Você está na página 1de 6

Análise do excerto

“Aparece um escudeiro e é solteiro…”

Trabalho realizado por:


André Silva/Nº2
Joyce Nogueira/Nº17
Sabrina Maia/Nº25
Breve contextualização


Dando seguimento ao provérbio Antes quero asno que me carregue do que
cavalo que me derrube, surge Brás da Mata, o Escudeiro pobre, mas “bem
falante”, que acaba por ser o primeiro marido de Inês. A cena em questão vai
tratar o tema da dissimulação (presente nos Judeus e no próprio Escudeiro/
Moço) e do conflito de gerações presente nos diálogos entre Inês e sua mãe.
2.1

• A partir da análise do excerto, verificamos que Inês Pereira demonstra


determinação no que toca à caracterização ideal do seu futuro pretendente, como
podemos comprovar nos versos 400 a 408,onde Inês afirma querer um marido
“Que seja homem mal feito/feo, pobre, sem feição/como tiver descrição/nam lhe
quero mais proveito./E saiba tanger viola/e coma eu pão e cebola/siquer ua
cantiguinha/discreto feito em farinha/porque isto me degola”.
• Efetivamente, Inês não se importa que o futuro companheiro seja feio e pobre, no
entanto, terá que saber “tanger” viola, falar bem, ser discreto.
2.2

• O conflito de gerações presente nos versos “Sempre tu hás de bailar/ e sempre ele
há de tanger?/ Se nam tiveres que comer/o tanger te há de fartar?” expressa o
facto da mãe de Inês Pereira revelar um lado conservador, característico dos
valores da época ( pretendia-se que as filhas casassem com alguém que lhes
assegurasse o futuro (“rico, honrado”), dando-lhe diversos conselhos para que
seja prudente.
• Por sua vez, Inês deseja liberdade e felicidade, contrastando com a atitude da
mãe e, por isso, é precipitada e ilude-se com o Escudeiro, querendo consumar o
casamento o mais breve possível, sem pensar nas consequências.
2.3 Clique no ícone para adicionar
uma imagem

• Latão e Vidal, dois judeus casamenteiros, são a


caricatura do típico judeu, mostrando-se hábeis
nos negócios, bem falantes, mas intrujões,
calculistas e maliciosos. Recorrem ao pedido de
Inês, dirigindo-se à mesma de forma exagerada
indicando que passaram por imensas
dificuldades, como nos descrevem os versos 427
a 435, “ Eu e este/ pola lama e polo pó/que era
pera haver dó/com chuiva, sol e nordeste./Foi a
coisa de maneira/tal friura e tal canseira/que trago
as tripas maçadas/assi me fadem boas fadas/que
me saltou caganeira.”
2.4.1

• Os versos “Tu judeu e eu judeu/não somos massa de um trigo?”, procura dar


ênfase e criar uma certa expectativa através da formulação de uma interrogação
retórica e através de um jogo de palavras que produzem um discurso repetitivo e
confuso, mostrando falsidade, calculismo e interesse em casar Inês, para atingir
o seu objetivo, nomeadamente a execução do negócio contratado pela jovem,
nem que para isso tenham que ludibriar/enganar seja quem for.

Você também pode gostar