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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


COLEGIADO DE AGRONOMIA

Pinheiro-do-Paraná
Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze
História e importância econômica
Recursos florestais
Taxonomia
Características morfológicas
Síndrome de dispersão
Importância ecológica: papel na sucessão ecológica
História e importância econômica
Após a exploração do pau-brasil, a madeira de boa qualidade e
o tronco reto da araucária não demoraram muito a serem notados.
Em 1765, um decreto do rei D. João V de Portugal autorizou o corte
de pinheiros em Curitiba.

A exportação da araucária foi impulsionada pela Primeira


Guerra Mundial, que passou a substituir madeiras similares a
abastecer o mercado interno e o argentino.

Assim as serrarias foram se multiplicando transformando-se na nova


atividade econômica paranaense, ultrapassando a importância da
erva-mate como fonte de arrecadação monetária.
História e importância econômica
Utilizou boa parte da mão-de-obra excedente do ciclo ervateiro.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a madeira da araucária liderou


as exportações do Paraná. Após o conflito, foi sendo substituído pelo
café que já despontava como uma das forças econômicas no Estado.

Assim, da primitiva floresta de pinheiro-do-paraná, resta


aproximadamente 5%.
História e importância econômica

Figura 1: Brasão do Estado do Paraná e Bandeira do Estado do Paraná


História e importância econômica
No passado, antes que a lavoura de café e cereais
cobrisse as terras paranaenses e antes que os trigais cobrissem
os campos gaúchos, a presença da araucária era tão comum
que os índios chamaram de “curitiba” (que quer dizer “imensidão
de pinheiros”) toda uma extensa região onde esta árvores
predominava. E a palavra acabou imortalizada, denominando a
capital do Paraná.
Recursos Florestais (RF)

RF Madeireiros RF Não Madeireiros

Figura 2:Madeira de Araucária. Fonte: Google imagens. Figura 3: Pinhões. Fonte: Google imagens.
Taxonomia
Reino: Plantae
Superdivisão: Spermatophyta
Divisão: Pinophyta
Classe: Pinopsida
Ordem: Pinales Criptógamas Fanerógamas

Família: Araucariaceae
Gênero: Araucaria
Espécie: A. angustifolia
Figura 4: Evolução das plantas. Fonte: Google imagens.
Características morfológicas
Sua origem remonta a mais de 200 milhões de anos

É uma espécie conífera terrestre de solo seco, dioica


(♀ e ♂), perenifólia, heliófita (☼), pode atingir alturas de 50 m,
com um diâmetro de tronco à altura do peito de 2,5 m.

A forma de sua copa é única na paisagem brasileira,


assimilando-se à uma “taça” ou “guarda-chuva”.

Quando jovens, as árvores têm uma copa coníca.


Características morfológicas
Suas folhas, as acículas (formato de
agulha), são verde-escuras, simples, alternas,
espiraladas, lineares a lanceoladas, coriáceas,
com ponta terminando em um espinho muito
pungente (figura 5).

Figura 5: Folhas da araucária. Fonte: Google imagens.


Características morfológicas
As estruturas reprodutivas nas
gimnospermas como a A. angustifolia são
denominadas de estróbilo.

O estróbilo feminino é popularmente Figura 6: Estróbilo feminino (pinha). Fonte:


Google imagens.
conhecido por pinha (figura 6).

O estróbilo masculino é conhecido


como amentos (figura 7), com escamas
coriáceas que protegem os sacos de pólen.
Figura 7: Estróbilo masculino (amento). Fonte:
Google imagens.
Características morfológicas
As araucárias não têm frutos verdadeiros, ou seja, suas
sementes não são envolvidas por uma polpa.

As sementes (pinhões), se originam de brácteas do


amentilho feminino (estróbilo feminino), desenvolvendo-se a
partir de óvulos nús (figura 8).

Figura 8: Estruturas da semente de A. angustifolia. Fonte: Google imagens.


Síndrome de Dispersão Zoocórica
Importância ecológica – Floresta Ombrófila Mista
É encontrada no Brasil nos estados de SC, PR, RS e de
forma esparsa nos estados de SP e MG, faz parte do bioma mata
atlântica.
Caracterizada por um dossel de araucárias superior bem
visíveis (figura7).

Extrato superior

Extrato inferior

Figura 7: Extratificação do dossel da floresta ombrófila mista. Fonte: Google imagens.


Importância ecológica – Floresta Ombrófila Mista
O habitat perfeito são regiões altas de 400m até 1000 m-1800 m.

O clima da região é subtropical, com chuvas regulares e estações


relativamente bem definidas: o inverno é normalmente frio, com geadas,
ocasionalmente neve e até temperaturas negativas em alguns municípios
de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo e o verão
razoavelmente quente (figura 8).

As temperaturas variam até 30°C, no verão.


• Figura 8: Distribuição
geográfica da Floresta
Ombrófila Mista. Fonte:
Google imagens.

• Floresta Ombrófila Mista -


FOM:
- Presença de Coniferas
nativas e folhosas;

• FOM montana:
- Parque do Iguaçu
Importância ecológica – Floresta Ombrófila Mista
• Figura 9: As araucárias,
suportam baixas
temperaturas, assim como
as coníferas de regiões de
clima temperado. Fonte:
Google imagens.
Papel na sucessão biológica
As araucárias tem uma forte atuação no processo de
nucleação. Quando estabelecidas em campos e pastagens agem
como plantas-enfermeiras, atraindo aves (grimpeirinho, gralha-azul,
gralha-picaça ou gralha-amarela) e roedores (ratos-do mato, pacas,
cutias, ouriços e o esquilo-brasileiro) dispersores de sementes que
promovem a colonização do local por outras espécies de árvores.

Este processo, ajuda a expansão florestal sobre campos


naturais e facilita a regeneração de áreas florestais degradadas.
Grimpeirinho:
Leptasthenura setaria
Gralha-azul Cyanocorax
caeruleus
• Gralha-piaça ou
Gralha-amarela
Cyanocorax chrysops
• Pacas Agouti paca
• Cutias Dasyprocta azarae
e D. aguti
• Ouriço-cacheiro Coendu
villosus
Papel na sucessão biológica
Mesmo sendo exclusiva da floresta ombrófila mista, a araucária
também ocorre em áreas de transição para a floresta estacional
Semidecidual. Além disso, é fonte de alimento para a fauna local.

• Floresta Estacional Semidecidual:


- Dupla estacionalidade climática;
- Folhas decíduas (20% e 50%)
Segundo estudo publicado este ano na Wiley Online Library,
deve ser totalmente extinta até 2070, como resultado da intensa e
predatória exploração madeireira e do manejo inadequado das
sementes.

Parques nacionais e outras unidades de conservação abrigam


apenas 2,5% das matas em bom estado com a espécie.

Por isso, é importante o desenvolvimento de políticas públicas de


conscientização e de preservação das espécies florestais.
Gratos pela atenção!
Abertos a perguntas.

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