Você está na página 1de 2

Farsa de Inês Pereira pág.

101

1. Identifique a funcionalidade das didascálias iniciais.


As didascálias apresentam Inês e as ações que ela desempenha.

2. A farsa tem início com um monólogo de Inês Pereira.


2.1. Enuncie os aspetos do quotidiano da personagem que lhe desagradam.
Inês não aceita nem gosta das tarefas domésticas, concretamente de bordar; não lhe agrada
também ter de permanecer em casa (como era usual no século XVI), uma vez que isso constituía,
para a personagem, uma espécie de cativeiro e tornava a vida enfadonha. Lamenta, ainda, o facto
de outras raparigas da sua idade se divertirem, enquanto ela tem de permanecer “cativa” em
casa.

2.2. Explicite a funcionalidade deste monólogo.


O monólogo funciona como um desabafo e um lamento caracterizadores da personagem.

2.3. Apresente três traços caracterizadores desta personagem a partir das suas palavras.
Inês é uma jovem, em idade de casar, revoltada com a sua condição social e com todas as tarefas
e comportamentos exigidos pela sua situação. A avaliar pelo seu comportamento, não é muito
diligente. Assim, sentindo-se cansada da vida que é obrigada a levar, anseia libertar-se por meio
do casamento. (vv. 7-11): “Ó Jesu! que enfadamento, / […] / d’algum outro aviamento.”)

3. Apresente as críticas e os conselhos expressos pela Mãe de Inês a partir do verso 39.
Críticas: A Mãe, de forma irónica, condena o facto de Inês ter abandonado o bordado, uma das
incumbências que lhe deixara: “logo […] lhe eu dei…”; “naceote algum unheiro?”(vv. 39-44). Por
esta razão, afirma que a filha é preguiçosa e que, devido a essa fama, terá dificuldades em
encontrar marido.

Conselhos: A Mãe procura ainda convencer a filha de que os pretendentes não tardarão em
aparecer e de que a vida de casada não é o que esta pensa, pois rapidamente aparecerão os
filhos. Por tudo isto, aconselha-a a não ter pressa “que («ante a Páscoa vem os Ramos»)” e
“Maior é o ano do que o mês”(vv. 60 e 62).

4. Identifique o desejo expresso por Inês ao longo do diálogo com a sua Mãe.
Inês só tem um desejo – casar o mais rapidamente possível: “Praza a Deos […] cativeiro” e
“Prouvesse a Deos! […] tão singela” (vv. 46-47 e 50-51).

5. Uma nova personagem junta-se às anteriores.


5.1. Refira o objetivo da vinda desta personagem a casa de Inês.
Lianor Vaz veio a casa de Inês com o objetivo de lhe apresentar uma proposta de casamento:
traz uma carta de um pretendente à mão de Inês (vv. 194-197).

1
5.2. Compare o grau de entusiasmo de Inês ao de Lianor Vaz, relativamente à proposta desta
última.
Inês mostra-se pouco recetiva e desconfiada, ao contrário de sua Mãe e de Lianor, que estão
muito entusiasmadas com o pretendente. A atitude de Inês justifica-se pelo facto de já ter em
mente um modelo de homem bem definido, que poderá não corresponder à proposta de Lianor. Por
esta razão, ainda que a alcoviteira o caracterize como “um bom marido, / rico, honrado, conhecido /
[…] que em camisa vos quer” (vv. 189-191), Inês quer primeiro saber como ele é, mostrando
interesse em ler a carta que ele lhe enviou (v. 198).

6. Transcreva os versos que melhor definem o modelo de homem de Inês Pereira.


vv. 184-188

7. Identifique os recursos presentes nos seguintes versos, analisando a sua expressividade no


texto.
a. “assi hei-de estar/encerrada nesta casa/como panela sem asa”. (vv. 12-14)
Comparação. A jovem compara-se a uma panela sem asa, aludindo, desta forma, ao facto de não ter
ainda casado.

b. “Olhade lá o mao pesar…” (v.52)


Ironia. A mãe de Inês zomba da pressa da filha em casar, afirmando, de modo irónico, que o facto
de se encontrar ainda solteira é uma desgraça.

Você também pode gostar