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“Assobiando à vontade”

Mário Dionísio

Prof. Susana Nunes


MÁRIO DIONÍSIO - BIOGRAFIA
• Mário Dionísio nasceu em Lisboa a 16 de Julho de 1916 e faleceu na sua cidade natal
em 17 de Novembro de 1993;
• Licenciou-se em Filologia Românica em 1940 na Faculdade de Letras da Universidade
Clássica de Lisboa. Foi professor do ensino liceal/secundário e depois da Revolução
dos Cravos da Faculdade de Letras;
• Colaborou em diversos jornais e revistas;
• Foi poeta, ficcionista, ensaísta e pintor. Enquanto artista plástico usou os
pseudónimos de Leandro Gil e José Alfredo Chaves;
• Em Setembro de 2009 abriu ao público a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio,
em Lisboa;
• Morre, aos 77 anos, de doença cardíaca, no Hospital de Santa Marta, em Lisboa. Não
quis velório nem flores, nem a presença da mulher e da filha no funeral. O corpo
seria cremado no cemitério do Alto de São João no dia seguinte.
RESUMO
• este conto fala da habitual rotina diária da cidade, num dia de
trabalho
• no meio desse caos, há um homenzinho que entra num
elétrico
Insiste que o deixem passar para
se sentar num lugar

• este homenzinho desperta toda a multidão que se encontra


dentro do transporte, por o acharem estranho
• as pessoas ficam a observar o sujeito, e este, sentindo-se
confortável, começa a assobiar, para grande espanto de todos
RESUMO (continuação)
• todos ficaram perplexos perante tal situação, invulgar naqueles
tempos

• desde a entrada do homenzinho até à sua saída do elétrico,


contam-se reações, pensamentos e gestos das restantes
personagens

• em suma, qualquer um que não aja como a maioria, é visto de


forma crítica e pejorativa
ESTRUTURA DO CONTO
• dia a dia da cidade de Lisboa: rotina
SITUAÇÃO INICIAL de uma viagem de elétrico.

• é apresentada uma personagem;


• incomoda os passageiros;
• começa a assobiar, sem qualquer
DESENVOLVIMENTO preconceito
ESTRUTURA (PERIPÉCIAS)
• no elétrico, uma menina gosta de o
ouvir assobiar
• a dada altura, ele sai

• as pessoas riem-se do seu ar


DESENLACE estranho;
• entendem que perderam a
compostura e voltam ao estado
habitual.
AÇÃO DO CONTO
ORGANIZAÇÃO DAS SEQUÊNCIAS
NARRATIVAS

POR POR
ENCADEAMENTO ENCAIXE

• O narrador utilizou o • O narrador utilizou o encaixe,


encadeamento para narrar a quando narra a lembrança de
rotina dos passageiros e as infância da mãe da miúda –
peripécias com o essa ação é colocada no meio
“homenzinho”. da ação principal.
PERSONAGENS

• Homem: vestido de forma modesta


• Personagem diferente: espírito crítico e não se
importa com a opinião dos outros.
• Aparenta ter um comportamento desadequado, ao
empurrar para se sentar e ao assobiar.

• Outros passageiros: bem vestidos


• Seguem as normas sociais e mantêm a sua
“compostura”.
• Apresentam um comportamento social
aparentemente mais aceitável, mostrando a
distinção ricos/pobres.
NARRADOR

Não participante -
PRESENÇA Heterodiegético
(3ª pessoa)

Subjetivo
NARRADOR PONTO DE VISTA (emite vários comentários, revelando
um agudo espírito crítico)

FOCALIZAÇÃO Omnisciente
(sabe os pormenores da história)
MENSAGEM DO CONTO
Este conto pretende alertar os
leitores para a injustiça social e para
o facto de a sociedade viver de
aparências.
RECURSOS EXPRESSIVOS

• “Felizmente, ainda havia alguns homens corretos na cidade e


algumas mulherzinhas que conheciam o seu lugar.” (ll. 28 a
30) = IRONIA

• “mais lhe apetecia rir, rir, rir” (l. 122) = REPETIÇÃO

• “Com desprezo? Com ironia? Com inveja?” (ll. 133 e 134) =


INTERROGAÇÃO RETÓRICA

• “a senhora nova e bonita” (l. 113) = DUPLA ADJETIVAÇÃO

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