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avaliação

do preenchimento
prontuários
de
fichas clínicas
e
médicas
no IV distrito sanitário
recife|pe

Organização
Adriano Cavalcante Sampaio
Maria Dilma de Alencar Barros
Catalogação na fonte: Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães

A945 Avaliação do preenchimento de prontuários e fichas


clínicas médicas no IV Distrito Sanitário, Recife/PE /
Adriano Cavalcante Sampaio, Maria Dilma de
Alencar Barros, (coordenação); [com a colaboração
de] Alcieros Martins da Paz, Jailson Lopes de Souza,
Juliana Siqueira Santos. — Recife: Editora da
Universidade de Pernambuco, 2007. 102 p.

1. Registros médicos. 2. Ficha clínica. 3. Sistemas de


informação - utilização. I. Sampaio, Adriano Cavalcante.
II. Título.

CDU 614.253.89
avaliação
do preenchimento
prontuários
de
fichas clínicas
e
médicas
no IV distrito sanitário
recife|pe

Organização
Adriano Cavalcante Sampaio
Maria Dilma de Alencar Barros
Prefácio
As parcerias interinstitucionais impõem-se frente à complexidade dos
problemas na área da saúde, e especialmente no Nordeste, considerando-
se a carência de recursos de toda ordem.
Neste contexto insere-se a pesquisa Avaliação do Preenchimento de
Prontuários e Fichas Clínicas Médicas no Distrito Sanitário IV do Recife,
desenvolvida por pesquisadores docentes e alunos de pós-graduação do
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade de Pernambuco-UPE e do Centro de Pesquisas Aggeu Ma-
galhães-CPqAM/Fiocruz/MS, em unidades de saúde da Secretaria Esta-
dual de Saúde, Ministério de Educação-UFPE e da Secretaria de Saúde do
Município do Recife, situadas no Distrito Sanitário IV, com o apoio finan-
ceiro do Ministério da Saúde, através da Secretaria de Gestão do Traba-
lho e da Educação na Saúde.
Um estudo realizado nesses moldes pode proporcionar a oportunidade
de uma rica vivência compartilhada dos vários atores — da universidade
e serviços — nas diversas etapas, podendo constituir-se em exemplo de
que, apesar das dificuldades, é viável e imperiosa a aproximação da uni-
versidade ao SUS, buscando o aprofundamento do conhecimento da rea-
lidade, a compreensão das inter-relações envolvidas e a identificação de
possíveis soluções de problemas de nossa realidade social.
Espera-se que a reflexão sobre seus resultados possa contribuir à me-
lhoria do ensino e à reorganização dos serviços de saúde, repercutindo na
qualidade da atenção prestada.

Maria Helena Kovacs


Vice Diretora da Faculdade de Ciências Médicas
da Universidade de Pernambuco

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Agradecimentos

Nossos agradecimentos aos profissionais que tanto contribuíram para


que se conseguisse realizar o levantamento de dados para esta pesquisa.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DA PREFEITURA


DA CIDADE DO RECIFE(SMS/PCR)

Centro de Saúde Joaquim Cavalcante


Heráclito Chagas dos Santos (Diretor)
Centro de Saúde Lessa de Andrade
Maria de Fátima Souza (Diretora)
Herton Viana (Same)
Centro de Saúde José Dustan
Everaldo Barbosa de Medeiros (Diretor)
Wyllyana Karla Almeida da Silva (Same)
Unidade Saúde da Família Barreiras
Vanda Lúcia Souza
Unidade Saúde da Família Brasilit
Regineide Saraiva de Souza
Unidade Saúde da Família Campo do Banco
Maria das Graças Albanês
Unidade Saúde da Família Emocy Krause
Andréa Maryvane Viana
Unidade Saúde da Família Engenho do Meio
Carlos Eduardo Santa Cruz
Unidade Saúde da Família Roda de Fogo
Carla Resende de Araújo
Unidade Saúde da Família Rosa Selvagem
Saadia Lafayete
Unidade Saúde da Família Sítio das Palmeiras
Célia Morais de Arribas
Unidade Saúde da Família Skylab
Catarina Meira
Unidade Saúde da Família Vietnã
Alcilene Nunes
Unidade Saúde da Família Vila União
Adriane Maria do Rego Barros

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SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE PERNAMBUCO (SES/PE)

Hospital Barão de Lucena


Dra. Paula Lobo (Diretora Técnica)
Jôse (Same)
Hospital Getúlio Vargas
Dr. Roberto Santos (Diretor Técnico)
Aldenir (Same)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (HC/UFPE)

Hospital das Clínicas


Dra. Heloisa Maria Mendonça de Morais (Superintendente)
Lucia Maria Cartaxo (Same)

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Participantes
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS (FCM/UPE)

Adriano Cavalcante Sampaio


Médico – Especialista em Saúde Pública – Mestre em Sociologia das
Organizações – Supervisor das Residências de Medicina Preventiva e
Social e Multiprofissional em Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências
Médicas da Universidade de Pernambuco.
Funções no projeto: Coordenação, Planejamento, Definição de
variáveis, Supervisão de Campo, Definição metodológica, Elaboração do
Plano de Análise, Treinamento, Análise dos dados.

Maria Dilma de Alencar Barros


Médica – Especialista em Saúde Pública – Mestra em Saúde Materno-
Infantil – Coordenadora das Residências de Medicina Preventiva e
Social e Multiprofissional em Saúde Coletiva.
Funções no projeto: Vice-Coordenação, Definição de variáveis,
Supervisão de Campo, Definição metodológica, Elaboração do Plano de
Análise, Treinamento, Análise dos dados.

Alcieros Martins da Paz


Odontóloga – Mestre em Saúde Coletiva (Supervisão de Campo,
Revisão, Análise de Dados)

Jailson Lopes de Souza


Odontólogo – Mestrando em Saúde Coletiva (Supervisão de Campo,
Revisão, Análise de Dados)

Márcia Virgínia Bezerra Ribeiro


Nutricionista – Especialista em Saúde Coletiva (Coleta de dados e
pontuação)

Irany Bezerra da Silva


Dentista – Residente da Residência Multiprofissional em Saúde
Coletiva – R2 (Coleta e análise dos dados)

Michel Bruno de Carvalho Lima


Dentista – Residente da Residência Multiprofissional em Saúde
Coletiva – R2 (Coleta dos dados)

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Ricardo Fabiano Pontes Nunes
Biomédico – Residente da Residência Multiprofissional em Saúde
Coletiva – R2 (Coleta e análise dos dados)

Juliana Siqueira Santos


Fisioterapeuta – Residente da Residência Multiprofissional em Saúde
Coletiva – R1 (Coleta e análise dos dados)

Rebeca de Oliveira Benevides Santos


Psicóloga – Residente da Residência Multiprofissional em Saúde
Coletiva – R1 (Coleta dos dados)

Adriano Lúcio de Carvalho Freire


Fisioterapeuta – Residente da Residência Multiprofissional em Saúde
Coletiva – R1 (Coleta dos dados)

Elizandra Ferreira de Lima


Psicóloga – Residente da Residência Multiprofissional em Saúde
Coletiva – R1 (Coleta e análise dos dados)

Cecília Guimarães Villaverde Lopes


Veterinária – Residente da Residência Multiprofissional em Saúde
Coletiva – R1 (Coleta dos dados)

CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES (CPQAM)

Danielly do Rego Ageu de Lima


Biomédica – Aluna do Curso de Especialização em Saúde Pública
(Coleta dos Dados)

10 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apresentação
O Departamento de Medicina Social (DMS) da Faculdade de Ciências
Médicas (FCM) atua nas áreas de graduação e pós-graduação (strictu e
latu-senso) além de desenvolver atividades de pesquisa e extensão. Em
todas as suas áreas de atuação tem procurado ampliar o relacionamento
com os serviços de saúde de modo a propiciar, aos alunos e professores,
uma visão a mais próxima possível da nossa realidade ofertando um ensi-
no de qualidade e possibilitando trocas de conhecimento com o aparelho
utilizador de recursos humanos.
Consentânea com os postulados do Sistema Único de Saúde (SUS) a
Coordenação da Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva vem
procurando aprofundar e aprimorar os conteúdos ministrados e tem se
preocupado com os momentos de vivência prática que tem propiciado aos
residentes.
No entanto, as observações práticas têm sido concentradas na rede bá-
sica sem qualquer aproximação com a rede hospitalar. A qualidade dos
serviços é, em última instância, o que se busca com o SUS é a visão do
todo, ou seja, o conhecimento dos três níveis é obrigatório.
A qualidade e o respeito ao cidadão devem ser os balizadores da nossa
luta cotidiana por um sistema de saúde eficaz. Alguns dos instrumentos
de avaliação indireta do grau de qualidade do atendimento prestado são:
no âmbito da rotina dos serviços a Ficha Clínica Ambulatorial e o Prontu-
ário Médico de Internação; no âmbito da normatização as normas e pro-
cedimentos técnicos elaborados pelo Ministério da Saúde (MS) através
dos chamados “programas de saúde”.
Esta pesquisa objetivou dimensionar o grau de qualidade do preen-
chimento destes instrumentos, e foi desenvolvida em uma ação conjun-
ta com o Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães da Fundação Oswaldo
Cruz (CPqAM-Fiocruz/MS), contou com o apoio do Instituto de Apoio
à Fundação Universidade de Pernambuco (IAUPE/UPE), foi financiada
pelo Ministério da Saúde através da Secretaria de Gestão do Trabalho e
da Educação na Saúde, e foi aplicada nos serviços de saúde do Distrito Sa-
nitário IV (DS-IV) da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura da Ci-
dade do Recife (SMS/PCR). O seu conteúdo envolveu desde itens básicos
da Semiologia Médica até ações mínimas obrigatórias preconizadas pelo
Ministério da Saúde. Para cada nível da rede de serviços de saúde foi apli-
cada uma planilha específica com graus distintos de complexidade.
Pretendeu-se com a mesma melhor capacitar os residentes, verificar,
entre outros aspectos, o grau de relacionamento entre os diferentes ní-
veis da rede prestadora de serviços de saúde, a precisão dos sistemas de
registro, além de fornecer um instrumento que permita, às comissões de

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prontuário e/ou qualidade aquilatar a margem de distorções nos preen-
chimentos das fichas clínicas e prontuários médicos.
Este estudo está estruturado em 6 capítulos: 1) referencial teórico, no
qual se detalha e justifica-se a importância do correto e legível preenchi-
mento dos dados referentes aos pacientes, e fundamenta-se a necessidade
de uma correta e legível apresentação dos dados sob os aspectos técnicos,
éticos, jurídicos e clínicos; 2) objetivos onde se explicita a necessidade de
melhor conhecer o grau de qualidade dos preenchimentos para melhorar
o ensino nas residências, propiciando aos residentes em Saúde Coletiva
uma observação mais acurada da estrutura dos serviços de saúde do re-
gistro da prática médica no nível ambulatorial e hospitalar e a verificação
da aplicação dos preceitos da Semiologia Médica, além de observar em
que medida a referência e contra referência estariam sendo documen-
tadas; 3) os procedimentos metodológicos delineiam: a amostra, o local
de estudo, os passos percorridos, os métodos aplicados e as dificuldades
encontradas; 4) os resultados trazem informações analisadas em quatro
níveis: a) níveis de complexidade por tipo de consulta; b) níveis de com-
plexidade por tipo de consulta e por item; c) clínicas por tipo de consulta
e por nível de complexidade e d) clínicas por itens por unidade de saúde e
por tipo de consulta; 5) discussão, na qual são analisados e discutidos os
achados do estudo e 6) as conclusões e recomendações dos autores.

12 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Índice
REFERENCIAL TEÓRICO 15

OBJETIVOS 21
Objetivo geral 21
Objetivos específicos 21

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 22
Local do estudo 22
Amostra 22
Coleta de dados 24
Dificuldades metodológicas 25
Processamento e análise dos dados 25
Aspectos éticos 27

RESULTADOS 29
Níveis de complexidade por tipo de consulta 29
Níveis de complexidade por tipo de consulta e por itens 30
Clínicas por tipo de consulta e por níveis de complexidade 34
Clínicas por itens, por unidade de saúde e por tipo de consulta 36
Clínica pediátrica 36
Clínica obstétrica 42
Clínica médica 47

DISCUSSÃO 53

CONCLUSÕES 58

BIBLIOGRAFIA 59

APÊNDICES 62

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Referencial teórico
Define-se prontuário/ficha clínica como um documento básico que
permeia as atividades de assistência, pesquisa, ensino, controle admi-
nistrativo e acompanhamento jurídico das atividades médicas em uma
unidade sanitária. Ele é ainda o elemento de comunicação entre os vários
setores dos serviços e entre a instituição e os usuários, além de ser o de-
positário de um conjunto de informações para gerar conhecimento sobre
as intervenções realizadas.
O Conselho Federal de Medicina (CFM, 2002), em sua resolução no
1638, de 10/07/2002, no Art 1°, resolve:

Definir prontuário médico como o documento único constituído de um con-


junto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos,
acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele pres-
tada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre
membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada
ao indivíduo.

Esta mesma resolução, no seu Art. 3º institui a obrigatoriedade da cria-


ção das Comissões de Revisão de Prontuários nos estabelecimentos e/ou
instituições de saúde onde se presta assistência médica.
Os prontuários médicos, utilizados nos hospitais e as fichas clínicas
adotadas nas unidades ambulatoriais são documentos de grande impor-
tância para a organização e a avaliação dos serviços. São fontes de dados
para pesquisas e fundamentalmente permitem acompanhar a história
dos pacientes.
O preenchimento correto dos prontuários médicos e das fichas clínicas
tem sido um dos problemas encontrados em grande parte dos hospitais e
unidades ambulatoriais no Brasil. Esta rotina documental não deve nem
pode ser encarada de modo displicente, como um simples cumprimento
de norma burocrática. É preciso que se tenha noção de sua real importân-
cia e das implicações decorrentes da omissão ou preenchimento incorre-
to. A pouca importância dada pelos serviços de saúde, públicos e privados
deve ser preocupação de todos que desejam um SUS eficaz (Carvalho,
1994; Scochi, 1994; Rebelo, 1993; Modesto, 1992).
No âmbito nacional, o Ministério da Saúde, organismo coordenador
das políticas e normas setoriais preconiza uma série de condutas através
dos chamados “Programas de Saúde”, alguns voltados para grupos popu-
lacionais (crianças, adolescentes, mulheres e idosos) e outros destina-
dos ao controle de doenças específicas, como por exemplo: tuberculose,
hanseníase, carências nutricionais, hipertensão, diabetes, sexualmente

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 15


transmissíveis/AIDS,etc.
Cada um destes programas define protocolos mínimos de condutas
clínicas, que devem gerar informações, que precisam ser registradas. As
mudanças esperadas no perfil epidemiológico das comunidades impli-
cam, não só no atendimento correto aos usuários, mas no registro devido
das informações para que se possa aquilatar o grau de eficiência e eficácia
das condutas clínicas adotadas.
Um outro aspecto a ser considerado refere-se à formação profissional
que deve estar calcada na Semiologia Médica que contém os fundamentos
básicos da relação médico-paciente e da prática clínica (Santos, 1999).
A não obediência aos preceitos mínimos da semiologia ou propedêutica
médica pode acarretar em baixa qualidade no atendimento ofertado, de-
sinformação para outros profissionais e solução de continuidade no acom-
panhamento clínico (Santos, 1999).
Do ponto de vista ético, o artigo 69 do Código de Ética Médica, no Capí-
tulo relativo à Relação com Pacientes e Familiares, diz que: “É vedado ao
médico deixar de elaborar prontuário médico para cada paciente” (Códi-
go de Ética Médica, 2005).
Em relação aos aspectos jurídicos, muito se tem escrito sobre a impor-
tância de uma boa história clínica como instrumento de auto-proteção
do trabalho médico. O prontuário hospitalar é a garantia do paciente e
do médico no caso de ser movido um processo judicial. Documento con-
sultado por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisio-
terapeutas, pessoal administrativo, alunos, pacientes e muitos outros
profissionais, ele é o histórico de saúde do paciente e deve permanecer
guardado, para consulta, por no mínimo 20 anos a partir da data em que
foi realizado o último atendimento (Neto, 2000).
Uma outra vertente de análise, não menos importante, refere-se à le-
gibilidade no preenchimento dos prontuários médicos. A pouca compre-
ensão ou incompreensão das informações registradas inviabiliza todo
um trabalho de acompanhamento que envolve um número cada vez mais
amplo de profissionais.
Esta pesquisa investigou as questões relacionadas aos preenchimentos
dos prontuários médicos e a avaliação da magnitude do problema poderá
favorecer a troca de experiências da Universidade com os serviços e pos-
sibilitar que sejam geradas sugestões que possam contribuir com medi-
das corretivas aos problemas encontrados.
A formação profissional médica contempla aspectos éticos e jurídicos
claros que nem sempre são lembrados. O código de Ética Médica (Cre-
merj, 2005) nos Capítulos III e V explicita a questão dos prontuários

16 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


médicos. No Art. 39 coloca como responsabilidade médica passível de
punição:

Receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível, assim como assinar em bran-


co, folhas de receituários, laudos, atestados ou quaisquer outros documentos
médicos.

No Capítulo V do mesmo código, intitulado Relação com Pacientes e


Familiares, é vedado ao médico: “Deixar de elaborar prontuário médico
para cada paciente”. Já no seu artigo 70, também considera passível de
punição:

Negar ao paciente acesso a seu prontuário médico, ficha clínica ou similar, bem
como deixar de dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando
ocasionar riscos para o paciente ou para terceiros.

A esse respeito, o Prof. Genival Veloso de França (1997) em seu livro


“Comentários ao Código de Ética Médica”, salienta que infelizmente por
razões injustificáveis (tais como falta de tempo ou falta de hábito), alguns
médicos não se preocupam com a cuidadosa elaboração dos prontuários
médicos. Entende-se por prontuário médico não apenas o registro da
anamnese e do exame físico e sim a compilação ordenada e detalhada de
todos os documentos referentes ao cuidado com o paciente, tais como: a
evolução clínica e de enfermagem, a prescrição médica, relatórios de ci-
rurgia e de anestesia, além dos relatórios de exames complementares. O
prontuário médico é um elemento valioso do ponto de vista clínico, de
ensino, de armazenamento de dados com fins estatísticos, bem como de
informações que podem servir para a defesa profissional do médico e/ou
da instituição que assiste o paciente.
A Resolução 1.638/89 do Conselho Federal de Medicina (CFM, 2002, p.
1) define prontuário médico e torna obrigatória a criação da Comissão de
Revisão de Prontuários nas instituições de saúde. Com relação à Comis-
são de Prontuários estabelece no Art. 5°:

Art. 5° – Compete à Comissão de Revisão de Prontuários:


I) Observar os itens que deverão constar obrigatoriamente do prontuário con-
feccionado em qualquer suporte, eletrônico ou papel:
a) Identificação do paciente – nome completo, data de nascimento (dia, mês e
ano com quatro dígitos), sexo, nome da mãe, naturalidade (indicando o mu-
nicípio e o estado de nascimento), endereço completo (nome da via pública,

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número, complemento, bairro/distrito, município, estado e CEP);
b) Anamnese, exame físico, exames complementares solicitados e seus respec-
tivos resultados, hipóteses diagnósticas, diagnóstico definitivo e tratamento
efetuado;
c) Evolução diária do paciente, com data e hora, discriminação de todos os pro-
cedimentos aos quais o mesmo foi submetido e identificação dos profissio-
nais que os realizaram, assinados eletronicamente quando elaborados e/ou
armazenados em meio eletrônico;
d) Nos prontuários em suporte de papel é obrigatória a legibilidade da letra do
profissional que atendeu o paciente, bem como a identificação dos profissio-
nais prestadores do atendimento. São também obrigatórias a assinatura e o
respectivo número do CRM;
e) Nos casos emergenciais, nos quais seja impossível a colheita de história clíni-
ca do paciente, deverá constar relato médico completo de todos os procedi-
mentos realizados e que tenham possibilitado o diagnóstico e/ou a remoção
para outra unidade.

No que diz respeito às questões legais e administrativas, a Assessoria


Jurídica do CFM (2002) entende:

que as ações penais – que visam apurar a existência de crimes – são pessoais,
ou seja, são promovidos contra o médico; as civis – na qual o autor pretende
receber uma indenização por danos materiais, morais, estéticos – podem ser
propostas diretamente contra o médico, contra o hospital ou contra ambos; se
a ação civil for promovida contra o hospital, havendo condenação, este, poderá
exercer o direito de regresso contra o responsável pelo ato, ou seja, contra o
médico. Em suma, a responsabilidade final será sempre do médico.

Ora, considerando que o prontuário médico serve como instrumento


de defesa legal, é fácil avaliar a importância de sua ordenada e detalhada
elaboração. Deve-se levar em conta, ainda, que o poder judiciário pode
determinar a busca e a apreensão do prontuário médico; portanto, ainda,
de acordo com a Assessoria Jurídica, “não preenchendo a ficha operatória
imediatamente após a sua realização, o médico pode ser traído pela me-
mória, deixando de relatar minúcias a respeito de situações importantes,
prejudicando o conjunto probatório”.
Um importante aspecto a salientar é a necessidade de uma formação
médica que enfoque com mais veemência a necessidade de uma conduta
mais dedicada ao paciente e às informações decorrentes do atendimento
(Cremesp, 2001; Martins, 2000, 1999).

18 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Ainda com relação à formação médica, autores têm recomendado um
revigoramento das práticas de semiologia médica. No que diz respeito à
anamnese, sugere Santos (2002), que se adote nos cursos de medicina:

1) melhor estruturação e atualização do ensino teórico e prático da anamnese,


inclusive com a utilização dos recursos modernos da multimídia e de labora-
tório de habilidades;
2) maior tempo destinado ao aperfeiçoamento da obtenção da história, duran-
te o treinamento clínico-semiológico;
3) manutenção da continuidade de ensino e avaliação, primordialmente práti-
ca, da habilidade na entrevista médica e da competência de interação médi-
co-paciente, durante o Internato e a Residência Médica;
4) maior empenho na valorização da história clínica, na formulação diagnósti-
ca e na conduta clínica, nas discussões em visitas, sessões clínicas e sessões
anátomo-clínicas;
5) maior interesse das escolas médicas em prover adequado número de profes-
sores clínicos peritos no ensino da anamnese, dotados de interesse e entu-
siasmo naturais para ensiná-la à beira do leito;
6) incluir a apreciação da formação semiológica, de habilidades anamnésicas e
da capacidade de correlacionar a sintomatologia na construção diagnóstica,
dos candidatos em concursos de seleção para pós-graduação e, principal-
mente, para a docência em Medicina;
7) encorajar a pesquisa sobre a utilidade da anamnese no diagnóstico, na tera-
pêutica e na satisfação do paciente com a consulta médica.

Os currículos médicos tem sido um facilitador para formações defi-


cientes quer nos aspectos teóricos, quer nos aspectos práticos. Essas defi-
ciências têm levado aos alunos buscarem currículos paralelos o que torna
a prática médica ainda mais deficiente, e as questões relacionadas com
geração de informações são as mais penalizadas. A esse respeito, Sam-
paio (2003, p. 81) se refere:

Com relação aos alunos, identifica-se que algumas respostas revelam a existên-
cia de interesses utilitaristas e imediatistas, denotando, mais uma vez a busca do
status: A maioria quer tirar uma boa nota, ser aprovado e se formar. (Ent. 4, p. 1)

Muitos alunos já chegam à universidade orientados por parentes ou


amigos quanto ao que querem, ou melhor, quanto ao que devem fazer,
qual a melhor especialidade a seguir, ou seja, voltados para o mercado de
trabalho e movidos por interesses econômicos. Em função disso adotam,

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 19


por conta própria, um currículo paralelo.
Por qualquer vertente que se debruce é inconteste a existência de di-
ficuldades no registro de atividades clínicas. O Ministério da Saúde que
orienta normativamente a assistência à Saúde no Brasil, através de seus
chamados Programas de Saúde tem afirmado da necessidade da obser-
vância de posturas científicas em relação às anotações dos usuários e tem
elaborados protocolos específicos. Esses protocolos de atenção requerem
um mínimo de registro de atividades, sem as quais fica impossível veri-
ficar que tipo de atendimento está sendo ofertado à população. Foi com
essa preocupação que essa pesquisa levantou informações pretendendo
contribuir com o ensino e o serviço em saúde.

20 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Objetivos
OBJETIVO GERAL

Realizar uma análise estrutural dos serviços no que tange ao sistema de


registro auxiliando no processo de acreditação hospitalar e ambulatorial,
além de possibilitar a melhoria do ensino da Residência Multiprofissio-
nal em Saúde Coletiva e, sobretudo, propiciar informações que possam
contribuir para a melhoria das informações em saúde e finalmente para
a saúde da população.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Aplicar um instrumento de pesquisa para avaliação do grau de pre-


enchimento das fichas clínicas e prontuários nas clínicas básicas (Clínica
Médica, Clínica Obstétrica e Clínica Pediátrica), nos três níveis da rede
(terciário – hospitalar, secundário – centros de saúde e básico – unidades
de saúde da família);
• propiciar aos residentes em Saúde Coletiva uma observação mais
acurada da estrutura dos serviços de saúde, no que tange ao registro da
prática médica no nível ambulatorial e hospitalar;
• observar quais os preceitos da Semiologia Médica que estariam sendo
adotados;
• verificar em que medida a contra referência hospitalar estaria sendo
documentada.

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 21


Procedimentos metodológicos
LOCAL DO ESTUDO

Este estudo foi desenvolvido no Distrito Sanitário IV (DS IV), da Secre-


taria de Saúde do Recife, por ser o mais complexo em termos de rede de
serviços de saúde. Situado na região oeste do município é composto pelos
bairros do Cordeiro, Ilha do Retiro, Iputinga, Madalena, Prado, Torre e
Zumbi, Engenho do meio, Torrões, Caxangá, Cidade Universitária e Vár-
zea, que estão distribuídos em três microrregiões.
Segundo estimativas a partir do Censo 2000 (IBGE, 2000), o número
de habitantes do distrito em 2000 era de 253.015, representando 17,78%
da população recifense, sendo 59,15% mulheres e 40,85% homens.
A extensão territorial do DS IV é de 41,94 km2, que corresponde a
19,17% da área do município. Apresenta 67.486 domicílios, sendo 47%
destes situados em zonas especiais de interesse social (ZEIS).
Os dados sobre renda revelam que 20,74% dos responsáveis pelo domi-
cílio recebem até um salário mínimo. A taxa de alfabetização na popula-
ção acima de 15 anos é de 90,5%. O índice de Gini para o DS IV é de 0,63,
apresentando 11,77% de indigentes e 28,63% de pobres. No que diz res-
peito à infra-estrutura, 8,84% da população vive em domicílios sem água
encanada, 1,77% sem instalação sanitária e 1,54% sem coleta de lixo.
A rede de atenção à saúde de gestão municipal, em 2006, está composta
de: 15 Unidades de Saúde da Família, quatro unidades de saúde tradicio-
nais, duas unidades especializadas de referência, uma policlínica, dois
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e duas residências terapêuticas.
Completando a rede pública, a Secretaria de Saúde do Estado conta com
dois hospitais (Barão de Lucena e Getúlio Vargas) e a Universidade Fede-
ral de Pernambuco com um hospital (das Clínicas), na rede terciária. Os
hospitais da rede estadual contam com médicos residentes nas clínicas
pesquisadas, e o hospital das Clínicas é um hospital de ensino.

AMOSTRA

A seleção da amostra (apêndice 1) seguiu várias etapas buscando aten-


der a critérios metodológicos, de viabilidade econômica e de tempo, ade-
quados à sua realização. A pesquisa foi concebida e iniciada em 2004. O
ano escolhido para ser pesquisado foi o de 2003, já que todos os meses
deveriam fazer parte do sorteio do mês a ser pesquisado. Foram excluídos
os meses de janeiro, fevereiro, julho e dezembro por serem considerados
atípicos em termos de fluxo de pacientes internados e de atendimentos
ambulatoriais.

22 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Na rede básica foram pesquisadas as clínicas Médica e Pediátrica já que
a clínica obstétrica (pré-natal) é desenvolvida pela enfermagem (06 das
07 consultas preconizadas) e este estudo objetivou observar o preenchi-
mento pelos profissionais médicos. Na rede secundária as três clínicas
foram pesquisadas.
Já na rede terciária pesquisaram-se as clínicas pediátrica e obstétri-
ca nos hospitais Barão de Lucena e das Clínicas já que o hospital Getúlio
Vargas não atende as mesmas. Já a clínica médica foi pesquisada nos três
hospitais.
Para o cálculo do montante de prontuários a serem selecionados utili-
zamos a fórmula da Amostra Estratificada Simples (Richardson, 1999),
com um nível de confiança de 95% e um erro de estimação permitido de
6% para mais ou para menos, conforme a tabela abaixo.

n = s2.p.q.N , donde:
E . (N -1) + s2.p.q
2

n = Tamanho da amostra
s2 = Nível de confiança (número de desvios)
p = Proporção característica pesquisada no universo
q = 100 - p (em percentagem)
N = Tamanho da população
E2 = Erro de estimação permitido

Considerou-se o volume de atendimento das USF e o peso que cada


USF tinha nesse atendimento e a amostra manteve o mesmo percentual
por USF. Da mesma forma foi feito para os Centros de Saúde e Hospitais.
Assim a amostra foi constituída por estratos e proporcional ao contin-
gente registrado por clinica e por estabelecimento de saúde.
Definiu-se que seriam estudados os prontuários de atendidos em um
mês do ano, tendo sido sorteado o mês de maio. Foram listados todos os
atendidos naquele mês e retirou-se a amostra de forma sistemática, com
início aleatório em cada unidade e clinica.
O total amostral foi de 1381 prontuários/fichas clínicas assim distri-
buídas: nível terciário 414, nível secundário 698 e nível primário 268. A
distribuição de universo e amostra por estabelecimento de saúde encon-
tra-se no apêndice 1.

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 23


COLETA DE DADOS

Inicialmente foram feitos contatos com a Gerente do DS IV e com to-


dos os Diretores (Hospitais e Centros de Saúde) e médicos das USF. Nesse
momento foram explicados os objetivos da pesquisa e obtida a aprovação
da mesma pelos Comitês de ética.
Foram elaborados questionários, sendo um modelo para cada clinica
e para cada nível de complexidade com detalhamentos específicos para
a primeira consulta e a última consulta nas redes básica e secundária e
primeira consulta e alta no caso do nível terciário.
Para definição dos itens que constariam dos questionários os pesqui-
sadores utilizaram os protocolos definidos pela Faculdade de Ciências
Médicas nos seus Departamento de Medicina Clinica e Materno-Infan-
til (Universidade de Pernambuco, 2003). Também foram considera-
dos os programas do MS (atenção à criança e atenção a gestante) (MS,
2004,2005 e 2002). Assim, foram consideradas as prioridades definidas
para cada ciclo de vida. Os modelos dos questionários correspondem aos
apêndices 2a, 2b e 2c.
Foi elaborado um manual de orientação do preenchimento e os pesqui-
sadores que fariam a coleta de dados foram treinados pelos que elabora-
ram os questionários.
Foi realizado um estudo piloto, em Unidades de Saúde de outro Distrito
Sanitário, o DS II, para garantir a padronização de procedimentos de co-
leta e adequação do questionário.
Todos os questionários sofreram revisão por parte dos pesquisadores.
Depois de feitas as alterações consideradas necessárias os questionários
foram definidos em sua versão final. Os pesquisadores entrevistadores
trabalharam em equipes de 2 membros.
Os prontuários amostrados foram submetidos a um exame detalhado,
seguindo procedimentos padronizados. Para o nível terciário a última
consulta correspondeu ao resumo de alta.
No processo de coleta, observou-se atentamente o preenchimento dos
itens constantes do questionário a fim de considerar o máximo do regis-
tro existente que se conseguisse ler. Os pesquisadores que coletaram os
dados trabalharam em dupla de tal forma que os dois pudessem dizer da
não legibilidade do dado. Isto por entender-se que essa avaliação de legi-
bilidade é subjetiva.
Cada item foi considerado ilegível quando não lido por nenhum dos 2
pesquisadores que compunham cada equipe de coleta de dados.
A coleta de dados foi realizada por 10 residentes (R1 e R2) tendo sido

24 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


iniciada em janeiro de 2004 e se prolongado até fevereiro de 2005.

DIFICULDADES METODOLÓGICAS

Foram encontradas algumas dificuldades metodológicas ao longo do


processo de coleta de dados. Inicialmente pensou-se em coletar dados da
primeira consulta e da subseqüente, o piloto permitiu ver que o intervalo
entre uma e outra consulta era muitas vezes muito grande, bem como, a
maioria das vezes a consulta subseqüente não representava uma seqüên-
cia da primeira e sim uma consulta “independente”, ou seja, com queixa e
historia diversas. Assim optou-se por trabalhar com os dados da primeira
e da ultima consulta. Decidiu-se ainda anotar as datas dessas consultas
o que poderia permitir a definição do intervalo entre as mesmas. E es-
ses diferentes períodos considerados seriam também instrumentos de
avaliação do preenchimento em diferentes épocas. No entanto há que se
considerar também que melhores resultados, se ocorressem, poderiam
ser porque o serviço melhorou ou porque o preenchimento da ultima con-
sulta exige menos do profissional.
No Hospital Getúlio Vargas, não atingimos o número total da amostra
calculada para a clínica médica. A chefia do Same nos informou que não
foram localizados 03 dos 39 prontuários sorteados, representando uma
perda de 7,7%.
No hospital Barão de Lucena não foram encontrados 13 dos 101 prontu-
ários de clínica obstétrica, necessários para a amostra calculada repre-
sentando uma perda de 12,9%.
No hospital das Clínicas, por problemas no sistema de informações,
não foram localizados 48 prontuários dos 105 previstos para a clínica
obstétrica, representando um déficit de 46,7%. Assim, para o nível terciá-
rio, foram analisados 350 prontuários.

PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram preenchidos nos formulários de coleta específicos obe-


decendo a uma codificação prévia: 1 para dados existentes e legíveis; 2 pa-
ra dados existentes porém não legíveis; 9 para dados inexistentes; 88 pa-
ra não se aplica e 99 para agravos não prioritários para a Saúde Pública.
O código 1 recebeu a pontuação 1, o código 2 recebeu a pontua-ção 0,5
enquanto que os códigos 9 e 88 receberam a pontuação 0.
Cada item da primeira consulta, da ultima consulta e da alta foi devida-
mente totalizado obedecendo critérios de valoração (apêndices 3a a 3d).

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 25


O somatório dos itens estabeleceu uma nota para a primeira, para a ulti-
ma consulta e para o resumo de alta. Dessa forma obtiveram-se pontua-
ções por clínica, por tipo de consulta e por nível da rede assistencial.
O conjunto de notas para cada nível foi comparado com scores pre-
viamente estabelecidos. Estes scores (apêndices 3a a 3d) foram estabe-
lecidos pelos pesquisadores em função da importância, para os mesmos,
dos itens e dos subitens para cada tipo de consulta (1ª, última ou alta). A
separação entre graus de qualidade não obedeceu à divisão em quartis e
sim a valoração de cada item, preenchido ou não (apêndice 3a a 3d). Des-
ta forma, estabeleceram-se quatro níveis para a primeira, para a ultima
consulta e para a alta das 3 clínicas e dos três níveis: bom, razoável, ruim
e péssimo.
Diferentemente, foram estabelecidos três graus de qualidade para a
análise dos itens da primeira consulta, da ultima consulta e da alta hospi-
talar: bom, regular e ruim (apêndices 3a a 3e).
Os itens constantes dos questionários foram divididos em 2 catego-
rias: básicos e plus. Os plus seriam considerados apenas como critério
de excelência do preenchimento dos prontuários. Estes foram: os dados
de referencia e contra referencia, exceto para o nível terciário, no qual
se considerou que o encaminhamento do paciente para o nível de menor
complexidade era básico e obrigatório como atividade, naquele nível.
Cada subitem recebeu uma pontuação que variou de 0 a 1, sendo 0 a
ausência de preenchimento, 0,5 preenchido, porém ilegível e 1 preenchi-
do e legível. Isso por considerar-se que o profissional entendeu como ne-
cessário anotar aquele item e que a preocupação com a legibilidade inclui
outros aspectos inclusive o “ser legível” para um e não para outro.
A pontuação no item Caracterização do paciente foi estabelecida por
clínicas e por nível, considerando-se os pontos essenciais. Assim, alguns
itens são pontuados em um nível e não no outro (apêndices 4a a 4i). Por
exemplo, para os níveis básico e secundário vários dos itens não são ob-
tidos pelos médicos, nos CS são inclusive colocados já em etiquetas nos
prontuários, portanto não computados. Os itens como religião, instru-
ção, hábitos como beber e fumar não se justificam em Pediatria, mas são
importantes em outras clinicas.
A classificação final foi o resultado da soma dos pontos dos diferentes
itens por clinica e por nível de complexidade, variando a pontuação para
cada nível segundo a clinica e segundo o nível de complexidade da rede.
A equipe de pesquisadores optou por trabalhar com pontos de corte ar-
bitrados por eles para definir esses níveis, entendendo que dessa forma
haveria uma maior sensibilidade. A utilização de quartis levaria a uma

26 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


valorização semelhante de cada categoria dentro dos itens e, a forma co-
mo se trabalhou foi analisando a importância de cada categoria dentro do
item. Assim, a situação vacinal dentro de antecedentes pessoais de crian-
ças poderia ser mais valorizada que o mesmo item em clinica médica. Di-
ferente por exemplo ainda à aferição da pressão arterial em adultos.
Identificou-se, em cada situação, o número de itens que precisariam es-
tar preenchidos e legíveis para o adequado desenvolvimento da consulta,
este foi o ponto de corte para bom. A seguir foram definidos os demais pon-
tos de corte sempre considerando a importância do dado dentro do tipo de
clinica, nível de complexidade e se primeira ou ultima consulta. A forma
como os autores definiram esses pontos de corte encontram-se nos apên-
dices 3a a 3d.
Foram definidos inicialmente 4 níveis de análise:

1) Nível de complexidade do atendimento (terciário, secundário e básico) por


tipo de consulta (primeira e ultima/alta).
2) Nível de complexidade do atendimento (terciário, secundário e básico) por
Clínica (Pediátrica, Obstétrica e Médica) e tipo de consulta (primeira e ulti-
ma/alta).
3)Nível de complexidade do atendimento (terciário, secundário e básico) por
Clínica (Pediátrica, Obstétrica e Médica), tipo de consulta (primeira e ultima/
alta) e itens pesquisados.
4) Unidade de Saúde por Clínica (Pediátrica, Obstétrica e Médica), tipo de con-
sulta (primeira e ultima/alta) e itens pesquisados.

ASPECTOS ÉTICOS

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do Centro de Pesqui-


sas Aggeu Magalhães que analisou inclusive as cartas de anuência dos
serviços envolvidos na mesma.
Em nenhum momento se trabalhou com a identificação de pacientes
e/ou profissionais. Seus dados foram estritamente quantitativos e foram
mantidos em total sigilo em relação às pessoas.
Nos formulários de pesquisa para os três níveis (básico, secundário e
terciário) existe um item que foi pesquisado, denominado Identificação
do médico, e cujos “dados esperados” são o “Carimbo com identificação
do profissional que atendeu”. O dado preenchido neste campo só permite
duas opções (1=sim e 9=não), ou seja, em nenhum momento foi anotado o
número do registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) ou o nome
do médico. O objetivo foi apenas identificar se houve, ou não, no prontu-

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 27


ário, a identificação do profissional que atendeu. A análise dos dados nos
mostrou em quantas consultas houve a identificação ou não, sem discri-
minação do profissional que atendeu.

28 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Resultados
O número de prontuários/fichas clínicas pesquisados foram: para o ní-
vel terciário 350, para o secundário 698 e para o nível básico 268.

NÍVEIS DE COMPLEXIDADE POR TIPO DE CONSULTA

Neste tópico analisa-se o conjunto de todos os itens pesquisados (dez


na primeira consulta, sete na última consulta e oito na alta), por nível de
complexidade da rede de serviços e pelo tipo de consulta. Na tabela 1, es-
tão apresentados os valores absolutos e relativos não contemplados aque-
les com código 88 (não se aplica).
Em relação ao nível terciário o nível de preenchimento é predominan-
temente péssimo em 45% dos prontuários na primeira consulta e em 65%
da consulta de alta.
No nível secundário 93% dos prontuários têm preenchimento classifi-
cado como predominantemente péssimo na primeira consulta e em 80%
na última consulta. No nível primário esses percentuais chegam a 83% e
75% respectivamente na primeira e última consulta.

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 29


Tabela 1. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários por Nível de
Complexidade e Tipo de Consulta. Recife, 2004.
CONSULTAS
NÍVEIS DE COMPLEXIDADE/ PRIMEIRA ÚLTIMA OU
GRAU DE QUALIDADE ALTA
DO PREENCHIMENTO (1)
N° % N° %
Terciário (Hospitais – Hosp.)
Bom — — 2 0,6
Regular 57 16,3 9 2,7
Ruim 135 36,6 102 31,4
Péssimo 158 45,1 212 65,2
Secundário (Centros de Saúde - CS)
Bom — — — —
Regular — — 6 1,0
Ruim 49 7,0 116 18,5
Péssimo 649 93,0 503 80,5
Básico (Equipes de Saúde da Família - ESF)
Bom — — — —
Regular — — 7 2,7
Ruim 45 16,8 56 21,8
Péssimo 223 83,2 194 75,5
(1) Os valores numéricos para classificação nas faixas Bom, Regular, Ruim e Péssimo em cada um dos níveis
encontram-se no apêndice 3e

NÍVEIS DE COMPLEXIDADE POR TIPO DE CONSULTA E POR ITENS

Em um segundo momento da análise, observou-se o comportamento


do preenchimento por nível de complexidade e por tipo de consulta em
relação a cada item do formulário aplicado.
Dos 9 itens pesquisados no nível terciário, 3 apresentaram grau de qua-
lidade de preenchimento predominantemente ruim (Caracterização do pa-
ciente, Antecedentes pessoais e Antecedentes familiares), sendo o pior Antece-
dentes pessoais com 84,3%. Os seis itens restantes apresentaram grau bom,
sendo Hipóteses diagnósticas (82,3%) e Identificação do paciente (77,7%), os

30 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


melhores.
No nível secundário, dos dez itens pesquisados, todos apresentaram
predominância do grau ruim de preenchimento, sendo os piores: a Ca-
racterização do paciente com 97,2% e Antecedentes pessoais com 89,1%. Os
com menores percentuais de grau ruim foram Hipótese diagnóstica com
48,0% e Queixa principal com 56,7%.
No nível básico, 9 dos 10 itens pesquisados apresentaram predominân-
cia do grau ruim de preenchimento e apenas Queixa principal apresentou
grau bom com 50,0%. Os piores foram: Caracterização do paciente com
100% e Condições de vida com 95,1% (justificados por serem levantados
pelos Agentes Comunitários de Saúde através da ficha A4 – levantamento
de dados) (tabela 2).
As consultas de alta, nível terciário (tabela 3), apresentaram registros
com grau bom de preenchimento em 4 dos 8 itens pesquisados (Motivo
internação, Evolução clínica, Diagnóstico na alta e Identificação do médico).
O pior item pesquisado foi Referência para unidades menos complexas, que
atingiu 94,1% de grau ruim.
Na última consulta, no nível secundário, 6 dos 7 itens pesquisados ob-
tiveram grau ruim de preenchimento. A exceção ficou com Exames diag-
nósticos, que alcançou 44,8% de preenchimento com grau bom. O nível
básico teve 5 dos 7 itens classificados com grau ruim e dois com grau bom:
Queixas atuais com 49% e Exame diagnóstico com 63,4%.

Tabela 2. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários por Item, Nível


de Complexidade e Primeira Consulta. Recife, 2004.
PRIMEIRA CONSULTA/ NÍVEL DE COMPLEXIDADE
ITENS DE
PREENCHIMENTO/ HOSPITAIS CENTROS ESF3
GRAU DE QUALIDADE DE SAÚDE
DO PREENCHIMENTO (2)
N° % N° % N° %
Caracterização do paciente
Bom 49 14,0 — — — —
Regular 131 37,4 20 2,8 — —
Ruim 170 48,6 678 97,2 268 100,0
(2) Os valores numéricos para classificação nas faixas de Bom, Regular, Ruim e Péssimo em cada um dos
níveis encontram-se no apêndice 5a (3) Equipes de Saúde da Família

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 31


Tabela 2. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários por Item, Nível
de Complexidade e Primeira Consulta. Recife, 2004. (continuação)
PRIMEIRA CONSULTA/ NÍVEL DE COMPLEXIDADE
ITENS DE
PREENCHIMENTO/ HOSPITAIS CENTROS ESF3
GRAU DE QUALIDADE DE SAÚDE
DO PREENCHIMENTO (2)
N° % N° % N° %
Queixa Principal e Duração
Bom 203 58,0 154 22,1 134 50,0
Regular 13 3,7 148 21,2 24 9,0
Ruim 134 38,3 396 56,7 110 41,0
História da Doença Atual
Bom 189 54,0 32 4,6 47 17,6
Regular 65 18,6 183 26,2 57 21,2
Ruim 96 27,4 483 69,2 164 61,2
Antecedentes Pessoais
Bom 55 15,7 1 0,1 2 0,8
Regular — — 75 10,8 18 6,7
Ruim 295 84,3 622 89,1 248 92,5
Condições de Vida
Bom — — 2 0,3 2 0,7
Regular — — 111 15,9 11 4,1
Ruim — — 584 83,8 255 95,1
Antecedentes Familiares
Bom 129 36,9 86 12,3 53 19,8
Regular 9 2,5 42 6,0 5 1,9
Ruim 212 60,6 570 81,7 210 78,4
Exame Físico
Bom 53 14,8 1 0,1 5 1,9
Regular 213 60,9 147 21,1 91 33,9
(2) Os valores numéricos para classificação nas faixas de Bom, Regular, Ruim e Péssimo em cada um dos
níveis encontram-se no apêndice 5a (3) Equipes de Saúde da Família

32 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Tabela 2. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários por Item, Nível
de Complexidade e Primeira Consulta. Recife, 2004. (continuação)
PRIMEIRA CONSULTA/ NÍVEL DE COMPLEXIDADE
ITENS DE
PREENCHIMENTO/ HOSPITAIS CENTROS ESF3
GRAU DE QUALIDADE DE SAÚDE
DO PREENCHIMENTO (2)
N° % N° % N° %
Ruim 84 24,3 550 78,8 172 64,2
Hipóteses Diagnósticas
Bom 288 82,3 154 22,3 65 24,3
Regular 22 6,3 207 29,7 30 11,1
Ruim 40 11,4 335 48,0 173 64,6
Condutas Adotadas
Bom 178 50,9 4 0,6 — —
Regular 132 37,7 174 24,9 73 27,2
Ruim 40 11,4 520 74,5 195 72,8
Identificação do Médico
Bom 272 77,7 195 27,9 108 40,3
Ruim 78 22,3 503 72,1 160 59,7
(2) Os valores numéricos para classificação nas faixas de Bom, Regular, Ruim e Péssimo em cada um dos
níveis encontram-se no apêndice 5a (3) Equipes de Saúde da Família

Tabela 3. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários por Item, Nível


de Complexidade, Altas e Últimas Consultas. Recife, 2004.
NÍVEL DE COMPLEXIDADE
ITENS PESQUISADOS /
ALTA / GRAU CENTROS DE
HOSPITAIS ESF
ÚLTIMA CONSULTA (4) QUALIDADE SAÚDE
N° % N° % N° %
Motivo Internação Bom 240 75,2 216 34,6 126 49,0
(alta) Regular 6 1,9 85 13,6 5 2,0
Queixas Atuais (última) Ruim 73 22,9 324 51,8 126 49,0
Evolução Clínica (alta) Bom 244 76,5 1 0,2 6 2,3
Regular 6 1,9 126 20,1 61 23,8
Exame Físico (última) Ruim 69 21,6 498 79,7 190 73,9
(4) Os valores numéricos para classificação nas faixas de Bom, Regular, Ruim e Péssimo, em cada um dos
níveis, encontram-se nos apêndices 5c e 5d

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 33


Tabela 3. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários por Item, Nível
de Complexidade, Altas e Últimas Consultas. Recife, 2004. (continuação)
NÍVEL DE COMPLEXIDADE
ITENS PESQUISADOS /
ALTA / GRAU CENTROS DE
HOSPITAIS ESF
ÚLTIMA CONSULTA (4) QUALIDADE SAÚDE
N° % N° % N° %
Diagnóstico na Alta Bom 222 69,8 21 3,4 43 16,7
Regular 4 1,3 110 17,6 15 5,8
Quadro Clínico Ruim 92 28,9 494 79,0 199 77,4
Exame Físico na Alta Bom 109 34,3 29 4,6 22 8,6
Regular 93 29,3 94 15,0 17 6,6
Terapêutica/Condutas Ruim 115 36,4 502 80,3 218 84,8
Prescrição/Orientação Bom 150 47,2 258 41,3 66 25,7
(alta) Regular 9 2,8 95 15,2 4 1,6
Hipótese Diagnóstica Ruim 159 50,0 272 43,5 187 72,8
Não registrado 42 13,2 — — — —
Curado 59 18,6 — — — —
Condições de Alta Melhorado 187 58,8 — — — —
Transferido 22 6,9 — — — —
Óbito 8 2,5 — — — —
Referência Unid. Bom 11 3,4 280 44,8 163 63,4
Complexa Regular 8 2,5 134 21,4 1 0,4
Exames Diagnósticos (últ.) Ruim 305 94,1 211 33,8 93 36,2
Identificação Bom 214 65,4 243 38,9 105 40,9
do Médico Ruim 113 34,6 381 61,1 152 59,1
(4) Os valores numéricos para classificação nas faixas de Bom, Regular, Ruim e Péssimo, em cada um dos
níveis, encontram-se nos apêndices 5c e 5d

CLÍNICAS POR TIPO DE CONSULTA E POR NÍVEIS DE COMPLEXIDADE

A clínica pediátrica (tabela 4) apresentou valores elevados para grau


péssimo nos três níveis de complexidade na 1ª consulta, sendo o menor
valor o do nível terciário (hospitais) (44,8%) e o maior o dos CS (88,4%).
Na alta e na última consulta, também registrou números elevados para
grau péssimo de preenchimento, sendo que em relação à primeira consul-
ta a situação piora no nível terciário (64,8%) e melhora nos níveis secun-
dário (Centros de saúde) (78,3%) e básico (USF) (62,9%).
A clínica obstétrica, a exemplo da pediátrica, mostrou graus péssimos
de preenchimento tanto na 1ª consulta (50,7%) como na alta (74,0%), e no
nível secundário (CS) registrou os piores percentuais de grau péssimo na
1ª consulta (95,5) e na última consulta (86,0). O nível básico não foi pes-

34 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


quisado porque, como já foi explicado na metodologia, só a 1ª e a última
consultas são efetuadas pelo médico, e as demais pela enfermagem.
Na clínica médica, na 1ª consulta, o melhor achado foi no nível terciário,
com 35,5% de prontuários classificados como de preenchimento regular.
O nível secundário atingiu 91,2% péssimo e o nível básico alcançou 88,6%
com grau péssimo.

Tabela 4. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários por Clínica, Tipo


de Consulta e Nível de Complexidade. Recife, 2004.
PONTUAÇÃO EM NÚMERO E
PORCENTAGEM/ NÍVEL DE COMPLEXIDADE
CLÍNICAS/ GRAU CENTROS DE
TIPO CONSULTA (5) QUALIDADE HOSPITAIS SAÚDE ESF

N° % N° % N° %
CLÍNICA PEDIÁTRICA Bom — — — — — —
1ª consulta
Regular 20 17,2 — — — —
Ruim 44 38,1 29 11,6 10 15,4
Péssimo 52 44,8 221 88,4 55 84,6
Alta/Última Consulta Bom — — — — — —
Regular 5 4,6 4 1,9 2 3,2
Ruim 33 30,5 44 19,8 21 33,8
Péssimo 69 64,8 173 78,3 39 62,9
CLÍNICA OBSTÉTRICA Bom — — — — — —
1ª consulta
Regular 7 4,9 — — — —
Ruim 64 44,4 9 4,5 — —
Péssimo 73 50,7 189 95,5 — —
Alta/Última Consulta Bom — — — — — —
Regular — — — — — —
Ruim 33 26,0 26 13,9 — —
Péssimo 94 74,0 160 86,0 — —
CLÍNICA MÉDICA Bom — — — — — —
1ª consulta
Regular 32 35,5 — — 2 0,5
Ruim 32 35,6 22 8,8 22 11,0
Péssimo 26 28,9 228 91,2 180 88,6
(5) Os valores assumidos para distribuição nas categorias Bom, Regular, Sofrível e Péssimo por clínica e
nível, estão contidos no apêndice 6

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 35


Tabela 4. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários por Clínica, Tipo
de Consulta e Nível de Complexidade. Recife, 2004. (continuação)
PONTUAÇÃO EM NÚMERO E
PORCENTAGEM/ NÍVEL DE COMPLEXIDADE
CLÍNICAS/ GRAU CENTROS DE
TIPO CONSULTA (5) QUALIDADE HOSPITAIS SAÚDE ESF

N° % N° % N° %
Alta/Última Consulta Bom 2 2,2 — — 1 0,5
Regular 4 4,4 1 0,5 4 2,1
Ruim 36 40,0 47 21,5 35 17,9
Péssimo 48 53,3 170 78,0 155 79,5
(5) Os valores assumidos para distribuição nas categorias Bom, Regular, Sofrível e Péssimo por clínica e
nível, estão contidos no apêndice 6

CLÍNICAS POR ITENS, POR UNIDADE DE SAÚDE E POR TIPO DE CONSULTA

Clínica pediátrica
Nesta clínica o HGV não oferece serviços, não constando, por conse-
guinte, deste nível de análise pesquisado.
A análise dos dados contidos na tabela 5 mostra que o HBL obteve, en-
tre os 9 itens pesquisados na 1ª consulta, apenas 3 com predominância
do grau de qualidade bom (Diagnóstico na alta, Hipóteses diagnósticas e
Identificação do médico), 3 regulares e 3 ruins. Na alta, 5 itens entre os 7
itens pesquisados apresentaram grau bom, um apresentou grau regular e
um apresentou grau ruim (Referência unidades menos complexas).
O HC obteve, entre os 9 itens pesquisados, na 1ª consulta, 6 com pre-
dominância do grau de qualidade bom, 2 com grau regular e 1 item com
grau ruim (Antecedentes pessoais). Entre os 7 itens pesquisados, na alta, 4
apresentaram predominância de grau bom, 1 grau regular e 2 grau ruim
(Prescrição/orientação e Referência unidades menos complexas), demons-
trando melhor desempenho que o HBL.
O CS Caiara obteve oito itens com grau de qualidade predominante-
mente ruim e dois regulares (Hipóteses diagnósticas e Condutas adota-
das) na 1ª consulta. Na última consulta alcançou cinco itens com graus
predominantes ruins e dois com graus bons (Hipóteses diagnósticas e
Exames diagnósticos). O CS Joaquim Cavalcante obteve nove itens com
grau de qualidade predominantemente ruim e um regular na 1ª consulta
(Caracterização do paciente). Na última, registrou cinco itens com graus
predominantemente ruins e dois com graus bons (Hipóteses diagnósticas

36 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


e Exames diagnósticos). O CS Lessa de Andrade obteve nove itens com
grau predominantemente de qualidade ruim e um regular na 1ª consulta
(Caracterização do paciente). Na última obteve cinco itens com graus pre-
dominantemente ruins e dois com graus bons (Queixas atuais e Hipóteses
diagnósticas).
As Unidades do PSF obtiveram nove itens com grau de qualidade pre-
dominantemente ruim e um bom na 1ª consulta (Queixa principal e du-
ração). Na última alcançou cinco com graus ruins e dois com graus bons
(Queixas atuais e Exames diagnósticos).
No conjunto de todos os itens pesquisados (tabela 5a), o HBL apre-
sentou 60,3% péssimo na 1ª consulta e 60,4% na alta e o HC apresentou
56,0% ruim na 1ª consulta e 72,5% péssimo na alta. Os três Centros de
Saúde apresentaram, na 1ª consulta, variações entre 87,5% e 88,2% de
graus péssimos de preenchimento. Na última consulta também apresen-
taram graus péssimos de preenchimento (Caiara 80,0%, Joaquim 84,9%
e Lessa 67,9%). As Equipes de saúde da família obtiveram graus péssi-
mos de preenchimento (84,6%) na primeira consulta e também na última
consulta (62,9%).

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 37


Tabela 5. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários da Clínica Pediátrica por Itens, Tipo de Consulta e

38
Unidades de Saúde. Recife, 2004.
PONTUAÇÃO
ITENS PESQUISADOS/ GRAU DE HOSPITAIS CENTROS DE SAÚDE
TIPO DE CONSULTA QUALIDADE ESF
HBL(6) HC (7) CAI (8) JOA (9) LES (10)
N° % N° % N° % N° % N° % N° %
1ª CONSULTA
Caracterização do Paciente Bom 9 12,3 28 65,1 4 12,5 13 10,4 1 1,1 — —
Regular 57 78,1 14 32,6 28 87,5 103 82,4 75 80,6 — —
Ruim 7 9,6 1 2,3 — — 9 7,2 17 18,3 65 100,0
Queixa Principal e Duração Bom 31 42,5 29 67,4 2 6,3 18 14,4 30 32,3 31 47,7
Regular 6 8,2 — — 10 31,3 15 12,0 13 14,0 7 10,8
Ruim 36 49,3 14 32,6 20 62,5 92 73,6 50 53,8 27 41,5
História da Doença Atual Bom 43 58,9 37 86,0 — — 1 0,8 16 17,2 10 15,4
Regular 20 27,4 2 4,7 7 21,9 26 20,8 26 28,0 15 23,0
Ruim 10 13,7 4 9,3 25 78,2 98 78,4 51 54,9 40 61,6
Antecedentes Pessoais Bom — — — — — — — — 1 1,1 2 3,1
Regular 7 9,6 6 14,0 6 18,8 15 12,0 11 11,9 7 10,8
Ruim 66 90,4 37 86,1 26 81,3 110 88,0 81 87,1 56 86,1
Condições de Vida Bom — — — — — — 1 0,8 1 1,1 — —
Regular — — — — 4 12,5 14 11,2 6 6,5 2 3,1
Ruim — — — — 28 87,5 110 88,0 86 92,5 63 96,9
Antecedentes Familiares Bom 17 23,3 28 65,1 — — 10 8,0 12 12,9 7 10,8
Regular 4 5,5 — — 4 12,5 2 1,6 1 1,1 3 4,6
Ruim 52 71,2 15 34,9 28 87,5 113 90,4 80 86,0 55 84,6
Exame Físico Bom 9 12,3 7 16,3 — — — — 1 1,1 2 3,0
Regular 42 57,6 35 81,4 11 12,5 18 14,4 14 15,1 24 36,9
Ruim 22 30,1 1 2,3 21 87,5 107 85,6 78 83,8 39 60,0
(6) Hosp. Barão de Lucena (7) Hospital da Clínicas (8) Centro de Saúde Caiara (9) Centro de Saúde Joaquim Cavalcante (10) Centro de Saúde Lessa de Andrade

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Tabela 5. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários da Clínica Pediátrica por Itens, Tipo de Consulta e
Unidades de Saúde. Recife, 2004. (continuação)
PONTUAÇÃO
ITENS PESQUISADOS/ GRAU DE HOSPITAIS CENTROS DE SAÚDE
TIPO DE CONSULTA QUALIDADE ESF
HBL(6) HC (7) CAI (8) JOA (9) LES (10)
N° % N° % N° % N° % N° % N° %
Hipóteses Diagnósticas Bom 63 86,3 40 93,0 6 18,8 48 38,4 17 18,3 15 23,1
Regular 8 11,0 — — 16 50,0 22 17,6 15 16,1 7 10,8
Ruim 2 2,7 3 7,0 10 31,3 55 44,0 61 65,6 43 66,2
Condutas Adotadas Bom 33 45,2 18 41,9 7 21,9 — — 2 2,2 — —
Regular 35 48,0 23 53,5 20 62,5 41 32,8 22 23,6 15 23,1
Ruim 5 6,8 2 4,7 5 15,6 84 67,2 69 74,2 50 76,9
Identificação do Médico Sim 59 80,8 38 88,4 1 3,1 47 37,6 28 30,1 32 49,2
Não 14 19,2 5 11,6 31 96,9 78 62,4 65 69,9 33 50,8
ALTA/ÚLTIMA CONSULTA
Motivo Internação (Hosp.) Bom 60 89,6 29 76,3 10 33,3 45 39,8 50 64,1 38 61,3
Regular 2 2,9 — — 6 20,0 16 14,2 9 11,5 2 3,2
Queixas Atuais (CS/ESF) Ruim 5 7,5 9 23,7 14 46,7 52 46,0 19 24,4 22 35,5
Evolução Clínica (Hosp.) Bom 54 80,6 30 78,9 — — 1 0,9 — — 2 3,2
Regular 2 3,0 1 2,6 6 20,0 15 13,3 24 30,8 24 38,7
Exame Físico (CS/ESF) Ruim 11 16,4 7 18,4 24 80,0 97 85,8 54 69,3 36 58,1
Diagnóstico na Alta (Hosp.) Bom 57 85,1 23 60,5 — — 1 0,9 6 7,7 13 21,0
Regular 2 3,0 — — 6 20,0 14 12,4 18 23,1 3 4,8
Quadro Clínico (CS/ESF) Ruim 8 11,9 15 39,5 24 80,0 98 86,7 54 69,2 46 74,2
Exame Físico na Alta (Hosp.) Bom 19 28,3 12 31,6 — — 3 2,7 2 2,6 5 8,1
Terapêutica/Condutas Regular 28 41,8 14 36,9 7 23,3 13 11,5 10 12,8 5 8,1

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


(CS/ESF) Ruim 20 29,9 12 31,5 23 76,7 97 85,8 66 84,6 52 83,9
(6) Hosp. Barão de Lucena (7) Hospital da Clínicas (8) Centro de Saúde Caiara (9) Centro de Saúde Joaquim Cavalcante (10) Centro de Saúde Lessa de Andrade

39
Tabela 5. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários da Clínica Pediátrica por Itens, Tipo de Consulta e

40
Unidades de Saúde. Recife, 2004. (continuação)
PONTUAÇÃO
ITENS PESQUISADOS/ GRAU DE HOSPITAIS CENTROS DE SAÚDE
TIPO DE CONSULTA QUALIDADE ESF
HBL(6) HC (7) CAI (8) JOA (9) LES (10)
N° % N° % N° % N° % N° % N° %
Prescrição/Orientação (Hosp.) Bom 48 71,6 19 48,7 11 36,7 67 59,3 34 43,6 13 21,0
Regular 4 6,0 — — 8 26,7 18 15,9 11 14,1 1 1,6
Hipótese Diagnótica (CS/ESF) Ruim 15 22,4 20 51,3 11 36,7 28 24,8 33 42,3 48 77,4
Sem info. 5 7,5 12 34,3 — — — — — — — —
Curado 7 10,4 2 5,7 — — — — — — — —
Condições de Alta Melhorado 41 61,2 21 60,0 — — — — — — — —
Transferido 12 17,9 — — — — — — — — — —
Óbito 2 3,0 — — — — — — — — — —
Referência unidade menos Bom 3 4,2 1 2,4 12 40,0 57 50,4 41 52,6 42 67,7
complexa (Hosp.) Regular 3 4,2 — — 12 40,0 29 25,7 11 14,1 — —
Exames Diagnósticos (CS/ESF) Ruim 65 91,5 40 97,6 6 20,0 27 23,9 26 33,3 20 32,2
Sim 40 58,8 26 60,5 4 12,5 52 41,6 21 22,6 26 40,0
Identificação do Médico
Não 28 41,2 17 39,5 28 87,5 73 58,4 72 77,4 39 60,0
(6) Hosp. Barão de Lucena (7) Hospital da Clínicas (8) Centro de Saúde Caiara (9) Centro de Saúde Joaquim Cavalcante (10) Centro de Saúde Lessa de Andrade

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Tabela 5a. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários da Clínica Pediátrica por Todos os Itens, Tipo de
Consulta e Unidades de Saúde. Recife, 2004.
PONTUAÇÃO
HOSPITAIS CENTROS DE SAÚDE
TIPO DE CONSULTA GRAU DE QUALIDADE ESF
HBL HC CAI JOA LES
N° % N° % N° % N° % N° % N° %
Bom — — — — — — — — — — — —
Regular 9 12,3 11 25,5 — — — — — — — —
1ª consulta
Ruim 20 27,4 24 56,0 4 12,5 14 11,2 11 11,8 10 15,4
Péssimo 44 60,3 8 18,5 28 87,5 111 88,8 82 88,2 55 84,6
Bom — — — — — — — — — — — —
Regular 4 5,8 1 2,5 — — 2 1,8 2 2,6 2 3,2
Alta/Última Consulta
Ruim 23 33,8 10 25,0 6 20,0 15 13,4 23 29,4 21 33,8
Péssimo 41 60,4 29 72,5 24 80,0 96 84,9 53 67,9 39 62,9

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


41
Clínica obstétrica
A análise da clínica obstétrica não conta com dados das unidades de
saúde da família já que a maioria das consultas, naquelas unidades, é efe-
tuada pela enfermagem.
A análise dos dados contidos na tabela 6 mostra que o HBL obteve, en-
tre os 9 itens pesquisados na 1ª consulta, apenas 3 com predominância do
grau de qualidade bom (Hipóteses diagnósticas, Condutas adotadas e Iden-
tificação do médico), 1 regular e 5 ruins. Na alta, 5 itens entre os 7 itens
pesquisados apresentaram predominância do grau ruim e 2 do grau bom
(Evolução clínica e Identificação do médico).
O HC obteve, entre os 9 itens pesquisados na 1ª consulta, 2 com predo-
minância do grau de qualidade ruim (Antecedentes pessoais e Anteceden-
tes familiares), 3 com grau regular e 4 itens com grau de qualidade bom.
Entre os 7 itens pesquisados na alta, 4 apresentaram predominância do
grau bom e 3 do grau ruim (Prescrição/orientação, Referência unidade me-
nos complexa e Identificação do médico), demonstrando, também na clíni-
ca obstétrica, um melhor desempenho que o HBL.
O CS Caiara obteve todos os itens com predominância do grau de qua-
lidade ruim na 1ª consulta. Na última consulta alcançou cinco itens com
predominância do grau ruim e dois com grau bom (Exame diagnóstico e
Identificação do médico). O CS Joaquim Cavalcante obteve todos os itens
com predominância do grau de qualidade ruim, na 1ª e na última consul-
tas. O CS Lessa de Andrade obteve todos os itens com predominância
do grau de qualidade ruim na 1ª consulta e na última alcançou seis com
predominância do grau ruim e um com grau bom (Exames diagnósticos).
No conjunto de todos os itens pesquisados (tabela 6a), o HBL apresen-
tou 77,3% com predominância do grau péssimo na 1ª consulta e 85,4% na
alta e o HC apresentou 83,8% com predominância do grau ruim na 1ª con-
sulta e 56,9% péssimo na alta. Os três Centros de Saúde apresentaram,
na 1ª consulta, variações entre 93,7% e 97,3% de predominância do grau
péssimo de preenchimento. Na última consulta também apresentaram
predominância do grau péssimo de preenchimento (Caiara 93,6%, Jo-
aquim 94,1% e Lessa 74,3%). A clínica obstétrica apresentou resultados
ainda menos satisfatórios que a clínica pediátrica.

42 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Tabela 6. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários da Clínica Obstétrica por Itens, Tipo de Consulta e
Unidades de Saúde. Recife, 2004.
PONTUAÇÃO
ITENS PESQUISADOS/ GRAU DE HOSPITAIS CENTROS DE SAÚDE
TIPO DE CONSULTA QUALIDADE HBL HC CAI JOA LES
N° % N° % N° % N° % N° %
1ª CONSULTA
Caracterização do Paciente Bom 1 1,1 21 37,4 — — — — — —
Regular 17 19,3 33 59,0 17 21,2 — — 3 3,7
Ruim 70 79,5 2 3,6 63 78,8 37 100,0 78 96,3
Queixa Principal e Duração Bom 33 37,5 45 80,4 15 18,8 7 18,9 22 27,2
Regular 6 6,8 — — 15 18,8 4 10,8 22 27,2
Ruim 49 55,7 11 19,6 50 62,4 26 70,3 37 45,6
História da Doença Atual Bom 28 31,8 24 42,8 — — 2 5,4 4 4,9
Regular 12 13,6 17 30,4 18 22,5 3 8,1 31 38,3
Ruim 48 54,6 15 26,8 62 77,5 32 86,5 46 56,8
Antecedentes Pessoais Bom — — — — — — — — — —
Regular 21 23,9 17 30,4 10 12,5 2 5,4 18 22,2
Ruim 67 76,1 39 69,6 70 87,5 35 94,6 63 77,8
Condições de Vida Bom — — — — — — — — — —
Regular — — — — 10 12,5 2 5,4 19 23,7
Ruim — — — — 70 87,5 35 94,6 61 76,3
Antecedentes Familiares Bom 27 30,7 14 25,0 5 6,3 1 2,7 19 23,4
Regular 3 3,4 — — 5 6,3 2 5,4 3 3,7
Ruim 58 65,9 42 75,0 70 87,5 34 91,9 59 72,8
Exame Físico Bom 2 2,3 13 23,3 — — — — — —

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Regular 44 49,9 40 71,4 11 13,7 3 8,1 22 27,2
Ruim 42 47,7 3 5,3 69 86,3 34 91,9 59 72,8

43
Tabela 6. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários da Clínica Obstétrica por Itens, Tipo de Consulta e

44
Unidades de Saúde. Recife, 2004. (continuação)
PONTUAÇÃO
ITENS PESQUISADOS/ GRAU DE HOSPITAIS CENTROS DE SAÚDE
TIPO DE CONSULTA QUALIDADE HBL HC CAI JOA LES
N° % N° % N° % N° % N° %
Hipóteses Diagnósticas Bom 62 70,5 48 85,7 13 16,3 6 16,2 11 13,6
Regular 9 10,2 5 8,9 23 28,8 7 18,9 27 33,3
Ruim 17 19,3 3 5,4 44 55,0 24 64,9 43 53,1
Condutas Adotadas Bom 56 63,6 9 16,1 — — — — 1 1,2
Regular 24 27,2 30 53,5 28 35,0 9 24,3 38 46,9
Ruim 8 9,1 17 30,4 52 65,0 28 75,7 42 51,9
Identificação do Médico Sim 73 83,0 25 50,0 8 10,0 9 24,3 22 27,2
Não 15 17,0 28 50,0 72 90,0 28 75,7 59 72,8
ALTA/ÚLTIMA CONSULTA
Motivo Internação (Hosp.) Bom 32 43,2 41 80,4 11 14,1 — — 28 37,8
Regular 2 2,7 2 3,9 4 5,1 7 20,6 13 17,6
Queixas Atuais (CS/ESF) Ruim 40 54,1 8 15,7 63 80,8 27 79,4 33 44,6
Evolução Clínica (Hosp.) Bom 37 50,0 46 90,2 — — — — — —
Regular 2 2,7 — — 7 9,0 1 2,9 23 31,1
Exame Físico (CS/ESF) Ruim 35 47,3 5 9,8 71 91,0 33 97,1 51 68,9
Diagnóstico na Alta (Hosp.) Bom 32 43,2 46 90,2 1 1,3 3 8,8 2 2,7
Regular 2 2,7 — — 4 5,1 1 3,0 20 27,0
Quadro Clínico (CS/ESF) Ruim 40 54,1 5 9,8 73 93,6 30 88,2 52 70,3
Exame Físico na Alta (Hosp.) Bom 5 6,8 28 54,8 3 3,8 6 17,6 2 2,7
Regular 20 27,0 14 27,5 4 5,1 1 3,0 18 24,3
Terapêutica/Condutas (CS/ESF) Ruim 49 66,2 9 17,7 71 91,0 27 79,4 54 73,0

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Tabela 6. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários da Clínica Obstétrica por Itens, Tipo de Consulta e
Unidades de Saúde. Recife, 2004. (continuação)
PONTUAÇÃO
ITENS PESQUISADOS/ GRAU DE HOSPITAIS CENTROS DE SAÚDE
TIPO DE CONSULTA QUALIDADE HBL HC CAI JOA LES
N° % N° % N° % N° % N° %
Prescrição/Orientação (Hosp.) Bom 24 32,4 6 11,8 16 20,5 7 20,6 30 40,5
Regular 4 5,4 — — 8 10,3 1 2,9 9 12,2
Hipótese Diagnótica (CS/ESF) Ruim 46 62,2 45 88,2 54 69,2 26 76,5 35 47,3
Sem info. 3 4,0 1 2,0 — — — — — —
Curado 13 17,3 34 66,7 — — — — — —
Condições de Alta Melhorado 58 77,3 16 31,3 — — — — — —
Transferido 1 1,4 — — — — — — — —
Óbito — — — — — — — — — —
Referência unidade menos complexa Bom 1 1,1 — — 37 47,4 6 17,6 34 45,9
(Hosp.) Regular — — — — 20 25,6 4 11,8 11 14,9
Exames Diagnósticos (CS/ESF) Ruim 86 98,9 36 100,0 21 26,9 24 70,6 29 39,2
Sim 60 80,0 12 23,5 48 60,0 8 21,6 16 19,8
Identificação do Médico
Não 15 20,0 39 76,5 32 40,0 29 78,4 65 80,2

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


45
Tabela 6a. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários da Clínica Pediátrica por Todos os Itens, Tipo de

46
Consulta e Unidades de Saúde. Recife, 2004.
PONTUAÇÃO
HOSPITAIS CENTROS DE SAÚDE
TIPO DE CONSULTA GRAU DE QUALIDADE
HBL HC CAI JOA LES
N° % N° % N° % N° % N° %
Bom — — — — — — — — — —
Regular 3 3,4 4 7,2 — — — — — —
1ª consulta
Ruim 17 19,3 47 83,8 5 6,3 1 2,7 3 3,7
Péssimo 68 77,3 5 9,0 75 93,7 36 97,3 78 96,3
Bom — — — — — — — — — —
Regular — — — — 1 1,2 — — — —
Alta/Última Consulta
Ruim 11 14,6 22 43,1 4 5,2 2 5,9 19 25,7
Péssimo 65 85,4 29 56,9 73 93,6 32 94,1 55 74,3

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Clínica médica
A clínica médica foi a única presente em todas as unidades dos três ní-
veis de complexidade.
A análise dos dados contidos na tabela 7 mostra que o HBL obteve, en-
tre os 9 itens pesquisados na 1ª consulta, 7 com grau de qualidade predo-
minantemente bom, 1 regular e 1 ruim (Caracterização do paciente). Na
alta, 5 itens entre os 7 itens pesquisados apresentaram grau predominan-
te bom e 2 itens apresentaram grau ruim (Exame físico na alta e Referên-
cia unidade menos complexa).
O HC obteve, entre os 9 itens pesquisados na 1ª consulta, 6 com grau
de qualidade predominantemente bom, 2 com grau regular e 1 item com
grau de qualidade ruim (Antecedentes familiares). Entre os 7 itens pes-
quisados na alta, 6 apresentaram grau predominantemente bom e 1 grau
ruim (Referência unidade menos complexa).
O HGV obteve, entre os 9 itens pesquisados na 1ª consulta, 6 com grau
de qualidade predominantemente bom, 2 com grau regular e 1 item com
grau de qualidade ruim (Antecedentes familiares). Entre os 7 itens pes-
quisados na alta, 6 apresentaram grau predominantemente bom e 1 item
grau ruim (Referência unidade menos complexa).
O CS Caiara obteve nove itens com grau de qualidade predominante-
mente ruim e um com grau de qualidade regular na 1ª consulta (Hipótese
diagnóstica). Na última consulta alcançou cinco itens com graus de qua-
lidade predominantemente ruins e dois com grau bom (Prescrição/orien-
tação e Exames diagnósticos). O CS Joaquim Cavalcante obteve todos
os itens com grau de qualidade predominantemente ruim na 1ª consul-
ta, e na última consulta cinco itens com grau predominantemente ruim
e dois com grau bom (Exames diagnósticos e Identificação do médico). O
CS Lessa de Andrade obteve nove itens com grau de qualidade predo-
minantemente ruim e um com grau regular (Hipóteses diagnósticas) na
1ª consulta e na última alcançou seis itens com grau predominantemente
ruim e um com grau regular (Hipótese diagnóstica).
As Equipes de Saúde da Família obtiveram, na 1ª consulta, grau de
qualidade predominantemente ruim em 9 dos 10 itens pesquisados e grau
bom em um item (Queixa principal e duração).
No conjunto de todos os itens pesquisados (tabela 7a), o HBL apresen-
tou, na 1ª consulta, 42,9% de prontuários com grau de qualidade de preen-
chimento predominantemente péssimo e, na alta, 53,6% de prontuários
com grau de qualidade de preenchimento predominantemente péssimo;
o HC apresentou prontuários com grau de qualidade de preenchimento
predominantemente ruim em 46,2% dos pesquisados na 1ª consulta e

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 47


69,2% com grau predominantemente péssimo na alta; já o HGV alcançou
36,1% com grau regular na 1ª consulta e 41,6% com grau ruim na alta.
Os três Centros de Saúde apresentaram, na 1ª consulta, variações en-
tre 85,5% e 94,2% de graus péssimos de preenchimento. Na última con-
sulta também apresentaram graus péssimos de preenchimento (Caiara
82,1%, Joaquim 80,6% e Lessa 70,6%). A clínica médica apresentou os
resultados mais satisfatórios na análise por clínicas e por total dos itens
pesquisados. As Equipes de saúde da família apresentaram, na 1ª con-
sulta, 88,6% de grau péssimo de preenchimento e, na última consulta,
79,55%, também péssimo.

48 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Tabela 7. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários da Clínica Médica por Itens, Tipo de Consulta e Unidades
de Saúde. Recife, 2004.
PONTUAÇÃO
ITENS PESQUISADOS/ GRAU DE HOSPITAIS CENTROS DE SAÚDE
TIPO DE CONSULTA QUALIDADE ESF
HBL HC HGV CAI JOA LES
N° % N° % N° % N° % N° % N° % N° %
1ª CONSULTA
Caracterização do Paciente Bom 4 14,2 10 38,5 13 36,2 — — — — — — — —
Regular 11 39,4 16 61,5 17 47,1 11 13,3 3 3,4 3 3,7 10 4,9
Ruim 13 46,4 — — 6 16,7 72 86,7 84 96,6 77 96,3 193 95,1
Queixa Principal e Duração Bom 19 67,9 16 61,5 30 83,3 15 18,1 22 25,3 23 28,8 103 50,7
Regular — — — — 1 2,8 31 37,3 15 17,2 23 28,8 17 8,4
Ruim 9 32,1 10 38,5 5 13,9 37 44,6 50 57,5 34 42,5 83 40,9
História da Doença Atual Bom 19 67,9 16 61,5 22 61,1 2 2,4 2 2,3 5 6,2 37 18,2
Regular 3 10,7 6 23,1 5 13,9 27 32,5 19 21,8 26 32,5 42 20,7
Ruim 6 21,4 4 15,4 9 25,0 54 65,1 66 75,9 49 61,3 124 61,1
Antecedentes Pessoais Bom 14 50,0 15 57,7 22 61,1 3 3,6 10 11,5 13 16,3 52 25,6
Regular — — — — 2 5,6 25 30,1 8 9,2 18 22,5 12 5,9
Ruim 14 50,0 11 42,3 12 33,3 55 66,3 69 79,3 49 61,3 139 68,5
Condições de Vida Bom — — — — — — — — — — — — 2 1,0
Regular — — — — — — 24 28,9 13 14,9 19 23,7 9 4,4
Ruim — — — — — — 59 71,1 74 85,1 61 76,3 192 94,6
Antecedentes Familiares Bom 18 64,3 11 42,3 14 38,9 19 22,9 11 12,6 5 6,3 46 22,7
Regular — — — — 2 5,6 6 7,2 4 4,6 19 23,8 2 1,0
Ruim 10 35,7 15 57,7 20 55,6 58 69,9 72 82,8 56 70,0 155 76,4
Exame Físico Bom 6 21,4 6 23,1 9 25,0 — — — — — — 3 1,5

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Regular 18 64,3 16 61,6 18 50,0 29 34,9 15 17,2 31 38,8 67 33,0
Ruim 4 14,3 4 15,3 9 25,0 54 65,1 72 82,8 49 61,2 133 65,5

49
Tabela 7. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários da Clínica Médica por Itens, Tipo de Consulta e Unidades

50
de Saúde. Recife, 2004. (continuação)
PONTUAÇÃO
ITENS PESQUISADOS/ GRAU DE HOSPITAIS CENTROS DE SAÚDE
ESF
TIPO DE CONSULTA QUALIDADE HBL HC HGV CAI JOA LES
N° % N° % N° % N° % N° % N° % N° %
Hipóteses Diagnósticas Bom 23 82,1 24 96,0 28 77,8 20 24,1 21 24,7 12 15,0 50 24,6
Regular — — — — — — 35 42,2 25 29,4 37 46,3 23 11,4
Ruim 5 17,9 1 4,0 8 22,2 28 33,7 39 45,9 31 38,8 130 64,0
Condutas Adotadas Bom 18 64,3 16 61,5 28 77,8 — — — — — — — —
Regular 6 21,4 8 30,8 6 16,6 7 8,4 14 16,1 9 11,2 58 28,6
Ruim 4 13,3 2 7,7 2 5,6 76 91,6 73 83,9 71 88,8 145 71,4
Identificação do Médico Sim 24 85,7 20 76,9 30 83,3 19 22,9 42 48,3 19 23,8 76 37,4
Não 4 14,3 6 23,1 6 16,7 64 77,1 45 51,7 61 76,2 127 62,6
ALTA/ÚLTIMA CONSULTA
Motivo Internação (Hosp.) Bom 25 89,3 19 76,0 34 94,4 19 24,4 30 41,7 16 23,5 88 45,1
Regular — — — — — — 8 10,2 8 11,1 21 30,9 3 1,6
Queixas Atuais (CS/ESF) Ruim 3 10,7 6 24,0 2 5,6 51 65,4 34 47,2 31 45,6 104 53,3
Evolução Clínica (Hosp.) Bom 24 85,7 19 76,0 34 94,4 — — — — — — 4 2,1
Regular — — 1 4,0 — — 13 16,7 10 13,9 27 39,7 37 18,9
Exame Físico (CS/ESF) Ruim 4 14,3 5 20,0 2 5,6 65 83,3 62 86,1 41 60,3 154 79,0
Diagnóstico na Alta (Hosp.) Bom 22 78,6 17 70,8 25 69,4 2 2,6 1 1,4 5 7,4 30 15,4
Regular — — — — — — 15 19,2 9 12,5 23 33,8 12 6,1
Quadro Clínico (CS/ESF) Ruim 6 21,4 7 29,2 11 30,6 61 78,2 62 86,1 40 58,8 153 78,5
Exame Físico na Alta (Hosp.) Bom 11 39,3 11 45,8 23 63,9 7 9,0 7 9,7 1 1,5 17 8,7
Terapêutica/Condutas Regular 5 17,9 9 37,5 3 8,3 13 16,6 7 9,7 21 30,9 12 6,2
(CS/ESF) Ruim 12 42,8 4 16,7 10 27,8 58 74,4 58 80,6 46 67,6 166 85,1

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Tabela 7. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários da Clínica Médica por Itens, Tipo de Consulta e Unidades
de Saúde. Recife, 2004. (continuação)
PONTUAÇÃO
ITENS PESQUISADOS/ GRAU DE HOSPITAIS CENTROS DE SAÚDE
TIPO DE CONSULTA QUALIDADE ESF
HBL HC HGV CAI JOA LES
N° % N° % N° % N° % N° % N° % N° %
Prescrição/Orientação Bom 16 59,3 16 66,7 21 58,3 46 59,0 31 43,1 16 23,5 53 27,2
(Hosp.) Regular — — 1 4,1 — — 5 6,4 8 11,1 27 39,7 3 1,5
Hipótese Diagnótica (CS/ESF) Ruim 11 40,7 7 29,2 15 41,7 27 34,6 33 45,8 25 36,8 139 71,3
Sem info. 2 27,1 10 38,5 9 25,0 — — — — — — — —
Curado 3 10,7 — — — — — — — — — — — —
Condições de Alta Melhorado 18 64,3 8 30,8 25 69,4 — — — — — — — —
Transferido 5 17,9 2 7,7 2 5,6 — — — — — — — —
Óbito — — 6 23,1 — — — — — — — — — —
Referência unidade menos Bom — — — — 6 16,7 47 60,3 33 45,8 14 20,6 121 62,1
complexa (Hosp.) Regular 1 3,6 — — 4 11,1 14 17,9 7 9,8 26 38,2 1 0,5
Exames Diagnósticos (CS/ESF) Ruim 27 96,4 25 100,0 26 72,2 17 21,8 32 44,4 28 41,2 73 37,4
Sim 23 82,1 19 73,1 34 94,4 38 48,7 41 57,8 15 22,1 79 40,5
Identificação do Médico
Não 5 17,9 7 26,9 2 5,6 40 51,3 30 42,2 53 77,9 116 59,5

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


51
Tabela 7a. Número e Percentual de Preenchimento dos Prontuários da Clínica Médica por Todos os Itens, Tipo de Consulta e

52
Unidades de Saúde. Recife, 2004.
PONTUAÇÃO
HOSPITAIS CENTROS DE SAÚDE
TIPO DE CONSULTA GRAU DE QUALIDADE ESF
HBL HC HGV CAI JOA LES
N° % N° % N° % N° % N° % N° % N° %
Bom — — — — — — — — — — — — — —
Regular 9 32,1 10 38,3 13 36,1 — — — — — — 1 0,4
1ª consulta
Ruim 7 25,0 12 46,2 13 36,1 12 14,5 5 5,8 5 6,2 22 11,0
Péssimo 12 42,9 4 15,4 10 27,7 71 85,5 82 94,2 75 93,8 180 88,6
Bom — — — — 2 5,6 — — — — — — 1 0,5
Regular — — — — 4 11,2 1 1,3 — — — — 4 2,1
Alta/Última Consulta
Ruim 13 46,4 8 30,8 15 41,6 13 16,6 14 19,4 20 29,4 35 17,9
Péssimo 15 53,6 18 69,2 15 41,6 64 82,1 58 80,6 48 70,6 155 79,5

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Discussão
Considerando o somatório de todos os itens, de todas as clínicas num
total de 25, evidenciou-se que na primeira consulta todos os três níveis de
complexidade apresentaram grau de preenchimento com predominância
péssimo, sendo que o nível secundário apresentou o pior comportamento
de preenchimento, seguido pelo nível básico. Apesar de não ser boa à si-
tuação de preenchimento dos prontuários no nível terciário — ainda com
45,1% dos prontuários classificados com grau de preenchimento péssimo
encontrou-se uma clara diferença entre este e os demais, vez que os níveis
secundário e básico apresentaram 93,0% e 83,2% respectivamente.
Essa diferença entre o nível terciário e os demais sugere que os riscos
inerentes a agravos e procedimentos mais complexos conduzem a uma
maior preocupação com os registros. Outro fator, provavelmente o mais
importante, seja o nível de exigência do Ministério da Saúde (MS) nos
processos de análise das AIH’s (Autorizações de Internação Hospitalar)
que guardam muitas cobranças em relação a itens do prontuário médico,
que determinarão tipo e tempo de internamento e justificarão os proce-
dimentos (Ministério da Saúde, 2006). A melhor situação de preenchi-
mento encontrada no nível terciário para primeira consulta em relação à
de alta ocorreria por conta dessa questão contábil.
Mesmo considerando que os achados foram bem melhores que os ní-
veis secundário e básico os percentuais de 45,1% péssimo 36,6% ruim são
extremamente altos e preocupantes com relação ao tipo e qualidade dos
atendimentos prestados neste nível de atendimento. Ressalte-se que a
primeira consulta é o momento de se coletar todas as informações possí-
veis já que se trata do primeiro contato com o paciente naquela patologia
ou situação clínica. Outro fator muito importante é a presença de médicos
residentes, internos e estudantes de medicina, portanto em treinamento,
conduziriam a um maior cuidado com o preenchimento dos prontuários
no nível terciário.
O nível secundário com 93,7% de grau péssimo coloca os três centros
de saúde numa situação crítica. O comportamento de preenchimento dos
prontuários nos CS pode sugerir que os médicos desses serviços seriam
os mais antigos do quadro de servidores e talvez mais resistentes a modi-
ficações de conduta. Considera-se que seria interessante definir o perfil
dos médicos nos diferentes níveis.
Embora o repasse de recursos financeiros esteja vinculado à produção
computada no Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS), o mes-
mo não faz exigências quanto a presença ou não de dados na ficha clíni-
ca ao contrário do que se exige no Sistema de Informações Hospitalares
(SIH/AIH) que estabelece no seu (Manual de Orientações Técnicas,

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 53


2006, p. 81):

O preenchimento do prontuário médico é obrigatório. Todos os documentos


constantes do Prontuário Médico devem estar adequados e corretamente pre-
enchidos, em letra legível, devidamente assinados e carimbados. Esta norma
vale para todos os documentos abaixo relacionados, cujo conjunto é a compo-
sição mínima exigida para um correto Prontuário Médico:
Ficha de identificação e anamnese do paciente;
Registro Gráfico de Sinais Vitais;
Ficha de Evolução/Prescrição Médica;
Ficha de registro de resultados de exames laboratoriais e outros métodos diag-
nósticos auxiliares;
Ficha para registro de resumo de alta;

Já no nível secundário, os pagamentos são por volume e não por tipo


de procedimentos (consultas médicas, consultas de enfermagem etc.) é
provavelmente uma explicação da falta de interesse pelo preenchimento
dos dados. Na rede básica, o repasse de recursos financeiros, é feito per
capta. Apontam os resultados para a cultura de não preenchimento em
parte pela falta de crença em que sejam esses dados de fato utilizados
O nível básico representado nesta pesquisa por 22 equipes de saúde da
família alcançou 83,2% de preenchimento classificados como péssimo
mostrando uma situação em dissonância com os postulados do SUS. As
ESF fazem parte de uma política do MS concebida e implantada em 1994
denominada Programa Saúde da família (PSF), cuja missão seria a trans-
formação do modelo assistencial em saúde vigente. Na sua home page
(Ministério da Saúde, 2006) enfatiza:

(...)E, ainda: por estabelecer vínculos de compromisso e de co-responsabilidade


com a população; por estimular a organização das comunidades para exercer o
controle social das ações e serviços de saúde; por utilizar sistemas de informa-
ção para o monitoramento e a tomada de decisões;(...)

Ora, um programa com a missão e as responsabilidades assim coloca-


das inclusive na utilização de sistemas de informação para tomada de de-
cisões, pelo menos no que tange as fichas clinicas parece estar reprodu-
zindo as mazelas do modelo convencional. O que é mais grave é que toda a
rede de unidades de saúde da família (USF) do recife foi nos últimos dois
anos treinada e titulada com especialização em saúde da família.
Será que os médicos do PSF poderiam estar considerando que, como

54 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


conhecem bem todos os pacientes não seria necessário incluir as infor-
mações nas fichas clínicas? Claro está que esta seria uma justificativa
não válida vez que, ninguém teria esta prodigiosa memória, além do que,
são possíveis e por vezes freqüentes as mudanças no quadro de profissio-
nais. Ressalte-se, que sob qualquer hipótese, isto não se justificaria sob os
aspectos ético, jurídico e da semiologia médica.
Segundo os pesquisadores, quando da coleta de dados, observaram -
mas não quantificaram - que os dados das consultas nas ESF e nos CS são
muitas vezes anotados em pedaços de papel que vão sendo anexados e co-
locados nos envelopes, por falta das fichas especificas. Isto indicaria que,
aliada a não haver grande interesse no registro dos dados, fato já obser-
vado por diversos autores, (Carvalho,1994; Rebelo,1993; Scochi,1991)
ocorre ainda falta de material adequando para o desenvolvimento das
atividades de registro.
Os melhores resultados alcançados foram no nível terciário, e como
já frisamos anteriormente, pode ter como justificativa as exigências da
AIH/MS. No nível secundário, o item com melhor pontuação foi Hipó-
teses diagnósticas, e mesmo assim alcançou 48,0% de predominância de
grau péssimo. No nível básico, o único item com grau de preenchimento
bom (50%) foi Queixa principal e duração; o com pior pontuação foi Ca-
racterização do paciente com 100% de grau péssimo. Este absoluto não
preenchimento justifica-se pelo fato da ficha A do Sistema de Informa-
ções da Atenção Básica (SIAB) ser instrumento de levantamento especí-
fico destas informações. Mas, vale salientar, que quando do atendimento
o médico não tem essa ficha em suas mãos, e entende-se que os dados de
caracterização do paciente são de real importância para diagnóstico e
condutas.
Mesmo no nível terciário, que tem uma situação bem melhor que os de-
mais em relação ao preenchimento, os itens que dizem respeito à caracte-
rização do paciente não são bem preenchidos. Provavelmente os médicos
não entendem esses itens como de seu interesse e ou responsabilidade.
Comportamento semelhante observou-se, por exemplo, nos estudos
com preenchimento dessas variáveis nas declarações de óbito (Barros,
2001).
Os Antecedentes pessoais e familiares, bem como Condições de vida, têm
baixo grau de preenchimento mesmo no nível terciário, onde a hipótese
é que seu melhor comportamento de preenchimento corre por conta da
presença de médicos em formação. Havia uma expectativa de que esses
itens seriam, sobretudo bem preenchidos nas ESF, mas isso não ocorreu.
Reforça-se, assim, o entendimento de que a história do paciente vem sen-

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 55


do negligenciada e sendo priorizados os exames complementares.
Na primeira consulta, itens como Exame físico, Hipótese diagnóstica e
Conduta adotada, essenciais para acompanhamento do paciente, tem bai-
xo preenchimento sendo bem menos grave a situação no nível terciário
onde o item Hipótese diagnóstica alcança 82,3% de preenchido e legível,
reforçando a hipótese de uso do item para fins de contas e guias hospita-
lares.
Ainda que o médico que atenda o paciente na consulta posterior seja o
mesmo, essas anotações ajudariam o seu raciocínio nessa consulta atual,
e em sendo outro – e deveriam sempre estar os prontuários prontos para
serem utilizados por qualquer outro profissional – seriam as anotações
essenciais. O serviço e o profissional teriam o comportamento de morbi-
dade de cada paciente orientando-o em cada consulta.
Vale salientar que a menos grave situação de qualidade de preenchi-
mento no nível terciário, em parte explicada pela presença de médicos
em formação, sugere também que esses médicos enquanto em formação
seguem os protocolos do órgão de ensino e preenchem os dados, mas o
constante observar das atitudes dos preceptores — de não preenchimen-
to — provavelmente os leva a quando assumem o status de médicos — não
mais em treinamento — adotarem a atitude que associam ao médico: “não
preencher muita coisa e escrever de forma ilegível”.
O elevado percentual (94%) de grau ruim de preenchimento para o item
Referência para unidades menos complexa, aponta para a falta de articula-
ção entre os níveis de complexidade e o descumprimento do preceito do
SUS que orienta para a integralidade das ações de saúde.
O item Identificação do médico, tem pior comportamento de preenchi-
mento nos CS (72% ruim) e melhor nos hospitais (78% bom). Entre os CS
a pior situação foi encontrada no CS Lessa de Andrade. As USF apresen-
taram 60% de preenchimento ruim. Os achados reforçam os aspectos de
risco, auditorias, questões legais e presença de treinandos melhorando o
preenchimento no nível terciário.
No geral, a Clínica médica tem melhor comportamento de preenchi-
mento em relação à pediátrica e obstétrica. O HC tem um comportamen-
to francamente melhor que os demais hospitais, talvez pelo fato de não só
ser um hospital com residentes e internos, mas também por compor uma
escola de medicina e receber alunos em períodos anteriores para treina-
mento.
Vale a pena observar, que nos itens Identificação do médico e Condutas
adotadas, os hospitais HBL e HGV tiveram em geral melhor comporta-
mento de preenchimento. Talvez, por serem hospitais egressos do ex-

56 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Inamps, seriam itens esses muito valorizados então e que ficou incorpo-
rado no corpo médico.
Na última consulta o item Hipótese diagnóstica, que tem baixo preen-
chimento tanto nos CS como nas USF, tem pior comportamento ainda
nas USF que nos CS. Os médicos das USF acreditariam ter maior contato
com os pacientes e, portanto, confiariam mais na memória? É mais grave
a falta de estrutura para registro? A não utilização dos dados para pres-
tação de contas sem dúvida é o grande diferencial quando se observam
os serviços do nível terciário. A falta de registro desse item pode ainda
sugerir menor condições do profissional em estabelecer diagnostico e as-
sim seria também um indicativo da capacidade de resolução do nível de
atendimento.
Itens como Motivo da internação, Evolução clinica e Diagnóstico na con-
sulta de alta, com percentuais de 70% e mais de preenchido e legível no
nível terciário, provavelmente se dão pela utilização dos prontuários pa-
ra calculo de contas médicas, auditorias e também pela presença de mé-
dicos residentes, mas acredita-se que o primeiro ponto seja ainda o maior
determinante.
Para o Exame físico na alta e Orientação, caem os percentuais de preen-
chimento apesar de bem melhores do que os do nível básico e secundário
para itens correlatos.
O ponto já discutido de que a presença de estudantes de medicina e mé-
dicos residentes seriam fatores importantes na definição da quantidade e
qualidade do preenchimento é reforçada com o melhor comportamento
encontrado para o Hospital das Clínicas da UFPE, mesmo considerando
ser o nível terciário no geral o que tem o melhor grau de preenchimento.
No nível terciário o Hospital das Clínicas (HC) só não alcançou melhores
resultados que os demais hospitais na alta da clínica médica.
No nível secundário, em termos gerais, as três unidades se nivelaram
em graus péssimos de preenchimento nas três clínicas sem diferenças
marcantes. O nível básico apresentou resultados mais aceitáveis que o ní-
vel secundário na 1a e ultima consultas da clínica pediátrica, e nas demais
clínicas esteve próximo das unidades do nível secundário, sem diferenças
significativas.
A análise das clínicas básicas evidencia que a clínica pediátrica obteve
melhores graus de preenchimento que as demais e que a clínica médica
obteve os piores resultados tanto na primeira quanto na alta/última con-
sulta, embora, no geral, os graus de preenchimento tenham sido majori-
tariamente péssimos.

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 57


Conclusões
De uma maneira geral os resultados alcançados atenderam aos obje-
tivos desta pesquisa. O contato dos residentes com a realidade dos siste-
mas de registro nas unidades dos três níveis de complexidade trouxe im-
portantes informações e visões sobre as dificuldades encontradas para a
montagem, operacionalização e manutenção dos sistemas de registros de
prontuários e fichas clínicas médicas.
O preenchimento de itens fundamentais dos prontuários para o ade-
quado acompanhamentos dos atendidos pelo SUS é precário tanto em
quantidade como em qualidade. A situação é mais grave no nível secun-
dário do sistema e no nível básico o que aponta para o fato de haver preo-
cupação com os dados quando são os mesmos utilizados para fins de defi-
nição de receita financeira.
Os resultados encontrados mostram que não se pode obter uma defini-
ção segura do perfil de morbidade ambulatorial o que dificulta o diagnos-
tico de saúde da população bem como as políticas a serem definidas.
Para um melhor entendimento das motivações da situação encontra-
da nos níveis básico e secundário considera-se que seria importante co-
nhecer o perfil dos médicos inseridos nos mesmos, conhecimento este,
que seria requerido quando da definição de estratégias para melhoria do
sistema de registro de dados. Seria ainda interessante pesquisar qual o
entendimento que tem esses profissionais da importância do registro
desses dados, talvez estratégias mais efetivas fossem estabelecidas tendo
também a visão desses atores.
De uma maneira geral os graus de qualidade dos preenchimentos são
preocupantes sob todos os ângulos visualizados. Estes resultados preci-
sam ser amplamente divulgados e discutidos nas unidades de saúde, nos
ambientes acadêmicos e juntos ao conselho profissional para que juntos
busquem medidas corretivas a um problema de tão graves proporções.

58 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


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60 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


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Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 61


Apêndices
Apêndice 1. Produção e amostra das unidades selecionadas - maio/2003

62 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 1. Produção e amostra das unidades selecionadas - maio/2003
(continuação)

Apêndice 2A. Protocolo de semiologia e atividades mínimas


Nível Terciário - Internação

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 63


Apêndice 2A. Protocolo de semiologia e atividades mínimas
Nível Terciário - Internação (continuação)

64 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 2B. Protocolo de semiologia e atividades mínimas
Nível Secundário

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 65


Apêndice 2B. Protocolo de semiologia e atividades mínimas
Nível Secundário (continuação)

Informações mínimas obrigatórias por tipo de evento

66 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 2B. Informações mínimas obrigatórias por tipo de evento
Nível Secundário (continuação)

Apêndice 2C. Protocolo de semiologia e atividades mínimas


Nível Básico - PSF

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 67


Apêndice 2C. Protocolo de semiologia e atividades mínimas
Nível Básico - PSF (continuação)

68 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 2C. Informações mínimas obrigatórias por tipo de evento
Nível Básico - PSF (continuação)

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 69


Apêndice 3A. Critérios para definição da pontuação para definição
dos graus de qualidade
Nível Terciário - 1ª Consulta

70 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 3A. Graus de qualidade e pontuação por clínica
Nível Terciário - 1ª Consulta (continuação)

Critérios para definição da pontuação para definição dos graus de qualidade


Nível Terciário - Alta

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 71


Apêndice 3A. Critérios para definição da pontuação para definição
dos graus de qualidade
Nível Terciário - Alta (continuação)

Graus de qualidade e pontuação por clínica


Nível Terciário - Alta

72 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 3B. Critérios para definição da pontuação para definição
dos graus de qualidade
Nível Secundário - 1ª Consulta

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 73


Apêndice 3B. Graus de qualidade e pontuação por clínica
Nível Secundário - 1ª Consulta (continuação)

Critérios para definição da pontuação para definição dos graus de qualidade


Nível Secundário - Última Consulta

Graus de qualidade e pontuação por clínica


Nível Secundário - Última Consulta

74 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 3C. Critérios para definição da pontuação para definição
dos graus de qualidade
Nível Básico - 1ª Consulta

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 75


Apêndice 3C. Graus de qualidade e pontuação por clínica
Nível Básico - 1ª Consulta (continuação)

Critérios para definição da pontuação para definição dos graus de qualidade


Nível Básico - Última Consulta

Graus de qualidade e pontuação por clínica


Nível Básico - Última Consulta (continuação)

76 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 3D. Tabela de scores por nível, por clínica e por tipo de consulta

Apêndice 3E. Tabela de scores por nível, por clínica e por tipo de consulta

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 77


Apêndice 4A. Pontuações máximas por item pesquisado
Nível Terciário - Pediatria

78 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 4B. Pontuações máximas por item pesquisado
Nível Terciário - Obstetrícia

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 79


Apêndice 4C. Pontuações máximas por item pesquisado
Nível Terciário - Clínica Médica

80 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 4D. Pontuações máximas por item pesquisado
Nível Secundário - Pediatria

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 81


Apêndice 4E. Pontuações máximas por item pesquisado
Nível Secundário - Obstetrícia

82 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 4F. Pontuações máximas por item pesquisado
Nível Secundário - Clínica Médica

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 83


Apêndice 4G. Pontuações máximas por item pesquisado
Nível Básico - Pediatria

84 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 4H. Pontuações máximas por item pesquisado
Nível Básico - Obstetrícia

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 85


Apêndice 4I. Pontuações máximas por item pesquisado
Nível Básico - Clínica Médica

86 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 5A. Pontuação por nível, consulta e itens
1ª Consulta

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 87


Apêndice 5B. Total por nível
1ª Consulta

88 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 5C. Pontuação por nível, consulta e itens
Alta

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 89


Apêndice 5D. Pontuação por nível, consulta e itens
Última Consulta

90 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 6A. Pontuação por nível, consulta e itens
Clínica Pediátrica - 1ª Consulta

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 91


Apêndice 6B. Total dos itens
Clínica Pediátrica - 1ª Consulta

92 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 6C. Pontuação por nível, consulta e itens
Clínica Pediátrica - Alta

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 93


Apêndice 6D. Pontuação por nível, consulta e itens
Clínica Pediátrica - Última Consulta

94 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 6E. Pontuação por nível, consulta e itens
Clínica Obstétrica - 1ª Consulta

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 95


Apêndice 6F. Total dos itens
Clínica Obstétrica

96 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 6G. Pontuação por nível, consulta e itens
Clínica Obstétrica - Alta

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 97


Apêndice 6H. Pontuação por nível, consulta e itens
Clínica Obstétrica - Última Consulta

98 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 6I. Pontuação por nível, consulta e itens
Clínica Médica - 1ª Consulta

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 99


Apêndice 6J. Total dos itens
Clínica Médica

100 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE


Apêndice 6K. Pontuação por nível, consulta e itens
Clínica Médica - Alta

Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE 101


Apêndice 6L. Pontuação por nível, consulta e itens
Clínica Médica - Última Consulta

102 Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário | Recife | PE

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