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REALISMO/ NATURALISMO

Portugal

Prosa – Eça de Queiros

• Importante ficcionista do Realismo


Português;
• Adultério aparece como um dos
principais temas;
• Triângulos amorosos;
• Anticlericalismo: análise do clero
português;
• Importante obra: O Primo Basílio:
amplia-se o quadro de crítica social;
• Constituição moral da sociedade e das
famílias.

Poesia – Antero de Quental

• Defesa dos ideais socialistas;


• Lirismo amoroso, erotismo e
religiosidade;
• Acontecimentos da Questão Coimbrã;
• Engajamento político-social;
• Reflexão metafísica e pessimismo;
• No final da vida, volta-se para a
religiosidade e misticismo.
Brasil

Aluísio Azevedo

• Camada social marginalizada;


• Personagens – Retratam grupos humanos;
• Influência de Eça de Queirós e Émile Zola;
• Homens comparados a animais: rudes, grosseiros;
• Cenários sujos, marginais;
• Visão racional, científica de mundo;
• Personagens naturalistas: o comportamento é
determinado pelo meio em que vivem;
• Denúncia da estrutura social falha;
• Temas: o preconceito racial, a bestialização dos
homens pela sensualidade, as taras hereditárias, a corrupção
clerical, os marginalizados sociais, o ideal republicano, a
crítica ao capitalismo e ao conservadorismo;
• Pertencem aos romances românticos: Uma Lágrima
de Mulher, A Condessa Vésper, Girândola de Amores (ou
Mistérios da Tijuca), Filomena Borges, O Esqueleto, A Mortalha
de Alzira;
• Romances naturalistas: O Homem, O Coruja, Livro
de uma Sogra, e sua trilogia máxima: O Mulato, O Cortiço e
Casa de Pensão;
• Maior obra: O Cortiço.

Machado de Assis

• Personagens: estado da alma;


• Mostra a sociedade urbana hipócrita;
• O falar do indivíduo regional, mas alcançando o
homem universal; isso é contemporâneo no autor;
• O personagem é a porta para o autor falar do
mundo;
• Antes de Memórias Póstumas de Brás Cubas:
concessões ao Romantismo; amor; orgulho; ambição;
centralização na personagem (Helena; Iaiá Garcia);
• Após Memórias Póstumas de Brás Cubas: maior
originalidade na construção da personagem; o interior, o eu é
explorado; o personagem mais importante que a trama: o
pensar sobre a vida mostrando a sociedade da época e seus
temas. (Quincas Borba; Dom Casmurro; Esaú e Jacó;
Memorial de Aires –

SIMBOLISMO

Características

• Misticismo e espiritualismo;
• Subjetivismo;
• Musicalidade;
• Expressão da realidade de maneira
vaga e imprecisa;
• Ênfase no imaginário e na fantasia;
• Emprego abundante de sinestesia;
• Emprego de recursos gráficos;
• Produção literária – Portugal.

Eugênio de Castro

• Iniciador do Simbolismo com seu livro


Oaristos, de 1890.

Antônio Nobre
• Temas: o tempo, a morte, o sofrimento,
a desilusão da vida;
• Musicalidade sutil, sugestiva;
• Nova perspectiva de sensibilidade e
visão do mundo.

BRASIL

Cruz e Sousa

• Intensa adjetivação;
• Pessimismo e melancolia;
• Desejo de integrar-se ao cosmos;
• Musicalidade;
• Metalinguagem;
• Erotismo.

Alphonsus de Guimaraens

• Setenário das Dores de Nossa


Senhora;
• Câmara Ardente;
• Dona Mística.

MODERNISMO EM PORTUGAL

Fernando Pessoa
• Foi um dos diretores da revista “Orpheu”,
participando ativamente do modernismo em Portugal;
• Quis reconstruir o mundo, organizar o caos;
• Queria ser absoluto e abrangente; universal;
• Multiplicou-se para poder sentir os vários ângulos da
realidade: sua heteronímia;
• Tornou-se vários poetas ao mesmo tempo, com
características próprias, biografias próprias, etc.;
• Escreve como F. Pessoa – ele mesmo e seus
heterônimos:

Alberto Caeiro

• Nasceu em 1889 onde morreu tuberculoso em 1915;


• Era louro, de olhos azuis;
• Foi o mestre dos autores heterônimos;
• Pregou a simplicidade e a ligação com a natureza;
• Linguagem sem sofisticação;
• Para ele o importante na poesia era o “ver”.

Álvaro Campos

• Nasceu em 1889 sem constar data da morte;


• Era alto, magro, corcunda;
• Cursou engenharia naval, mas não exerceu;
• Foi o homem da grande cidade, adepto da
modernização; agressivo e pessimista;
• Exaltou a máquina, as fábricas, o movimento;
• É o poeta futurista.

Ricardo Reis

• Nasceu em 1887 e não há registros de morte;


• Centrou-se nos temas da Antiguidade Clássica;
• Tinha uma visão pagã de mundo não acreditando no pecado;
• Sempre precisava viver o presente, o momento;
• Escreveu de forma sofisticada; usou a emoção como forma de
impor suas
• Buscou o equilíbrio e a calma;
• É o poeta neoclássico.

Ao longe os montes têm neve ao sol, Mas é suave já o frio calmo


Que alisa e agudece Os dardos do sol alto.

Hoje, Neera, não nos escondamos, Nada nos falta, porque nada somos.
Não esperamos nada
E temos frio ao sol.
Mas tal como é, gozemos o momento, Solenes na alegria levemente,
E aguardando a morte Como quem a conhece.
Ricardo Reis.

Fernando Pessoa – ele mesmo

• Nasceu em Lisboa em 1888 e morreu em 1935;


• Apresentou forte faceta saudosista – Nacionalista;
• Mostrou as emoções depuradas pela
intelectualidade;
• Apegou-se à solidão mostrando-se introvertido;
• Análise da função do poeta na vida.

Fernando Pessoa “ele-mesmo” publicou Mensagem, livro composto de


pequenos poemas que, no conjunto, contam liricamente a história de Portugal e
projeta, de forma mística, o sonho de um futuro e glorioso império. São desse
livro os versos seguintes:

Mário de Sá Carneiro

• Mostrou inadaptação ao mundo, deixava levar-se


pelas emoções, pela megalomania perdendo-se da realidade;
• Interiorizou-se mais se mostrando inseguro e
egocêntrico;
• Principal obra: A Confissão de Lúcio.

1ª GERAÇÃO MODERNISMO BRASILEIRO –


CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS

• Definições de posições bem determinadas e


próprias;
• Rompimento com as estruturas do passado;
• Caráter anárquico e destruidor;
• Nacionalismo;
• Pesquisa por meio da volta às origens;
• Tentativa de criar uma língua brasileira; a língua
falada nas ruas, pelo povo;
• Repensar a história da literatura no Brasil por
intermédio da paródia e do humor;
• Valorização do índio-autêntico brasileiro;
• É uma fase rica em manifestos: “Pau-Brasil”,
Oswald de Andrade – “Verde-Amarelo”, e do “Grupo Anta”, com
Plínio Salgado;
• Nacionalismo crítico.

Autores modernistas

Mário de Andrade

• Liberdade formal;
• Combate à sintaxe tradicional;
• Nacionalismo;
• Procura da linguagem brasileira;
• Tema principal: a cidade de São Paulo;
• Expressões ítalo-paulistanas;
• Linguagem coloquial;
• Pesquisa folclórica;
• Principais obras: Pauliceia Desvairada – 1922, Lira
Paulistana – 1946, Contos Novos – 1946, Amar, Verbo
Intransitivo – 1927, Macunaíma – 1928, A escrava que não era
Isaura – 1925.

Macunaíma

Essa obra é construída a partir de um conjunto de lendas a que se


misturam superstições, provérbios, anedotas e elementos fantásticos.
Macunaíma tenta reaver o amuleto prodigioso (a muiraquitã), que
ganhara de sua mulher, Ci, Mãe do mato, único amor sincero de sua vida, e
que por desgosto pela morte do filho pequeno subiu aos céus e transformou-se
na estrela Beta do Centauro. Macunaíma havia perdido esse amuleto, que
acabou ficando em poder do gigante Piaimã, em São Paulo. Depois de várias
façanhas, recupera o amuleto, mas perde-o novamente e fica todo machucado.
Desiludido, resolve abandonar este mundo e subir aos céus, onde é
transformado em constelação.

Manuel Bandeira

• Influências simbolistas com ligações parnasianas;


• Fez poemas autobiográficos;
• Tom melancólico e lírico;
• É muito triste em seus textos;
• Temas relacionados a doenças e mortes
(tuberculose);
• Folclore negro;
• Às vezes irônico;
• Rebeldia e sátira como no poema “sapos”;
• Temas populares;
• Saudade da infância;
• Desejo de libertação;
• Principais obras: A cinza das horas – 1917, Ritmo
Dissoluto – 1924, Libertinagem – 1930, Estrela da Manhã –
1936, Itinerário de Pasárgada – 1954.

Leia, agora, algumas estrofes do poema Os sapos, de Manuel Bandeira,


recitado durante a Semana de Arte Moderna e que traduz o espírito de reação
contra a poesia parnasiana.

Os sapos Enfunando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os


sapos. A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra. Berra o sapo-boi:


-“Meu pai foi à guerra!”
-“Não foi!”
O sapo-tanoeiro, Parnasiano aguado, Diz: - “Meu cancioneiro É bem
martelado.
Vede como primo Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo Os termos cognatos.

O meu verso é bom Frumento sem joio. Faço rimas com Consoantes de
apoio.

Vai por cinquenta anos Que lhes dei a norma:


Reduzi sem danos A formas a forma.

Clame a saparia Em críticas céticas:


Não há mais poesia, Mas há artes poéticas...

Dono de um lirismo muito pessoal, Manuel Bandeira conseguiu


expressar com grande sensibilidade os momentos e as emoções que marcam
a existência humana; por isso sua poesia é universal.
Poema de finados
Amanha que é dia dos mortos Vai ao cemitério. Vai
E procura entre as sepulturas A sepultura de meu pai.

Leva três rosas bem bonitas. Ajoelha e reza uma oração. Não pelo pai,
mas pelo filho:

O filho tem mais precisão.

O que resta de mim na vida É a amargura do que sofri.


Pois nada quero, nada espero. E em verdade estou morto ali.

Outros autores

• Alcântara Machado: Brás, Bexiga e Barra Funda;


• Cassiano Ricardo: Martim Cereré;
• Guilherme de Almeida: A flor que foi um homem;
• Menotti Del Picchia: Juca Mulato;
• Plínio Salgado: O cavaleiro de Itararé;
• Raul Bopp: Cobra Norato.

2ª GERAÇÃO DO MODERNISMO BRASILEIRO

Características específicas

• Início com o livro Alguma Poesia, de Carlos


Drummond de Andrade;
• Aprofundou os ideais e propostas da 1ª fase;
• Verso livre;
• Poesia sintética;
• Buscava o “eu-indivíduo” e o seu “estar no mundo”;
• Investigação do papel do artista;
• Metalinguagem;
• Corrente mais intimista e espiritualizada;
• Evidencia-se a fragilidade do Eu;
• Domínio da prosa com o Romance regionalista
nordestino, social e politicamente engajado.

Poetas da 2ª fase

Carlos Drummond de Andrade

a) Temas específicos: o indivíduo; a terra natal; a


família; os amigos; o social; o amor; a própria poesia;
exercícios lúdicos com a poesia; visão de existência.

b) Características:

• 1925 – 1940: Poesia irônica; saudosismo; individualismo; contempla


o mundo e a si mesmo. Obras: Alguma Poesia; Brejo das Almas e Sentimento
de Mundo.
• 1941–1945:Poesia social; guerra; ditadura; denúncias; a
metalinguagem. Obras: A Rosa do Povo; Poemas José e A Procura da Poesia.
• 1946 – 1958: Poesia metafísica, ideologia; negativismo; descrença.
Obras: Poesia até Agora; Claro Enigma e Fazendeiro do Ar.
• 1962 – 1968: Poesia objectual; liberdade poética; atitude lúdica; o
prosaico; o irônico; poesia experimental. Obra: Lição de coisas.
• 1968 – 1987: Últimas obras: certo erotismo e ecletismo. Obra: Boi
tempo, entre outras.

José
E agora, José? A festa acabou, A luz apagou, O povo sumiu, A noite
esfriou E agora, José? E agora, você
Você que é sem nome, Que zomba dos outros, Você que faz versos,
Que ama, protesta?
E agora, José?

Está sem mulher, Está sem discurso, Está sem carinho, Já não pode
beber, Já não pode fumar, Cuspir já não pode, A noite esfriou,
O dia não veio,
O bonde não veio, O riso não veio, Não veio a utopia E tudo acabou
E tudo fugiu E tudo mofou,
E agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
Seu instante de febre, Sua gula e jejum,
Sua biblioteca, Sua lavra de ouro, Seu terno de vidro, Sua incoerência,
Seu ódio – e agora?

Com a chave na mão Quer abrir a porta, Não existe porta; Quer morrer
no mar, Mas o mar secou; Quer ir para Minas, Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse, Se você gemesse, Se você tocasse A valsa vienense;


Se você dormisse, Se você cantasse,
Se você cansasse, Se você morresse... Mas você não morre, Você é
duro, José!
Sozinho no escuro Qual bicho do mato, Sem teogonia,
Sem parede nua Para se encostar,
Sem cavalo preto Que fuja a galope, Você marcha, José! José, para
onde?
Carlos Drummond de Andrade, Antalogia Poética, Record.

No poema, a repetição frequente dá cadência, ritmo e ênfase à ideia. E


esta repetição faz com que o poema se sobressaia.
José representa um personagem ideal, mais amplo, isto é, representa
todo o indivíduo que está na situação apresentada pelo poema; ele se vê
diante de vários problemas: anonimato, o desamparo – a luz apagou, o povo
sumiu, a noite esfriou, o impasse e sem destino.

Cecília Meireles

c) Temas específicos: a solidão; o amor perdido; a


saudade; o espaço: o oceano; temas históricos; a fugacidade
do tempo; a fragilidade do ser humano; os desacertos dos
homens; o isolamento; a sombra; o nada.

d) Características

• Escreve obras em poesia, prosa e também traduções;


• Influência simbolista;
• Uso de lirismo;
• Ceticismo e melancolia;
• Musicalidade como apoio para seus lamentos;
• Versos curtos e com ritmo;
• Jogo de imagens, sons e cores;
• Subjetivismo;
• Corrente espiritualista do modernismo;
• Obras: espectros (1919); Viagem (1939); Vaga música (1942); Mar
Absoluto (1945); Romanceiro da Inconfidência (1953); A Rosa (1957).

Vinícius de Moraes

e) Temas específicos: espiritualidade; amor platônico;


amor real; a mulher; a sensualidade.

f) Características:
• Transcendental e místico numa 1ª fase;
• Versos mais longos e melancólicos;
• Proximidade com o mundo material; 2ª fase;
• Versos mais curtos; sonetos, às vezes, um modelo de Camões;
versos decassílabos e alexandrinos;
• Antíteses e paradoxos;
• Letras de músicas e criação de histórias infantis;
• Obras: O Caminho para a distância -1933; Ariana, a mulher – 1936;
Novos Poemas – 1938; Cinco Elegias – 1943; Arca de Noé – 1970.

PROSA DO MODERNISMO 2ª FASE:

José Américo de Almeida

• A Bagaceira, 1928; início da corrente regionalista


nordestina. Retrata a vida dos engenhos de cana-de-açúcar, os
retirantes e a seca;
• Valores morais do homem nordestino.

Rachel de Queirós

• Falou do Ceará; da seca; do povo que lá vive e da


Terra;
• O Quinze, 1930: o tema é a grande seca de 1915;
aspecto social junto com aspecto psicológico.

O Quinze

O tema deste romance é a seca, enfocando a dimensão social, sem


deixar de lado a análise psicológica de algumas personagens. A marcha
penosa e trágica de Chico Bento, que representa o retirante, constitui o núcleo
dramático da obra. Paralelamente, desenvolve-se o drama da impossibilidade
de comunicação afetiva entre Vicente e Conceição – ele, um proprietário rural
sensível à miséria que o rodeia, mas impotente para eliminá-la; ela, uma moça
da cidade, atraída pela figura livre e franca de Vicente, mas que não consegue
penetrar em seu mundo rude, quase selvagem.

José Lins do Rego

• Decadência dos engenhos desmantelados pelas


usinas.
• Ciclo da cana-de-açúcar: sua vivência no engenho.
• O narrador de Menino de Engenho é o reflexo do
próprio autor em alguns momentos.
• Em 1943, o autor publica Fogo Morto, sintetiza o
ciclo e conta a história de um engenho chamado Santa Fé.

Jorge Amado

• Regionalismo baiano, zonas rurais do cacau e zona


urbana de Salvador.
• Tipos marginalizados.
• Análise da sociedade.
• Utilização em suas obras da “fala do povo”.
• Romances Proletários: mostra a vida em Salvador
com um retrato social
– Suor, O país do Carnaval e Capitães de Areia.
• Ciclo do cacau: a vida nas fazendas nas regiões de
Ilhéus e Itabuna – Cacau, Terras do Sem-Fim, São Jorge dos
Ilhéus.
• Crônicas de costumes e depoimentos líricos:
novelas, romances com temáticas amorosas – Mar Morto,
Gabriela Cravo e Canela, A Morte e a Morte de Quincas Berro
D’água.
Graciliano Ramos

• Início do trabalho com a publicação de Caetés


(1933).
• Atividades subversivas; preso político; Memórias do
Cárcere.
• Viagem aos países socialistas; Viagem.
• Clima de tensão; relações do homem com o meio
natural; meio social.
• Final trágico: o suicídio.
• O homem muitas vezes se animaliza.
• A seca, os retirantes, a vida na caatinga.

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