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GESTÃO FINANCEIRA II

Unidade III

ANÁLISE DE RENDIBILIDADE

Instituto Superior Monitor


Junho de 2012
Ficha Técnica:

Título: Gestão Financeira II – Análise de Rendibilidade


Autora: Tânia Carmelinda Uamusse
Revisora: Tânia Fafetine
Execução gráfica e paginação: Instituto Superior Monitor
1ª Edição: 2012
© Instituto Superior Monitor

Todos os direitos reservados por:

Instituto Superior Monitor


Av. Samora Machel, n. º 202 – 2.º andar
Caixa Postal 4388 Maputo
MOÇAMBIQUE

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mecânico ou fotográfico, incluindo fotocópia
ou gravação, sem autorização prévia e escrita
do Instituto Superior Monitor. Exceptua-se a
transcrição de pequenos textos ou passagens
para apresentação ou crítica do livro. Esta
excepção não deve de modo nenhum ser
interpretada como sendo extensiva à
transcrição de textos em recolhas antológicas
ou similares, de onde resulte prejuízo para o
interesse pela obra. Os transgressores são
passíveis de procedimento judicial

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Índice
INTRODUÇÃO ............................................................................................................
ESTRUTURA DA UNIDADE III ................................................................................
CONTEXTUALIZAÇÃO .............................................................................................
RESULTADOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE III .......................................

UNIDADE III – ANÁLISE DE RENDIBILIDADE


CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA
RENDIBILIDADE ........................................................................................................
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO CAPÍTULO ................................................
INTRODUÇÃO ...................................................................................................
1.1. INDICADORES DE RENDIBILIDADE ..........................................
1.1.1. EXEMPLO PRÁTICO DA CONSTRUÇÃO DO
MAPA DE INDICADORES DE RENDIBILIDADE ...............................
1.2. PRÍNCIPAIS RÁCIOS DE RENDIBILIDADE ................................
1.2.1. RENDIBILIDADE SOCIAL DA EMPRESA ..............................
1.2.2. RENDIBILIDADE DOS DETENTORES DO
CAPITAL SOCIAL ...................................................................................
1.2.3. RENDIBILIDADE DE VENDAS ................................................
1.2.4. RENDIBILIDADE DE EXPLORAÇÃO E
GLOBAL DA EMPRESA .........................................................................
1.2.5. EXERCÍCIO PRÁTICO DE CÁLCULO DOS
RÁCIOS DE RENDIBILIDADE ...............................................................
QUADRO SINÓPTICO ................................................................................................
EXERCÍCIOS ...............................................................................................................
CAPÍTULO II – RENDIBILIDADE INTEGRADA DE
EXPLORAÇÃO E DE CAPITAIS PRÓPRIOS ...........................................................
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO CAPÍTULO ................................................
2.1. RENDIBILIDADE INTEGRADA ...............................................................
2.1.1. ANÁLISE DA RENDIBILIDADE DE
EXPLORAÇÃO .........................................................................................
2.1.1.1. EFEITO E GRAU ECONÓMICO DE
ALAVANCA .....................................................................................
2.1.1.2. PONTO CRÍTICO ECONÓMICO ...............................................
EXERCÍCIO RESOLVIDO ................................................................................
2.1.1.3. CONCEITO DE RISCO ECONÓMICO ......................................
2.1.2. ANÁLISE DA RENDIBILIDADE DE CAPITAIS
PRÓPRIOS .................................................................................................
2.1.2.1. EFEITO E GRAU FINANCEIRO DE
ALAVANCA .............................................................................................
2.1.2.2. CONCEITO DE RISCO FINANCEIRO ......................................
2.1.2.3. PONTO CRÍTICO FINANCEIRO ...............................................
EXERCÍCIO RESOLVIDO ................................................................................
QUADRO SINÓPTICO ................................................................................................
EXERCÍCIOS ...............................................................................................................
SUGESTÕES PARA LEITURA: .................................................................................

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6 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

INTRODUÇÃO
Caro Estudante,
Seja Bem-vindo(a) à unidade III da disciplina de Gestão Financeira II.
Para ter sucesso nesta unidade necessita de estudar com atenção todo o manual, não
deixando de rever as unidades anteriores. Para complementar os seus conhecimentos
recomenda-se que realize uma leitura pelos recursos auxiliares recomendados ao longo
desta unidade, não só pela bibliografia indicada como pelos websites sugeridos. Para
aceder a outras bibliotecas faça-se acompanhar do seu cartão de estudante.
A biblioteca virtual do ISM inclui livros digitalizados, artigos, websites e outras
referências importantes para esta e outras disciplinas, que deverá utilizar na realização de
casos práticos. A biblioteca virtual pode ser consultada em biblioteca.ismonitor.ac.mz
O aluno pode ainda recorrer a outras bibliotecas virtuais, como por exemplo em:
www.saber.ac.mz ; www.books.google.com
Recomenda-se que o aluno não guarde as suas dúvidas para si e que as apresente ao tutor,
sempre que achar pertinente. Recomenda-se que entre em contacto com o respectivo tutor,
caso ainda não tenha o contacto do mesmo poderá obtê-lo através do site:
www.ismonitor.ac.mz ou através da página facebook:
https://www.facebook.com/ismonitor/.
Os exercícios práticos têm como objectivo a consolidação do conhecimento dos temas
apresentados nesta unidade. O Instituto Superior Monitor fornece as soluções de muitos
desses exercícios de forma a facilitar o processo de aprendizagem, mas atenção caro
estudante, você deve resolver os exercícios de auto-avaliação antes de consultar as
soluções fornecidas.
No final desta unidade encontra-se o teste de avaliação. A avaliação deve ser submetida ao
Instituto Superior Monitor até 30 (trinta) dias após a recepção da unidade. A avaliação da
unidade pode ser submetida por e-mail (testes@ismonitor.ac.mz) ou entrega directa na
instituição sede ou centros de recursos. É da responsabilidade do aluno certificar-se da
recepção do teste no exacto número de páginas.
Esta unidade pressupõe que a realização de 37,5 horas de aprendizagem, distribuídas da
seguinte forma:
 Tempo para leituras da unidade: 22 horas;
 Tempo para trabalhos de pesquisa: 5 horas;
 Tempo para realização de exercícios práticos: 8,5 horas;
 Tempo para realizar avaliações: 2 horas.
A presente unidade é válida por 12 (doze) meses. Os estudantes que não tenham obtido
aproveitamento na disciplina (por terem interrompido o curso ou reprovado) devem
contactar o Instituto Superior Monitor. Esta recomendação deve-se ao facto de os materiais
serem periodicamente revistos e actualizados, de forma a se adaptarem às mudanças do
mundo actual e às dinâmicas da produção de conhecimento no seio da própria disciplina.
ESTRUTURA DA UNIDADE III
A rendibilidade tem como objectivo final e único averiguar se a empresa
aplica de forma eficiente os recursos financeiros e económicos que lhe são
confiados. Contudo, para efectuar esta análise é importante ter em conta
uma série de factores directamente ligados a componente financeiro das
empresas, e é com base nestes factores que ao longo da unidade
procuraremos debruçar sobre o estudo da rendibilidade.
Para tal, a unidade foi dividida em dois (2) capítulos, abordando as
componentes do estudo da rendibilidade.
O primeiro capítulo faz uma introdução sobre a rendibilidade
apresentando os principais conceitos e indicadores que a norteiam, assim
como a análise destes indicadores.
O segundo capítulo fala sobre a rendibilidade integrada de capitais
próprios e de exploração, que constituem a base da análise de
rendibilidade de uma empresa.

CONTEXTUALIZAÇÃO
Ao longo da segunda unidade falamos sobre o planeamento e projecção
financeira que consiste num processo de elaboração de diagnósticos
financeiros para implantação e análise de fluxos de caixa, para um melhor
controle interno da organização, assim como projecção de cenários futuros
que minimizam os riscos decorrentes de variações de mercado e políticas
económicas.
Nesta unidade iremos debruçar do estudo da análise de rendibilidade, que é
com base nesta análise que se vai diagnosticar a situação financeira da
empresa, tendo em conta o planeamento financeiro feito anteriormente e a
real aplicação dos recursos financeiros e económicos da empresa nas
actividades operacionais da mesma.

RESULTADOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE III


No final desta unidade os estudantes deverão ser capazes de:
 Analisar a situação económica e financeira de uma empresa com
base nos indicadores de rendibilidade;
 Compreender a essência da rendibilidade integrada dos capitais
próprios e de exploração; e

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8 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

 Analisar o risco económico e financeiro das empresas com base


nos indicadores de rendibilidade.

UNIDADE III – ANÁLISE DE RENDIBILIDADE

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA


RENDIBILIDADE

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO CAPÍTULO:


Findo este capitulo o estudante deverá ser capaz de:
 Compreender os parâmetros de elaboração de um mapa de
indicadores de rendibilidade;
 Conhecer os principais indicadores de rendibilidade e;
 Conhecer os principais rácios de rendibilidade.

INTRODUÇÃO
Falar de rendibilidade de uma empresa significa automaticamente falar da
vida económica da mesma. A rendibilidade expressa a remuneração do
capital investido na empresa, ou seja, o retorno esperado de um
investimento após descontar os custos, tarifas, inflação, entre outras
despesas inerentes ao investimento.
Segundo Menezes (2008), o estudo da rendibilidade justifica-se
plenamente por três razões fundamentais: primeiro, porque todas as
decisões económicas tomadas no seio da empresa influenciam, directa ou
indirectamente, o nível da rendibilidade da sua exploração e esta
condiciona fortemente todas as decisões financeiras; segundo, porque
todas as decisões económicas têm repercussões sobre a situação de
tesouraria e terceiro, porque a maximização da rendibilidade de todas as
aplicações de fundos efectuadas na empresa constitui um dos objectivos
essenciais da gestão financeira.

1.1. INDICADORES DE RENDIBILIDADE


Os indicadores de rendibilidade, tal como o nome indica medem a
rendibilidade de uma empresa na sua operação, indicando o grau de
eficiência com que a empresa utilizou os recursos à sua disposição
(Meneses, 2008).
O factor indicador de rendibilidade é bastante relativo, ou seja, relaciona
especificamente os resultados obtidos com os meios utilizados para a sua
consecução. Todavia, é importante destacar alguns indicadores
considerados primordiais na análise de rendibilidade pela sua importância.

Quadro 1: Indicadores de Rendibilidade

DESCRIÇÃO CONTOS %

1- Vendas Líquidas x 100

2- Custos das existências vendidas e consumidas x x

3- Outros Custos x x

4- Meios libertos brutos de exploração (MLB) [1 – (2+3)] x x

5- Amortizações (exploração) x -

6- Provisões Anuais x -

7- Resultados de exploração (RE) [4 – (5+6)] x x

8- Amortizações (extra-exploração) x -

9- Provisões Anuais (extra-exploração) x -

10- Outros Resultados extra-exploração líquidos ou deduzidos x -


de amortizações (8) e provisões (9) e incluindo os proveitos
financeiros

11- Meios Libertos brutos totais (MLBT) (4+8+9+10) x x

12- Resultados antes de custos financeiros e impostos sobre x x


lucros (RAJI) [(7 ± 10)]

13- Custos financeiros de financiamento (CFF) x x

14- Resultados antes de impostos sobre lucros (RAI) (12-13) x x

15- Imposto sobre o Rendimento de Exercício (ISRE ou IRPC1) x x

16- Resultados Líquidos (RL) (14-15) x x

1
IRPC – Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas, como é considerado em
Moçambique.

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17- Meios Libertos Líquidos Totais (MLL) (5+6+8+9+16) x x

18- Resultados antes dos custos financeiros e depois de x x


impostos sobre os lucros (RAJDI) [(RAJI )* (1-t)]

19- Remunerações e encargos sociais x x

20- Impostos directos x x

21- Valor acrescentado bruto (VAB) (17 + 13 + 15 + 19 + 20) x x

22- Valor acrescentado líquido (VAL) [21 – (5+6+8+9)] x x

Fonte: Menezes (2008)

Como podemos observar no quadro acima são descritos alguns indicadores


e a sua forma de cálculo, tais como:
 Valor Acrescentado Bruto (VAB)
 Valor Acrescentado Líquido (VAL)
 Meios Libertos Brutos Totais (MLBT)
 Meios Libertos Brutos de Exploração (MLB)
 Resultados de Exploração (RE)
 Resultados Antes dos Custos Financeiros de Financiamento e de
Impostos sobre lucros (RAJI)
 Resultados Antes de Impostos sobre lucros (RAI)
 Resultados Líquidos (RL)
 Meios Libertos Líquidos totais (MLL)
 Resultados Antes dos Custos Financeiros de Financiamento e Depois
de Impostos sobre lucros (RAJDI)

Para interpretarmos o quadro de indicadores de rendibilidade é importante


ter em conta as seguintes observações:
1. Vendas Líquidas – consiste nas vendas brutas subtraídas dos
descontos comerciais concedidos aos clientes, das devoluções dos
clientes e também deduzidas dos impostos indirectos (IVA, em
especial).
2. Custos de produção e venda ou custo de aprovisionamento e
venda ou custo das existências vendidas e consumidas – são os
custos incorridos com o consumo e venda de produtos.
3. Outros custos – são todos custos que não integram o custo de venda,
tais como custos industriais não incorporados, os custos de
distribuição, os custos administrativos e os custos financeiros de
funcionamento, mas não incluem as amortizações e provisões de
exploração.
4. Meios libertos brutos de exploração – é a diferença entre as vendas
e os custos totais incorridos, ou seja é o dinheiro que sobra após a
empresa pagar os custos de exploração.
5. Amortizações (exploração) – custos relativos ao imobilizado
adquirido de exploração.
6. Provisões (exploração) – cobertura de riscos e encargos associados à
actividade operacional (ex: provisão para garantia de produtos,
provisão para ajuste de bens ao valor do mercado, entre outras).
7. Resultados de Exploração - corresponde ao volume de negócios
menos os custos operacionais, ou seja é a diferença entre os meios
libertos brutos de exploração e as provisões e amortizações de
exploração.
8. Amortizações (extra-exploração) - são os custos relativos a
depreciação do imobilizado adquirido para as actividades inorgânicas
da empresa.
9. Provisões (extra-exploração) - cobertura de riscos e encargos
associados as actividades inorgânicas da empresa (provisão de férias,
provisão de 13º salário, provisão de riscos fiscais, gratificações).
10. Outros resultados extra-exploração – são líquidos das amortizações
e provisões resultantes das actividades inorgânicas da empresa.
11. Meios libertos brutos totais - servem para pagar juros, impostos,
dividendos, reembolsar o capital alheio e poderá ainda servir de
autofinanciamento. Identificam-se, portanto, com os resultados anuais
antes das amortizações e provisões de exploração, custos financeiros
de financiamento e impostos sobre o rendimento.
12. Resultados antes de custos financeiros e impostos sobre lucros – é
o resultado operacional antes de abatidas as despesas financeiras e os
impostos. Resulta da soma dos resultados de exploração e os outros
resultados extra-exploração.
13. Custos financeiros de financiamento – são os custos incorridos pela
obtenção de um financiamento ou recurso financeiro. Normalmente
são representados pelos juros.
14. Resultados antes do imposto sobre os lucros – é o resultado
operacional depois de pagos os custos financeiros de financiamento e
antes de abatidos os impostos. Resulta de diferença entre os resultados
antes de custos financeiros e impostos sobre lucros e os custos
financeiros de financiamento.
15. Imposto sobre o Rendimento de Exercício (ISRE ou IRPC) -
engloba o valor estimado de imposto que incide sobre os lucros da
principal actividade da empresa, os impostos sobre os rendimentos de

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capitais, as mais-valias e outros rendimentos. Para o nosso caso


usaremos a taxa padrão de 40%.
16. Resultados líquidos – são os resultados operacionais livres dos custos
financeiros de financiamento e dos impostos. Resulta da diferença
entre os resultados antes de impostos sobre os lucros menos os
impostos sobre o rendimento do exercício.
17. Meios libertos líquidos totais – representam os excedentes
financeiros líquidos gerados pela sua exploração e por outras
actividades que não foram absorvidas na cobertura de todos os custos
anuais desembolsáveis. Resulta da soma das amortizações e provisões
de exploração e de extra-exploração incluindo os resultados líquidos.
18. Resultados antes dos custos financeiros e depois de impostos sobre
os lucros - apresentam uma natureza normativa, ou seja, pressupõe
que a empresa é exclusivamente financiada por capitais próprios,
devendo ser calculados da seguinte forma:
RAJDI = (RAJI) * (1-t)
Sendo o t, a taxa anual de impostos sobre os lucros.
19. Remunerações e encargos sociais – é o conjunto de obrigações
trabalhistas que devem ser pagas pelas empresas mensalmente ou
anualmente, além do salário do empregado.
20. Impostos directos – incluem os impostos sobre o rendimento do
exercício e outros impostos directos, além de certos impostos
indirectos (impostos aduaneiros e impostos selo) não susceptíveis de
repercussão sobre os preços das vendas.
21. Valor acrescentado bruto – consiste no resultado final da actividade
produtiva de um período determinado. Resulta da soma dos custos
financeiros de financiamento, do imposto sobre o rendimento de
exercício, dos meios libertos líquidos totais, das remunerações e
encargos sociais e dos impostos directos.
22. Valor acrescentado líquido – é a diferença entre o valor acrescentado
bruto e as amortizações e provisões de exploração e de extra-
exploração.
1.1.1. EXEMPLO PRÁTICO DA CONSTRUÇÃO DO MAPA DE
INDICADORES DE RENDIBILIDADE
Considere os balanços e os elementos sobre custos e proveitos da empresa
BH Lda, produtora de materias de construção.

Balanços sucessivos (em cts de MTS)

ACTIVO 2011 2012

Disponível 4.000 20.000

Clientes
 Conta Corrente 6.000 14.000
 Letras a pagar 5.000 15.000

Provisão para créditos duvidosos (850) (680)

Outros Devedores2 3.000 7.310

 Provisões (150) (120)

Existências 4.500 14.000

 Provisões (100) (150)

Imobilizado

 Corpóreo3 100.000 125.000

 Incorpóreo 30.000 30.000

o Amortizações (19.500) (42.500)

Activo Líquido Total 131.900 181.860

PASSIVO 2011 2012

A curto prazo
 Credor-Estado4 1.500 2.000

2
Empréstimos concedidos com direito a comissões.
3
15% estão afectos às actividades inorgânicas. E 2.000 e 5.000 correspondem as
amortizações acumuladas em 2011 e 2012, respectivamente.
4
Integra: 60% de IRPS (Imposto sobre o rendimento de pessoas singulares); 20% de IVA
(Imposto sobre o Valor Acrescentado) e 20% de INSS (Segurança social).

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 Fornecedores
o Conta Corrente 3.860 3.000
o Letras a pagar 3.000 3.500
 Outros Credores 3.000 3.000
A Médio e Longo Prazo 23.100 31.480
Capitais próprios
 Capital Social5 60.000 60.000
 Reservas 29.950

 Resultados Correntes 37.440 48.930

Passivo Total 131.900 181.860

Elementos de Custos, Proveitos e Resultados (cts de Mts)

Descrição 2011 2012

1. Vendas Líquidas 400.000 450.000

2. C.M.C.M.V.C.6 213.500 225.000

3. Outros Custos7 100.000 115.000

4. Amortizações de exercício8 19.500 23.000

5. Provisões para cobranças duvidosas9 1.000 800

6. Provisão para perda de stocks 100 150

7. Encargos Financeiros10 2.500 2.500

8. Impostos Aduaneiros 3.000 3.500

9. Receitas Financeiras e Outros Proveitos 2.000 1.500


Inorgánicos

5
É constituido por acções de 60cts cada. Porém os preços de mercado das acções da
empresa no fim do ano eram de 70cts e 145cts em 2011 e 2012, respectivamente.
6
CMCMVC- Custo dos Meios Circulantes Materiais de Venda e Consumo
7
Dos quais 83% em 2011 e 70% em 2012 são fixos e o resto variáveis
8
Inclui 2000 cts em 2011 e 3000 em 2012 respeitantes à extra-exploração
9
Inclui 15% de provisões para outros devedores duvidosos
10
Referem-se ao Custo Financeiro de Financiamento
Notas adicionais:
a) A empresa pertence à faixa de 40% de Custo Industrial.
b) As remunerações e encargos sociais atingiram 30% de Outros
Custos de 2011 e 35% em 2012.
c) Os estatutos da empresa estabelecem que 20% dos lucros líquidos
anuais são para dividendos.
d) O volume de vendas foi de 4.000 toneladas em 2011 e 4.500
toneladas em 2.000
e) Além do referido nestas e em outras notas específicas, considera-se
variáveis todos os restantes custos que careçam dessa distinção.

Trabalho a realizar:
1) Estabeleça o quadro de indicadores de rendibilidade

2011 2012
Descrição
Contos % Contos %

1. Vendas Líquidas 400.000 100 450.000 100

2. Custos das existências vendidas e


consumidas
 CMCMVC 213.500 225.000
 Impostos aduaneiros 3.000 3.500

3. Outros Custos 100.000 115.000

4. Meios libertos brutos de exploração 83.500 20,88 106.500 23,67


(MLB) [1 – (2+3)]

5. Amortizações (exploração) 17.500 20.000

6. Provisões Anuais de exploração


 P/ Cobranças Duvidosas 850 680
 P/ Perdas de Stocks 100 150

7. Resultados de exploração (RE) [4 – 65.050 16,26 85.670 19,04


(5+6)]

8. Amortizações (extra-exploração) 2.000 3.000

9. Provisões Anuais (extra-exploração)

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16 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

 P/ Cobranças Duvidosas 150 120

10. Outros Resultados extra-exploração


líquidos ou deduzidos de amortizações
(8) e provisões (9) e incluindo os
proveitos financeiros
 Receitas Financeiras e Outros 2.000 1.500
Proveitos Inorgánicos
(Amortizações extra-exploração) (2.000) (3.000)
(Provisões extra-exploração) (150) (120)
= (150) (1.620)

11. Meios Libertos brutos totais 85.500 21,38 108.000 24,0


(MLBT) (4+8+9+10)

12. Resultados antes de custos 64.900 16,23 84.050 18,68


financeiros e impostos sobre lucros
(RAJI) [(7 ± 10)]

13. Custos financeiros de financiamento 2.500 2.500


(CFF)

14. Resultados antes de impostos sobre 62.400 15,6 81.550 18,12


lucros (RAI) (12-13)

15. Imposto sobre o Rendimento de 24.960 32.620


Exercício (IRPC)

16. Resultados Líquidos (RL) (14-15) 37.440 9,36 48.930 10,87

17. Meios Libertos Líquidos Totais 58.040 14,51 72.880 16,20


(MLL) (5+6+8+9+16)

18. Resultados antes dos custos 38.940 9,74 50.430 11,21


financeiros e depois de impostos sobre
os lucros (RAJDI) [ 12 * (1-t)]

19. Remunerações e encargos sociais 30.000 40.250

20. Impostos directos 3.000 3.500

21. Valor acrescentado bruto (VAB) 118.500 29,63 151.750 33,72


(17 + 13 + 15 + 19 + 20)

22. Valor acrescentado líquido (VAL) 97.900 24,48 127.800 28,4


[21 – (5+6+8+9)]
Interpretação:
1. Vendas líquidas – as vendas líquidas constam na primeira rúbrica do
mapa de elementos, custos, proveitos e resultados. Não é necessário
deduzir nenhum custo referente às vendas, pois já se encontram no
estado líquido.
2. Custo das existências vendidas e consumidas – para está rubrica
consideramos custos incorridos nos produtos vendidos e consumidos,
os CMCMCV e os impostos aduaneiros, neste caso a segunda e oitava
rubrica do mapa de elementos, custos, proveitos e resultados.
3. Outros custos – constam na terceira rubrica do mapa de elementos,
custos, proveitos e resultados.
4. Meios libertos brutos de exploração – é a diferença das vendas
líquidas e os custos de existências vendidas e consumidas e outros
custos.
5. Amortizações (exploração) – constam na quarta rubrica do mapa de
elementos de custos, proveitos e resultados, tendo em conta que dos
19.500, (- 2.000) são de extra-exploração para 2011 e dos 23.000, (-
3.000) são de extra-exploração para 2012.
6. Provisões (exploração) – existem duas provisões de exploração que
constam na rubrica cinco e seis do mapa de elementos de custos,
proveitos e resultados. Para cobranças duvidosas 15% fazem parte dos
proveitos de extra-exploração.
7. Resultados de exploração - é a diferença entre os meios libertos brutos
de exploração e as provisões e amortizações de exploração.
8. Amortizações (extra-exploração) – como já foi referido no ponto
cinco desta interpretação, temos 2.000 e 3.000 de amortizações extra-
exploração para 2011 e 2012 respectivamente.
9. Provisões (extra-exploração) - como já foram referidas no ponto seis
desta interpretação, temos 15% das cobranças duvidosas
correspondentes as provisões extra-exploração.
10. Outros resultados extra-exploração – constam na rubrica nove do
mapa de elementos de custos, proveitos e resultados, as receitas
financeiras e outros proveitos inorgânicos, como já foi dito
anteriormente deve-se voltar a deduzir deste valor as amortizações e
provisões extra-exploração. Logo para 2011, temos 2.000 –
(2000+150) = (150) e para 2012, temos 1.500 – (3.000+120) =
(1.620).
11. Meios libertos brutos totais – é a soma dos meios libertos brutos de
exploração, amortizações e provisões extra-exploração e outros
resultados extra-exploração.

17
18 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

12. Resultados antes de custos financeiros e impostos sobre lucros –


Resulta da soma dos resultados de exploração e os outros resultados
extra-exploração.
13. Custos financeiros de financiamento – constam na rubrica sete do
mapa de elementos de custos, proveitos e resultados.
14. Resultados antes do imposto sobre os lucros - Resulta da diferença
entre os resultados antes de custos financeiros e impostos sobre lucros
e os custos financeiros de financiamento.
15. Imposto sobre o rendimento de exercício (ISRE) - é 40% do resultado
encontrado no ponto anterior.
16. Resultados líquidos – resultam da diferença entre os resultados antes
de impostos sobre os lucros menos os impostos sobre o rendimento do
exercício.
17. Meios libertos líquidos totais – resultam da soma das amortizações e
provisões de exploração e de extra-exploração incluindo os resultados
líquidos.
18. Resultados antes dos custos financeiros e depois de impostos sobre os
lucros - resulta da seguinte fórmula, RAJDI = RAJI * (1-t). Sendo o t,
a taxa anual de impostos sobre os lucros.
19. Remunerações e encargos sociais – segundo o exercicio, resulta de
30% de outros custos em 2011 e 35% de outros custos de 2012.
20. Impostos directos – temos os impostos aduaneiros, que constam na
oitava rubrica do mapa de elementos de custos, proveitos e resultados.
21. Valor acrescentado bruto – resulta da soma dos custos financeiros de
financiamento, do imposto sobre o rendimento de exercício, dos meios
libertos líquidos totais, das remunerações e encargos sociais e dos
impostos directos.
22. Valor acrescentado líquido – é a diferença entre o valor acrescentado
bruto e as amortizações e provisões de exploração e de extra-
exploração.

1.2. PRÍNCIPAIS RÁCIOS DE RENDIBILIDADE


Os rácios de rendibilidade avaliam a capacidade de uma instituição para
utilizar os seus activos produtivamente na criação de proveitos. Para
efeitos de análise das rendibilidades estudadas no ponto anterior,
determinam-se alguns rácios nos quais vamos nos referir a quatro (4)
ópticas principais: a social, dos detentores de capital social, de vendas e de
gestão (Menezes, 2008).
1.2.1. RENDIBILIDADE SOCIAL DA EMPRESA
A rendibilidade social tem por medida verificar até que ponto a empresa
esta contribuir para o bem-estar da sociedade. Para quantificar o contributo
social das empresas usam-se os conceitos de valor acrescentado (bruto e
liquido) essencialmente determinados através de remunerações e encargos
sociais, juros, lucros, rendas e impostos directos.
Para efeitos de cálculo temos:

Este rácio representa o valor acrescentado liquido gerado por cada unidade
de capital investido e surge do seguinte desdobramento:

1.2.2. RENDIBILIDADE DOS DETENTORES DO CAPITAL


SOCIAL
A rendibilidade dos detentores de capital social determina a remuneração
ou valorização das participações financeiras dos titulares do capital social
(accionistas).

Os principais rácios da rendibilidade dos titulares do capital social são:


Price Earnigs Ratio (PER)11
É também um indicador de rendibilidade potencial de acções, obtido
através da divisão da cotação do título pelo lucro líquido por acção da
empresa cotada.

Este rácio é importante para as empresas que têm acções cotadas na Bolsa
de Valores e recorrem ao mercado de capitais (emissão de acções e/ou
obrigações). O PER mede quantas vezes o investidor paga pelos lucros da
empresa.

Return on market12

11
Price Earnigs Ratio é uma expressão inglesa que significa rácio preço-lucro.
12
Return on Market é uma expressão inglesa que significa retorno sobre o mercado.

19
20 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

O Valor de mercado da empresa obtém-se através da multiplicação do


valor da cotação na bolsa de valores pelo número de acções emitidas pela
sociedade.

Taxa de rendimento da aplicação

Pay-Out ratio13
Percentagem dos lucros que a empresa distribui pelos seus accionistas sob
a forma de dividendos.

Este rácio pode ser obtido através do rácio de retenção dos lucros, que
expressa a parcela dos lucros anuais (RL) que é retida na empresa (RR).

Onde os Resultados Distribuídos (RD) são iguais aos dividendos (DIV).

Por último, temos o rácio dos capitais próprios.


Que na perspectiva dos accionistas maioritários, que se preocupam mais
com a maximização do valor da empresa, assume:

E para os accionistas minoritários, que se preocupam mais com a


remuneração à curto prazo, temos:
Dividendo por acção

13
Pay out ratio expressão inglesa que significa rácio de dividendos.
1.2.3. RENDIBILIDADE DE VENDAS
Mede a margem de lucro que existe na venda dos produtos ou prestações
de serviços.

Este rácio é de natureza económica pois depende das vendas líquidas totais
e dos resultados de exploração, ou seja, da eficácia da organização e gestão
industrial e comercial da empresa.

1.2.4. RENDIBILIDADE DE EXPLORAÇÃO E GLOBAL DA


EMPRESA
Esta rendibilidade é definida pelos seguintes indicadores:
 Meios libertos brutos;
 Resultados de Exploração;
 Resultados líquidos;
 Meios libertos líquidos e;
 Meios libertos líquidos retidos.
Os meios libertos brutos e líquidos são representados pelos indicadores
relativos.

Indicadores relativos
Dos excedentes financeiros de exploração brutos
Permite analisar a parcela de vendas líquidas que corresponde aos
excedentes financeiros brutos.

Os meios libertos brutos podem ser identificados através do somátorio dos


resultados de exploração (RE), das amortizações (AR) e das proviões de
exploração (PR).
MLB = RE + PR + AR

Dos excedentes financeiros líquidos


Representa a parcela relativa das vendas líquidas que gera excedentes
financeiros líquidos.

21
22 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

1.2.5. EXERCÍCIO PRÁTICO DE CÁLCULO DOS RÁCIOS DE


RENDIBILIDADE
Com base no exemplo dado em 1.1.1:
1. Calcule os seguintes rácios de rendibilidade:
a) Social da empresa
b) Dos accionistas (PER, ROM, DPA, POR E RCP)
c) Das vendas
2. Calcule os indicadores relativos:
2.1. Dos excedentes financeiros de exploração
2.2. Dos excedentes financeiros líquidos

Resolução
1.
a) Rendibilidade Social da empresa

2011 2012

 O valor acrescentado líquido foi calculado no mapa de indicadores


de rendibilidade;
 E o imobilizado total líquido consta no activo do balanço, que é o
imobilizado corpóreo e o incorpóreo retirando as amortizações.

Pode-se desta forma, perceber que por cada unidade de capital investido é
gerado 0,89 e 1,14 do Valor Acrescentado Líquido de 2011 e 2012,
respectivamente. Sendo um indicador positivo, pois este aumento do Valor
acrescentado líquido contribui para um aumento das remunerações e
encargos sociais e consequentemente no aumento do contributo ao bem-
estar social.
b) Rendibilidade dos accionistas

2011 2012

 O preço por acção é determinado no balanço no capital social, onde


temos 70mts e 145mts por acção para os anos de 2011 e 2012
respectivamente;
 O lucro líquido por acção é igual, aos resultados correntes que
constam no balanço divididos pelo número de acções.
Sendo o capital social constituido por acções de 60cts cada, podemos
determinar o número de acções.
Capital Social = no de acções * preço ds acções
60.000 = no de acções * 60
No de acções = (60.000/60) = 1.000 acções
Desta forma, o lucro líquido por acção de 2011 será igual aos resultados
correntes 37.440 divididos por 1.000 acções que resulta em 37.44
mts/acção. Para 2012 efectuasse o mesmo processo.

Pode-se desta forma perceber que, o investidor paga aproximadamente


duas vezes mais pelo lucro por acção para 2011 e três vezes mais pelo
lucro por acção para 2012. O preço das acções aumentou de 2011 para
2012, ou seja, as acções foram valorizadas.

O Valor de mercado da empresa obtém-se através da multiplicação do


valor da cotação na bolsa de valores pelo número de acções emitidas pela
sociedade.

2011 2012

23
24 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

 O resultado líquido consta no balanço;


 O valor de mercado da empresa obtém-se através da multiplicação do
valor da cotação na bolsa de valores, ou seja, o preço por acção já
identificado acima e o número de acções emitidas. Neste caso para
2011, temos 1.000*70 = 70.000 e para 2012 temos
1000*145=145.000.

Os resultados líquidos correspondem a aproximadamente metade do valor


de mercado da empresa em 2011. Para 2012, a percentagem dos
resultados líquidos sobre o valor de mercado da empresa diminuiu.

2011 2012

 Os dividendos líquidos de imposto correspondem a 20% dos lucros


líquidos anuais segundo o exercício.
 O número de acções já foi calculado anteriormente.

Os dividendos pagos por acção aumentaram de 7,49 contos para 9,79


contos de 2011 para 2012, respectivamente.

2011 2012
Como podemos observar o POR é igual a percentagem dos dividendos.

A Percentagem dos lucros que a empresa distribui pelos seus accionistas


sob a forma de dividendos é de 20% para os dois anos.

2011 2012

 O Resultado Líquido consta no balanço (= Resultados correntes);


 Os capitais próprios constituem a soma do capital social e reservas.

Para 2011, 62,40% dos resultados líquidos são provenientes da aplicação


dos capitais próprios. E para 2012, 54,4% dos resultados líquidos são
provenientes da aplicação dos capitais próprios.

c) Rendibilidade de vendas

2011 2012

 Os resultados de exploração constam no mapa de indicadores de


rendibilidade;
 E as vendas líquidas são dadas pelo exercício.

16,26% e 19,24% são as margens de lucro que existe na venda dos


produtos ou prestações de serviços, para 2011 e 2012, respectivamente.

25
26 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

2. Indicadores relativos
2.1. Dos excedentes financeiros de exploração

2011 2012

 Os meios libertos brutos constam no mapa de indicadores de


rendibilidade;
 As vendas líquidas são dadas pelo exercício.

2.2. Dos excedentes financeiros líquidos

2011 2012

 Os meios libertos líquidos constam no mapa de indicadores de


rendibilidade;
 As vendas líquidas são dadas pelo exercício.
QUADRO SINÓPTICO

TEMA DESCRIÇÃO

Rendibilidade Expressa a remuneração do capital investido na empresa,


ou seja, o retorno esperado de um investimento após
descontar os custos, tarifas, inflação, entre outras
despesas inerentes ao investimento.

Razões de estudo  Primeiro, porque todas as decisões económicas


da rendibilidade tomadas no seio da empresa influenciam, directa ou
indirectamente, o nível da rendibilidade da sua
exploração e esta condiciona fortemente todas as
decisões financeiras;
 Segundo, porque todas as decisões económicas têm
repercussões sobre a situação de tesouraria e;
 Terceiro, porque a maximização da rendibilidade de
todas as aplicações de fundos efectuadas na empresa
constitui um dos objectivos essenciais na gestão
financeira.

Indicadores de Medem a rendibilidade de uma empresa na sua operação,


rendibilidade indicando o grau de eficiência com que a empresa
utilizou os recursos à sua disposição.

Principais  Valor Acrescentado Bruto (VAB);


indicadores de
rendibilidade  Valor Acrescentado Líquido (VAL);
 Meios Libertos Brutos Totais (MLBT);
 Meios Libertos Brutos de Exploração (MLB);
 Resultados de Exploração (RE);
 Resultados Antes de Custos Financeiros de
Financiamento e de Impostos sobre lucros (RAJI);
 Resultados Antes de Impostos sobre lucros (RAI);
 Resultados Líquidos (RL);
 Meios Libertos Líquidos totais (MLL);
 Resultados Antes de Custos Financeiros de
Financiamento e depois de Impostos sobre lucros
(RAJDI);

27
28 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Principais rácios  Rendibilidade social da empresa;


de rendibilidade
 Rendibilidade dos detentores do capital social;
 Rendibilidade de exploração e global da empresa e;
 Rendibilidade de vendas.

EXERCÍCIOS
1. Com base na leitura realizada apresente por palavras suas o conceito
de rendibilidade. (Em caso de dúvida, consulte a Introdução)
2. Identifique e explique as principais razões que ditam o estudo da
rendibilidade. (Em caso de dúvida, consulte a Introdução)
3. A empresa Grindrod Holding, SA proprietária da terminal
internacional de Automóvel do Porto de Nacala apresenta as seguintes
demonstrações financeiras.
Demonstração de resultados

Descrição Valor (MT)


Volume de negócio 120,000,000.00
Custo das vendas 65,500,000.00
Margem de Contribuição 54,500,000.00
Custos de administração 2,000,000.00
Custos de publicidade 12,002,000.00
Custo com pessoal 24,000,000.00
Água e electricidade 1,240,000.00
Resultado Operacional 15,258,000.00
Custos Financeiros 500,000.00
Proveitos Financeiros 10,000.00
Resultado Corrente 14,768,000.00
Imposto (32%) 4,725,760.00
Resultado líquido 10,042,240.00
o 14
N de Acções 200,000.00
Lucro por acção 50.21

14
As acções são vendidas ao mercado a um preço de 20mts.
Balanço do exercício económico de 2009

Activo Valor (MT)


Activo Fixo 12,000,000.00
Mercadorias 1,250,000.00
Títulos negociáveis 2,500,000.00
Adiantamento a Fornecedores 1,542,000.00
Clientes 1,000,000.00
Bancos 2,500,000.00
Caixa 2,500,000.00
Total do Activo 23,292,000.00
Passivo e Capitais Próprios
Fornecedores 2,150,000.00
Outros credores 210,000.00
Credores trabalhadores 120,000.00
Credito bancário MLP 5,000,000.00
Passivo Total 7,480,000.00
Capitais Próprios 9,272,000.00
Lucros retidos 1,540,000.00
Reservas legais 5,000,000.00
Total dos Capitais Próprios 15,812,000.00
Total 23,292,000.00

a. Elabore o mapa de indicadores de rendibilidade. (Em caso de dúvida,


consulte o ponto 1.1 e 1.1.1.)
b. Calcule e interprete (Em caso de dúvida, consulte o ponto 1.2):
 Rendibilidade Social;
 Dos accionistas (PER, ROM e RCP);
 Indicadores relativos dos excedentes financeiros de exploração;
 Indicadores relativos dos excedentes financeiros líquidos;
 Rendibilidade de Vendas.

29
30 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

CAPÍTULO II – RENDIBILIDADE INTEGRADA DE


EXPLORAÇÃO E DE CAPITAIS PRÓPRIOS

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO CAPÍTULO


Findo este capítulo o estudante deverá ser capaz de:
 Conhecer os principais rácios de rendibilidade integrada;
 Compreender os parâmetros de identificação dos pontos críticos
económicos e financeiros;
 Identificar o efeito e grau de alavanca económico e financeiro de
uma empresa.

2.1. RENDIBILIDADE INTEGRADA


A rendibilidade integrada estabelece a relação entre a gestão do activo
total e das vendas. É explicada apartir da rendibilidade dos capitais
próprios e pela rendibilidade do activo de exploração (Menezes, 2008).

Rendibilidade dos capitais próprios


A rendibilidade dos capitais próprios da empresa designa-se também por
return on equity (ROE), e é expressa pela seguinte relação como vimos
anteriormente:

Ou, de outra forma:

A primeira razão é denominada rendibilidade líquida do activo, ou return


on investiment.

A segunda razão pode configurar-se da seguinte forma:

Logo:
Rendibilidade do activo de exploração

Ou

Este rácio têm dois paramêtros essenciais: a rendibilidade de vendas e a


rotação do activo total de exploração (turnover).

2.1.1. ANÁLISE DA RENDIBILIDADE DE EXPLORAÇÃO


2.1.1.1. EFEITO E GRAU ECONÓMICO DE ALAVANCA
Esta teoria relaciona os resultados de exploração com o nível de actividade
da empresa.
O grau económico de alavanca (GEA) pode ser avaliado para uma
determinada estrutura da empresa, através da relação entre a margem total
das vendas (MT) e os resultados de exploração (RE) (Menezes, 2008).

É igual a 1 quando MT = RE ou seja quando os custos fixos são iguais a


zero. Neste caso não existe alavancagem.

É igual a , quando o RE = 0, ou seja, quando a MT = CF (ponto


morto/critico).

Efeito económico de alavanca


Mostra-nos que as variações do nível de actividade de x% ou y% (aumento
ou redução) podem originiar variação (acrescimos ou decrescimos) mais
do que proporcionais nos resultados de exploração (Menezes, 2008).

2.1.1.2. PONTO CRÍTICO ECONÓMICO


O ponto crítico económico pode ser efectuada em termos quantitativos
(Q0) ou em termos valóricos (V0).

31
32 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Em termos quantitativos (Q0)

Em termos valóricos (V0)

EXERCÍCIO RESOLVIDO
A empresa apresenta os seguintes dados previsionais para o ano X:
 Vendas previstas (Q): 250 000 unidades
 Preço médio líquido de vendas (P): 2000$/unidade
 Custo variável unitário (Cvu): 1200$/unidade
 Custos fixos totais (CF): 150 000 000 $
 Custos financeiros de financiamento (CFF): 25.000.000$
 Impostos sobre o rendimento (ISRE): 40%

Resolução
Para determinar o ponto crítico económico temos:
Em termos quantitativos (Q0)

Em termos valóricos (V0)

Gráfico 1: Variáveis Essenciais do Ponto Crítico Económico


VL
VALORES
(Contos) CT
PCE CV

Vo
CF

O Qo NÍVEL DE ACTIVIDADE (Q)

O Qo* P VENDAS LÍQUIDAS (Contos)

Onde: VL = Vendas Líquidas; CT = Custos Totais; CV = Custos


Variáveis; CF = Custos fixos e PCE=Ponto Crítico Económico.
Como podemos observar à direita do Ponto Qo, os resultados de
exploração são positivos e na sua esquerda, os resultados de exploração
são negativos.

2.1.1.3. CONCEITO DE RISCO ECONÓMICO


Segundo Menezes (2008: 69), “risco económico representa a
probabilidade dos resultados de exploração ser (ou não) sistematicamente
positivos ao longo do tempo e situarem-se (ou não) sistematicamente
positivos ao longo do tempo e situarem-se (ou não) em níveis adequados”.
Para avaliar o risco económico usam-se os conceitos de ponto crítico
económico e grau económico de alavanca (Menezes, 2008).
 Quanto maior for o grau económico de alavanca, mais elevado será o
risco económico;
 Quanto maior for o ponto morto económico maior será o risco
económico.

2.1.2. ANÁLISE DA RENDIBILIDADE DE CAPITAIS PRÓPRIOS


2.1.2.1. EFEITO E GRAU FINANCEIRO DE ALAVANCA
Grau financeiro de alavanca

33
34 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Consiste na relação existente entre os resultados de exploração e os


resultados antes dos impostos, desde que existam os custos financeiros de
financiamento e que estes sejam fixos (Menezes, 2008).

O GFA quantifica o impacto do endividamento da empresa sobre a


rendibilidade de capitais próprios.

Efeito financeiro de alavanca


Traz-nos a relação existente entre os resultados de exploração e os
resultados líquidos anuais (Menezes, 2008).

Onde: Rea = Rendibilidade de exploração da empresa; i = taxa


correspondente ao custo nominal total ponderado da dívida, não corrigido
pelos custos fiscais; = inverso da solvabilidade total (Divida
total/Capitais Próprios) e t = taxa anual de impostos sobre os lucros.
Como podemos observar, se a rendibilidade de exploração (Rea) for maior
que os custos de capital alheio (i), a rendibilidade de capitais próprios será
uma função crescente de , ou seja, quanto mais elevado for o recurso ao
crédito maior será o efeito financeiro de alavanca, ou seja, maior será o
risco financeiro da empresa.
Por outro lado, se o Rea for igual a i (ponto crítico de rendibilidade de
exploração), o recurso ao endividamento não terá qualquer influencia
sobre a rendibilidade dos capitais próprios.

Quando o Rea é inferior a i a RCP será uma função decrescente de , ou


seja, quanto menor for o recurso ao crédito menor será o efeito financeiro
de alavanca e menos elevado será o risco financeiro da empresa.

2.1.2.2. CONCEITO DE RISCO FINANCEIRO


Mede a capacidade de empresa de fazer face aos seus compromissos de
curto prazo e médio e longo prazo.
O risco financeiro pode ser medido em duas perspectivas (Menezes, 2008):
Na perspectiva económica tem a ver com a probabilidade dos resultados
de exploração serem ou não serem sistematicamente positivos e se
situarem ao nível adequado para pelo menos cobrierem os custos de
financiamento. Nesse sentido o conceito de risco financeiro esta
directamente ligado ao grau financeiro de alavanca.
Na perspectiva financeira tem a ver com os pagamentos a curto, médio e
longo prazo, mas, deve ser visto em duas (2) ópticas:
 Óptica conjuntural ou de curto prazo;
 Óptica estrutural ou de médio e longo prazo.
Óptica conjuntural – expressa a capacidade da empresa em fazer face aos
seus compromissos correntes, ou seja, tem haver com a liquidez geral.
Óptica estrutural – expressa a solvabilidade total, adapta-se com a
estrutura financeira que seja considerada tanto pelos accionistas, como
pelos credores, como adequada.

2.1.2.3. PONTO CRÍTICO FINANCEIRO


A determinação algébrica é idêntica ao ponto crítico económico, embora
se devam deduzir os custos fixos de exploração periódica (CF) e os não
desembolsáveis periódicos (CND), isto é, que não envolvam pagamentos
(amortizações e provisões de exploração).

Gráfico 2: Variáveis Essenciais do Ponto Crítico Financeiro


VALORES VL CT
(Contos)
PAGAMENTOS TOTAIS
PCE (CT – CND)

PCF

CND
C.FIXOS TOTAIS
CUSTOS FIXOS

O DESEMBOLSÁVEIS (CF-CND)
Q(1) Q0 NÍVEL DE ACTIVIDADE (Q)

O Q(1).P Q0.P VENDAS (contos)


Onde: PCF = Ponto Crítico Financeiro e PCE = Ponto Crítico Económico.
Como podemos observar quando o nível de actividade da empresa se situa
no ponto crítico financeiro de exploração, não são gerados quaisquer
excedentes financeiros e os resultados negativos de exploração
correspondem ao somatório das amortizações e provisões para cobertura
de riscos e encargos de exploração.

35
36 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

EXERCÍCIO RESOLVIDO
Com base no mesmo exemplo usado para calcular o ponto crítico
económico, vamos calcular o ponto crítico financeiro tendo em conta que
as amortizações e provisões são de 30.000.000 $.
A empresa apresenta os seguintes dados previsionais para o ano X:
 Vendas previstas (Q): 250 000 unidades
 Preço médio líquido de vendas (P): 2000$/unidade
 Custo variável unitário (Cvu): 1200$/unidade
 Custos fixos totais (CF): 150 000 000 $
 Custos financeiros de financiamento (CFF): 25.000.000$
 Impostos sobre o rendimento (ISRE): 40%

Resolução
Para determinar o ponto crítico financeiro temos:

QUADRO SINÓPTICO

TEMA DESCRIÇÃO

Rendibilidade Estabelece a relação entre a gestão do activo total e das


Integrada vendas. É explicada apartir da rendibilidade dos capitais
próprios e pela rendibilidade do activo de exploração.

Grau económico Pode ser avaliado para uma determinada estrutura da


de alavanca empresa, através da relação entre a margem total das
(GEA) vendas (MT) e os resultados de exploração (RE).

Efeito económico Mostra-nos que as variações do nível de actividade de


de alavanca x% ou y% (aumento ou redução) podem originar
variação (acréscimos ou decréscimos) mais do que
proporcionais dos resultados de exploração
Representa a probabilidade dos resultados de exploração
Risco económico
ser (ou não) sistematicamente positivos ao longo do
tempo e situarem-se (ou não) sistematicamente positivos
ao longo do tempo e situarem-se (ou não) em níveis
adequados.
Grau financeiro de Consiste na relação existente entre os resultados de
alavanca exploração e os resultados antes dos impostos, desde que
existam os custos financeiros de financiamento e que
estes sejam fixos.

Efeito financeiro Traz-nos a relação existente entre os resultados de


de alavanca exploração e os resultados líquidos anuais.

Risco Financeiro Mede a capacidade de empresa de fazer face aos seus


compromissos de curto prazo e médio e longo prazo.

EXERCÍCIOS
1. A indústria ISM-FERRAGENS produz serrotes que vendem a 35
contos cada. Os custos fixos são de 160.000 cts e os custos váriaveis
são de 15cts por unidade. (Em caso de dúvida, consulte o ponto
2.1.1.2. e 2.1.2.3)
a) Sabendo que as vendas foram de 6.000 unidades, calcule o ponto
crítico económico em valores e quantidades.
b) Suponha que o número de vendas aumente para 9.000 unidades
qual seria o efeito sobre o ponto crítico.
c) Sabendo que as amortizações foram de 40.000 e provisões de
30.000. Calcule o ponto critico financeiro.
2. Com base no exercício 3 do capítulo I, calcule:
a) Rendibilidade Integrada de Capitais Próprios.
b) Rendibilidade Integrada dos Activos de Exploração.
c) Grau financeiro de alavanca.

37
38 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

SUGESTÕES PARA LEITURA:


 BREALEY, R. & MYERS, S. (1998). Princípios de Finanças
Empresariais. 5ª Edição. Lisboa: McGraw-Hill;
 CONSO, Pierre Lauzel (1978). A gestão financeira das empresas.
Porto: Rés Editora;
 MENEZES, H. Caldeira (2008). Príncipios da gestão financeira.
Lisboa: Editorial Presença;
 ROSSETTI et al. (2008). Finanças Corporativas. Rio de Janeiro:
Elsevier;
 STEINER, George A. Top managment planning. New York:
Macmillan, 1969.

 WESTON, J. Fred & BRIGHAM, Eugene F. (2000). Fundamentos


da Admnistração Financeira. São Paulo: Makron Books.

LINKS DE INTERNET:
 GITMAN, Lawrence J. (2000). Príncipios da Admnistração
Financeira. 2ª Edição. São Paulo: Bookman. Acessado em
Janeiro de 2012
Disponivel em: http://books.google.co.mz/
 DAMODARAN, Aswath (2004). Finanças corporativas: teoria e
prática. 2ª Edição. Bookman. Acessado em Janeiro de 2012
Disponivel em: http://books.google.co.mz/

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