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O cultivo da atenção aos rastros de Deus diante da dispersividade do mundo

Ian S. Pompeu1
1. Prólogo
a. Anedota
i. Excelência x Prazer
b. Virtudes
i. Pressuposto fundamental
1. “[...] a percepção clara da ordem permanente que está no fundo
de todos os acontecimentos e mudanças da natureza e da vida
humana.” (JAEGER, 2020)
2. O homem, nessa ordem, é um ser com uma estrutura própria a
ser descoberta e aperfeiçoada. Entretanto, isso não pode ser feito
de modo a ignorar a cultura na qual ele está inserido, a qual pode
facilitar ou dificultar essa compreensão
ii. O que são?
1. A capacidade perfeita do homem enquanto pessoa espiritual
2. Funcionamento [que leva ao fim] devido das capacidades
humanas
3. Hábito operativo bom, conquistado
iii. Dificuldades atuais para alcançá-las
1. Diferente ponto de vista sobre a ordem de nossas vidas
2. Confusão entre a ação virtuosa e a pessoa virtuosa
3. Desenvolvimento do mundo e o desconhecimento do homem
c. Objetivos da formação
i. Suscitar a reflexão (cultivo da atenção) sobre a concepção fundamental
enraizada em nossas vidas;
ii. Contrastá-la com o que o mundo quer-nos legar (sua dispersividade) e
com sua falsa impressão sobre a vida católica;
iii. Alcançar, com mais facilidade e ordenadamente, o domínio sobre nós
mesmos;
iv. Darmos em tudo, maior glória a Deus.
2. O cultivo da atenção
a. Atenção a que?
i. Ao esquema mental que nos informa/anima (cosmovisão)
ii. Às nossas motivações
iii. É como a lente pela qual olhamos a nossa vida. Com ela, enxergamos o
que passou, o que acontece e o que acontecerá a partir de uma certa
significação.
b. Necessidade

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E-mail: iansilveiraa@gmail.com
i. Precondição para enxergarmos efetivamente – não apenas afetivamente
– os rastros de Deus presentes em suas descontínuas obras: não viventes;
viventes não sensíveis; viventes sensíveis irracionais; o outro
1. Necessidade da descoberta do outro
c. Consequências
i. Gerais
1. Tornar-se senhor de si mesmo e, assim, poder doar-se a Deus e
ao próximo por amor a Deus
ii. Aos Professores
1. Em relação à eficácia do ensino
a. Incentivo ao aprendizado de cor
b. O mestre se torna imagem do Mestre, assim como um
bom pai é a imagem de Deus Pai aos filhos
2. Em relação a si mesmo
a. Aprender com os alunos
b. Tornar-se mais humilde e perceber sua importância (sem
um mestre não se formam novos mestres)
3. A dispersividade do mundo
a. A ambição do homem pelo conhecimento técnico foi castigada com a
escravidão dos prazeres (torre de babel interna)
i. Redução do homem à técnica e o embotamento da inteligência
1. Conhece-se muito sobre
ii. Tudo parece que convém a partir de tal visão (falta de hierarquização na
vida)
1. Promessas educacionais modernas
a. Universal
b. Ensino rápido
c. Infalível
b. Ainda que fujamos dessas propagandas, o ensino desatento pode gerar as
seguintes consequências
i. Gerais
1. Preocupação e ansiedade injustas
2. Desencanto com a vida
3. Amizade interessadas nas possíveis trocas
a. Problema à convivência em comunidade (fofocas,
ciúmes e inveja)
ii. Aos professores
1. Em relação à eficácia do ensino
a. Desarmonia entre ensino e exemplo
2. Em relação às crianças
a. Destruição psicológica e espiritual
i. “O mau ensino é, quase literalmente, assassino e,
metaforicamente, um pecado. Ele diminui o
aluno, reduz a uma insanidade abjeto o assunto
apresentado. Impregna a sensibilidade da criança
ou do adulto com o mais corrosivo dos ácidos, o
tédio, com os eflúvios perniciosos do enfado.
Milhões de pessoas tiveram e têm suas
experiências da matemática, da poesia, do
pensamento lógico aniquiladas por um ensino
assassino, pela mediocridade talvez
subconscientemente vingativa de pedagogos
frustrados. [...] Esforçam-se por reduzir o
interesse de seus alunos a seus próprios níveis de
tédio e indiferença” (STEINER, 2018).
4. Meios de combate
a. Questionamento constante dos motivos de se fazer tal coisa, seja do ponto
de vista da situação, seja na ordenação da nossa vida
b. Ordenação das tecnológicas ao nosso dispor a partir da hierarquia de
nossos planos de vida
c. Não suceder às modas
d. Relação com Deus
i. “Aprendemos com a vida e com os outros, se alguma coisa aprendemos,
a lição paradoxal, a lição quase absurda das leis do amor. Cabem em
duas palavras: integridade difusiva. Só é difusivo, capaz de plena vida
de conhecimento e amor, só é capaz de entrega, dom de si mesmo,
difusão de seu ser e de seus dons, quem em si mesmo e consigo estiver
bem integrado. [...] Mas a perfeita integração que capacita a alma para a
perfeita difusão de amor só se obtém se nosso próprio eu procura em
Deus, e não no seu eu-exterior, a fonte de todo o verdadeiro amor. O
amor próprio, ou egoísmo, cicatriz do pecado original, cisão do eu, está
na raiz de todos os descomedimentos humanos. De todos os pecados.
Nosso tempo, por causa de sua atmosfera civilizacional, é especialmente
marcado por uma terrível abundância de eus em avançado processo de
desintegração. E as energias liberadas por essas desintegrações atômicas
enchem de letal egoísmo, de essencial inimizade, a atmosfera de nossa
civilização. O mundo morre de desamor” (CORÇÃO, 2020, p. 92 – 93).

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