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Humanism

o
Profa. Suellen Anselmo
Cotexto
Histórico
Surgimento da Burguesia
● No final da Idade Média, a
sociedade era organizada ainda
pela influência muito forte da
posse de terras.

● Havia muitos feudos e, entre


eles, existiam as vilas. Nessas
vilas, notavam-se a o presença
de feiras.
● O comércio nas vilas era importante, pois lá havia comercialização de produtos
diferentes dos produzidos nos feudos (onde predominava a agricultura).
● A população começou a crescer, porque as invasões se tornaram menos
constantes. Com isso, as vilas foram crescendo e se tornaram Burgos.
● Quem vivia nos burgos era chamado de Burguês.

● Os bugueses começaram, aos poucos, a


ganhar muito dinheiro. Começaram a ser mais
exigentes: querer ter acesso a conforto, a
conhecimento etc.
● Por mais que tivessem dinheiro, eles não
tinham poder, não tinham direitos (quem tinha
poder era quem possuia terras).
● Os burgueses começaram a investir em
educação. Nessa época surgiram as
universidades.
literário
do
Humanis
mo
O projeto literário
humanista
• O projeto literário humanista não tem características completamente
definidas: o velho e o novo convivem provocando uma tensão que se
evidencia na produção artística e cultural.
• A produção é marcada pelo abandono da subordinação absoluta à igreja
católica e pelo resgate dos valores clássicos.
• Ganha-se força um olhar mais racional para o mundo, que procura na
ciência uma explicação para fenômenos até então atribuídos a Deus.
• Prepara-se o indivíduo para uma grande revolução estética que virá no
Renascimento.
Agentes do discurso
• O contexto de produção dos textos é o mesmo do
trovadorismo: as cortes e os palácios.
• O objetivo dessa literatura era divertir e levar prazer à
aristocracia.
• Em 1450 Johann Gutemberg cria a prensa e revoluciona a
produção de livros na Europa, a cultura oral começa a
perder espaço e a escrita a ganhar notoriedade.
• Inicialmente o público-alvo dos textos produzidos são os
nobres, mas, com o investimento da burguesia com a
aquisição de cultura e a criação da prensa, um maior
número de pessoas passa a ter acesso à produção literária.
A produção do Humanismo em
Portugal
● Quando o Humanismo chega à Portugal, no início do deinado da dinastia de
Avis, a produção poética passa por uma crise.
● Entre 1350 e 1450 não se tem notícias da circulação de textos poéticos no
país.
● Há o apogeu da cônica historiográfica e da prosa doutrinária (tipo de manual
escrito por reis e nobres que apresentava normas e modelos de
comportamento para os fidalgos da corte.
● O ressurgimento da poesia passa a separar texto de música
Crônica,
poesia e
teatro
Fernão Lopes:
cronista dos reis
e do povo
● O marco inicial do humanismo português é a
nomeação de Fernão Lopes como cronista-mor
do reino, em 1434.
● Ele registrava, em suas crônicas, a história de
reis que governavam Portugal. Escreveu 3
crônicas:

1. Crônica de El-Rei D. Pedro I: traz um


apanhado dos principais acontecimentos do
reinado, dentre eles, a morte de Inês de Castro,
amante do rei, assassinada a mando de D.
Afonso IV, pai de D. Pedro I.
2. Crônica de El-Rei Fernando.
3. Crônica de El-Rei D. João.

• Fernão Lopes dava importância ao povo


(tratado como coadjuvante da história dos
reis).
Quem foi Inês de Castro?

https://www.youtube.com/watch?v=JgVAAjCuqF8
A poesia
palaciana
• Em um momento da história, os trovadores desapareceram e não se sabe exatamente as razões.
• Uma parte mínima dos textos produzidos na época foi conservada e organizaram os cancioneiros.
• Só se tem notícias de produção literária com o Cancioneiro, de Garcia de Resende, em 1516.
• Muitos dos textos têm como uma de suas características o culto aos cláassicos grego-romanos.
Também há uma separação entre letra e música.

• Os poetas se profissionalizaram mais em técnicas que


buscam o cultivo da forma textual: o ritmo ganha
mais força e a versificação é bem cuidada, pois as
rimas ajudam a dar musicalidade para a poesia que
deveria ser declamada coletivamente.

• No cancioneiro de Resende, há uma pobreza estética


e falta de criatividade. No entanto, há muitas poesias
que sustentam o brilho do lirismo português.
Cantiga sua partindo-se
• A tristeza pela partida do amado é
Senhora, partem tão tristes crescente.
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes • Há uma conservação da tradição
outros nenhuns por ninguém. trovadoresca: a morte é vista como
uma recompensa para o sofrimento
Tão tristes, tão saudosos,
tão doentes da partida
do eu-lírico.
tão cansados, tão chorosos • Sofrer por amor era um estilo de vida
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
para os nobres que já não tinham
tantas guerras para se preocupar.
Partem tão tristes os tristes,
• Há inovações: a mulher é idealizada,
tão fora d’esperar bem,
que nunca tão tristes vistes mas agora passa a ser motivo da crise
outros nenhuns por ninguém. existencial do eu-lírico.

João Roiz de Castelo Branco


Principais temas da poesia palaciana

● Tudo gira em torno da vida cortês; Coração, onde jouvestes


● Os personagens da época tinham uma vida fútil que tem má noite me destes?
de diversão e prazer (há detalhes exagerados
que eram motivos de riso e comentários entre os Toda a noite pelejei
participantes da corte). eu, que já mais não podia;
● Sá de Miranda descreve a vida dos namorados busquei-vos, não vos achei;
como uma eterna busca de um amor, na qual a sem vós, eu só que faria?
mulher é menos idealidada e que ambiguamente Deste-me dores de dia
pode ir ao leito do amado. polo que assi me fizestes;
● O amor continua sendo cantado pelo viés do de noite dores me destes.
sofrimento e do distanciamento entre o poeta e a
mulher amada. Há uma renúncia ao ser amado. Sá de Miranda
● Essas poesias discutiam o “cuidar” e o Jouvestes= julgastes
“suspirar” (o revelar seu sofrimento ou mantê-lo
secretamente).
O homem suspira por um amor, mas observamos
que ele entra em crise, pois quer a mulher ao lado
dele, e ela não realiza seus desejos.
O teatro de
Gil Vicente

Gil Vicente
● Na Idade Média, as peças de teatro produzidas
eram todas de caráter religioso e eram apresentadas
nos pátios das igrejas e mosteiros.
● Com a intensificação dos festejos na corte, esses
textos teatrais passam a abordar temas variados.

• Gil Vicente é considerado o “pai do teatro português”.


Em 71 anos de vida, estima-se que tenha escrito cerca
de 44 peças.
• As peças têm caráter moralizante: procuram tematizar
comportamentos condenáveis e enaltecer as virtudes.
• A religião católica era tomada para ser a referência de
identificação de virtudes e erros humanos. Ele focava no
comportamento humano, mas não nas instituições religiosas.

● O autor faz muito uso de alegorias (representações, por


meio de personagens ou objetos, de ideias abstratas). No
auto da barca do inferno o agiota carrega uma bolsa cheia
de moedas, que representa, alegoricamente, sua ganância.
• Gil Vicente coloca em foco os erros de ricos e pobres, nobres e plebeus. Denuncia exploradores do
povo (fidalgo, sapateiro, agiota- auto da barca do inferno); ridiculariza os velhos que se interessam
por mulheres jovens (farsa – o velho na horta).

• As obras de Gil Vicente costumam ser divididas em 3 tipos:

1. Autos pastoris: gênero a que pertencem as peças de caráter


religioso e outras profanas;
2. Autos de moralidade: foi o que consagrou o escritor com a
trilogia das barcas: do inferno, do purgatório e da glória, bem
como, o auto da alma); e
3. Farsas: peças de caráter crítico, utiliza-se de personagens
tipicamente populares para abordar problemas da sociedade
(O velho na horta: ridiculariza a paixão de um velho casado
por uma jovem virgem).
Adaptações de alguns textos de
Gil Vicente
O auto da barca do inferno:
https://professordanillo.files.wordpress.com/2017/10/gil-vicente-o-auto-da-barca-do-
inferno.pdf

A farsa de Inês Pereira:


https://cem02.weebly.com/uploads/1/1/0/7/11074094/a_farsa_de_ines_pereira.pdf

A farsa do velho na horta:


https://letrasnoensinomedio.blogspot.com/2011/05/o-velho-da-horta-adaptado.html
Questões
sobre o
Humanismo
A obra de Fernão Lopes tem um caráter:

a) Puramente científico, pelo tratamento documental da matéria histórica;

b) Esencialmente estético pelo predominio do elemento ficcional;

c) Basicamente histórico, pela fidelidade à documentação e pela


objetividade da linguagem científica;

d) Histórico-literário, pela seriedade da pesquisa histórica, pelas


qualidades do estilo e pelo tratamento literário, que reveste a narrativa
histórica de um tom épico e compõe cenas de grande realismo plástico,
além do domínio da técnica dramática de composição.
(UNIFAP-SP) As primeiras peças teatrais portuguesas escritas com
objetivo de serem levadas a público são de autoria de:

a) Manuel Maria Barbosa du Bocage.


b) Paio Soares de Taveirós.
c) D. Diniz.
d) Camões.
e) Gil Vicente.
(FUVEST-SP) Caracteriza o teatro de Gil Vicente:
a) A revolta contra o cristianismo.
b) A obra escrita em prosa.
c) A elaboração requintada dos quadros e cenários apresentados.
d) A preocupação com o homem e com a religião.
(FUVEST-SP) Indique a afirmação correta sobre o Auto da Barca do Inferno,
de Gil Vicente:
a) É intricada a estruturação de suas cenas, que surpreendem o público com a
inesperado de cada situação.
b) O moralismo vicentino localiza os vícios, não nas instituições, mas nos
indivíduos que as fazem viciosas.
c) É complexa a critica aos costumes da época, já que o autor primeiro a
relativizar a distinção entre Bem e o Mal.
d) A ênfase desta sátira recai sobre as personagens populares mais
ridicularizadas e as mais severamente punidas.
e) A sátira é aqui demolidora e indiscriminada, não fazendo referência a
qualquer exemplo de valor positivo.
(FUVEST-SP) Diabo, Companheiro do Diabo, Anjo, Fidalgo, Onzeneiro, Parvo, Sapateiro,
Frade, Florença, Brísida Vaz, Judeu, Corregedor, Procurador, Enforcado e Quatro Cavaleiros
são personagens do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente.
Analise as informações abaixo e selecione a alternativa incorreta cujas características não
descrevam adequadamente a personagem.

a) O Fidalgo idolatra o dinheiro, é vaidoso, presunçoso; de tudo que juntara, nada leva para
a morte.

b) O Frade representa o clero decadente e é subjugado por suas fraquezas: mulher e esporte;
leva a amante e as armas de esgrima.

c) O Diabo, capitão da barca do inferno, é quem apressa o embarque dos condenados; é


dissimulado e irônico.

d) O Anjo, capitão da barca do céu, é quem elogia a morte pela fé; é austero e inflexível.

e) O Corregedor representa a justiça e luta pela aplicação integra e exata das leis; leva papéis
e processos.
Indique a afirmação INCORRETA em relação a Gil Vicente.

a) Antes de Gil Vicente, predominavam as encenações de histórias religiosas, cujo principal


objetivo era divulgar os valores cristãos.

b) Gil Vicente inova o teatro em Portugal especialmente por analisar comportamentos de


tipos sociais que constituem os primeiros aglomerados urbanos.

c) Ao tratar de temas religiosos ou profanos, Gil Vicente sempre adotou em suas críticas os
valores morais defendidos pela igreja.

d) Gil Vicente é um dos primeiros autores e afastar-se das preocupações divinas, interessa-se
fundamentalmente pelo homem com seus problemas terrenos.

e) O interesse pela investigação do comportamento de tipos sociais e da nova mentalidade


mercantil, que dominava as cidades, transformou Gil Vicente em um artista perspicaz que
soube como nenhum outro retratar com fidelidade a realidade de seu tempo.
(IFRR) O Humanismo foi um movimento com desdobramentos filosóficos, políticos,
culturais e artísticos. Sobre o Humanismo, é INCORRETO afirmar que:

a) Durante a Renascença se inspirou nos conhecimentos da antiga civilização greco-romana;

b) Valorizava o saber crítico voltado para um maior conhecimento do homem e uma cultura
capaz de desenvolver as potencialidades da condição humana.

c) Difundiu ideias que se opunham ao teocentrismo reinante, compreendendo o Homem


como maior obra divina.

d) Defendia a capacidade humana de criação e transformação da realidade natural e social,


reafirmando a ideia de livre-arbítrio.

e) Defendia a necessidade da intervenção religiosa em todas as áreas da vida humana a fim


de promover o progresso e a unidade dos espíritos e indivíduos.
Obrigada
pela
atenção!

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