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UNIDADE II

Custos e Preços

Prof. Carlos Guimarães


Agenda

 Introdução

Sistemas de Custeio:

 Custeio por absorção;

 Custeio baseado em atividades (ABC).


Sistemas de Custeio – introdução

 Nosso intuito é o de apresentar a sistemática de alocação dos custos aos produtos


segundo a abordagem do custeio baseado em atividades (ABC) que é um método
que procura reduzir as distorções causadas pelo rateio arbitrário dos
custos indiretos.
Sistemas de Custeio – introdução

 O Sistema de Custeio ABC pode ser uma ferramenta que permite melhor
visualização dos custos por meio da análise das atividades executadas dentro da
empresa e suas respectivas relações com os produtos e a necessidade de uma
definição das atividades relevantes dentro dos departamentos, dos direcionadores
de custos de recursos que irão alocar os diversos custos incorridos às atividades.
Sistemas de Custeio – introdução

 Apresentaremos algumas diferenças com os sistemas tradicionais, com a atenção


voltada para a alocação dos custos indiretos.

 Veremos que o ABC propõe o uso do rastreamento por meio dos direcionadores
de custos, sendo dois tipos de direcionadores: os de recursos para as atividades e
o de atividades aos produtos. O intuito é a redução na arbitrariedade dos critérios
de rateio, já que o ABC é visto como uma ferramenta importante para a gestão da
empresa, contudo sua metodologia ainda possui a necessidade de ratear por ainda
conter certo grau de subjetividade.
Sistemas de Custeio

A título de exemplo, segue comparação entre o rateio (do custeio por absorção) e o
rastreamento (do custeio baseado em atividades):
Rateio Rastreamento
Ocorre quando não for Ocorre quando não for
possível a alocação direta ou possível a alocação direita
o rastreamento
Definido de forma arbitrária e Definido por meio de
subjetiva pesquisas e estudos
Não representa a verdadeira Identifica relação de causa e
relação entre custo e atividade efeito: relação mais verdadeira

Aplicado por meio de critério Utiliza direcionadores


definido pelo gestor de custos
Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades

 Segundo Martins (2009), no método de custeio baseado em atividades – ABC


(Activy-Based Costing), as atividades consomem recursos e os produtos
consomem atividades procurando reduzir as distorções provocadas pelo rateio
arbitrário dos custos indiretos. A exigência de uma melhor alocação dos custos
indiretos deve-se ao avanço tecnológico e crescente complexidade dos sistemas
de produção e também pela grande diversidade de produtos e modelos fabricados.
Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades

Custeio por absorção:

Recursos Produtos

ABC:

Recursos Atividades Produtos


Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades

 Nesse método de custeio, assume-se como pressuposto que os recursos de uma


empresa são consumidos por suas atividades e não pelos produtos que ela
fabrica. Os produtos surgem como consequência das atividades consideradas
estritamente necessárias para fabricá-los e/ou comercializá-los, e como forma de
se atender a necessidades, expectativas e anseios dos clientes.
Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades

 Assim, o custeio baseado em atividade atribui os custos de acordo com o padrão


de consumo de recursos dos produtos. Se isso for verdade, então, o custeio
baseado em atividade deve produzir custos mais precisos dos produtos se houver
diversidade do produto, apenas porque os direcionadores em nível unitário não
conseguem capturar o padrão completo de consumo de produtos.
Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades

Afinal, o que são direcionadores de custos?


 Direcionador de custos é o fator que determina o custo de uma atividade devendo
ser o fator que determina ou influencia a maneira como os produtos “consomem”
(utilizam) as atividades. Assim, o direcionador de custos será a base utilizada para
atribuir os custos das atividades aos produtos.
Recursos

Direcionadores de custos de recursos

Atividades
Vai um zoom
Direcionadores de custos de atividades

Produtos ou serviços
Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades

Recursos

Direcionadores de custos de recursos

Atividades

Direcionadores de custos de atividades

Produtos ou serviços
Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades

Direcionador: fator que determina o custo


de uma atividade e de um produto.
1º estágio
Direcionador de recursos: quanto de
recursos foram consumidos pelas
atividades?
2º estágio

Direcionador de atividades: quanto de


atividade foi consumida pelo produto?
Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades

Não existe uma lista de direcionadores que as empresas devem utilizar, mas elas
podem estudar aqueles que permitem alocar os custos aos produtos de modo que
representa o valor mais próximo da realidade. A título de exemplo, têm-se os
seguintes direcionadores:

EXEMPLOS DE DIRECIONADORES

Número de inspeções
Número de recebimentos
Número de requisições
Tempo de processamento
Tempo de armazenamento
Número de chamadas
Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades

 As atividades consideradas estritamente necessárias para fabricar os produtos


consomem os recursos.

 Mas como identificamos que a atividade consumiu recurso?


Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades

 Por meio dos direcionadores de tipo 1, os produtos, por sua vez, consomem as
atividades cujos custos anteriormente atribuídos passam agora para os produtos
direcionadores de tipo 2.

Ou seja, são dois estágios:

1. Os custos são transferidos dos departamentos para as atividades;

2. Os custos são transferidos das atividades


para os produtos.
Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades

Didaticamente, as atividades podem ser organizadas em cinco níveis gerais:

1. Atividades da unidade de produto: são realizadas cada vez que uma unidade
é produzida.

2. Atividades de lotes: são realizadas cada vez que se lida com um lote ou ele
é processado, independentemente do número de unidades nele contido.

3. Atividades do produto: relacionadas com produtos


específicos, precisam ser executadas de modo típico,
independentemente da quantidade de lotes em execução
ou das unidades que estão sendo produzidas.
Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades

 Didaticamente, as atividades podem ser organizadas em cinco níveis gerais: (cont.)

4. Atividades do cliente: relacionadas a clientes específicos, compreendem


atividades como atendimento de pedidos por telefone.

5. Atividades de sustentação da organização: são executadas


independentemente de qual cliente é atendido, quais produtos são fabricados e
quantos lotes são processados, ou quantas unidades são feitas.
Interatividade

O que são direcionadores de custos?

a) É o fator que determina o custo de uma atividade.


b) É o preço que se paga.
c) É a direção que o administrador deve tomar para economizar.
d) É a etapa da despesa que gera lucro.
e) É o custo total.
Resposta

O que são direcionadores de custos?

a) É o fator que determina o custo de uma atividade.


b) É o preço que se paga.
c) É a direção que o administrador deve tomar para economizar.
d) É a etapa da despesa que gera lucro.
e) É o custo total.
Agenda

 Alocação de custos das atividades aos produtos.

 Exemplo: Custeio Baseado em Atividades (ABC).


Sistemas de Custeio – alocação de custos das atividades aos produtos

A partir da premissa de que são as atividades que consomem recursos e essas são
consumidas por produtos e outros objetos de custo, Hansen & Moween (2001)
explicam as seis etapas essenciais para o projeto de implantação de um sistema ABC:

1. Identificar, definir e classificar as atividades e os atributos-chave. Identificar


refere-se a descrever a ação pretendida como “receber materiais”.
Sistemas de Custeio – alocação de custos das atividades aos produtos

 A definição é feita a partir da descrição dos atributos de atividades, que detalha as


tarefas realizadas em uma atividade, os tipos de recursos consumidos por ela, o
tempo gasto pelo funcionário, os objetos de custos que a consomem e uma
medida de consumo de atividade que é o próprio direcionador de atividade.

A classificação das atividades refere-se à atribuição das atividades em um dos


dois grupos:
 das atividades primárias, as quais são consumidas por
um objeto de custo;

 das atividades secundárias, consumidas por atividades


primárias ou outras secundárias.
Sistemas de Custeio – alocação de custos das atividades aos produtos

2. Atribuir o custo dos recursos para as atividades. Nessa etapa identificam-se


quais são os recursos consumidos em cada atividade e seus respectivos custos.
Para tanto, é necessário utilizar o rastreamento direto ou por direcionador. Os
direcionadores de recursos são os fatores que medem quanto cada atividade
consome de recursos, permitindo que esses sejam atribuídos àquelas.
Sistemas de Custeio – alocação de custos das atividades aos produtos

3. Atribuir o custo das atividades secundárias para as atividades primárias,


em que cada atividade primária funciona como um direcionador de atividade e, a
partir da determinação dos direcionadores, verifica-se que proporção cada
atividade primária consome das secundárias.
Sistemas de Custeio – alocação de custos das atividades aos produtos

4. Identificar os objetos de custo e especificar a demanda de cada atividade


consumida por objeto de custo específico. Isso é feito a partir de dois tipos de
direcionadores de:

 Transação: medem quantas vezes uma atividade é realizada, assim como a


quantidade de tratamentos e de pedidos.

 Duração: medem o tempo requerido para realizar uma atividade.


Sistemas de Custeio – alocação de custos das atividades aos produtos

5. Calcular as taxas de atividades primárias a partir da divisão dos custos das


atividades orçadas pela capacidade prática de atividades, sendo que
a capacidade de atividade é a quantidade de produto da atividade.

6. Atribuir os custos de atividades aos objetos de custo que as consumiram,


a partir da multiplicação das taxas de atividade pela quantidade que o objeto
de custo consumiu de cada atividade.

 Ressalta-se que um objeto de custo pode ser,


por exemplo, um produto, um lote, uma ordem
ou encomenda.

Vamos fazer um exemplo:


Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA

A Fashion SA é empresa de confecções que produz dois tipos de produtos, de


acordo com as informações a seguir:

Produto Volume mensal de produção Preço de venda unitário

Camisetas 18.000 un. R$ 10,00

Calças 13.000 un. R$ 16,00


Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA

O gestor da empresa nos informou que tudo que foi produzido foi vendido. Além
disso, fomos informados de que a empresa possui dois departamentos de produção:

Departamentos de produção

Corte e costura

Compras
Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA

Com relação a seus custos Custos diretos por unidade


e despesas, a empresa Camisetas Calças
nos informou o seguinte: Tecido $ 3,00 $ 3,00
Mão de obra direta $ 0,50 $ 0,75
TOTAL $ 3,50 $ 3,75
Custos indiretos
Aluguel $ 24.000
Material de consumo $ 12.000
TOTAL $ 36.000
Despesas
Administrativas $ 5.000
Com vendas $ 2.000
TOTAL $ 7.000
Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA

Para alocar os custos aos produtos e encontrar a Demonstração de Resultados da


Fashion SA, vamos acompanhar os seguintes passos:

Passos Tarefas

1º passo Identificar as atividades relevantes

2º passo Atribuir custos às atividades

3º passo Atribuir os custos unitários aos produtos

4º passo Demonstração dos resultados da produção


Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA

1º passo: identificar as atividades relevantes:

Para identificar as atividades relevantes da empresa, precisamos de mais algumas


informações do gestor da empresa. Ele nos informa que a empresa tem os seguintes
departamentos, bem como os processos dentro de cada departamento, de onde
foram destacadas as duas atividades relevantes:

Departamentos Atividades

Compras Comprar materiais

Corte e costura Cortar e costurar


Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA

2º passo: atribuir custos às atividades:

A metodologia do Custeio Baseado em Atividades diz que primeiro deve-se alocar


custos às atividades. Vimos que isso é feito por meio dos direcionadores de custos,
informação obtida por meio de pesquisas e entrevistas com os colaboradores
envolvidos nas duas atividades identificadas como relevantes. Dessa forma, os
direcionadores de custos às atividades, bem como o custo indireto a que se
referem, são:
Custos indiretos Direcionadores

Aluguel Área utilizada

Material de consumo Número de requisição


Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA

2º passo: atribuir custos às atividades, dessa forma, os custos totais de cada


atividade são:

Departamentos Atividades Custos

Compras Comprar materiais 17.000

Corte e costura Cortar e costurar 19.000

TOTAL 36.000
Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA

3º passo: atribuir os custos unitários aos produtos:

Depois de identificada as atividades relevantes, seus direcionadores de recursos e


respectivos custos, temos condição de ir ao terceiro passo, que é atribuir custos das
atividades aos produtos, ou seja, é custear os produtos. Para isso devemos levantar
os direcionadores das atividades aos produtos. Para nosso exemplo, vamos
considerar os seguintes direcionadores, bem como suas quantidades:
Direcionadores das atividades

Departamentos Atividades Direcionadores

Compras Comprar materiais Número de pedidos


Tempo de corte e
Corte e costura Cortar e costurar
costura
Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA

3º passo: atribuir os custos unitários aos produtos:

Quantidade de direcionadores para cada produto

Direcionadores Camisetas Calças Total


Número de pedidos 150 200 350
Tempo de corte e costura 2.160 2.600 4.760
Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA

Com base nessas informações Comprar materiais


Custo total 17.000
anteriores, já podemos alocar
Direcionadores: número de pedidos
os custos das atividades aos Camisetas Calças TOTAL
produtos da seguinte maneira: Número de pedidos 150 200 350
Direcionador unitário 17.000/350 = 48,571

Custo de comprar
150 x 48,571 = 7.286 200 x 48,571 = 9.714 17.000
materiais

Cortar e costurar
Custo total 19.000
Direcionadores: tempo de corte e costura
Camisetas Calças TOTAL
Tempo de corte e costura 2.160 2.600 4.760
Direcionador unitário 19.000/4.760 = 3,992

Custo de cortar e costurar 2.160 x 3,992 =8.622 2.600 x 3,992 =10.378 19.000
Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA

 Por fim, atribuídos os custos indiretos Camisetas Calças Total


aos produtos e não tendo dificuldade Receita de Vendas 180.000 208.000 388.000
na alocação dos custos diretos já é (-) Tecido - 54.000 - 39.000 - 93.000
possível irmos para o quarto passo, a
(-) Mão de Obra Direta - 9.000 - 9.750 - 18.750
elaboração de Demonstração de
Custos Diretos – Subtotal -63.000 -48.750 -111.750
Resultados da Fashion SA.
(-) Comprar Materiais - 7.286 - 9.714 - 17.000
(-) Cortar e Costurar - 8.622 - 10.378 -19.000
Custos Indiretos – Subtotal -15.908 -20.092 -36.000
(=) Lucro Bruto 101.092 139.158 240.250
(-) Administração - 5.000
(-) Vendas -2.000
(=) LAIR - - 233.250
Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA

4º passo: demonstração Camisetas Calças Total


de resultados. Receita de vendas 180.000 208.000 388.000
(-) Tecido - 54.000 - 39.000 - 93.000
(-) Mão de obra direta - 9.000 - 9.750 - 18.750
Custos diretos – subtotal -63.000 -48.750 -111.750
(-) Comprar materiais - 7.286 - 9.714 - 17.000
(-) Cortar e costurar - 8.622 - 10.378 -19.000
Custos indiretos –
-15.908 -20.092 -36.000
subtotal
(=) Lucro bruto 101.092 139.158 240.250
(-) Administração - 5.000
(-) Vendas -2.000
(=) LAIR - - 233.250
Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA

Camisetas Calças Total

Receita de vendas 180.000 208.000 388.000

(-) Tecido - 54.000 - 39.000 - 93.000

(-) Mão de obra direta - 9.000 - 9.750 - 18.750


Custos diretos –
-63.000 -48.750 -111.750
subtotal
(-) Comprar materiais - 7.286 - 9.714 - 17.000

(-) Cortar e costurar - 8.622 - 10.378 -19.000


Custos indiretos –
-15.908 -20.092 -36.000
subtotal
(=) Lucro bruto 101.092 139.158 240.250

(-) Administração - 5.000

(-) Vendas -2.000

(=) LAIR - - 233.250


Interatividade

A classificação das atividades refere-se à atribuição das atividades em um dos dois


grupos: das atividades primárias e das atividades secundárias.

O que são atividades primárias?

a) As despesas de marketing.
b) As consumidas por atividades primárias ou outras secundárias.
c) As quais são consumidas por um objeto de custo.
d) As despesas que geram lucro.
e) As despesas com o pessoal de marketing.
Resposta

A classificação das atividades refere-se à atribuição das atividades em um dos dois


grupos: das atividades primárias e das atividades secundárias.

O que são atividades primárias?

a) As despesas de marketing.
b) As consumidas por atividades primárias ou outras secundárias.
c) As quais são consumidas por um objeto de custo.
d) As despesas que geram lucro.
e) As despesas com o pessoal de marketing.
Agenda

 Utilização do ABC para avaliação de desempenho.

 ABC e o custeio variável.

 Vantagens e desvantagens do custeio baseado em atividades.

 Custos para controle.


Utilização do ABC para avaliação de desempenho

Para Martins (2009), o ABC possibilita a análise de custos sob duas visões:

 A visão econômica de custeio é uma visão vertical, que apropria os custos aos
objetos de custeio pelas atividades realizadas em cada departamento.

 A visão de aperfeiçoamento de processos é uma visão horizontal, que capta


os custos dos processos pelas atividades realizadas nos vários
departamentos funcionais.
Utilização do ABC para avaliação de desempenho

 Vale ressaltar que a visão horizontal possibilita analisar o processo de maneira


interdepartamental, possibilitando que seja analisado, custeado e aperfeiçoado por
meio da melhoria de desempenho na execução das atividades.

 O ABC poderá propiciar economias que justifiquem a relação custo-benefício do


projeto, pois com a implantação de um sistema de custos baseado nesse método
pode dar origem a uma reengenharia de processos, tornando-se um instrumento
de mudanças.
Utilização do ABC para avaliação de desempenho

Ainda segundo Martins (2009), a Gestão Baseada em Atividades apoia-se no


planejamento, na execução e na mensuração do custo das atividades para obter
vantagens competitivas; utiliza o Custeio Baseado em Atividades e caracteriza-se
por decisões estratégicas como:

 Alterações no mix de produtos;


 Alterações no processo de formação de preços;
 Alterações nos processos;
 Redesenho de produtos;
 Eliminação ou redução de custos de atividades que não
agregam valor;
 Elaboração de orçamentos com base em atividades etc.
Utilização do ABC para avaliação de desempenho

Assim, um projeto de implementação de ABC pode propiciar ampla gama de


informações, mas é necessário definir o escopo do projeto, que pode incluir
itens como:

 Custeio de produtos, linhas ou famílias de produtos;

 Inclusão ou não de gastos com vendas e administração no custo de produtos,


linhas ou famílias;

 Custeio de: processos, de canais de distribuição,


de clientes, mercados e segmentos de mercado;
Utilização do ABC para avaliação de desempenho

 Análise de lucratividade desses objetos custeados;

 Utilização de custos históricos ou predeterminados;

 Será também sistema de acumulação ou apenas de análise de custos;

 Se o sistema será recorrente ou de uso apenas etc.


ABC e o custeio variável

 Para Martins (2009), a grande crítica ao uso do ABC está no problema do rateio
dos custos fixos. O uso do ABC identifica o custo das atividades e dos processos,
possibilitando uma visão muito mais adequada para a análise da relação
custo/benefício de cada uma das atividades e dos processos.

 Permite verificar quanto se gasta em determinadas atividades, tarefas e processos,


em que não se agrega valor ao produto, mesmo atento na presença de algum nível
de erro e mesmo de arbitrariedade nos rateios.

Pode-se chegar ao custo e às despesas globais de um


produto dividido em duas parcelas:

 Custos e despesas variáveis;


 Custos e despesas fixos apropriados ao ABC.
Vantagens e desvantagens do custeio baseado em atividades

Assim como todo sistema de custeio, o custeio baseado em atividades apresenta


algumas vantagens e desvantagens, as quais estão descritas a seguir:

Vantagens

 Diminui a arbitrariedade dos critérios de rateios;


 Permite a identificação de atividades que não adicionam valor ao produto
ou ao cliente;
 Permite a otimização de processos e eliminação
de desperdícios;

 Determina os custos dos produtos com maior precisão.


Vantagens e desvantagens do custeio baseado em atividades

Desvantagens:

 Dificuldade em determinar a correlação entre as atividades e seus direcionadores


de custos;

 A seleção de um direcionador pode sofrer arbitrariedade como nos critérios


de rateios;

 É dispendioso;

 Não diferencia os custos e as despesas fixas e variáveis,


por isso deve ser operado conjuntamente com outros
métodos de custeio.
Custos para controle

Depois de conhecermos os vários métodos de custeio, vamos conhecer um pouco


dos custos para controle, o conceito e as diferenças de custo-padrão como:

 Custo ideal;

 Custo estimado;

 Custo corrente.
Custos para controle

Custo ideal

 Considera que a empresa está sempre trabalhando nas melhores condições


possíveis de matéria-prima, de MOD de tecnologia; não considera ineficiências; é
teórico e voltado para decisões de longo prazo.

 Considera recursos que a empresa deveria ter (é idealizado).


Custos para controle

Custo estimado

 É baseado totalmente em experiência histórica, não considera muito as


ineficiências nem as possibilidades de melhorias.

 É bem prático e considera recursos que a empresa tem.


Custos para controle

Custo corrente

 Considerado como prático e teórico, considera os fatores que a empresa tem, que
existem ineficiências, sendo que algumas podem ser sanadas, considera
melhorias e que é o método que pode mais se aproximar da realidade da empresa,
portanto, é o mais usado pelas empresas.

 Significa o estabelecimento de uma meta atingível.


Custos para controle

Conheceremos a importância da análise das variações: de preço, de quantidade e


mista, para materiais (como a matéria-prima), MOD e materiais indiretos e a maneira
de investigar se as variações se devem a:

 Qualidade da matéria-prima usada foi inferior a recomendada;

 Se a baixa qualidade da MOD aumentou o consumo de prata em função


de desperdício ou erros no processo produtivo;

 Se faltou negociação ou incapacidade de negociação


do departamento de compras.
Custos para controle – custo padrão

 O conhecimento dos resultados permite ao gestor o desenvolvimento de planos


estratégicos para a boa condução dos seus empreendimentos.

 Ele precisa de elementos analíticos que possibilitem tomadas de decisão


(avaliação de desempenho) nos momentos certos, informações para efetuar as
mudanças de rumo necessárias e a identificação de setores produtivos ou de fases
do processo produtivo com problemas de custo ou lucratividade.
Custos para controle – custo padrão

 Em 1915, quando a estrutura básica da Contabilidade de Custos havia sido


completada com o refinamento das técnicas do fluxo de custos e a questão do uso
apropriado de taxas de rateio, estava sendo desenvolvido o método do custeio
por absorção.

 Houve, então, a busca de uma maior eficiência baseada na utilização de matérias-


primas e mão de obra.
Custos para controle – custo padrão

 Os padrões físicos transformaram-se em padrões de custos. Era o


desenvolvimento do sistema de custo-padrão.

 Os custos padrões foram inicialmente introduzidos no Japão após a Segunda


Guerra Mundial e a Nippon Electronics Company (NEC) foi uma das primeiras
empresas japonesas a adotá-lo para todos os seus produtos.
Custos para controle – custo padrão

Para o estabelecimento de custos padrões é necessário que sejam desenvolvidos os


padrões para os principais elementos que compõem os custos dos produtos: mão de
obra direta, materiais diretos e os CIF consumidos na produção. Ou seja, um sistema
de custo padrão, em comparação entre o realizado e o padrão estabelecido, cada
um desses custos possui duas possibilidades de variações divididas entre:

 Variações de preços relativas à diferença entre o preço padrão e o real por


unidade multiplicado pela quantidade real de unidades consumidas;
Custos para controle – custo padrão

 Variações de consumo, relacionadas à quantidade utilizada de materiais e


eficiência da produção, ou seja, é a diferença entre a quantidade padrão e a real
de unidades consumidas, multiplicadas pelo preço padrão unitário.

Essa divisão permite que os gestores analisem e controlem melhor a variação total,
já que podem verificar a sua origem. Poderíamos propor o seguinte esquema:
Custos para controle – custo padrão

Variação Total =
Variação de Preço + Variação de Consumo
[(PR x QR) – (PP x QR)] + [(PP x QR) – (PP x QP)]
Em que:
 PR = Preço Real
 PP = Preço Padrão
 QR = Quantidade Real
 QP = Quantidade Padrão.
Custos para controle – custo padrão

 De acordo com Garrison e Noreen (2001, p. 306), um padrão é uma referência


(bench-mark), ou norma, para a avaliação do desempenho.
 Padrões são amplamente empregados na contabilidade gerencial, em que são
relacionados à quantidade e ao custo dos insumos empregados na produção dos
bens ou na prestação de serviços.
 As quantidades padrões indicam quanto de um insumo deve ser empregado
na fabricação de uma unidade do produto ou na prestação de uma unidade
de serviço.
 Os custos (preços) padrões indicam qual deve ser o
custo, ou preço de compra, do insumo.
Custos para controle – custo padrão

 As quantidades e os custos reais dos insumos são comparados com esses


padrões. Se ocorrerem divergências significativas, os gerentes investigam,
com o objetivo de descobrir a causa do problema e eliminá-la,
de modo que não se reproduza.

 Em outras palavras, os custos padrões representam valores ideais de material


direto, mão de obra direta e custos indiretos de fabricação, criteriosamente
predeterminados, em conformidade com as especificações do produto e as
condições operacionais da empresa.
Custos para controle – custo padrão

Essas organizações podem utilizar a chamada folha de custo padrão, em que estão
estabelecidos detalhadamente para cada produto: os padrões de materiais, mão de
obra e custo indireto e que mune o gerente de uma grande quantidade de
informações pertinentes aos insumos necessários à produção de uma unidade e
seus respectivos custos. São três as principais categorias de custo padrão:

Custo padrão estimado:

Custo padrão ideal:

Custo padrão básico ou corrente:

De modo resumido, temos:


Quadro – resumo das características de custo ideal, corrente e estimado

Ideal Corrente Estimado


Considera os melhores fatores Leva em conta fatores de Leva em conta fatores de
de produção que DEVERIA TER produção que a empresa TEM produção que a empresa TEM
Exclui as ineficiências que Considera algumas ineficiências. Parte do passado e introduz
“cientificamente” não podem ser Só exclui as que, de fato, podem algumas modificações
eliminadas ser sanadas esperadas
Obtido por meio Obtido por meio de pesquisas
Considera aspectos práticos
de estudos teóricos e testes práticos
Foco no longo prazo Foco de curto e médio prazo
Custos que deveria ter se a Custo que a empresa deverá
empresa conseguisse atingir ter, ou que normalmente
certos níveis de desempenho deverá obter
Interatividade

O custeio baseado em atividades apresenta algumas vantagens e desvantagens,


as quais estão descritas a seguir. Destas, qual é a desvantagem?

a) Diminui a arbitrariedade dos critérios de rateios.


b) Permite a identificação de atividades que não adicionam valor ao produto ou
ao cliente.
c) Permite a otimização de processos e eliminação de desperdícios.
d) Determina os custos dos produtos com maior precisão.
e) É dispendioso.
Resposta

O custeio baseado em atividades apresenta algumas vantagens e desvantagens,


as quais estão descritas a seguir. Destas, qual é a desvantagem?

a) Diminui a arbitrariedade dos critérios de rateios.


b) Permite a identificação de atividades que não adicionam valor ao produto ou
ao cliente.
c) Permite a otimização de processos e eliminação de desperdícios.
d) Determina os custos dos produtos com maior precisão.
e) É dispendioso.
Agenda

 Pequena revisão de custo fixo / custo variável – Unidade I.

 Análise de custo x volume.

 Conceito de ponto de equilíbrio.


Custos classificação – revisão

 A classificação dos custos em relação ao volume de produção, então, dará ênfase


às quantidades produzidas, sendo subdivididos os custos em fixos e variáveis.

 Agora, nosso objetivo é fazer com que você conheça os principais aspectos da
forma de apuração de custos, pois se entende como função de acumulação de
custos qualquer segmento da entidade em que se deseje apurar custos.

 Para isso, vamos conhecer outras classificações de custos.


Custos fixos – revisão

 Os custos fixos independem do volume de produção, dentro de um período


relevante, ou seja, não apresentam qualquer variação em função do nível de
produção. Esses custos, em termos gráficos, se comportarão paralelamente ao
eixo das quantidades, tendo em conta não apresentarem variação qualquer que
seja a quantidade produzida.

 Ou seja, se uma indústria cerâmica, que produz aparelhos de jantar, produzir um


milhão de peças ou uma única peça, seus custos fixos permanecerão os mesmos.

 Graficamente tem-se o comportamento dos custos fixos


como mostra a figura 4.
Custos fixos – revisão

Figura 4 – comportamento dos custos fixos no curto ou médio prazo

Custo ($)

Custo fixo

Volume de atividade
Custos fixos – revisão

 Então, se o aluguel da área de produção for, por exemplo, de R$ 500, esse valor
não varia com a unidade produzida, nem tende a variar no curto prazo, como dois
meses, três ou mais.

 Se a empresa produzir 100 unidades terá que pagar o valor integral do


aluguel, se produzir 1 unidade também.

 Perceba outra coisa, o custo fixo não se inicia no zero.


Isso porque independentemente de qualquer volume
produzido, ele vai existir (como falamos, produzindo ou
não, terá que pagar o aluguel; vendendo ou não o
produto, teremos que pagar o aluguel no final do mês).
Custos variáveis – revisão

 Os custos variáveis se alteram em função do volume da produção, ou seja, sempre


apresentarão algum grau de variação em função das quantidades produzidas.
Graficamente, os custos variáveis se apresentam conforme mostra a figura 5.

Custo ($)

Figura 5 – comportamento
dos custos variáveis Custo variável

Volume de atividade
Custos

 Vamos relembrar um pouco o comportamento dos custos fixos por meio de


um exemplo.
 A empresa Soneca produz travesseiros e, por meio dos levantamentos da
Contabilidade de Custos, sabe que possui um total de custos fixos de R$ 20.000
mensais; os custos variáveis são de R$ 8,00 a unidade e o preço de venda do
travesseiro é R$ 20,00 por unidade, conforme tabela a seguir:

Lista de gastos da soneca


Custos fixos R$ 20.000,00
Custos variáveis R$ 8,00 / Un
Preço de venda R$ 20,00 / Un
Custo variável

 Se a Soneca produzir, por exemplo, 1.000 unidades, seus custos fixos serão de
R$ 20.000,00 mensais; se a Soneca produzir 500 unidades também; a mesma
coisa se ela não produzir em determinado período.
Os custos variáveis possuem comportamento diferente. Eles variam conforme a
produção, ou seja, quanto mais se produzir, mais será consumido. No caso da
Soneca, vamos imaginar a produção de zero, 100, 500 e 1.200 unidades.
O comportamento dos custos variáveis será:
Comportamento dos custos variáveis
Travesseiros vendidos Custo variável total
0 un R$ 0
100 un R$ 800
500 un R$ 4.000
1.200 un R$ 9.600
Custo total

Diferente dos custos fixos, os custos variáveis aumentam proporcionalmente em


relação à quantidade de itens produzidos e vendidos. Dessa forma, o custo total da
Soneca é formado pela soma dos custos fixos mais custos variáveis, seguindo as
quantidades vendidas e produzidas estabelecidas anteriormente, teríamos:

Custos totais da Soneca


Travesseiros Custo
Custo fixo Total
vendidos variável total
0 un R$ 0 R$ 20.000 R$ 20.000
100 un R$ 800 R$ 20.000 R$ 20.800
500 un R$ 4.000 R$ 20.000 R$ 24.000
1.200 un R$ 9.600 R$ 20.000 R$ 29.600
Custos fixos + variáveis

 Graficamente, o comportamento dos custos totais da Soneca é:

$ Custos

Variáveis
Figura 26 – Comportamento do Custo Total
Fonte: Martins (2009, p. 255).

Fixos

Volume de atividade
Conceito de ponto de equilíbrio

 O ponto de equilíbrio representa o valor em quantidades produzidas (e vendidas)


em que as receitas totais se igualam aos custos e despesas totais (fixos e
variáveis). Daí vem a terminologia “equilíbrio”, ou seja, quando a empresa equilibra
suas receitas com seus custos e despesas.

 O ponto de equilíbrio também é conhecido por ponto de ruptura (break-even point)


e nasce do encontro entre os custos e as despesas totais (fixos e variáveis) com
as receitas totais.

Nessa situação, o lucro é igual a zero:

 Receitas totais menos custos (e despesas) totais


iguais a zero.
Conceito de ponto de equilíbrio – gráfico

Graficamente, temos: Receita


Custos
$ Lucro

PE

Figura – Ponto de Equilíbrio


Fonte: adaptado de Martins (2009, Receitas
p. 258).
Variáveis
Custos
Prejuízo e despesas totais
Fixos

Volume
Conceito de ponto de equilíbrio

 Ao acompanhar o gráfico anterior, verificamos que até o ponto de equilíbrio


(antes), a empresa está tendo mais custos e despesas do que receitas,
encontrando-se, por isso, na faixa do prejuízo; acima, entra na faixa do lucro.

Assim, podemos afirmar que esse ponto é definido tanto em unidades (volume)
quanto em valores monetários, no caso em reais (R$). Considere, por exemplo, uma
empresa com esta situação:

Preço de venda R$ 500 / unidade


Custos e despesas variáveis R$ 350 / unidade
Custos e despesas fixas R$ 600.000 / mês
Conceito de ponto de equilíbrio

 Qual será o volume mínimo que essa empresa deveria produzir (e vender) para
que ela não tenha prejuízo? Em outras palavras, calcule o Ponto de Equilíbrio (PE).

Resolução:

No ponto de equilíbrio, temos que as receitas totais são equivalentes aos custos e às
despesas totais. Considerando “Q” como quantidade, temos:

Receita Total = (Custos Totais + Despesas Totais)


500 Q = (350 Q + 600.000)
500 Q – 350 Q = 600.000
150 Q = 600.000
Q = 4.000 unidades
Conceito de ponto de equilíbrio

Percebam que, neste momento, o conceito de Margem de Contribuição foi utilizado.


Margem de Contribuição unitária é encontrada pela diferença entre o preço de venda
e os custos e as despesas variáveis do produto, sendo que $ 500/un. – $ 350/un. =
$150/un. representa a Margem de Contribuição unitária (MC unit.). Assim, podemos
calcular o ponto de equilíbrio da seguinte forma:

(Custos + Despesas Fixas)


PE =
Margem de Contribuição Unitária
Conceito de ponto de equilíbrio

 Você já deve estar se perguntando: e para encontrar o ponto de equilíbrio em reais


(R$)?

 Nesse caso, basta multiplicarmos a quantidade em unidades encontrada no


cálculo do Ponto de Equilíbrio (PE) pelo valor da receita unitária.

Esse cálculo é simples, veja:

4.000 un. X $500/un. = $ 2.000.000/mês = PE em Reais


Interatividade

O que representa o ponto de equilíbrio?

a) Representa o valor em quantidades produzidas (e vendidas) em que as receitas


totais se igualam aos custos e às despesas totais (fixos e variáveis).
b) Representa a soma dos custos variáveis.
c) Representa os custos fixos menos os custos variáveis.
d) Representa a receita total mais os custos variáveis.
e) Representa a receita total menos os custos fixos.
Resposta

O que representa o ponto de equilíbrio?

a) Representa o valor em quantidades produzidas (e vendidas) em que as receitas


totais se igualam aos custos e às despesas totais (fixos e variáveis).
b) Representa a soma dos custos variáveis.
c) Representa os custos fixos menos os custos variáveis.
d) Representa a receita total mais os custos variáveis.
e) Representa a receita total menos os custos fixos.
ATÉ A PRÓXIMA!

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