWS / PEWS, visam facilitar a tomada assinatura e carimbo.
de decisão clínica por meio da inserção Grandes emergências e serviços de
de protocolos e alertas conforme regras referência em Pronto Atendimento, tem
estabelecidas. Isso se faz um degrau importante a necessidade ainda de implantação de
dos assim chamados “clinical pathways”. um plano de catástrofes e desastres. O
Devemos mencionar a importância do Setor objetivo é estabelecer ações que garantam
de gerenciamento de leitos na falta de leitos recursos humanos e materiais extras para
vagos para internação. Este setor deve ter atendimento aos pacientes em caso de
uma ampla visão dos leitos vagos e previsões desastres e catástrofes, em situações que
de alta hospitalar (daí a importância do Plano excedam a capacidade de atendimento
Terapêutico abordado em outro tópico) para habitual do Pronto Socorro. São acionados
que a Equipe do Pronto Atendimento possa os diversos níveis de resposta inclusive com
orientar de maneira ágil e assertiva pacientes a realocação de recursos físicos e humanos,
e familiares que tenham necessidade de redimensionamento de funções e equipes
internação (percepção de qualidade). Na para que sejam priorizados os atendimentos
ausência de vaga disponível o Setor de dentro de sua escala de gravidade.
Gerenciamento de Leitos deve sinalizar a Vale ressaltar que essa ação pode e deve ser
Equipe Assistencial e em conjunto com ela utilizada mesmo na ausência de catástrofes,
avaliar condições clínicas de transferência mas também durante períodos de pico
ou espera em Pronto Atendimento até que de atendimento, ou seja, um Plano de
a situação de disponibilidade de leitos seja Contingência para remanejar, por exemplo,
regularizada. técnicos de enfermagem para a medicação
do PA em casos de aumento de espera, assim
O Pronto Atendimento tem ainda a tarefa como médicos plantonistas extras para
de avaliar esse paciente com indicação de atendimento em momentos de pico.
internação quanto a necessidades como: Ações Propostas: Implantação de
reconciliação medicamentosa, prevenção de Classificação de Risco em PA, Protocolos
queda, profilaxia de TEV, dentre outros. Isso Gerenciados, Contratos com Áreas de
porque, muitas vezes esse paciente internado Apoio do PA (definir tempo de entrega),
em unidade de internação (exceto UTI) será implantação de ferramentas de decisão
reavaliado pelo médico no dia seguinte e a não clinica, processos de fluxo em PA,
observação dessas necessidades pode levar a reavaliações programadas e na transferência
eventos adversos no setor de internação. do paciente do PA, além de Estruturação do
Por fim, todo paciente com mais de 6 horas Setor de Gerenciamento de Leitos.
no Pronto Atendimento deverá ser reavaliado Pontos Positivos: Agilidade de atendimento,
pelo Equipe médica para definição de conduta agilidade de conduta e terapia, redução de
(internação ou alta) evitando permanência eventos adversos, melhora da percepção
prolongada no setor ou deterioração clínica de qualidade pelo usuário, redução de
sem assistência (frequente em alguns serviços). gargalos, melhoria da ocupação dos leitos e
Para tanto, a Equipe Assistencial pode se consequente receita hospitalar.
utilizar de uma das ferramentas de suporte da Dificuldades: Comunicação ágil entre

Associação Nacional de Hospitais Privados 35


profissionais de diferentes áreas, comunicação para o Setor de Internação.
com pacientes e familiares, estabelecer e Observação: A Tecnologia da Informação pode
garantir o cumprimento dos tempos de entrega, ajudar com criação de “dashboards” para
definir e gerenciar o tempo limite de reavaliação visualização rápida da classificação de risco,
do paciente em observação no PA, gerenciar a tempo de espera e exames pendentes nesse
reavaliação em todas as transferências do PA processo.

Unidade de Internação
As unidades de internação, são setores que • Risco de TEV clínico: realizada pelo
de forma geral, recebem pacientes estáveis enfermeiro para determinar risco de
para tratamento hospitalar. Os setores que tromboembolismo venoso no paciente clínico;
fornecem pacientes para as unidades de
internação são: pronto atendimento, centro • Triagem Funcional: realizada pelo
cirúrgico, UTIs e Setor de Internação (Eletivas). enfermeiro para identificar pacientes
Portanto, para que o paciente se enquadre com necessidade de avaliação funcional
nesse perfil é necessário que o paciente seja adicional;
adequadamente avaliado nos setores de
origem conforme descrevemos em outros • Nutrition Risk Screening (NRS): realizada
capítulos (Centro Cirúrgico) e outros tópicos pelo nutricionista com objetivo de realizar
desse capítulo (Pronto Atendimento, Cirurgias rastreamento nutricional;
Eletivas).
Durante a admissão no Setor de Internação • Avaliação de Dor: realizada pelo enfermeiro
o Histórico de Saúde, realizado pela (o) pode utilizar escala unidimensional ou
Enfermeira(o) é a primeira e mais importante multidimensional (Escala verbal numérica
ferramenta que pode auxiliar a Equipe a - Escala numérica visual - Escala visual
identificar riscos e necessidades especificas analógica - Escala de categoria de palavras
desse paciente durante sua permanência. - Escala Comportamental).
O conteúdo mínimo de avaliação constante
em “Histórico de Saúde”, contempla os Outras ferramentas poderão ser aplicadas a
seguintes itens: determinados pacientes de acordo com sua
patologia, terapia ou motivo da internação:
• Alergia / Reações adversas;
• Escala de Braden: realizada pelo enfermeiro
• Doenças prévias e atuais; para determinar risco de lesão de pele;

• Medicamentos em uso; • Avaliação de Contenção Mecânica:


realizada pelo enfermeiro para prevenção
• Hábitos do paciente; de danos decorrentes da contenção;

• Cirurgias; • Avaliação de Toxicidade: realizada pelo


farmacêutico como marcador da função
• Acessório / Órtese / Prótese. renal de pacientes elegíveis;

Ademais, ferramentas específicas podem • Avaliação do Clearance de Creatinina:


ser utilizadas de forma sistemática para realizada pelo farmacêutico para
identificar ações necessárias para minimizar avaliação da toxidade do tratamento com
risco durante a internação: antineoplásicos;

• Escala de Complexidade Assistencial: • Estratificação de risco e profilaxia de


realizada pelo enfermeiro para identificar os nefropatia induzida por contraste: realizada
pacientes de alto risco; pela enfermeira ou médico e prescrita pelo
médico.
• Escala de Morse: realizada pelo enfermeiro
para identificar o risco de queda; Do ponto de vista médico é fundamental que

36 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


a visita ocorra em intervalo menor possível
após a internação e não superior a 24 horas.
Idealmente o médico deve se inteirar da
evolução clínica nos setores pregressos (UTI,
Centro Cirúrgico, PA – importância da adenda
de internação apontada no tópico anterior)
e realizar a anamnese completa, reavaliar se
necessário a reconciliação medicamentosa
e atentar para os apontamentos de risco
de enfermagem. Aqui é importantíssima
a comunicação da Equipe e adequado
registro em prontuário, uma vez que a ação
de enfermagem em nada terá benefício
para o paciente se a ação que necessite
de prescrição médica não ocorrer, por permanência, o Plano Terapêutico não deve
exemplo, heparina para profilaxia de TEV e exceder 7 dias, com necessidade de atualização
medicamentos de uso diário. ao final desse período ou antes, se alteração da
O mesmo se aplica aos demais profissionais evolução clínica.
como: fisioterapeutas, psicólogos, farmacêuti- Mais uma vez a Tecnologia de Informação
cos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais poderá facilitar a ação das Equipes com
e nutricionistas. Alguns desses com ações em dashboards, respeitando a privacidade e
100% das internações e outros atuando por identidade dos pacientes, que tornem fácil a
demanda médica e de enfermagem. visualização de alguns scores de risco, exames
A partir da primeira visita, assim que possível pendentes e previsão de alta. Medidas como
o médico deverá estabelecer o plano essa podem facilitar a comunicação e gestão
terapêutico, o qual irá nortear toda equipe da Unidade, caso a caso.
multiprofissional, o paciente, o acompanhante Outros serviços tem utilizado para a otimização
e também o setor de gerenciamento de do tempo de internação e gerenciamento
leitos para programação de alta hospitalar adequado de leitos a metodologia DRG
quando possível. Com sistemas eletrônicos de - Diagnosis Related Groups (Grupos de
evolução e prescrição, uma forma de garantir Diagnósticos Relacionados).
a realização do Plano Terapêutico é torná-lo No entanto, não basta a avaliação inicial. As
obrigatório antes da primeira prescrição no condições do paciente no ambiente hospitalar
Setor de Internação. Muitos médicos podem pode mudar repentinamente e a equipe deve
questionar essa obrigatoriedade, no entanto, estar atenta aos pequenos sinais. Mais uma
ainda que não haja uma perspectiva de todo vez uma ferramenta de SDC pode ser útil para
tratamento ou tempo de permanência, as determinar a conduta / ação a ser tomada.
primeiras ações devem ser registradas para Intercorrências clínicas são frequentes
orientação da Equipe. nas Unidades de Internação, no entanto, a
Importante lembrar que, no Plano Terapêutico caracterização da prontidão de atendimento
deve constar minimamente os seguintes pontos: médico fica geralmente a critério dos
profissionais de enfermagem. Para estratificar
• Identificação; esse tempo de reposta muitos hospitais
tem implantado Times de Resposta Rápida
• Diagnósticos Principal; (TRR) e classificação em códigos amarelos
(intercorrências clínicas e /ou cirúrgicas) e azuis
• Terapia Proposta; (parada cardiovascular).
O TRR deve ser formado por pelo menos
• Necessidade de Equipe Multiprofissional 1 médico e 1 enfermeira, além de outros
durante internação: fisioterapeutas, profissionais. Esses ficam responsáveis por
psicólogos, farmacêuticos, fonoaudiólogos, compilar dados do tempo de atuação da Equipe
terapeutas ocupacionais, nutricionistas, de plantão, gerar indicadores e propor ações de
entre outros; melhoria desses indicadores.O não seguimento
das orientações protocolares dessas
• Data prevista para Alta Hospitalar. intercorrências na Unidade de Internação
podem ainda ser reportadas ao Núcleo de
A experiência mostra, que de forma Segurança do Paciente, que analisará se
geral, salvo pacientes crônicos de longa houver ou não dano ao paciente, reportando a

Associação Nacional de Hospitais Privados 37


investigação aos responsáveis e deverá propor (Enfermagem), Anamnese e Plano Terapêutico
ações para evitar recorrências. (Médico); Reconciliação Medicamentosa
Muitos hospitais têm adotado o modelo de (Enfermagem e Farmácia); Ferramentas de
medicina hospitalista. Médicos definidos SDC, Protocolos Clínicos, dashboards de
com a função de conduzir o tratamento do gerenciamento de unidades, Time de Resposta
paciente e gerir a atenção multidisciplinar. Rápida (código amarelo e azul)
O modelo melhora a gestão do corpo Pontos positivos: registro seguro de informações,
clínico, facilita o trabalho em equipe, segurança do paciente, redução de eventos
melhora a resposta as intercorrências como adversos, redução de tempo de permanência
código amarelo e azul e as discussões hospitalar, percepção de qualidade pelo cliente.
interdisciplinares, favorecendo a aplicação Dificuldades: engajamento da equipe
de rotinas e padrões de melhores práticas. multidisciplinar, gerenciamento da adesão do
Evita-se ainda a fragmentação intrahospitalar, corpo clínico, gerenciamento de custo, apoio
etapa crítica da assistência, fortalecendo o da tecnologia da informação e disponibilidade
movimento de segurança e qualidade. de ferramentas do prontuário eletrônico que
Ações: Implantação de Histórico de Saúde facilitem esse processo.

Alta Hospitalar
Podemos dizer sem qualquer receio de errar alta. Mais uma vez uma ferramenta de SDC
que o processo de alta se inicia na internação. pode ser útil para padronizar essa avaliação e
O processo descrito nos tópicos anteriores gerar protocolo de alta ou suspensão em caso
bem estruturado, evita retrabalho, evita de deterioração clínica. Exemplo típico é a
trabalho e eventos adversos que possam cirurgia de hospital dia, a qual muitas vezes a
aumentar a permanência hospitalar e alta é prescrita ainda no centro cirúrgico para
necessidade de recursos adicionais. 4 ou 5 horas após o procedimento. Será que
Assume importância crucial o Plano Terapêutico após essas 5 horas o paciente tem condições
e suas atualizações como principal ferramenta de alta? Cabe a enfermeira dar segurança a
que norteará as ações multidisciplinares que esse processo com essa derradeira avaliação
culminarão com a saída hospitalar. e proceder a suspensão da alta e aviso da
Podemos dizer que tal processo interfere equipe médica, na presença de parâmetros
além da alta, com melhor adesão a terapia vitais ou escala de dor alterados, por exemplo.
proposta e redução do risco de reinternação Outro exemplo, uma puérpera recebe alta
precoce. Os scores de avaliações do após 48h do parto sem intercorrências e
paciente durante sua internação geram uma durante aplicação do MEWS, imediatamente
quantidade e qualidade de informações antes de sua saída, apresenta taquicardia.
que devem ser tratadas, transformadas Em avaliação mais detalhada, ela se queixa
em ações e informadas ao paciente e seu de falta de ar, com saturação baixa. O
familiar durante a alta hospitalar. Portanto, médico é chamado, inicia o protocolo
um paciente com risco de queda ou TEP e encaminha a paciente à UTI após
lesão de pele, por exemplo, deve receber confirmação por exame de imagem. A falta
orientações e informações escritas de como dessa avaliação poderia acarretar alto risco
mitigar esse risco em casa. A reconciliação de óbito súbito domiciliar!
medicamentosa volta a figurar como item Ações: implantação de Informativo de Alta
importante, assim como na admissão. Hospitalar Multiprofissional e avaliação clínica
Um cronograma de alta hospitalar com do paciente no momento da saída hospitalar.
orientações multidisciplinares é uma forma de Pontos positivos: registro seguro de
registro seguro. A tecnologia da informação informações geradas na internação, segurança
pode facilitar o trabalho dos profissionais do paciente, redução de reinternação,
gerando relatório que automaticamente aumento da adesão ao tratamento.
capture informações dos registros prévios Dificuldades: engajamento da equipe
para esse documento de alta a ser impresso multidisciplinar, treinamento, apoio da
ao final da internação. tecnologia da informação e disponibilidade
Por fim, nova avaliação das condições clínicas de ferramentas do prontuário eletrônico que
do paciente se faz necessária no momento da facilitem esse processo.

38 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Conclusão
A atenção ao paciente internado vem no atendimento, mesclada com a otimização
tomando um foco cada vez mais direcionado de recursos. Assim, projetos como a atenção
a gestão com busca da excelência gerencial. preventiva primária, a medicina hospitalista,
Sabemos que lidamos com vidas, com atenção domiciliar e projetos para reabilitação
pacientes (em sua maioria doente), mas tem sido diariamente aprimorados.
aquela visão antiga na qual o médico Os protocolos e ferramentas de avaliação
tinha papel centralizador e generalista clínica não devem limitar a atuação do
(em sua maioria) perde espaço para a profissional de saúde, mas sim norteá-lo para
multidisciplinaridade. Com as mudanças no uma assistência ágil e segura. Assim como
perfil epidemiológico, tipos de pacientes, a tecnologia de informação, o prontuário
formas de pagamentos, entre outros fatores, eletrônico deve ser parametrizado para
houve necessidade de os gestores de atender a demanda da equipe assistencial,
saúde aperfeiçoarem a forma de internação facilitando sua atuação, minimizando
hospitalar e adaptar novas modalidades retrabalho e gerando informações úteis à
de suporte e profissionais (domiciliar, decisão terapêutica de cada paciente da
reabilitação, entre outros). gestão da instituição.
Mas é necessário um modelo de atenção Este é o futuro de uma nova medicina,
onde o foco central continuasse a ser o baseada na otimização de recursos aliada
reestabelecimento da saúde do doente em às ferramentas de gestão, buscando
sinergismo com as novas ferramentas de melhorar a performance assistencial e
gestão em saúde. Isso possibilita excelência também administrativa.

Associação Nacional de Hospitais Privados 39


Anestesia e Cirurgia

40 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Em atenção à Resolução 55.18, da 55ª problemas de rejeição.
Assembleia Mundial da Saúde, ocorrida em Anestesia é um estado farmacologicamente
maio de 2002, que recomendou a própria induzido de amnésia, analgesia, perda de
Organização Mundial da Saúde (OMS) e aos responsividade, perda de reflexos musculares
Estados Membros maior atenção ao problema esqueléticos e diminuída resposta a estresse.
da segurança do paciente, a OMS lançou, em Isso permite que os pacientes passem por
outubro de 2004, a Aliança Mundial para a cirurgias e outros procedimentos sem a
Segurança do Paciente. angústia e a dor que viveriam de outra
Essa Aliança tem o objetivo de despertar a maneira. Outra definição é uma “ausência de
consciência profissional e o comprometimento consciência reversível”, seja uma ausência
político para uma melhor segurança na total de consciência ou uma ausência de
assistência à saúde e apoiar os Estados consciência de uma parte do corpo como
Membros no desenvolvimento de políticas causam uma anestesia axial ou outro
públicas e na indução de boas práticas bloqueio de nervo.
assistenciais. Existem diferentes tipos de anestesia, sendo
A elaboração de protocolos assistenciais os mais comuns: sedação, anestesia local,
para padronização de condutas nos diversos anestesia regional e anestesia geral. Na
hospitais e centros cirúrgicos espalhados anestesia local, uma parte específica do corpo
pelo Brasil, agrega segurança e qualidade na é entorpecida, como, por exemplo, a mão. A
assistência prestada aos pacientes. anestesia regional envolve uma maior área
Cirurgia é quando o cirurgião realiza uma do corpo pela administração de anestesia
intervenção manual ou instrumental no corpo num grupo de nervos (plexo nervoso).
do paciente. A cirurgia é caracterizada por As anestesias regionais frequentemente
quatro tempos principais: utilizadas são a anestesia raquidiana (ou
espinhal), anestesia epidural e bloqueio
• Diérese: divisão dos tecidos que possibilita o de nervos periféricos. Anestesia geral
acesso à região a ser operada; compreende inconsciência e ausência de
qualquer sensação.
• Hemostasia: parada do sangramento;

• Síntese: fechamento dos tecidos;


Procedimentos Cirúrgicos/
• Exerese. Cirurgias
Sabe-se que a cirurgia é praticada desde Os procedimentos cirúrgicos, exames
a pré-história, através de procedimentos ou procedimentos invasivos poderão
de trepanação (operação que consiste ser realizados por profissionais médicos
em praticar uma abertura em um osso). cadastrados, que independente do vínculo
No entanto, a cirurgia teve seus primeiros com a instituição (contratado CLT, PJ ou
desenvolvimentos científicos no século XVI, autônomo) estão legalmente habilitados a
com Ambroise Paré – “o pai da cirurgia exercer a profissão e a especialidade.
moderna”, que além de esclarecer inúmeras
questões de anatomia, fisiologia e terapêutica,
substituiu a cauterização com ferro em brasa
pela ligadura das artérias depois de uma Planejamento Cirúrgico
amputação de membro.
Mais tarde, a descoberta da anestesia e a Os procedimentos cirúrgicos são planejados
criação da antissepsia marcaram, no final pelo cirurgião responsável pelo paciente,
do século XIX, o início da cirurgia moderna, tomando como base a avaliação do estado
cuja eficácia aumentou com a transfusão físico, dos achados em exames diagnósticos,
de sangue e a neurocirurgia, desenvolvidas história do paciente, assim como dos riscos
entre as duas grandes guerras. Nos anos 50, a e benefícios do procedimento. Estes dados
descoberta dos antibióticos também garantiu devem ser documentados em formulário
maior eficácia aos procedimentos cirúrgicos. próprio, preenchido pelo cirurgião na unidade
Atualmente, todos os órgãos são acessíveis de internação, ou em seu consultório, nos
à cirurgia, e as técnicas recentes (a partir casos de cirurgia eletiva não urgente, e
dos anos 60) de transplantes de órgãos são anexado ao prontuário do paciente, junto com
uma vitória da cirurgia, embora ainda haja os exames e/ou avaliações especiais pré-

Associação Nacional de Hospitais Privados 41


operatórias, antes de seu encaminhamento ao • Pedido de Raio X ou Scopia;
Centro Cirúrgico.
• Exames intra-operatórios (Ultrassom,
Recomendamos que o formulário preenchido Endoscopia);
tenha validade de 30 dias. Se a cirurgia for
agendada em data que ultrapasse este prazo, • Exames prévios à cirurgia (Estereotaxia,
as informações atualizadas sobre o estado do agulhamento/marcação de TU);
paciente deverão ser documentadas por meio
de uma nova avaliação e preenchimento de • Reserva de UTI;
um novo formulário. Constam no formulário
de admissão médica: a história do paciente, • Reserva de hemoderivados.
diagnóstico pré-operatório e procedimento
selecionado. O cirurgião deverá ser comunicado
previamente no caso de indisponibilidade
de equipamentos e/ou materiais, ou quando
houver alguma negativa por parte da
Agendamento Cirúrgico fonte pagadora, quanto à autorização do
procedimento e/ou materiais especiais.
O agendamento dos procedimentos
cirúrgicos eletivos é realizado pelo Núcleo de
Agendamento Cirúrgico e os procedimentos
de urgência e emergência deverão ser Termo de Consentimento
agendados no centro cirúrgico diretamente Livre e Esclarecido
com o enfermeiro.
As solicitações de agendamento podem ser O Termo de Consentimento Informado
realizadas pessoalmente ou por telefone. materializa o direito e o dever do paciente
Cirurgias eletivas devem ser agendadas com em participar das decisões pertinentes ao
antecedência máxima de 30 dias e mínima seu tratamento, cabendo ao médico alertá-lo
de 10 dias, a fim de obtermos as devidas sobre os benefícios e riscos do procedimento.
autorizações junto às fontes pagadoras, É o documento que deve embasar os
com tempo hábil de providenciarmos os esclarecimentos ao paciente, antes da
equipamentos e materiais necessários. realização de procedimento(s) com potencial
para causar algum dano ou agravo à saúde,
No ato do agendamento, deverão ser bem como, apresentar efeitos indesejáveis
fornecidas as seguintes informações: durante ou após a sua realização, sendo o
risco estabelecido pelo médico executor do
• Nome do Paciente e telefone; mesmo. Este documento deve ser assinado
pelo paciente, para comprovar que lhe foi feito
• Nome do Cirurgião; o devido esclarecimento antes da realização
do procedimento, e pelo profissional médico
• Cirurgia Prevista; que prestou os esclarecimentos (art.22,
art.24 e art. 31 do Código de Ética Médica).
• Horário da Cirurgia; O paciente, ao assiná-lo, concorda com a
realização do procedimento mesmo que lhe
• Tempo Previsto para Cirurgia; possa causar efeitos não desejados, mas
previstos e previamente explicitados pelo
• Instrumentais/caixas cirúrgicas necessárias; médico e dá uma declaração escrita da boa-fé
do profissional, assumindo a responsabilidade
• Material descartável / fios cirúrgicos conjunta da escolha do tratamento. Quanto ao
especiais; médico, faz-se necessário ressaltar que não
está se isentando de erros, mas sim, dividindo
• Materiais ou dispositivos implantáveis; a responsabilidade da escolha do tratamento e
compartilhando com o paciente seus prováveis
• Equipamentos necessários; resultados.
Recomendações de indicação do uso do
• Pedido de Exame Anátomo Patológico termo de consentimento livre e esclarecido:
(Congelação);

42 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Ela é feita antes do encaminhamento
Nos tratamentos e procedimentos do paciente ao centro-cirúrgico e com a
cirúrgicos ou clínicos realizados sob participação dele. O monitoramento desse
algum tipo de anestesia ou sedação; processo visa assegurar a prevenção de erros.
A identificação do local de intervenção é
Nas biópsias e demais incisões (mesmo
uma atividade de inteira responsabilidade do
em regime ambulatorial e com algum
tipo de anestesia local); médico executor do procedimento cirúrgico e/
ou do procedimento invasivo.
Nas diálises (hemodiálise ou diálise O local da cirurgia é marcado em todos os
peritoneal); casos que envolvem lateralidade, estruturas
múltiplas (dedos da mão, dedos do pé, lesões,
Nas transfusões sanguíneas e entre outros) ou vários níveis (espinha). A
hemoderivados; única exceção quanto ao local de marcação
do sítio é cirurgia de cabeça (pois a tricotomia
Nos procedimentos radiológicos
é realizada em sala operatória pela equipe
envolvendo o uso de contraste;
cirúrgica).
Nos procedimentos endoscópicos,
angiografias e cateterismo cardíaco; • A demarcação não poderá ser realizada pelo
instrumentador e/ou enfermeiro;
No uso de medicações ou terapêuticas
invasivas com risco de efeitos colaterais • A identificação do local de intervenção
severos; deve ser feita antes do encaminhamento do
paciente às áreas de intervenção utilizando
Nos procedimentos diagnósticos
caneta dermatológica e a sinalização
invasivos;
recomendada: A demarcação cirúrgica
Em procedimentos de quimioterapias é realizada com uma caneta específica e
ou imunoterapias. assinalada com um círculo (alvo) no sítio
cirúrgico a ser operado para visualização
durante a realização do Time Out. Esta
demarcação deve ser feita com o paciente
Após esclarecer ao paciente ou seu acordado e consciente, se possível;
responsável sobre o procedimento a ser
realizado e colocando-se à disposição para • A demarcação em RNs deverá ocorrer
responder suas dúvidas, o médico deve com alvo no tamanho adequado com caneta
preencher o documento e solicitar que o marcadora;
paciente assine, demonstrando que está ciente
e concorda com o que conversaram. O médico • Em face é demarcado o local próximo
assina e solicita que duas testemunhas façam sempre com alvo, como por exemplo em
o mesmo. O documento deverá ficar aos cirurgias oftalmológicas;
cuidados do paciente ou responsável. Cabe
ao médico orientar o paciente ou responsável • O nível da coluna é demarcado com um alvo
da necessidade de apresentar o termo de na altura pretendida e depois confirmado
consentimento assinado no momento da em sala cirúrgica com a Scopia;
internação. O preenchimento completo do
Termo de Consentimento, com assinatura do • Varizes e plásticas é demarcado com caneta
médico, paciente ou responsável, é condição marcadora com o paciente acordado.
necessária para a internação de pacientes, e os
modelos de termos poderão ser vistos em Outros tipos de demarcação específicas são
capítulo específico. aceitáveis desde que toda a equipe entenda
claramente o local de intervenção, por
exemplo: plástica, agulhamento e varizes.
Demarcação/Lateralidade Na sala de cirurgia, a equipe de Enfermagem
que recebe o paciente deverá conferir esta
A demarcação de lateralidade é uma prática sinalização juntamente com o termo de
internacional destinada a cirurgias e outros consentimento informado da cirurgia, o
procedimentos invasivos em que há a registro no impresso Ficha de Assistência
necessidade da escolha de um lado, por de Enfermagem Pré-Operatória e a Lista de
exemplo, braço direito ou esquerdo. Verificação de Cirurgia/Procedimento Seguro.

Associação Nacional de Hospitais Privados 43


Nos casos de emergência e/ou reoperações cateter arterial, fístula arteriovenosa
no pós-operatório imediato, em que a laparotomia exploradora, laparoscopia
demarcação não é obrigatória, o médico exploradora/diagnóstica;
responsável deverá registrar o local e
lateralidade de intervenção em prontuário, • Crianças prematuras - pelo risco de
no impresso da Evolução Médica e no tatuagem definitiva - indicar órgão e
consentimento informado da cirurgia. A Lista lateralidade no consentimento informado e
de Verificação de Cirurgia/Procedimento uso do crachá;
Seguro deverá ser aberta e preenchida logo
após a entrada do paciente em sala pelo • Recusa do paciente - registrar em prontuário
enfermeiro do centro cirúrgico ou pela equipe a recusa e certificar-se que o lado correto
de enfermagem. consta no consentimento informado e
Recomenda-se que o paciente não seja demais documentos necessários para
encaminhado ao Centro Cirúrgico sem a cirurgia ou procedimento aplicável e uso do
devida demarcação, exceto nos casos de crachá;
emergência e ou reoperações.
Exceções - os casos em que a marcação não • Reoperação em mesmo sítio cirúrgico,
é necessária ou recomendada incluem: retirada de shunt definitivo, mama com
agulhamento a serem retirados pelo
• Cirurgias e procedimentos em órgãos únicos; cirurgião na sala operatória, após o
procedimento de TIME OUT;
• Cirurgias e procedimentos de emergência;
• Procedimento realizado na hemodinâmica
• Cirurgias e procedimentos em que o local e endoscopia;
da intervenção não é previamente definido,
incluindo: cateterização cardíaca, inserção • Vasectomia e simpatectomia porque sempre
de cateter venoso central, inserção de será bilateral.

Lista de verificação de cirurgia/


procedimento seguro
A Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica da encaminhamento à sala de recuperação
OMS – e do presente manual – assegura que as anestésica. A enfermagem efetua os registros
equipes sigam consistentemente alguns passos da lista de verificação de cirurgia/procedimento
críticos de segurança e, assim, minimizem falhas seguro (check-in, Time-out e check-out).
comuns e evitáveis que colocam em risco a vida Outros dados assistenciais são registrados pela
e o bem-estar de pacientes cirúrgicos. A Lista enfermagem em formulários específicos de
de Verificação orienta uma interação verbal cada setor. O cirurgião/médico é responsável
baseada em equipe como meio de confirmar por descrever, imediatamente após o
que os padrões apropriados de assistência estão procedimento, a descrição do que foi realizado,
sendo assegurados para cada paciente. as constatações, complicações, amostras
Neste manual há todo o processo de verificação enviadas para exames, dispositivos implantáveis
de cirurgia segura no capítulo de Metas e outros materiais especiais utilizados, em
Internacionais. formulário específico, de cada setor que deverá
ser anexado ao prontuário do paciente, antes de
sua transferência para a unidade de destino.

Monitoramento e
documentação do
procedimento cirúrgico Cuidados pós-operatórios
Os procedimentos realizados no paciente Os cuidados que o paciente deverá receber
são documentados desde sua entrada na no período pós-operatório são planejados e
sala de cirurgia/procedimentos, até seu descritos na Prescrição Médica e Prescrição

44 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


de Enfermagem. Objetivos:
O cirurgião inicia o planejamento antes
mesmo da realização do procedimento • Minimizar riscos perioperatórios;
cirúrgico, baseado nas condições clínicas,
histórico do paciente no pré-operatório, no • Garantir maior segurança aos pacientes
tipo de intervenção que será realizada, e nas cirúrgicos;
necessidades do paciente.
O cirurgião elabora o plano de cuidados, • Escolher adequadamente a técnica
registrando-o na prescrição médica, inserindo, anestésica a ser utilizada;
além dos medicamentos e dieta que o
paciente deverá receber, todos os cuidados • Sugerir modos para prosseguir com as
e intervenções interdisciplinares (fisioterapia, diferentes técnicas anestésicas;
fonoaudiologia, etc.) a serem realizadas. Todo
paciente deverá sair do Centro Cirúrgico, com • Minimizar erros/ falhas técnicas.
uma prescrição médica pós-cirúrgica.
A prescrição médica (medicamentos, dietas e
cuidados) poderá ser revisada em até 24h pós- Critérios de Inclusão:
cirurgia, a fim de verificar se o quadro clínico
e as necessidades pós-cirúrgicas sofreram Todos os pacientes submetidos a
mudanças, ocasionando a revisão do plano de procedimentos cirúrgicos eletivos ou não, os
cuidados inicial, e uma nova prescrição. quais necessitem de anestesia.
A enfermagem, fisioterapia e outros
profissionais da saúde envolvidos nos cuidados
pós-operatórios do paciente, realizam a Critérios de Exclusão:
avaliação e planejamento diário dos cuidados,
registrando-os em prescrição própria. Pacientes que sejam submetidos a cirurgias de
urgência ou emergência, em que não haja tempo
hábil para proceder com avaliação pré-anestésica,
e pacientes submetidos à anestesia local.
Avaliação pré-anestésica O médico anestesista realiza a avaliação e
registra na Ficha de Avaliação Pré-Anestésica
A avaliação pré-anestésica é realizada pelo (APA), classificando o estado físico do
médico anestesiologista e tem como finalidade paciente conforme ASA (American Society of
tornar o médico anestesiologista familiar ao Anesthesiologists):
paciente e seus familiares, esclarecer todas as
suas dúvidas e prestar orientações quanto aos • ASA I – Paciente saudável;
cuidados antes e após a anestesia. Durante a
avaliação pré-anestésica, o médico anestesista • ASA II – Paciente com doença sistêmica leve
conhece a doença cirúrgica atual, bem como ou moderada, sem limitação funcional;
outras doenças do paciente, irá investigar
o estado geral do paciente, suas atividades • ASA III - Paciente com doença sistêmica
diárias, os sintomas iniciais da doença severa, com limitação funcional;
cirúrgica, exames realizados, medicações
em uso, alergias, histórico familiar e pessoal • ASA IV - Paciente com doença sistêmica
relacionado à anestesia em cirurgias anteriores, severa, representa risco de vida constante;
estabelecendo uma relação médico-paciente,
explicando as opções anestésicas, seus riscos • ASA V - Paciente moribundo com
e vantagens, e diminuindo a ansiedade do perspectiva de óbito em 24 horas, com ou
procedimento cirúrgico. sem cirurgia;
Recomendamos que a avaliação pré-
anestésica tenha a validade de 30 dias antes • ASA VI - Paciente com morte cerebral,
do procedimento, para pacientes com status mantido em ventilação controlada
fisiológico ASA P1 ou P2, após esse prazo o e perfusão, para doação de órgãos
paciente deverá ser reavaliado. (transplante);
A avaliação pré-operatória dos pacientes
submetidos a procedimentos com anestesia • OBS.: Recomendamos em casos de
poderá ser realizada em regime ambulatorial procedimento considerado de emergência,
ou no dia no procedimento cirúrgico. acrescentar “E” à classificação ASA.

Associação Nacional de Hospitais Privados 45


Os exames complementares necessários para O Termo de Consentimento Livre Esclarecido
avaliação pré-anestésica dependem da avaliação para Anestesia e Sedação tem validade se
clínica e do procedimento (cirúrgico ou não) todos os campos estiverem devidamente
a que o paciente será submetido. O paciente preenchidos, o termo somente com a
deverá apresentar os exames na consulta assinatura não terá validade, o mesmo deverá
pré-anestésica para avaliação do médico ser anexado ao prontuário do paciente.
anestesista. Após a avaliação pré-anestésica, Para procedimentos de repetição no mesmo
o médico anestesista poderá indicar a reserva sítio cirúrgico, o termo de consentimento de
de hemoderivados e UTI em casos indicados, anestesia e sedação terá validade de 30 dias.
avaliação de especialista se necessário, manter
medicações de uso habitual do paciente e
associar outras medicações se indicado.
Após a avaliação pré-anestésica, o médico Monitoramento
anestesiologista prescreve o medicamento
pré-anestésico quando necessário. A A checagem de equipamentos e acessórios
medicação pré-anestésica realizada fora da necessários para o manuseio de vias aéreas
sala de procedimentos deve ser apenas por via para a indução e manutenção anestésica deve
intramuscular ou oral, pois sedação moderada ser realizada antes da indução anestésica
e profunda é realizada somente em sala de e registrada na Ficha de Anestesia pelo
procedimento com paciente devidamente profissional que irá realizar o procedimento.
monitorizado.
A sedação pré-anestésica por via intravenosa é Todos os procedimentos de anestesia, sedação
realizada somente em sala de procedimento com ou acompanhamento anestésico devem
equipe médica e de enfermagem disponível. Os utilizar os recursos mínimos obrigatórios de
acessórios de suporte deverão estar em sala de monitoramento estabelecidos pela Resolução
procedimento, devidamente checados e prontos do CFM N° 1.802/2006 que incluem:
para serem utilizados
• Eletrocardiografia contínua;

• Pressão arterial média não invasiva;


Planejamento Anestésico
• Oximetria de pulso.
O planejamento anestésico é realizado
para todo paciente que será submetido à O uso da capnografia em anestesias gerais
avaliação pré-anestésica, sendo que deve estar em pacientes intubados ou em uso de
registrado em campo específico do Impresso máscara laríngea ou qualquer dispositivo
de Avaliação Pré-Anestésica que será anexado artificial para manutenção de via aérea é
ao prontuário do paciente. obrigatório.
A utilização de recursos de monitoramento
adicionais é de julgamento do
anestesiologista, baseado nas condições
Termo de Consentimento clínicas do paciente e na complexidade do
Livre Esclarecido para procedimento, conforme o protocolo de
Anestesia e Sedação anestesia e sedação.
Os recursos de monitoramento bem como as
Estabelece a orientação prestada pelo médico variáveis obtidas pelos monitores devem ser
anestesiologista ao paciente e/ou ao seu registrados na Ficha de Anestesia em campo
responsável sobre os riscos, benefícios e específico para tal finalidade. O registro das
alternativas relacionadas à sedação, anestesia variáveis deve ser realizado em intervalos não
e analgesia pós-operatória. superiores a 10 min.

O Termo de Consentimento Livre Esclarecido


para Anestesia, Sedação e Analgesia Pós-
Operatória se aplica a todos os pacientes Avaliação Pré Indução
que serão submetidos a um procedimento
eletivo com anestesia ou sedação, exceto A checagem da avaliação pré-anestésica e
nos casos que for indicado anestesia local ou seus pontos fundamentais, assim como o
procedimentos de emergência. plano proposto, devem ser realizados antes

46 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


da indução anestésica, e registrados na ficha
de anestesia no campo apropriado. Uma
nova avaliação dos sinais vitais é realizada
antes da indução anestésica e registrada em
ficha de anestesia.

Anticoagulação e Anestesia
A evolução medicamentosa no mundo é bloqueios. O uso de anticoagulante é fator
extremamente rápida e praticamente todos os de risco importante para a ocorrência destas
anos surgem no mercado novas medicações complicações.
anticoagulantes na tentativa de minimizar ou O hematoma espinhal, que é o sangramento
evitar fenômenos tromboembólicos. no interior do neuroeixo é uma complicação
Atualmente, muitos pacientes usam algum extremamente rara, porém de enorme
tipo de anticoagulante de modo contínuo e gravidade. Revisão da literatura sobre o
por vezes estes pacientes chegam ao centro assunto demonstra que a incidência de
cirúrgico para realização de procedimento hematoma espinhal é de 1:220.000 após
cirúrgico sob assistência anestesiológica. raquianestesia e 1:150.000 após peridural.
Os bloqueios anestesiológicos de neuroeixo Outro ponto relevante é que a maioria
(raquianestesia ou anestesia peridural) destes estudos são anteriores ao uso
fazem parte do arsenal terapêutico da de tromboprofilaxia perioperatória, que
anestesiologia, que agregam uma série de aumentaria estas incidências acima citadas.
benefícios aos pacientes, como: menor perda A causa mais comum de hematoma de
sanguínea, menor risco de trombose, melhora neuroeixo é o sangramento espontâneo.
da função respiratória pós-operatória, entre Como segunda e terceira causa deste
outros benefícios. sangramento estão o uso de anticoagulantes
O manejo das medicações anticoagulantes e as malformações vasculares. Fatores
e o bloqueio de neuroeixo são desafio ao de risco associados, como o uso de
anestesiologista que deve avaliar sempre anticoagulantes e a realização de bloqueio
a relação risco – benefício na realização de neuroeixo, transformam este no principal
do bloqueio em pacientes em uso de fator de risco na formação do hematoma. É
anticoagulantes. sabido também que entre as várias formas
A incidência de alguma disfunção neurológica de manipulação do neuroeixo, o risco de
associada à hemorragia pós bloqueio hematoma neuroaxial é maior com uso de
neuroaxial é desconhecida. Estudos estimam cateteres de peridural, seguido de anestesia
que estas complicações sejam bastante peridural simples e por último após realização
raras, girando em torno de 1:200.000 de raquianestesia.

Fatores de Risco para Hematoma espinhal:

Idosos Mulheres Coagulopatias

Trombocitopenia Mobilização de cateter Dificuldade técnica

Presença de sangue no cateter Uso de drogas anticoagulantes Uso de terapia dupla

Tabela 5. Fatores de Risco para Hematoma espinhal

O sangramento no canal medular vai evoluir consequente isquemia e lesão nervosa. O dano
rapidamente para uma mielopatia compressiva neurológico permanente com paraplegia é a
com comprometimento do fluxo sanguíneo complicação e evolução mais catastróficos pós
medular e das raízes nervosas espinhais com anestesia.

Associação Nacional de Hospitais Privados 47


Sinais e Sintomas do Hematoma espinhal:

Regressão incompleta ou Retorno de déficit sensitivo ou motor


ausente do bloqueio motor após regressão completa

Dor na região dorsal Retenção urinária

Tabela 6. Sinais e Sintomas do Hematoma espinhal

Caso exista a suspeita clínica do diagnóstico de manejo de novos agentes anticoagulantes que
hematoma espinhal, medidas agressivas devem são aprovados para uso clínico. A entrada de
ser tomadas na tentativa de um diagnóstico novas drogas no mercado é um grande desafio
definitivo e de tratamento no menor intervalo para definição de tempo prévio e tempo pós
de tempo possível. Todos os recursos realização do bloqueio.
disponíveis para diagnóstico como ressonância Recentemente foi proposto que para
magnética ou tomografia computadorizada novas drogas, que ainda não foram bem
devem ser usados e, uma vez confirmado estabelecidas na literatura, valeria a regra de
o diagnóstico de hematoma espinhal, a realizar o bloqueio de neuroeixo em tempo
laminectomia descompressiva deve ser superior a duas meias vidas de eliminação
realizada o quanto antes (sempre antes de 12h) após o último horário de administração da
na tentativa de uma evolução sem sequelas. droga anticoagulante.
Diversos têm sido os esforços na tentativa Após levantamento da literatura médica
de aumentar a segurança na realização de especializada no assunto, foi compilada uma
bloqueios de neuroeixo em pacientes usando tabela com as principais recomendações
algum tipo de anticoagulação. O maior desafio quanto ao uso de drogas anticoagulantes e a
que se enfrenta na segurança da anestesia é o realização de anestesia no neuroeixo.

Recomendação para uso de anticoagulantes e realização de bloqueio de neuroeixo:

AAS e AINE Bloqueio liberado

AINE + Heparina Aguardar 24h para bloqueio

AAS + Ticlopidina/Clopidogrel Se Stent metálico aguardar 6 semanas, se


Stent farmacológico aguardar 6 meses

Heparina não fracionada Aguardar 4h e retorno após 1h

Heparina de baixo peso molecular Dose profilática = 12h / Dose terapêutica


= 24h e retorno após 2h

Cumarínico Aguardar 4-5 dias. Monitorar RNI

Plasugrel (Effient®) Aguardar 7-10 dias

Ticlopidina (Ticlid®) Aguardar 10-14 dias

Clopidogrel (Plavix®) Aguardar 7 dias / Pacientes alto risco = 5 dias

Abciximab (ReoPro®) Aguardar 48h

Ticagrelor (Brilinta®) Aguardar 5 dias

Cilostazol (Vasogard®, Cebralat®, Pletal®) Aguardar 5 dias

48 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Dose profilática (2,5mg) = pode fazer
Fondaparinux (Arixtra®) bloqueio e retorno após 12h / Dose
terapêutica (5-10mg) = não realizar bloqueio

Rivaroxaban (Xarelto®) Aguardar 24h e retorno após 4-6h

Apixaban (Eliquis®) Aguardar 20-30h e retorno após 4-6h

Desirudin (Iprivask®) Aguardar 8-10h em pacientes com função


renal normal e retorno após 2-4h

Tirofiban (Aggrastat®) Aguardar 8-10h

Eptifibatide (Integrilin®) Aguardar 8-10h

Inibidores de Glicoproteína IIb/ Não realizar bloqueio


IIIa + outros anticoagulantes / AAS

Dabigatran (Pradaxa®) Aguardar 7 dias

Argatroban (Argatra®) Aguardar 4h e retorno após 2h,


acompanhando PTTa ou TCA

Lepirudin (Refludan®) Aguardar 8-10h em pacientes com função


renal normal e retorno após 2-4h

Não existe na literatura recomendação


Fitoterápicos: Alho, Ginko e Ginseng formal à suspensão da medicação antes
dos bloqueios. Mas os fitoterápicos podem
aumentar sangramento.

Tabela 7. Recomendação para uso de anticoagulantes e realização de bloqueio de neuroeixo

A ocorrência de hematoma espinhal, apesar de • Intervenção cirúrgica na região de cabeça e


extremamente rara, tem potencial enorme de pescoço;
sequelas e é complicação muito grave pós-
bloqueio de neuroeixo. Todos os esforços na • Radioterapia em região cervical prévia;
tentativa de evitar tal complicação devem ser
incentivados e o seguimento destes protocolos • Obesos;
deve ser estimulado por todos os profissionais
de saúde envolvidos na elaboração do • Retrognatas;
protocolo e orientação dos pacientes.
Ainda deve ser apoiado pela administração • Mallampati maior ou igual a 3;
do hospital, pois grandes benefícios são
alcançados pelo nosocômio com a adesão • Distância esterno-mento < 12 cm;
a estas boas práticas, como melhoria na
satisfação do paciente além de grande redução • Redução da mobilidade cervical;
dos custos com tratamento de complicação tão
importante e grave como o hematoma espinhal. • Redução da mobilidade da mandíbula.

Atentar a dificuldade de ventilação,


caracterizada principalmente por:
Via Aérea Difícil
• Histórico de ronco;
O médico anestesista deve atentar aos
pacientes com potencial de dificuldade de • IMC > 26;
acesso à via aérea tais como:
• Presença de barba;
• Histórico de via aérea difícil;

Associação Nacional de Hospitais Privados 49


• Ausência de dentes; mobilização cervical; caso esteja disponível,
a videolaringoscopia é recomendada nestes
• Idade superior a 55 anos; casos para reduzir a mobilização cervical
e aumentar a taxa de sucesso na primeira
• Massas tumorais em orofaringe; tentativa de intubação.
Em resumo, alguns cuidados que devem ser
• Sexo masculino. reforçados quanto ao manejo da via aérea nos
pacientes portadores de Síndrome de Down:
O manejo da via aérea deverá sempre
preconizar adequada ventilação. Para tal, nos • Evitar hiperextensão cervical;
casos identificados precocemente, recomenda-
se a manutenção da ventilação espontânea • Uso da máscara laríngea para resgate
com a realização da analgesia tópica, por da ventilação, mas lembrando de não
meio de atomizador laringo-traqueal logo e/ utilizar a extensão cervical para posicionar
ou sistêmica para o conforto do paciente. a máscara e atenção aos casos em que há
Nestes casos pode-se optar pela utilização uma macroglossia e que poderá dificultar a
de laringoscopia direta sob anestesia tópica, passagem e posicionamento da máscara;
fibroscopia flexível ou semi-flexível, garantindo
a segurança do paciente e manutenção da • Realizar a laringoscopia sem mobilização
ventilação durante a manipulação da via aérea. cervical, se possível com um videolaringoscópio
Nos casos não identificados antecipadamente, já na primeira tentativa;
quando o paciente já estiver sob efeito dos
anestésicos, recomenda-se distinguir-se • Utilizar um tubo 0,5 ponto menor que o
entre duas situações: paciente ventilável tamanho ideal para a idade e sexo, pelo risco de
e não ventilável sob máscara facial. Nos estenose subglótica;
casos não ventiláveis, a técnica de resgate
inicialmente recomendada é a máscara laríngea • Atentar aos pacientes com refluxo gastro-
convencional ou intubação. Caso a ventilação esofágico e, portanto, com maior risco para
não seja possível por estas técnicas, deve-se broncoaspiração, sendo recomendado nestes
partir para a cricotireoidoscopia com ventilação casos o uso de antagonistas H2 no pré-
transtraqueal a jato. operatório.
O paciente portador da Síndrome de Down
possui algumas características/ alterações
peculiares, principalmente no que se concerne
à avaliação da via aérea e sistema respiratório, Anestesia
dentre eles: instabilidade de C1, pescoço curto,
occipício chato, orelhas com baixa implantação, Estabelece o registro, em ficha de anestesia,
hipoplasia de face, língua volumosa, estenose da técnica anestésica, dados clínicos, eventuais
subglótica, hipertrofia amigdaliana e de intercorrências, materiais, medicamentos
adenoides, apneia obstrutiva do sono. (agentes anestésicos e doses) e hemoderivados
Com base nestes aspectos, recomendamos que utilizados. O anestesiologista deverá realizar
a medicação pré-anestésica seja administrada sua identificação em campo específico na
sempre que possível, porém atentando-se ficha de anestesia. O protocolo de anestesia
aos casos de possibilidade de obstrução de e sedação estabelece a utilização de drogas,
via aérea superior (ex.: SAOS: síndrome da estratificação de riscos nos níveis de sedação,
apneia obstrutiva do sono), aos pacientes conforme Res. CFM 1802 de 2006.
com previsão de dificuldade de acesso à
via aérea e um cuidado adicional quanto a
possibilidade de agitação paradoxal com
o uso de benzodiazepínicos. Além disso, é Recuperação Anestésica
fundamental a descrição dos fatores preditivos
para via aérea difícil e as eventuais dificuldades Estabelece que todo paciente, após o término do
na ficha de avaliação pré-anestésica, sempre procedimento sob anestesia ou sedação deverá
considerando o potencial de instabilidade ser submetido a um processo de recuperação
atlantooccipital e macroglossia, fatores que anestésica.
podem corroborar para a espera de algum grau O processo de recuperação anestésica
de dificuldade nestes pacientes. Sempre que deve ocorrer preferencialmente na sala de
possível realizar laringoscopia com a menor Recuperação Anestésica, ou na sala de

50 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


procedimento em que haja observação capaz de requerendo o uso de drogas vasoativas;
garantir o monitoramento do paciente, assistência
médica e de enfermagem. O registro das variáveis • Quadro de Hemorragia Maciça;
obtidas por meio dos monitores deve ser feito em
intervalos regulares não superiores a 15 min. • Pacientes com Insuficiência Respiratória
Após o retorno ao setor de origem, os testes grave, requerendo o uso de ventilação
de sinais vitais serão realizados de acordo com mecânica.
a rotina estabelecida por cada setor.
O médico anestesiologista deve acompanhar
o paciente que foi submetido a procedimento
anestésico à sala de Recuperação Anestésica, Critérios de Alta da RA
ou local/leito equivalente em que o paciente
será recuperado e informar a equipe Antes da Alta do paciente da Recuperação
de enfermagem sobre o ato anestésico, Anestésica, os critérios deverão ser validados
intercorrências específicas e cuidados especiais. pelo enfermeiro e médico anestesiologista:
Pacientes encaminhados à UTI deverão
ter transferência de cuidados do médico ADULTOS
anestesista para o intensivista registrada
no prontuário. Nos pacientes submetidos à • Índice de Aldrete e Kroulik ≥ 8
anestesia geral ou sedação, a monitorização da
saturação de oxigênio deverá ocorrer durante • Não apresentar pontuação zero em um ou
a transferência para a Recuperação Anestésica, mais dos seguintes itens do índice de
acompanhada de suporte adicional de oxigênio. Aldrete e Kroulik (AK): atividade muscular,
A alta do paciente da Recuperação Anestésica consciência, respiração e saturação.
é realizada pelo médico anestesiologista
com base nos critérios de alta e baseado nos CRIANÇAS (DE 0 A 12 ANOS)
índices de Aldrete e Kroulik Modificado para
adulto e de Steward para crianças e validado • Índice de Steward ≥ 5
pela enfermeira, toda essa etapa registrada
em impresso de Recuperação Anestésica e • Sat de O2≥ 92%, com suporte de oxigênio
anexado no prontuário do paciente. (catéter, nebulização).
A sala de Recuperação Anestésica, ou um local
equivalente, deve estar disponível para receber Caso os pacientes não apresentem os critérios
pacientes no período pós - anestésico imediato, acima, considerando permanência maior do
EXCETO por ordem específica, por escrito, do que 2 horas na sala de Recuperação Anestésica,
anestesiologista responsável pelo paciente, deverão ser encaminhados para UTI.
solicitando transferência direta para a unidade Os pacientes que em até 2 horas apresentem
de origem, desde que o paciente preencha os os critérios abaixo, deverão ser reavaliados pelo
mesmos critérios de alta utilizados na sala de anestesiologista e liberada a permanência por
Recuperação Anestésica e com validação da mais 1 hora na sala de Recuperação Anestésica.
enfermeira. E, se após a reavaliação e manejo dos sintomas
ainda mantenham o quadro, deverão ser
encaminhados para a UTI.

Critérios de Admissão na ADULTOS


Recuperação Anestésica
• Score 8 no índice de AK, e pontuação Zero
Todo paciente submetido a um procedimento no item circulação, e ou;
anestésico deverá ser encaminhado à sala de
Recuperação Anestésica, salvo nos seguintes • Presença de náuseas e vômitos, e/ou;
casos nos quais serão encaminhados para UTI:
• Score de dor > 3.
• Pacientes submetidos à cirurgia extensa e de
grande porte com comorbidades conhecidas; CRIANÇAS (DE 0 A 12 ANOS)

• Pacientes em quadro de Septicemia grave; • Presença de náuseas e vômitos, e/ou;

• Quadro de Instabilidade Hemodinâmica, • Score de dor > 3.

Associação Nacional de Hospitais Privados 51


Sedação Moderada por Médico Não
Anestesiologista em procedimentos
diagnósticos
A prática de sedação moderada é permitida Todos os procedimentos de sedação devem
ao médico Não Anestesiologista que possui utilizar recursos mínimos obrigatórios de
o privilégio caso seja habilitado nas medidas monitoração, estabelecidos pelo CFM N 1802
de suporte avançado de vida e possua de 2006, que incluem:
treinamento em sedação, fornecido pelo
hospital. Para maior segurança, em algumas • Eletrocardiograma;
instituições a prescrição da medicação propofol
é restrita para médicos anestesiologistas. • Pressão arterial não invasiva;
O médico que realiza o procedimento
terapêutico e ou diagnóstico não pode • Oximetria de pulso.
encarregar-se simultaneamente da
administração de sedação e monitorização do O registro das variáveis obtidas por meio dos
paciente. monitores deve ser feito antes do início da
A avaliação clínica é obrigatória em todos sedação, e em intervalos de 30 minutos e ao
os pacientes, bem como a verificação de final do procedimento.
doenças pregressas, medicamentos utilizados, Todo paciente após a sedação deverá ser
antecedentes alérgicos, confirmação do tempo submetido à recuperação anestésica, onde
de jejum e experiências adversas ocorridas a monitoração deve ser registrada a cada 15
com anestesias. O registro da avaliação é minutos a assistência médica e de enfermagem
fundamental e deve ser realizado em impresso deverá estar presente.
de evolução médica. São recomendados os seguintes critérios para
Os pacientes que apresentam problemas alta:
clínicos significativos (doença sistêmica
grave, obesidade mórbida, apneia do sono • Orientação temporo-espacial;
e anormalidades de vias aéreas) e que
necessitem de sedação moderada deverão ser • Estabilidade dos sinais vitais há pelo menos
avaliados por Anestesiologista. 60 minutos;

O Termo de Consentimento Informado • Ausência de náuseas e vômitos;


será aplicado a todo paciente submetido a
procedimento eletivo com sedação, após • Ausência de dificuldade respiratória;
orientação do paciente e/ou acompanhante.
Em todos os locais onde serão realizados • Capacidade de ingerir líquidos;
procedimentos de sedação devem estar
disponibilizados e acessíveis: • Capacidade de locomoção;

• Fonte de oxigênio e sistema de aspiração; • Sangramento ausente / mínimo;

• Acessórios e dispositivos para manuseio de • Ausência de dor;


vias aéreas;
• Ausência de retenção urinária.
• Monitores Multiparâmetros.
A recuperação anestésica é registrada em
O paciente submetido à sedação moderada impresso específico e a alta deverá ser
deve ter o nível de consciência e ventilação registrada pelo médico e validada pela
frequentemente avaliado, observando enfermeira.
se ocorre sedação profunda, neste caso
o Anestesiologista dever ser chamado
imediatamente.

52 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Conclusão
O conceito de cirurgia segura envolve medidas • Identificação correta do paciente e presença
adotadas para redução do risco de eventos de toda equipe cirúrgica;
adversos que podem acontecer antes, durante
e depois das cirurgias. Eventos adversos • Confirmação do procedimento a ser realizado
cirúrgicos são incidentes que resultam em dano e planejamento de acesso respiratório e da
ao paciente. necessidade de transfusão de sangue;
A Organização Mundial de Saúde (OMS)
estabeleceu um programa para garantir • Posicionamento correto do paciente na mesa
a segurança em cirurgias que consiste na cirúrgica;
verificação de itens essenciais do processo
cirúrgico. O objetivo é garantir que o • Confirmação do lado a ser operado;
procedimento seja realizado conforme o
planejado, atendendo aos cinco certos: • Disponibilidade de equipamentos e materiais
necessários para a cirurgia;
• Paciente;
• Encaminhamento de materiais para exames
• Procedimento; diagnósticos;

• Lateralidade (lado a ser operado, quando • Equipamentos.


aplicável);
Os hospitais da Anahp trabalham com
• Posicionamento; protocolos definidos, que contam com o
envolvimento de toda equipe multiprofissional e
• Equipamentos. os resultados deste programa são monitorados
através dos indicadores de Aderência ao
Além da demarcação de lateralidade, também Protocolo de Cirurgia Segura. A prática
é realizada a checagem de segurança, Checklist deste protocolo evita erros, sendo este um
cirúrgico ou Time Out, que é um conjunto de dos principais focos, em consonância com o
ações realizadas nas diversas fases que envolve programa Cirurgia Segura da Organização
o procedimento cirúrgico, desde o agendamento Mundial da Saúde (OMS) e Agência Nacional de
até o pós-operatório. Essas ações incluem: Vigilância Sanitária (Anvisa).

Associação Nacional de Hospitais Privados 53


Gerenciamento
de Medicamentos

54 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Os erros relacionados a medicamentos de melhorias em cada estágio do processo,
correspondem a 30% dos eventos adversos incluindo a prescrição, a dispensação, a
em hospitais. Na atenção primária, de administração e o monitoramento do uso.
acordo com o Ministério da Saúde (MS), eles A maior parte dos danos advém de falhas
estão entre as principais causas de danos nos sistemas na maneira como o cuidado
associados à assistência em todo o mundo. é organizado e coordenado. Uma cultura
Embora diversas intervenções já tenham sido organizacional que mantém rotineiramente as
desenvolvidas para redução desta ocorrência melhores práticas e que evita a culpa quando
faz-se necessária a articulação de ações os erros são cometidos é o melhor ambiente
globais para se obter melhores resultados. para cuidados seguros.
Devido a importância destes eventos, em 2013, O gerenciamento de medicamentos em
foi instituído no Brasil o Programa Nacional de uma unidade hospitalar é composto por
Segurança do Paciente e com ele foi publicado uma cadeia de atividades, que tem o
um protocolo específico para a prevenção de objetivo de promover maior segurança
erros de medicação relacionados à prescrição, possível aos processos assistenciais, sendo
uso e administração de medicamentos. distribuídos nas diversas áreas, com a
O assunto também é tema de preocupação presteza e pontualidade necessária em
da Organização Mundial da Saúde (OMS), que todas as etapas, desde a prescrição médica
em março de 2017 lançou o desafio global até a administração ao paciente. O ciclo do
pelo uso seguro de medicamentos. Segundo a medicamento é bastante complexo e varia
OMS, mais de 50% de todos os medicamentos de um hospital para o outro. Desta forma,
são incorretamente prescritos, dispensados e todas as ações devem estar focadas no
administrados e mais da metade dos pacientes perfil epidemiológico da instituição e requer
que os utilizam o fazem incorretamente. Ainda políticas institucionais efetivas para que as
de acordo com a OMS, o uso adequado de necessidades e características individuais de
medicamentos acontece quando os pacientes cada paciente sejam atendidas, garantindo
recebem os medicamentos apropriados à sua o uso adequado e o cuidado relacionado
condição de saúde, em doses adequadas às aos riscos inerentes aos medicamentos.
suas necessidades individuais, por um período Um mau gerenciamento acarreta sérios
de tempo adequado e ao menor custo possível problemas como o aumento da morbidade
para eles e sua comunidade. e mortalidade, além da elevação dos
O desafio convoca os países a tomarem custos diretos e indiretos. Desta forma, as
medidas prioritárias para abordar os seguintes instituições de saúde devem organizar seus
fatores: medicamentos com alto risco de dano; processos e mensurá-los para implantar
uso de múltiplos medicamentos e transições melhoria contínua, almejando a efetividade
de cuidados. A iniciativa visa à promoção deste ciclo.

Fluxo de medicamentos
O fluxo de medicamentos envolve um conjunto com autonomia para promover as condições
de atividades que abrange desde a seleção, necessárias para aprimorar a utilização dos
aquisição, armazenamento, distribuição, até a medicamentos. Devem ser criados critérios
administração, que devem estar conectadas para a seleção de fornecedores e avaliação das
e organizadas para garantir o atendimento boas práticas de fabricação, de armazenamento
seguro ao paciente. e distribuição. A Comissão deve orientar a
O processo se inicia com a seleção dos utilização da Denominação Comum Brasileira
medicamentos, que é realizada através da (DCB) e na sua ausência a denominação
padronização dos medicamentos de uso comum internacional; identificação do
rotineiro na instituição e deve ser elaborada medicamento reembalado ou unitarizado;
mediante a análise crítica da qualidade e do etiquetação diferenciada para identificação dos
custo, de forma a garantir o seu uso racional. medicamentos de alta vigilância, medicamentos
Assim, é importante que o estabelecimento de de tempo crítico de administração, termolábeis
saúde mantenha as Comissões de Padronização e de controle especial, de acordo com a
e de Farmácia e Terapêutica atuantes e Portaria 344 de 1998.
formadas por uma equipe multidisciplinar, A etapa de aquisição disponibiliza à equipe

Associação Nacional de Hospitais Privados 55


de saúde os medicamentos previamente da farmácia e o lançamento na conta do
selecionados, com qualidade adequada, nas paciente.
quantidades necessárias, em tempo hábil e A preparação e administração de
envolve a programação, gestão da demanda, medicamentos devem ser realizadas em
qualificação do fornecedor, cadastro, cotação, ambiente adequado, por uma equipe de
compra, feedback com clientes internos, enfermagem qualificada e sob a supervisão
garantia de entrega, follow-up, avaliação de de um enfermeiro. Este processo é crítico
fornecedores e gerenciamento dos custos. e não deve ser alvo de interrupções que
Outra atividade importante do fluxo de possam ocasionar erros, portanto é necessário
medicamentos é o armazenamento. Nesta conhecimento adequado das técnicas
etapa deve constar o controle ambiental fundamentais, das características dos
adequado em relação à temperatura, luz, medicamentos e atenção do profissional ao
umidade, sanitização, ventilação e segregação. executar a tarefa. A etapa de administração
Estes itens de segurança devem ser de medicamentos é a última barreira para
mantidos em todos os lugares da instituição evitar um erro de medicação, aumentando
onde há estoque de medicamentos. Este a responsabilidade do profissional que
processo envolve o recebimento do produto, administra os medicamentos. Dos erros
conferência, registro no sistema, revisão da ocorridos durante o processo de uso de
validade, distribuição, análise de consumo medicamentos, 39% ocorrem na prescrição,
e reposição de estoque. Os medicamentos 12% na transcrição e 36% na administração.
deverão ser armazenados em área de acesso Um sistema informatizado neste processo
restrito, observando características estruturais permite a preparação e a checagem à beira
e ambientais que garantam a qualidade do do leito, realizando a leitura do código
produto, seguindo o princípio de que o de de barra da pulseira do paciente e dos
menor validade deve ser estocado à frente medicamentos. Esta ação também confirma
e identificado para ser dispensado primeiro. o lote e grava o nome do profissional que
Os parâmetros de temperatura devem ser realizou o procedimento em tempo real. O
registrados e monitorizados continuamente. sistema confere a prescrição com o que foi
Deve-se ter um sistema de gerenciamento dispensado e ao encontrar irregularidades
de medicamentos vencidos, que garanta que emite uma mensagem de alerta de que o
não sejam disponibilizados para o uso, após a medicamento não pertence ao paciente, que
expiração da sua data de validade. a hora de administração não está correta ou
A etapa de distribuição de medicamentos que a dose do medicamento registrado é
compreende a unitarização, etiquetagem, diferente do prescrito pelo médico. Em casos
acondicionamento em embalagens de emergências e medicamentos fracionados,
individualizadas e identificadas, distribuição, o sistema possibilita a rastreabilidade e o
controle de consumo, adequação de estoque, faturamento na conta do paciente.
gerenciamento da demanda e dos custos Quanto à devolução dos medicamentos
relacionados. não utilizados, estes devem ser entregues à
A dispensação dos medicamentos deve ser farmácia com leitura da etiqueta, retirada da
realizada cumprindo a prescrição médica. conta do paciente e estornada ao estoque.
Neste processo, é importante utilizar um A implementação de um fluxo de
sistema informatizado capaz de fazer a medicamentos eficiente previne a
dispensação pela leitura do código de barras descontinuidade no abastecimento, aquisições
do medicamento, confrontando dados desnecessárias, reduz o estoque e perdas,
da prescrição com o medicamento lido e racionaliza a distribuição evitando desvios,
sinalizando erros, quando houver, permitindo disponibiliza medicamentos selecionados com
assim registros automáticos do lote do qualidade e contribui para uma administração
medicamento dispensado, baixa do estoque de medicamentos mais segura.

Atenção à prescrição médica


A avaliação da prescrição médica visa os membros da equipe multidisciplinar. As
garantir o uso correto dos medicamentos prescrições médicas devem ser analisadas,
e representa um elo de comunicação entre quanto à compatibilidade, possibilidades de

56 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


reações adversas, estabilidade, posologia, achados deve ser estabelecido, sempre
via de administração, frequência, interações que possível, contato com o médico
medicamentosas e alimentares, diluição, prescritor para alinhamento do processo de
tempo de infusão, duplicidade medicamentosa intervenção e ações corretivas. Demonstrar
ou terapêutica, além da avaliação da os resultados deste processo ao corpo
necessidade de profilaxias, durante a diretivo e clínico do hospital, através de
internação e da adequação aos protocolos indicadores, é um importante passo para
clínicos estabelecidos. garantir o reconhecimento da importância da
As prescrições devem ser analisadas, metodologia e manter os recursos necessários
correlacionando as informações dos prontuários, para a sua expansão.
através do histórico de saúde, idade, hipótese É necessária uma política de prescrição médica
diagnóstica, comorbidades, sinais vitais, registro bem delineada dentro de cada instituição,
de uso contínuo de medicamentos, alergias, além de rotinas definidas, que devem ser
evoluções e exames laboratoriais. rigorosamente seguidas pelos profissionais,
A partir das análises e do registro dos envolvidas na assistência ao paciente.

Conciliação Medicamentosa
Segundo a OMS, a segurança do paciente admissão do paciente é uma ferramenta-chave
corresponde à redução ao mínimo aceitável na prevenção de eventos adversos.
do risco de dano, associado ao cuidado a A conciliação medicamentosa é descrita
saúde. Mais de 50% dos erros de medicação como um processo para obtenção de uma
ocorrem quando os pacientes recebem alta lista completa, precisa e atualizada dos
hospitalar ou são transferidos entre unidades, medicamentos que cada paciente utiliza
demonstrando que os pontos de transição são em domicílio (incluindo nome, indicação,
vulneráveis para a ocorrência destes eventos. dosagem, frequência, via de administração,
O histórico de medicação acurado e completo horário da última administração), comparada
deve ser obtido no momento da admissão, com as prescrições médicas feitas na
com o objetivo de aumentar sua segurança. admissão, transferência, consulta ambulatorial
Até 27% de todos os erros de prescrição e alta hospitalar. Essa lista é usada para
podem ser relacionados ao histórico de aperfeiçoar a utilização dos medicamentos
medicação incompleto, dando origem a em todos os pontos de transição do cuidado
discrepâncias entre os medicamentos usados e tem como principal objetivo diminuir a
anteriormente à admissão e aqueles usados ocorrência de erros de medicação, quando o
durante o internamento. Segundo estudos paciente muda de nível de assistência à saúde.
internacionais, 60 a 70% desses históricos Para a implantação da conciliação
apresentam pelo menos um erro, e 59% medicamentosa são necessárias as seguintes
do total de erros têm significância clínica. etapas: formação da equipe multidisciplinar,
A coleta de um histórico de medicação entrevista com o paciente e familiares,
acurada, no momento da admissão do elaboração da lista de medicamentos
paciente, é importante para a garantia da utilizados pelo paciente em casa, avaliação da
segurança do paciente. prescrição médica, conciliação, intervenção
Estudos mostram que a realização da farmacêutica e compartilhamento de dados da
conciliação medicamentosa no momento da avaliação com a equipe multidisciplinar.

Vias de administração
Hipodermóclise
A hipodermóclise é a infusão de fluídos e fármacos cuidados paliativos, principalmente para tratar
no tecido subcutâneo para fins terapêuticos a desidratação e os distúrbios hidroeletrolíticos,
não emergências. As principais indicações de situações bastante comuns em pacientes idosos e
hipodermóclise são em pacientes crônicos e em de longa permanência.

Associação Nacional de Hospitais Privados 57


São vantagens desta via de administração: o alto Alguns medicamentos também interagem com a
índice de absorção, baixo custo, maior conforto e nutrição enteral, comprometendo sua absorção
ausência de risco de formação de coágulos. Entre no trato gastrointestinal e causar efeito subtera-
as desvantagens pode-se citar a limitação na pêutico. Uma pausa por determinado período na
administração de eletrólitos, edema e possibilidade administração da nutrição enteral ou adequação
de reação local. O sucesso da técnica depende das da dose do medicamento podem evitar inte-
condições clínicas do paciente, do local da punção, rações em alguns casos. Pode haver interação
do tipo de fármaco e do volume infundido. direta de medicamentos com proteínas ou fibras,
É indicada a utilização de diferentes locais de portanto, é importante considerar a composição
punção, com rodízio a cada sete dias e troca do da dieta na terapia administrada via sonda enteral.
cateter a cada 72 horas. Os medicamentos mais Medicamentos que apresentam grânulos revesti-
utilizados são os opióides, os antieméticos e os dos (pellets), cujo objetivo é proteger o fármaco
anticolinérgicos. Leia mais informações no capítulo passível de inativação, em meio ácido estomacal
Cuidados Paliativos. e fotossensível, podem apresentar um maior grau
de incompatibilidade. Para tais casos, podem-se
adotar formas alternativas de preparo, como, por
exemplo, preparo de fórmula magistral, solubi-
Via Sonda lização em solução de bicarbonato de sódio ou
sucos ácidos. Muitas vezes, a administração por
Medicamentos orais são prescritos e administra- via parenteral ou seleção de alternativa terapêuti-
dos frequentemente via sonda enteral e ostomias. ca com a qual a nutrição enteral não interaja são
Tais vias de administração, apesar de serem mais as melhores opções. Os comprimidos citostáticos
seguras do que as parenterais e com custo mais e sublinguais não devem ser triturados, portanto
reduzido, apresentam importante potencial para o recomenda-se optar por outra forma farmacêuti-
desenvolvimento de eventos adversos, visto que ca. Alguns estudos demostram que medicamen-
as formas farmacêuticas orais não foram desen- tos oncológicos orais, dependendo do caso do
volvidas para serem administradas por essas vias. paciente, podem ser administrados via sonda,
Pode-se citar como exemplos: toxicidade medica- porém ainda é necessário mais estudos para defi-
mentosa, erros de medicação, efeito subterapêuti- nição de conduta.
co e obstrução da sonda. A incompatibilidade farmacêutica pode ser obser-
Formas farmacêuticas como comprimidos de vada também quando há preparação conjunta de
liberação entérica ou comprimidos de liberação dois ou mais medicamentos, como na trituração
prolongada, por exemplo, são incompatíveis e/ou na administração sequencial sem lavagem da
com as técnicas de trituração ou dispersão para sonda. Outro fator é a acidez elevada, que pode
administração via sonda. O processo de trituração provocar a precipitação da nutrição enteral e,
de comprimidos de liberação entérica destrói seu consequentemente, obstrução da sonda.
revestimento, cujo objetivo é proteger o fármaco As práticas seguras recomendadas são: avaliar
do ácido gástrico. No entanto, comprimidos de li- a compatibilidade da forma farmacêutica com a
beração prolongada podem promover a liberação forma de preparo e administração; não triturar
lenta e prolongada do fármaco no trato gastroin- comprimidos de liberação prolongada; utilizar
testinal. A trituração causa a liberação imediata etiquetas de alerta para identificação de sólidos
e rápida do fármaco, podendo resultar em efeito orais não trituráveis; realizar educação perma-
tóxico com danos potencialmente graves, bem nente dos profissionais responsáveis pela prescri-
como a obstrução das sondas pelo revestimento ção, preparo e administração de medicamentos
presente nestes comprimidos. via sonda.

Interação Medicamentosa
Quando dois ou mais medicamentos são As interações indesejáveis são as que
usados em associação podem interagir entre determinam redução do efeito ou resultado
si, com aumento ou diminuição do efeito contrário ao esperado, aumento na
terapêutico ou tóxico de um deles ou de incidência e na gama de efeitos adversos
ambos. Em algumas situações, a interação e no custo da terapia, sem incremento no
pode ser até benéfica, o que justifica a benefício terapêutico. Muitos programas
coprescrição deliberada. informatizados têm sido desenvolvidos

58 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


como uma importante ferramenta na desordens gastrointestinais podem responder
revisão de prescrições médicas, auxiliando a determinados medicamentos de maneira
o farmacêutico em controlar e avaliar os diversa dos pacientes sem estas afecções.
medicamentos prescritos, além daqueles que
os pacientes trazem consigo e não estão • Função renal, cuja diminuição da velocidade
prescritos. de filtração glomerular pode resultar em níveis
A incidência das interações medicamentosas aumentados no soro que, além dos efeitos
oscila entre 3% e 5% para pacientes em uso tóxicos, aumentam possibilidade de interações
de várias medicações, aumentando para indesejáveis.
20% ou mais, em doentes usando de 10 a 20
drogas. As interações reais são aquelas que • Função hepática, na qual uma diminuição
podem ser comprovadas a partir de sinais e desta função pode resultar numa
sintomas do paciente e também por testes metabolização insuficiente dos
laboratoriais que atestem a redução ou medicamentos, com alteração de seus
aumento dos fármacos associado, em fluidos níveis séricos e aumento da possibilidade de
biológicos. As interações potenciais referem- interação.
se àquelas que indicam a possibilidade de
um fármaco alterar os efeitos de outro, • Níveis séricos de proteínas, quando a
quando administrados concomitantemente. hipoalbuminemia aumenta a gravidade de
Os efeitos são considerados de gravidade interação de drogas cuja eliminação envolve a
menor, quando são toleráveis, e a conjugação proteica.
intervenção médica é desnecessária. A
criticidade é considerada moderada, quando • pH urinário, o qual pode afetar, pela
a intervenção médica é necessária para ionização, a excreção de drogas que se
tratar os efeitos e grave, quando os efeitos constituam em ácidos ou bases fracas.
podem acarretar morte, lesão permanente
ou fracasso terapêutico. • Ingestão de alimentos, que pode alterar
Os mecanismos pelos quais se dão as a absorção gastrintestinal de muitos
interações são muito complexos, muitos medicamentos.
deles ainda desconhecidos ou mal
estudados. De um modo geral, podem ser • Poluição ambiental, cuja ação de
divididos em três grandes grupos: determinados medicamentos pode ser
afetada pela qualidade do ar inspirado.

• Constituição genética: pode, pela alteração


Fatores ligados ao dos mecanismos de eliminação das drogas,
medicamento aumentar a incidência de efeitos colaterais e a
possibilidade de interação.
• Interações farmacocinéticas, quando
um medicamento pode afetar a absorção, • Idade: pacientes idosos e recém-nascidos
distribuição, metabolismo ou excreção de são mais sujeitos a reações de interação.
outro medicamento.

• Interações farmacológicas, quando os Fatores ligados à


medicamentos podem ter efeitos aditivos, administração
sinérgicos ou antagônicos.
• Sequência, quando a ordem em que os
• Outros: reações que não podem ser medicamentos são dados pode influir na
encaixadas em nenhum dos mecanismos interação.
acima, como, por exemplo, a influência no
pH urinário. • Via de administração, nas quais algumas
interações só são possíveis, quando os
dois medicamentos são usados por via
Fatores ligados ao paciente oral. Outras são mais graves, quando uma
ou ambas as drogas são utilizadas por via
• Estados patológicos, tais como parenteral.
pacientes com diabetes, hipotireoidismo
ou hipertireoidismo, alcoólatras e diversas • Tempo de administração, no qual o

Associação Nacional de Hospitais Privados 59


intervalo curto entre a administração de • Posologia, nas quais as reações de interação
uma droga ou outra pode aumentar a são dose-dependentes, isto é, quanto maior
possibilidade de interação. a dose, maior a possibilidade de interação.

• Tempo total de tratamento. Quando as • Apresentação, quando a forma de


reações de interação só aparecem depois apresentação do medicamento (líquido,
de algum tempo de tratamento. comprimidos, drágeas, etc.) pode influir na
possibilidade de interação.

Medicamentos Quimioterápicos:
Cuidados com a prescrição, manipulação
e administração
A quimioterapia antineoplásica é uma das • Esquema terapêutico prescrito;
terapias mais utilizadas no tratamento do
câncer, de forma isolada ou em combinação • Número do ciclo, dia do ciclo e intervalo
com outras modalidades de tratamento. Os entre os ciclos;
medicamentos antineoplásicos possuem janela
terapêutica estreita, razão pela qual o menor • Dose máxima diária e dose acumulada;
erro na prescrição ou manipulação pode
causar sérios danos ao paciente. No processo • Checar os diluentes, verificando se há
de quimioterapia todas as fases devem incompatibilidade físico-química;
ser muito bem observadas, pois existem
diversas etapas em que estes erros podem • Uso apropriado de antieméticos, anti-
ocorrer. Portanto é necessário estabelecer histamínicos, esteroides, diuréticos e
estratégias seguras, desde a prescrição até a hidratação;
administração destes medicamentos. Desta
forma torna necessária a criação de uma • Interações medicamentosas;
cultura voltada para o compartilhamento
da responsabilidade e o aprimoramento de • Via de administração.
políticas e normas institucionais, elaboradas a
partir de uma equipe interdisciplinar, a fim de
melhorar a segurança no processo.
Cuidados na Manipulação
Em todas as etapas de manipulação devem
Cuidados na Prescrição existir procedimentos capazes de garantir
Médica a utilização de materiais corretos para o
fracionamento e acondicionamento, o cálculo
É necessário ter protocolos predefinidos adequado de doses e volumes, além de registro
e preferencialmente informatizados, a fim de todos os produtos utilizados com dados
de que haja uniformidade nas condutas e sobre lote e fabricante.
procedimentos. A definição dos protocolos deve O profissional responsável pela manipulação
se basear no perfil epidemiológico da instituição de agentes quimioterápicos deve estar
e atender às patologias mais prevalentes. qualificado e treinado tanto para o manuseio
O farmacêutico deve realizar avaliação da de substâncias perigosas, quanto para a
prescrição médica antes do preparo, para manutenção da técnica asséptica. Antes da
garantir a segurança, a provisão, o acesso e a manipulação, todos os cálculos e rótulos
qualidade dos medicamentos aos pacientes em para identificação da preparação devem
terapia oncológica, verificando: ser realizados. Os rótulos devem conter
nome do paciente, esquema, medicamentos,
• Peso, altura, idade e/ou superfície corpórea dosagem, forma de administração, data e
do paciente; hora da manipulação, prazo de validade

60 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


de forma a garantir a integridade, prevenir
derramamentos e consequente contaminação
ambiental. É necessária a utilização de
equipamentos de proteção individual no
momento da manipulação e a disponibilidade de
equipamentos de proteção coletiva (lava olhos)
no ambiente de preparação, além do kit de
contenção em caso de derramamento.
A manipulação deve ser realizada em cabine de
segurança biológica Classe II B2, com sistema
de filtro, fluxo laminar e exaustão de preferência
externa. A superfície de trabalho deve ser
coberta com material absorvente para reduzir o • Verificar a condição clínica do paciente,
potencial de dispersão de gotículas e protegê-la através de exames laboratoriais, e qualquer
de extravasamentos, além de facilitar a limpeza. alteração consultar o médico responsável;
Na verificação final do produto preparado deve
refazer o cálculo de todas as doses e volumes • Verificar se há histórico do paciente de
fracionados e fazer uma inspeção visual do alergias ao quimioterápico;
produto final (partículas, perfuração na bolsa,
vazamentos e precipitação). • Analisar os registros de tratamento do
É necessário procedimento operacional escrito paciente e se houve intervalo de tempo
para todas as etapas do processo de preparação adequado desde o último tratamento;
e ficha técnica sobre cada produto a fim de identificação de toxicidade relacionada ao
garantir o fácil acesso às informações sobre o tratamento;
medicamento. Deve-se assegurar que o prazo
de validade seja baseado em informações da • Analisar as prescrições para confirmar se
estabilidade físico-química dos medicamentos. há medicamentos de suporte (antieméticos,
Além disso, garantir um destino seguro para os hidratação e protetores);
resíduos de antineoplásicos, inclusive recipientes
específicos para o descarte de materiais • Comparar os rótulos dos quimioterápicos
utilizados na preparação e administração do que foram diluídos com as prescrições e o
quimioterápico. protocolo proposto para o paciente; verificar
se há sequência específica prescrita;

• Verificar a identificação do quimioterápico,


Cuidados na Administração dose, volume, via de administração, data de
início e término, aparência, integridade física
Os enfermeiros devem ser habilitados para atuar da droga e assinatura de outros profissionais
nesta área de medicamentos quimioterápicos, nas etapas anteriores.
tendo conhecimento sobre farmacocinética da
droga e protocolos terapêuticos institucionais. No momento de administrar um
Os profissionais responsáveis pela administração quimioterápico o enfermeiro deve efetuar os
destes medicamentos devem seguir procedimentos que se seguem:
recomendações específicas para cada etapa
da administração, como seleção da veia e sua • Conferir a identificação do paciente
manutenção, verificação periódica do retorno na pulseira com os dados do rótulo do
venoso, ordem de administração dos citostáticos, quimioterápico;
lavagem da veia e retirada da venopunção.
Deve haver procedimentos inclusive para o • Monitorar o paciente a fim de
tratamento do extravasamento. Os enfermeiros evitar incidentes, tais como reação de
também são responsáveis pelo registro em hipersensibilidade, extravasamento de
prontuário de quaisquer intercorrências quimioterapia vesicante e infiltração.
identificadas pelos profissionais de saúde
ou relatadas pelo paciente, além de fornecer Após a administração do quimioterápico
orientações ao paciente. o enfermeiro deve fornecer orientação
Antes de administrar um quimioterápico pós-quimioterapia ao paciente, incluindo
o enfermeiro deve realizar os seguintes autocuidado e monitoramento das reações
procedimentos: adversas aos medicamentos.

Associação Nacional de Hospitais Privados 61


Medicamentos Vesicantes
Medicamentos vesicantes são substâncias palpável ao longo da veia e diminuição da
que ao contato com a pele ou mucosa podem velocidade de infusão.
causar irritações e bolhas cutâneas. A flebite A flebite química pode ser causada por
é uma inflamação na veia onde as células medicamentos ou soluções irritantes e
endoteliais da parede venosa tornam-se vesicantes (pH <4 ou >11), ou ainda por
inflamadas e ásperas, permitindo aderência medicamentos diluídos inapropriadamente,
de plaquetas e predispondo a veia à flebite. infusão muito rápida e presença de pequenas
O local fica sensível ao toque e pode ficar partículas na solução. Para evitar eventos de
dolorido. Ao primeiro sinal de vermelhidão flebite química faz-se necessário atentar à
ou queixa de sensibilidade, o local de punção prescrição médica em relação à osmolaridade,
deve ser checado. Os principais sinais e pH, incompatibilidade entre drogas e tempo
sintomas são a dor no local da punção, de infusão dos medicamentos, além de
eritema, edema, calor local, cordão fibroso observar a presença de sinais flogísticos.

62 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Conclusão
A OMS considera que o uso seguro de pacientes. A conciliação medicamentosa
medicamentos é uma questão complexa para nos momentos da admissão, transferência
a segurança do paciente e por isso pretende e alta hospitalar diminui erros relacionados
sensibilizar e incentivar o empenho de líderes, a medicamentos de uso contínuo pelo
representantes políticos e ministros da Saúde paciente. É imprescindível a implantação
dos países membros para a redução de danos de processos e de protocolos pré-definidos
associados ao uso de medicamentos. e, preferencialmente informatizados, para
O gerenciamento do uso de medicamentos permitir a uniformidade nas condutas e
em uma instituição de saúde se faz necessário procedimentos, garantindo a segurança dos
para assegurar a qualidade do cuidado aos pacientes e dos profissionais envolvidos.

Associação Nacional de Hospitais Privados 63


Educação de
pacientes e familiares

64 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Nos serviços de Saúde evidencia-se com implementação de um plano de educação
frequência situações em que a instituição voltado ao preparo do cuidador contendo
e seus profissionais são confrontados com demonstrações teóricas e práticas por
realidades muito distintas e complexas parte dos profissionais e acompanhamento
relacionadas ao processo de assistência ao constante da equipe multidisciplinar para
paciente, necessitando de ações integradas garantir a correta realização e entendimento
da equipe multiprofissional com foco nas do processo por parte do cuidador ou
necessidades emocionais e físicas do paciente. Para subsidiar este processo, os
paciente e familiar, bem como fortalecer o profissionais precisam estar capacitados,
conhecimento sobre a promoção da saúde assim um programa de Educação Permanente
ou processo de doença. Para minimizar os com foco nos procedimentos e satisfação
impactos e riscos oriundos dessas condições do cliente, além da atualização técnica e
faz-se necessário a implantação de um projeto comportamental, deve ser estabelecido
educativo sistemático, visando a integração e estimulado pelas instituições de saúde,
dos profissionais envolvidos na assistência ao otimizando o tempo de aprendizado e
paciente, familiares e o próprio paciente. reduzindo os riscos assistenciais.
A educação de pacientes, familiares e/ Como forma de otimizar o processo de
ou acompanhantes tem como propósito aprendizagem é comum contarmos com
assegurar a continuidade do cuidado, a disponibilização de folhetos e cartilhas
promover adesão aos planos de tratamento, ilustradas contextualizando a situação do
envolver ativamente a participação no cuidado paciente, principais cuidados e a forma de
visando uma assistência livre de riscos. realizar as ações propostas, e com o avanço da
O desafio dos hospitais na educação de tecnologia podemos contar com a utilização
pacientes, familiares e/ou acompanhantes tem de mídias digitais para facilitar o entendimento
início na compreensão sobre as diferenças e visualização das informações, essa nova
entre os pacientes pela idade, cultura, etnia, condição proporciona maior alcance do
religião e também por possuírem estilos conhecimento e facilita a promoção da saúde
diferentes de aprendizagem. em ambientes como sala de estar, intervalos
Desta forma faz-se necessário a comerciais e redes sociais.

Como preparar o colaborador para ser um


educador do paciente e seus familiares
A educação em saúde é de substancial dos sujeitos envolvidos e mútua colaboração.
importância para uma prestação de cuidados A atuação tem como propósito a preparação
com segurança, uma vez que ela pode dos profissionais e/ou indivíduo para o
determinar como o indivíduo e familiares são autocuidado, constituindo um facilitador nas
capazes de ter comportamentos distintos em tomadas de decisões, com o objetivo de que
relação ao autocuidado. Esta é uma reflexão entendam o seu papel educador.
desenvolvida pela equipe multiprofissional Como educadores é importante compreender
como uma necessidade social que se impõe a importância do ensino claro e objetivo
no momento histórico em que vivemos, para o bom desenvolvimento do processo
reforça a adoção de novos paradigmas na educacional. Dentre eles podemos citar
formação dos profissionais, para que não as metas internacionais de segurança do
seja valorizado apenas o aspecto tecnicista, paciente: identificação correta do paciente;
mas sim o cuidado em saúde em seu sentido melhorar a comunicação entre os profissionais
mais amplo, por meio do relacionamento da saúde; melhorar a segurança no uso e na
com o outro ser e com o mundo. administração dos medicamentos; critérios
O setor ou equipe responsável pela educação para garantir uma cirurgia segura; a frequência
institucional deve atuar no processo de da higienização das mãos para evitar
qualificação dos trabalhadores de saúde e infecções; e a redução do risco de quedas
em suas diferentes atividades como parte e lesões por pressão. Os educadores são
integrante do processo de cuidar. O processo capacitados para que a qualidade de vida e o
educativo envolve respeito à individualidade bem-estar dos pacientes seja integral.

Associação Nacional de Hospitais Privados 65


Os profissionais recém-admitidos, supervisão imediata, recomendando ou não o
principalmente os que não possuem profissional e sugerindo as áreas em que ele
experiência profissional, relatam medo precisa ser melhor acompanhado e se possível
e ansiedade em serem destinados aos passar por novo treinamento.
setores onde executarão as atividades sem Após o processo de capacitação pela
acompanhamento ou capacitação prévia, Educação Permanente o colaborador
sendo assim, o profissional atualizado e é encaminhado para o setor onde
capacitado para suas atividades é capaz desempenhará suas atividades e onde será
de transmitir segurança para o paciente e recebido pelo responsável da área. Nesse
seus familiares. Ele é um importante aliado momento o recém-admitido é apresentado
no processo de educação dos indivíduos ao setor e ao profissional que o ajudará
em tratamento na instituição, isso vale nesse processo de transição, normalmente
principalmente para os profissionais de chamados de “Padrinhos/Madrinhas ou
Enfermagem que estão mais próximos da Referência”, que são os colaboradores mais
rotina diária dos pacientes e familiares e experientes e que fornecem informações e
que constantemente são questionados ou acompanham a execução das atividades e
solicitados a disponibilizar orientações a procedimentos, além disso ajudarão a integrar
respeito de determinado tratamento ou o colaborador à unidade ao apresentar os
procedimento. demais colegas de trabalho e rotinas. A
A ambientalização e capacitação do efetivo instituição deve estipular um tempo mínimo
deve iniciar-se no momento da admissão do e máximo para essa atividade, sendo que ao
colaborador à instituição, um cronograma final é interessante que haja uma avaliação
deve ser formalizado para que diversas áreas do colaborador pelo responsável do setor.
estratégicas se apresentem e façam uma Recomenda-se que o colaborador seja
orientação direcionada ao colaborador, esse mantido na escala ou horário de trabalho
momento é oportuno para apresentar as juntamente com o profissional que o
políticas da instituição, benefícios e regras de acompanhou para não perder as referências
trabalho como o código de conduta, regras de estabelecidas até que esteja melhor integrado
segurança do trabalho, processos de unidades aos processos e demais profissionais de
de apoio, entre outras. outras escalas.
Na sequência o colaborador deve ser Para manter o desenvolvimento técnico e
encaminhado ao setor ou equipe responsável comportamental do colaborador, deve ser
pelo processo de capacitação técnica e realizado anualmente um levantamento
comportamental do profissional recém- de necessidade de treinamento pelos
admitido, na grade de treinamentos deve responsáveis das áreas junto ao serviço de
estar contemplada uma carga horária Capacitação e (RH) e então estabelecer
mínima e devem ser abordadas as principais um cronograma mensal para capacitação
teorias e técnicas utilizadas, propiciando a dos profissionais que já estão em atividade
complementação da educação fornecida na instituição. É importante que o Núcleo
nas instituições de ensino e adequando aos de Segurança do Paciente e Serviço de
procedimentos utilizados na instituição. Nesse Controle de Infecção Hospitalar atuem
momento, o profissional terá a oportunidade disponibilizando os principais eventos
de realizar uma revisão de conteúdos adversos e infecções adquiridas na instituição
e fortalecer a prática com profissionais para que o cronograma contemple ações
experientes, uma vez que é interessante corretivas e preventivas para essas condições.
que ao final da capacitação os instrutores O cronograma estabelecido deve ficar
juntamente com os capacitados dirijam-se às disponível para as equipes e diante de alguma
áreas de atuação para desenvolver as práticas alteração deve ser comunicado previamente.
e relacionarem com os pacientes. Outra ação é acompanhar se as áreas estão
Toda essa preparação proporciona ao encaminhando os colaboradores conforme a
colaborador segurança e conhecimento para programação estabelecida.
executar suas atividades, orientar os familiares Além da teoria alguns treinamentos
e pacientes a respeito do tratamento e necessitam abordagem prática e essa
cuidados implementados. Essa capacitação deve ser realizada com segurança, no qual
será extremamente importante para o o instrutor deve permanecer ao lado do
processo de preparação do cuidado. A equipe profissional propiciando orientação e auxílio
responsável pela capacitação deve auxiliar quando necessário, além disso, a utilização
a avaliação do colaborador em relação à de videoaulas tem contribuído para a melhor

66 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


absorção de conteúdo e acesso à informação,
uma vez que podem ser acessadas de
qualquer computador da instituição e
em horários em que haja disponibilidade
do profissional, não necessitando que o
colaborador desloque-se para uma sala de
aula, permitindo maior escala em menor
espaço de tempo. É desejável que as
videoaulas sejam personalizadas de acordo
com a necessidade de abordagem. Também
é importante considerar que a apresentação Todos os treinamentos presenciais e em vídeo
de conteúdos criados por profissionais da devem ser avaliados através de prova teórica
instituição ou a utilização de atores para ou prática para verificação do aprendizado,
dramatização de atendimentos podem avaliação de reação para que o colaborador
enriquecer muito o conteúdo. Além disso, possa avaliar o treinamento disponibilizado
os atores também podem ser utilizados e a avaliação de eficácia deve ser realizada
em treinamentos realizados em centros de pela equipe responsável pelas capacitações
simulação realística, permitindo maior imersão em conjunto com os responsáveis dos
na atividade. colaboradores participantes.

Preparando o cuidador para


desospitalização
De acordo com a Anahp, a internação a maior assimilação possível dos assuntos
prolongada de pacientes atinge a maioria abordados.
dos hospitais do país, abrangendo redes Entre as ações desenvolvidas e que
públicas e privadas. Dentre os fatores que apresentam excelentes resultados está a
geram este impacto estão: as mudanças criação de um programa de preparação do
do perfil demográfico e epidemiológico; cuidador para assistência após a alta do
aspectos sociais em que há recusa de paciente. Além de proporcionar assistência
desospitalização por parte dos familiares; humanizada ao paciente, a iniciativa capacita
dificuldades no relacionamento com as o cuidador para a continuidade dos cuidados
fontes pagadoras com negativas; ou implementados durante a internação
morosidade no processo de liberação de também após a alta do paciente. O programa
atenção domiciliar, dentre outros. também ajuda o cuidador nos cuidados para
Neste sentido, são necessárias ações de a adaptação do paciente ao domicílio e ao
desospitalização segura que viabilizem um convívio social.
melhor gerenciamento de leitos, pois assim Com as devidas orientações e capacitação,
se disponibiliza acesso àqueles pacientes objetiva-se garantir uma assistência integral
que necessitam de assistência de alta e multidisciplinar ao paciente evitando
complexidade. complicações/eventos adversos relacionados
Uma das ações que favorece a interação e ao tratamento e proporcionando redução no
conquista de segurança entre cuidadores tempo de permanência no leito; prevenir a
e equipe são as reuniões de curta duração reinternação por complicações decorrentes
realizadas periodicamente pela equipe da falta ou falha no preparo do cuidador;
multidisciplinar, direcionadas a família e/ manter registrado todo o processo de
ou cuidador. Abordando todos os riscos capacitação e assistência prestada, bem
gerenciados do paciente, aspectos como garantir o correto entendimento dos
psicológicos durante sua internação e cuidadores envolvidos no processo.
as barreiras preventivas para redução A abordagem é feita, de tal maneira,
de eventos, utilizando-se de termos e que o paciente e cuidador não se sintam
linguagem acessíveis para que esse público desamparados com a ideia da alta hospitalar.
compreenda com maior facilidade e obtenha Por isto, o preparo deve começar o mais

Associação Nacional de Hospitais Privados 67


breve possível, para que ambos possam se aspiração e outros. Para facilitar o processo
sentir acolhidos pela equipe e entendam de transição, é desejável que exista algum
o propósito do programa, realizado pela profissional -de preferência o assistente
equipe multidisciplinar, e que deve trabalhar social – que fique à disposição dos familiares
de forma integrada durante o atendimento a e para orientá-los quanto à aquisição das
este grupo de pacientes/familiares. demandas, por vias públicas ou por vias
O processo inicia-se através da assistência particulares, fazendo quantos atendimentos
do médico e enfermeiro, que detectam forem necessários e acompanhando a
pacientes recebendo cuidados hospitalares evolução do paciente até o momento da
que devem continuar em domicílio alta através do prontuário do paciente
pós-alta hospitalar pelos familiares/ ou contato com familiares e com equipe
cuidadores, como pacientes restritos ao multidisciplinar.
leito, traqueostomizados, em dieta enteral, Todo paciente incluído no programa de
SVD/cistostomia, portadores de feridas/ “Preparo do Cuidador” também deve ser
colostomia ou outros critérios definidos pela acompanhado por meio do “Planejamento
instituição. Multidisciplinar de Assistência e Alta” no
A Unidade de Internação responsável qual todos os profissionais envolvidos na
pelo paciente deve solicitar a inclusão assistência ao paciente estipulam metas
do paciente no “Programa de Preparo do terapêuticas e previsão de alta do paciente.
Cuidador”, desejável que a instituição possua No momento em que a equipe certifica
gerenciamento eletrônico de prontuário que o cuidador possui condições de dar
que verifique os critérios de elegibilidade seguimento nos cuidados em domicílio
e inclua o paciente automaticamente, e o paciente preenche critérios para alta
cabendo à equipe somente a avaliação hospitalar, o processo é finalizado e então o
dos critérios e viabilidade do processo cuidador juntamente com a equipe devem
junto aos responsáveis legais do paciente, assinar um termo no qual atestam que todas
que devem ser orientados quanto ao as orientações necessárias foram recebidas
processo e solicitados que designem a e que se encontra apto para realizar as
pessoa responsável pelo cuidado e que será atividades. O termo deve ser disponibilizado
capacitada pela equipe, podendo ser mais de junto ao prontuário do paciente.
uma pessoa. Neste momento deve-se utilizar Uma das formas de avaliar a efetividade do
“Termos de Compromisso” para assegurar o programa é acompanhar os indicadores de
processo e garantir que não ocorram trocas “Média de Permanência” e de “Pacientes
frequentes de cuidadores e que os objetivos inseridos no programa que receberam alta
e responsabilidades estejam explícitos. e reinternaram em 30 dias”. Mensalmente,
Após abertura oficial do processo, a equipe os indicadores devem ser avaliados pela
deve iniciar os treinamentos, providenciar gerência responsável e caso algum paciente
os informes com as orientações escritas e inserido no programa retorne durante o
demandas necessárias e então entregá-los período, realizar uma análise de prontuário e
ao cuidador. causa raiz de reinternação, com objetivo de
Os profissionais selecionados de acordo verificar possíveis falhas ou oportunidades
com a necessidade do paciente realizam de melhorias do processo.
os treinamentos e orientações durante os Outra ferramenta que pode ser utilizada
atendimentos assistenciais, ensinando as para avaliação é o contato telefônico no
técnicas e procedimentos relacionados qual se verifica as informações recebidas e
à assistência, focando os cuidados absorvidas pelo cuidador, utilizando-se de
imprescindíveis para segurança do paciente. diversas metodologias, sendo a escala de
Diariamente a equipe deve registrar LIKERT um bom modelo para investigação,
evoluções em relação ao estado de saúde do pois permite escalonar o entendimento
paciente e desenvolvimento de seu cuidador ou concordância das repostas. O objetivo
no prontuário eletrônico, além de evidenciar do contato é reforçar a orientação para
as orientações, informes ou cartilhas manter o cuidado assistencial no ambiente
disponibilizadas durante o processo. residencial evitando eventos indesejáveis.
Muitos pacientes apresentam demandas de
adaptação do lar como camas especiais,
cilindros de oxigênio, equipamentos de

68 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Como utilizar as mídias impressas e
digitais na educação do paciente
O processo educacional é facilmente promovendo a satisfação do cliente e
influenciado pelas experiências vividas pelo permitindo que a instituição se projete além
indivíduo e o desejo pela aprendizagem surge das barreiras físicas e territoriais.
da necessidade de interagir e compartilhar A comunicação escrita pode ser apresentada
conhecimentos. O motivo principal do de diversas formas, como comunicados
investimento em educação em saúde está internos posicionados em locais estratégicos
em promover a independência do indivíduo como o elevador, quadro de avisos nos
e fornecer meios para que o paciente e acessos de entrada dos colaboradores
seus familiares convivam com determinada ao hospital e por outdoor distribuídos no
condição, adaptando-se a uma nova realidade. estacionamento da instituição e em locais de
A aprendizagem só é possível pela troca grande fluxo da cidade.
de informações, sendo assim os meios de Outra forma de realizar a comunicação
comunicação são amplamente explorados para por escrito é pela entrega de folders pelos
favorecer o processo educacional e propagar o profissionais de saúde aos pacientes nos
conhecimento de forma rápida e efetiva para a quartos ou disponibilizá-los nos postos de
promoção da saúde. enfermagem com orientações de prevenção
Por muito tempo as principais fontes de de queda, direitos e responsabilidades dos
informações em saúde eram obtidas pela pacientes e acompanhantes, orientações
conversa entre paciente, acompanhante e sobre cuidados específicos, termos de
profissionais durante as visitas hospitalares consentimento livre e esclarecido e
ou consultas, porém apesar da qualidade preparos para exames ou procedimentos,
das informações fornecidas, o aprendizado que contribuem para fortalecer e facilitar
era prejudicado por diversos fatores como: a absorção das informações repassadas
ansiedade em relação ao tratamento necessário, verbalmente pela equipe durante a orientação
dificuldade pessoal de entendimento do ao paciente e/ou acompanhante.
paciente ou acompanhante, entre outros. Como exemplo de sucesso em relação ao
Desta forma, percebeu-se a importância de repasse de informações de forma visual há
orientar por escrito por meio de folders e os quadros de informações disponibilizados
cartilhas ilustrativas para que fosse possível no quarto do paciente e elaborados por
consultá-las em outro momento ou junto a equipes multidisciplinares, considerando as
outras pessoas que participariam do processo metas assistenciais, os riscos assistenciais,
de restabelecimento da saúde ou manutenção as principais oportunidades de educação,
do cuidado em domicílio, uma vez que a com objetivo de engajar o paciente para sua
internet e a produção audiovisual ainda não educação visando um ganho assistencial,
eram difundidas e de fácil acesso. sendo que familiares e/ou acompanhantes
Com o avanço da tecnologia, novas estratégias devem ter papel ativo em relação a sua
em educação em saúde puderam ser educação, se envolvendo no cuidado e
exploradas para potencializar a propagação também na prevenção de eventos.
do conhecimento e garantir o correto Ao adotar um quadro de informações ao
entendimento dos participantes. Dentre estas, paciente é possível inserir tarjetas de acordo
temos a utilização de recursos multimídia que com o risco assistencial evidenciado pela
reúnem áudio, voz, vídeo, texto e animações equipe, muitas vezes realizado através
uma vez que permitem a disseminação de do histórico de enfermagem realizado
informações de forma criativa e atraente. pelo enfermeiro ou pelo planejamento de
Outro recurso importante são as divulgações assistência multidisciplinar no momento da
realizadas através de redes sociais admissão do paciente conforme evolução
possibilitando a interação do prestador durante o período de internação. Após a
e clientes, que além de informações definição dos itens a serem acompanhados,
de promoção à saúde podem abordar o profissional deve preencher as informações
orientações em relação às normas, rotinas, relacionadas à assistência do paciente
fluxos, melhorias e novidades implementadas, de forma personalizada, focando as reais
garantindo rapidez de acesso às informações, necessidades do paciente e metas planejadas.

Associação Nacional de Hospitais Privados 69


Outra ação educacional realizada via quadro acompanhante pode sinalizar o seu quadro
é a escala de faces/visual numérica, o qual álgico por meio da escala, reforçando que a
é explicada como o paciente, familiar e/ou meta institucional é manter o paciente sem dor.

Nome do paciente: ___________________ Data de Nascimento: ___/___/_____


Enfermeiro (a) referência: ____________________________________________

Meta do dia: Recomendações

TEV Caminhe sempre que permitido

TEV Realize movimentos passivos


no leito

QUEDA Solicite ajuda da erfermagem


ao sair da cama ou poltrona
Planejamento do dia:
QUEDA Caminhe somente acompanhado

FLEBITE Comunique dor ou desconforto


no acesso venoso

FLEBITE Evite manipular o AVP.


Solicite proteção para o banho

Previsão de Alta: UP Utilize travesseiros para aliviar


atritos no corpo

UP Hidrate sua pele. Evite ficar na


mesma posição por mais de 1 hora

Bronco Beba líquidos pausadamente e


aspiração lembre-se de espessar

Bronco Coma devagar, espere engolir


Perguntas do Paciente: aspiração para a próxima colherada

CVC Comunique dor ou desconforto


no acesso venoso

CVC Evite manipular o CVC e solicite


proteção para o banho

Infecção: A higiene das mãos é a medida mais simples para evitar infecções.
Certifique-se que todos utilizem o álcool gel ao entrar e sair do leito.

Zero 1a3 4a6 7a9 10


Sem dor Dor leve Dor Dor Pior dor
Moderada intensa possível

Imagem 1. Sugestão de Quadro de Comunicação

70 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


As medidas preventivas relacionadas aos riscos de educação dos pacientes, familiares e/
assistências que ficam sinalizadas, por meio ou acompanhantes, e todas as informações
de tarjetas, no quadro de comunicação com inseridas no quadro deverão ter sido discutidas
o paciente, familiar e/ou acompanhante e que e ponderadas entre as equipes, a fim de manter
necessitam da sua participação são: uma linguagem uniforme no processo de
educação.
• Prevenção de lesão pele: no qual as ações Nos postos de enfermagem é possível
inseridas realizadas pelo paciente são por disponibilizar um painel de informações do
meio da sua participação no autocuidado; plantão que contém os nomes dos médicos
como “utilize travesseiros para aliviar atritos internistas e hospitalistas, enfermeiros, técnicos
no corpo; hidrate sua pele e evite ficar na e secretárias do plantão de forma a direcionar
mesma posição por mais de uma hora”. o contato dos acompanhantes e pacientes com
a equipe, posicionando os nomes conforme os
• Prevenção de queda: a equipe deverá leitos do qual são responsáveis.
colocar a filipeta de acordo com o risco Para facilitar a comunicação do paciente que
do paciente, sendo que a recomendação está com dificuldades para verbalização ou
“Solicite ajuda da enfermagem ao sair da são de outros países, pode ser disponibilizada
cama ou poltrona” é utilizada para todos uma cartilha de comunicação não verbal com
os pacientes que possuem risco de queda as principais queixas apresentadas pelos
identificado. E há a sinalização diferenciada pacientes de forma ilustrada e em diferentes
que é utilizada somente aos pacientes com idiomas, onde pelo apontamento do paciente à
alto risco de queda identificado que é: ilustração, os profissionais de saúde conseguem
“Caminhe somente acompanhado”. entender suas queixas e atuar de forma eficaz
e rápida. Essa cartilha tem grande eficácia para
• Prevenção de tromboembolismo venoso pacientes intubados, em processo de retirada
para pacientes com risco, mas sem alto risco de sedação, com necessidade de comunicação
de queda, é aplicada a filipeta: “Caminhe com a equipe ou familiares.
sempre que permitido”. E também há uma Outros recursos são a veiculação de
segunda filipeta com a seguinte ação: informações via rádio e a parceria com
“Realize movimentos passivos”. emissoras de televisão para disponibilização
de profissionais para tratar de assuntos
• Prevenção de flebite possui duas tarjetas relacionados à promoção da saúde, campanhas,
sendo: “Evite manipular o acesso orientações gerais e apresentação de novos
venoso”. “Solicite proteção no banho” serviços e tecnologias à população.
e “Comunique dor ou desconforto no Com o advento das novas tecnologias, as
acesso”. Esta orientação tem como redes sociais são extremamente necessárias
premissa educar o paciente em relação à para realizar uma comunicação mais interativa
manutenção do acesso. e rápida com os clientes, nessas plataformas
é possível comunicar sobre novos serviços,
• Prevenção de infecção para pacientes com alterações de fluxos, reformas em unidades,
cateter venoso central (CVC): as orientações promoção de saúde e tornar pública as
de educação devem ser: “Evite manipular o atividades da instituição, permitindo o
CVC. Solicite proteção para o banho”. reconhecimento da sociedade, verificar a
satisfação e aproximar o cliente. Para essas
• Prevenção de broncoaspiração: é realizado divulgações é importante que a instituição
pela equipe de fonoaudiologia, após o risco direcione um profissional responsável para
identificado pela enfermeira e/ou médico, e criação de conteúdo e interação com o
confirmado pela equipe. As duas tarjetas são: público, evitando que os comentários fiquem
“Beba líquidos pausadamente” e “Lembre- sem um retorno adequado. Outra ferramenta
se de espessar e comer devagar” e “Espere que apresenta resultados satisfatórios é o
engolir para a próxima colherada”. Whatsapp pela sua rapidez e facilidade de
acesso, permitindo a realização de marcação
O quadro de comunicação é algo dinâmico e de exames e consultas sem necessidade de
pode ser atualizado conforme novas demandas contato telefônico e com a possibilidade de
forem identificadas. A principal diretriz para verificação de todos os dados através das fotos
equipe multidisciplinar em relação ao quadro dos documentos e solicitações de exames que
de comunicação é que todos devem considerar o usuário encaminha.
como uma ferramenta empregada no processo Outra tecnologia explorada são as

Associação Nacional de Hospitais Privados 71


campanhas publicitárias e a criação de recuperação e manutenção do autocuidado.
vídeos institucionais, voltados à orientação As ferramentas e materiais educativos
aos clientes, eles são disponibilizados nas facilitam a padronização das orientações
televisões das salas de espera, ambientes a serem realizadas, sempre tendo em vista
propícios para a veiculação de informações o cuidado em saúde, de forma a ajudar os
utilizando-se do tempo em que o paciente ou indivíduos no entendimento no processo
acompanhante aguardam por uma consulta e/ de saúde-doença e seguirem o caminho da
ou procedimento, sendo que por muitas vezes recuperação.
estes se identificam com o que é veiculado Cabe salientar que por mais que os recursos
e essa condição contribui muito para o tecnológicos sejam atraentes e de fácil
aprendizado, fixação da informação e ainda aplicação, eles não substituem a presença
reduzem a ansiedade pela espera. humana, deve-se manter a comunicação com
O desenvolvimento dessas ações facilita os pacientes e familiares utilizando-se do
o trabalho da equipe multidisciplinar contato visual epara garantir que a troca de
na orientação de pacientes, familiares e experiências aconteça e que não haja quebra
cuidadores em todo o processo de tratamento, da continuidade da assistência ao paciente.

72 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Conclusão
Entende-se que o desempenho de uma sociedade e deve ter condições de criar um
equipe multiprofissional tem um significado espaço de intervenção nessa realidade. O
amplo nas relações entre a saúde, educação compromisso interpessoal, multiprofissional,
e sociedade, pelo compartilhamento do interdisciplinar e transdisciplinar, constituído
conhecimento técnico/científico específico, de atitudes humanas, é necessário para o
seja no aspecto individual ou coletivo. A alcance da excelência e a qualidade nos
criação das relações caracteriza-se por serviços prestados em saúde. O trabalho em
confiança, aceitação e o reconhecimento equipe, respeitando a diversidade e a cultura
de seu valor, gerando aumento da de cada pessoa ou lugar, e a busca constante
motivação e o compromisso com o ensino de novos conhecimentos é caminho para
e aprendizagem. A educação é uma prática esse sucesso.
que está sujeita à organização de uma

Associação Nacional de Hospitais Privados 73


Melhoria da qualidade e
segurança do paciente

74 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


A melhoria da qualidade e segurança do
paciente é o conjunto de ações no âmbito Alta Gestão:
da qualidade, gerenciamento de riscos e
cultura de segurança, que se relacionam com • Cabe a alta gestão a disponibilização de
as demais práticas hospitalares, sejam elas recursos (financeiros, técnicos, tecnológicos
assistenciais, de biossegurança, de prevenção e de pessoas) de forma a garantir a
e controle de infecções hospitalares, efetividade do Programa de Qualidade e
segurança do ambiente, equipamentos ou de Segurança;
gestão administrativa, dando suporte para as
melhores práticas, implica em desenvolver, • Definir, avaliar e aprovar as políticas e
implementar e monitorar os processos normas relacionadas à gestão da segurança,
relacionados à melhoria contínua das de pessoas, financeira e administrativa da
práticas assistenciais e administrativas para a instituição.
prevenção e correção de não conformidades,
a preservação dos princípios de missão, visão
e valores e o aprimoramento permanente dos
cuidadores e terceiros. Média Gestão (Gerentes,
Coordenadores e Supervisores):
Vemos que a Melhoria da Qualidade e
Segurança é uma necessidade abrangente nas • Disseminar a cultura de segurança;
instituições de saúde, pois visa garantir que
a premissa de que a qualidade e segurança • Garantir a capacitação e treinamento dos
esteja presente no dia a dia da instituição de colaboradores nas práticas de segurança
saúde, e que seja pensada e vivida desde a estabelecidas;
estratégia até a ponta operacional.
• Aplicar métodos e ferramentas de gestão
O foco inicial do trabalho baseia-se em garantir: estabelecidas fornecendo informações
e meios para que todos colaboradores
• Que a liderança esteja comprometida com compreendam e apliquem;
qualidade se segurança e seja responsável
pelos resultados alcançados pela instituição; • Fornecer dados e realizar análises críticas
periódicas e sistemáticas dos resultados
• Que a cultura de segurança seja trabalhada obtidos no processo para melhoria contínua;
em todos os níveis, incluindo a mensuração
da mesma; • Identificar os riscos, avaliar os perigos e
definir as barreiras de segurança, validando
• Tornar visíveis para a instituição métricas de os mesmos com a Gerência de Qualidade de
qualidade e segurança; Segurança e superintende responsável;

• Tornar a melhoria contínua um critério • Colocar em prática mecanismos de controle


obrigatório nos departamentos. (barreiras) até que o risco se torne aceitável;

São áreas de atuação prioritárias: • Monitorizar a eficácia das barreiras definidas


através da matriz de riscos;
• Programa de Qualidade e Segurança;
• Registrar e tratar as notificações de
• Gestão de documentos; ocorrências.

• Gestão de risco;

• Gestão de dados e indicadores; Operação:


• Melhoria contínua. • Seguir as diretrizes, políticas e protocolos
institucionais, de forma a garantir a
O Programa de Qualidade e Segurança é de efetividade do Programa de Qualidade
responsabilidade de todos, sendo assim algumas e Segurança, e a excelência nos serviços
diretrizes são definidas para nortear esta prática: prestados;

Associação Nacional de Hospitais Privados 75


• Garantir assistência ao paciente com • Registrar as notificações de ocorrências.
identificação precoce dos riscos e perigos e
utilização de barreiras de segurança;

Para que identificamos riscos?


A identificação dos riscos assistenciais A presença de incidentes na instituição
precocemente se faz necessário para que deve ser interpretada como decorrente de
possamos reduzir os impactos gerados falhas nos complexos sistemas técnicos e
pelo dano e possamos elaborar estratégias organizacionais relacionados à atenção à
qualificadas para o gerenciamento, controle de saúde e não como resultado de ações isoladas
impactos gerados e redução da probabilidade praticadas por profissionais despreparados
de ocorrência. tecnicamente.
A gestão de risco, um recurso valioso Abrange a sistemática de gestão de risco nos
para a segurança do paciente, é entendida âmbitos assistencial, ocupacional, ambiental e
como a “aplicação sistêmica e contínua institucional.
de iniciativas, procedimentos, condutas e
recursos na avaliação e controle de riscos e Risco Assistencial: é uma condição que pode
eventos adversos que afetam a segurança, a ocorrer e trazer dano ao paciente no processo
saúde humana, a integridade profissional, o meio de cuidado durante sua permanência na
ambiente e a imagem institucional” (BRASIL, 2013). instituição.
Neste contexto, a gestão de risco, quando
implementada de forma eficaz, apresenta- Risco Profissional: é o risco inerente à
se como uma estratégia capaz de diminuir atividade profissional, que pode ocorrer
o risco de dano desnecessário ao paciente durante a execução das tarefas diárias ou
e aumentar a segurança do paciente. Silva decorrente delas.
(2013) ressalta que um dos pilares dos
processos de gestão de risco é utilizar e Risco Ambiental: situação adversa que pode
encorajar o relato e a investigação de eventos comprometer o ambiente, decorrentes de
como ferramenta de qualidade na assistência agentes físicos, químicos ou biológicos, seja na
e que uma das estratégias é a notificação forma de resíduos hospitalares ou não.
destes eventos, a análise e condutas
decorrentes, para evitar novos eventos Risco Institucional: situação adversa que
relacionados à mesma causa. E, também, pode causar dano econômico ou à imagem
que a implementação desses mecanismos de da instituição em virtude de sua gravidade
registro deve estar atrelada a uma filosofia e amplitude. Exemplos: processos jurídicos
institucional que privilegie a responsabilidade relacionados à assistência ou aos serviços
e o comprometimento de cada profissional. prestados na instituição.

Identificação de riscos por cores


Durante muitos anos os hospitais utilizaram isso diferencia o cuidado e prioridade de
pulseiras identificadas por cores na atendimento, facilitando a operacionalização
estratificação dos riscos como principal no departamento de emergência.
forma de identificar e criar barreiras para os A recomendação é que a instituição avalie
eventos assistências, hoje em dia sabe-se em seu processo assistencial o uso de
que elas são barreiras frágeis que na verdade cores para priorização de atendimento na
banalizam o cuidado diferenciado quando emergência, e somente utilize nos demais
não bem aplicadas. processos quando o mesmo mudar o
No pronto atendimento utiliza-se a cuidado prestado, exemplo:
classificação do risco na triagem baseada
em protocolos de risco que estratificam os • Ao invés de colocar pulseira vermelha para
níveis de gravidade por cores especificas, risco de queda, use somente quando o

76 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


risco for alto, assim todos deverão estar
atentos que paciente portador de pulseira
vermelha não deve andar sozinho;

• Paciente com risco de bronco aspiração


com pulseira roxa não deve ficar em
decúbito dorsal 0 em nenhum momento
durante exames diagnósticos.

Classificação dos riscos e danos


poderia resultar em dano ao paciente,
Gerenciamento de Risco: conjunto de profissional, ambiente e instituição, decorrente
atividades coordenadas para dirigir e controlar de erros ou violações. Alguns hospitais
a organização no que se refere ao risco. utilizam a taxonomia da Organização Mundial
Através de aplicação sistêmica e contínua da Saúde, Conceptual Framework for the
de procedimentos e recursos na avaliação e International Classifi cation for Patient Safety
controle de riscos e de eventos adversos que (International Classifi cation for Patient Safety.
possam afetar a segurança, a saúde humana, a Final Technical Report. WHO, 2009).
integridade profissional, o meio ambiente e a
imagem institucional (ISO 31000). Quase falha (near miss): qualquer variação
de um processo que não afeta um resultado,
Dano: prejuízo à estrutura ou função do corpo mas cuja recorrência acarreta grande chance
ou qualquer efeito subjacente. O dano inclui de uma consequência adversa grave. Esse tipo
doença, ferimento, sofrimento, incapacidade e de ‘quase falha’ enquadra-se na definição de
morte. (International Classification for Patient um evento adverso. (CBA / JCI – Padrões de
Safety. Final Technical Report. WHO, 2009). acreditação da Joint Commission International
para Hospitais. 5ª edição)
Erro: é uma falha em realizar uma ação de
planejamento como pretendido ou aplicação Never Event: eventos que acontecem em
de um planejamento ou plano incorreto, pacientes com baixa ou nenhuma prevalência
podem manifestar-se pelo ato de fazer a coisa para o risco. Já existem boas práticas para a
errada (ação) ou pela falha em executar a prevenção.
ação correta (omissão), tanto no planejamento
como na fase de execução. Não intencionais. Evento adverso: ocorrência imprevista,
(International Classification for Patient Safety. indesejável ou potencialmente perigosa na
Final Technical Report. WHO, 2009). instituição de saúde. (CBA / JCI – Padrões de
acreditação da Joint Commission International
Violação: desvio deliberado de um para Hospitais. 5ª edição)
procedimento operacional padrão ou norma.
Ação ou omissão intencional. (International Evento sentinela: ocorrência inesperada
Classification for Patient Safety. Final Technical que implique em morte ou perda grave e
Report. WHO, 2009). permanente da função. (CBA / JCI – Padrões
de acreditação da Joint Commission
Perigo: qualquer ameaça à segurança International para Hospitais. 5ª edição).
(exemplo: prática insegura, conduta insegura,
equipamentos inseguros)(International A caracterização do evento adverso como
Classification for Patient Safety. Final Technical evento sentinela será utilizada apenas nas
Report. WHO, 2009). comunicações entre a instituição e o agente
acreditador. A instituição deve definir os
Ameaça: qualquer fenômeno com capacidade eventos sentinelas, sendo prioritários:
de causar ruptura no processo ou dano às
pessoas e seu ambiente. (Manual Brasileiro de • Estupro dentro do hospital;
Acreditação ONA – Volume 1, versão 2014).
• Morte inesperada não relacionada com o
Incidente: evento ou circunstância que curso natural da doença;

Associação Nacional de Hospitais Privados 77


• Procedimento cirúrgico errado, em lado terapêutica adicional) um aumento na
errado e/ou no paciente errado; estadia, ou causou danos permanentes ou a
longo prazo, ou perda de funções.
• Rapto de criança ou criança liberada com os
pais errados; Evento com dano grave: a consequência no
paciente, cliente ou profissional da saúde é
• Reação transfusional hemolítica; sintomática, requerendo intervenção para
salvar a vida ou grande intervenção medico/
• Suicídio; cirúrgica, encurta a esperança de vida ou
causa grande danos permanentes ou a longo
• Qualquer outro evento, além dos prazo, ou perda de funções.
relacionados acima, que se enquadrem na
definição. Óbito: no balanço das probabilidades, a
morte foi causada ou antecipada a curto
Circunstância notificável: situação prazo pelo incidente.
que ocorre diferente do que havia sido
planejado. É uma situação em que há Circunstância de Risco: houve potencial
potencial significativo para o dano, mas significativo para o dano, mas o incidente não
nenhum incidente ocorreu, por exemplo, um ocorreu.
equipamento de emergência testado e não
funcionante, embora não necessário utilizá-lo A forma de análise e tratativa dos eventos /
no momento. (International Classification for incidentes segue o modelo adaptado do NHS:
Patient Safety. Final Technical Report. WHO, “Tree levels of RCA investigation, 2008”, que
2009). estabelece níveis de investigação para análise
de causa raiz:
Fatores contribuintes: circunstâncias,
ações ou influências que desempenham um • Concisa: utilizada para o conjunto de
papel na origem ou no desenvolvimento de incidentes, Near miss e outras ocorrências,
um incidente ou no aumento do risco de prevê o arquivamento da notificação e
incidente (International Classification for tabulação em estatística para ações de
Patient Safety. Final Technical Report. WHO, análise e melhorais no processo, assim como
2009). tomada de decisão a partir da análise de
volume/frequência.
Fatores mitigantes: circunstâncias, ações
ou influências que previnem ou reduzem a • Compreensiva: utilizada para eventos
progressão de um incidente em causar dano definidos como “eventos gerenciados” por
ao paciente. (International Classification for uma equipe de especialistas (Ex: quedas,
Patient Safety. Final Technical Report. WHO, úlcera por pressão, infecções hospitalares,
2009). erros relacionados a medicamentos e
etc). A análise da notificação é feita pelo
Evento sem dano: a consequência no gestor do processo envolvido por meio de
paciente, cliente ou profissional da saúde é ferramentas e estrutura pré-definida no
assintomática ou sem sintomas detectados e formulário com apoio da área de qualidade
não necessita tratamento. e segurança, envio para conhecimento
do especialista no processo, execução de
Evento com dano leve: a consequência no plano de ação e verificação da eficácia
paciente, cliente ou profissional da saúde é após conclusão das ações. A avaliação
sintomática, com sintomas leves, perda de final considera frequência e gravidade,
funções ou danos mínimos ou intermédios de retroalimenta protocolos institucionais e
curta duração, sem intervenção ou com uma indicadores.
intervenção mínima requerida (por exemplo:
observação extra, inquérito, análise ou • Independente: utilizada para eventos
pequeno tratamento). adversos graves, never events ou
desfecho óbito. Análise da notificação
Evento com dano moderado: a consequência pelo gestor do processo envolvido por
no paciente, cliente ou profissional da saúde ferramentas e estrutura pré-definida no
é sintomática, requerendo intervenção formulário, relatório com revisão pela
(por exemplo: procedimento suplementar, área da qualidade e segurança, reunião

78 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


de análise crítica com alta direção, • Fatores da Tarefa ou Tecnologia.
aplicação de disclosure (se aplicável) e
matriz de responsabilização (se aplicável), • Fatores do profissional: conhecimento,
desenvolvimento de plano de ação habilidades, experiência, saúde física e mental.
institucional e monitoramento das ações.
• Fatores da Equipe: comunicação verbal
e escrita, apoio e supervisão entre os
profissionais.
Protocolo de Londres
• Fatores do Ambiente de Trabalho: estrutura
O protocolo é um conjunto de ferramentas física, carga e ambiente de trabalho.
para investigação de incidentes clínicos.
A finalidade do protocolo é garantir uma • Fatores Organizacionais: investimentos em
investigação exaustiva da análise de um capacitação, disponibilidade de
incidente, além da identificação mais comum equipamentos e suprimentos, velocidade
de “falhas e culpas”. O protocolo ressalta das mudanças e outras decisões gerenciais.
que o primeiro passo para uma análise é
identificar as falhas ativas e em seguida, seus • Contexto Institucional: limitações financeiras,
fatores contribuintes. pressão dos órgãos regulamentares,
cenários políticos e econômicos.
Falhas Ativas: são atos inseguros ou
omissões cometidas pelos profissionais. As etapas de análise e investigação
Envolvem lapsos, deslizes e, muito sugeridas pelo protocolo são:
raramente, erros intencionais.
1 Decisão de Investigar;
Fatores Contribuintes: são os fatores que
influenciam a prática clínica e que podem ser 2 Selecionar o Time de Investigação;
utilizados como um “roteiro de investigação”.
Percorrendo uma abordagem sistemática 3 Coletar e Organizar os dados;
e estruturada é possível identificar
oportunidades de melhoria que vão além do 4 Estabelecer a Cronologia;
erro humano.
5 Identificar os Problemas;
São fatores contribuintes:
6 Identificar os Fatores Contribuintes;
• Fatores do Paciente: condições clínicas,
linguagem, personalidade, problemas 7 Fazer recomendações e desenvolver um
psicológicos. plano de ação.

Como tratar quase falhas


Segundo a Organização Mundial da Saúde, riscos, a tendência era de colocar foco nos
“quase falhas (QF)”, “quase erro” ou “near eventos adversos que causassem danos aos
misses” são incidentes que, por algum motivo, pacientes, colaboradores ou ao ambiente.
planejado ou ao acaso, foram interceptados Nos últimos tempos é que as instituições de
antes de atingir o paciente e que poderiam saúde passaram a se preocupar e dar um foco
ou não causar danos. Esses eventos poderão às quase falhas. Muito por uma mudança de
acontecer a todo o instante e deve-se ter cultura na forma de trabalhar a gestão dos
redobrada atenção com eles. riscos, antes mais focada na gestão de riscos
Por muitos anos, ao abordar gestão de reativa do que na gestão de riscos pró ativa.

Associação Nacional de Hospitais Privados 79


As notificações de quase falhas permitem a compilação de dados para análise de
identificar os gaps nos processos, possibilitando resultados.
que se aja preventivamente e, evitando desta O objetivo é que as quase falhas passem a
forma que futuramente esta mesma falha se ser o número maior de registros e com isso,
constitua em um evento com dano. muitas vezes o tratamento caso a caso é
A forma de identificação das quase dificultado. Um caminho para o tratamento das
falhas inicia por um trabalho intenso de quase falhas é o agrupamento das notificações
mudança de cultura, onde se incentiva os por processos ou temas, permitindo dar foco
colaboradores a darem importância e a nos processos com maior notificação e que
notificarem esses incidentes, passando a ser no momento apresentam maior fator de risco.
também um foco de atenção no dia a dia do Após a identificação dos mesmos uma revisão
trabalho. Um bom processo de notificação de processo é de suma importância para a
também deve estar instituído, permitindo redução/mitigação do risco.

Identificação proativa de riscos:


ferramentas e métodos
Ao abordar o gerenciamento de riscos, e persistência não for cumprida. Trata-
pode-se dividir o processo em 2 etapas, se da criação de um plano de ações para
o gerenciamento de riscos proativo e o redução/mitigação dos riscos. Após o escore
gerenciamento de riscos reativo. Enquanto final, deve-se entender quais os riscos são
o gerenciamento de risco reativo foca na toleráveis, gerenciando e administrando
notificação e análise de quase falhas e suas ocorrências e, identificar quais riscos
incidentes, o gerenciamento de risco proativo controlar com ações para redução/mitigação.
tem foco na avaliação e redução/mitigação de Com essa definição partimos para as ações.
riscos de processos. Para essa etapa podemos usar a ferramenta
Para que possamos trabalhar na identificação mais conhecida para esse fim que é o 5W2h,
proativa de riscos, devemos levar em deixando claro principalmente os responsáveis
conta que a instituição tenha uma gestão pelas ações e prazos de implementação.
por processos ativa, com seus processos Essa etapa é a mais crítica, em que a
desenhados e que seja de entendimento dos maioria das instituições costumam pecar,
colaboradores no dia a dia de suas atividades. não dando valor e atenção ao cumprimento
É nesse mapeamento de processos que os das implementações o que ocasiona muitas
riscos inerentes a eles aparecerão. vezes o esquecimento das ações e dos riscos
Em um processo de gerenciamento de riscos, continuarem presentes nos processos, até
as etapas de identificação e controle dos infelizmente virarem um evento presente.
riscos são ferramentas chaves. Para isso A aplicabilidade das ferramentas está
existem algumas ferramentas que poderão diretamente relacionada com as equipes que
ser utilizadas, por exemplo: FMEA, Mapa de as colocarão em prática. Alguns fatores são
risco de processos ou Matriz de risco. Em sua importantes no momento de definição do
grande maioria, independente da ferramenta grupo de trabalho: processo a ser analisado,
a ser utilizada, as principais informações que funções, autoridades, conhecimentos e
deverão estar presentes são: identificação competências das pessoas envolvidas,
do risco, exposição ao risco, probabilidade para que tragam informações pertinentes.
de ocorrência do risco, gravidade caso o Portanto, após a avaliação desses fatores,
evento aconteça e se existem barreiras para monte a equipe de trabalho com pessoas
minimização dos mesmos. Essas informações diretamente envolvidas no dia a dia das
cruzadas resultarão em um escore, para que atividades e que se sintam num ambiente
seja possível responder as formas de ações favorável a colocação dos problemas, riscos
institucionais que serão tomadas. e oportunidades de melhorias. Ambiente
As etapas de identificação dos riscos e análise hostis onde os colaboradores se sentem
não terão nenhum impacto se a última etapa coagidos provavelmente as informações mais
e a que mais vai exigir comprometimento importantes não serão identificadas.
Após a montagem da equipe, escolha um

80 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


processo para a utilização da ferramenta objetivo da mesma. Adaptações pequenas,
escolhida como um piloto institucional. que não interfiram no resultado final até são
Algumas vezes, durante a utilização da aceitáveis, mas deve-se ter cuidado com elas.
ferramenta, podem surgir necessidades de Após o término do piloto, avalie com a equipe
adaptações na ferramenta para que seja o que achou da ferramenta, sua aplicabilidade
entendida como de boa aplicabilidade pela e contribuição para o conhecimento e
equipe. Lembrando que estas adaptações não mitigação dos riscos. Se a ferramenta tiver boa
podem de forma alguma intervir no conceito aceitação, está pronta para a disseminação
da utilização da ferramenta, perdendo o nos demais processos institucionais.

Eventos adversos e buscas ativas: vigilâncias


(Equipamentos, Materiais, Artigos Médico-
Farmacovigilância Hospitalares, Implantes e Produtos para
Diagnóstico de Uso “in-vitro”).
Farmacovigilância é a ciência e as atividades O conhecimento sobre tecnovigilância permite
relacionadas à detecção, avaliação, o aperfeiçoamento da gestão hospitalar, por
compreensão e prevenção dos efeitos meio da redução de custos e de desperdícios,
adversos ou qualquer outro possível problema do aumento da segurança ocupacional dos
relacionado a medicamentos. colaboradores e do aprimoramento dos
serviços prestados ao paciente.
Queixa Técnica: é uma notificação feita pelo A Anvisa divide os produtos relacionados à
profissional da saúde quando observado um tecnovigilância em equipamentos, artigos
afastamento dos parâmetros de qualidade médicos e kits diagnósticos. Tais insumos
exigidos para comercialização, ou seja, quando geralmente estão presentes em todos os
se suspeita de qualquer desvio da qualidade. hospitais e diversos serviços de saúde, sendo
instrumentos fundamentais para a realização
Reação Adversa ao Medicamento (RAM): é de procedimentos médicos diagnósticos e
qualquer resposta prejudicial ou indesejável, terapêuticos nesses estabelecimentos. Isso
não intencional, a um medicamento, que mostra que a tecnovigilância abrange diversos
ocorre nas doses usualmente empregadas no profissionais, como: gestores envolvidos com a
homem para profilaxia, diagnóstico, terapia logística de suprimentos (como farmacêuticos,
da doença ou para a modificação de funções biomédicos, médicos, administradores etc);
fisiológicas. enfermeiros responsáveis pelos processos de
aprovação e uso de materiais médicos; equipes
Inefetividade Terapêutica: ausência ou a do setor de engenharia clínica encarregada do
redução da resposta terapêutica esperada gerenciamento dos equipamentos médicos por
de um medicamento, sob as condições de meio de atividades de planejamento e controle.
uso prescritas ou indicadas em bula. Pode Todas essas atividades envolvidas na
ocorrer por problemas com a qualidade do tecnovigilância, quando implantadas com
medicamento, interações medicamentosas, efetividade, resultam em melhor controle e
uso inadequado, resistência do paciente ao análise dos eventos que possam vir a ocorrer.
medicamento.
Hemovigilância
Tecnovigilância A Hemovigilância está inserida nas ações de
Vigilância em Saúde desenvolvidas no Brasil
Tecnovigilância é o sistema de vigilância e representa uma das áreas estratégicas de
de eventos adversos e queixas técnicas atuação da Anvisa e do Ministério da Saúde.
de produtos para a saúde na fase de pós- A incorporação das ações de Hemovigilância
comercialização, com vistas a recomendar a traduz-se como um processo importante
adoção de medidas que garantam a proteção dentro da qualificação da medicina
e a promoção da saúde da população. A transfusional.
Tecnovigilância visa à segurança sanitária de Dessa forma, o objetivo maior da
produtos para saúde pós-comercialização Hemovigilância é o direcionamento de ações

Associação Nacional de Hospitais Privados 81


que ampliem e aprimorem a segurança nas esse, frequentemente observado quando da
transfusões sanguíneas, com particular ênfase investigação de uma reação transfusional.
nos incidentes transfusionais. A possibilidade de rastreamento de qualquer
A terapia transfusional é um processo que unidade hemoterápica é considerada pelo
mesmo em contextos de indicação precisa Ministério da Saúde “atributo do Sistema de
e administração correta, respeitando todas Qualidade que permite identificar todas as
as normas técnicas preconizadas, envolve responsabilidades e itens utilizados ao final
risco sanitário com a ocorrência potencial de de um processo ou a partir de um produto
incidentes transfusionais, sejam eles imediatos final”, e está estabelecida em norma legal,
ou tardios. denominada: Normas gerais de garantia de
Em algumas situações clínicas, a transfusão qualidade em unidades hemoterápicas.
pode representar a única maneira de se salvar A administração de sangue e de
uma vida, ou melhorar rapidamente uma grave hemocomponentes exige dos profissionais de
condição. Contudo, antes de se prescrever o saúde envolvidos o conhecimento de técnicas
sangue ou hemocomponentes a um paciente é corretas e a capacidade de identificação de
essencial sempre medir os riscos transfusionais potenciais eventos adversos.
potenciais e compará-los com os riscos que se A terapêutica transfusional é um procedimento
tem ao não se realizar a transfusão. que potencialmente salva vidas, no entanto,
A segurança e a qualidade do sangue e excetuando-se o risco inerente a sua utilização,
hemocomponentes devem ser asseguradas pode levar o paciente a graves riscos e
em todo o processo, desde a captação complicações imediatas ou tardias, quando
de doadores até a sua administração ao houver falhas ou atrasos nas etapas deste
paciente. A Hemovigilância se insere nessa procedimento. Toda a equipe de saúde deve
perspectiva como um sistema de avaliação estar atenta para a correta aplicação da
e alerta, organizado com o objetivo de terapia transfusional.
recolher e avaliar informações sobre os efeitos Entretanto, considerando-se que o profissional
indesejáveis e/ou inesperados da utilização de enfermagem está diretamente envolvido
de hemocomponentes, a fim de prevenir seu com os cuidados ao paciente que receberá
aparecimento ou recorrência. a transfusão, é importante lembrar que o
A transfusão de um hemocomponente sangue corretamente instalado, sem erros na
pode ser considerada o ato final de um identificação ou sem trocas, depende muito da
conjunto de atividades que constitui o atuação da equipe de enfermagem.
processo hemoterápico. Esse processo, A experiência do quase erro é tão grave
dividido em etapas ou subprocessos, pode quanto a do erro. Atitudes incorretas e
ser integralmente desenvolvido num único pequenas falhas comuns no dia a dia são
serviço de hemoterapia ou, frequentemente, indicativas de que um erro maior pode estar
completado com o envolvimento de outros prestes a acontecer.
serviços. Para o reconhecimento das etapas
O desenvolvimento total ou parcial desse críticas, principalmente durante a fase de
processo é uma das características utilizadas identificação, o acompanhamento, a avaliação
para definir os tipos de serviços de e o treinamento periódico objetivando a
hemoterapia, ou seja, serviços que realizam segurança nas etapas do processo, são
quaisquer procedimentos hemoterápicos, indispensáveis.
incluindo a coleta, o processamento, a Prevenir erros e garantir que os
testagem, o armazenamento, o transporte, hemocomponentes foram corretamente
o controle de qualidade e o uso humano de conferidos e instalados no paciente com a
sangue, e seus hemocomponentes. devida indicação e prescrição.
Todos os serviços de hemoterapia, Os procedimentos de conferência, registros
independentemente do tipo, devem e monitoramento do sangue e dos
registrar detalhadamente a realização dos hemocomponentes tem início no recebimento
procedimentos que compõem as etapas do da requisição da transfusão e prescrição
processo hemoterápico por eles desenvolvidas médica, e termina na conclusão das anotações
e manter tais registros arquivados por pelo no prontuário do paciente.
menos 20 anos. Em todas as etapas do processo a atenção
Por meio desses registros, é possível deve ser redobrada para a conferência e
fazer o rastreamento de uma unidade identificação correta do paciente, o que
de hemocomponente transfundida cuja colabora para uma transfusão mais segura.
“história” necessita ser reconstruído, fato A equipe de saúde deve criar mecanismos que

82 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


facilitem a identificação de falhas no processo • Data de nascimento do paciente;
e correção de problemas.
O levantamento de dados estatísticos do • Leito e clínica.
quase erro ajuda a impulsionar e programar
medidas de segurança, com objetivo de Após o preparo e importante verificar se a
prevenir a ocorrência de erros futuros. etiqueta está bem colada ao tubo, íntegra
Vale ressaltar que é importante haver bem visível e de forma que proporcione fácil
interação e envolvimento entre os serviços identificação.
de hemoterapia (responsável pela liberação O paciente deve ser orientado quanto ao
do hemocomponente) com as unidades procedimento e acomodado confortavelmente
que realizam a transfusão, para uma melhor de forma que facilite a punção venosa.
qualidade do processo transfusional. O responsável pela coleta deve proceder a
Para o adequado monitoramento das ações, identificação do paciente de forma ativa e
desde o momento pré-transfusional até o passiva, conforme segue:
pós-transfusional, cinco etapas devem ser
executadas corretamente e com atenção • Identificação ativa: perguntar ao paciente
para minimizar os riscos de erros nos o seu nome completo e comparar as
procedimentos: informações com a etiqueta e a solicitação
médica. Obs. sempre que possível, conferir a
• Identificação e coleta das amostras de identificação do paciente impossibilitado de
sangue para testes pré-transfusionais; se comunicar, por intermédio de familiar ou
responsável.
• Transporte das amostras de sangue e dos
hemocomponentes; É importante lembrar que o erro durante a
identificação dos tubos e uma das causas
• Registro do histórico de antecedentes mais comuns de reação hemolítica aguda por
transfusionais; incompatibilidade ABO, muitas vezes fatais.
Estatísticas mostram que a maioria das
• Conferência e registro dos dados dos mortes associadas à transfusão, ainda ocorre
hemocomponentes preparados para por erro humano na fase de identificação da
transfusão; amostra de sangue, geralmente por troca de
nome e/ou número de registro do paciente.
• Monitoramento do ato transfusional. De modo diferente de outras reações
transfusionais imprevisíveis, as reações
Uma conferência cuidadosa da requisição hemolíticas agudas são evitáveis, portanto
de transfusão deve ser feita comparando- vale ressaltar que a atenção redobrada na
se o nome completo e o número do registro identificação da amostra e do paciente e crucial.
hospitalar do paciente com o prontuário. Desta forma a revisão continua dos
As etiquetas para identificação dos processos, objetiva a correção de futuros
tubos devem ser preparadas por sistema erros e falhas nas etapas da transfusão.
informatizado (código de barras, digitação) ou Identificação passiva: conferir a etiqueta e a
manualmente com letra legível e sem rasuras, requisição de transfusão e comparar com a
contendo no mínimo os seguintes dados: pulseira/crachá/bracelete de identificação do
paciente.
• Nome completo do paciente; Quando houver não conformidades,
discrepâncias de dados, reiniciar o processo
• Número de registro hospitalar (cartão ou e assim que possível registrar as ocorrências.
prontuário); Vale ressaltar que a “dupla conferência”
(procedimento de conferência dos dados
• Data da coleta; feita por dois técnicos, sendo uma por vez,
e em momentos distintos comparando os
• Nome do responsável. dados), minimiza os riscos de erros.
A segurança do ato transfusional pode
Como medida preventiva para uma ser definida como uma série de processos
identificação mais segura, principalmente executados para eliminar ou reduzir os
quando há pacientes homônimos na clínica, e riscos das transfusões. A disponibilização
importante também acrescentar: segura de sangue e hemocomponentes
requer a colaboração de doadores de sangue

Associação Nacional de Hospitais Privados 83


voluntários, de instituições produtoras bem
organizadas e distribuídas, do controle de
qualidade na testagem sorológica e imuno-
hematologica, do uso racional do sangue
e hemocomponentes e da vigilância de
eventos adversos – Hemovigilância.

Como implantar processos de auditoria


como ferramenta de melhoria?
A implementação de um Sistema de Gestão, de uma área, onde é possível se observar
seja ele de qualidade, ambiental, saúde e políticas, diretrizes, fluxos e procedimentos
segurança, dentre outros, é uma definição que permeiam várias áreas. Exemplo:
estratégica da instituição e traz diversos sistema de medicamentos (audita-se
benefícios para a organização, tais como maior toda a cadeia de suprimentos, desde
satisfação do cliente, melhoria dos processos a aquisição, todo processo interno
internos e diminuição do retrabalho, maior do almoxarifado e farmácia, os itens
competividade e fortalecimento da imagem da dispensados nas diversas áreas, a
empresa no mercado. segurança de todas as etapas de controle,
A atividade de auditoria interna hospitalar é a reposição do inventário e a avaliação de
um instrumento de fiscalização e controle mais fornecedores, a assistência farmacêutica e
adequado às necessidades de gerenciamento o preparo dos pacientes para medicação
das informações no ambiente hospitalar. domiciliar);
A auditoria interna contribui para que a
organização atinja seus objetivos através • Riscos: são auditorias em áreas assistenciais
de uma abordagem sistemática, detalhista (à priori), onde se busca identificar se
e disciplinada para avaliar e melhorar a as barreiras de proteção estão sendo
efetividade dos processos e o gerenciamento instituídas. São baseadas em protocolos de
dos riscos institucionais. prevenção, nos quais as práticas ou metas
A auditoria interna gera planos de ação de segurança são auditadas. Exemplo:
para a correção dos desvios, proporciona medidas de prevenção de úlcera por
oportunidade para que os gestores e pressão, prevenção de queda, prevenção
responsáveis dos departamentos melhorem de tromboembolismo, etc.
seus processos junto com as equipes de
trabalho. A auditoria deve agregar valor • Clínica: são auditorias que visam identificar
à instituição, identificar pontos fortes e a efetividade da assistência na utilização
fracos, auxiliar a alta administração quando de protocolos clínicos, de uma população
proporciona análises, sugestões e comentários específica de pacientes. Exemplos:
objetivos, acerca das atividades auditadas. pacientes elegíveis ao protocolo Sepse,
dor torácica, AVC; ou pacientes de uma
linha de cuidados como é cuidados
crônicos, cirúrgicos, críticos, paliativos, etc.
Tipos de auditorias:
• Auditoria Tracer: técnica de avaliação
• Processo: são auditorias de uma área onde os auditores selecionam um paciente
específica. Exemplo: Pronto Socorro, e utilizam o prontuário como um roteiro
Terapia Intensiva, Central de Materiais e para se mover através da organização,
Esterilização, Atendimento ao Cliente, avaliando a prestação de cuidados e
Engenharia Clínica, entre outros. serviços. Observando e conversando com
os profissionais nas áreas assistenciais
• Sistema: são auditorias que vão além onde o paciente recebeu o atendimento.

84 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Tal técnica pode ser utilizada também e auditados e que busca a conformidade da
para auditar a cadeia de materiais, norma ou critério definido.
equipamentos e medicamentos. As auditorias são classificadas em dois
tipos: auditoria interna e auditoria externa.
A construção e manutenção do Sistema A auditoria interna, também chamada de
de Gestão é um processo contínuo e pode auditoria de primeira parte, é conduzida pela
seguir a metodologia do ciclo PDCA (Plan- própria organização. A auditoria externa
D-Check-Act), que conforme NBR ISO pode ser conduzida por partes interessadas
9001:2015 é resumido a seguir: da organização (auditoria de segunda parte
realizada, por exemplo, por clientes) ou por
• Plan (planejar): estabelecer os objetivos organizações independentes (auditoria de
do sistema e seus processos e os recursos terceira parte realizada, por exemplo, por
necessários para entregar resultados de organismos de certificação).
acordo com os requisitos dos clientes e A auditoria interna, quando efetivamente
com as políticas da organização; implementada e incorporada na cultura
organizacional, é uma importante ferramenta
• Do (fazer): implementar o que foi planejado; de gestão para identificação dos pontos
fortes e fracos dos processos e priorização
• Check (checar): monitorar e (onde aplicável) de ações e recursos.
medir os processos e os produtos e A auditoria interna consiste numa
serviços resultantes em relação a políticas, autoavaliação realizada pela própria
objetivos e requisitos, e reportar os organização com o objetivo de avaliar
resultados; a conformidade do Sistema de Gestão
implantado e promover melhoria dos
• Act (agir): executar ações para melhorar processos.
desempenho, conforme necessário. Segundo a ISO 19011:2012 é necessário
observar alguns princípios na condução
No contexto do PDCA, a auditoria interna de uma auditoria para que esta se torne
é uma ferramenta utilizada na fase de ferramenta eficaz e confiável.
monitoramento e avalia se o sistema de Durante todas as etapas é preciso
gestão da instituição foi implementado monitorar e corrigir possíveis desvios, como
conforme o planejamento e está sendo remanejamento de agenda e de equipe
mantido ao longo do tempo. Além disso, auditora, dúvidas da equipe, solicitações de
fornecer subsídios para identificação de mudança por parte dos auditados, etc. Além
melhorias dos processos de trabalho. disso, deve-se acompanhar os planos de ação
Um processo de auditoria interna pode ser elaborados para tratativa dos apontamentos.
estruturado conforme a norma da ABNT A última etapa será a análise crítica e melhoria
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) do programa de auditoria interna, na qual
NBR ISO 19011:2012 que estabelece as é realiza uma avaliação dos resultados e
diretrizes para auditoria de sistemas de apontamentos, levantamento das lições
gestão, desde o planejamento e realização aprendidas e planejamento de melhorias para
da auditoria, passando pela definição o próximo ciclo de auditorias.
de competências e avaliação da equipe A auditoria interna é uma ferramenta
auditora. É recomendável que a implantação primordial para a manutenção de um sistema
de um processo de auditoria interna leve de gestão, pois fornece uma visão global da
em consideração estas diretrizes e as conformidade dos processos de trabalho. Em
particularidades da instituição, como tamanho, instituições que esta cultura já foi incorporada
segmento, distribuição geográfica, etc. na rotina é possível identificar melhorias,
Segundo a ISO 19011:2012 a auditoria é tais como alinhamento da operação com
um “processo sistemático, documento e a estratégia da instituição, identificação
independente para obter evidências de de pontos de melhoria para priorização,
auditoria e avaliá-la objetivamente, para disseminação da cultura da qualidade a todos
determinar a extensão na qual os critérios de os níveis hierárquicos, identificação de riscos
auditoria são atendidos”, isso significa que e possibilidade de tratativa antes que estes
a auditoria deve ser estruturada de forma ocorram ou se tornem sistêmicos, valorização
que as evidências encontradas durante o e desenvolvimento dos colaboradores que
processo sejam devidamente registradas, compõe a equipe de auditoria interna e maior
não haja conflito de interesse entre auditores eficiência na gestão de recursos.

Associação Nacional de Hospitais Privados 85


Estabelecer o contato inicial com o auditado
Iniciando a auditoria
Determinar a viabilidade da auditoria

Realizar preparação da auditoria, como análise documental

Preparar o plano de auditoria


Preparando as
atividades da auditoria Atribuir trabalho á equipe auditora

Preparar documentos de trabalho, como lista de verficação

Conduzir reunião de abertura

Comunicação entre auditor e auditado durante a auditoria

Conduzindo as Coletar e verificar informações


atividades da auditoria
Registrar constatações da auditoria

Concluir Auditoria

Realizar reunião de encerramento

Elaborar o relatório da auditoria


Preparando e
distribuindo o relatório Distribuir o relatório da auditoria

Conduzindo a auditoria Avaliar a tratativa dos apontamentos da auditoria anterior


de acompanhamento e sua eficácia

Fluxograma 3. Sugestão de fluxo de uma auditoria

Contudo, para que o processo de auditoria • Não atribuir a equipe auditora o papel de
interna realmente agregue valor para consultoria, como se tivessem que fornecer a
as organizações, é necessário ampliar a solução para os apontamentos identificados.
percepção da ferramenta com implementação É preciso ficar claro que a responsabilidade
de ações para: do plano de ação e tratativa dos
apontamentos é da liderança do processo.
• Desmistificar a auditoria interna e
promover conscientização dos envolvidos: • A equipe de auditores deve ser reconhecida
há organizações que enxergam a equipe pela alta direção e contar com o apoio da
auditora como agentes de fiscalização e mesma. Uma equipe de auditores internos
punição de erros. Essa cultura faz com que engajada buscará novas formas de contribuir
os colaboradores auditados “escondam” as com o negócio. O trabalho não pode parar e
falhas e não deem abertura para a equipe cair em descrédito se houve mudanças nas
auditora trabalhar na melhoria. estratégias institucionais.

86 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


• Investir na capacitação do grupo auditor, • Promover integração entre as equipes
tanto no conhecimento técnico, quanto em que auditam processos com interfaces. Os
aspectos comportamentais. O auditor deve auditores devem ser parceiros e convergir
desenvolver a visão sistêmica para conseguir para o objetivo comum, que é a melhoria da
registrar apontamentos que efetivamente instituição e não de áreas isoladas.
farão a diferença.

Conclusão
É fundamental a importância da implantação conter prioritariamente ações de identificação
e manutenção das melhorias contínuas do risco, notificação do risco, gerenciamento
e segurança do paciente. A melhoria da do risco, investigação de eventos adversos e
qualidade e da segurança do paciente, gerenciamento de queixas relacionadas.
só poderá ser obtida com o esforço É preciso o envolvimento das equipes
conjunto do corpo clínico e da equipe para efetivamente aumentar a segurança
multiprofissional. Muitas ações contribuem do serviço de saúde e registrar todas
para o bom gerenciamento de risco e as ocorrências adversas e que causem
dentre elas, destaca-se a instalação e insegurança ao paciente. É importante que
execução consciente de um bom sistema de se consiga tratar as causas que, quando
gerenciamento de não conformidades com a identificadas e tratadas resultam numa
análise minuciosa da relação causa-efeito e melhor qualidade do serviço.
também a educação permanente. Assim, um de nossos desafios é fortalecer a
E no sentido de minimizar os riscos potenciais cultura de segurança, de forma sistêmica e
de eventos adversos que se faz necessário ampla, a fim de envolver os cuidadores que
conhecer e controlar esses riscos, que são respondem pela assistência direta e também
fontes de danos no ambiente hospitalar. os serviços de apoio, garantindo a melhoria
O gerenciamento de riscos é parte integrante continua e uma gestão de riscos pautada
do programa de Melhoria Contínua da em qualidade e segurança para nossos
Qualidade e Segurança do Paciente e deverá cuidadores, pacientes e familiares.

Associação Nacional de Hospitais Privados 87


Prevenção e
Controle de Infecção

88 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


As infecções relacionadas à assistência à Assim IRAS caracterizam-se como uma
saúde (IRAS) constituem um sério problema patologia causada na maioria das vezes por
de saúde pública no Brasil e no mundo sendo múltiplos microrganismos (bactérias, fungos,
causa importante de morbidade e mortalidade vírus) cuja progressão associa-se a vários co-
relacionada a procedimentos clínicos, fatores. Para diagnosticar esse tipo de afecção
cirúrgicos ou diagnósticos. é necessária a utilização de metodologias
São de caráter multifatorial quanto aos que possibilitem incorporar os vários fatores,
fatores de risco e apresentam impacto sobre permitindo perceber a interferência da
letalidade, duração da internação e custos. multicausalidade da doença. A multicausalidade
Atualmente, o desafio para o controle e é um fenômeno determinante para auxiliar na
prevenção é maior em função do aumento intervenção dos diversos fatores e realizar o
das condições de risco para a internação de tratamento, controle e prevenção.
pacientes mais graves e imunocomprometidos, Como exemplo, no Paraná, a Secretaria de
além da evolução da resistência aos Estado da Saúde acompanha as iniciativas
antimicrobianos. ministeriais e ao mesmo tempo cria
As principais IRAS são as Infecções de mecanismos, através da Comissão Estadual de
Corrente Sanguínea, as Infecções de Trato Controle de Infecção em Serviços de Saúde
Urinário e as Infecções de Sítio Cirúrgico (CECISS), para identificar problemas internos
cujos critérios diagnósticos encontram-se relacionados à efetivação de sistemas de
no Manual da Anvisa, Série Segurança do controle de infecção hospitalar nas instituições
Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde prestadoras de serviço de saúde do Estado,
de março de 2017. demonstrando interesse e o compromisso com
Nos Estados Unidos estima-se ocorrer em a promoção da saúde por meio da prevenção
5% dos pacientes hospitalizados. No Brasil das infecções relacionadas à assistência.
o estudo de Prade et al. ( 1995) identificou As CCIH são o núcleo normativo e os serviços
prevalência de 15% de taxas de IRAS em 99 de controle de infecções são o núcleo
hospitais terciários. executivo desenvolvendo desde a vigilância
A partir da década de 60 iniciou-se as epidemiológica das IRAS (busca ativa)
primeiras ações para a prevenção e controle até o controle de uso racional de drogas
das infecções adquiridas nos hospitais antimicrobianas, atualmente seguindo as
brasileiros. A Portaria n° 196 de 1983 diretrizes denominadas de Sterwardship ou
determinou a obrigatoriedade das Comissões administração das prescrições destas drogas.
de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) O uso de ferramentas de apoio informatizadas
em todos os hospitais e, a seguir as Portarias funcionando como suporte de decisão clínica
complementares n° 930 e a n° 2616, de 1998, em gestão de antibioticoprofilaxia cirúrgica
vigente até o momento. tem se mostrado promissoras.

Isolamento e precauções
Durante a primeira metade do século XVIII médico húngaro, foi trabalhar, em 1844, no
iniciou-se estudos sobre as medidas de departamento de obstetrícia da Universidade
controle e prevenção de infecções. Os de Viena. Semmelweis observou que a
escoceses entre eles, John Pringle (1707-1782), mortalidade por febre puerperal na clínica,
introduziram grandes reformas sanitárias nos cujos partos eram realizados por médicos e
hospitais militares a fim de contornas a super estudantes de medicina, era substancialmente
lotação e a ventilação insuficiente. Em suas maior do que na clínica das parteiras. Os
publicações, aparece o termo antisséptico e a médicos e estudantes que saíam direto da sala
defesa da teoria dos germes na disseminação de necropsia para a sala de partos tinham um
de infecções, contestando a teoria do miasma odor desagradável nas mãos, mesmo após
cem anos antes dos postulados de Koch. lavá-las com água e sabão. Após a morte de
O trabalho mais valioso sobre prevenção um plantonista com os mesmos sintomas das
da aquisição e transmissão de infecções, puérperas e muitas observações, Semmelweis
no século XIX, foi conduzido no campo da postulou que a alta taxa de febre puerperal
obstetrícia. Ignaz Semmelweis (1818-1865), era resultado da transmissão de partículas

Associação Nacional de Hospitais Privados 89


cadavéricas das salas de autópsia para as Atualmente o grande desafio para as
enfermarias obstétricas, através das mãos Precauções e Isolamentos constitui-se na
dos estudantes e médicos. Em maio de 1847, dinâmica da existência de microrganismos
o obstetra húngaro instituiu a higienização resistentes antigos (Acinetobacter,
de mãos antes de cada exame físico, com Pseudomonas, Estafilococos, Enterococos) e
solução clorada. A mortalidade materna na novas formas de resistência ( produtores de
primeira clínica caiu dramaticamente para Carbapenemases, resistentes à Polimixinas/
3,06% nos sete meses restantes do ano, e Colistina como E. coli resistente gene
assim se manteve por anos. Essa intervenção mcr-1/mcr-3 entre outros mecanismos de
de Semmelweis é a primeira evidência de resistência).
que o uso de antisséptico nas mãos reduz
efetivamente a transmissão de infecções,
tornando-o conhecido em epidemiologia
hospitalar. Transmissão das infecções
Desde a guerra da Criméia (1858), a enfermeira relacionadas à assistência
Florence Nightingale estabeleceu a reforma
hospitalar como forma de segregar doentes A transmissão das infecções nas instituições
infectados, baseando-se em suas experiências de saúde se dá por intermédio de três
e registros. elementos:
Os cirurgiões Neuler e Von Bergmann, na
década de 1880, introduziram barreiras físicas • Fonte de microrganismos infectantes;
para a prevenção da disseminação de germes
como os usos de gorro e avental durante a • Hospedeiro suscetível;
cirurgia. Halstead (1852-1922) e colaboradores
foram responsáveis pela invenção das luvas • Transmissão de microrganismos.
cirúrgicas, ainda no século XIX. No entanto,
as estratégias para prevenção de infecções
se limitavam aos cuidados com as mãos de
médicos e enfermeiros. Fontes
A primeira publicação norte-americana de
normas relativas ao isolamento surgiu em Pacientes, profissionais de saúde e,
1877, orientando a agregação de doenças ocasionalmente, visitantes. Incluem pessoas
infecciosas das não infecciosas. Após com doença aguda, no período de incubação
essa publicação, várias revisões e outras de uma doença, portadores crônicos de um
publicações foram gradativamente evoluindo e agente infeccioso e pessoas colonizadas
evidenciando a importância da segregação da por um agente infeccioso, mas sem doença
doença, e não do doente. Fato esse que, com aparente.
o aprimoramento do programa de precauções
e isolamento, com critérios racionais e base
científica, levou a uma diminuição nos custos
de implantação do programa, devido à Hospedeiros
eliminação de procedimentos onerosos, com
pouco ou nenhum resultado. As precauções A resistência a microrganismos patogênicos
de isolamento são essenciais para o controle varia de pessoa a pessoa. Fatores como:
efetivo de infecções nos Estabelecimentos idade, doença de base, usa de antibióticos,
Assistenciais de Saúde (EAS). corticosteróides e imunossupressores e
À medida que a compreensão da transmissão procedimentos invasivos, entre outros, podem
de infecção melhorou, o entendimento da tornar os hospedeiros mais suscetíveis a
necessidade de isolamento e as práticas infecções.
baseadas em estudo empírico precoce
transformou-se em uma política orientada e
baseada em evidências.
As diretrizes do Centro de Controle de Transmissão
Doenças dos Estados Unidos (CDC) para
o Isolamento e Precauções, publicadas em Existem cinco principais rotas de transmissão
2007 salientam que as recomendações devem dos microrganismos nos hospitais: contato,
ser adaptadas à realidade local dirigidas aos gotículas, aérea, veículo comum, e vetor.
diversos níveis de cuidados. O mesmo microrganismo pode ser transmitido

90 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


por mais de uma rota. A transmissão infectada para outra pessoa, sem um
por contato é a mais frequente via de objeto intermediário contaminado para
transmissão das infecções relacionadas à outra pessoa, como, por exemplo quando
assistência à saúde, também se configura as atividades de cuidados com pacientes
por ser a via responsável pela transmissão que requerem contato pessoal direto.
de microrganismos multirresistentes. Essa Transmissão por contato direto pode
transferência pode ocorrer por contato direto também ocorrer entre dois pacientes, sendo
ou por contato indireto. uma a fonte do agente infeccioso e o outro
hospedeiro suscetível.

• Contato indireto: envolve o contato de


Precauções- Padrão e tipos um hospedeiro suscetível com um objeto
de isolamento baseados na inanimado contaminado, como instrumentos
Transmissão contaminados que são compartilhados,
mãos contaminadas que não foram
Ressalta-se que as práticas de isolamento higienizadas e luvas que não foram trocadas
são medidas dinâmicas aplicadas a todos entre pacientes.
os pacientes internados nos quais o tipo do
isolamento e o tempo em que o paciente deve Medidas recomendadas:
permanecer sob estas medidas devem ser
avaliadas e prescritos diariamente pelo núcleo • Acomodar o paciente preferencialmente
operacional ou executivo da Comissão de em quarto privativo.
Controle de Infecção Hospitalar.
• Usar avental e luvas de procedimento ao
Precaução-padrão manusear o paciente.

Indicadas a todos os pacientes. Medidas • Evitar que o paciente saia do quarto


recomendadas: e quando se fizer necessário, manter as
secreções contidas.
• Higienização das mãos após contato com
fluídos corporais ou uso de luvas. • Individualizar uso de materiais de
assistência direta ao paciente em
• Usar luvas de procedimento (não estéril) precaução (ex: termômetro, estetoscópio,
se entrar em contato com fluídos, mucosas esfigmomanômetro, entre outros).
ou pele não integra. Higiene de mãos
imediatamente antes e após o uso de luvas. • Realizar desinfecção de artigos e
equipamentos (ex. bomba infusora,
• Usar óculos de proteção se houver grades de cama, monitores, entre outros).
possibilidade de respingos nos olhos.

• Transporte adequado de material perfuro


cortante, descarte em local próprio, não re Precaução por gotículas
encapar agulhas para evitar acidentes.
A transmissão por gotícula pode ser
• Insumos utilizados no paciente (ex.: interpretada tecnicamente como uma forma
termômetro) devem ser submetidos a de transmissão por contato existindo até
desinfecção após o uso. mesmo alguns agentes infecciosos que além
de serem transmitidos por esta via respiratória
Precaução de contato podem também utilizar o contato direto e
indireto para sua transmissão.
O mais importante e frequente modo de As gotículas respiratórias são geradas quando
transmissão das infecções é o contato. Pode o indivíduo infectado tosse, espirra ou fala.
ser dividido em dois subgrupos: transmissão Entretanto, o mecanismo de transmissão do
por contato direto e transmissão por patógeno para o hospedeiro é um tanto distinto
contato indireto. das outras formas de transmissão por contato.
A transmissão ocorre quando gotículas,
• Contato direto: acontece quando são contendo microrganismos gerados a partir
transferidos microrganismos da pessoa da pessoa infectada, são lançadas a curta

Associação Nacional de Hospitais Privados 91


distância através do ar e depositadas
na conjuntiva, mucosa nasal ou boca do O sistema ideal de isolamento
hospedeiro. Já que as gotículas não se e precauções
mantém suspensas no ar, o manejo especial
do ar ou ventilação não são necessárias para O cumprimento da Precaução Padrão e das
prevenir a transmissão por gotículas. demais precauções é um desafio enfrentando
dia a dia por todos aqueles que entram em
Medidas recomendadas: contato com o paciente. O comprometimento
dos profissionais na adesão às normas
• Quarto privativo; preconizadas auxilia no controle da transmissão
de microrganismo no ambiente hospitalar.
• Uso de máscara simples;

• Em caso de transporte de paciente em Características do sistema ideal de isolamento:


precaução por gotícula, realizar o transporte
com o paciente usando máscara simples. • Proporciona conhecimento atualizado dos
mecanismos de transmissão dos agentes
infecciosos (ex.: ao surgir um novo agente
infeccioso orientar as equipes sobre
Precaução aérea sua forma de transmissão e medidas de
prevenção);
A transmissão aérea ocorre pela disseminação
de núcleos goticulares ou de pequenas • Funciona como barreira por ser instituído
partículas ( <5 µm de tamanho) contendo para todos os pacientes abolindo a
agentes infecciosos que permanecem possibilidade de transmissão cruzada de
infectantes por períodos prolongados e patógenos;
mesmo percorrendo longas distâncias.
O tamanho da partícula proporciona a • Não permite o isolamento de pacientes que
forma ideal para a inalação, uma vez que é não necessitam de precaução especifica (ex.
suficientemente pequena para atingir a árvore pacientes que realizam quimioterapia);
respiratória sem ser contida pelos cílios
presentes na mucosa do trato respiratório • Normatiza medidas que podem ser
superior. (ex. esporos de Aspergillus spp; facilmente e rapidamente instituídas por
Mycobacterium tuberculosis). qualquer membro da equipe envolvida com
Os microrganismos carreados desta forma a assistência direta ou indireta do paciente;
podem atingir longas distâncias através das
correntes de ar e ser inalados por pessoas • Estimula à adesão e a prática de precaução
suscetíveis que não tiveram contato próximo aos acompanhantes e visitantes quando
ou que estiveram no mesmo quarto com a necessário;
pessoa infectada.
A prevenção da disseminação de patógenos • Possui visão de sustentabilidade: não utiliza
transmitidos por via aérea requer um de forma desnecessária artigos descartáveis
sistema especial de ventilação e filtração do e segregar os resíduos de forma consciente;
ar (pressão negativa em relação às aéreas
adjacentes, filtragem de ar com filtros de alta • Implanta sistema de auditoria periódica para
eficiência, 6 a 12 trocas de ar por hora) para verificação do uso de materiais de
conter e remover com segurança o agente precauções de contato utilizando
infeccioso. instrumento de checklist;
Exemplos de agentes infecciosos de
transmissão aérea incluem Mycobacterium • Realiza auditoria da prática de higiene de
tuberculosis, vírus do sarampo e vírus Varicela mãos através do observador “oculto”
Zoster. (checklist Anvisa);
Além do quarto de isolamento com sistema
especial de ventilação e filtração de ar, a • Encoraja o paciente/acompanhante a
proteção respiratória com máscara PFF2 solicitar para a equipe multiprofissional a
(N95) é recomendada para os profissionais da prática de higienização de mãos antes de
saúde que entrarem no quarto. realizar seu cuidado.

92 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Limpeza dos ambientes
A limpeza e a desinfecção de superfícies são
elementos que convergem para a sensação
de bem-estar, segurança e conforto dos
pacientes, profissionais e familiares nos
serviços de saúde. Corrobora também para
o controle das infecções relacionadas à
assistência à saúde, por garantir um ambiente
com superfícies limpas, com redução do
número de microrganismos, e apropriadas
para a realização das atividades desenvolvidas
nesses serviços.
A conscientização das variações dos riscos
de transmissão de infecções, das dificuldades
de cada método perante a natureza dos
artigos é importante a fim de que possam
ser tomadas as precauções necessárias para
torná-las invariavelmente eficientes. Essa
conscientização se inicia pelo conhecimento
dos conceitos de limpeza, desinfecção,
antissepsia e assepsia de modo a torná-los de ambiente e assegurar que as práticas
compreensíveis e utilizáveis na prática. serão seguidas;
Dessa forma, o aparecimento de infecções nos
ambientes de assistência à saúde pode estar • Desenvolver normas para coleta, transporte
relacionado ao uso de técnicas incorretas de e descarte dos diferentes tipos de resíduos;
limpeza e desinfecção de superfícies e manejo
inadequado dos resíduos em serviços de saúde. • Assegurar que os dispensadores de sabão e
Assim, o Serviço de Limpeza e Desinfecção de papel toalha estejam disponíveis e
Superfícies em Serviços de Saúde apresenta completos regularmente;
relevante papel na prevenção das infecções
relacionadas à assistência à saúde, sendo • Informar ao serviço de manutenção
imprescindível o aperfeiçoamento do uso de qualquer necessidade de reparo;
técnicas eficazes para promover a limpeza e
desinfecção de superfícies. • Cuidar de flores e plantas;

• Realizar controle de vetores (insetos,


roedores);
Papel do serviço de limpeza
no controle de infecções • Desenvolver treinamentos apropriados para
os novos colaboradores e, periodicamente
Segundo a Organização Mundial de Saúde para todos os staffs e sempre que novas
(2002), o papel do Serviço de Limpeza é o técnicas forem introduzidas;
de responder pelas seguintes atribuições com
interface com a Comissão de Controle de • Estabelecer métodos para limpeza e
Infecção Hospitalar: desinfecção de superfícies em geral;

• Classificar as diferentes áreas hospitalares • Determinar a frequência para limpeza/


de acordo com as necessidades de limpeza; lavagem de cortinas, divisórias e outros
similares;
• Desenvolver normas para técnica de limpeza
apropriada; • Revisar planos para a renovação de
mobiliário, determinando a factibilidade
• Definir procedimentos, frequência e da limpeza e desinfecção de novos itens
produtos a serem utilizados para cada tipo introduzidos no hospital.

Associação Nacional de Hospitais Privados 93


Gerenciamentos de indicadores
e protocolos
Um “care bundle”, ou pacote de cuidados, obediência e execução dos elementos de cada
pode ser definido como um pequeno conjunto pacote. Portanto, quanto menor o número de
de intervenções, baseado em evidências, elementos de um bundle, maior a possibilidade
para um determinado grupo ou segmento de de aceitação e confiabilidade pela equipe de
pacientes dentro de uma população que está cuidados.
submetida a cuidados clínicos/críticos durante Criar uma cultura de segurança inclui mudanças
a internação. Esse conjunto de medidas ou do ambiente e atitudes da equipe profissional.
pacote de cuidados quando implementado, A equipe deve aprender com os erros e
deriva em melhores resultados que medidas compreender que a adoção de uma cultura
implementadas individualmente. Inicialmente, de segurança favorece a aceitação e execução
a ideia dos pacotes de cuidados surgiu para dos bundles. As estratégias de implementação
reorganizar a estrutura e os processos dentro dos pacotes de cuidados são formadas
das Unidades de Terapia Intensiva. principalmente por educação, lembretes e
Os pacotes são desenhados ao redor de auditorias com apresentação de resultados para
elementos específicos para os pacientes e a equipe de cuidados.
consistem de três a cinco medidas chave,
também chamadas de elementos do pacote.
Os elementos geralmente são medidas
baseadas em evidência geralmente aceitas Implantação do
nas Unidades de Terapia Intensiva e principais monitoramento dos
guidelines. A força de cada bundle será definida indicadores de Bundles
pela possibilidade de execução de todos os
elementos do pacote em cada paciente elegível É o método de monitoramento com o objetivo
para o atendimento. de prevenir as infecções relacionados a
Os bundles são criados para contemplar procedimentos invasivos como ventilação
diversas condições dentro da unidade de mecânica, cateter vesical de demora e cateter
atendimento, por exemplo, pacote para venoso central, utilizando as intervenções
prevenção de pneumonia associada a ventilação “marcadores críticos” - que agregam valor
mecânica (PAV), sepse, infecção urinária, infarto terapêutico, proporcionando mudança nos
do miocárdio, infecção associada a catéter resultados.
venoso central entre outras. Os pacotes podem Segundo o Institute Healthcare Improvement
ser organizados ou modificados de acordo (2008), “Bundles de cuidados”, em geral,
com as necessidades locais de um serviço ou são grupos de boas práticas referentes à
disponibilidade de recursos. A abordagem do determinada patologia, que individualmente
pacote pode ter foco em processos específicos resultam em melhoria da assistência, mas
do cuidado ao paciente de acordo com cada quando implementadas em conjunto, resultam
profissional envolvido no atendimento e deve em melhorias ainda mais substanciais. Os
ser flexível para se adaptar e contextualizar as elementos principais do bundle compõem-se
evidências locais de cada serviço. Resultados de estratégias baseadas em evidência, que
positivos podem ser obtidos melhorando previnem ou reduzem o risco de ocorrências
a confiabilidade do processo de cuidados, destas complicações.
oferecendo ao paciente intervenções necessárias A seguir uma sugestão de implantação para
baseadas em evidência. Melhorando desta forma monitoramento:
a cultura organizacional do serviço.
Cada serviço deve conduzir uma revisão • Criar um checklist com os marcadores
sistemática para determinar a melhor estratégia de prevenção de acordo com o tipo
de implementação e determinar uma forma de de procedimento invasivo (ventilação
avaliar os efeitos da implementação dos pacotes mecânica, cateter vesical, cateter vascular)
de cuidados. e fatores de risco, definindo os critérios de
A adoção dos bundles comprovadamente reduz avaliação para que a equipe assistencial
a ocorrência de resultados clínicos negativos. possa avaliar adequadamente.
Porém, essa redução está associada às taxas de

94 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


• Definir e capacitar os colaboradores da • Analisar o resultado dos indicadores e
unidade crítica e controle de IRAS quanto implementar estratégias de melhoria em
ao monitoramento dos indicadores de conjunto com o gestor do setor.
processo e resultado (elegibilidade,
critérios de inclusão e exclusão, metas a • Realizar feedback dos resultados
serem atingidas). mensalmente.

Sepse Pediátrica
A sepse é uma patologia frequente na faixa paciente quanto os custos com internação.
etária pediátrica, trata-se de uma resposta Abaixo descrevemos algumas diretrizes de
sistêmica a um quadro infeccioso. Em 2002 assistência à Sepse Pediátrica considerando
foi publicado o primeiro consenso sobre que o tratamento tem como objetivo garantir
sepse, e nesse consenso já era relatada a melhora da oferta de oxigênio aos tecidos
uma redução importante na mortalidade evitando o sofrimento dos órgãos e piora do
relacionada à sepse na população pediátrica, prognóstico do paciente:
apenas com a melhoria das práticas médicas.
A redução observada nas últimas décadas foi • O alerta deve começar com educação para
de 97% para 9%. a comunidade sobre os sintomas de
Não existe uma ferramenta padronizada de sepse para o acesso ao serviço de saúde
avaliação dos pacientes com suspeita de sepse habilitado na assistência desta patologia o
até o momento, no último consenso de sepse mais breve possível;
publicado esse ano (2017) pelo American
College of Critical Care Medicine recomenda- • Os profissionais de saúde de pronto-
se que cada instituição tenha uma ferramenta socorro devem estar habilitados no
sistematizada para o reconhecimento da reconhecimento imediato dos sinais e
sepse, assim como o tratamento desses sintomas de sepse desde a triagem. Iniciar
pacientes também deve ser sistematizado. imediatamente o pacote ou bundle de
O objetivo principal do rápido atendimento é cuidados que exige coleta de exames
garantir um prognóstico melhor ao paciente com laboratoriais específicos ( hemograma,
choque séptico, e também evitar que o paciente lactato, hemoculturas), infusão de volume
com sepse tenha a evolução do quadro para um e início de antibióticoterapia adequada
choque séptico, aumentando tanto o risco para o precoce com o objetivo de salvar vidas.

Processamento de Materiais
Processamento de materiais é o nome que se O Centro de Material e Esterilização (CME)
dá ao método de higienização, desinfecção e/ destaca-se no contexto da organização
ou esterilização, por um processo que utiliza hospitalar por se caracterizar como uma
agentes químicos ou físicos, resultando na unidade de apoio técnico a todos os serviços,
destruição parcial ou de todas as formas de assistenciais e de diagnóstico, que necessitam
vida microbiana (vírus, bactérias, esporos, de produtos para a saúde utilizados na
fungos, protozoários e helmintos) dependendo assistência aos seus clientes/ pacientes. É uma
no método adotado. Esse processo se dá no unidade localizada na área hospitalar de forma
setor de apoio técnico chamado de Central de estratégica, com planta física definida pelo
Material e Esterilização (CME). Ministério da Saúde de forma unidirecional,
A CME nos hospitais tem importância vital na evitando assim qualquer possibilidade de
prevenção e controle das infecções, sendo cruzamento e/ ou contaminação, dividida em
responsável pelo desenvolvimento de todas as área de recepção/ conferência, expurgo, preparo,
fases do processo de esterilização. esterilização, guarda/ arsenal e distribuição do

Associação Nacional de Hospitais Privados 95


material para as unidades de estabelecimento os procedimentos assistenciais para o
de saúde. Ela é responsável pelo processamento desenvolvimento do plano terapêutico dos
de todos os materiais utilizados na assistência clientes/ pacientes.
à saúde desde a limpeza, inspeção e seleção Em 2012 foi descrita RDC 15 que passou a
quanto à integridade, à funcionalidade e ao nortear e regulamentar a organização e o
acondicionamento em embalagens adequadas funcionamento dos CMEs no território nacional.
até a distribuição e controle desses produtos Ela definiu o CME como uma “unidade funcional
esterilizados às unidades consumidoras, localizada nos serviços de saúde destinada ao
de forma a assegurar a quantidade e a processamento de produtos para a saúde” e
qualidade necessárias à realização de todos classificou os CMEs em classes I e II.

96 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Conclusão
As IRAS representam importante problema econômicas e culturais regionais para que se
de saúde pública com diferenças importantes tenha assistência com qualidade e segurança.
no monitoramento, controle e prevenção no Este Manual tem o objetivo de compartilhar
imenso território nacional constituindo um algumas práticas de monitoramento,
desafio nas políticas de saúde. prevenção e controle das IRAS com o
Desta forma há necessidade de alinhamento objetivo de expandir experiências de sucesso.
dos padrões de acordo com diferenças

Associação Nacional de Hospitais Privados 97


Cuidados Paliativos

98 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Os avanços na área da medicina em meados no Reino Unido. Na década de 1970, esse
do século XX proporcionaram à população movimento foi trazido para os Estados Unidos.
a esperança de prolongamento da vida No Brasil, a prática dos Cuidados Paliativos
através de métodos artificiais e o surgimento inicia-se na década de 1990.
de tratamentos inovadores. Concomitante Segundo a Organização Mundial da Saúde
a este fato, há uma inversão da pirâmide (OMS), cuidados paliativos é uma abordagem
populacional, com crescente faixa etária para melhoria da qualidade de vida de
girando em torno de 80 e 89 anos. pacientes e familiares que enfrentam uma
Todavia, o aumento do tempo de vida não doença ameaçadora da vida, através da
está diretamente relacionado à qualidade prevenção e do alívio do sofrimento, através de
do envelhecimento após o processo de identificação precoce e impecável avaliação e
adoecimento. Diante deste cenário, a tratamento da dor e outros problemas, físicos,
abordagem voltada para o ser humano em sua psicossociais e espirituais. (OMS, 2007, p.3)
integralidade começa a ganhar força, tornando O enfoque terapêutico é o alívio dos sintomas
os Cuidados Paliativos uma opção inovadora que comprometem a qualidade de vida,
de assistência à saúde. transformando a prática dos Cuidados
Os Cuidados Paliativos surgiram oficialmente Paliativos em um trabalho de caráter
como prática de atenção à saúde em 1960 interdisciplinar.

Principais sintomas associados


Para avaliar os sintomas é necessário fase final da vida.
perceber o que está incomodando o paciente O profissional de Cuidados Paliativos deve ter
e intervir diretamente, visando o conforto. a capacidade de observar, perceber e, acima
Reconhecer sintomas como dor, dispnéia, de tudo, escutar o paciente em suas queixas,
fadiga, anorexia, náuseas e vômito, constipação, acolhendo a ele e sua família..
confusão mental e agitação é essencial para um A tabela abaixo nos orienta sobre alguns
bom controle e acompanhamento do paciente na aspectos relevantes para essa abordagem.

Guia para discussão de valores, objetivos e preferências para


pacientes em cuidados de fim de vida:

1. Se possível, inicie a discussão sobre cuidados paliativos no início de


desenvolvimento da doença, em vez de esperar até que a doença piore, ou que
a morte seja iminente. Revise as condições clínicas frequentemente.

2. Pergunte ao paciente sobre seu entendimento de seu estado de saúde atual e


sobre as opções diagnósticas e terapêuticas.

3. Avalie quais são as informações compartilhadas de forma preferencial para os


familiares e paciente sobre seus cuidados. Quão importante deverá uma decisão
ser tomada pela família, pelo paciente, pelo médico ou por todos de forma
colaborativa?

4. Responda as perguntas o mais claramente possível, e forneça informações


objetivas, livre de jargões, sobre as condições do paciente, seu prognóstico e
conceitos que possam ter.

5. Investigue as preocupações do paciente. Por exemplo: pergunte quais são suas


maiores preocupações e medos sobre sua condição?

Associação Nacional de Hospitais Privados 99


6. Pergunte sobre “estados inaceitáveis”, isto é, estados existenciais ou de perdas
funcionais críticas que o paciente gostaria de evitar.

7. Após o paciente ter sido informado sobre sua situação e prognóstico,


argumente claramente sobre os seus valores, objetivos e preferências de
cuidado e terapias.

8. De posse destes conhecimentos, recomenda-se um planejamento terapêutico


de cuidado de fim de vida.

Tabela 7. Guia para pacientes em cuidados de fim de vida

A tabela 8 é um guia para direcionar tratamento para os pacientes em cuidados


de forma mais clara as prioridades de paliativos.

Guia para que os profissionais possam prover cuidados que visem


o conforto para os pacientes hospitalizados que estão próximos
do final da vida.

1. Idealmente, o processo de morte não deve estar sustentado somente no cuidado


com a dor intensa ou outro tipo de sofrimento físico. Deverá ser assegurado ao
paciente e a família que o conforto será priorizado.

2. Quando possível, o envolvimento de um time multidisciplinar oferece para os


pacientes e familiares um cuidado coordenado e compreensivo. Promova uma
boa comunicação entre seus membros.

3. Cuidados de enfermagem podem ser cruciais para atender toda a gama de


necessidades, assim como atenção sobre saúde mental, trabalho social, terapias
como músicas, voluntariado e outras.

4. Pergunte ao paciente sobre suas necessidades religiosas e espirituais, e ofereça


serviço de capelania quando apropriado.

5. Descontinue os esforços diagnósticos e terapêuticos irrelevantes ou que possam


causar mais danos e diminuir a qualidade de vida do paciente ou sua
capacidade de interagir com seus entes queridos. O monitoramento dos sinais
vitais raramente é útil nos dias finais de vida, especialmente quando realizado
por aparelhos barulhentos dentro do quarto. Uso desnecessário de tratamento
medicamentoso sem intenção de gerar conforto deverá ser descontinuado.
Cuidados com a boca, pele e mudanças de decúbitos podem elevar o conforto
em algumas situações.

6. Analgesia profilática ou sedação deverão ser administradas antes da realização


de procedimentos estressantes.

7. Estimule ingestão alimentar oral pelo prazer e conforto, mas respeitosamente


informe os pacientes e familiares que a administração de dieta enteral ou
parenteral, ou infusão de soluções endovenosas não trazem nenhum benefício
em termos de conforto nesta fase da doença.

100 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


8. Informe o paciente e seus familiares sobre quaisquer maiores alterações na
condução de sua condição e estado.

9. Considere “home care” em vez da hospitalização para os pacientes com esta


indicação. Maioria dos pacientes terminais ficam mais confortáveis em casa. Os
membros da família geralmente se encontram mais satisfeitos com a experiência
subjetiva do luto em casa do que no ambiente hospitalar.

Tabela 8. Guia de prioridade de tratamento para pacientes em cuidados de fim de vida

Dispnéia benzodiazepínicos.

• A dispnéia é um dos sintomas mais Náusea e Vômito


prevalentes em cuidados paliativos e no
paciente crítico. Costuma ser um dos Causado por obstrução intestinal
principais geradores de sofrimento físico e
emocional. • Evitar agentes procinéticos;

• É papel da equipe buscar e tentar corrigir • Ocreotide: 100-200u por via subcutânea a
o fator causal. cada 8 horas;

• Oferecer tratamento com fisioterapia, • Dexametasona: 4-8mg por via oral ou


oxigenoterapia e posicionamento. intravenoso, por dia, respeitando a dose
máxima de 16mg ao dia.
Tratamento farmacológico sugerido:
Causado por Gastroparesia:
• Oral: Morfina 5-10mg a cada 30 minutos.
Conforme o necessário, até que o paciente • Metoclopramida: 10-20mg por via oral ou
esteja confortável; intravenoso a cada 4 ou 6 horas, por dia.

• Endovenoso ou Subcutâneo: Morfina Causado por elevação da pressão


de 2-4mg a cada 30-60minutos até que o intracraniana:
paciente esteja confortável. Manutenção:
Morfina 2-10mg SC a cada 4 horas • Dexametasona: 4-8mg por via oral ou
intravenoso, por dia, respeitando a dose
máxima de 16mg ao dia.

Delírium Causada por medicações, uremia, toxinas,


ou outras situações multifatoriais e
O delírio é uma das condições mais inespecíficas:
prevalentes tanto em pacientes críticos
quanto em pacientes próximos a morte. • Metoclopramida: 10-20mg por via oral ou
Costuma ser evento agudo, caracterizado intravenoso a cada 4 ou 6 horas;
por flutuações do nível de consciência e
perda da atenção. • Haloperidol:
O controle do delírium baseia-se na
correção de fatores precipitantes e na • Via Oral: 1,5-5mg a cada 8 ou 12 horas;
instituição terapêutica farmacológica e não
farmacológica. • Intravenoso:0,5-2mg a cada 8 horas.
A droga de escolha na abordagem
farmacológica do delírio é o haloperidol. A • Ondansetrona: 8mg, por via oral a cada 8 horas.
dose inicial recomendada pela literatura é de
1,0 a 5mg via oral ou intramuscular, sendo • Dexametasona: 4-8mg por via oral ou
que a via endovenosa deverá ser evitada. intravenoso, por dia, respeitando a dose
Pacientes cujo delírio foi desencadeado máxima de 16mg ao dia.
por abstinência a drogas e principalmente
ao álcool podem se beneficiar do uso de

Associação Nacional de Hospitais Privados 101


Sedação Paliativa
Apesar dos melhores esforços da equipe, que permitem uma fácil titulação da dose e
alguns sintomas serão refratários ao podem ser empregados em via intravenosa
tratamento. Nestas situações, a equipe contínua. Habitualmente a sedação paliativa
deve considerar a indicação da sedação acaba sendo uma medida terapêutica
paliativa, temporária como medida de definitiva, pois raramente ocorre uma
conforto. A European Association for compensação do quadro.
Palliative Care define sedação paliativa A recomendação é de que a sedação
como uso monitorado de medicações com não seja intensa a ponto de produzir
objetivo de induzir um estado de alerta inconsciência e ausência de reflexos, mas
reduzido ou ausente, a fim de aliviar o que possa permitir desperta leve e fácil.
sofrimento intratável de uma maneira que Entretanto, a maioria dos pacientes em
seja eticamente aceitável ao paciente, família sedação paliativa não conseguem ser
e equipe de saúde. sedados levemente devido ao desconforto
A sedação paliativa é mais frequentemente que sentem.
utilizada para alívio de dispnéia refratária em A principal discussão em relação à sedação
pacientes com bom nível de consciência, que paliativa se dá sobre se ela poderia acelerar
não responde ao uso de oxigênio, morfina, o óbito de pacientes, mas estudos recentes
inalação e demais medicamentos. têm demonstrado que ela não tem este
Para a realização da sedação paliativa, são impacto (MALTONI, et al., 2012).
recomendados atualmente na literatura o uso
de midazolam, clorpromazina e/ou morfina

Manejo da dor crônica


Epidemiologia da Dor em em Aids a dor está presente em mais de 50%
Cuidados Paliativos dos pacientes na fase final de vida.

Pacientes com doenças avançadas, fora


de possibilidade terapêutica de cura, a Avaliação do Paciente com
prevalência de sintomas dolorosos é alta. Dor e Escalas de Avaliação de
Em câncer, a prevalência pode chegar a 90%; Intensidade da Dor
A dor deve ser avaliada detalhadamente
quanto à sua intensidade, duração,
características físicas.
Para avaliar a intensidade é utilizada a escala
visual analógica (EVA), que deve ser aplicada
pedindo ao paciente que, numa escala de
zero a dez (onde zero significa nenhuma dor
e dez significa a pior dor já experimentada
pelo paciente), que ele atribua uma nota
para dor que está sentindo.
A escala BPS para avaliar a intensidade da
dor em pacientes em ventilação mecânica
sem condições de comunicação.
A BPS permite definir a intensidade da
dor entre 3 (nenhuma dor) e 12 (a maior
intensidade dor) pontos.

102 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


A Behavioral Pain Scale Analisa

Expressão facial
Relaxada: 1
Parcialmente tensa: 2
Totalmente tensa: 3
Fazendo careta: 4

Movimentos dos membros superiores


Relaxado: 1
Parcialmente flexionado: 2
Totalmente flexionado: 3
Totalmente contraído: 4

Ventilação mecânica
Tolerando movimentos: 1
Tossindo, mas tolerando durante a maior parte do tempo: 2
Lutando contra ventilador: 3
Impossibilidade de controle de ventilador: 4

Quadro 1. A Behavioral Pain Scale Analisa

As doses dos medicamentos devem ser • Paracetamol: 500-750mg, por via oral a
ajustadas de acordo com as condições cada 6 horas;
clínicas e idade do paciente, avaliar casos de
insuficiência hepática ou renal. • Pode-se associar anti-inflamatório não
esteroidal;

• Tramadol: 50-100mg, por via oral,


Manejo da Dor subcutânea ou endovenosa a cada 4 ou 6
horas;
Dor leve:
• Codeína: 30mg, por via oral a cada
• Dipirona: 500-1000mg, por via oral ou 3 ou 4 horas.
endovenosa a cada 6 horas;
Dor moderada a grave em pacientes que
• Paracetamol: 500-750mg por via oral a não estão usando opióides:
cada 6 horas;
• Morfina: 5-15mg por via oral a cada
• Pode-se associar anti-inflamatório não 30-60minutos, conforme necessário; ou
esteroidal. endovenoso ou subcutâneo 2-5mg a cada
15-30minitos, conforme necessário.
Dor persistente de leve a moderada
intensidade: Dor moderada a grave em pacientes que
estão usando opióides:
• Dipirona: 500-1000mg, por via oral ou
endovenosa a cada 6 horas; • Dose em bolus equivalente a 10-20% da

Associação Nacional de Hospitais Privados 103


dose tomada nas últimas 24h a cada 15-60 • Promove manutenção da autonomia
minutos conforme o necessário. do paciente por ser mais cômoda e não
imobilizar o membro, além de poder ser
OBS: Se a analgesia permanecer conectado e desconectado com facilidade;
insatisfatória, pode elevar-se a dose em
bolus em 25-50% para dor moderada e 50- • A infusão acontece pelos efeitos da
100% para dor grave. gravidade, dispensando bombas de infusão;
Para o seguimento diário, calcule a dose
total utilizada nas últimas 24h e ajuste para • A infusão de líquidos pode ser contínua
uma taxa de infusão contínua em 24h. durante 24 horas.

Desvantagens

Equivalências A principal desvantagem é o volume de líquido


que pode ser administrado por essa via.
30 mg CODEÍNA via oral = 3, 6 mg
MORFINA via oral = 1, 2 mg MORFINA Indicações
endonevoso/ subcutâneo.
100 mg de TRAMADOL via oral = 60 mg de • Desidratação;
CODEÍNA via oral = 7, 2 mg MORFINA via oral.
30 mg MORFINA via oral = 10 mg MORFINA • Anorexia;
endonevoso/ subcutâneo = 10 mg
METADONA via oral. • Odinofagia;

• Fístula traqueo esofágica;

Vias de Administração • Lesões na cavidade oral;

A via de administração de fármacos de • Náuseas e vômitos severos;


eleição em cuidados paliativos é a via oral,
por ser uma via simples e não invasiva. • Obstrução intestinal;
Contudo entre 53 e 70% dos pacientes em
situação de incurabilidade necessitarão de • Alterações do nível de consciência;
outra via alternativa para a administração
de fármacos, sendo a primeira opção a via • Transtornos cognitivos;
subcutânea, ou seja, hipodermóclise.
A hipodermóclise é uma via segura, • Debilidade extrema contra-indicações;
facilmente manipulada, efetiva e versátil. Por
essa via pode-se administrar uma quantidade • Plaquetopenia.
considerável de líquido (até 1500 mL em 24
horas, de acordo com a tolerância individual Complicações
de cada paciente).
• Dor;
Vantagens da Hipodermóclise em relação a
venóclise • Enrijecimento;

• Pouco agressiva; • Edema;

• Não é necessário localizar uma veia para • Perda de líquido no sítio de punção;
terapia endovenosa, o que pode ser
muito difícil nos pacientes em cuidados • Sangramento no sítio de punção;
paliativos;
• Infecção.
• Fácil punção com diversas opções
de sítios; Principais drogas e soluções que podem ser
administradas pela via subcutânea:
• Risco diminuído de trombose;
• Morfina;

104 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


• Metadona; • Soro fisiológico 0,9% e soro glicosado 5%;

• Furosemida; • Haloperidol;

• Metoclopramida; • Fentanil;

• Midazolan; • Fenobarbital;

• Ranitidina; • Dipirona;

• Tramadol; • Dexametasona;

• Vitamina K; • Cloreto de sódio e de potássio.

Como estruturar um grupo de trabalho


voltado para pacientes paliativos
Segundo a OMS (2002) e a Academia Nacional • Grande impacto emocional para o doente
de Cuidados Paliativos (ANCP 2012), os cuidados e sua família;
paliativos devem iniciar o mais precocemente
possível, de preferência a partir do diagnóstico • Impacto social para o doente e sua família;
de uma doença potencialmente letal. São
considerados critérios de elegibilidade para • Prognóstico de vida limitado;
Cuidados Paliativos:
• Necessidade de adequação terapêutica.
• Ser portador de enfermidade avançada e
progressiva; A partir destas definições, a instituição
deve conhecer o perfil epidemiológico de
• Poucas possibilidades de resposta à seus pacientes, verificar suas necessidades
terapêutica curativa; e estabelecer protocolos, fluxos e
capacitações para toda a comunidade
• Evolução clínica oscilante, caracterizada hospitalar.
pelo surgimento de várias crises de necessidades;

Sensibilização das equipes assistenciais,


criando a cultura de minimizar o
sofrimento
A identificação da necessidade de um epidemiológico destes pacientes.
olhar especial para pacientes crônicos, Trabalhar com cuidados paliativos, demanda
dependentes de cuidados e, algumas vezes, grande conhecimento da equipe, com
sem possibilidade de cura, é o primeiro objetivos estabelecidos com foco sobre
passo para início do processo de cuidado a vida e reconhecimento da morte como
da equipe perante estes pacientes. Isto algo que irá acontecer. Treinamentos
deverá ser feito após uma análise do perfil institucionais e debates sobre o tema são

Associação Nacional de Hospitais Privados 105


importantes para esta consolidação. Concluídos estes passos, uma grande
Estes treinamentos deverão objetivar campanha de sensibilização para os
a capacitação dos profissionais no que colaboradores, corpo clínico e pacientes
tange a filosofia do cuidado, identificação é fundamental, antes da elaboração e
e manejo dos sinais e sintomas, publicação de protocolos e diretrizes em
acompanhamento psicossocial, espiritual e Cuidados Paliativos.
cultura do paciente e familiar, farmacologia Deve-se atentar que este trabalho deverá ser
dos medicamentos utilizados na instituição, do início ao fim planejado e executado em
vias de administração, abordagem da caráter de time multidisciplinar para ter seu
família e acolhimento do luto. sucesso assegurado.

106 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Conclusão
O processo de viver se prolongou de modo ambulatórios, internação e setores de apoio
exponencial nos últimos anos e com ele a como hotelaria, para que a assistência a
necessidade das instituições de saúde se esses pacientes seja completa e eficiente.
adequar no atendimento ainda mais humanizado Portanto, tais reflexões nos remetem
de indivíduos sem perspectiva de cura, à importância de o cuidado ser algo
fornecendo um atendimento com qualidade compartilhado, não apenas por profissionais
focado em suas principais necessidades, guiado da área da saúde, mas para a população em
por comportamentos éticos. geral, pois, conforme diz SÊNECA (2008)
O grupo de cuidados paliativos deve integrar “deve-se aprender a viver por toda a vida e,
todos os âmbitos do hospital, desde as por mais que te admires, durante toda a vida,
unidades de terapia intensiva, emergência, se deve aprende a morrer”.

Associação Nacional de Hospitais Privados 107


Formulários e
Termos recomendados

108 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Boas práticas assistenciais estão relacionadas será produzido exclusivamente por solici-
não apenas ao emprego de protocolos clíni- tação do paciente ou de seu representante
cos, mas também à padronização de formulá- legalmente constituído, em observância ao
rios hospitalares que comuniquem adequada- artigo 73 da Resolução CFM nº 1.931/09, que
mente os pacientes acerca dos seus direitos estabelece o dever de sigilo profissional.
e deveres durante a assistência à saúde, Em atendimento ao artigo 11 da Resolução
estabelecendo regras claras sobre questões CFM nº 1974/2011, os Boletins Médicos devem
sensíveis, tais como o consentimento livre e ser elaborados de modo sóbrio, impessoal e
esclarecido e as consequências da recusa de rigorosamente verídico, podendo ser divul-
tratamento ou da alta a pedido. gados por intermédio do Conselho Regional
Da mesma forma, o aprimoramento e padro- de Medicina, quando o médico assim achar
nização de formulários hospitalares resguarda conveniente. Além disso, os Boletins Médicos
a instituição hospitalar, estabelecendo, em deverão ser assinados pelo médico respon-
termo firmado pelo paciente, quais são as sável e subscritos pelo Diretor Técnico da
limitações da responsabilidade do hospital em instituição hospitalar ou, em sua falta, pelo
determinadas situações adversas, garantindo seu substituto.
melhores resultados em eventuais demandas A instituição hospitalar não deverá divulgar
judiciais. quaisquer imagens, resultados de exames ou
Os formulários permitem, ainda, que o hos- outras informações além daquelas constan-
pital tenha um controle maior das situações tes do Boletim Médico.
adversas, na medida em que padronizam Conforme exposto acima, o Requerimento
a tomada de decisão e orientam os profis- de Divulgação de Boletim Médico pode ser
sionais da saúde sobre como proceder em apresentado pelo próprio paciente ou por
determinados casos. responsável legal. Este documento contém
A adoção de formulários hospitalares, em dois modelos de requerimento de divulgação
linguagem clara e objetiva, tende a aproxi- de boletim médico abrangendo, justamente,
mar o paciente do seu tratamento e melhorar essas duas situações.
o relacionamento entre paciente e hospital,
garantindo que as situações adversas, devida- 2. Requerimento de Divulgação de Bo-
mente informadas e documentadas, não se- letim Médico formulado pelo próprio
rão recepcionadas com surpresa ou rejeição. paciente

O Requerimento de Divulgação de Boletim


Termo: Requerimen- Médico poderá ser apresentado por pacientes
maiores de 18 anos e em plena capacidade
to de Divulgação De civil, e desde que o seu quadro clínico seja
estável e permita que o paciente expresse
Boletim Médico plenamente sua vontade.
O médico deverá atestar o quadro clínico do
1. Considerações Iniciais paciente no ato da apresentação do Reque-
rimento, confirmando sua capacidade para
O Boletim Médico é o documento que consiste expressar sua vontade sem vício.
em uma breve descrição noticiosa por meio da
qual o médico expressa o seu entendimento 2. a. Modelo
sobre as condições clínicas de um paciente. Ele

REQUERIMENTO DE DIVULGAÇÃO DE BOLETIM MÉDICO

(Nome Completo Do Paciente), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), porta-


dor(a) da Cédula de Identidade RG nº (indicar) (órgão expeditor), inscrito(a) no
CPF sob o nº (indicar), nascido(a) em (dd/mm/aaaa), residente e domiciliado(a)
na (logradouro), (nº), (complemento), no Município de (indicar), Estado de (indi-
car), doravante denominado(a) “Paciente”, sirvo-me da presente para requerer ao
(Denominação Completa Do Estabelecimento), pessoa jurídica de direito privado,

Associação Nacional de Hospitais Privados 109


inscrita no CNPJ sob o nº (indicar), com estabelecimento na (logradouro), (nº),
(complemento), no Município de (indicar), Estado de (indicar), doravante deno-
minado “Hospital”, a divulgação de meu Boletim Médico para a imprensa, englo-
bando todo e qualquer meio de comunicação, incluindo, mas não se limitando a,
impresso, audiovisual, digital, tais como rádio, jornal impresso, televisão, internet,
blogs, canais de vídeo, dentre outros (“Imprensa”).
O(A) Paciente neste ato declara, para todos os fins, ter plena ciência do inteiro
teor do Boletim Médico e de que este documento expressa, exclusivamente, o en-
tendimento do profissional médico, devidamente registrado no Conselho Regional
de Medicina, sobre seu quadro clínico, isentando o Hospital de qualquer informa-
ção prestada no Boletim Médico.
Outrossim, o(a) Paciente declara, para todos os fins, ter plena ciência de que,
após divulgação do Boletim Médico à Imprensa, as informações ali contidas po-
derão sofrer alterações ou distorções, podendo, inclusive, serem divulgadas de
forma inverídica, não refletindo os dados contidos no Boletim Médico.
O(A) Paciente tem plena ciência de que o Hospital não se responsabiliza por di-
vulgar à Imprensa atualizações do Boletim Médico e, nem mesmo, por requisitar a
retratação por informações divulgadas pela Imprensa.
Por fim, o(a) Paciente declara que expressa sua vontade e tem plena capacidade
para firmar o presente Requerimento, não estando sujeito ao regime de tutela ou
curatela.

(Cidade-Estado), (dia) de (mês) de (ano).

___________________________________________________________________
Assinatura do(a) paciente

________________________________ ________________________________
Nome:
RG: Nome:
CPF: RG:
CPF:

Eu, médico do Paciente acima qualificado, atesto, para todos os fins, que o
paciente está em plenas condições clínicas para expressar sua vontade.

___________________________________________________________________
Nome completo do médico: ____________________________________________
CRM/___ nº ________________________________________________________

Eu, Diretor Técnico ou seu substituto, autorizo a divulgação do Boletim Médico.

__________________________________________________________________
Nome completo do Diretor Técnico ou substituto:__________________________
CRM/___ nº _______________________________________________________

110 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


3. Requerimento de Divulgação clínico que os impeça de manifestar
de Boletim Médico formulado por plenamente qualquer decisão são
Responsável consideradas relativamente incapazes nos
termos da legislação vigente, devendo
Os pacientes menores de 18 anos não ser representados por terceiro nomeado
emancipados, e os maiores de 18 anos judicialmente (curador).
incapacitados (aqueles que, por causa No caso de paciente em condição clínica
transitória ou permanente, não puderem vulnerável, que outorgue procuração/
exprimir sua vontade, os ébrios habituais, termo de nomeação de responsável para
viciados em tóxico e os pródigos) são que terceiro expresse a sua vontade,
considerados incapazes pela legislação recomendamos que o requerimento e
vigente e devem ser representados por seus procuração passe por avaliação prévia do
responsáveis legais, conforme indicado no jurídico da instituição hospitalar.
Anexo I do presente documento.
Com isso, pessoas em coma ou em estado 3. a. Modelo

REQUERIMENTO DE DIVULGAÇÃO DE BOLETIM MÉDICO

(Nome do requisitante completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão),


portador(a) da Cédula de Identidade RG nº (indicar nº) (órgão expeditor),
inscrito(a) no CPF sob o nº (indicar), residente e domiciliado(a) na (Logradouro),
(nº), (complemento), no Município de (indicar), Estado de (indicar), telefone
nº (DDD) (XXXXX-XXXXX), e-mail (indicar), doravante denominado(a)
“Requerente”, sirvo-me da presente para requerer ao (Denominação completa
do estabelecimento), associação sem fins lucrativos, inscrita no CNPJ sob o
nº (indicar), com estabelecimento na (Logradouro), (nº), (complemento), no
Município de (indicar), Estado de (indicar), doravante denominado “Hospital”
a divulgação do Boletim Médico do(a) paciente (nome completo do paciente),
(nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador(a) da Cédula de Identidade
RG nº (indicar nº) (órgão expeditor), inscrito(a) no CPF sob o nº (indicar),
nascido(a) em (dd/mm/aaaa), residente e domiciliado(a) na (Logradouro),
(nº), (complemento), no Município de (indicar), Estado de (indicar), doravante
denominado(a) “Paciente”, para a imprensa, englobando todo e qualquer meio
de comunicação, incluindo, mas não se limitando a, impresso, audiovisual, digital,
tais como rádio, jornal impresso, televisão, internet, blogs, canais de vídeo, dentre
outros (“Imprensa”).
O(A) Requerente neste ato declara, para todos os fins, ter plena ciência do inteiro
teor do Boletim Médico e de que este documento expressa, exclusivamente,
o entendimento do profissional médico devidamente registrado no Conselho
Regional de Medicina sobre o quadro clínico do(a) paciente, isentando o Hospital
de qualquer informação prestada no Boletim Médico.
Outrossim, o(a) Requerente declara, para todos os fins, que, após divulgação do
Boletim Médico à Imprensa, as informações ali contidas poderão sofrer alterações,
distorções, podendo, inclusive, serem divulgadas de forma inverídica, não
refletindo os dados contidos no Boletim Médico.
O(A) Requerente tem plena ciência de que o Hospital não se responsabiliza por
divulgar à imprensa atualizações do Boletim Médico e, nem mesmo, por requisitar
a retratação por informações divulgadas pela Imprensa.
O(A) Requerente declara que tem plenos poderes para firmar o presente
Requerimento e apresenta todos os documentos que comprovam sua
responsabilidade legal sobre o(a) Paciente.
Por fim, o(a) Requerente declara que NÃO está requisitando a divulgação do
Boletim Médico em seu benefício ou, ainda, para fins alheios aos interesses do(a)
Paciente.

Associação Nacional de Hospitais Privados 111


(Cidade-Estado), (dia) de (mês) de (ano).

___________________________________________________________________
Assinatura do(a) paciente

________________________________ ________________________________
Nome: Nome:
RG: RG:
CPF: CPF:

Eu, médico do Paciente acima qualificado, atesto, para todos os fins, que o
paciente não tem condições clínicas para expressar sua vontade.

___________________________________________________________________
Nome completo do médico: ____________________________________________
CRM/___ nº ________________________________________________________

Eu, Diretor Técnico ou seu substituto, autorizo a divulgação do Boletim Médico.

__________________________________________________________________
Nome completo do Diretor Técnico ou substituto:__________________________
CRM/___ nº _______________________________________________________

4. Orientações

O setor responsável por disponibilizar o Requerimento de Divulgação de Boletim Médico


deve requerer os seguintes documentos:

SITUAÇÃO DO REQUERENTE DOCUMENTOS QUE DEVEM


PACIENTE SER EXIGIDOS

Cédula de identidade do
Paciente menor menor
de 18 anos não Pais (ambos)
emancipado Cédula de identidade
dos pais (ambos)

112 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Cédula de identidade
do menor

Cédula de identidade
dos pais (ambos
Paciente menor - para verificação de
de 18 anos não Um dos pais assinatura)
emancipado
Termo de anuência do
outro pai, caso conste
a filiação na cédula de
identidade ou a certidão
de falecimento

Cédula de identidade d
o menor

Cédula de identidade do
Paciente menor tutor ou curador
de 18 anos não Tutor ou Curador
emancipado Cópia de documento
que comprove sua
condição de responsável
(decisão de tutela ou
curatela)

Cédula de identidade
do menor

Cédula de identidade
do tutor ou curador
Paciente maior de 18 Tutor ou Curador
anos interditado Cópia de documento
que comprove sua
condição de responsável
(decisão de tutela ou
curatela)

Cédula de identidade
do menor

Cédula de identidade
do tutor ou curador
Paciente com Tutor ou Curador
Deficiência Mental Cópia de documento
maior de 18 anos que comprove sua
condição de responsável
(decisão de tutela ou
curatela)

Associação Nacional de Hospitais Privados 113


Termo: Nomeação de Responsável Legal
1. Considerações iniciais e orientação de incapacitados (pessoas com deficiência
preenchimento e conduta mental e pessoas interditadas judicialmente)
são considerados incapazes pela legislação
A nomeação de responsável legal através de vigente e devem ser representados por seus
termo só é admitida no caso de pacientes responsáveis legalmente constituídos, não
maiores de 18 anos e em plenas condições podendo, portanto, exercer a faculdade de
clínicas de expressar sua vontade. nomear responsável legal. Para tanto, devem
Os pacientes menores de 18 anos não apresentar, no ato da representação, os
emancipados e maiores de 18 anos seguintes documentos:

SITUAÇÃO DO RESPONSÁVEL DOCUMENTOS QUE DEVEM


PACIENTE SER EXIGIDOS

Paciente menor Cédula de identidade


de 18 anos não do menor
emancipado Pais (ambos)
Cédula de identidade
dos pais (ambos)

Cédula de identidade
do menor

Cédula de identidade
Paciente menor dos pais (ambos, para
de 18 anos não Apenas um dos pais verificação de assinatura)
emancipado
Termo de anuência do
outro pai, caso conste
a filiação na cédula de
identidade ou a certidão
de falecimento

Cédula de identidade
do menor

Cédula de identidade do
Paciente menor tutor ou curador
de 18 anos não Tutor ou Curador
emancipado Cópia de documento que
comprove sua condição de
responsável (decisão de
tutela ou curatela)

114 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Cédula de identidade
do menor

Cédula de identidade
do tutor ou curador
Paciente maior de 18 Tutor ou Curador
anos interditado Cópia de documento
que comprove sua
condição de responsável
(decisão de tutela ou
curatela)

Cédula de identidade
do menor

Cédula de identidade
do tutor ou curador
Paciente com Tutor ou Curador
Deficiência Mental Cópia de documento
maior de 18 anos que comprove sua
condição de responsável
(decisão de tutela ou
curatela)

Em regra, o Termo de Internação ou Termo de A assinatura de testemunhas não é exigida


Atendimento já nomeia responsável legal. O para a validade do Termo de Nomeação de
presente Termo de Nomeação de Responsável Responsável Legal, e deverá ser coletada se
Legal deverá ser utilizado, portanto, nas possível.
hipóteses em que não seja firmado Termo de
Internação ou Atendimento. 2. Formulário

TERMO DE NOMEAÇÃO DE RESPONSÁVEL LEGAL

DADOS DO PACIENTE

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

DADOS DO RESPONSÁVEL LEGAL

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

Associação Nacional de Hospitais Privados 115


Eu, Paciente, neste ato nomeio o Responsável Legal supra para tomar decisões
em meu nome durante o período em que estiver sendo atendido por (Denominação
Completa do Estabelecimento), podendo autorizar ou negar procedimentos, decidir
acerca do tratamento clínico a ser procedido, requisitar alta, requisitar divulgação de
Boletim Médico, bem como determinar todos os demais atos relativos à assistência
médico-hospitalar ofertada à mim, estando autorizado a expressar minha vontade para
todos os efeitos legais relacionados à prestação assistencial.

Declaro, para todos os fins, que o presente termo é firmado sem qualquer
vício, sendo manifesta expressão de minha vontade.

(Cidade-Estado), (dia) de (mês) de (ano).

______________________________ ______________________________
Nome legível do(a) paciente Nome legível do(a) responsável

______________________________ ______________________________
Assinatura do(a) paciente Assinatura do(a) responsável

______________________________ ______________________________
Testemunha 1 Testemunha 2
Nome: Nome:
RG: RG:
CPF: CPF:

Termo: Recusa de Tratamento


1. Considerações Iniciais responsável pelo seu tratamento, o
paciente deve assumir a responsabilidade
Toda pessoa tem responsabilidade pela pela recusa a procedimentos, exames ou
adequação do seu tratamento e recuperação, tratamentos recomendados, bem como pelo
devendo, para tanto, seguir o plano de descumprimento de qualquer orientação do
tratamento proposto pelo profissional ou profissional ou da equipe de saúde.
pela equipe de saúde responsável pelo seu No sentido de formalizar a ciência deste
cuidado, que deve ser compreendido e aceito. paciente acerca dos procedimentos
De acordo com o Código de Ética Médica, necessários para tratamento do seu quadro
apesar de os médicos terem o dever de clínico e dos possíveis riscos à saúde
utilizar todos os meios disponíveis de causados pela recusa ao tratamento, bem
diagnóstico e tratamento ao seu alcance como para registrar a vontade do paciente
em favor do paciente, eles não poderão que se recusar a seguir as orientações dos
desrespeitar o direito do paciente de decidir profissionais médicos, deve ser formalizado
livremente sobre a execução de práticas o Termo de Responsabilidade pela recusa do
diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso tratamento objeto da indicação médica.
de iminente perigo de morte. O Termo de Responsabilidade isentará o
Assim, como cada pessoa também é estabelecimento e todos os profissionais de

116 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


saúde envolvidos, direta ou indiretamente, No caso de pacientes menores ou
no tratamento do paciente, de qualquer relativamente incapazes desacompanhadas
responsabilidade. de seus responsáveis legais, recomenda-
Note que, antes do oferecimento do Termo se seja realizada a avaliação do paciente
de Responsabilidade, é importante que e ponderação acerca do alcance de
o médico responsável pela indicação do seu entendimento e de sua autonomia.
tratamento oriente o paciente e o esclareça Se capazes de decidir pela recusa do
quanto aos possíveis riscos e danos à saúde tratamento, o Termo deverá ser firmado
oriundos da interrupção do tratamento. pelo paciente com a presença de 02 (duas)
Todas as tratativas tidas com o paciente e/ testemunhas, preferencialmente membros
ou responsável devem ser registradas em da equipe de atendimento do menor ou
prontuário, bem como a contrariedade relativamente incapaz.
do médico à opção do paciente e/ou É certo que, nestes casos, o mais adequado
responsável pela recusa do tratamento. é que os responsáveis legais dos pacientes
O Termo de Responsabilidade deve ser firmem o Termo em conjunto com os
devidamente preenchido pelo médico que menores e incapazes. Contudo, a depender
assiste o paciente e assinado pelo paciente da situação, deve-se garantir o direito do
e/ou seu responsável. Caso haja recusa do menor ou incapaz a decidir sobre a sua
paciente e/ou responsável em assinar o Termo saúde e, se atestado seu poder de decisão e
de Responsabilidade, 02 (duas) testemunhas entendimento, cumprir sua vontade.
que presenciaram a recusa do tratamento
assinarão o documento e firmarão verdade. 2. Formulários

TERMO DE RESPONSABILIDADE – RECUSA DE TRATAMENTO

DADOS DO PACIENTE

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______
Médico Responsável: _____________________________ CRM: ___________________
Convênio: ___________________________ Data de internação:___________________

DADOS DO RESPONSÁVEL (se aplicável)

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

Eu, Paciente e/ou Responsável Legal, declaro, para todos os fins, que fui
devidamente informado pela equipe médica deste Hospital sobre o quadro clínico do
Paciente, esclarecido acerca dos exames, dos medicamentos e dos procedimentos
clínicos e/ou cirúrgicos indicados para tratamento e investigação da condição de saúde
do Paciente, além dos riscos à saúde que poderão ser causados pela não realização dos
procedimentos prescritos, conforme indicado abaixo.
Pelo presente termo, declaro que estou ciente da indicação médica de realização do
tratamento e manifesto minha livre e espontânea vontade de recusar o tratamento ofertado
e todas orientações indicadas, assumindo todas as responsabilidades por meu ato.

Associação Nacional de Hospitais Privados 117


Além disso, através deste termo, isento o Hospital e todos os profissionais de
saúde envolvidos, direta ou indiretamente, no tratamento do Paciente, de qualquer
responsabilidade sobre os efeitos e causas danosas referentes à condição clínica
médica e de saúde do Paciente, bem como assumo toda responsabilidade pela recusa
ao tratamento indicado, mesmo ciente de que há indicação do médico assistente de
realização do tratamento indicado.

1. QUADRO CLÍNICO:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

2. DIAGNÓSTICO:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

3. DESCRIÇÃO DOS RISCOS:


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

(Cidade-Estado), (dia) de (mês) de (ano).

______________________________ ______________________________
Nome legível do(a) paciente Nome legível do(a) responsável

______________________________ ______________________________
Assinatura do(a) paciente Assinatura do(a) responsável

______________________________ ______________________________
Testemunha 1 Testemunha 2
Nome: Nome:
RG: RG:
CPF: CPF:

3. Orientações de preenchimento e de recusa do tratamento, a instituição


conduta hospitalar deve avaliar se há ou não risco
de morte ao paciente. São raros os casos
3.a. Paciente maiores e capazes em que os pacientes com efetivo risco de
morte recusam o tratamento. Se a recusa
1. Antes de oferecer a possibilidade de tratamento puder causar a morte do

118 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


paciente, tal situação deve ser devidamente com descrição pormenorizada dos fatos e
registrada em prontuário e no Termo assinatura de, ao menos (e se possível), 02
de Responsabilidade. A instituição deve colaboradores ou prestadores de serviços que,
se assegurar de que envidou todos os de fato, tenham tido contato com o caso.
esforços necessários ao esclarecimento e
convencimento do paciente pela realização 4. Uma das vias deve ser entregue ao
do tratamento. responsável legal do paciente.

2. Antes de oferecer a possibilidade de 5. Arquivar uma via no prontuário do paciente.


recusa do tratamento, a instituição hospitalar
deve realizar a avaliação clínica do paciente, 6. Recomenda-se manter registro de todas as
a fim de verificar se ele está apto a decidir tratativas com familiares e com as autoridades
sobre o seu tratamento. competentes, justamente para demonstrar a
diligência da instituição hospitalar.
3. Se a recusa do tratamento implicar em alta
a pedido do paciente, é necessário observar 3.c. Pacientes incapazes
as orientações constantes deste formulário
específico. 1. Recomenda-se que a recusa do tratamento
seja aceita pela instituição hospitalar sem o
4. Preencher o Formulário em 03 vias envolvimento das autoridades somente nos
com descrição pormenorizada dos fatos e casos em que não haja risco ao paciente,
assinatura de, ao menos (e se possível), 02 após a sua avaliação clínica. Caso haja risco
colaboradores ou prestadores de serviços de morte do incapaz, tal situação deve ser
que, de fato, tenham tido contato com o caso. devidamente registrada em prontuário e no
Termo de Responsabilidade, e a instituição
5. Uma das vias deve ser entregue ao paciente. deve se assegurar de que realizou todos
os esforços necessários ao esclarecimento
6. Arquivar uma via no prontuário do paciente. e convencimento dos responsáveis pela
realização do tratamento.
7. Recomenda-se manter registro de todas as
tratativas com familiares e com o paciente, 2. Caso haja risco de morte do incapaz,
justamente para demonstrar a diligência da recomenda-se contatar imediatamente o
instituição hospitalar. Ministério Público e/ou o órgão público
de defesa dos interesses dos incapazes
3.b. Pacientes menores (Secretaria da Pessoa com Deficiência, por
exemplo), para atuarem no caso. Além disso,
1. Recomenda-se que a recusa do tratamento é recomendável o protocolo de cópia do
seja aceita pela instituição hospitalar sem o Termo de Responsabilidade em delegacia de
envolvimento das autoridades somente nos polícia, a fim de resguardar a instituição.
casos em que não haja risco ao paciente,
após a sua avaliação clínica. Caso haja risco 3. Preencher o Formulário em 03 vias
de morte do menor, tal situação deve ser com descrição pormenorizada dos fatos e
devidamente registrada em prontuário e no assinatura de, ao menos (e se possível), 02
Termo de Responsabilidade, e a instituição colaboradores ou prestadores de serviços
deve se assegurar de que realizou todos que, de fato, tenham tido contato com o caso.
os esforços necessários ao esclarecimento
e convencimento dos responsáveis pela 4. Uma das vias deve ser entregue ao
realização do tratamento. responsável legal do paciente.

2. Caso haja risco de morte do menor, 5. Arquivar uma via no prontuário do paciente.
recomenda-se contatar, imediatamente,
o Conselho Tutelar e o Ministério Público, 6. Recomenda-se manter registro de todas as
para atuarem no caso. Além disso, é tratativas com familiares e com as autoridades
recomendável o protocolo de cópia do competentes, justamente para demonstrar a
Termo de Responsabilidade em delegacia de diligência da instituição hospitalar.
polícia, a fim de resguardar a instituição.
3.d. Pacientes idosos
3. Preencher o Formulário em 03 vias

Associação Nacional de Hospitais Privados 119


1. Recomenda-se que a recusa do tratamento 2. Caso haja risco de morte do idoso,
apresentada pelo idoso seja aceita pela recomenda-se contatar imediatamente
instituição hospitalar sem o envolvimento o Ministério Público ou o Conselho do
das autoridades somente nos casos em Idoso para atuarem no caso. Além disso,
que não haja risco ao paciente, após a é recomendável o protocolo de cópia do
sua avaliação clínica, considerando a Termo de Responsabilidade em delegacia de
classificação por Grau de Dependência do polícia, a fim de resguardar a instituição.
Idoso instituída pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária – ANVISA nos termos da 3. Preencher o Formulário em 03 vias
RDC nº 283/2005. A avaliação deve verificar, com descrição pormenorizada dos fatos e
portanto, (i) sua capacidade física e mental assinatura de, ao menos (e se possível), 02
e, consequentemente, sua possibilidade de colaboradores ou prestadores de serviços
decidir sobre a alta, (ii) sua dependência, ou que, de fato, tenham tido contato com o caso.
seja, sua capacidade de realizar atividades
de autocuidado sem a necessidade de 4. Uma das vias deve ser entregue ao
assistência e (iii) os riscos aos quais está responsável legal do paciente.
sujeito o paciente. Caso haja risco de morte
do idoso, tal situação deve ser devidamente 5. Arquivar uma via no prontuário do paciente.
registrada em prontuário e no Termo de
Responsabilidade, e a instituição deve 6. Recomenda-se manter registro de
se assegurar de que realizou todos os todas as tratativas com familiares e com
esforços necessários ao esclarecimento e as autoridades competentes, justamente
convencimento do paciente ou responsáveis, para demonstrar a diligência da instituição
pela manutenção da internação. hospitalar.

Termo: Alta a pedido do paciente


1. Considerações iniciais quadro clínico e dos possíveis riscos à
saúde causados pela recusa ao tratamento
Toda pessoa tem responsabilidade e saída do estabelecimento, bem como
pela continuidade e adequação do seu para registrar a vontade do paciente que
tratamento e recuperação, devendo, para se recusar a seguir as orientações dos
tanto, seguir o plano de tratamento proposto profissionais médicos, deve ser formalizado
pelo profissional ou pela equipe de saúde o Termo de Responsabilidade pela requisição
responsável pelo seu cuidado, que deve ser de alta sem indicação médica.
compreendido e aceito. O Termo de Responsabilidade isentará o
De acordo com o Código de Ética Médica, estabelecimento e todos os profissionais de
apesar de os médicos terem o dever de saúde envolvidos, direta ou indiretamente,
utilizar todos os meios disponíveis de no tratamento do paciente, de qualquer
diagnóstico e tratamento ao seu alcance responsabilidade.
em favor do paciente, eles não poderão O documento deve ser devidamente
desrespeitar o direito do paciente de decidir preenchido pelo médico que o assiste e
livremente sobre a execução de práticas assinado pelo paciente e/ou seu responsável.
diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso A administração da instituição hospitalar
de iminente perigo de morte. deve disponibilizar material para a
Assim, como cada pessoa também é sensibilização de seu corpo clínico sobre
responsável pelo seu tratamento, o o tema, divulgando as recomendações de
paciente deve assumir a responsabilidade forma clara e ilustrativa.
pela recusa a procedimentos, exames ou
tratamentos recomendados, bem como pelo 2. Formulário
descumprimento de qualquer orientação do
profissional ou da equipe de saúde.
No sentido de formalizar a ciência deste
paciente acerca dos procedimentos
necessários para tratamento do seu

120 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


TERMO DE RESPONSABILIDADE - ALTA A PEDIDO DO PACIENTE INTERNADO

DADOS DO PACIENTE

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______
Médico Responsável: _____________________________ CRM: ___________________
Convênio: ___________________________ Data de internação:___________________

DADOS DO RESPONSÁVEL (se aplicável)

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

Eu, Paciente ou Responsável Legal, declaro, para todos os fins, que fui
devidamente informado pela equipe médica deste Hospital sobre o quadro clínico do
Paciente, esclarecido acerca dos exames, dos medicamentos e dos procedimentos
clínicos e/ou cirúrgicos indicados para tratamento e investigação da condição de
saúde do Paciente, além dos riscos à saúde que poderão ser causados pela não
realização dos procedimentos prescritos, conforme indicado abaixo.
Pelo presente termo, declaro que estou ciente da indicação médica de
manutenção do tratamento e da internação hospitalar e manifesto minha livre
e espontânea vontade de recusa na manutenção do tratamento ofertado e
todas orientações indicadas, para requisitar alta hospitalar, assumindo todas as
responsabilidades por meu ato.
Além disso, através deste termo, isento o Hospital e todos os profissionais de
saúde envolvidos, direta ou indiretamente, no tratamento do Paciente, de qualquer
responsabilidade sobre os efeitos e causas danosas referentes à condição clínica
médica e de saúde do Paciente, bem como assumo toda responsabilidade pela recusa
ao tratamento indicado e saída do Paciente deste estabelecimento, mesmo ciente de
que há indicação do médico assistente de manutenção da internação e do tratamento
ofertado.

1. DESCRIÇÃO DO QUADRO CLÍNICO:


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

2. DIAGNÓSTICO:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

3. DESCRIÇÃO DOS RISCOS:


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

Associação Nacional de Hospitais Privados 121


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

(Cidade-Estado), (dia) de (mês) de (ano).

______________________________ ______________________________
Nome legível do(a) paciente Nome legível do(a) responsável

______________________________ ______________________________
Assinatura do(a) paciente Assinatura do(a) responsável

3. Orientações de preenchimento e 7. Recomenda-se manter registro de todas as


conduta tratativas com familiares e com as autoridades
competentes, justamente para demonstrar a
3.a. Paciente maiores e capazes diligência da instituição hospitalar.

1. Antes de conceder a alta a pedido, a 3.b. Pacientes menores


instituição hospitalar deve avaliar se há ou
não risco de morte ao paciente. São raros 1. Recomenda-se que a concessão de alta
os casos em que os pacientes com efetivo hospitalar a pedido dos responsáveis legais
risco de morte solicitam alta hospitalar. Se só seja concedida nos casos em que não
a concessão da alta hospitalar puder causar haja risco ao paciente, após a sua avaliação
a morte do paciente, tal situação deve ser clínica. Caso haja risco de morte do menor, tal
devidamente registrada em prontuário e situação deve ser devidamente registrada em
no Termo de Responsabilidade de Alta a prontuário e no Termo de Responsabilidade,
Pedido. A instituição deve se assegurar de e a instituição deve se assegurar de que
que envidou todos os esforços necessários ao realizou todos os esforços necessários
esclarecimento e convencimento do paciente ao esclarecimento e convencimento dos
pela manutenção da internação. responsáveis pela manutenção da internação.

2. Na hipótese de risco iminente de morte, 2. Caso haja risco de morte do menor,


recomenda-se o protocolo de cópia do Termo recomenta-se contatar, imediatamente, o
de Responsabilidade em delegacia de polícia, a Conselho Tutelar e o Ministério Público,
fim de resguardar a instituição. para atuarem no caso. Além disso, é
recomendável o protocolo de cópia do Termo
3. Também antes de conceder a alta a pedido, de Responsabilidade em delegacia de polícia,
a instituição hospitalar deve realizar a avaliação a fim de resguardar a instituição.
clínica do paciente, a fim de verificar se ele está
apto a decidir sobre a alta. 3. Preencher o Formulário em 03 vias
com descrição pormenorizada dos fatos e
4. Preencher o Formulário em 03 vias com assinatura de, ao menos (e se possível), 02
descrição pormenorizada dos fatos e assinatura colaboradores ou prestadores de serviços
de, ao menos (e se possível), 02 colaboradores que, de fato, tenham tido contato com o caso.
ou prestadores de serviços que, de fato, tenham
tido contato com o caso. 4. Uma das vias deve ser entregue ao
responsável legal do paciente.
5. Uma das vias deve ser entregue ao paciente.
5. Arquivar uma via no prontuário do
6. Arquivar uma via no prontuário do paciente. paciente.
6. Recomenda-se manter registro de

122 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


todas as tratativas com familiares e com
as autoridades competentes, justamente 1. Recomenda-se que a concessão de alta
para demonstrar a diligência da instituição hospitalar a pedido do idoso só seja concedida
hospitalar. nos casos em que não haja risco ao paciente,
após a sua avaliação clínica, considerando a
3.c. Pacientes incapazes classificação por Grau de Dependência do
Idoso instituída pela Agência Nacional de
1. Recomenda-se que a concessão de alta Vigilância Sanitária – ANVISA nos termos da
hospitalar a pedido dos responsáveis legais RDC nº 283/2005. A avaliação deve verificar,
só seja concedida nos casos em que não haja portanto, (i) sua capacidade física e mental e,
risco ao paciente, após a sua avaliação clínica. consequentemente, sua possibilidade de decidir
Caso haja risco de morte do incapaz, tal sobre a alta, (ii) sua dependência, ou seja, sua
situação deve ser devidamente registrada em capacidade de realizar atividades de autocuidado
prontuário e no Termo de Responsabilidade, sem a necessidade de assistência e (iii) os riscos
e a instituição deve se assegurar de que aos quais está sujeito o paciente. Caso haja
realizou todos os esforços necessários risco de morte do idoso, tal situação deve ser
ao esclarecimento e convencimento dos devidamente registrada em prontuário e no
responsáveis pela manutenção da internação. Termo de Responsabilidade, e a instituição deve
se assegurar de que realizou todos os esforços
2. Caso haja risco de morte do incapaz, necessários ao esclarecimento e convencimento
recomenta-se contatar imediatamente o do paciente ou responsáveis, pela manutenção da
Ministério Público e/ou o órgão público internação.
de defesa dos interesses dos incapazes
(Secretaria da Pessoa com Deficiência, por 2. Caso haja risco de morte do idoso, recomenta-
exemplo), para atuarem no caso. Além disso, se contatar imediatamente o Ministério Público
é recomendável o protocolo de cópia do ou o Conselho do Idoso para atuarem no caso.
Termo de Responsabilidade em delegacia de Além disso, é recomendável o protocolo de cópia
polícia, a fim de resguardar a instituição. do Termo de Responsabilidade em delegacia de
polícia, a fim de resguardar a instituição.
3. Preencher o Formulário em 03 vias
com descrição pormenorizada dos fatos e 3. Preencher o Formulário em 03 vias com
assinatura de, ao menos (e se possível), 02 descrição pormenorizada dos fatos e assinatura
colaboradores ou prestadores de serviços de, ao menos (e se possível), 02 colaboradores ou
que, de fato, tenham tido contato com o caso. prestadores de serviços que, de fato, tenham tido
contato com o caso.
4. Uma das vias deve ser entregue ao
responsável legal do paciente. 4. Uma das vias deve ser entregue ao responsável
legal do paciente.
5. Arquivar uma via no prontuário do paciente.
5. Arquivar uma via no prontuário do paciente.
6. Recomenda-se manter registro de todas as
tratativas com familiares e com as autoridades 6. Recomenda-se manter registro de todas as
competentes, justamente para demonstrar a tratativas com familiares e com as autoridades
diligência da instituição hospitalar. competentes, justamente para demonstrar a
3.d. Pacientes idosos diligência da instituição hospitalar.

Formulário: Evasão de paciente


(para paciente internado)
1. Considerações iniciais sua integridade, devendo adotar medidas
preventivas à evasão, evitando que o
Ao admitir o paciente em suas instalações, paciente saia do estabelecimento hospitalar
o hospital assume a responsabilidade por sem proceder com a alta.

Associação Nacional de Hospitais Privados 123


Essa situação é diversa da alta a pedido, que O presente termo é elaborado para garantir
ocorre quando o paciente decide interromper a documentação dos fatos ocorridos,
a internação e solicita sua liberação, mas não é mecanismo hábil a eximir a
notificando a instituição e assumindo a responsabilidade da instituição hospitalar,
responsabilidade pela descontinuidade no especialmente nos casos que envolvam
tratamento. menores ou incapazes.
Em muitas situações - especialmente as Assim que identificar a evasão do paciente, a
que envolvem menores, incapazes e idosos instituição hospitalar deverá tentar contatar
- a justiça brasileira condena instituições os familiares ou responsáveis indicados no
hospitalares por danos causados aos pacientes termo de internação, além de proceder com a
em decorrência da inobservância do dever de comunicação à autoridade policial, conforme
garantir sua integridade. A evasão de paciente indicado abaixo. No caso de evasão de
de instituição hospitalar pode demonstrar que pacientes menores, idosos ou com deficiência,
o sistema de controle de entrada e saída de os hospitais também deverão contatar
pacientes da instituição não está adequado. o Conselho Tutelar, Conselho do Idoso e
Assim, para evitar evasões, recomenda-se Ministério Público, conforme o caso e a região
que as instituições hospitalares verifiquem onde esteja situada a instituição hospitalar.
seus mecanismos de controle e promovam as A depender da gravidade do caso,
adequações necessárias. recomenda-se o envolvimento do jurídico.
Em grande parte dos casos de evasão, os A administração da instituição hospitalar
pacientes dão indícios da frustação em manter deve disponibilizar material para a
a internação hospitalar. Os profissionais que sensibilização de seu corpo clínico sobre
atuam na instituição devem ser orientados o tema, divulgando as recomendações de
a comunicar o fato ao setor competente e, forma clara e ilustrativa.
conforme for, o hospital deve redobrar sua
atenção para evitar a evasão do paciente. 2. Formulário

NOTIFICAÇÃO DE EVASÃO DE PACIENTE INTERNADO

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: _________________ Data de internação: ___________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Data de evasão: ________________ Horário de identificação da evasão: ____________

1. Relato da ocorrência:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

2. Riscos clínicos para o paciente:


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

3. Descrição dos contatos com familiar/ responsável e demais medidas tomadas:


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

124 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


(Cidade/Estado), (dia) de (mês) de (ano).

______________________________ ______________________________
Testemunha 1 Testemunha 2
Nome: Nome:
RG: RG:
CPF: CPF:
Cargo/ Função: Cargo/ Função:

3. Orientações de preenchimento competentes, justamente para demonstrar a


e conduta diligência da instituição hospitalar.

3.a. Paciente maiores e capazes 3.b. Pacientes menores

1. Preencher o Formulário em 03 vias com 1. Preencher o Formulário em 03 vias com


descrição pormenorizada dos fatos e descrição pormenorizada dos fatos e
assinatura de, ao menos (e se possível), 02 assinatura de, ao menos (e se possível), 02
colaboradores ou prestadores de serviços que, colaboradores ou prestadores de serviços
de fato, tenham tido contato com o caso. que, de fato, tenham tido contato com o caso.

2. Recomenda-se arquivar uma via no 2. Recomenda-se arquivar uma via no


prontuário do paciente. É importante que prontuário do paciente. É importante que
os profissionais do corpo clínico sejam os profissionais do corpo clínico sejam
orientados acerca do correto preenchimento orientados acerca do correto preenchimento
do prontuário com o quadro e riscos clínicos do prontuário com o quadro e riscos clínicos
do paciente evadido. do paciente evadido.

3. Na hipótese de não haver risco de morte do 3. Independentemente da existência de


paciente, recomenda-se direcionar as outras risco de morte do menor, recomenda-se
duas vias do Termo à delegacia de polícia contatar o Conselho Tutelar e encaminhar
mais próxima, sendo que uma delas ficará uma via do Termo de Evasão a esta
com o delegado de polícia e, a outra, após entidade. A instituição hospitalar deve
o recebimento do protocolo da instituição manter mecanismo que garanta o registro
policial, deverá ser arquivada. Neste caso, na do recebimento do documento pelo
hipótese de o delegado não aceitar receber o Conselho Tutelar (protocolo físico/aviso
Termo de Evasão, recomenda-se a lavratura de de recebimento etc.). Nas tratativas com
Boletim de Ocorrência. o Conselho Tutelar, recomenda-se que a
instituição informe que procederá com a
4. Se houver risco de morte do paciente, lavratura de Boletim de Ocorrência.
recomenda-se contatar a delegacia de
polícia mais próxima e lavrar Boletim de 4. Contatar a delegacia de polícia mais
Ocorrência. É importante levar uma cópia do próxima e realizar a lavratura do Boletim de
termo de evasão à delegacia para orientar o Ocorrência. É importante levar uma cópia do
representante da instituição hospitalar acerca Termo de Evasão à delegacia para orientar
dos fatos ocorridos, no momento da lavratura o representante da instituição hospitalar
do Boletim de Ocorrência. acerca dos fatos ocorridos, no momento da
lavratura do Boletim de Ocorrência.
5. O protocolo da Notificação de Evasão ou o
Boletim de Ocorrência deverão ser arquivados 5. Uma vez lavrado o Boletim de Ocorrência,
com uma via do Boletim de Ocorrência com os recomenda-se que a instituição mantenha uma
documentos administrativos do paciente cópia do documento no prontuário do paciente
e encaminhe uma via ao Conselho Tutelar.
6. Recomenda-se manter registro de todas as
tratativas com familiares e com as autoridades 6. Recomenda-se manter registro de todas as

Associação Nacional de Hospitais Privados 125


tratativas com familiares e com as autoridades
competentes, justamente para demonstrar a
diligência da instituição hospitalar.

3.d. Pacientes idosos

1. Preencher o Formulário em 03 vias com


descrição pormenorizada dos fatos e
assinatura de, ao menos (e se possível), 02
colaboradores ou prestadores de serviços que,
de fato, tenham tido contato com o caso.

tratativas com familiares e com as autoridades 2. Recomenda-se arquivar uma via no


competentes, justamente para demonstrar a prontuário do paciente. É importante que
diligência da instituição hospitalar. os profissionais do corpo clínico sejam
orientados acerca do correto preenchimento
3.c. Pacientes incapazes do prontuário com o quadro e riscos clínicos
do paciente evadido.
1. Preencher o Formulário em 03 vias com
descrição pormenorizada dos fatos e 3. Se houver avaliação clínica que indique a
assinatura de, ao menos (e se possível), 02 plena capacidade mental do idoso, bem como
colaboradores ou prestadores de serviços que, sua independência conforme classificação
de fato, tenham tido contato com o caso. por Grau de Dependência do Idoso instituída
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
2. Recomenda-se arquivar uma via no – ANVISA nos termos da RDC nº 283/2005,
prontuário do paciente. É importante que este será tratado como maior capaz, conforme
os profissionais do corpo clínico sejam item III.1. Caso contrário, deverá ser observado
orientados acerca do correto preenchimento o procedimento deste item III.4.
do prontuário com o quadro e riscos clínicos
do paciente evadido. 4. Independentemente da existência de risco
de morte do incapaz, recomenda-se contatar
3. Independentemente da existência de risco a delegacia de polícia mais próxima e lavrar
de morte do incapaz, recomenda-se contatar Boletim de Ocorrência. É importante levar
a delegacia de polícia mais próxima e lavrar uma cópia do termo de evasão à delegacia
Boletim de Ocorrência. É importante levar para orientar o representante da instituição
uma cópia do termo de evasão à delegacia hospitalar acerca dos fatos ocorridos,
para orientar o representante da instituição no momento da lavratura do Boletim de
hospitalar acerca dos fatos ocorridos, Ocorrência.
no momento da lavratura do Boletim de
Ocorrência. 5. Uma vez lavrado o Boletim de Ocorrência,
recomenda-se que a instituição mantenha
4. Uma vez lavrado o Boletim de Ocorrência, uma cópia do documento no prontuário do
recomenda-se que a instituição mantenha paciente e encaminhe uma via ao Conselho
uma cópia do documento no prontuário do do Idoso ou ao Ministério Público, conforme
paciente e encaminhe uma via ao Conselho indicado no próximo tópico.
da Pessoa com Deficiência ou ao Ministério
Público, conforme indicado no próximo tópico. 6. Contatar o Conselho do Idoso ou, se
o órgão não existir em seu Município, o
5. Contatar o Conselho da Pessoa com Ministério Público, e disponibilize uma cópia
Deficiência ou, se o órgão não existir em seu do Boletim de Ocorrência. A instituição deve
Município, o Ministério Público, e disponibilizar manter mecanismo que garanta o registro
uma cópia do Boletim de Ocorrência. A do recebimento do documento pelo órgão
instituição deve manter mecanismo que (protocolo físico/ aviso de recebimento etc.).
garanta o registro do recebimento do
documento pelo órgão (protocolo físico/ aviso 7. Recomenda-se manter registro de todas as
de recebimento etc.). tratativas com familiares e com as autoridades
competentes, justamente para demonstrar a
6. Recomenda-se manter registro de todas as diligência da instituição hospitalar.

126 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Termo: Consentimento livre e esclarecido
e termo de assentimento livre e
esclarecido
1. Considerações Iniciais médicos considerados mais complexos.
Durante muito tempo os tratamentos Assim, a assinatura do documento sem a
médicos foram promovidos pelos correspondente implementação de prática
profissionais e instituições de saúde sem humana que inclua o paciente em seu
o pleno entendimento do paciente. Após tratamento pode invalidar o documento.
a 2ª Guerra Mundial, a medicina voltou-se Diante disso, e independentemente das
para um atendimento mais humano, com situações estabelecidas pela equipe
inclusão do paciente no tratamento ofertado assistencial para a requisição do TCLE ou
e baseada nos pilares da informação, TALE, a disponibilização deste documento
entendimento, autonomia e colaboração. ao paciente deve, necessariamente, ser
Se bem formulado, o Termo de precedida de ponderação por parte da
Consentimento Livre e Esclarecido equipe técnica responsável. Ademais,
(“TCLE”), aplicável a paciente legalmente a justificativa para o oferecimento do
capaz, e o Termo de Assentimento Livre documento deve ser indicada em prontuário.
e Esclarecido (“TALE”), utilizado para De acordo com o Código de Ética Médica,
paciente legalmente incapaz, dão os apesar de os médicos terem o dever de
parâmetros de atuação do médico. utilizar todos os meios disponíveis de
Assim, após ter conhecimento dos diagnóstico e tratamento ao seu alcance
procedimentos disponíveis e dos riscos em favor do paciente, o médico aceitará as
envolvidos em cada um deles, o paciente escolhas de seus pacientes ou responsáveis
dá seu consentimento esclarecido. Nas legais, relativas aos procedimentos
situações em que não pode seja possível diagnósticos e terapêuticos por eles
obter o consentimento esclarecido do expressos, desde que adequadas ao caso e
paciente, recomenda-se a requisição do cientificamente reconhecidos.
consentimento pós-informado. O TCLE veda ao médico deixar de garantir
De certo que a requisição de consentimento ao paciente o exercício do direito de decidir
livre e esclarecido para todos os atos livremente sobre sua pessoa ou bem-estar,
praticados pode trazer a implementação de bem como exercer sua autoridade para
uma estrutura burocrática desnecessária. limitá-lo.
Assim, para procedimentos mais simples, em Assim, a informação ao paciente não é
que não haja intervenção cirúrgica ou em que ato meramente burocrático e, sim, uma
os riscos sejam baixos, pode-se requisitar o etapa da relação médico-paciente que leva
consentimento verbal do paciente e proceder em consideração os aspectos humanos
com seu registro em prontuário. envolvidos no processo, visando, por meio
Cabe à equipe assistencial de cada da informação, a evitar danos ao paciente
instituição hospitalar avaliar em quais na comunicação da verdade sobre o
tipos de situações deve-se requisitar procedimento ao qual ele será submetido.
o consentimento livre e esclarecido Importante salientar que a formalização
do paciente. A título exemplificativo, de TCLE ou TALE é ato médico, ou seja,
trazemos (a) intervenções cirúrgicas; (b) é importante que seja indicado o nome
procedimentos invasivos; (c) episiotomias em do profissional médico responsável pela
partos vaginais; (d) transfusão de sangue; (e) entrega do documento e oferecimento
transplantes e amputações; (f) exames de das informações relevantes ao paciente.
diagnóstico mais complexos, dentre outros. Além disso, nos casos de cirurgias
As instituições devem ter muita cautela ao eletivas, recomenda-se que o documento
disponibilizar o TCLE e o TALE, tendo em seja assinado no consultório do
vista que são documentos que protegem médico responsável pela prescrição do
a autonomia dos pacientes, por meio procedimento, ou seja, antes mesmo da
do qual atestam estar cientes de suas internação do paciente para a realização do
condições, submetendo-se a procedimentos procedimento. Nesse caso, o formulário terá

Associação Nacional de Hospitais Privados 127


o timbre do médico ou da equipe responsável o direito do menor ou incapaz a decidir
pelo encaminhamento do paciente. sobre a sua saúde e, se atestado seu poder
No caso de pacientes menores ou de de decisão e entendimento, cumprir sua
pessoas incapazes, recomenda-se seja vontade.
realizada a avaliação do paciente para
ponderar o alcance de seu entendimento e 2. Formulários
de sua autonomia. O mais adequado é que
os responsáveis legais desses pacientes 2.a. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
firmem o TALE em conjunto. Contudo, a ESCLARECIDO
depender da situação, deve-se garantir

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

DADOS DO PACIENTE

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______
Médico Responsável: _____________________________ CRM: ___________________
Convênio: ___________________________ Data de internação:___________________

Eu, Paciente, declaro, para todos os fins, que fui devidamente informado(a)
pelo(a) médico(a) [Nome do profissional], inscrito(a) no CRM/[--] sob o nº [--], sobre
meu quadro clínico, esclarecido(a) acerca dos exames, dos medicamentos e dos
procedimentos clínicos e/ou cirúrgicos indicados para tratamento e/ou investigação
da minha condição de saúde, além dos riscos e/ou benefícios à saúde que poderão ser
causados pela realização do(s) procedimento(s) prescritos, conforme indicado abaixo.

Pelo presente termo, declaro que estou ciente de que podem ocorrer
intercorrências durante o tratamento/assistência clínica/procedimento ou realização
de exame, assim como poderá ser necessária a modificação do procedimento
inicialmente indicado em virtude de situações imprevistas.

1. QUADRO CLÍNICO:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

2. TRATAMENTO PRESCRITO E JUSTIFICATIVA:


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

128 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


3. DURAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS POSSÍVEIS DESCONFORTOS:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

4. BENEFÍCIOS ESPERADOS, RISCOS, MÉTODOS ALTERNATIVOS E


CONSEQUÊNCIAS DA NÃO REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

5. CUIDADOS QUE O PACIENTE DEVERÁ ADOTAR APÓS O PROCEDIMENTO:


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

6. PARA SER PREENCHIDO PELO PACIENTE:

( ) Declaro que fui devidamente informado e esclarecido acerca do procedimento


acima indicado, seus riscos, benefícios, alternativas e consequências;

( ) Declaro que fui plenamente esclarecido de que sou livre para consentir ou não
com o procedimento, sem qualquer penalização.

( ) Declaro que me foi dada a oportunidade de indicar e sanar todas as minhas


dúvidas acerca do tratamento ofertado, seus riscos e benefícios.

7. PARA SER PREENCHIDO PELO MÉDICO:

( ) Declaro que esclareci o paciente e/ou seu representante legal sobre o diagnóstico,
vantagens e desvantagens do tratamento proposto, prognóstico, taxa de insucesso,
riscos previsíveis e complicações inesperadas, bem como as consequências que
poderão advir da recusa em aceitar a intervenção proposta, e acredito ter sido
adequadamente compreendido pelo paciente, a quem ofereci a oportunidade de
apresentas as suas dúvidas, devidamente sanadas.

(Cidade/Estado), (dia) de (mês) de (ano).

______________________________ ______________________________
Assinatura do(a) paciente Assinatura do(a) médico(a)

Associação Nacional de Hospitais Privados 129


2.b. TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (PACIENTE MENORES DE 18
ANOS OU PACIENTES COM DEFIFICÊNCIA/ INCAPAZES)

DADOS DO PACIENTE

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______
Médico Responsável: _____________________________ CRM: ___________________
Convênio: ___________________________ Data de internação:___________________

DADOS DO RESPONSÁVEL (se presemte)

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

Eu, Paciente, ( ) acompanhado por meu Responsável Legal ou ( )


desacompanhado de meu Responsável Legal, declaro, para todos os fins, que fui
devidamente informado(a) pelo(a) médico(a) [Nome do profissional], inscrito(a)
no CRM/[--] sob o nº [--], sobre meu quadro clínico/ quadro clínico do paciente,
esclarecido(a) acerca dos exames, dos medicamentos e dos procedimentos clínicos
e/ou cirúrgicos indicados para tratamento e/ou investigação da minha condição de
saúde/ condição do Paciente, além dos riscos e/ou benefícios à saúde que poderão ser
causados pela realização do(s) procedimento(s) prescritos, conforme indicado abaixo.

Pelo presente termo, declaro que estou ciente de que podem ocorrer
intercorrências durante o tratamento/assistência clínica/procedimento ou realização
de exame, assim como poderá ser necessária a modificação da proposta inicial em
virtude de situações imprevistas.

1. QUADRO CLÍNICO:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

2. TRATAMENTO PRESCRITO E JUSTIFICATIVA:


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

130 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


3. DURAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS POSSÍVEIS DESCONFORTOS:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

4. BENEFÍCIOS ESPERADOS, RISCOS, MÉTODOS ALTERNATIVOS E


CONSEQUÊNCIAS DA NÃO REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

5. CUIDADOS QUE O PACIENTE DEVERÁ ADOTAR APÓS O PROCEDIMENTO:


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

6. PARA SER PREENCHIDO PELO PACIENTE:

( ) Declaro que fui devidamente informado e esclarecido acerca do procedimento


acima indicado, seus riscos, benefícios, alternativas e consequências;

( ) Declaro que me foi dada a oportunidade de indicar e sanar todas as minhas


dúvidas acerca do tratamento ofertado, seus riscos e benefícios.

7. PARA SER PREENCHIDO PELO MÉDICO:

( ) Declaro que esclareci o paciente e/ou seu representante legal sobre o diagnóstico,
vantagens e desvantagens do tratamento proposto, prognóstico, taxa de insucesso,
riscos previsíveis e complicações inesperadas, bem como as consequências que
poderão advir da recusa em aceitar a intervenção proposta, e acredito ter sido
adequadamente compreendido pelo paciente, a quem ofereci a oportunidade de
apresentas as suas dúvidas, devidamente sanadas.
( ) Declaro que oportunizei a participação do paciente na obtenção do presente
assentimento, que avaliei o grau de comprometimento da capacidade de
entendimento do paciente para decidir sobre o tratamento prescrito e que considerei
sua escolha na medida de sua capacidade de decisão.

(Cidade/Estado), (dia) de (mês) de (ano).

______________________________ ______________________________
Assinatura do(a) paciente Assinatura do(a) Responsável Legal

______________________________
Assinatura do(a) médico(a)

Associação Nacional de Hospitais Privados 131


3. Orientações de preenchimento modo, há de se ressaltar que não há uma
fórmula pronta para atuação nesses casos,
O consentimento esclarecido dos pacientes devendo ser avaliado caso-a-caso.
e o atendimento humano deve ser prática Em caso de negativa no tratamento
disseminada na instituição hospitalar. De ofertado, a instituição hospitalar deve
nada adianta preencher burocraticamente requisitar o preenchimento do Termo de
todos os documentos sem a conversa Recursa de Tratamento e adotar as medidas
adequada com o paciente. ali indicadas.
Ao preencher o TCLE ou TALE, os Recomenda-se que o TCLE e TALE sejam
profissionais de saúde devem ser orientados firmados em 02 duas vias assinadas
a utilizar uma linguagem clara e a questionar pelo médico e pelo paciente: uma deve
o paciente sobre o que foi explicado, ficar arquivada em prontuário e, a outra,
aferindo a compreensão. disponibilizada ao paciente.
O profissional de saúde também deve Nos casos de procedimentos eletivos,
ser orientado a verificar a capacidade de recomenda-se que o termo seja firmado
compreensão e de decisão dos pacientes pelo médico responsável em consultório,
menores de 18 anos ou os incapazes. Sempre preferencialmente em documento com o
que possível, deve-se envolver o responsável timbre do referido médico, e solicitado antes
legal na escolha do tratamento. De todo da internação.

Termos: Internação, termo de


responsabilidade e outros termos
utilizados no ingresso do paciente
1. TERMO DE INTERNAÇÃO

TERMO DE INTERNAÇÃO

DADOS DO PACIENTE

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______
Médico Responsável: _____________________________ CRM: ___________________
Convênio: ___________________________ Data de internação:___________________

DADOS DO RESPONSÁVEL (se aplicável)

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

132 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


DADOS DO HOSPITAL

Razão Social: ____________________________________________________________


________________________ CNPJ:__________________________________________
Endereço: ______________________________________ CEP:____________________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

DADOS DO ATENDIMENTO

Data da abertura do atendimento: ___________________________________________


Horário da abertura do atendimento:_________________________________________

Condições Gerais da Prestação de Serviços Médicos

1 O HOSPITAL dispõe dos serviços abaixo relacionados, destinados a atender


pacientes que, a critério médico, necessitam de internação, sendo eles:
[Descrever os serviços oferecidos: ambulatorial, SADT, cirurgia, etc.]

2 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara estar ciente que a HOSPITAL não


possui qualquer envolvimento na relação contratual ajustada entre o PACIENTE E/
OU RESPONSÁVEL e a Operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde, razão
pela qual nenhuma responsabilidade será atribuída ao HOSPITAL pela recusa ou falta
de autorização da Operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde em relação à
prestação de serviços, seja total ou parcial.

3 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que, em caso de


atendimento em caráter de emergência, seu tratamento se iniciará independentemente da
formalização deste instrumento, conforme previsão do artigo 135-A da Lei nº 12.653/2012.
A condição de emergência será definida por profissional da saúde devidamente
habilitado.

4 No caso de ocorrerem atendimentos de emergência, fica o HOSPITAL autorizada


a realizar exames, proceder aquisição e implantação de próteses requisitadas pela equipe
médica independentemente de qualquer autorização ou formalidade do PACIENTE E/OU
RESPONSÁVEL neste sentido.

5 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que poderá manifestar


recusa em se submeter a tratamentos/procedimentos específicos, em respeito à sua
vontade e/ou em casos que a Operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde não
cubra a referida despesa, desde que tal decisão não implique em risco de morte do
PACIENTE, cabendo ao HOSPITAL avaliar as implicações para a segurança da saúde
do PACIENTE. Tal recusa deverá ser especificada e assinada pelo PACIENTE, através de
documento formal, e será avaliada pelo HOSPITAL conforme o caso específico.

6 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que procedimentos


cirúrgicos de amputação de membros deverão ser autorizados por escrito, após
informação médica do caso, salvo nos casos em que não seja possível a autorização do
paciente, hipótese em que será realizado o procedimento necessário para salvar a vida
(iminência de morte) do PACIENTE, independentemente de autorização do PACIENTE E/
OU RESPONSÁVEL.

7 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara conhecer a apólice/contrato de sua


Operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde, seus termos e condições; existência
de períodos de carência e itens de cobertura, exclusão e restrição, razão pela qual assume

Associação Nacional de Hospitais Privados 133


total e integral responsabilidade pelos respectivos pagamentos das despesas que não
estejam englobadas em sua relação com a Operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde.

8 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que a internação não


emergencial está condicionada à prévia autorização formal pela Operadora de Plano
Privado de Assistência à Saúde, com indicação dos serviços, materiais, medicamentos,
OPME (órteses, próteses e materiais especiais) e/ou procedimentos para os quais a
autorização foi expedida; inclusive considerando a espécie de categoria/acomodação
autorizada pela Operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde.

9 O RESPONSÁVEL declara assumir total e completa responsabilidade pelo


PACIENTE a partir de sua entrada no estabelecimento do HOSPITAL, declarando
assumir, juntamente com o PACIENTE, a obrigação de pagamento de toda e qualquer
despesa havida com o atendimento do PACIENTE em sua internação, ou seja, todos os
tratamentos que, a critério médico, forem imprescindíveis para a saúde do PACIENTE,
seja em decorrência do caráter particular atribuído ao atendimento, seja em relação à
recusa total ou parcial da Operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde.

10 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência dos preços dos


procedimentos médicos praticados pelo HOSPITAL, comprometendo-se a quitar
integralmente a dívida sem cobertura pela Operadora de Plano Privado de Assistência
à Saúde, na alta ou transferência do PACIENTE.

10.1 O preço dos procedimentos médicos realizados pela HOSPITAL é aquele


constante das Tabelas de Preços unitárias da HOSPITAL, que se encontram
disponíveis [no anexo a este documento e na recepção da instituição hospitalar],
estando o PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL ciente de que poderá consultá-las a
qualquer tempo para verificar os preços vigentes nesta data.

10.2 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declaram ter ciência de todos os


procedimentos, materiais e medicamentos não cobertos pela Operadora de Plano
Privado de Assistência à Saúde, tendo recebido do HOSPITAL a lista destes
materiais, e assumem a responsabilidade pelo pagamento decorrente da realização
dos procedimentos e/ou dos materiais e medicamentos não cobertos.

11 Optando o PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL por acomodação superior à


aquela autorizada pela Operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde, ou
qualquer outro benefício não autorizado, ficará o PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL
obrigado ao pagamento de eventuais diferenças devidas em razão desta opção, que
serão pagas ao HOSPITAL no momento da alta hospitalar. Da mesma forma, materiais,
equipamentos e honorários profissionais não reembolsáveis pela Operadora de Plano
Privado de Assistência à Saúde serão cobrados em caráter particular.

12 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência que, conforme


disposição do artigo 33 da Lei nº 9.656/1998, havendo indisponibilidade de leito
hospitalar nos estabelecimentos próprios ou credenciados pelo plano, é garantido ao
consumidor o acesso à acomodação, em nível superior, se este tiver disponível, sem
ônus adicional.

13 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que, caso as


despesas apuradas não sejam cobertas ou reembolsadas pela Operadora de Plano
Privado de Assistência à Saúde, serão consideradas despesas particulares e serão
encaminhadas para pagamento do PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL, no prazo de [•].

14 Tratando-se de internação por prazo indeterminado e particular, fica


estabelecido que o HOSPITAL emitirá e apresentará conta parcial de serviço a cada
[•] dias para que o PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL tenha ciência de seu débito, bem
como efetue o pagamento dos serviços utilizados.

134 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


15 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que na hipótese de
atraso no pagamento por culpa exclusiva da PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL, será devida
multa moratória equivalente a [•], acrescidos de juros de [•], tudo sobre o valor em atraso.

16 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que o Regulamento


Interno do HOSPITAL encontra-se disponível para consulta no [•], comprometendo-se
a cumpri-lo e a dar conhecimento aos seus familiares/visitantes.

17 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência das normas e condições


preestabelecidas pelo HOSPITAL, tais como o cumprimento de horários internos do
HOSPITAL, vedação legal para tabagismo no ambiente hospitalar; comportamento e
conduta dos acompanhantes, parentes e visitantes, etc., que devem ser estritamente
observadas durante a internação do PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL.

18 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que a diária


hospitalar vence às [•] de cada dia. Tendo o PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL recebido
alta médica, deverá desocupar a acomodação em até [•], evitando a contabilização e
cobrança de nova diária. O convênio médico se responsabiliza pela cobertura de seus
associados de até 1h00 (uma hora) após a alta médica, após tal período as cobranças
serão consideradas particulares à título de cobrança.

19 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência acerca da necessidade


de guarda, no [•] do HOSPITAL, dos bens de valor, de qualquer natureza, que possuir
consigo nas acomodações de internação, especialmente dinheiro e joias, não podendo
responsabilizar o HOSPITAL pelo desaparecimento de qualquer objeto que não tenha
sido declarado por escrito e formalmente, mediante recibo, devendo os objetos serem
retirados no máximo em 72 horas após a internação.

20 Este instrumento poderá ser extinto a qualquer tempo em razão de questões


de natureza técnica do HOSPITAL, que impeçam a continuidade dos serviços, dentre
outras hipóteses.

21 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que, quando


necessário e aplicável ao caso, serão formalizados termos de consentimento
específicos, de acordo com a avaliação e orientação médica, destinados a esclarecer
ao PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL os fatos e eventos relacionados com os
procedimentos que serão realizados.

22 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que a presente


prestação de serviços foi promovida pelo sistema de pagamento particular,
expressamente excluído da presente relação jurídica o Sistema Único de Saúde – SUS.

23 Fica desde já autorizado o HOSPITAL a providenciar a transferência do


PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL para um dos hospitais da rede pública de saúde,
caso descumpridas as obrigações ora assumidas, transferência esta que somente será
feita com autorização do médico assistente e desde que não haja qualquer risco ao
quadro clínico do PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL, ficando também o RESPONSÁVEL
incumbido de auxiliar o HOSPITAL na busca de vagas junto a outros estabelecimentos
hospitalares.

24 Para todas as questões oriundas do presente documento, será competente


o Foro da Comarca de [•], Estado de [•], com exclusão de qualquer outro por mais
privilegiado que seja.

E por estarem justas e contratadas, as partes assinam o presente em 02 (duas) vias de


igual teor, para um só efeito na presença das testemunhas abaixo:

Associação Nacional de Hospitais Privados 135


[Cidade], ____, de ________________ de 20___.

______________________________ ______________________________
Nome legível do(a) paciente Nome legível do(a) responsável

______________________________ ______________________________
Assinatura do(a) paciente Assinatura do(a) responsável

______________________________
______________________________ Testemunha 2
Testemunha 1 Nome:
Nome: RG:
RG: CPF:
CPF:

2. TERMO DE PRONTO-ATENDIMENTO

TERMO DE PRONTO-ATENDIMENTO

DADOS DO PACIENTE

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______
Médico Responsável: _____________________________ CRM: ___________________
Convênio: ___________________________ Data de internação:___________________

DADOS DO RESPONSÁVEL (se aplicável)

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

DADOS DO HOSPITAL

Razão Social: ____________________________________________________________


________________________ CNPJ:__________________________________________
Endereço: ______________________________________ CEP:____________________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

DADOS DO ATENDIMENTO

Data da abertura do atendimento: ___________________________________________


Horário da abertura do atendimento:_________________________________________

136 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Condições Gerais da Prestação de Serviços Médicos

1 O HOSPITAL dispõe dos serviços abaixo relacionados, destinados a atender


pacientes no pronto-atendimento, sendo eles:
[Descrever os serviços oferecidos: ambulatorial, PA, SADT, cirurgia, etc.]

2 O pronto-atendimento do HOSPITAL oferece atendimento nos seguintes


horários:
[Descrever horário de atendimento]

3 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara estar ciente que a HOSPITAL não


possui qualquer envolvimento na relação contratual ajustada entre o PACIENTE E/OU
RESPONSÁVEL e a Operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde, razão pela
qual nenhuma responsabilidade lhe será atribuída ao HOSPITAL pela recusa ou falta
de autorização da Operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde em relação à
prestação de serviços, seja total ou parcial.

4 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que, em caso de


atendimento em caráter de emergência, seu tratamento se iniciará independentemente
da formalização deste instrumento, conforme previsão do artigo 135-A da Lei nº
12.653/2012. A condição de emergência será definida por profissional da saúde
devidamente habilitado.

5 No caso de ocorrerem atendimentos de emergência, fica o HOSPITAL


autorizado a realizar exames, proceder aquisição e implantação de próteses
requisitadas pela equipe médica independentemente de qualquer autorização ou
formalidade do PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL neste sentido.

6 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que poderá


manifestar recusa em se submeter a tratamentos/procedimentos específicos,
em respeito à sua vontade e/ou em casos que a Operadora de Plano Privado de
Assistência à Saúde não cubra a referida despesa, desde que tal decisão não implique
em risco de morte do PACIENTE, cabendo ao HOSPITAL avaliar as implicações para a
segurança da saúde do PACIENTE. Tal recusa deverá ser especificada e assinada pelo
PACIENTE, através de documento formal, e será avaliada pelo HOSPITAL conforme o
caso específico.

7 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que procedimentos


cirúrgicos de amputação de membros deverão ser autorizados por escrito, após
informação médica do caso, salvo em caso de emergência, hipótese em que o
médico responsável efetuará o procedimento necessário para salvar a vida (iminência
de morte) do PACIENTE, independentemente de autorização do PACIENTE E/OU
RESPONSÁVEL.

8 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara conhecer a apólice/contrato de


sua Operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde, seus termos e condições;
existência de períodos de carência e itens de cobertura, exclusão e restrição, razão
pela qual assume total e integral responsabilidade pelos respectivos pagamentos das
despesas que não estejam englobadas em sua relação com a Operadora de Plano
Privado de Assistência à Saúde.

9 O RESPONSÁVEL declara assumir total e completa responsabilidade pelo


PACIENTE perante o HOSPITAL, inclusive em relação às obrigações de pagamento de
toda e qualquer despesa havida com o atendimento do PACIENTE, ou seja, todos os
tratamentos que, a critério médico, forem imprescindíveis para a saúde do PACIENTE,
seja em decorrência do caráter particular atribuído ao atendimento, seja em relação à
recusa total ou parcial da Operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde.

Associação Nacional de Hospitais Privados 137


10 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência dos preços dos
procedimentos médicos praticados pela HOSPITAL, comprometendo-se a quitar
integralmente a dívida sem cobertura pela Operadora de Plano Privado de Assistência
à Saúde, na alta ou transferência do PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL PACIENTE.

10.1 O preço dos procedimentos médicos realizados pela HOSPITAL é aquele


constante das Tabelas de Preços unitárias da HOSPITAL, que se encontram
disponíveis [no anexo a este documento e na recepção da instituição hospitalar],
estando o PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL ciente de que poderá consultá-las a
qualquer tempo para verificar os preços vigentes nesta data.

10.2 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declaram ter ciência de todos os


procedimentos, materiais e medicamentos não cobertos pela Operadora de Plano
Privado de Assistência à Saúde e assumem a responsabilidade pelo pagamento
decorrente da realização dos procedimentos e/ou dos materiais e medicamentos
não cobertos.

11 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que, caso as


despesas apuradas não sejam cobertas ou reembolsadas pela Operadora de Plano
Privado de Assistência à Saúde, serão consideradas despesas particulares e serão
encaminhadas para pagamento da PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL, no prazo de [•].

12 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que na hipótese de


atraso no pagamento por culpa exclusiva da PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL, será
devida multa moratória equivalente a [•], acrescidos de juros de [•], tudo sobre o valor
em atraso.

13 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que o Regulamento


Interno do HOSPITAL encontra-se disponível para consulta no [•], comprometendo-se
a cumpri-lo e a dar conhecimento aos seus familiares/visitantes.
14 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência das normas e condições
preestabelecidas pelo HOSPITAL, tais como o cumprimento de horários internos do
HOSPITAL, vedação legal para tabagismo no ambiente hospitalar; comportamento e
conduta dos acompanhantes, parentes e visitantes, etc., que devem ser estritamente
observadas durante a internação do PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL.

15 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência das normas e condições


preestabelecidas pelo HOSPITAL, tais como o cumprimento de horários internos do
HOSPITAL, vedação legal para tabagismo no ambiente hospitalar; comportamento e
conduta dos acompanhantes, parentes e visitantes, etc., que devem ser estritamente
observadas durante a internação do PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL.

16 Este instrumento poderá ser extinto a qualquer tempo em razão de questões


de natureza técnica do HOSPITAL, que impeçam a continuidade dos serviços, dentre
outras hipóteses.

17 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que, quando


necessário e aplicável ao caso, serão formalizados termos de consentimento
específicos, de acordo com a avaliação e orientação médica, destinados a esclarecer
ao PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL os fatos e eventos relacionados com os
procedimentos que serão realizados.

18 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL declara ter ciência de que a presente


prestação de serviços foi promovida pelo sistema de pagamento particular,
expressamente excluído da presente relação jurídica o Sistema Único de Saúde – SUS.

19 O PACIENTE E/OU RESPONSÁVEL tem ciência de que para sua segurança


poderá ser determinada sua internação.

138 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


20 Para todas as questões oriundas do presente documento, será competente
o Foro da Comarca de [•], Estado de [•], com exclusão de qualquer outro por mais
privilegiado que seja.

E por estarem justas e contratadas, as partes assinam o presente em 02 (duas) vias de


igual teor, para um só efeito na presença das testemunhas abaixo:

[Cidade], ____, de ________________ de 20___.

______________________________ ______________________________
Nome legível do(a) paciente Nome legível do(a) responsável

______________________________ ______________________________
Assinatura do(a) paciente Assinatura do(a) responsável

______________________________ ______________________________
Testemunha 1 Testemunha 2
Nome: Nome:
RG: RG:
CPF: CPF:

3. TERMO DE NOMEAÇÃO DE RESPONSÁVEL LEGAL

TERMO DE NOMEAÇÃO DE RESPONSÁVEL LEGAL

DADOS DO PACIENTE

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

DADOS DO RESPONSÁVEL LEGAL

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

Eu, Paciente, neste ato, nomeio o Responsável Legal supra para tomar decisões
em meu nome durante o período em que estiver sendo atendido por (Denominação
Completa do Estabelecimento), podendo autorizar ou negar procedimentos, decidir

Associação Nacional de Hospitais Privados 139


acerca do tratamento clínico a ser procedido, requisitar alta, requisitar divulgação de
Boletim Médico, bem como determinar todos os demais atos relativos à assistência
médico-hospitalar ofertada à mim, estando autorizado a expressar minha vontade para
todos os efeitos legais relacionados à prestação assistencial.

Declaro, para todos os fins, que o presente termo é firmado sem qualquer
vício, sendo manifesta expressão de minha vontade.

(Cidade-Estado), (dia) de (mês) de (ano).

______________________________ ______________________________
Nome legível do(a) paciente Nome legível do(a) responsável

______________________________ ______________________________
Assinatura do(a) paciente Assinatura do(a) responsável

______________________________ ______________________________
Testemunha 1 Testemunha 2
Nome: Nome:
RG: RG:
CPF: CPF:

4. TERMO DE RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

TERMO DE RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

Eu,___,___,___,___, portador(a) da Cédula de Identidade RG nº___, inscrito(a) no


CPF/MF sob o nº___, residente e domiciliado(a) na___, nº___, Bairro___, Cidade de
___, Estado de___, CEP___, telefone de contato nº (___) ___, DECLARO, para todos
os fins, ser o(a) responsável financeiro(a) de___ , portador(a) da Cédula de Identidade
RG nº___, inscrito(a) no CPF/MF sob o nº___, residente e domiciliado(a) na___, nº___,
Bairro___, Cidade de___, Estado de___, CEP___, telefone de contato nº (___)___,
doravante denominado “PACIENTE”, e aceitar solidariamente o compromisso que
abrange, além da obrigação principal de pagamento, todos os acessórios, penalidades,
multas, juros, custas, honorários de advogado, indenizações e tudo o que derivar
da Prestação de Serviços Médico-Hospitalares e sua execução, bem como todas as
repactuações de valor, seja por força de lei, seja por acordo entre as partes.

Em nenhuma hipótese o atendimento em caso de urgência ou emergência estará


vinculado a quaisquer garantias prestadas previamente pelo PACIENTE ou seu
RESPONSÁVEL.

São Paulo, (dia) de (mês) (ano).

_____________________________________
Assinatura do Responsável Financeiro

140 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


5. TERMO DE RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DE PROCEDIMENTOS
NÃO COBERTOS PELA OPERADORA

TERMO DE RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DE PROCEDIMENTOS


NÃO COBERTOS PELA OPERADORA

DADOS DO PACIENTE

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

DADOS DO RESPONSÁVEL LEGAL

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

Eu, Paciente ou Responsável Legal, neste ato, declaro ter ciência:

i. Dos preços dos procedimentos, medicamentos e materiais praticados por


(Denominação Completa do Estabelecimento), conforme indicado no Anexo A deste
termo;

ii. Da minha obrigação de pagar toda e qualquer despesa havida com meu atendimento/
atendimento do Paciente no pronto atendimento ou na internação, incluindo tratamento
médico-hospitalar, materiais, laboratórios, medicamentos e taxas de utilização de salas de
observação, emergência e outros procedimentos ou despesas que, a critério médico, forem
imprescindíveis para a prestação dos serviços, em relação às quais tenha havido recusa total ou
parcial de pagamento por parte da Operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde;

iii. Do fato de que, caso as despesas apuradas não sejam cobertas pela
Operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde da qual sou beneficiário, essas
serão consideradas despesas particulares e encaminhadas para o meu pagamento.

Declaro, para todos os fins, que o presente termo é firmado sem qualquer
vício, sendo manifesta expressão de minha vontade.

(Cidade-Estado), (dia) de (mês) de (ano).

______________________________ ______________________________
Nome legível do(a) paciente Nome legível do(a) responsável

______________________________ ______________________________
Assinatura do(a) paciente Assinatura do(a) responsável

Associação Nacional de Hospitais Privados 141


(Incluir lista dos preços cobrados por procedimentos, medicamentos e materiais
praticados pelo Hospital)

6. TERMO DE CIÊNCIA DOS PROCEDIMENTOS NÃO COBERTOS PELA OPERADORA E DO


PREÇO COBRADO PELO HOSPITAL

TERMO DE CIÊNCIA DOS PROCEDIMENTOS NÃO COBERTOS PELA OPERADORA E


DO PREÇO COBRADO PELO HOSPITAL

DADOS DO PACIENTE

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

DADOS DO RESPONSÁVEL LEGAL

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

Eu, Paciente ou Responsável Legal, neste ato, declaro ter ciência:

i) de todos os procedimentos, medicamentos e materiais não cobertos pela


Operadora, conforme indicado no Anexo A deste termo;

ii) da minha obrigação de pagar pelos procedimentos, medicamentos e materiais


conforme valores indicados na tabela praticada pela (indicar denominação do
estabelecimento).

Declaro, para todos os fins, que o presente termo é firmado sem qualquer vício, sendo
manifesta expressão de minha vontade.

(Cidade-Estado), (dia) de (mês) de (ano).

______________________________ ______________________________
Nome legível do(a) paciente Nome legível do(a) responsável

______________________________ ______________________________
Assinatura do(a) paciente Assinatura do(a) responsável

(Incluir lista com procedimentos, medicamentos e materiais não cobertos pelas Operadoras)

142 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Termo: Prescrição off label
de medicamentos

1. Considerações iniciais Esclarecido (“TALE”), em que estejam


indicados os riscos, os efeitos adversos e as
Procedimento sem regulamentação da interações medicamentosas já conhecidas.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária O CFM recomenda que o TCLE ou o TALE
(Anvisa) e do Conselho Federal de Medicina seja juntado ao prontuário do paciente. Além
(CFM), o uso de medicamento off label disso, o médico deve registrar em prontuário
refere-se à prescrição de medicamento o motivo da prescrição off label, justificando
registrado na Anvisa para uso diferente das seu uso com base na condição peculiar do
indicações em bula. paciente descrevendo a razão de outras
Ao ser registrada, a bula deve prever em alternativas não serem adotadas,
quais situações o medicamento é indicado, Como o uso de medicamento off label não
considerando a faixa etária, a posologia e conta com estudos clínicos aprovados,
a via de administração. No caso do uso off o médico deve se basear em evidências
label, não consta em bula a indicação para científicas confiáveis, éticas e isentas
a qual se pretende usar a medicação. Trata- de conflitos de interesses comerciais.
se de tratamento experimental realizado Além disso, como é vedado às indústrias
por meio de medicamento registrado e farmacêuticas o incentivo ao uso off label,
devidamente comercializado. o médico não pode justificar a prescrição
Embora Anvisa e CFM não tenham off label com base em promoções não
regulamentação sobre o tema, a prática não aprovadas ou em peças publicitárias.
é considerada ilegal tanto para a vigilância Para que a instituição hospitalar esteja
sanitária quanto para este conselho resguardada, o CFM recomenda que a
profissional, que se manifestaram favoráveis Comissão de Ética Médica (“CEM”) do
ao uso off label. Entretanto, deve-se levar estabelecimento dê sua ciência do uso off label
em consideração alguns aspectos antes de o e alerte o médico de sua responsabilidade
médico prescrever o medicamento para uso exclusiva. A CEM pode, também, valer-se de
diverso do previsto em bula sua função educativa para orientar os médicos
Primeiramente, o médico tem interessados em uso off label.
responsabilidade exclusiva pela prescrição de No caso de eventos adversos, o médico
uso off label de determinado medicamento. assume exclusivamente a responsabilidade
Assim, o profissional deve ponderar os pelos procedimentos ocorridos em
benefícios trazidos com o tratamento decorrência do tratamento off label, podendo
experimental e os riscos relacionados à se configurar erro médico. Entretanto, cabe
administração do medicamento. ponderar que, ao adotar procedimento
Diante de uso não indicado em bula, é padronizado para o uso de medicamentos
fundamental que a decisão seja tomada off label, o hospital pode acabar assumindo
em comum acordo com o paciente. Neste o tratamento necessário para minimizar os
sentido, é recomendado que o paciente efeitos adversos do paciente, podendo ter
assine Termo Consentimento Livre e a cobrança dos valores decorrentes dessa
Esclarecido (“TCLE”) ou que o responsável prescrição ser questionada pela operadora de
assine Termo de Assentimento Livre e plano de saúde.

Associação Nacional de Hospitais Privados 143


2. Formulário

TERMO DE PRESCRIÇÃO OFF LABEL DE MEDICAMENTOS

DADOS DO MÉDICO

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ CRM: ____________________________
Naturalidade: ___________________ Especialidade (se houver):__________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

DADOS DO PACIENTE

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

Eu, (Nome do profissional), inscrito (a) no CRM/[--] sob o nº [--], declaro por
meio do seguinte termo o que segue:

1. Conforme diagnosticado, o Paciente apresenta o seguinte quadro clínico


(descrever quadro do Paciente, incluindo o CID da doença e as condições peculiares
do Paciente que justificam a prescrição off label):
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

2. Diante do exposto, prescrevi ao Paciente medicamento devidamente


registrado na ANVISA, para fins terapêuticos ainda não registrados em bula e
reconhecidos por estudos clínicos aprovados, baseado nas evidências científicas em
anexo, com a ciência da Comissão de Ética Médica, procedimento doravante nomeada
“prescrição off label”.

3. Antes da prescrição off label, foram adotados os seguintes procedimentos e


diretrizes terapêuticas reconhecidas por estudos clínicos, sem êxito na melhora do
Paciente:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

4. Não foram adotadas medidas médicas alternativas em razão dos seguintes


motivos:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

144 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


5. Atesto que informei devidamente o Paciente e/ou seu Responsável Legal sobre
seu quadro clínico, esclarecendo (i) os procedimentos clínicos que foram adotados
antes da prescrição off label; (ii) os motivos que levaram à prescrição off label; (iii) os
riscos e benefícios à saúde que poderão ser causados pela adoção de tratamento off
label. O Paciente está ciente do exposto, conforme Termo de Consentimento Livre e
Esclarecimento ou Termo de Assentimento Livre e Esclarecido devidamente firmado e
anexo ao presente.

6. Assumo exclusivamente a responsabilidade pela prescrição off label, bem


como comprometo-me a acompanhar o Paciente pelo período do tratamento
prescrito, inclusive para tratamento de eventuais eventos adversos, estando ciente
da minha obrigação de notificar qualquer reação adversa do paciente ao serviço de
farmacovigilância ou risco da instituição hospitalar;

7. Isento a instituição hospitalar e os demais profissionais de saúde envolvidos,


direta ou indiretamente, no tratamento do Paciente, de qualquer responsabilidade
sobre os efeitos e causas danosas referentes à prescrição off label.

Declaro, para todos os fins, que o presente termo é firmado sem qualquer vício, sendo
manifesta expressão de minha vontade.

(Cidade-Estado), (dia) de (mês) de (ano).

______________________________ ______________________________
Nome legível do (a) médico (a) e CRM Nome legível do (a) paciente

______________________________ ______________________________
Assinatura do (a) médico (a) Assinatura do (a) paciente

______________________________ ______________________________
Testemunha 1 Testemunha 2
Nome: Nome:
RG: RG:
CPF: CPF:

(ANEXAR EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS QUE EMBASARAM A PRESCRIÇÃO)

3. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido preenchido Termo de Assentimento Livre e


ou Termo de Assentimento Livre e Esclarecido Esclarecido (“TALE”).
Maiores informações sobre o TCLE e o TALE
Para que a prescrição off label seja adotada podem ser encontradas no capítulo destinado a
como tratamento, é necessário que o Paciente estes termos. Abaixo, seguem os formulários a
assine Termo de Consentimento Livre e serem preenchidos.
Esclarecido (“TCLE”), em que reste evidenciado
que o Paciente está ciente do procedimento, 3.a Termo de Consentimento Livre e
seus benefícios e riscos. No caso de paciente Esclarecido
menor de 18 anos ou incapaz, deve ser

Associação Nacional de Hospitais Privados 145


TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

DADOS DO PACIENTE

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______
Médico Responsável:___________________________________ CRM: _____________

Eu, Paciente, declaro, para todos os fins, que fui devidamente informado (a) pelo (a)
médico (a) (Nome do profissional), inscrito (a) no CRM/[--] sob o nº [--], sobre meu quadro
clínico e sobre os motivos que levaram o (a) médico (a) a prescrever medicamento para uso
não indicado em bula, ou seja, para caso em que não há estudo clínico efetuado previamente,
tipo de prescrição conhecida como “tratamento off label”, e que pode ser caracterizado
como um procedimento experimental. Também fui alertado (a) dos riscos e/ou benefícios à
saúde que poderão ser causados pela realização do (s) procedimento (s) prescritos, conforme
indicado abaixo.
Pelo presente termo, declaro que estou ciente de que podem ocorrer eventos adversos
durante o tratamento off labelo, os quais não são necessariamente conhecidos, assim como
poderá ser necessária a suspensão imediata do tratamento em virtude de situações imprevistas.

1. QUADRO CLÍNICO:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________


2. MEDICAMENTO PRESCRITO E JUSTIFICATIVA PARA USO OFF LABEL (COM
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS):
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

3. MOTIVO PARA NÃO SER PRESCRITO TRATAMENTO APROVADO POR ESTUDOS


CLÍNICOS
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

4. DURAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS POSSÍVEIS EVENTOS ADVERSOS:


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

5. BENEFÍCIOS ESPERADOS E RISCOS À SAÚDE DO (A) PACIENTE:


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

146 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


6. CUIDADOS QUE O (A) PACIENTE DEVERÁ ADOTAR DURANTE O PROCEDIMENTO:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

7. PARA SER PREENCHIDO PELO PACIENTE:

() Declaro que fui devidamente informado e esclarecido acerca do tratamento acima


indicado, seus riscos e benefícios à minha saúde.

( ) Declaro que fui plenamente esclarecido(a) de que sou livre para consentir ou não
com o tratamento, sem qualquer penalização.

( ) Declaro que me foi dada a oportunidade de indicar e sanar todas as minhas


dúvidas acerca do tratamento ofertado, seus riscos e benefícios.

8. PARA SER PREENCHIDO PELO MÉDICO:

( ) Declaro que esclareci o paciente sobre o diagnóstico, vantagens e desvantagens


do tratamento proposto, prognóstico, evidências científicas que justificam a
prescrição off label, riscos previsíveis e complicações inesperadas, e acredito ter sido
adequadamente compreendido pelo Paciente, a quem ofereci a oportunidade de
apresentas as suas dúvidas, devidamente sanadas.

(Cidade/Estado), (dia) de (mês) de (ano).

______________________________ ______________________________
Assinatura do (a) médico (a) Assinatura do (a) paciente

3. b. Termo de Assentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

DADOS DO PACIENTE

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______
Médico Responsável:___________________________________ CRM: _____________

DADOS DO RESPONSÁVEL

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
CPF: _________________________________ RG: _____________________________
Naturalidade: _____________________________ Profissão: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

Associação Nacional de Hospitais Privados 147


Eu, Paciente, acompanhado por meu Responsável Legal, declaro, para todos
os fins, que fui devidamente informados(a) pelo(a) médico(a) (Nome do profissional),
inscrito(a) no CRM/[--] sob o nº [--], sobre meu quadro clínico e sobre os motivos que
levaram o(a) médico(a) a prescrever medicamento para uso não indicado em bula, ou
seja, para caso em que não há estudo clínico efetuado previamente, tipo de prescrição
conhecida como “tratamento off labelo”, e que pode ser caracterizado como um
procedimento experimental. Também fui alertado (a) dos riscos e/ou benefícios à
saúde que poderão ser causados pela realização do (s) procedimento (s) prescritos,
conforme indicado abaixo.
Pelo presente termo, declaro que estou ciente de que podem ocorrer
eventos adversos durante o tratamento off labelo, os quais não são necessariamente
conhecidos, assim como poderá ser necessária a suspensão imediata do tratamento
em virtude de situações imprevistas.

1. QUADRO CLÍNICO:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

2. MEDICAMENTO PRESCRITO E JUSTIFICATIVA PARA USO OFF LABEL (COM


EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS):
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

3.MOTIVO PARA NÃO SER PRESCRITO TRATAMENTO APROVADO POR ESTUDOS


CLÍNICOS
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

4. DURAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS POSSÍVEIS EVENTOS ADVERSOS:


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

5. BENEFÍCIOS ESPERADOS E RISCOS À SAÚDE DO (A) PACIENTE:


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

6. CUIDADOS QUE O (A) PACIENTE DEVERÁ ADOTAR DURANTE O PROCEDIMENTO:


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

148 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


7. PARA SER PREENCHIDO PELO (A) PACIENTE:

() Declaro que fui devidamente informado e esclarecido acerca do tratamento acima


indicado, seus riscos e benefícios à minha saúde.

( ) Declaro que me foi dada a oportunidade de indicar e sanar todas as minhas


dúvidas acerca do tratamento ofertado, seus riscos e benefícios.

8. PARA SER PREENCHIDO PELO MÉDICO:

( ) Declaro que esclareci o paciente e seu representante legal sobre o diagnóstico,


vantagens e desvantagens do tratamento proposto, prognóstico, evidências científicas
que justificam a prescrição off label, riscos previsíveis e complicações inesperadas,
e acredito ter sido adequadamente compreendido pelo Paciente, a quem ofereci a
oportunidade de apresentas as suas dúvidas, devidamente sanadas.

( ) Declaro que oportunizei a participação do paciente na obtenção do presente


assentimento, que avaliei o grau de comprometimento da capacidade de
entendimento do paciente para decidir sobre o tratamento prescrito e que considerei
sua escolha na medida de sua capacidade de decisão.

(Cidade/Estado), (dia) de (mês) de (ano).

______________________________ ______________________________
Assinatura do (a) paciente Assinatura do(a) Responsável Legal

______________________________
Assinatura do (a) médico (a)

4. Orientações de preenchimento

O médico deve firmar o Termo de Prescrição compreensão e de decisão dos pacientes


Off Label de Medicamentos, relatando o menores de 18 anos e dos incapazes. Sempre
motivo da prescrição e justificando seu uso que possível, deve-se envolver o responsável
com base na condição peculiar do paciente, legal na decisão pela utilização off label do
descrevendo a razão de outras alternativas medicamento.
não serem adotadas. Recomenda-se que o Termo de Prescrição
Após, recomenda-se que seja remetida à Off Label de Medicamento e o TCLE ou TALE
Comissão de Ética Médica (“CEM”) da instituição sejam firmados em 02 duas vias assinadas
hospitalar cópia do Termo de Prescrição Off pelo médico e pelo paciente, sendo que
Label de Medicamentos, para que a CEM tenha uma deve ficar arquivada em prontuário e, a
ciência do uso off label e alerte o médico de sua outra, disponibilizada ao paciente. Ademais,
responsabilidade exclusiva. recomenda-se que os documentos sejam
Em relação ao preenchimento do TCLE firmados pelo médico responsável em
ou TALE, os profissionais de saúde devem consultório, preferencialmente em documento
ser orientados a utilizar uma linguagem com o timbre do referido médico.
clara e a questionar o paciente sobre o
que foi explicado, aferindo a compreensão.
O profissional de saúde também deve
ser orientado a verificar a capacidade de

Associação Nacional de Hospitais Privados 149


Termo: Confidencialidade – funcionário/
prestador
1. Considerações Iniciais sigilo profissional e a confidencialidade das
informações dos usuários do serviço de
O direito do paciente ao sigilo de suas saúde, bem como das informações sensíveis
informações e o dever dos profissionais de da instituição hospitalar.
saúde de preservarem este sigilo encontra Recomenda-se que sejam tratadas
amparo em diversos diplomas legais, dentre como confidenciais ou sigilosas aquelas
os quais citamos a Constituição Federal, o informações que, por sua natureza, não
Código Penal, o Código Civil e os Códigos de possam ser divulgadas a terceiro, tais
Ética das profissões da área da saúde. como (i) informações relacionadas à saúde
A despeito de grande parcela dos dos pacientes e (ii) quaisquer dados e
profissionais que atuam nos hospitais documentos de natureza pessoal, técnica,
estarem sujeitos ao dever de sigilo operacional, comercial, jurídica e relativa ao
profissional inerente à profissão que exercem, plano de negócio da instituição hospitalar.
recomenda-se que as instituições de saúde Além de termo de confidencialidade
firmem termo de confidencialidade apartado propriamente dito, as instituições de saúde
com cada um de seus colaboradores, devem implementar políticas que garantam
reiterando o dever de confidencialidade a segurança das informações trocadas.
inerente à atuação na assistência à saúde. Uma das medidas que tem sido adotada
Além disso, nos contratos firmado com pelos hospitais é disponibilizar acesso ao
prestadores de serviços, recomenda-se a prontuário do paciente por nível. Assim, um
inclusão de cláusula de confidencialidade determinado profissional de saúde só terá
e de obrigação ao prestador de garantir acesso aos prontuários de pacientes que são
que todo e qualquer profissional vinculado atendidos por ele ou que sejam escopo de
à pessoa jurídica, que venha a atuar uma análise técnico-assistencial.
na instituição hospitalar, firme Termo A internação de pessoas públicas ou até
de Confidencialidade apartado com a mesmo de um colaborador que ocupe
instituição. um alto cargo na instituição costuma
Desta forma, o Termo de Confidencialidade dar um bom parâmetro para aferição
é mecanismo que pretende garantir o do cumprimento da política de acesso
a prontuários: é muito comum que os
profissionais de saúde, por mera curiosidade,
consultem o prontuário desses pacientes.
Constatado o acesso desnecessário a
prontuários de pacientes, a instituição deve
ter uma política clara que defina as medidas
que podem ser adotadas em relação ao
colaborador ou ao prestador de serviços.
Recomenda-se que também seja instituída
uma regra clara sobre a utilização das mídias
sociais e extração de fotos em ambiente
hospitalar.

i. Foi elaborado um modelo de Termo


de Confidencialidade que deve ser firmado
pelos colaboradores do hospital. Quanto
aos prestadores de serviços, recomenda-
se que a Instituição Hospitalar solicite que
a pessoa jurídica Contratada disponibilize
os Termos de Confidencialidade firmados
por seus empregados e sócios.

150 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


2. Formulário

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE – FUNCIONÁRIO/PRESTADOR

DADOS DO(A) COLABORADOR(A)

Nome completo: _________________________________________________________


Data de nascimento: ____________________ Estado civil: ______________________
Profissão: ______________________________ Cargo: ___________________________
CPF: __________________________________ RG: _____________________________
Registro Profissional n°:___________________ Naturalidade: _____________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

DADOS DA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR

Nome: _________________________________________________________________
CNPJ: __________________________________________________________________
Endereço: ____________________________________________ CEP: ______________
Complemento: _____________________________ Cidade: _____________ UF: ______

O(A) COLABORADOR(A), por este termo e para todos os fins de direito, firma
expressamente o seu dever de confidencialidade em relação às Informações
Confidenciais a que terá acesso durante a sua atuação nas dependências da
INSTITUIÇÃO HOSPITALAR, se comprometendo a manter sigilo e não tornar
pública qualquer informação relacionada aos dados pessoais ou da assistência
à saúde prestada pela INSTITUIÇÃO HOSPITALAR, envolvendo pacientes e seus
acompanhantes e colaboradores, e qualquer informação que esteja vinculada à
INSTITUIÇÃO HOSPITALAR ou aos serviços por ela prestados e demais pessoas físicas
e jurídicas a ela vinculadas.
Entende-se por Informações Confidenciais aquelas que, por sua natureza, não podem
ser divulgadas a terceiros, tais como:

a) Informações relacionadas à saúde dos pacientes ou colaboradores às quais


o(a) COLABORADOR(A) tenha acesso em virtude da atividade desenvolvida nas
dependências da INSTITUIÇÃO HOSPITALAR.

b) Quaisquer dados e documentos de natureza pessoal, técnica, operacional,


comercial, jurídica e relativas ao plano de negócio ou às atividades desenvolvidas
pela INSTITUIÇÃO HOSPITALAR.

O(A) COLABORADOR(A), por este ato, declara estar ciente de que:

i. É expressamente proibido de (i) explorar ou divulgar, em benefício próprio


ou de terceiros, quaisquer Informações Confidenciais; (ii) permitir ou facilitar que
terceiros tenham acesso a quaisquer Informações Confidenciais; e (iii) transferir,
ceder, comentar, divulgar ou transmitir as Informações Confidenciais, a qualquer
título;

ii. É expressamente proibido de expor ou divulgar imagens envolvendo


profissionais, pacientes e esta instituição hospitalar, em redes sociais e grupos
sociais tais como o WhatsApp;

iii. É expressamente proibido de receber, convocar ou oferecer qualquer


informação relativa à esta instituição hospitalar ou à sua atuação nesta instituição
hospitalar para a imprensa, entendida como todo e qualquer veículo de

Associação Nacional de Hospitais Privados 151


comunicação que exerça o jornalismo, exceto se expressamente autorizado pela
área competente desta instituição hospitalar;

iv. Havendo dúvida sobre a confidencialidade de determinada informação


ou documento, deve mantê-la sob sigilo e cumprir o disposto neste Termo de
Confidencialidade, até que seja informado expressamente pela INSTITUIÇÃO
HOSPITALAR sobre a não confidencialidade da informação;

v. Havendo extravio, divulgação, perda ou o acesso de terceiros a quaisquer


Informações Confidenciais em razão de sua ação ou omissão, se compromete
a comunicar de imediato a INSTITUIÇÃO HOSPITALAR, através de seu superior
hierárquico;

vi. O descumprimento do presente Termo de Confidencialidade constituir-


se-á em justo motivo para o encerramento das relações existentes entre o(a)
COLABORADOR(A) e a INSTITUIÇÃO HOSPITALAR, seja através da rescisão do
contrato de trabalho, nos termos previstos no artigo 346, “a” e 482 da Consolidação
das Leis Trabalhistas (“CLT”), seja através da revisão do contrato de prestação de
serviços firmado com a empresa contratante do(a) COLABORADOR(A);

vii. Ao optar por ser atendido na INSTITUIÇÃO HOSPITALAR, outros profissionais


com quem mantém ou não contato direto terão acesso a informações pessoais;

viii. O descumprimento do presente Termo de Confidencialidade poderá resultar na


responsabilização pessoal do(a) COLABORADOR(A), na esfera criminal, conforme
artigo 325 do Código Penal, e civil, por eventuais perdas e danos, conforme artigo
927 do Código Civil; e

ix. As obrigações previstas no presente Termo de Confidencialidade são


irrevogáveis e vigoram por prazo indeterminado, devendo ser observadas, inclusive,
após a rescisão do vínculo entre o(a) COLABORADOR(A) e a INSTITUIÇÃO
HOSPITALAR.

(Cidade-Estado), (dia) de (mês) de (ano).

______________________________ ______________________________
Nome legível do (a) Paciente Nome legível do (a) Responsável Legal

______________________________ ______________________________
Assinatura do (a) Paciente Assinatura do (a) Responsável Legal

______________________________ ______________________________
Testemunha 1 Testemunha 2
Nome: Nome:
RG: RG:
CPF: CPF:

152 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


Orientação para a Interação com
Familiares
A relação com familiares, notadamente 8.069/90 (“Estatuto da Criança e do
nos casos de pacientes incapazes Adolescente”), que prevê que os menores
ou relativamente incapazes, é uma de 16 (dezesseis) anos serão representados
questão que merece atenção por parte por seus pais ou tutores e os maiores de 16
das instituições hospitalares, sendo (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos
prudente adotar condutas específicas serão assistidos por seus pais ou curadores.
que resguardem os interesses do paciente Assim, os incapazes serão representados
em relação a eventuais conflitos entre ou assistidos por aqueles legalmente
seus representantes ou familiares que designados, no caso dos menores de 18
acompanham seu tratamento. (dezoito) anos, ou por tutores e curadores
Nesta nota, abordaremos os casos que legalmente designados, respectivamente.
envolvem a tomada de decisões por Faz-se necessário destacar que os idosos
familiares ou representantes de incapazes e enfermos – com exceção dos pródigos
e relativamente incapazes, notadamente e viciados em tóxico – são, enquanto
as hipóteses de conflito ou de ausência de possuírem condições clínicas de expressar
representante legalmente designado. sua vontade, plenamente capazes nos
Antes, será apresentado um panorama geral termos da lei civil, podendo, portanto,
da legislação e suas implicações para a livremente nomear responsável legal através
representação e assistência de incapazes e de Termo de Nomeação de Responsável
relativamente incapazes, respectivamente. Legal, ou outorgar procuração com poderes
Ressaltamos que a instituição hospitalar de representação, sem a necessidade de
deve atuar em prol do consenso nas assistência.
decisões envolvendo pacientes com Em relação aos relativamente incapazes
certo grau de incapacidade, por meio maiores, o Código Civil determina que eles
da mediação de eventuais conflitos pela estão, necessariamente, sujeitos à curatela,
equipe multiprofissional responsável pelo ainda que por causa transitória não possam
paciente, primando pelo relacionamento e exprimir sua vontade .
participação dos familiares no tratamento. O processo judicial de interdição, porém, é
longo e custoso, e a curatela provisória exige
1. Representação e Assistência que estejam presentes os requisitos da tutela
de urgência, quais sejam a probabilidade
A Lei nº 10.406/02 (“Código Civil”) do direito e o perigo de dano ou o risco
determina, em seu artigo 3º, que são ao resultado útil do processo. Além disso,
absolutamente incapazes de exercer a interdição implica em uma série de
pessoalmente os atos da vida civil os obrigações ao curador que, muitas vezes,
menores de 16 (dezesseis) anos. Tal não são atrativas aos familiares do paciente.
incapacidade implica na prática de atos por A despeito da disposição legal, a prática
meio de seus representantes legais. diária dos hospitais acaba inviabilizando a
Acerca dos relativamente incapazes, o designação de curador responsável pelos
artigo 4º do Código Civil estabelece que relativamente incapazes, especialmente se a
são incapazes, relativamente a certos atos incapacidade for transitória.
ou à maneira de os exercer, (i) os maiores Os Conselhos de Medicina não emitiram
de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) posicionamento sobre o tema, apenas
anos, (ii) os ébrios habituais, viciados exigindo a assistência do relativamente
em tóxicos e pródigos e (iii) aqueles que, incapaz nos termos da lei civil. O Conselho
por causa transitória ou permanente, Federal de Medicina (“CFM”) previu, na
não puderem exprimir sua vontade. Tal Resolução CFM nº 1.995/2012, a possibilidade
incapacidade relativa implica na prática de o paciente definir as suas diretivas
de determinados atos assistidos por seus antecipadas de vontade, ou conjunto
representantes legais. de desejos, prévia e expressamente
A representação de crianças e adolescentes manifestados, sobre os cuidados e
é estabelecida no artigo 142 da Lei n° tratamentos que queira ou não receber no

Associação Nacional de Hospitais Privados 153


momento em que estiver incapacitado de a sua vontade para todos os efeitos legais
expressar sua vontade1. relacionados à prestação assistencial.
A única menção à nomeação de Neste contexto, na hipótese de incapacidade
representante legal previamente à situação transitória, não haveria obstáculo à prestação
transitória ou definitiva de incapacidade, dos serviços assistenciais necessários à
detectada em documentos do CFM, consta saúde do paciente, quando determinado por
do Parecer nº 12/2014, que trata das seu responsável legal prévia e devidamente
Reivindicações das Testemunhas de Jeová. O nomeado.
parecer afirma que o artigo 41 do Código de É certo, porém, que esta orientação
Ética Médica, que determina a necessidade representa um risco para a entidade,
de levar-se em consideração a vontade na medida em que o Judiciário poderia
expressa do paciente, na definição dos invalidar atos praticados por não curadores
cuidados pelo médico, de relativamente incapaz, em nome deste.
A jurisprudência, porém, aponta para a
“Não alcança os pacientes menores invalidação apenas de atos praticados em
de idade e particularmente outros, desfavor do relativamente incapaz, mantida
relativamente ou totalmente incapazes, a validade daqueles praticados em seu
que não tenham em período anterior as benefício. Desta forma, seria remoto o risco
suas incapacidades e com segurança de invalidação destes atos, já que foge
jurídica, registrado as suas diretivas às intenções das instituições hospitalares
antecipadas de vontade ou que ainda prejudicar o paciente em qualquer medida.
no pressuposto da impossibilidade de Além disso, é possível afastar a própria
expressá-la não tenham nomeado, com a exigência de representação, quando os
mesma segurança jurídica, representante atos forem praticados em prol da saúde
legal para fazê-lo.” e integridade do paciente relativamente
incapaz. Neste ponto, a jurisprudência exige
Tal afirmação, ainda que não seja o objeto que hospitais prestem atendimento de
da presente nota orientativa, pode ser urgência ou emergência ao relativamente
interpretada como um aceite à nomeação incapaz ainda que não representado.
de representante legal antes da situação de Na ausência dos pais e pendente a
incapacidade relativa, por parte do CFM. nomeação de curador, em se tratando
Diante de todo o exposto, é recomendável de maiores de dezesseis anos e menores
que o paciente recebido pela clínica em de dezoito, como são eles enquadrados
condições de expressar a sua vontade pela legislação civil como relativamente
designe, imediatamente, seu responsável incapazes, entendemos que há a
legal, indicando em termo ou em procuração possibilidade, em analogia ao disposto pelo
pública ou privada2 que tal responsável terá CFM na Resolução CFM nº 1.995/2012, do
poderes para tomar decisões em seu nome paciente definir suas diretivas antecipadas
durante o período em que estiver sendo de vontade, ou conjunto de desejos, prévia e
atendido pela instituição hospitalar, podendo expressamente manifestados pelo paciente,
autorizar ou negar procedimentos, decidir sobre cuidados e tratamentos que queira
acerca do tratamento clínico a ser procedido, ou não receber no momento em que estiver
requisitar alta, bem como determinar todos incapacitado de expressar sua vontade.
os demais atos relativos à assistência médica Além disso, e se não houver nomeação
ofertada a ele, autorizando-o a expressar de represente legal pelo incapaz ou

1
Código Civil
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
(...).

2
Importante ressaltar que não há qualquer diferença legal entre (i) a indicação de responsável legal em termo, (ii) a
outorga de poderes de representação por meio de procuração privada e (iii) a outorga de poderes de representação
por meio de procuração pública. A procuração pública, ainda que exigida apenas nos casos expressos em lei, pode
apresenta-se como um instrumento mais seguro de mandato, na medida em que o tabelião teria fé pública para atestar
a plena capacidade do Outorgante no momento da lavratura do instrumento. Qualquer mudança na condição clínica do
Outorgante, porém, posterior à lavratura do documento, colocará o documento no mesmo risco apontado acima.

154 Manual de Melhores Práticas Assistenciais


relativamente incapaz, o médico responsável representante legal no caso de iminente risco
pelo paciente deverá aferir se este tem de morte3. Tal previsão determina que, diante
condições de decidir sobre o seu tratamento de risco de morte, caberá exclusivamente à
ou não e, se sim, poderá seguir as equipe médica definir o procedimento a ser
orientações do paciente, resguardada a sua adotado, não sendo necessário a consulta
saúde e integridade. aos representantes ou familiares.
Quando se tratar de incapazes ou
relativamente incapazes que não consigam 3. Recomendações
decidir ou manifestar sua vontade, ausente o
representante legal, não há que se pensar na Diante do exposto, no relacionamento com
possibilidade de nomeação de responsável familiares, recomendamos que:
legal, devendo a equipe médica promover
todo o tratamento necessário à manutenção • Na hipótese de o paciente ser, em
da saúde e integridade do paciente, princípio, plenamente capaz, seja
acionando as autoridades competentes. designado responsável legal logo no início
da prestação assistencial, por meio de
2. Divergências entre Familiares ou Termo de Nomeação de Responsável Legal
Representantes Legais que o autorize a, expressamente, manifestar
a vontade do representado em relação à
Caso haja mais de um representante legal tal assistência. Com isso, na hipótese de
ou na ausência de curador legalmente incapacidade relativa posterior e transitória
designado, havendo divergência quanto ao do paciente, os atos do representante
procedimento a ser adotado e pendente estarão respaldados neste Termo de
a tutela ou curatela, ainda que provisória, Nomeação de Responsável Legal.
recomendamos que seja estabelecido em
política interna da entidade, que caberá • Na hipótese de o paciente ser, em
à equipe médica definir o tratamento princípio, relativamente incapaz, seja
do paciente, tendo em vista a saúde e a solicitada a nomeação de curador
integridade do mesmo. provisório sob a alegação de perigo de
Deste modo, o médico deverá informar os dano à saúde do paciente. Neste caso, é
representantes do paciente ou familiares possível ter a curatela provisória deferida
envolvidos no seu tratamento acerca das em poucos dias úteis.
práticas diagnósticas ou terapêuticas que
entender necessárias ao quadro clínico do • Na hipótese de o paciente ser, em
paciente, devendo usar de todos os meios princípio, plenamente capaz, e tornar-se
disponíveis para tratamento do mesmo, relativamente incapaz de forma definitiva,
desde que cientificamente reconhecidos e ao seja, neste momento, solicitada a
seu alcance. nomeação de curador provisório, também
Quando a divergência de opinião entre os sob a alegação de perigo de dano à saúde
representantes ou familiares representar do paciente.
riscos ao paciente em virtude da espera,
caberá à equipe médica decidir qual dentre Por fim, recomendamos que as instituições
os métodos eleitos pelos representantes ou hospitalares definam uma política interna
familiares é o mais adequado e eficaz ao clara acerca da participação dos familiares
tratamento. que não sejam representantes nomeados ou
Ademais, deverão ser observadas as legalmente constituídos, definindo como e
disposições da Resolução CFM nº 1.931/09 quais informações serão oferecidas a estes
(“Código de Ética Médica”), notadamente familiares e o procedimento a ser adotado
a ressalva em relação à obrigação de pela equipe médica em caso de discordância
observar a decisão do paciente ou de seu entre os representantes.

3
Código de Ética Médica
É vedado ao médico

Art. 31. Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a
execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte.

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