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Farsa de Inês Pereira

- Gil Vicente

Ditado que deu origem à peça: “Mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube.
Diz-nos que o asno não é melhor que o cavalo, mas torna-se preferível pois não oferece
perigo, algo que irá ser percebido ao longo da farsa.
Em certas cenas segue-se o princípio do “Ridendo castigat mores” (a rir castigam-se ou
corrigem-se os costumes).

Estrutura da farsa e a sua análise

Versos 1 ao 72 (Inês encontra-se em casa a bordar)


Monólogo: Inês está desagradada com a sua vida pois não gosta das enfadonhas tarefas
domésticas a cumprir, inerentes à sua condição social, e encontra-se descontente com o facto
de ter de permanecer em casa, ao contrário de outras raparigas da sua idade.
Deste modo manifesta vontade de casar o mais rapidamente possível para se libertar do
cativeiro onde vive, elevando o seu estatuto social.
As interrogações retóricas aqui presentes sugerem o estado de espírito da jovem,
acentuando a sua insatisfação, revolta e contestação.
Desprovida de utilidade- “como panela sem asa/ que sempre está num lugar?”
Desprovida de vitalidade- “Esta vida é mais que morta."
Ausência de vontade própria- “E quando me dão algum dia/ licença, como a bugia, / que
possa estar à janela”

Diálogo com a mãe: a mãe regressa a casa da missa e reclama com a filha dizendo que a
trabalhar assim hão de lhe os filhos chorar por pão e que Inês não à de arranjar marido com
esta fama de preguiçosa, ao qual a jovem responde que é cuidadosa, mas mesmo assim não
tem pretendentes.
A mãe apenas lhe diz para ter paciência e no final da conversa entra Lianor Vaz em cena,
benzendo-se.
Caracterização da mãe: a figura materna mostra-se irónica uma vez que troça do
comportamento exagerado da filha. Por outro lado, revela-se protetora, querendo assegurar o
bem de Inês durante o seu grande desejo de casar.
Caracterização de Inês: ela mostra-se desesperada para casar com alguém, uma vez que
achava que assim conseguiria escapar da vida entediante que tinha. Perante este desejo, a
mãe aconselha-a a acalmar-se, porém, esta continua a insistir, revelando-se persistente.
Relação entre Inês e a Mãe: relação de autoridade, uma vez que a filha faz aquilo que a
mãe ordena e autoriza. Esta relação de hierarquia provoca bastante tensão e conflito entre as
duas.

Versos 73 ao 202 (Lianor Vaz entra na história)


Episódio narrado por Lianor: esta alega ter sido atacada perto da sua vinha por um
clérigo que queria abusar dela, prometendo-lhe absolvição (v. 84 ao 104).
É encerrada uma crítica ao clero, uma vez que os seus membros estão obrigados ao
cumprimento do voto de castidade. Ao atacar Lianor, este clérigo estaria a desrespeitar o
voto o que demonstra a sua falta de convicção religiosa, bem como a falta de respeito para
com ela, para além disto, o dramaturgo pretende mostrar que esta prática seria comum nessa
altura, quando a mãe comenta que já lhe tinha sucedido algo idêntico (v. 109 e 110).

Caracterização de Lianor Vaz: é uma mulher do povo que, ao chegar a casa da mãe de
Inês, parece muito afrontada com tudo o que aconteceu. Todavia, ao longo da narrativa, dá a
entender que não teria lidado da melhor forma com o sucedido, revelando alguma fraqueza e
desculpando-se com a sua condição física (v. 126 e 127/ “já eu andava cansadinha”)
Face ao exposto, pode afirmar-se que a personagem não terá desgostado da situação,
evidenciando alguma hipocrisia. Existem também certas incongruências na sua história,
levando a questionar a verdade da mesma. (começa por dizer que o ataque foi ao redor da sua
vinha, mas a meio afirma que foi no seu olival; diz que vem amarela mas vem “mais ruiva
que uma panela”; está sempre a desculpar-se…).

Propósito da sua visita: a atividade da alcoviteira é arranjar pretendentes para as jovens


que permaneciam em casa, sob a vigilância e proteção das mães. Lianor Vaz dirige-se então a
casa de Inês para lhe apresentar um pretendente que tinha a intenção de com ela casar (v. 170
ao 181).

Características que um homem deveria ter para casar com Inês: deseja um marido que
saiba tocar viola, seja discreto, carinhoso e eloquente, ou seja, procura um homem que a faça
ascender em termos sociais, mesmo que este seja feio e pobre (v. 184 ao 188). A personagem
faz logo questão de dizer isto a Lianor, certamente com dúvidas que esta lhe fosse capaz de
apresentar um homem assim.
Caracterização do pretendente que Lianor trás: ela destaca a bondade, riqueza e
honestidade do pretendente, salientando que este não faz questão que Inês tenha dote (“Diz
que em camisa vos quer”), trazendo também uma carta do mesmo.

Versos 203 ao 239 (Inês lê a carta de Pero Marques)


Depois da leitura da carta Inês fica desiludida com o pretendente, achando que ele é um
aldeão rústico, grosseiro e disparatado, ficando também bastante ofendida com algumas das
mentiras do mesmo, mesmo que estas tenham sido ditas com a intenção de a conquistar.

Caracterização de Pero Marques: ele apresenta-se como um camponês ingénuo e


assustado ao visitar a jovem com quem quer casar pela primeira vez (v. 275 ao 422).
Monólogo inicial: Pero demonstra que está inseguro e indeciso ao não se lembrar do
caminho para casa de Inês. Já na presença da rapariga ele manifesta ingenuamente a sua
satisfação por estar com ela e refere-se à “cartinha” que lhe escreveu, evidenciando modéstia
e simplicidade.
Apresenta-se como um homem puro de sentimentos, uma vez que as suas intenções para
com Inês são honestas (v. 306 ao 318). É também ingénuo pois não compreende a malícia ou
a ironia de Inês ao dirigir-se a ele (v. 331 ao 334). Pero é ainda grosseiro e socialmente
pouco cortês, o que Inês faz questão de salientar, em aparte, quando se apercebe, por
exemplo, de que ele desconhecia a utilidade de uma cadeira.
Ao longo da conversa com a sua paixão, Pero mostra-se respeitador e preocupado com a
segurança da mesma, talvez até parecendo um pouco antiquado.

Caracterização de Inês aqui: a jovem é muito irónica e mostra desprezo e falta de


cortesia pois Pero Marques não corresponde ao tipo de homem que ela tinha idealizado para
marido (v. 382 ao 385). Inês assume-se também como uma jovem maliciosa e sedutora, o
que pureza de Pero não o permite compreender, daí os comentários irónicos da jovem
(apartes).
Desconhecer a utilidade de uma cadeira- cómico de situação
Confundir “mor gado” com “morgado” - cómico de linguagem
Ingenuidade de Pero quando ofendido- cómico de carácter

Versos 424 ao 501 (Introdução dos Judeus casamenteiros, Latão e Vidal)


Foram contratados por Inês para lhe encontrarem o seu marido ideal, atuam como
intermediários entre a rapariga e um pretendente coincidente com os seus desejos.

Caracterização dos Judeus: hiperbolizando alguns aspetos da busca, os judeus são


retratados como desonestos, astutos e interesseiros, uma vez que pretendem convencer Inês e
a mãe de que a tarefa foi extremamente difícil.
Assim, exageram, fazendo querer que foi longínquo o caminho percorrido e que sofreram
bastante com as variações meteorológicas. Por outro lado, demonstram esperteza, fazendo
Inês querer que a busca foi minuciosa, tentando influenciá-la a aceitar o pretendente trazido
para que o negócio se concretize.
“o que não haveis de comer leixai-o a outrem mexer.” - provérbio que sugere que o que é
rejeitado por alguém pode ser aproveitado por outra pessoa.

Monólogo/ apresentação do escudeiro: ele diz que não acredita na beleza de Inês
retratada pelos judeus, mas antes acha que esta é uma aldeã feia e desonesta (v. 503 ao 518).
Falas da mãe: a mãe, procurando ajudar a filha a causar boa impressão ao escudeiro,
aconselha esta amostrar-se séria e reservada, para assim ser apreciada e valorizada tal como
uma pérola (“porque a moça sesuda/ é ua perla pera amar” - metáfora)

Falas do escudeiro: ele orienta o moço para agir de forma coincidente com a sua vontade,
com o objetivo de manter as aparências e impressionar Inês. O escudeiro aqui aparenta ser
um homem arrogante, falso e dissimulado, fazendo promessas ao moço que não sabe se pode
cumprir (v. 551 e 552).

Versos 555 ao 557 (O escudeiro seduz Inês)


O escudeiro revela um carácter adulador, tentando cativar Inês através de um discurso
elogioso, dizendo que ela é uma mulher perfeita em virtude da sua graciosidade, descrição e
beleza. Assume também uma atitude subserviente perante Inês (v. 573 ao 575-
comportamento de vassalagem), disponibilizando-se em recebê-la em casamento.
V. 572- hipérbole V. 576- metáfora
V. 586 ao 591- para impressionar Inês o escudeiro enuncia as suas qualidades e dons.
V. 592 ao 595- quando o escudeiro se dirige ao moço mostra a sua arrogância, desprezo e
falta de carácter.
V. 597 ao 600- o moço lamenta a sua sorte ao ter trocado de patrão.

V. 678 ao 696: através desta expressão a mãe destaca a sua tristeza perante o trabalho dos
Judeus casamenteiros. Considera que o resultado da sua busca é tão ridículo e caricato que
até lhe provoca o riso. Ela pretende chamar a atenção de Inês para o facto de esta ponderar
casar-se com alguém que não lhe pode dar segurança económica, sugerindo-lhe que case
com um homem que corresponda à sua situação em termos de hierarquia social (utiliza a
ironia no seu discurso).

Versos 701 ao 714 (Cerimónia de casamento)


Depois de se casar o escudeiro imediatamente arrepende-se e muda de comportamento pois
considera o casamento uma prisão.

Caracterização do escudeiro (após o casamento): O escudeiro Brás da Mata, alterando o


seu com portamento após o casamento, revela-se prepotente, desdenhoso e violento.
Ameaça Inês adotando uma postura hostil (v. 785 e 786/ v. 794 e 795/ v. 817 o 825)
Proíbe-la de sair à rua, castrando o seu desejo de liberdade (v. 799 ao 807)
O escudeiro responsabiliza Inês pela sua escolha e atribui o encarceramento ao inestimável
valor que a sua mulher assume para si ao caracterizá-la, sarcasticamente, como “meu
tesouro” e “meu ouro” (v. 814 e 815)
Reação de Inês: Esta mostra-se submissa e resignada (v. 787 ao 789), questionando o
marido, tentando encontrar razões para aquela atitude tão contrária às anteriormente
evidenciadas por ele (v. 792/ v. 808 e 809).
V. 826 e 827- diz o escudeiro ao moço que se vai fazer cavaleiro no norte de África.

V. 864 ao 872: Inês está revoltada com a sua situação e constata que foi imprudente na
escolha do marido, lamente ter procurado descrição, uma vez que só encontrou uma vida
dura de cativeiro e sujeição, prometendo a si mesma que, se ficar solteira novamente,
escolherá um marido em que possa mandar e que cumpra as suas vontades. Segundo ela,
pretende vingar-se do modo como era tratada pelo escudeiro.

Versos 908 ao 920 (Leitura da carta do irmão)


Inês recebe uma carta do irmão a comunicar-lhe que o escudeiro tinha sido morto por um
pastor quando, cobardemente, fugia do campo de batalha.
Reação de Inês: a jovem mostra-se feliz com esta notícia, por se ver livre de um homem
que a maltratava e decide ser mais prudente na futura escolha de um marido, que deverá ser
alguém em quem possa mandar.

Versos 940 ao 1010 (Lianor Vaz faz uma nova proposta a Inês)
Inês mostra-se dissimulada, falsamente pesarosa com a morte do escudeiro (“finge estar
chorando”), lamenta a sua ventura uma vez que nem sequer engravidou do marido (v. 945 e
946). Para tornar mais genuína a sua dor e para não parecer muito apressada na aceitação de
um novo casamento, mente à cerca da conduta de Brás da Mata (v. 953 ao 955). No entanto,
demostra estar preparada para casar novamente (v. 967). Assume que prefere casar com um
“asno” que fique contente só te a ver (v. 968 ao 972).
Os versos “asno que me leve quero, / e não cavalo folão” remetem para o argumento que
preside a farsa, o que nos leva de imediato a associar o escudeiro ao cavalo e Pero Marques
ao asno.
Após o casamento com o escudeiro, que só lhe trouxe dissabores, Inês aceita casar com um
lavrador inculto e pouco cortês, mas que lhe trará uma melhor vida do que aquele que, na sua
opinião inicial, lhe proporcionaria uma vida “diferente”.

Versos 1011 ao 1144 (Cena do Ermitão)


Caracterização do ermitão: ele representa os falsos religiosos, já que, aparentemente,
veio pedir uma esmola a Inês. No entanto, esta aparência humilde é apenas uma forma de
chegar até Inês e de a convidar para um encontro amoroso (v. 1084 ao 1093) cuja
consumação acrescenta a Inês o traço de infidelidade que ela comete à vista do seu ingénuo
marido.
O ermitão já era conhecido de Inês, visto que, quando esta era apenas “Inesinha”, ele
demonstrava interesse nela, mandando-lhe vários presentes e acabando por tornar-se ermitão
devido à indiferença da protagonista quanto ao assunto, algo que ela responsabiliza a sua
tenra idade por.

Na cena final da farsa Inês faz-se transportar às costas de Pero Marques, o que,
simbolicamente significa que é ela quem manda, já que, ao carregá-la, Pero submete-se à sua
vontade, embora tenho sido iludido com o argumento de a água fria poder causar
infertilidade. Assim se cumpre um desejo de Inês, ser ela a controlar o marido.
A canção cantada alude diretamente à infidelidade que está a ser cometida “sempre foste
percebido/ pera gamo”. Pero Marques, o marido enganado, sem se aperceber, leva a
dissimulada Inês a um encontro amoroso com o falso ermitão.

Relações entre as personagens e a sua caracterização

Inês: Moça “fantasiosa”, estouvada, preguiçosa (segundo a mãe). Vê no casamento um


modo de se libertar da mãe, com quem não se entende no que toca a “casar bem”; julga os
pretendentes pela aparência. A vida ensina-lhe que um bom casamento atenta às qualidades
reais dos pretendentes e não às suas aparências enganadoras.
É uma personagem dinâmica e de carácter, dotada de vida interior própria. Tem
representatividade coletiva, visto a representar modos de ser comuns a todas as moças que
queriam ser socialmente promovidas através do casamento.

Mãe: em contraste com a filha revela-se ponderada, atenta à realidade e algo interesseira.
Para ela, o casamento da filha com Pero Marques é garantia de bem-estar económico
também para a sua velhice. A mãe partilha pontos de vista com Lianor Vaz, a alcoviteira. É
uma personagem-tipo, plana e estática.

Pero Marques: é o “asno” da história. É um rústico, mas bom homem. Apesar de


ridicularizado e rejeitado por Inês, aceita depois casar-se com ela, acabando por ser usado e
traído. É igualmente uma personagem-tipo, estática. Tem uma personalidade cómica (cómico
de carácter e situação). Ganha profundidade em contraste com o Escudeiro.
Escudeiro: é o “cavalo” que derruba Inês. Pelintra, vê no casamento a hipótese de
enriquecer, é tirano e prepotente com Inês, mas revela-se cobarde na guerra, onde morre
enquanto fugia. É uma personagem-tipo, estática.

Lianor Vaz e Judeus casamenteiros: personagens secundárias que desempenham a


função de medianeiros, adjuvantes das personagens Pero Marques e Escudeiro,
respetivamente. Lianor e os Judeus são tipos sociais, personagens vulgares na época. Os
Judeus são, ainda, personagens estereotipadas, com linguagem produtora de cómico (cómico
de linguagem).

Ermitão: é uma personagem que serve apenas de ligação necessária à concretização do


ditado que deu origem à peça.

Moço: tem como função principal ajudar a caracterizar o Escudeiro, seu amo. Tal é feito
pela forma como agem um com o outro, pelos diálogos que travam ou então pelos apartes
desta personagem.

As semelhanças e contrastes entre as várias personagens permite que cada uma delas
seja aprofundada.

No fim Inês apercebeu-se que mais vale casar com um camponês humilde, que lhe faça
todas as vontades (“asno que me leve”), do que ter um marido de comportamento
refinado, mas que a maltrate (“cavalo que me derrube”).

Atos ilocutórios

A interação comunicativa, que pode acontecer sob a forma oral ou escrita, desenrola-se
entre um locutor e um recetor num determinado contexto- espaço, tempo, relação entre
interlocutores- e caracteriza-se pela produção de um enunciado que se reveste de
características próprias, de acordo com a intencionalidade de quem o produz.
A intenção do locutor de realizar ou intentar realizar uma ação pode ser expressa de forma
+/- explícita. Este pode dar à mensagem uma forma clara e inequívoca que mostre ao
interlocutor o seu objetivo, a sua intenção e, nesse caso, produz um ato de fala direto (ex.:
“Deves tomar o pequeno almoço todos os dias”) ou pode transmitir a mensagem de forma
menos direta, menos clara, devendo o interlocutor concluir acerca do que lhe está a ser
comunicado (ex.: “A primeira refeição da manhã é muito importante”), situação em que
estamos perante um ato de fala indireto se a intenção for levar o interlocutor a tomar
sempre o pequeno-almoço.
Classificação dos atos ilocutórios

Assertivos: Asserções, explicações, constatações que comprometem o locutor sobre a


verdade/ falsidade do seu enunciado.
- Frases afirmativas/ negativas, asserções, explicações, constatações, descrições…
- Verbos acreditar, considerar, discordar…
- Advérbios de frase com valor modalizador.
Ex.
- Considero que Inês era demasiado bondosa.
- Acredito que Pero ficou desapontado com a reação de Inês.
- É possível que a mãe duvide de Lianor.
- Não considero correta a atitude de Inês perante Pero.

Diretivos: Demonstram a intenção de o locutor levar o interlocutor a agir, fazendo com


que execute determinada ação.
- Frases imperativas/ interrogativas;
- Verbos como proibir, obrigar, solicitar…
- Verbo querer conjugado na primeira pessoa.
Ex.
- Comporta-te perante o pretendente – diz a mãe a Inês.
- Não aceitas, Pero Marques? – perguntou Lianor Vaz.

Compromissivos: Revelam o compromisso do emissor, que se compromete a praticar


determinada ação no futuro (promessa, juramento, ameaça…).
- Verbos como prometer, jurar, assegurar, garantir…
- Formas verbais no futuro do indicativo, ou outro, com este valor;
- Frases que exprimem uma condição/ consequência em que o locutor se compromete a
uma ação futura.
Ex.
- Juro que não casarei com ele – diz Inês.
- Respeitar-te-ei, Inês – afirmou Pero Marques.
- Se não fosse tão Rústico, aceitaria o pedido de Pero – diz Inês.

Expressivos: Apresentam o estado psicológico do locutor através do conteúdo do


enunciado (agradecimento, felicitação, lamento…)
- Frases do tipo exclamativo;
- Verbos como agradecer, felicitar, desculpar, lamentar…
- Interjeições/ expressões interjetivas/ exclamativas.
Ex.
- Venho tão assustada! – disse Lianor à mãe de Inês.
- Lamento que Inês não aceite o pretendente – disse a mãe.
- Àque de Vasco Fois/ acudi-me… - gritou Lianor Vaz.

Declarativos: Implicam a transformação de uma realidade a partir de um enunciado de um


locutor a quem seja reconhecida autoridade para isso. Pode assumir a forma de condenações,
demissões e surgir em situações como casamentos e batizados.
- Verbos como declarar, nomear, batizar, encerrar, abrir…
Ex.
- Declaro-vos marido e mulher – diz o padre.
- Está encerrada a sessão – diz o juiz.
- Nomeio a Joana minha assessora na direção de turma.

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