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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CAMPO

Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente- 10º ano

A- SOBRE A PEÇA:

1- Auto- Designação genérica para peças em um


ato.

2- Farsa- género teatral caracterizado por:


- intriga curta e concentrada;
- número reduzido de personagens;
- verosimilhança de situações;
- representação do quotidiano;
- temática do engano.

3- Esta farsa de folgar foi representada ao mui alto e


poderoso rei D. João III, no seu convento de
Tomar em 1523.

4- O seu argumento é:
“Mais quero asno que me leve, que cavalo que me
derrube”.

5- Objetivos da obra: divertir e moralizar «ridendo, castigat mores»- A rir se corrigem os costumes.

B- Estrutura da Peça:

- Não possui divisão em atos e cenas.

- É composta por um único ato. A peça obedece a uma sequência lógica e


cronológica dos acontecimentos.

Estrutura Externa
- Está escrita em verso – redondilha maior;

- Estrofes – nonas.
- Monólogo inicial de Inês que deseja casar e abandonar as lides
domésticas;
Exposição

- Diálogo com a mãe.

- Lianor Vaz apresenta uma proposta de casamento;

- Primeiro pretendente de Inês (desajeitado, humilde,


desconhecedor das regras sociais…);

- Recusa de Inês em casar com um homem rico, mas pobre de


espírito;

- os Judeus casamenteiros apresentam o pretendente ideal, de


acordo com as indicações de Inês;

- apresentação do escudeiro (Brás da Mata); a importância do


encontro e a ilusão de Inês Pereira;

Conflito - primeiro casamento de Inês com o escudeiro; Desilusão,


Estrutura Interna
frustração, cativeiro, falta de dinheiro e solidão;
(Quadros/Ação)
- viuvez de Inês; Lianor Vaz apresenta uma segunda proposta de
casamento (com Pêro Marques que tinha prometido esperar);

- a vingança de inês; a frustração do primeiro casamento leva-a a


“querer folgar onde (…) quiser”;

- Inês deixa-se seduzir pelo Ermitão.

Desenlace O adultério; a traição consumada.


C- Temas que visam a representação do quotidiano na farsa:

● As atribuições Domésticas

● A prática religiosa

● O recurso a casamenteiros

● A ausência de liberdade das moças solteiras

● O casamento como meio de sobrevivência e fuga à submissão da mãe

● As relações conjugais e a submissão feminina.

● A decadência da baixa nobreza que procurava enriquecer à custa do casamento

● A devassidão do clero e a corrupção moral das mulheres que se deixavam seduzir por
elementos da igreja.

● A vida urbana e cortês: o culto das aparências.

D- A visão do casamento para as Personagens:

Mãe

- Segurança

Conflito Intergeracional

sobre o casamento

Lianor Vaz Judeus casamenteiros

- Negócio
- Negócio (Pêro
Marques) (Brás da Mata)

Inês

- Libertação
-“rico, honrado” (v. 186)
-“eu em meu siso estou” (v. 261)
-“João das bestas” (v. 274)
-“homem de bom pecado” (v. 342) - “fala, e como ora fala” (v. 476)
- “tange, e como ora tange” (v. 478)
avisado” (v. 619

Decisão de Inês: Casamento com o Escudeiro


Inês: Mãe:
“Casa, filha, muit’ embora.”(v. 678)
“Folgastes vós na verdade

casar à vossa vontade?


Eu quero casar à minha.” (vv. 675-677)

2º Casamento de Inês com Pêro Marques


Lianor: Inês:

“Dai isso por esquecido “Andar!” Pêro Marques seja”. (v. 941)

buscai outra guarida

Pêro Marques tem que herdou

fazenda de mil cruzados“(vv. 929-932)

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