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Brenda Margarezzi2
Solange Bianco Borges Romeiro3

Resumo

A Araucaria angustifolia é uma conífera, do gênero Araucaria e pertence ao grupo das


gimnospermas. As sementes desta árvore são carnosas, conhecidas popularmente como
pinhões e possuem um revestimento resistente. O revestimento da semente do pinhão é
geralmente descartado como resíduo precisando de um tempo considerável para se decompor
e causando poluição. Este resíduo, designado por casca, é um material rico, entre outros
compostos, em polifenóis. Devido a seus constituintes químicos e sua grande resistência a
degradação, a casca da semente da Araucaria angustifolia vem sendo cada vez mais alvo de
estudos e pesquisas que apontam que pode ser reutilizado após seu descarte e ser empregado,
entre outras coisas, na produção de materiais poliméricos, na produção de carvão ativado e
como antioxidante. As pesquisas envolvendo as cascas de pinhão podem vir a favorecer a
preservação da Araucaria angustifolia pertencente à Floresta Ombrófila Mista.

Palavras-chave: Araucaria angustifolia. Casca. Pinhão.

Abstract

The Araucaria angustifolia is a conifer, of the genre Araucaria and belongs to the
gymnosperm group. The seeds of this tree are fleshy, popularly known as pine nuts and have a
resistant coating. The lining of the pinion seed is usually discarded as waste requiring
considerable time to decompose and causing pollution. This residue, called shell, is a rich
material, among other compounds, in polyphenols. Due to its chemical constituents and its
great resistance to degradation, Araucaria angustifolia's seed bark has been increasingly the
target of studies and research that indicate that it can be reused after its disposal and used,
among other things, in the production of polymeric materials, in the production of activated
carbon and as an antioxidant. The research involving the pine nutshells may come to favor the
preservation of Araucaria angustifolia belonging to the Mixed Ombrophilous Forest.

Keywords: Araucaria angustifolia. Bark. Pine nuts.

1 Introdução

O gênero Araucaria pertence ao grupo das gimnospermas, as primeiras plantas a


conquistar definitivamente o ambiente terrestre há mais de 300 milhões de anos. Entre as
espécies existentes, a Araucaria angustifolia, mais conhecida como Pinheiro Brasileiro ou,
então, Araucária, é a árvore símbolo do sul do Brasil sendo a responsável pelas características
1
Trabalho de Conclusão de Curso de Química da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha.
2
Aluna do Curso Técnico em Química da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha.
Pesquisadora.
3
Professora do Curso Técnico em Química da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha.
Orientadora.
2

únicas de sua floresta, a Floresta Ombrófila Mista, pertencente ao bioma Mata Atlântica
(ANTIQUEIRA; ANTIQUEIRA, 2017). Essa espécie tornou-se um símbolo, pois é dela que
se obtém o pinhão, nome dado a  semente da Araucaria angustifolia, uma amêndoa branca ou
róseo-clara, rica em reservas energéticas, nutrientes, principalmente amido e também possui
nível relativamente alto de aminoácidos, que é envolta por uma casca resistente a degradação
(RAMALHO, 2002). 
O revestimento, casca, da semente do pinhão é geralmente descartado como resíduo
precisando de um tempo considerável para se decompor, gerando, assim, poluição. Esse
resíduo é um material rico em polifenóis (Lima et al., 2007). Segundo Sampaio et al. (2014), a
quantificação dos constituintes químicos estruturais da parede celular da casca de semente de
Araucaria angustifolia correspondem a 32,43% de lenhina, 35,16% de celulose e 14,83% de
hemiceluloses.
Devido a seus constituintes químicos e sua grande resistência, a casca da semente da
Araucaria angustifolia vem sendo cada vez mais alvo de estudos e pesquisas que apontam
que esse revestimento pode ser reutilizado após seu descarte e ser aplicado na remoção de
metais traço e corantes de amostras de água, pode ser utilizado para evitar a oxidação, para
produção de materiais poliméricos, entre outros. O reaproveitamento de resíduos
agroindustriais é um dos temas que vem assumindo grande importância, em virtude das
quantidades e dos consequentes impactos ambientais por eles gerados (QUIRINO et al.,
2004).
A Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (2019) aponta que o Pinheiro
Brasileiro possui grande importância econômica, devido à qualidade de sua madeira e
comércio de suas sementes comestíveis. Ecologicamente esse pinheiro é imprescindível para
a preservação da fauna e flora que necessitam da espécie para sobreviver e que habitam sua
mata. Devido a importância com viés econômico de sua madeira, a Araucária foi
extremamente explorada e atualmente encontra-se entre as espécies criticamente ameaçadas
de extinção dentro de uma escala global.
Uma série de ações inadequadas causadas pelo homem levou a Floresta Ombrófila
Mista a ser classificada na faixa referente a perigo crítico de extinção, essas ações
contribuíram e contribuem fortemente para o desequilíbrio ecológico, provocando alterações
climáticas em decorrência do efeito estufa, causado pela diminuição das florestas que
purificam o ar. Dentre as ações antropológicas (exploração madeireira e expansão de
territórios) e as limitações da própria espécie, cabe ressaltar a exploração desenfreada de
madeira que, nas últimas décadas, fragmentou o habitat de muitas espécies, inclusive a
Araucaria angustifolia, dificultando o cruzamento entre as espécies existentes nos
ecossistemas. Como consequência, algumas espécies já se extinguiram e outras se encontram
em fase de extinção (OLIVETTE; CRISOSTIMO, 2008).
Frente ao dito problema do risco crítico de extinção da Araucaria angustifolia e a
grande quantia de cascas de suas sementes que são descartadas, levando um grande período de
tempo para se degradarem, surge o objetivo geral da presente pesquisa de elaborar um estudo
detalhado sobre as aplicabilidades existentes para as cascas de pinhão após descarte,
caracterizando a semente, seu revestimento e a  própria Araucaria angustifolia. Assim sendo,
os objetivos específicos são conscientizar as pessoas do extremo risco de extinção que se
encontra a Araucaria angustifolia, caracterizar essa espécie, sua respectiva semente, o pinhão,
e sua casca, e, por fim, descrever aplicações tecnológicas viáveis para as cascas dessa semente
com a finalidade de demonstrar sua importância econômica e ambiental. 
O estudo visa a valorização da Araucaria angustifolia e das cascas das suas sementes
com a finalidade de conscientizar e contribuir para a conservação e preservação do Pinheiro
Brasileiro, espécie que predomina a Floresta Ombrófila Mista e encontra-se em risco crítico
de extinção.
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2 Caracterização

2.1 Caracterização da Araucaria angustifolia

A espécie Araucaria angustifolia pertence à família Araucariaceae, como mostra no


quadro 1, foi descrita por Bertoloni em 1820 como Columbea angustifolia Bert., mais tarde
veio a receber outro nome dado por Richard, em 1922, que fora Araucaria brasiliana Rich. e
então veio a ser renomeada por Otto Kuntze, ficando conhecida como Araucaria angustifolia
(Bertol.) Kuntze (SOARES E MOTA, 2004). 

Quadro 1 - Taxonomia Araucaria angustifolia

Fonte: IPEF (2003).

A Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze é uma conífera, como pode-se analisar na


figura 1, nativa da América do Sul encontrada no Sul e Sudoeste do Brasil e em fragmentos
no Norte da Argentina. A espécie A. angustifolia faz parte de um conjunto vegetacional
(figura 2) que ocorre dentro do domínio da Mata Atlântica, chamado de Zona de Pinhais,
Mata de Araucária, Floresta de Pinheiros ou, atualmente, Floresta Ombrófila Mista, e é
popularmente chamada de Pinheiro Brasileiro, Araucária ou Pinheiro do Paraná. O termo
Ombrófila está relacionado com as plantas que crescem abaixo das Araucárias. O gênero
Araucaria está incluso no grupo das gimnospermas que conquistaram seu espaço terrestre há
mais de 300 milhões de anos (GUERRA et al., 2000).
Ao longo de décadas, especificamente nos anos 90, a madeira de A. angustifolia foi
intensamente explorada e considerada a principal madeira de exportação do Brasil, o que
quase causou a extinção da espécie. Desde 2001, a legislação brasileira impede a exploração
da madeira de araucárias nativas, o que levou essa espécie a ser reconhecida como uma
espécie da flora brasileira ameaçada de extinção (CONAMA, 2001).

Figura 1 - Araucária – Araucaria angustifolia


Fonte: Braga (2020).
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Figura 2 - As Araucárias
Fonte: Folha do Paraná (2018).

Essa é uma árvore perenifólia (árvores cujas folhas se mantêm durante o ano todo), de
aspecto original e contrastante com as demais árvores do Sul do Brasil, com 10 a 35,
atingindo excepcionalmente 50 m de altura, tronco reto, colunar e quase cilíndrico, sua copa é
alta estratificada e múltipla, caliciforme ou em forma de taça, nas árvores mais velhas, e
cônicas nas mais jovens (RAMALHO, 2002). A Araucária possui pseudofrutos reunidos em
uma pinha (ovário) de 10 a 25 cm de diâmetro composto de 700 a 1.200 escamas, com
número variável de sementes (5 a 150) e com até 4.700 g de peso. As pinhas são encontradas
nos galhos, entre uma a duas em cada ramo. Contudo, o maior número de pinhas num galho,
foi de quatorze. Em termos médios, um pinheiro produz 40 pinhas por árvore (MATTOS,
1972; CARVALHO, 1994)). 
As sementes desta árvore têm origem nas brácteas do amentilho feminino,
desenvolvendo-se a partir de óvulos nus, geralmente com tegumento duro e endosperma
abundante. Elas são carnosas, conhecidas como pinhões, tendo 3 a 8 cm de comprimento, por
1 a 2,5 cm de largura e peso médio de 8,7 g, com ápice terminando com um espinho achatado,
e curvo para a base. No centro das sementes, encontra-se o embrião com os cotilédones que
são retos e constituem boa parte do comprimento do embrião. Os pinhões são obtidos de duas
maneiras: as pinhas desfolham quando maduras e/ou os pinhões são catados no chão
(RAMALHO, 2002). De acordo com Lima et al. (2007), o revestimento corresponde a 22%
da semente. A semente de A. angustifolia, o pinhão, é um produto sazonal que é produzido no
período de abril a agosto (CLADERA-OLIVEIRA et al, 2012). Sendo uma espécie dominante
de um habitat raro, no qual há outras plantas de interesse medicinal, a Araucaria angustifolia
é de grande importância econômica para as populações locais (GUERRA et al, 2000). A título
de exemplo, a floresta das araucárias constitui uma fonte de inúmeros subprodutos florestais
madeiráveis e não madeiráveis, como a erva-mate, que tem grande significado econômico
para os estados da região Sul do Brasil (SANTOS et al, 2002).

2.1.1 O risco de extinção da Araucaria angustifolia

A Araucaria angustifolia é uma gimnosperma dioica, característica da Floresta


Ombrófila Mista, formando populações densas, e também dos campos de altitude, ocorrendo
quase sempre de forma isolada (HUECK, 1953). De acordo com o Ministério do Meio
Ambiente, Floresta Ombrófila Mista é o nome científico dado a Floresta com Araucárias, essa
espécie compõe o bioma Mata Atlântica.  Originalmente, essa floresta, ocupava cerca de 20
milhões de hectares nos estados do Sul e Sudeste do Brasil, principalmente nos planaltos,
regiões de clima subtropical, desses milhões estima-se que existam atualmente 400 mil. A
Floresta com Araucárias é caracterizada pela presença predominante do Pinheiro Brasileiro e
no seu interior há uma complexa e grande variedade de espécies, como a canela sassafrás, a
imbuia, a erva-mate e o xaxim, algumas das quais só são encontradas nesse local.
A Araucaria angustifolia apresenta um lento ciclo de vida em comparação a outras
espécies e atinge a vida adulta somente após 15 ou 20 anos, enquanto outras espécies levam
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cerca da metade desse tempo. Essa espécie desenvolve suas sementes, os pinhões, em pinhas
mais de uma década depois de seu plantio. Essas características primitivas das gimnospermas
condicionam sua polinização à disponibilidade de vento e sua dispersão fica limitada a
espécies específicas, como a gralha-azul, que se alimenta do pinhão. Esse é um fator limitante
em comparação a demais árvores com flores e frutos, que possuem diversos aparatos e
atrativos para polinizadores e dispersores. Em soma a essas características peculiares da
espécie tem-se também a intensa exploração madeireira a qual a araucária vem sendo
submetida há décadas, associada ao desrespeito à legislação de proteção da espécie – corte e a
colheita do pinhão fora de época e a omissão de órgãos ambientais estaduais na fiscalização e
impedimento de irregularidades – levou as populações restantes a uma condição de
fragilidade e ameaça (ANTIQUEIRA; ANTIQUEIRA, 2017).
 A espécie encontra-se em risco de extinção e isso ocorre devido ao desmatamento
descontrolado, a construção de hidrelétricas, a exploração de madeira e a expansão de
monoculturas de soja e milho (MEDEIROS et al, 2005).
O desmatamento da Floresta Ombrófila Mista se deu em grande parte ao longo do
século XX, tendo início com a vinda dos imigrantes europeus para os estados do sul do Brasil.
A qualidade da madeira, leve e sem falhas, fez com que a Araucária fosse intensamente
explorada, principalmente a partir do início dessa época (MÄHLER; LAROCCA, 2009).
Durante aproximadamente setenta anos, entre 1920 e 1990, a floresta a qual pertence a
Araucaria angustifolia, passou por uma intensa devastação visando a exportação de madeira,
principalmente a do próprio Pinheiro Brasileiro (BACKES, 2002). Hueck (1953) trouxe dados
que indicam que dentre os cerca de um milhão de metros cúbicos de madeira exportados
anualmente naquela época pelo Brasil, 90% diziam respeito a Araucaria angustifolia, para
Backes (2002), essa foi a mais avassaladora devastação sistemática de florestas. Como
consequência, a floresta já foi reduzida a 12,6% da sua extensão original (RIBEIRO et al,
2009), ocasionando na extinção local da espécie no Espírito Santo (SIMONELLI; FRAGA,
2007). Recentemente diversas subpopulações remanescentes sofreram corte seletivo
(SOUZA, 2009), contribuindo no agravamento da redução populacional da Araucaria
angustifolia.
A construção de barragens para geração de energia é um fator agravante ao se referir
ao risco de extinção da espécie, cabe ressaltar, então, que atualmente um dos mais bem
preservados fragmentos da Floresta Ombrófila Mista, no estado de Santa Catarina, foi
completamente submerso pela construção da Usina Hidrelétrica de Barra Grande, no vale do
rio Pelotas (MÄHLER; LAROCCA, 2009).
Antiqueira e Antiqueira (2017) apontam que a Araucária vem sendo atualmente
classificada pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) como espécie em
perigo crítico de extinção, sendo essa a última classificação de alerta antes de ser considerada
extinta da natureza. No ano de 1998 o Pinheiro Brasileiro entrou para a Lista Vermelha,
passando a ser considerado raro na época, tempos depois passou para a categoria “vulnerável”
e no ano de 2006 entrou na categoria de “criticamente em risco”, tendo uma redução de
aproximadamente 97% de sua ocorrência original.

2.2 Caracterização das sementes da Araucaria angustifolia

A semente da A. angustifolia é encontrada no interior dos estróbilos femininos da


árvore, conhecidos por cones, que resultam na formação das pinhas. Cada pinheiro produz em
média 40 pinhas por ano. A Araucaria angustifolia possui um período de desenvolvimento da
semente correspondente a seis meses, do estádio pré-embrionário até a semente madura, esses
seis meses correspondem aos meses de dezembro a maio (MATTOS, 1972).
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As pinhas, mostradas na figura 3, possuem geralmente uma dimensão compreendida


de 10 a 25 cm de diâmetro e são compostas de 700-1200 escamas cada, com número variável
de sementes e com até 4700 g de peso (CARVALHO, 1994).

Figura 3 - As pinhas
Fonte: Ricardo Junior (2020).

A semente da Araucaria angustifolia é uma amêndoa branca ou róseo-clara,


popularmente chamada de pinhão, é rica em reservas energéticas, principalmente amido, e
também possui nível relativamente alto de aminoácidos, sendo envolta por uma casca
resistente a degradabilidade (RAMALHO, 2002). A parte comestível do pinhão é a polpa, que
fica no interior da casca, considerada macia somente quando cozida e sendo essa a parte
constituída basicamente por amido. Ao realizar uma análise das características nutricionais
concluiu-se que a semente da araucária possui um elevado valor nutricional por ser rica em
proteínas, cálcio, ferro, fósforo e vitaminas, além de possuir um teor de óleo (CONAB,
2014). 
Cordenunsi et. al. (2004), em seus estudos promoveu a caracterização físico-química
de pinhões crus e, então, relatou a presença de 49,50% de umidade, 1,60% de cinzas, 3,57%
de proteínas, 1,26% de lipídeos, 5% de fibra e 36,28% de amido. Carboidratos totais não
foram determinados. Foram encontrados por Cladera-Olivera et. al. (2008) valores de pH
correspondentes a 6,5 (± 0,4) e atividade de água considerada alta em seus estudos com
sementes de pinhão cru provenientes do Estado do Rio Grande do Sul. Esses elevados valores
de pH e atividade de água podem promover menor estabilidade as sementes, uma vez que,
nessas condições pode haver o crescimento e desenvolvimentos de microrganismos
deteriorantes (FRANCO; LANDGRAF, 2008). 
Um quadro foi montado comparando a composição dos pinhões crus e cozidos de
acordo com três pesquisadores.

Quadro 2 - Composição Centesimal da semente da A. angustifolia 

Fonte: WOSIACKI (1985); CORDENUNSI (2004); GAMA (2006); TACO (2006).


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Além da membrana interna que reveste a semente, há também outro revestimento


muito resistente a degradação que a recobre, denominado casca (figura 4). Estes
revestimentos são retirados após o cozimento. Ao nível da sua composição química, a
membrana interna e casca, apresentam a particularidade de serem ricos em compostos
fenólicos. As sementes brancas, ilustradas na figura 5, tornam-se castanhas durante o
cozimento em água devido à migração desses compostos da casca para o seu interior
(CORDENUNSI, et al., 2004). Lima et al. (2007) mostra que o peso de cada semente varia
entre 7 e 9g, e o revestimento corresponde a cerca de 20% da semente.

Figura 4 - Sementes de A. angustifolia com casca na pinha


Fonte: Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade (2016).

Figura 5 - Semente branca da A. angustifolia sem casca


Fonte: Vertical (2019).

2.3 Caracterização da casca da semente da Araucaria angustifolia

O revestimento da semente de pinhão é geralmente descartado como resíduo


precisando de um tempo considerável para se decompor. Esse resíduo é um material rico em
polifenóis e corresponde a cerca de 22% da semente (Lima et al., 2007). De acordo com
Sampaio et al. (2014), a quantificação dos constituintes químicos estruturais da parede celular
da casca de semente de A. angustifolia correspondem a 32,43% de lignina, 35,16% de
celulose e 14,83% de hemiceluloses. A lignina e a hemicelulose formam, juntas, a parede
celular das células vegetais. O pinhão possui quantidades consideráveis de compostos
fenólicos (polifenóis) que se encontram em maior número na sua casca e migram para a
semente ao passar por aquecimento. O principal grupo de compostos fenólicos presentes no
revestimento do pinhão são os taninos condensados e hidrolisáveis de alto peso molecular e
que possuem maior atividade antioxidante que os compostos fenólicos simples
(KOEHNLEIN et al., 2012; THYS & CUNHA, 2015).
Mattos (2016) realizou uma análise termogravimétrica, técnica analítica na qual a
massa é monitorada em razão do tempo ou da temperatura, nas cascas da sementes de
Araucaria angustifolia, e relatou três variações: a primeira variação de temperatura foi de 50
ºC a 100 ºC e representou a perda da água, a segunda foi na faixa de aproximadamente 350 ºC
e mostrou a decomposição da holocelulose (a celulose da madeira, juntamente com os outros
polissacarídeos) e por fim, a terceira em 450 ºC representou a degradação da lignina. Os
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resultados vindos dessa análise termogravimétrica servem para possibilitar a escolha da


temperatura para a realização de uma etapa de carbonização.

3 Aplicações tecnológicas da casca da semente da Araucaria angustifolia

Devido a seus constituintes químicos e sua grande resistência, a casca da semente da


Araucaria angustifolia, o pinhão, vem sendo alvo de estudos e pesquisas que apontam que
esse revestimento pode ser reutilizado após seu descarte e ser empregado na produção de
materiais poliméricos, na produção de carvão ativado e como antioxidante.

3.1 Aplicações das cascas da semente da Araucaria angustifolia como carvão ativado

Carvão Ativado

O carvão ativado é uma forma porosa de carvão, podendo ter sua origem animal,
vegetal ou mineral. Não tem odor ou sabor e é praticamente insolúvel em todos os solventes,
podendo ser usado na forma granulada ou em pó. Apresenta elevado número de poros
formando uma área interna considerável responsável pela sua capacidade de adsorção de
substâncias orgânicas inorgânicas. Esse carvão não possui uma alta capacidade de adsorção de
ácidos e bases fortes e de agentes corrosivos. Os sais inorgânicos de ferro e lítio e alguns
solventes orgânicos limitam sua atividade (HARLAND, 1994).
O carvão ativado é um material adsorvente composto por carbono que é utilizado para
diferentes finalidades como adsorção de poluentes, tratamento de efluentes em estado gasoso
ou líquido, usos medicinais e catálise (BRUM, 2018). A sua propriedade de adsorção é
resultado da área superficial altamente porosa formada por uma grande quantidade de poros
de diferentes tamanhos que são interligados (MICHAILOF, 2008). A partícula de carvão
ativado é formada por uma complexa rede de poros classificados, de acordo com a IUPAC em
microporos (diâmetros menores que 2 nm), mesoporos (diâmetros entre 2 nm e 50 nm) e
macroporos (diâmetros maiores que 50 nm). Os macroporos contribuem pouco para a área
superficial específica, contudo agem como condutos para a passagem do fluido ao interior da
superfície dos mesoporos e microporos, onde a adsorção ocorre com maior frequência
(ROUQUEROL, 1994).
Os carvões ativados podem ser obtidos por meio da carbonização do precursor seguida
da ativação, para desenvolvimento dos poros. Os parâmetros importantes que irão determinar
a qualidade e o rendimento do material final carbonizado são a taxa de aquecimento, a
temperatura final, o fluxo de gás de arraste e a natureza da matéria prima (MARSH;
REINOSO, 2006). O termo ativado refere-se ao aumento da porosidade e da área superficial
durante o processo de ativação, essa área é calculada a partir da capacidade de adsorção dos
poros, ou seja, para a área total deve se considerar os sítios que adsorvem as moléculas
(SCHETTINO, 2004). O carvão ativado é considerado um adsorvente conforme o processo de
ativação e a matéria prima utilizada como precursor (WU et al., 2008).
Os precursores de carvão ativado devem possuir uma estrutura com alto índice de
carbono e baixo teor de componentes orgânicos. O carvão mineral, a casca de coco, a semente
de açaí, o resíduo de café, o bagaço da cana de açúcar, a casca de arroz, entre outros são
exemplos de precursores utilizados para a produção de carvão ativado (GASPARD et al.,
2014; RAMOS et al., 2009). Aplicar esses resíduos agrícolas como precursores é uma
alternativa ecológica que diminui custos de produção desse carvão. Essas biomassas em sua
maioria apresentam um alto teor de lignina, hemicelulose e celulose, materiais ricos em
carbono e com baixo teor de inorgânicos. (GASPARD et al., 2014; DIAS et.al., 2008).
Gaspard et al. (2014) aponta que durante ou após a carbonização, o material é submetido a um
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processo de ativação que pode ser física, química ou por meio de micro-ondas e hidrotermal.
A etapa de ativação é responsável pelo aumento da porosidade do carvão, decorrente da
desobstrução de poros bem como formação de novos.
Sing (2014) e Vargas (2010) dizem que devido aos carvões ativados serem
adsorventes versáteis e de baixo custo, possuem grande aplicabilidade na indústria sendo
usados para descolorir, purificar, filtrar, desintoxicar e desodorizar (em indústrias
farmacêuticas, alimentícias e químicas). O que faz o carvão ativado ser empregado em todas
essas áreas é sua grande área superficial, composta por diversos tamanhos de seus poros que
acaba resultando na adsorção de uma grande variedade de adsorvatos em diferentes estados
físicos da matéria. Michailof (2008), Vargas (2010) e Wu et al. (2008) apresentaram estudos
sobre a aplicação do carvão ativado e outras áreas como no tratamento de água para remoção
de corantes, na adsorção de compostos fenólicos e na remoção de metais e compostos
clorados.

Adsorção

A adsorção é um processo de transferência de substâncias em duas fases, podendo ser


líquido-líquido ou sólido-líquido. As moléculas adsorvidas são os adsorvatos e a substância
que adsorve é o adsorvente. As propriedades adsorventes de um material dependem de sua
constituição (GISI et al., 2016). Adsorção em fase líquida é um dos métodos mais populares e
eficientes para remoção de poluentes de efluentes, já a adsorção em fase sólida serve para que
os sólidos concentrem em suas superfícies substâncias específicas presentes em soluções
aquosas separando os componentes presentes nessas soluções (ROYER, 2008).
Segundo Demirbas et al. (2008) e Kavitha; Namasivayam (2008), os adsorventes são
utilizados na forma de grânulos, devendo possuir suas propriedades específicas, sendo
bastante resistentes, com alta capacidade de adsorção e grande área superficial específica.
Dentre os adsorventes mais empregados industrialmente destacam-se o carvão ativado, a
alumina ativada, a sílica gel, as peneiras moleculares e algumas argilas ativadas. Uma das
mais importantes características de um adsorvente é a sua capacidade de adsorção que é a
quantidade de substância que pode ser retida em sua superfície. Essa capacidade depende de
sua textura (distribuição dos tamanhos de poros, volume de poros e área superficial
específica) e das interações com o adsorvato (TAN et al., 2008).
Demirbas (2008) apresentou uma revisão que analisa a possibilidade e viabilidade de
reutilizar os resíduos agrícolas como adsorventes, visando à diminuição da contaminação de
efluentes. Estudos apontam que muitos adsorventes podem ser regenerados após o uso ou
permanecerem armazenados em locais secos, sem causar danos ao meio ambiente. (BABEL;
KURNIAWAN, 2003; ARRASCUE et al., 2003).

Aplicação das cascas da semente da Araucaria angustifolia como carvão ativado para
remoção de corantes

Stevanato et al. (2020) em sua pesquisa concluiu que a casca da semente da Araucaria
angustifolia demonstrou ser uma boa alternativa para fabricação do carvão ativado devido ao
seu elevado teor de carbono fixo. Analisando os valores relacionados à capacidade de
adsorção que o carvão possui concluiu-se que o mesmo apresenta uma elevada área
superficial composta de mesoporos, demonstrando ser um útil em futuros estudos visando à
remoção de inúmeros xenobióticos (compostos químicos estranhos ao organismo humano) em
matrizes aquosas. Nos resultados o rendimento do material carbonizado apresentou valor
médio de 31,45% (± 1,48), sendo esse valor superior ao que se observa em outras biomassas
(matéria orgânica utilizada na produção de energia). Em sua pesquisa, Li et al. (2008) realizou
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a carbonização de cascas de coco e o rendimento obtido foi 20,96%. Michailof et al. (2008)
aplicou pirólise na casca de Oliveira e o rendimento foi de 25%. Hirata et al. (2002)
desenvolveu seu carvão ativado pela borra de café e o rendimento obtido na carbonização foi
29,05%.
Em suas pesquisas Calvete (2011) realizou a carbonização de cascas de pinhão com a
finalidade de utilizar essa matéria carbonizada como adsorvente, um carvão ativado
alternativo aos existentes. Essa matéria apresentou um grande potencial de remoção de
corantes têxteis de elevada estabilidade e de difícil degradação pelos sistemas de tratamento
desses corantes já existentes. O autor ressaltou que a caracterização, o estudo da capacidade
de adsorção e a melhora da interação entre adsorventes e adsorvatos foram de grande
importância para constar que resíduos agrícolas podem ser reutilizados e até mesmo virem a
substituir materiais semelhantes já existentes.
Nebes (2019) concluiu em seu trabalho que as cascas da semente da Araucaria
Angustifolia demonstraram-se uma boa alternativa para a fabricação de carvão ativado, como
a maior parte da composição dessas cascas é de material lignocelulósico, na etapa de
carbonização o rendimento obtido foi satisfatório. Os carvões ativados preparados
apresentaram resultados satisfatórios na adsorção de azul de metileno, indicando o aumento e
a formação de poros. Algumas amostras adsorveram quase 100% do azul de metileno contido
em uma alíquota de 50 mL da solução de azul de metileno 1200 mg/L , o que levou a
pesquisadora perceber a necessidade de ajuste da massa de carvões em trabalhos futuros.

3.2 Aplicação das cascas da Araucaria angustifolia para obtenção de materiais poliméricos

Rezende (2016) em sua dissertação elaborou uma pesquisa a respeito da viabilidade da


produção de polióis (líquidos e bifásicos) a partir da casca de pinhão por processos de
oxipropilação e incorporação desses polióis bifásicos na produção de materiais compósitos.
Ele realizou a caracterização da casca de pinhão com base na sua composição lignocelulósica,
a qual é composta por 26,93% de celulose, 13,75% de hemiceluloses, 40,68% de
holocelulose, 36,17% de lenhina (lignina) insolúvel e 0,36% de lenhina solúvel. Essa
caracterização serviu para demonstrar que a casca de pinhão é um material adequado para a
produção de polióis. A caracterização dos polióis produzidos teve por objetivo analisar suas
propriedades a fim de concluir a viabilidade do uso desse material em diversas aplicações
viáveis, como na síntese de espumas de poliuretano A análise das polióis resultou em
amostras adequadas a essa aplicação. Para os polióis líquidos, o teor de homopolímero
aumentou com a diminuição da razão entre casca de pinhão e óxido de propileno utilizada.
Cateto et al. (2009) caracterizou o homopolímero como um co-monômero bifuncional de
poliuretanos, visto que diminui a viscosidade e a temperatura de transição vítrea do poliol
produzido. Como a incorporação dos polióis bifásicos obtidos de materiais lenhocelulósicos, a
casca de pinhão, em materiais poliméricos não é um assunto muito conhecido, o pesquisador
realizou um estudo para avaliar as melhores condições para essa incorporação visando obter
uma proporção entre os polióis e o material não poliol adequada para que na fase de
incorporação em materiais compósitos, resulte em uma boa ligação entre as partículas desse
reforço. Os ensaios para preparação dos materiais compósitos resultaram em materiais
compactos resultando numa boa ligação das partes (matriz e reforço), constituindo
formulações de partida adequadas.
Pesquisadores, a fim de reutilizar as cascas de pinhão, realizaram a produção de
materiais compósitos incorporando essas cascas em polímeros termoplásticos e termofixos.
As matrizes utilizadas foram a uréia formaldeído, fenol formaldeído e polipropileno. Os
compósitos termoplásticos apresentaram menor teor de inchamento e absorção de água,
maiores propriedades mecânicas e maior estabilidade térmica. Independentemente da matriz,
11

o aumento da carga de polímero diminuiu a absorção de água e inchamento em espessura,


assim como aumentou as propriedades mecânicas. Os compósitos de polipropileno
demonstraram perda de massa a temperaturas mais elevadas ao comparar com a casca de
pinhão in natura, pois o polipropileno possui uma alta estabilidade térmica perto da casca de
pinhão. Os compósitos termofixos apresentaram estabilidade térmica muito semelhante à
casca de pinhão in natura. Após análise dos resultados constatou-se que é possível reutilizar as
cascas de pinhão para produzir compósitos termofixos e termoplásticos. As matrizes
termofixas foram as que mais favoreceram a inserção das cascas de pinhão frente as matrizes
termoplásticas. Os compósitos termoplásticos foram os que apresentaram menor teor de
absorção de água, maiores propriedades mecânicas e maior estabilidade térmica
(ENCONTRO NORDESTE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE POLÍMEROS, 2016).
Visando avaliar a viabilidade da casca de pinhão como matéria prima para
desenvolvimento de compósitos termoplásticos, utilizando polipropileno a 50%, 60%, 70% e
80%, uma análise desses compósitos foi realizada. Os compósitos de polipropileno e casca de
pinhão demonstraram possuir módulo de elasticidade superior aos constituídos de
polipropileno puro. A análise ainda mostrou que ao acrescentar 20% em massa de casca de
pinhão ao polímero, sua resistência à flexão aumentou, todavia conforme aumentava-se a
massa referente as cascas de pinhão, diminuía-se a resistência a tração do polímero, em
comparação com o polímero puro. Os pesquisadores concluíram que a casca de pinhão tem
potencial para a produção de compósitos desde que seja usada em quantias adequadas.
(EVENTO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA EMBRAPA FLORESTAS, 2016).

3.3 Aplicação das cascas da semente da Araucaria angustifolia como antioxidantes

Como a casca da semente da Araucaria angustifolia é rica em compostos fenólicos


pesquisadores obtiveram um extrato das cascas de pinhão rico nesses compostos com ação
antioxidante e aplicaram-no em óleos comestíveis a fim de verificar seu poder de retardar a
oxidação. Ao analisar o extrato, os resultados indicaram que houve uma menor evolução da
oxidação no óleo que continha o extrato da casca de pinhão em relação ao óleo sem o extrato.
Ao fazer uma comparação dos valores vindos do extrato com um antioxidante químico, os
extratos obtiveram resultados um pouco superiores, entretanto o extrato das cascas causou
uma característica visual negativa no óleo, pois devido à coloração marrom rosáceo do extrato
o óleo deixava de apresentar sua cor amarelada. No fim da pesquisa foi concluído que a
aplicação do extrato de cascas de pinhão em óleos não é indicada visto que modifica o
mesmo, porém como o extrato se mostrou um bom antioxidante ele pode ser aplicado a
produtos os quais deseja-se controlar a oxidação e que possuam uma coloração que supere a
do extrato (SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 2012).
Os antioxidantes são um grupo de substâncias que podem ser formadas por vitaminas,
minerais, pigmentos naturais, compostos vegetais e enzimas, que impedem a oxidação de
outras substâncias químicas. Dentre estas substâncias podem-se citar os compostos fenólicos,
carotenoides, ácido ascórbico (vitamina C), α-tocoferol (vitamina E), entre outros
(LUSHCHAK, 2011; BIANCHI & ANTUNES, 1999; ANGELO & JORGE, 2007). Estes
compostos destacam-se pela capacidade em sequestrar radicais livres e inibir reações de
oxidação, mesmo em baixas concentrações, sendo capazes de prevenir os processos
oxidativos tanto em alimentos quanto em organismos vivos. Os radicais livres caracterizam-se
por possuir um elétron desemparelhado o que os tornam muito reativos, e são produzidos
pelas reações metabólicas ou por fatores externos. Estes são responsáveis pelo
envelhecimento celular e estão ligados ainda a algumas doenças como câncer, diabetes e o
mal de Alzheimer. Estes danos são causados pelo estresse oxidativo, devido ao desequilíbrio
entre as moléculas oxidantes que estão em maior número. A casca da semente da Araucaria
12

angustifolia é rica em compostos fenólicos, cuja atividade antioxidante é reconhecida e


avaliada para utilização em diversos segmentos industriais (DEGÁSPARI &
WASZCZYNSKYJ, 2004).
Nos compostos fenólicos, a sua ação antioxidante pode ser atribuída a presença de
anéis aromáticos hidroxilados em sua estrutura, sendo as hidroxilas as responsáveis por doar
hidrogênio para os radicais livres e, então, o anel aromático é capaz de estabilizar a molécula
antioxidante. O número e a posição deste radical na molécula dos compostos fenólicos é um
fator relevante para a sua atividade antioxidante (ARAÚJO, 2011; ANGELO & JORGE,
2007). Após uma análise observou-se que pinhões cozidos sem casca e pinhões crus não
demonstraram a presença de polifenóis, nem atividade antioxidante. A maior quantia de
polifenóis e a maior atividade antioxidante foram observadas nas sementes (os pinhões)
cozidas com casca, visto que as cascas são ricas em polifenóis e partes destes compostos
migram para os pinhões durante o aquecimento. Como na água resultante do cozimento há
polifenóis que migraram também das cascas de pinhão, esta apresenta grande atividade
antioxidante, podendo ser aplicada em atividades antioxidantes e não ser desperdiçada
(PROGRAMA DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA UCS, 2020).

4 Considerações finais

O trabalho apresentado teve como objetivos informar sobre o extremo risco de


extinção que se encontra a Araucaria angustifolia, pertencente à Floresta Ombrófila Mista,
caracterizar essa espécie, sua respectiva semente, o pinhão, e sua casca, e, por fim, descrever
aplicações tecnológicas viáveis para as cascas dessa semente com a finalidade de demonstrar
sua importância econômica e ambiental visando dar uma finalidade para esses resíduos. O
estudo realizado sobre as aplicabilidades das cascas das sementes da Araucaria angustifolia
atingiu seus objetivos e visou à valorização da espécie através dos produtos e resíduos por ela
gerados. Devido a seus constituintes químicos e sua grande resistência a degradação, a casca
da semente da Araucaria angustifolia, o pinhão, foi o foco das pesquisas realizadas, pesquisas
essas que comprovaram que esse revestimento pode ser reutilizado após seu descarte e ser
empregado na produção de materiais poliméricos, na produção de carvão ativado e como
antioxidante devido a seus constituintes fenólicos. Acredita-se que esse estudo irá contribuir
para a preservação da Araucária e sua mata, incentivando a reutilização dos resíduos
provenientes dela nas aplicações citadas neste artigo e em novas.
Visando pesquisas futuras, acredita-se que seja possível utilizar as cascas de sementes
provenientes da Araucaria angustifolia como adsorventes de óleos vegetais da água, visto que
a casca de pinhão demonstra ser um bom adsorvente na forma de carvão ativado.
13

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