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Introdução
Esta unidade temática foi preparada com base no livro de Contabilidade Analítica e de Gestão, 7ª
edição, 2012
O crescente processo de automação das unidades industriais veio proporcionar uma diminuição
bastante significativa do peso da mão-de-obra directa nos custos de produção, a par de um crescimento
sustentado dos gastos gerais de fabrico (GGF). Os critérios normalmente utilizados para a repartição dos
GGFs com base na mão-de-obra directa deixaram de ser actuais sendo, então, substituídos por critérios
mais modernos tendentes a aproximar aquela repartição cada vez mais a realidade.
O sistema de custeio baseado nas actividades, ou simplesmente ABC, foi introduzido em resposta às
insuficiências decorrentes da imputação tradicional dos gastos de fabricação com base na mão-de-obra
directa, que se repararmos para uma empresa industrial que vai reduzindo significativamente a mão-de-
O objectivo do ABC não é apenas a repartição dos gastos comuns entre os produtos, mas definir e medir
os custos dos recursos utilizados pelas actividades que apoiam a produção e a entrega dos produtos e
serviços aos clientes. O sistema amplia o conceito dos gastos acumulados por departamento, pois
concentra-se nas actividades desenvolvidas pelos recursos ao dispor da organização. Por outro lado
identifica os recursos inerentes às tarefas desempenhadas, como é o caso da preparação das máquinas,
do planeamento dos trabalhos, da inspecção de qualidade e do movimento de materiais.
Para a imputação dos gastos fabris às actividades, o sistema procura, em primeiro lugar, identificar as
actividades de apoio e os custos dos respectivos recursos utilizados. De seguida, os custos das
actividades são repartidos pelos produtos através cost driver definido para cada actividade, calculando e
utilizando a proporção que corresponde à cada um dos cost drivers para imputar os custos da actividade
ao produto.
Os custos dos departamentos que executam serviços de apoio não podem imputar-se aos
departamentos de produção, quer de forma directa quer através de um cost driver que reflicta uma
relação causa-efeito entre os custos do departamento de serviço e o de produção.
O sistema ABC considera que existe uma relação casual entre as actividades e os gastos que os sistemas
tradicionais tratam como comuns ou conjuntos.
Exemplo:
Determinado serviço de recepção e movimentação de materiais de uma empresa industrial teve gastos
em determinado período no montante de 28.000,00 que são imputados a produção do período com
base na mão-de-obra directa. Para o efeito, utiliza em média 4.000 horas de mão-de- obra directa.
Segundo este modelo, cada hora de trabalho de mão-de-obra directa num departamento custa 7,00 do
serviço de recepção e movimentação. Pelo método ABC, a valorização desta actividade implicaria a
identificação de recursos utilizados e de um indutor de custo que se mostrasse adequadamente razoável
para a atribuição do custo a actividade.
Sumário
Nesta unidade tratamos do conceito do método Activity-Based Costing e da sua distinção com o sistema
tradicional de apuramento do custo de produção. O que fica subjacente é que o ABC é um modelo
alternativo para o processo de repartição dos custos indirectos, em resultado da crescente importância
dos custos indirectos de fabricação sobre o custo de produção.
3. O que esta por detrás da introdução do modelo de custo baseado nas actividades?
Solução:
1. O método ABC é um modelo para a repartição dos custos indirectos que se consubstancia na
identificação das actividades ligadas a fabricação de um bem, de modo que se proceda a
respectiva afectação de custos.
2. A diminuição do peso da mão-de-obra directa vs aumento do peso dos custos indirectos sobre o
custo de produção é fundamentada com a crescente automação das unidades industriais, o que
implica que seja cada vez mais reduzido o número de operários na fábrica, aumentando os
custos com a utilização de equipamentos.
3. O que está por detrás do modelo de custo baseado nas actividades são as insuficiências
decorrentes da imputação tradicional dos gastos de fabricação com base na mão-de-obra
directa.
4. A distinção consiste no facto de que no sistema tradicional os gastos gerais de fabricação eram
repartidos com base na mão-de-obra directa, porquanto no método ABC a repartição dos gastos
gerais implica a identificação da actividade realizada e do respectivo indutor de custo.
Introdução
Esta unidade temática foi preparada com base no livro Temas de Contabilidade de Gestão, 3ª edição,
2010.
O produto ou serviço desde a sua concepção até à venda e consumo pelo cliente consome recursos das
actividades que se traduzem em gastos significativos. Muitas vezes omitem-se os custos de
planeamento do produto ou serviço pós-venda.
Assim, os gastos são a consequência da utilização dos recursos e, devem ser primeiramente atribuídos
às actividades e depois aos produtos/serviços que as utilizam.
É importante que na definição de actividades se considere a sua contribuição para o valor acrescentado
da empresa. Pois, os gastos incorporados nos produtos/serviços são recuperados no preço praticado ao
cliente, daí que as actividades sem valor acrescentado devem ser eliminadas sempre que possível.
Indutores de Gastos – são os factores que incidem directamente no nível de custo de uma
actividade, ou seja, que motivam a ocorrência de gastos.
Identificação das principais actividades que ocorrem numa organização, obrigando a que se
realizem entrevistas a cada uma das áreas da organização para que se construam fluxogramas
que permitam facilitar a compreensão das actividades realizadas;
Alocação dos custos indirectos associados ao consumo e utilização dos recursos já listados
através do indutor de custo de recursos;
Selecção dos indutores de custos de actividade mais adequados para cada uma das actividades
já identificadas;
Cálculo dos custos por cada objecto de custeio, somando os custos das actividades que
contribuíram para a sua obtenção.
Observadas rigorosamente estas etapas, estarão criadas as condições para o apuramento do custo de
produção, que deve obedecer os seguintes passos:
2. Determinação dos custos unitários das actividades, tendo como base o volume do Indutor de
Custo;
4. Determinação do custo de produção global, através da soma dos custos directos e os custos das
actividades, e unitário, que se obtém dividindo o custo global pelas quantidades produzidas.
Logo que as actividades são identificadas e estimados os seus gastos, há que atribuir os gastos de
recursos consumidos às diversas actividades.
Muitos dos recursos são directamente atribuíveis à cada actividade específica, mas outros são de
natureza indirecta e partilhados conjuntamente por várias actividades. A atribuição dos recursos às
actividades deve ser numa base de relação causa-efeito, não devendo-se fazer atribuições arbitrárias.
Nessa atribuição deve ser utilizado um cost driver que conduz os gastos indirectos de uma actividade.
Por último, devem ser atribuídos os gastos aos objectos previamente definidos. Os coeficientes de
imputação devem ser utilizados para afectar os gastos das actividades aos produtos com base no
consumo destes. A imputação dos gastos pelos diferentes produtos é efectuada com base no coeficiente
de imputação dos gastos das actividades.
Corresponde àquelas actividades cujos recursos são consumidos e usados sempre que uma unidade
adicional de output é produzida/vendida. A quantidade de recursos consumida nesse tipo de actividade
é proporcional ao volume de produção e vendas.
Os recursos necessários neste tipo de actividade são independentes do número de unidades fabricadas
no lote de produção. Ex: os custos das actividades de preparar as máquinas para uma nova ordem de
produção, comprar matérias-primas aos fornecedores e processar as ordens de clientes, são
independentes, respectivamente, do número de produtos fabricados após a preparação das máquinas,
do número de itens que compõem a ordem de compra a um fornecedor e do número de produtos
encomendados por um cliente.
São as que são intrínsecas a determinados produtos e serviços específicos. Ex: a actividade de
concepção de produtos é uma actividade cujos custos estão directamente associados com o número de
linhas de produto concebidas. Os custos inerentes à actividade de manter actualizada as especificações
dos produtos dependem das linhas de produtos existentes e não de volume de produção/venda.
São as actividades cujos custos não dependem do volume de outputs, do número de lotes fabricados ou
de número de linhas de produção. Engloba as actividades intrínsecas à realização do negócio, cujos
custos só podem ser alocados aos objectos de custeio de uma forma totalmente arbitrária (não devendo
ser repartidos).
A adopção do ABC não deve ser entendida como um fim em si mesmo. Os seus benefícios
dependem da forma como o sistema é implementado e aceite na organização pelos Gestores e
demais utilizadores.
Embora haja grandes vantagens existem, na prática, várias dificuldades associadas à sua
implementação que podem prejudicar o sistema, nomeadamente, segundo Innes Mitchell:
As actividades nem sempre são facilmente identificáveis. O facto de essas ser transversais à
organização de se estenderem para lá das fronteiras dos departamentos muitas vezes dificulta a
sua identificação;
Obriga a revisões periódicas das actividades e dos cost drivers, como forma de garantir a
qualidade da informação gerada.
Sumário
3. O método ABC apresenta inúmeras vantagens no que tange a repartição dos custos indirectos.
Contudo, também apresenta algumas limitações. Aponte as limitações do método ABC.
4. A Indústria do Centro, S.A, dedicada ao fabrico de colchões, cujas referências estão indicadas na
tabela abaixo, utiliza o Método ABC para a determinação do custo dos seus produtos.
Relativamente ao mês de Março último, obteve-se a seguinte informação:
Cada hora de Mão-de-Obra directa custou 12,00 e os gastos gerais relativos às actividades encontram-se
assim representados:
A fabricação dos vários lotes de cafés segue as seguintes etapas: o café é adquirido em grão a
produtores de diversas áreas geográficas do mundo, de acordo com as características pretendidas; os
grãos de café, quando recepcionados são inspeccionados e seleccionados para garantir a sua
homogeneidade e qualidade; depois disto, são sujeitos a uma operação de torrefacção seguida de um
controlo de qualidade. Os grãos de café após torrados são moídos e, posteriormente, misturados
seguindo a composição definida quando concebida a variedade do café. Os cafés ainda antes de serem
embalados e expedidos para os vários clientes, são sujeitos a última inspecção de controlo de qualidade.
A contabilidade de Gestão desta área de negócios baseia-se no Activicty Based Costing. Foram
identificadas na área as seguintes actividades:
Descrição A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7
Gastos com 41.515,00 51.102,00 19.208,00 4.481,00 11.296,00 5.011,00 6.409,00
Pessoal
Material de 200,00 340,00 250,00 50,00 135,00
escritório
Comunicação 345,00 220,00 170,00 160,00 210,00
Material de 1,250,00
Pretende-se:
Cada hora de Mão-de-Obra directa custou 12,00 e os gastos gerais relativos às actividades encontram-se
assim representados:
Os custos indirectos de Produção (CIP) totalizaram 54,000.00MT no referido período. Por meio de
entrevistas, análise de dados da contabilidade etc, verificou-se que esses custos referiam-se às seguintes
actividades mais relevantes: