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JESUS HISTÓRICO
E
CRISTO MÍTICO
UMA PALESTRA.
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POR
GERALD MASSEY.
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Traduzido por: L. M. N., Brasil; 2009
Gerald Massey
(Todas as referências necessárias às autoridades originais podem ser
encontradas na “Gênese Natural” do autor.)
[Nota: este título foi inicialmente publicado em 1886 pela Star Publishing
Company, Springfield, Mass., e compreende o todo da seção “Tipologia da
Cristologia Equinocial” da Natural Genesis, Vol II de Massey. Ele incluía
também o glossário, índice, e referências que ele não imprimiu mais tarde,
nesse exemplar abreviado e privado que é apresentado aqui]
Ao apresentar aos meus leitores alguma informação que mostra que muito da
história cristã era pré-existente como mitologia egípcia, eu tenho de pedir que
vocês tenham em mente que os fatos, como outras fundações, tem sido
enterrados fora da vista por milhares de anos em uma linguagem hieroglífica,
que nunca foi realmente lida por gregos ou romanos, e não poderia ter sido
lida até a pista perdida descoberta por Champollion, quase outro dia! Neste
caminho as fontes originais de nossa Mitolatria e Cristologia permaneceram
tão escondidas como aquelas do Nilo, até o século em que vivemos. A questão
mítica encoberta nesta linguagem foi sagradamente confiada à guarda dos
mortos enterrados, que tinham preservado-a como seu Livro da Vida, que foi
colocado debaixo de seus travesseiros, ou fixado nos seus tórax, nas suas
esquifes e nas suas tumbas.
7. Celsus observa que ele não era um Verbo puro, um verdadeiro Logos, mas
um homem que aprendeu as artes da feitiçaria no Egito. Então, nos
Clementinos, é na figura de Ben-Pandira de que se diz que Jesus ressurgiria
como um mago. Mas aqui está o fato conclusivo: os judeus não sabiam nada
de Jesus, o Cristo dos Evangelhos, como uma figura histórica; e quando os
cristãos do quarto século traçam sua linhagem, pela mão de Epiphanius, eles
são forçados a derivar seus Jesus de Pandira! Epiphanius dá a genealogia do
Jesus Canônico sabiamente assim:
Jacob, chamado Pandira, Maria = José – Cleopas, Jesus.
8. Isto prova que no quarto século a linhagem de Jesus foi traçada até
Pandira, o pai do Jehoshua que foi pupilo de Ben-Perachia, que se tornou um
dos magos no Egito, e foi crucificado como mago na véspera da Páscoa pelos
judeus, na época da Rainha Alexandra, que deixou de reinar no ano 70 A.C – o
Jesus, então, que viveu e morreu mais de um século mais cedo.
10. Irenaeus nasceu no começo do segundo século, entre 120 e 140 D.C. Ele
foi bispo de Lyons, França, e um conhecido pessoal de Policarpo; e ele repete a
tradição testemunhada pelos anciões, que ele alega estar diretamente derivada
de João, o “discípulo do Senhor”, que Jesus não foi crucificada aos 33 anos de
idade, mas ele passou por todas as idades, e viveu até ser um homem idoso.
Agora, em concordância com as datas dadas, Jehoshua Ben-Pandira poderia
estar entre 50 e 60 anos de idade quando foi levado à morte, e sua tradição
por si só fornece uma pista para a declaração Niilista de Irenaeus.
12 Mas Jehoshua, o filho de Pandira, não pode ser convertido no Jesus Cristo,
o filho de uma mãe virgem, como uma figura histórica. Nem podem as datas
fornecidas serem reconciliadas com a história contemporânea. O Herodes
histórico, que procurou matar o jovem menino Jesus, é tido como falecido
quatro anos antes da data da era cristã, atribuída ao nascimento de Jesus.
13. Isso para o Jesus histórico. E agora sobre o Cristo mítico. Aqui podemos
trilhar em chão mais firme.
14. O Messias mítico sempre foi nascido de uma Mãe Virgem – um fator
desconhecido nos fenômenos naturais, e que não pode ser histórico, um fator
que somente pode ser explicado pelos meios dos Mitos, e daquelas condições
da sociologia primitiva que é espelhada na mitologia e preservada na teologia.
A mãe virgem tinha sido representada no Egito pela Rainha donzela, Mut-em-
ua, a futura mãe de Amenhept III, cerca de 16 séculos A.C., e personificava a
eterna virgem que produziu a criança eterna.
17. Estas cenas, que eram míticas no Egito, foram copiadas ou reproduzidas
como históricas nos Evangelhos canônicos, onde elas se mantêm como quatro
pedras de canto da Estrutura Histórica, e provam que as fundações são
míticas.
18. Jesus não foi apenas nascido de uma maternidade mítica; sua
descendência no lado materno é traçada com a origem do Cristo mítico. A
virgem era também chamada a prostituta, porque ela representava o estágio
pré-monogâmico do intercurso; e Jesus descende de quatro formas da
prostituta – Thamar, Rahab, Ruth e Bathsheba – cada uma delas um tipo de
“estrangeira em Israel,” e não uma mulher hebraica. Tal história, entretanto,
não mostra que intercurso ilícito era o modo natural da descendência divina;
nem implica em extravagância humana. Apenas prova o Mythos.
19. Na sociologia humana o filho de uma mãe antecedeu o pai, como filho de
uma mulher que era uma mãe, mas não uma esposa. Esta figura é também
reclamada por Jesus, que declarou ser anterior a Abraão, que era o Grande
Patriarca dos Judeus; tanto se considerado mítico ou histórico. Jesus declara
enfaticamente que ele existia antes de Abraão. Isto é apenas possível ao Cristo
mítico, que precedeu o pai como filho da mãe virgem; e nós encontraremos
isso em toda parte. Tudo que é não-natural e impossível como história
humana, é possível, natural e explicável como Mythos.
20. Pode ser explicado pelo Mythos, porque ele originou daquilo que registra.
Isso finalmente nos leva ao fato que: quão mais oculto o significado da história
do Evangelho, tão mais satisfatório é explicado pelo Mythos; e tão mais mística
a doutrina cristã, tão mais facilmente ela pode ser provada como mítica.
29. Como é dito, “Nenhum homem sobre a terra pode ver meu filho, ou
aqueles que estão com ele, a não ser durante o dia”. Isto é parodiado ou
cumprido no registro de Ichtys, o Peixe, o Cristo que instrui homens de dia,
mas se retira para o lago da Galiléia, onde ele demonstra sua natureza solar
andando pelas águas a noite, ou ao nascer do dia.
30. Nos é contado que seus discípulos estando a bordo de um barco, “quando
era noite, na quarta vigília da noite, Jesus foi até eles andando pelo mar”.
Agora, a quarta vigília começou às três horas, e terminou às seis horas. Assim,
essa era aproximadamente a hora apropriada para um Deus solar aparecer
andando sobre as águas, ou saindo delas como Oannes. Oannes é relatado
como não tendo comido nada enquanto ele estava com os homens: “Durante o
dia ele costumava conversar com os homens, mas não comia naquela sessão.”
Assim Jesus, quando os discípulos pediam a ele, dizendo: “Mestre, coma,”
dizia a eles então, “Eu tenho para comer um alimento que não conheceis. Meu
alimento é fazer a vontade Daquele que me enviou.”
31. Isto está em perfeita semelhança com o personagem de Oannes, que não
comia, mas cujo tempo era inteiramente dedicado a ensinar aos homens. E
mais, o mítico Homem-peixe é feito para identificar a si mesmo. Quando os
fariseus pediram um “sinal do céu”, Jesus disse, “Nenhum sinal será dado a
não ser o sinal de Jonas. Assim como Jonas se tornou um sinal para os
ninivitas, assim deve também o filho do homem ser para esta geração.”
33. A voz da sabedoria secreta aqui diz verdadeiramente que aqueles que estão
procurando por sinais, não poderam ter outro que aquele do Homem-Peixe
que retorna, Ichthys, Oannes, ou Jonah; e certamente, não há outro sinal ou
data – do que aquelas de Ichthys, o Peixe que renasceu da deusa-peixe,
Atergatis, no signo de Peixes, 255 A.C. Depois de quem os cristãos eram
chamados pequenos peixes, ou Pisciculi.
36. A religião cristã não foi fundada sobre um homem, mas sobre uma
divindade; isto é, um personagem mítico. Muito longe de ser derivado do
homem modelo, o típico Cristo era feito de características de vários deuses,
depois de uma moda algo como aqueles “modelos pictóricos” retratados pelo
Sr. Galton, nos quais traços de diversas pessoas são fotografados e fundidos
num retrato de uma dúzia de diferentes pessoas, combinadas em uma que
não era ninguém. E tão rápido como o Cristo composto cai aos pedaços, cada
característica é reclamada, cada caráter é reunido pelo seu proprietário
original, como que pela força da gravidade.
38. Nada é mais certo, de acordo com evidência honesta, que o esquema
cristão da redenção é fundado sobre uma fábula má interpretada; que a
profecia é de cumprimento tão somente astronômico, e Aquele que Vem como
o Cristo que veio no fim de uma era, ou do mundo, era nada mais que uma
figura metafórica, um tipo de tempo, desde o início, que nunca poderia tomar
forma em personalidade histórica, nada além que o Tempo em Pessoa poderia
sair da casa do relógio quando a hora bate; que nenhum Jesus poderia se
tornar um Nazareno por nascer em, ou por ser levado a, Nazaré; e que a
história de nossos Evangelhos é do início ao fim a história identificável do
Deus-Sol, e do Cristo Gnóstico que nunca poderia ter sido carne. Quando nós
não conhecíamos um era possível acreditar no outro, mas uma vez que nós
realmente conhecemos, então a falsa crença não é mais possível.
41. Hórus era o caminho pelo qual eles viajavam para fora do Sepulcro. Ele é o
deus cujo nome está escrito com o sinal hieroglífico da Estrada ou Caminho.
42. Jesus é ele que devia vir; e Iu, a raiz do nome em egípcio, significar “vir.”
Iu-em-hept, como Su, o Filho de Atum, ou de Ptah, era o “O Sempre
Vindouro”, que era sempre retratada como o jovem marchante, no ato e
atitude de vir. Hórus incluía ambos os sexos. A Criança (ou a alma) não é de
nenhum sexo, e potencialmente, de ambos. Assim a deidade hermafrodita; e
Jesus, no Livro das Revelações, é o Jovem Homem que tem seios femininos.
43. Iu-em-hept significa ele que vem em paz. Este é o caráter no qual Jesus é
anunciado pelos anjos! E quando Jesus vem até seus discípulos depois da
ressurreição é como aquele que traz a paz. “Aprendam de mim e vocês
encontrarão repouso,” disse o Cristo. Khunsu-Nefer-hept é o Bom Repouso,
Paz em Pessoa! O Jesus egípcio, Iu-em-hept, era o segundo Atum; O Jesus de
Paulo é o segundo Adão. Em uma interpretação do Evangelho de João, ao
invés de “o único gerado Filho de Deus,” uma leitura alternativa fornece o
“único gerado deus”, que tinha sido declarada como uma interpretação
impossível. Mas o “único gerado deus” era um tipo especial na mitologia
egípcia, e a frase re-identifica a divindade cujo emblema é o besouro. Hor-
Apollo disse, “para denotar o único gerado ou um pai, os egípcios delineavam
um escaravelho! Por isso eles simbolizavam um único gerado, porque a
criatura é auto-produzida, não sendo concebida por uma fêmea.” Agora o
jovem manifestante do Deus-Besouro era este Iu-em-hept, o Jesus egípcio. A
típica fraseologia de João é comum para as Inscrições, que contam dele que
era o Início da Vinda do primeiro, e que fez todas as coisas, mas que ele
mesmo não era feito. Eu cito palavra por palavra. E não apenas era o Deus-
Besouro continuado no “único-gerado Deus”; o tipo-besouro foi também
trazido como um símbolo do Cristo. Ambrósio e Augustino, entre os padres
cristãos, identificaram Jesus com, e como, o “bom Escaravelho,” que mais
tarde identifica o Jesus do Evangelho de João com o Jesus do Egito, que era o
Sempre Vindouro, e Aquele que traz a Paz, de quem eu tenho em todo lugar
demonstrado ser o Jesus sobre quem o Livro de Eclesiástico é inscrito, e
atribuído nos Apócrifos.
44. De acordo com esta continuação dos símbolos Kamitas, foi também
mantido por alguns sectários que Jesus era um oleiro, e não um carpinteiro; e
o fato é que este único-gerado Deus-Besouro, que é retratado sentado na roda
do oleiro formando o Ovo, ou modelando o vaso-símbolo da criação, era o
Oleiro personificado, assim como o único-gerado deus no Egito.
46. Ele é o Príncipe da Paz, e ainda ele declara que ele não veio trazer a paz:
“Eu não vim trazer a paz, mas a espada,” e não apenas Iu-em-hept é Aquele
que traz a Paz pelo nome em um caractere; ele é também a Espada
personificada em outro. Neste ele diz, “Eu sou a imagem viva de Atum,
procedendo dele como uma espada.” Ambos os caracteres pertencem ao
Messias mítico no Ritual, que também se chama o “Grande Perturbador,” e o
“Grande Tranquilizador” – o “Deus Contenção,” e o “Deus Paz.” O Cristo dos
evangelhos canônicos tem muitos protótipos, e algumas vezes a cópia é
derivada ou o traço é pego de um original, e algumas vezes de outro. O Cristo
do Evangelho de Lucas tem um caráter inteiramente distinto daquele do
Evangelho de João. Aqui ele é o Grande Exorcista, e expulsador de demônios.
O Evangelho de João não contém nenhum caso de possessão ou obsessão:
nenhum certo homem que “tinha demônios há muito tempo”; nenhuma
criança possuída por um demônio; nenhum homem cego e mudo possuído por
um demônio.
47. Outros milagres são realizados pelo Cristo de João, mas não estes; porque
o de João é um tipo diferente do Cristo. E o original do Grande Curandeiro no
Evangelho de Lucas pode ser encontrado no deus Khunsu, que era o
Curandeiro Divino, o supremo entre os curandeiros e salvadores,
especialmente como exorcista de demônios, e expulsador de espíritos
possuidores. Ele é chamado nos textos de “O Grande Deus, o expulsador da
possessão.”
48. Na tábua da “Princesa Possuída”, este deus em sua efígie é enviado pelo
chefe de Bakhten, para que ele possa vir e expulsar um espírito possuidor da
filha do rei, que tinha um movimento maligno nas suas pernas. O demônio
reconheceu a divindade assim como o demônio reconheceu Jesus, o exorcista
de espíritos malignos. Também o deus Khunsu é o Senhor sobre o porco – um
tipo de Sut. Ele é retratado no disco da lua cheia de Páscoa, no ato de oferecer
o porco como um sacrifício. Além disso, nas cenas do julgamento, quando os
espíritos malignos são condenados e enviados de volta ao abismo, o modo
deles retornarem ao lago da matéria primordial é entrando nos corpos de
suínos. Diz Hórus aos deuses, falando de um condenado: “Quando eu enviei
ele para o seu lugar que ele foi, e ele foi transformando em um porco negro.”
Então quando o Exorcista no Evangelho de Lucas expulsa Legião, os
demônios pedem permissão do Senhor do porco para serem permitidos a
entrar nos suínos, e ele os deixa partir. Isto, e muito mais que deve ser
considerado, tende a diferenciar o Cristo de Lucas, e de identificá-lo com o
Khunsu, ao invés de Iu-em-hept, o Jesus egípcio, que é reproduzido no
Evangelho segundo João. Deste modo pode ser provado que a história do
Cristo nos Evangelhos é um longo e completo catálogo de semelhança com o
Messias mítico, o deus solar ou luni-solar.
52. Ele é retratado como “Deus da fornalha,” que deve “queimar o joio com
fogo inapagável.” Ele irá lançar os rebeldes numa “fornalha de fogo,” e enviar
os condenados no fogo eterno. Tudo isso que era natural quando aplicado ao
Deus-Solar, é suposto que se torne sobrenatural quando mal aplicado a um
suposto ser humano a quem isso nunca poderia se aplicar. O fogo solar foi a
fonte primária africana do teológico fogo do inferno e do inferno.
54. No Egito o ano começava logo apo o Solstício de Verão, quando o sol descia
de sua altura do meio do verão, perdia sua força, e diminuía em seu tamanho.
Isto representava Osíris, que tinha nascido da Mãe Virgem como a criança
Hórus, o diminuído infantil sol do Outono; o sofredor, ferido, sangrando
Messias, como ele era representado. Ele descia ao inferno, ou Hades, onde ele
era transformado no viril Hórus, e se erguia novamente como o sol da
ressurreição na Páscoa. Nestes dois caracteres de Hórus nos dois horizontes,
Osíris fornecia o tipo dual do Cristo canônico, que mostra muito
satisfatoriamente COMO o mítico prescreve as amarras além das quais o
histórico, não vai, não se atreve a ir. O primeiro era a criança Hórus, que
sempre permaneceu uma criança. No Egito o menino ou menina usava a
trança de Hórus da infância até os 12 anos de idade. Assim a infância
terminava aproximadamente no décimo segundo ano. Mas embora a idade
adulta estivesse então iniciada pelo jovem, e a transformação do menino no
adulto tivesse começado, a completa maturidade não era adquirida até os 30
anos de idade. O homem de 30 anos de idade era o típico adulto. A idade da
fase adulta era 30 anos, assim como era em Roma sobre a Lex Pappia. O
homme fait é o homem cujos anos são tríades de dez, e que era Khemt. Assim
como o homem, assim é com o deus: e o segundo Hórus, o mesmo deus no seu
segundo caráter, é o Khemt ou Khem-Horus, o típico adulto de 30 anos. O deus
até os doze anos era Hórus, o filho de Ísis, a criança da mãe, o fraco. O Hórus
viril (o sol na sua força vernal), o adulto de 30 anos, era representativo da
Paternidade, e este Hórus é o filho ungido de Osíris. Estes dois caracteres de
Hórus a criança, e Hórus o adulto de 30 anos, são reproduzidos nas únicas
duas fases da vida de Jesus nos Evangelhos. João não fornece datas históricas
da época em que o Verbo foi encarnado e se tornou carne; nem para a infância
de Jesus; nem para a transformação no Messias. Mas Lucas nos conta que a
criança de doze anos era o jovem maravilhoso, e que ele crescia em
conhecimento e estatura. Esta é a duração dos anos atribuídos a Hórus a
criança; e esta fase da vida do Cristo-criança é seguida do batismo e unção, o
descendente e pubescente espírito com a consagração do Messias no Jordão,
quando Jesus “começou com a idade de cerca de 30 anos.”
56. E esses dois caracteres de Hórus necessitavam uma dupla forma de mãe,
que divide nas duas irmãs divinas, Ísis e Nephtys. Jesus também foi bi-mater,
ou com dupla mãe; e as duas irmãs reaparecem nos Evangelhos como as duas
Marias, ambas as quais são a mãe de Jesus. Isto de novo, que é impossível
como história humana, é perfeitamente de acordo com o Mythos que explica
isso.
57. Assim como Hórus-criança, Osiris desceu à terra; ele entrou na matéria, e
se tornou mortal. Ele é nascido como o Logos, ou “como o Verbo.” Seu pai é
Seb, a terra, cuja consorte é Nu, o céu, dos quais um dos nomes é MERI, a
Dama do Céu; e esses dois são os protótipos de José e Maria. Dele é dito que
cruzará a terra um substituto e sofrerá indiretamente como o Salvador,
Redentor e Justificador dos homens. Nesses dois personagens havia um
conflito constante entre Osíris e Typhon, o Poder Maligno, ou Hórus e Sut, o
Satã egípcio. No equinócio de Outono, o demônio da escuridão começava a
dominar; este era o Judas egípcio, que traiu Osíris para a sua morte na última
ceia. No dia da Grande Batalha no Equinócio Vernal, Osíris conquistava como
o deus ascendente, o Senhor da luz crescente. Ambas essas lutas são
retratadas nos Evangelhos. Em uma Jesus é traído para sua morte por Judas;
em outra ele se ergue superior a Satã. O último conflito é seguido
imediatamente após o batismo. Dessa maneira: - Quando o sol estava a meio
caminho de volta, do signo de Leão, ele cruzou o Rio do Homem da água, o
egípcio Iarutana, hebreu Jordão, grego Eridanus. Nesta água o batismo
ocorria, e a transformação do Hórus-criança no adulto viril, o conquistador do
poder maligno, acontecia. Hórus se torna com cabeça de falcão, justamente
onde a pomba ascendia e parava sobre Jesus. Ambos os pássaros
representavam a alma viril que constituía o ungido na puberdade. Com esse
poder adicionado Hórus vencia Sut, e Jesus sobrepujava Satã. Ambos os
batismos e as lutas são referidas no Ritual. “Eu sou lavado com a mesma água
que o Bom Abridor (Un-Nefer) lava quando ele disputa com Satã, a justificação
deve ser feita para Un-Nefer, o Verbo feito Verdade,” ou o Verbo que é Lei.
58. A cena entre o Cristo e a Mulher na Fonte pode da mesma forma ser
encontrada no Ritual. Aqui a mulher é a dama com longos cabelos, que é Nu,
a consorte de Seb – e os cinco maridos podem ser relacionados com seus cinco
deuses-estrelas nascidos de Seb. Osíris bebe da fonte “para matar sua sede.”
Ele também diz: “Eu estou criando a água. Eu faço caminho no vale, no Poço
do Grande. Faz-estrada (ou fazedor de estradas) expressa o que Eu sou.” “Eu
sou o Caminho pelo qual eles atravessam o sepulcro de Osíris.”
59. Assim o Messias se revela como a fonte de água viva, “que jorra na Vida
eterna.” Mais tarde ele diz, “Eu sou o caminho, a verdade, a vida.” “Eu estou
criando a água, discriminando o assento,” diz Hórus. Jesus diz, “A hora é
chegada quando vocês nem nessa montanha nem em Jerusalém adorarão o
Pai.” Jesus clama que esta fonte da vida foi dada a ele pelo Pai. No Ritual se
diz, “Ele é seu, O Osíris! Uma fonte, ou fluxo, sai de sua boca para ele!”
Também, a fonte paternal é reconhecida em outro texto. “Eu sou o Pai,
inundando quando há sede, guardando a água. Olhe me quanto a isso.” Mais
ainda, em outro capítulo a fonte de água viva se torna o Poço da Paz. O locutor
diz, “A fonte veio até mim. Eu me lavo no Poço da Paz.”
60. Em hebraico, o Poço da Paz é o Poço de Salém, ou Siloam. E aqui, não
apenas o poço é descrito como aquele nos qual os Osirificados são feitos puros
e curados; não apenas faz o Anjo ou Deus descer nas águas – os “tempos
certos” são na realidade datados. “Os deuses das águas puras estão lá na
quarta hora da noite, e na oitava hora do dia, dizendo, “Saia daqui,” para ele
que tinha sido curado.”
62. O Osíris exclama, “Eu recebi os espíritos chefes no serviço do Senhor das
coisas! Eu sou o Senhor dos campos onde eles são brancos,” i.e., os ceifadores
na colheita. Então o Cristo agora diz aos discípulos, “Vejam, eu digo a vocês,
Ergam seu olhos e olhem os campos, que estão já brancos para a colheita.”
63. “Então dizia ele aos seus discípulos, a colheita é verdadeiramente muita,
mas os trabalhadores são poucos. Orem vocês, assim, ao Senhor da colheita
para que ele envie trabalhadores para sua colheita. E ele chamou então seus
doze discípulos.” Agora, se nos voltarmos para o “Livro do Hades” egípcio, a
colheita, o Senhor da colheita, e os ceifadores da colheita estão todos
retratados, os doze estão lá também. Em uma cena eles são precedidos por um
deus apoiado em um cajado, que é designado como Mestre da Alegria – um
sobrenome do Hórus Messias quando ao Soli-Lunar Khunsu; os doze são “eles
que trabalharam na colheita na planície de Neter-Kar.” Um portador de uma
foice mostra a inscrição: “Estes são os ceifadores.” Os doze estão divididos em
dois grupos de cinco e sete – Os doze totais são chamados de “Os Felizes,” os
portadores da comida. Outro títulos dos doze é aquele de “Justos.” O deus diz
para os ceifadores, “Peguem suas foices!” Ceifem seu grão! Honra a vocês,
ceifadores.” Oferendas são feitas a eles na terra, como portadores das foices
nos campos do Hades. Por outro lado, o joio ou os malignos serão lançados
fora e destruídos para sempre. Estes doze são os apóstolos na sua fase
egípcia.
64. Nos capítulos sobre “Dieta Celestial” no Ritual, Osíris come sob a árvore
sicamora de Hathor. Ele diz, “Deixe ele vir da terra. Vocês trouxeram estes sete
pães para eu viver, trazendo o pão que Hórus (o Cristo) faz. Você colocaram,
vocês comeram porções. Deixe ele chamar os deuses para eles, ou os deuses
vieram com eles a ele.”
66. No próximo capítulo há uma cena sobre comer e beber. O locutor, que
personifica o Senhor, diz: “Eu sou o Senhor do Pão em Annu. Meu pão no céu
foi aquele de Ra; meu pão na terra foi aquele de Seb.” Os sete pães
representam o pão de Ra. Em todos outros lugares o número prescrito para
ser posto em uma mesa, como uma oferenda, é cinco pães. Estes também são
carregados nas cabeças de cinco diferentes pessoas nas cenas do mundo
inferior. Cinco pães são o pão de Seb. Os cinco pães representam o pão de
Seb. Assim cinco pães representam o pão da terra, e sete o pão do céu. Tanto
cinco quanto sete são números regulação sagrados no Ritual egípcio. E no
Evangelho de Mateus os milagres são trabalhados com cinco pães em um
caso, e sete no outro, quando as multidões são alimentadas com a dieta
celestial. Isto irá explicar o dois números diferentes em um mesmo milagre do
Evangelho. Na narrativa canônica há um rapaz com cinco pães de cevada e
dois peixes. No próximo capítulo do Ritual nós possivelmente encontramos o
próprio rapaz, quando o realizador de milagres diz: - “Eu tenho dado sopro
para o dito jovem.”
68. Como a última forma do Manifestante era no céu dos doze signos, que
provavelmente determinaram o número de doze cestos cheios de comida
restante quando a multidão tinha sido toda alimentada. “Os que comeram os
pães eram cinco mil homens;” e cinco mil era o número exato dos Celestiais ou
Deuses no Paraíso Assírio, antes da revolta e queda do céu. A cena do milagre
dos pães e peixes é seguida por uma tentativa de pegar Jesus pela força, mas
ele se liberta sozinho; e isto é sucedido pelo milagre de andar nas águas, e
conquistar o vento e as ondas. Assim também é no Ritual. Cap. 57 é aquele do
sopro prevalecendo sobre as águas no Hades. O locutor, tento de atravessar
diz: “O Hapi! deixe o Osíris prevalecer sobre as águas, assim como Osíris
prevaleceu contra a tomada pelo invisível,” O deus solar foi traído mortalmente
pelo Judas egípcio, na “noite da tomada pelo invisível,” que foi a noite da
última ceia. O deus é “emboscado pelos conspiradores, que vigiaram muito.”
Deles é dito que o farejaram “ao comer do seu pão.” Então o Cristo é
emboscado por Judas, que “sabia o local, que Jesus frequentemente ia,” e
pelos judeus que tinham por muito tempo vigiado para pegá-lo.
70. “E quando ele molhou o pão ele o deu a Judas Iscariotes, e depois do pão
Satã entrou nele.” Então disse Jesus a ele em que o mal ou demônio tinha
sido transportado, “O que você faz, faça rapidamente.” Osíris era o mesmo,
pedindo sepultamento. Aqui é demonstrável que o não-histórico Herodes é
uma forma da Serpente Apophis, chamada o inimigo do Sol. Em siríaco,
Herodes é um dragão vermelho. Herodes, em hebreu, significa um terror. Heru
(Eg.) é aterrorizar, e Herrut (Eg.) é a Cobra, o típico réptil. O sangue da vítima
divina que é derramado pela Serpente Apophis na sexta hora, na “na noite de
golpear o profano”, é literalmente derramado por Herodes, como o Herrut ou
Serpente Tifoniana.
73. É na sétima hora que o combate mortal acontece ente Osíris e a mortal
Apophis, ou a grande serpente, Haber, 450 cúbitos de comprimento, que
preenche o céu inteiro com suas dobras envolventes. O nome desta sétima
hora é “aquela que fere a serpente Haber.” Neste conflito com o poder do mal
assim retratado o deus-sol é designado o “Conquistador da Sepultura,” é dito
que faz seu avanço através da influência de Ísis, que o ajuda a repelir a
serpente ou demônio da escuridão. No Evangelho, Cristo é estabelecido no
conflito supremo como o “Conquistador da Sepultura,” pois “as sepulturas se
abriram, e muitos corpos de santos que dormiam levantaram;” e Maria
representa Ísis, a mãe, na cruz. É dito da grande serpente, “Há aqueles na
terra que não bebem das águas desta serpente, Haber,” que pode ser
comparado com a recusa do Cristo de beber o vinagre misturado com fel.
74. Quando o Deus derrota a Serpente Apophis, sua velha noturna, anual, e
eterna inimiga, ele exclama, “Eu vim! Eu fiz meu caminho! Eu vim como o sol,
através do portão daquele que gosta de enganar e destruir, também chamado
de a ‘víbora’. Eu fiz meu caminho! Eu feri a serpente, Eu passei.”
75. Mas a mais expressa representação dos mistérios era aquele do sol anual
como o Hórus Ancião, ou Atum. Como Julius Firmicus diz: “Na celebração
solene dos mistérios, todas as coisas tinha que ser feitas na ordem que o
jovem fez ou sofreu na sua morte.”
80. Isto descreve o deus sofrendo sua agonia e suor, que é chamado o “fluxo
sangrento” de Osíris. Aqui as noites são três em número. Assim o Filho do
Homem deveria estar três noites assim como três dias no “coração da terra.”
Nos Evangelhos esta profecia não é cumprida; mas se nós incluirmos a noite
do suor sangrento, nós temos as três noites necessárias, e o Mythos se torna
perfeito. Nesta fase o sol sofredor era o Sol Vermelho, daí o típico Leão
Vermelho.
81. Como Atum, o sol vermelho é descrito como se pondo na Terra da Vida em
todas as cores do escarlate, ou Pant, a poça vermelha. Esta roupagem de cores
é representada como um “belo manto” por Lucas; um manto roxo por Marcos;
e um manto escarlate por Mateus. Quando ele desce no Equinócio de Outono,
ele é crucificado. Sua mãe, Nu, ou Meri, o céu, vendo o filho dela, o Senhor do
Terror, maior dos terríveis, se pondo na Terra da Vida, com suas mãos
pendentes, ela se torna obscura, e há grande escuridão por toda a terra como
na crucificação descrita por Mateus, na qual a passagem do Senhor do Terror
é interpretada pelo terrível ou “alto choro” da versão sinóptica. O deus-sol faz
os mortos, ou aqueles na terra, viverem quando ele passa para o mundo
inferior, porque, quando ele entra na terra, as tumbas são abertas, i.e.,
figurativamente. Mas é reproduzido literalmente por Mateus.
82. A morte de Osíris, no Ritual, é seguida pela “Noite do Mistério das Grandes
Formas,” e é explicado que a noite do mistério das Grandes Formas é quando
havia sido feito o embalsamamento do corpo de Osíris, “o Ser Bom, justificado
para sempre.” No capítulo da “noite da preparação” do corpo morto de Osíris, é
dito que “Ísis se ergue na noite da preparação do corpo morto, para lamentar
sobre seu irmão Osíris.” E de novo: “A noite da preparação” (do falecido Osíris)
é mencionada, e de novo é descrita como aquela em que Ísis tinha se
levantado “para chorar pelo seu irmão.”
83. Mas esta é também a noite em que ele conquista seu inimigos, e “recebe o
local de nascimento dos deuses.” “Ele rompe as bandagens que eles fizeram
para o seu funeral. Ele levanta sua alma, e esconde seu corpo.” Assim também
o Cristo é encontrado tendo soltado as bandagens de linho do funeral, e eles
viram o linho em um lugar, e o lenço em outro. Ele também escondeu seu
corpo!
87. “Ele é aquele que segura com sua mão,” e dá a prova palpável da
continuidade da personalidade, como faz o Cristo, que diz, “Veja minhas mãos
e meus pés, esse sou eu mesmo.”
88. O deus-sol reergue-se no horizonte, de onde ele vem, “dizendo aqueles que
pertencem à sua raça, Dê-me seu braço.” Diz o falecido Osirificado, “Eu sou
feito como vocês são.” “Deixe-o explicar!” Na sua reaparição o Cristo
demonstra que ele é feito como eles são, “Veja minhas mãos e pés, que sou eu
mesmo; toque me e veja. E quando ele disse isso ele lhes mostrou as mãos e
pés. Então ele disse à Tomás, Estenda aqui vosso dedo, e veja minhas mãos, e
estenda aqui vossa mão e coloque no meu lado.” Estas descrições
correspondem aquela do cortado, ferido, e sangrando deus-sol, que diz aos
seus companheiros, “Dê-me seu braço; Eu sou feito como vocês são.”
89. Nos Evangelhos dos Hebreus ele é feito exclamando, “Porque eu não sou
um fantasma sem corpo.” Mas no original, quando o ressurgido elevado diz
aos seus companheiros, “Dê-me seu braço, eu sou feito como vocês são,” ele
fala como um espírito para espíritos. Embora nos Evangelhos, o Cristo teve de
demonstrar que ele não é um espírito, porque a cena tinha sido transferida
para a vida terrena.
91. Esta “reconstituição do falecido” é transferida para a vida terrena, onde “os
cegos recebem sua visão, e os coxos andam, os leprosos são curados, os
surdos ouvem, e os mortos levantam” na vinda do Cristo, que realizou os
milagres. O drama, que os idiotai tomaram por história humana, era realizado
pelo deus-sol no outro mundo.
92. Eu poderia continuar por todo dia, e toda a noite, ou dar uma dúzia de
palestras, sem exaurir minhas evidências que o Evangelhos canônicos são
apenas uma versão requentada literária posterior dos escritos egípcios; as
representações nos Mistérios, e os ensinamentos orais dos gnósticos que
passaram do Egito para Grécia e Roma – para isso a muito mais provas de
onde estas vieram. Eu posso apenas oferecer um tijolo como espécime do que
em outro lugar é um prédio sobre quatro quadras, e sólido contra todo vento
que sopra.
93. A pregação cristã é acreditada como tendo sido escoltada pelo nascimento
de uma criança, e o retrato dessa criança nas catacumbas romanas como o
filho de Maria é o jovem deus-sol na imagem da múmia do rei-criança, o
egípcio Karast, ou Cristo. Os fatos alegados da vida de nosso Senhor como
Jesus o Cristo, foram igualmente os fatos alegados da vida de nosso Senhor
como o Hórus do Egito, cujos muitos nomes significam o Senhor.
96. Se você acredita nisso ou não isto não importa, o fato fatal continua que
todo traço e característica que compõe o Cristo como Divindade, e todo evento
ou circunstância tomada para estabelecer a personalidade humana eram pré-
existentes, e pré-aplicadas pelo Cristo egípcio e gnóstico, que nunca poderia se
tornar carne. O Jesus Cristo com seios femininos, que é o Alpha e Omega da
Revelação, era o IU do Egito, e o Iao dos Caldeus. Jesus como o Cordeiro de
Deus, e Ichthys o Peixe, era egípcio. Jesus como O Vindouro; Jesus nascido da
Mãe Virgem, que foi coberta pela sombra do Espírito Santo; Jesus nascido de
duas mães, ambas com o nome Maria; Jesus nascido na manjedoura – no
Natal, e de novo na Páscoa; Jesus saudado pelos três reis, ou magos; Jesus da
transfiguração no Monte; Jesus cujo símbolo nas catacumbas é a Estrela de
oito raios – a Estrela do Leste; Jesus como a eterna Criança; Jesus como Deus
o Pai, renascido como seu próprio Filho; Jesus como a Criança de doze anos;
Jesus como o Ungido de trinta anos; Jesus no seu batismo; Jesus andando
sobre as Águas, ou operando milagres; Jesus como o que expulsa demônios;
Jesus como um Substituto, que sofreu tormentos vicários pelos homens
pecadores; Jesus cujos seguidores são os dois irmãos, os quatro pescadores,
os sete pescadores, os doze apóstolos, os setenta (ou setenta e dois em alguns
textos) cujos nomes foram escritos no céu; Jesus que foi administrado por sete
mulheres; Jesus em seu suor sangrento; Jesus traído por Judas; Jesus como
o conquistador da tumba; Jesus a Ressurreição e a Vida; Jesus diante de
Herodes; no Hades, e em sua reaparição para as mulheres, e para os sete
pescadores; Jesus que foi crucificado tanto em 14 como em 15 do mês de
Nisan; Jesus que também foi crucificado no Egito (como está escrito nas
Revelações); Jesus como juiz dos mortos, coma ovelha na mão direita, e os
bodes na esquerda, é egípcio do primeiro ao último, em cada fase, do início ao
fim –
101. O Cristo é uma figura leiga que nunca existiu, e uma figura leiga de
origem pagã; uma figura leiga que foi uma vez um Cordeiro, e depois um Peixe;
uma figura leiga que em forma humana era o retrato e imagem de uma dúzia
de deuses diferentes. As imagens das catacumbas mostram que os tipos lá
representados não são as figuras ideais da realidade humana! Elas são a
única realidade para seis ou sete séculos depois D.C., porque elas tinham sido
assim por muitos séculos antes. Não há homem na cruz nas catacumbas de
Roma por setecentos anos! O simbolismo, as alegorias, as figuras, os tipos,
trazidos pelos gnósticos, permaneceram lá como o que elas tinham sido para
os romanos, gregos, persas, e egípcios. Ainda, o ideal imitado do paganismo
deveria se tornar duplamente real como o deus que se fez carne, para salvar a
humanidade da “queda” impossível! Lembre-se que a pedra de fundação
primária para a história no Novo Testamento é dependente da Queda do
Homem sendo um fato no Antigo; ainda que isso seja apenas uma fábula, que
tenha seu próprio significado mítico e não histórico.
102. Quando nós tentamos novamente aquele primeiro passo uma vez dado no
escuro, nós não encontramos apoio para nossos pés, porque não havia escada.
A Queda é absolutamente não histórica, e, consequentemente, o primeiro
pedaço de chão sólido para um Cristo real, o redentor, está faltando desde o
início. Qualquer um que arranje, ou tenha arranjado, um Salvador histórico
para uma Queda não histórica, pode ser apenas um impostor histórico. Mas o
Cristo dos Evangelhos não é nem mesmo isso! Ele não é um personagem
histórico em nenhum sentido. É impossível estabelecer a existência de um
personagem histórico, mesmo como um impostor. Para tal uma das duas
testemunhas – Mitologia Astronômica e Gnosticismo – completamente provam
um álibi para sempre! Da primeira suposta catástrofe até a final, as figuras da
alegoria celestial foram ignorantemente mal interpretadas por matérias de
fato, e assim o cristólatra ortodoxo é deixado por último para escalar o céu
com um pé apoiado no chão de uma queda que é fictícia, e o outro pé no chão
de uma redenção que deve ser falaciosa. É uma fraude fundada em uma
fábula!
103. Todo tempo o cristão se vira para o Leste para curvar em obediência ao
Cristo, é uma confissão que o culto é solar, a admissão se torna tão mais fatal
porque é inconsciente. Toda figura do Cristo, com a auréola da glória, e
acompanhante Cruz do Equinócio, oferecem a prova.
106. A religião cristã é responsável por entronar a cruz da morte no céu, com
uma deidade nela, fazendo penitência pública por uma falta privada no
começo da criação. Ela ensinou os homens a acreditarem que o espírito mais
vil deve ser lavado branco, no sangue sofrido do mais puro, oferecido como
agrado a um deus vingador. Ela divinizou a figura de um humano indefeso
sofrendo, e a face de dor comovente; como se não houvesse nada além de um
grande dor no coração no núcleo de todas as coisas; ou que o vasto Infinito
não fosse mais que uma tristeza velada e de olhar triste que torna visível para
nascer nas misérias da vida humana. Mas “no antigo mundo pagão os homens
deidificavam o belo, o feliz;” assim como eles irão novamente, sobre um
pedestal mais alto, quando a fábula desta ficção da queda do homem, e falsa
redenção pelo deus gerado das nuvens, tiver passado como um fantasma da
noite, e os homens despertarem para aprender que eles estão aqui para fazer
uma guerra incessante contra o sofrimento sórdido, dores evitáveis e
remediadas erroneamente; aqui para por fim a elas, não para apoteosizar uma
efígie da Tristeza para ser adorada como um tipo do Eterno. Porque o mais
beneficente é o mais bonito; o mais feliz é o mais saudável; o mais divino é
mais alegre. O culto cristão tem fanaticamente lutado por sua falsa teoria, e
trava guerra incessante contra a Natureza e Evolução – intenção da Natureza
feita de alguma forma visível – e contra alguns dos mais nobres instintos
durante dezoito séculos. Mares de sangue humano foram derramados para
manter a barca de Pedro flutuando. Terra tem sido roída com os túmulos dos
mártires do Pensamento Livre. Céu tem sido preenchido com um horror de
grande escuridão em nome de Deus.
107. Dezoito séculos é muito tempo para a vida de uma mentira, mas um
breve momento na eternidade da Verdade. A Ficção certamente será revelada,
e a Mentira era cair finalmente! Finalmente!! Finalmente!!