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Guião de leitura

O Tesouro, de Eça de Queirós


I Capítulo

1. As personagens deste conto são-nos apresentadas no 1º e 2º parágrafos do texto. Faz a sua caracterização
física e psicológica.
Os três irmãos eram os fidalgos mais famintos e mais remendados da região; a miséria tornara-os mais
bravios que lobos.

2. Relaciona a caracterização inicial dos irmãos com o seu comportamento após a descoberta do tesouro.
O facto de serem miseráveis e bravios faz com que não tenham espírito de partilha e fraternidade.

3. A partir do momento em que encontram o tesouro, as três personagens passam a ser delineadas
individualmente. Traça o retrato físico e psicológico de cada uma delas.
Rui: “gordo e ruivo, e o mais avisado”
Rostabal: “homem mais alto do que um pinheiro, de longa guedelha, e com uma barba que lhe caía desde
os olhos raiados de sangue até â fivela do cinturão.”
Guanes: “enrugado, desconfiado”; “pele negra do seu pescoço de grou. Por fim, brutalmente…”

4. Caracteriza a relação dos três irmãos.


A relação dos três irmãos é marcada pela desconfiança.

5. Depois de encontrado o tesouro, os irmãos estabelecem um plano de ação. Identifica as várias etapas
deste plano.
Primeiro, Guanes iria à vila comprar mantimentos; depois de regressado e depois de refeitos os homens e
os animais, guardariam o ouro e iriam para casa de noite, o que consideravam ser mais seguro.

6. Identifica os recursos expressivos presentes nas frases seguintes:


- “No terror e esplendor da emoção” antítese
- “homem mais alto que um pinheiro” comparação/hipérbole
- “…puxando entre os dedos a pele negra do seu pescoço de grou.” metáfora

7. Que espaço é referido no 1º e 2º parágrafos do texto?


O espaço são os Paços de Medranhos, no reino das Astúrias.

7.1. Como é caracterizado este espaço?


Este espaço é rural e agreste no inverno.

7.2. Relaciona essa caracterização de espaço com a das próprias personagens.


As duras condições impostas pelo espaço refletem-se na personalidade das personagens.
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O Tesouro, de Eça de Queirós
II Capítulo

1. Ao contrário da situação que nos é apresentada no início do conto, agora os protagonistas são apernas
dois. Identifica-os.
Os protagonistas são Rui e Rostabal.

2. Que ideia comum “deslumbrou” Rui e Rostabal?


A ideia que os deslumbrou foi assassinarem o irmão, para ficarem com o tesouro.

3. No início desta segunda parte, Rui comenta com Rostabal o caráter de Guanes. Como o caracterizam os
dois irmãos?
Caracterizam-no como rufião, esbanjador, sôfrego, falso e doente…

4. Qual é o objetivo último da conversa “avisada e mansa” de Rui?


O objetivo é convencer o irmão a assassinar Guanes.

5. Explica a diferença entre a personalidade de Rui e a de Rostabal.


Rui é inteligente e manhoso.
Rostabal é fraco e influenciável.

6. Em que medida a natureza contrasta com a ação?


A natureza é apresentada como tranquila e aprazível e a ação é violenta.

7. Atenta na seguinte frase:


“… e sentiram o repique leve dos sinos de Retortilho. (…) Um bando de corvos passou sobre eles,
grasnando”.
7.1. De que modo estas referências prenunciam o assassínio de Guanes?
Os sinos só tocam a repique em ocasiões excecionais, nomeadamente quando morre alguém; o corvo tem
um simbolismo negativo e a sua cor (negro) é associada a luto e morte.
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III Capítulo

1. Das três personagens iniciais resta apenas uma. Quem é?


Resta apenas Rui.

2. Rui concretiza, aparentemente, os seus objetivos. Como tenciona ele justificar o desaparecimento dos
irmãos?
Rui tenciona justificar o desaparecimento dos irmãos dizendo que tinham morrido nas cruzadas.

3. O adjetivo “avisado” é repetidamente utilizado para caracterizar Rui. Consideras o adjetivo adequado à
personagem?
Sim, a personagem é astuta e maquiavélica.

3.1. Deteta o momento do texto em que este adjetivo é utilizado pelo narrador de forma irónica. Justifica
essa ironia.
Na linha ---- o adjetivo é usado ironicamente porque Rui não previra que os irmãos podiam ter pensado o
mesmo que ele.

4. Que novos dados te traz esta última parte do conto relativamente à personalidade de Guanes?
Guanes, afinal, era tão malvado como o irmão.

5. Explica a dimensão simbólica desta frase:


“Meio enterrada na erva negra, toda a face de Rui se tornara negra.”
A referência à cor negra procura reforçar a ideia de maldade que caracterizava a personagem, como se
finalmente esta se tivesse tornado visível exteriormente.

6. Há um momento do texto em que surge um indício do desfecho. Identifica-o e explica-o.


O indício é o facto de Guanes ter apenas trazido duas garrafas para os três. (premeditação)

7. Dá exemplos de outro tipo de indícios que tenhas encontrado ao longo do conto.


- número três: símbolo da família: pai, mãe, filho(s); três irmãos; perfeição, harmonia, união
- cofre: protege, preserva, permite que o seu conteúdo permaneça intocado ao longo do tempo; valores
positivos (integridade, solidariedade, respeito pelo outro)
- três fechaduras: preservam o conteúdo do cofre (da cobiça, da curiosidade, da apropriação indevida), mas
as três (em conjunto) permitem abri-lo sem dificuldade.
- ouro: material precioso e incorruptível, símbolo da perfeição; para além do seu valor material, simboliza a
salvação, a elevação a uma forma superior de vida, mais espiritual, menos animal. É esse o verdadeiro bem,
o verdadeiro tesouro
- velho: tempo antigo
- ferro: material resistente, simultaneamente à força e à corrupção; resistente ao tempo
- dístico em letras árabes: remete para um passado distante, mítico, um tempo de paz, equilíbrio e
perfeição, uma idade de ouro que poderá ser recuperada por quem conseguir recuperar o “tesouro”; mistério
8. Qual é a moral desta história?
A moral desta história é que “quem tudo quer, tudo perde”.

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