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SONETOS COMPLETOS – ANTERO DE QUENTAL

1. Angús(a existencial
• Insa(sfação face ao amor e à vida
• Interiorização reflexiva
• Inquietação filosófica

2. Configurações do ideal
Racionalidade o(mista e de luta:
• Razão, jus(ça, amor/ fraternidade / solidariedade
• Poeta como “voz da revolução”

3. Poesia de Antero
Configuração do ideal + Angús(a existencial:
• Inquietação espiritual
• Procura de algo que deu sen(do ou uma finalidade à existência humana
• Aceitação de uma en(dade que aparece, quase sempre, sob contornos
vagos ou indefinidos e que pode assumir o nome de Deus
• Desejo de sonhar
• Insa(sfação perante o real sen(do como demasiado frustrante ou
limitado

Dualidade na personalidade do poeta:


• Espírito cri(co do filósofo (lucidez do intelecto; espírito apostólico;
autodomínio; consciência plena; concentração da a(vidade pensante;
exaltação do amor e da razão);
• Temperamento mórbido do homem (canto da noite, do sonho, da
submersão, da morte, dissolução da personalidade; repouso da alma no
Deus transcendente).

4. Linguagem, es(lo e estrutura


Soneto:
• Composição poé(ca cons(tuída por 14 versos, geralmente decassílabos,
distribuídos por duas quadras e dois tercetos.
• A rima do soneto tende a seguir o esquema ABBA ABBA, nas quadras, e
CDC CDC, CDE CDE, nos tercetos.
• Úl(mo verso é considerado a chave de ouro, quando apresenta uma
conclusão para o tema desenvolvido.

Discurso:
• Marcado por um elevado grau de elaboração formal
• Recorre a conceitos (noções), muitas delas filosóficas
• Trata-se de uma poesia de ideias e ques(onação

Recursos expressivos: Apóstrofe, Metáfora e Personificação


OS MAIAS – EÇA DE QUIRÓS

O autor: Eça de Queirós

• Membro da geração de geração de 70;


• Par(cipante nas conferencias do Casino;
• Faz isso do realismo e do naturalismo, de forma a proceder a uma moralização
da sociedade expondo os seus defeitos;
• Retratou a sociedade portuguesa num es(lo irónico e humorís(co;
• Todas as suas crí(cas permanecem atuais.

Título: Os Maias – Episódios da vida român(ca

• A história das 3 gerações da família Maia – Afonso, Pedro e Carlos;


• A intriga principal foca-se na vida e amores de Carlos da Maia;
• A ação começa no outono de 1875. Segue-se uma analepse de mais de 55 anos
(1820/22).

Subntulo: Episódios da vida român(ca

• Crí(ca de costumes, em especial da alta burguesia lisboeta, do séc. XIX;


• Descrição e crí(ca de um Portugal “podre” e “provinciano”.

A crí(ca de costumes:

• O jantar no Hotel Central

§ Temas/crí(ca: a literatura (Realismo vs. Roman(smo e crí(ca literária); a


situação financeira de Portugal; a mentalidade retrógrada da elite
lisboeta;

• Corridas no hipódromo

§ Crí(ca: a imigração do estrageiro; a mentalidade provinciana portuguesa.

• Jantar do conde de Gouvarinho

§ Temas/crí(ca: instrução e ensino; conceção da educação da mulher;


mediocridade mental dos mais altos funcionários do estado.

• A imprensa

§ Crí(ca: parcialidade do jornalismo da época; clientelismo par(dário,


vingança polí(ca; dependência polí(ca.
• Sarau no Teatro da Trindade

§ Crí(ca: superficialidade das conversas; falta de cultura; ausência de


espírito crí(co; sen(mentalismo e gosto convencional ultrapassados; a
oratória oca e sem originalidade.

• Passeio final por Lisboa (Carlos e Ega)

§ Crí(ca: a degradação do país

As personagens

o Jacob Cohen – Banqueiro.


Casado com Raquel Cohen (amante de Ega).
Representa o poder económico, simboliza a burguesia que
ascende socialmente, mas sem inteligência nem escrúpulos

o Conde de Gouvarinho – Polí(co.


Casado com a Condensa de Gouvarinho.
Representa o poder polí(co, a retórica oca.
É incompetente, retrógrado, mesquinho e medíocre,
sem visão, provinciano.

o Dâmaso – Novo rico. “Chique a valer”.


Vaidoso, egoísta, gabarola, cobarde, falta
de integridade, sem respeito pelas mulheres, representa
uma classe social sem princípios morais.

o Tomás de Alenquer – O poeta ultrarromân(co.


Sen(mental, exagerado, teatral, an(quado, avesso às novas
ideias literárias.

o Cruges – Músico. Pianista.


Talentoso, acanhado, nmido, durante muito tempo não é conhecido.

o Rufino – Deputado

o Steinbroker – Diplomata.
Estrageiro, observa Portugal de forma neutra.

o Taveira – Funcionário público.

o Craf – Fleumá(co britânico.


Colecionador de arte. Excêntrico.

o Sousa Neto – Burocrata.


o Palma de Cavalão – Diretor do jornal “Corneta do Diabo”. Oportunista.
Representa o jornalismo corrupto e vergado ao poder.

• Neves – Diretor do jornal “A tarde”.

• Guimarães – Tio de Dâmaso.


Amigo da mãe de Maria Eduarda.

• Eusebiozinho – Produto da educação tradicional portuguesa, ridículo na


infância e na idade adulta, fraco, imaturo e influenciável.

Representação do sen(mento e da paixão


Atração irresisnvel por uma mulher bela e sedutora.

Pedro da maia
• Apaixona-se por Maria Monforte numa troca de olhares.
• Namora-a à vista de todos.
• Casa-se com ela, contra a vontade do pai, Afonso.
• Ela trai-o, foge com Tancredo e abandona o filho, Carlos.
• Pedro suicida-se

Carlos da Maia
• Cruza-se com uma desconhecida (Maria Eduarda) e fica preso nos seus olhos
negros.
• Envolve-se com ela, mesmo sendo casada.
• Descobrem que são irmão (traição do des(no).
• Separam-se e ambos vão para o estrangeiro.

João da Ega
• Apaixona-se em poucos dias por Raquel Cohen.
• Cometem adultério.
• O marido de Raquel descobre a traição e expulsa Ega de sua casa.
• Cohen e a mulher fazem as pazes e viajam para Inglaterra.
• Ega fica sozinho

Caracterís(cas trágicas dos protagonistas

Protagonistas:
• Carlos da Maia
• Maria Eduarda
• Afonso da Maia

Tema:
• o incesto
Presença de presságios
• Anagnórise (reconhecimento) – Reconhecimento da iden(dade verdadeira e do
passado de Maria Eduarda.
• Climax (auge) – Consumação consistente do incesto por parte de Carlos.
• Katastrophé (catástrofe) – Morte de Afonso. Separação de Carlos e de Maria
Eduarda (morte de um para o outro).

Espaços e o seu valor simbólico

Santa Olávia
• Local de refúgio em momentos dixceis.
• Local da infância de Carlos.
• Símbolo da vida e da regeneração.

Coimbra
• Local da juventude e da vida boémia.
• Representa a formação (académica e pessoal) e a amizade.

Sintra
• Local de passeios dos lisboetas.
• Encontros sociais e amorosos.
• Símbolo do paraíso român(co.

Lisboa
• Espaço de vivência e de convívio social.
• Representa a centralidade da nação portuguesa.

Ramalhete
• Residência familiar em Lisboa (1875-77)
• O jardim acompanha simbolicamente o percurso da família Maia.
• Nota-se que as paredes do Ramalhete foram sempre sinal de desgraça para a
família Maia.
• No início o Ramalhete não tem vida, em seguida habitado, torna-se símbolo de
esperança e vida, é como um renascimento.
• No úl(mo capítulo, a imagem deixada no Ramalhete abandonado e tristonho,
cheio de recordações de um passado de tragédia e frustrações, está muito
relacionada com o modo como Eça via o país, em plena crise de regime.

O jardim do Ramalhete
• O seu apogeu ou degradação acompanham o percurso da família e a passagem
de Carlos por Lisboa.
1º momento: O jardim tem um aspeto de abandono e degradação que reflete o
desgosto de Afonso após a morte de Pedro.
2º momento: É o renascimento da esperança, renovação da casa por Carlos.
3º momento: “areado e limpo, mas sombrio e solitário”, simboliza o fim de um sonho e
a morte da família.

No primeiro capítulo a cascata está seca porque o tempo da ação ainda não começou.

No úl(mo capítulo, o fio de água da cascata é símbolo da eterna melancolia. Este choro


simboliza também a dor pela morte de Afonso da Maia.

O cedro e o cipreste, são árvores que pela sua longevidade, significam a vida e a morte,
foram testemunhas das várias gerações da família. Mas também simbolizam a amizade
inseparável de Carlos e João da Ega.

A estátua de Vénus
• Enegrece com a fuga de Maria Monforte, no úl(mo capítulo, coberta de
ferrugem, simboliza o desaparecimento de Maria Eduarda.
• Marca o início e o fim da ação principal.
• Simboliza as mulheres fatais desta família.

Consultório
• Representa os projetos de Carlos e o seu entusiasmo passageiro, que terminam
em falhanço profissional.
• Símbolo do diletan(smo de Carlos e da sua geração.

A Toca
• Local onde ocorre o incesto.
• Representa a sensualidade.
• Presença de símbolos que anunciam a ex(nção da família Maia.

Estrangeiro
• Local de fuga em momentos dixceis.
• Residência dos Maias em vários momentos.
• Modelo a seguir, símbolo de cultura e requinte.

A descrição do real

Sensação de auten(cidade da ficção queirosiana – naturalidade do diálogo


e descrição dos espaços cénicos urbanos.

Recursos expressivos
• Sinestesia
• Comparação
• Metáfora
• uso expressivo do adje(vo e do advérbio.
A educação

Eusébiozinho representa a educação (picamente portuguesa. Baseada na Car(lha.


Ensino Religioso. Aprendizagem de La(m (língua morta). Saber “livresco”.

Carlos tem uma educação à inglesa com o percetor Mr. Brown. Virada para o exercício
xsico de contacto com a natureza. Aprende inglês.

A decisão de Carlos ter uma educação tradicionalmente inglesa deve-se a Afonso, o avô,
que pretendia de alguma maneira evitar que Carlos acaba-se da mesma forma que
Pedro, o seu filho, que cometeu suicídio.

Geração de 70

Roman(smo Realismo

Teófilo Braga;
Camilo Castelo Branco; Eça de Queirós;
António Feliciano de
VS Antero de Quental;
Cas(lho. Oliveira Mar(ns;
Ramalho Or(gão.

Questão coimbrã ® confronto literário

Este conflito espalha-se pelo resto do país, o que dá origem às Conferências do Casino.

O fim de Carlos
• Dandy
• Diletante
• Ocioso
• Fracassado
• Vazio

Carlos fracassou apesar da educação, ajudado pela carga hereditária dos pais e,
sobretudo, influenciado pelo meio decadente e ocioso em que se move.

10 anos depois: “Nada mudara”. ® Sensação de total imobilismo da sociedade


portuguesa.

Teoria da vida: Para finalizar o percurso existencial de Carlos par(lhada com Ega. “Nada
desejar. Nada recear (não vale a pena viver)”.
O percurso existencial de Carlos pode ser símbolo da evolução da sociedade portuguesa
após a regeneração, quando Portugal parecia estar a entrar numa época diferente,
marcada por uma certa prosperidade (tal como Carlos foi a esperança de renascimento
da família Maia), o país acaba por cair no indiferen(smo, num retrocesso marcado por
uma indefinição quanto ao futuro.
SEMPRE É UMA COMPANHIA – MANUEL DA FONSECA

O autor: Manuel Lopes Ferreira Fonseca

• Poeta
• Cronista
• Romancista
• Con(sta

Neorrealismo (caracterís(cas)

• Realismo social
• Obje(vidade e simplicidade
• Temá(ca social, económica, histórica e regional
• Vulgarização das personagens
• Linguagem popular, coloquial

Contextualização

Tempo
• Tempo psicológico: a solidão de Alcaria faz com que o tempo passe devagar.
• Tempo histórico: anos 40 do séc. XX (referência à eletricidade e telefonia).

Espaço xsico
• Aldeia de Alcaria: “quinze casinhas desgarradas e nuas”
• Estabelecimento do casal Barrasquinho: “a venda” é um local onde reina o
desleixo.
• “Fundos da casa”: espaço de habitação sombrio separado da venda.
• Locais “longínquos” por onde viajava Rata: Ourique, Castro Marim, Beja.

Espaço psicológico
• A recordação que Batola faz do seu amigo Rata concre(za uma marca de espaço
psicológico

Espaço sociopolí(co:
• Espaço socialmente e economicamente deprimido. Os homens trabalham na
agricultura (trabalho árduo) e a venda de batola não é muito frequentada.

Narrador
• Heterodiegé(co
• Omnisciente
• Ponto de vista subje(vo
Personagens

António barrasquinho Batola


• Homem de estatura baixa
• Agressivo (com a sua mulher)
• Preguiçoso/improdu(vo
• Alcoólico
• Problemas com a solidão e com a frustração

Mulher do Batola
• Expedita
• Dominadora
• Trabalhadora
• Gere a casa e o negócio de família

Velho Rata
• Companheiro de Batola
• Mendigo e viajante
• Mensageiro do exterior
• Doença condena-o a uma vida estagnada e de grande privação

Vendedor
• Homem elegante
• Afável
• Ca(vante
• Convincente e calculista
• Vendedor de aparelhos eletrónicos
• Comerciante e amigo de vender

Ceifeiros e habitantes da aldeia


• Existência dura, desgastante e carência
• Trabalha de “sol a sol” (24h sob 24h)
Resumo

• Antes VS Depois da telefonia

ANTES DEPOIS

® "Carregado de tristeza, entardecer ®"um sopro de vida paira agora sobre a


demora anos" (linha 78); aldeia" (linha14);
® "lá vêm figurinhas dobradas pelos ® "e sentem que já não estão tão
atalhos, direito às casas tresmalhadas da distantes as suas pobres casas"
aldeia" (linha 81); (linha15);
® "um suspiro estrangulado sai-lhe das ® "há assuntos de sobra para conversar"
entranhas e engrossa até se alongar, (linha 16-17);
como um uivo de animal solitário" (linha ® "e os dias passam agora rápidos"
90-92). (linha 26);
® "sempre é uma companhia" (linha 56).

Relação entre Batola e a sua mulher

Apesar de ditar as leis quanto à organização da casa e da venda, a mulher de Batola era
ví(ma de violência domés(ca xsica e estava subme(da ao poder do marido.
O equilíbrio é a(ngido apenas quando a mulher observa as transformações que se
operam em Batola após chegada da telefonia.

Relação entre os habitantes da aldeia com Batola e sua mulher

Antes da telefonia relação distante devido à árdua vida dos ceifeiros nas terras que lhes
re(ra a vontade de conviver no café de Batola. Após a chegada da telefonia tudo se
altera e o convívio é evidente.

Recursos expressivos
• Hipérbole
• Personificação
• Metáfora

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