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Página 109 Afonso Mourão

1) As didascálias iniciais servem para sabermos que personagem está em palco (Inês Pereira)
e o que ela está a fazer (a fingir que lavra e a cantar).

1.1) Uma hipótese de interpretação é que a Inês prefere uma pessoa pobre e “ingénua”,
mas que lhe faça as vontades todas do que uma pessoa rica que saiba cantar, que
tenha muito dinheiro e uma classe social mais alta, mas que lhe traque em casa e nem
lhe deixe ir à janela cantar.

2)

2.1) O monólogo funciona como um desabafo, serve para sabermos melhor sobre a
personalidade de Inês. Inês Pereira não gosta de ter de ficar trancada em casa “Coitada assi
hei-de estar/encerrada nesta casa” nem de fazer as tarefas domésticas “renego este lavrar”,
também reclama do facto de ter de estar “trancada em casa” enquanto as amigas brincavam
na rua “Todas folgam e eu não”. Serve para sabermos melhor sobre a personalidade de Inês.

2.2) Inês é uma jovem “todas folgam e eu não”, revoltada com a sua condição social
“Coitada assi hei-de estar/encerrada nesta casa” e com todas as tarefas que tem de realizar
“renego este lavrar”. Também se sente cansada da vida que tem “esta vida é mais que morta”,
e anda desejosa de se casar para ter mais liberdade.

3) A mãe condena o facto da sua filha ter abandonado a costura “logo eu adevinhei(…) a tarefa
que lhe eu dei”. A mãe também refere que será difícil arranjar um marido porque ela é muito
preguiçosa e não faz as tarefas domésticas, e adiciona ainda que ter um marido não é tao bom
como ela pensa porque depois vêm os filhos “virão maridos a pares, e filhos de três em três.”
e avisa-lhe para ir com calma “não te apresses tu, Inês/ Maior é o ano que o mês”.

4) O desejo de Inês é casar o mais rápido que puder “Praza a deos que algum quebranto/ me
tire de cativeiro”

5)

5.1) Lianor Vaz está muito agitada porque foi atacada por um clérigo quando estava a ir para
a casa de Inês, e só escapou dele porque apareceu um outro homem. Em relação ao
comportamento de Lianor Vaz, Gil Vicente terá a intenção de introduzir um episódio cómico e
de criticar o clero.

5.2) A Mãe acha que o episódio não é real, porque quando olha para Lianor repara que a
mesma não tem nenhuma marca física da agressão. Por isso afirma “Não estás tu arranhada, /
de te carpir, nas queixadas”.

5.3) Inês mostra-se desconfiada, ao contrário de sua Mãe e de Lianor, que estão muito
entusiasmadas com o pretendente. Inês está assim porque já tem em mente um homem bem
diferente do apresentado. Por isso, ainda que Lianor diga que ele é “um bom marido, / rico,
honrado, conhecido / […] que em camisa vos quer”, Inês quer primeiro saber como ele
realmente é.

6) “Porem não hei de casar (…) que assi o tenho assentado”


7) a) Comparação. A jovem compara-se a uma panela sem asa que não sai do mesmo sítio
com o facto de estar trancada em casa.
b) Ironia. A mãe de Inês goza com ela por ainda estar solteira

c) Interrogação retórica. O objetivo não é obter uma resposta, mas sim defender-se

8)
8.1) Conector adversativo

8.2) Estabelece uma oposição entre o homem que Inês tinha em mente e o que lhe
apresentaram.

9) a) apócope

b) apócope

c) metátese

d) epêntese

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1) a) F aparenta ser um camponês rude


b) F o lavrador afirma que já tinha visto Inês
c) V
d) V
e) F Após a leitura da carta, Inês acede, finalmente, que Lianor chame o candidato

2) Quando Lianor viu o que Inês estava a escrever na carta disse que quem quer casar não
deve escolher muito “Casa, filha, […] / não percas a ocasião.”. A Mãe também fica espantada
pela reação da filha “Pardeus, amiga, essa é ela! / Mata o cavalo de sela / e bom é o asno que
me leva.”

3) Quando a mãe diz para Inês se “arranjar”, para agradar Pero Marques, Inês goza, dizendo
que Pero Marques não é uma pessoa de cortesias, logo, gostará dela de qualquer “maneira”.

4) Dois momentos cómicos são na didascália da apresentação de Pero Marques. “Aqui vem
Pero (…) e vem dizendo”. E outro momento é a situação criada por Pero Marques-
- não sabe o que é uma cadeira nem para que serve, o que revela, que é inculto.

5) Inês Pereira é muito irónica e mostra falta de cortesia, pois Pero Marques não é o tipo de
marido que ela queria ter. Já Pero é um homem puro. É também ingénuo, pois não
compreende a ironia de Inês quando fala para ele “Não que elas vinham chentadas / cá em
fundo no mais quente”. Pero é também pouco cortês e inês apercebe-se disso quendo repara
que ele desconhece a utilidade de uma cadeira “Tomai aquela cadeira”, “E que val aqui uma
destas?”. Inês também é considerada como uma jovem maliciosa e sedutora, o que a
ingenuidade de Pero não permite compreender. “(O galante despejado!)”.

6.1) O ideal de homem pretendido por Inês tem de possuir os atributos de um cortesão, esse
cortesão tem de ter educação e também tem de saber estar num palácio. Tem de saber tocar e
cantar. Inês diz que não está interessada na beleza. Ela quer um homem que mude o estilo de
vida que ela tem atualmente.

6.2) A mãe tentou desmontar as virtudes do modelo masculino que Inês esperava, por isso
avisou-a que a música não bastava porque eles não podiam cantar e dançar o resto da vida, e
lembrou-lhe que ela estava louca

6.3) A razão para o discurso da mãe ser sensato é porque ela já é uma mulher experiente,
logo a sua opinião tem mais peso.

7)
a.) Vocativo.
b.) Complemento indireto.
c.) Sujeito nulo subentendido.
d.) Complemento direto.
e.) Modificador do GV

7.2)
a.) senhora
b.) será, prometo, parece-vos
c.) o, eu, nós
d.) e
e.) o

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