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Transtorno Do Panico
Transtorno Do Panico
O Projeto Diretrizes, iniciativa da Associação Médica Brasileira, tem por objetivo conciliar informações
da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico.
As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico,
responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente.
1
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira
OBJETIVO:
Apresentar as manifestações do transtorno do pânico em diferentes faixas etárias, formas de
rastreá-lo e diagnosticá-lo, o impacto que outras comorbidades exercem sobre o prognóstico
e diagnóstico do transtorno do pânico e como a vida do paciente é afetada por esse quadro.
CONFLITO DE INTERESSE:
Os conflitos de interesse declarados pelos participantes da elaboração desta diretriz estão
detalhados na página 19.
Introdução
Uma série de regiões cromossômicas vem próximo, doença física pessoal, agravamen-
sendo associadas à suscetibilidade do TP, to das relações com cônjuge, problemas
dentre elas a 15q e 2q37(B), pequeno braço do com chefe, e piora condições de vida no
cromossomo 738(B), cromossomo 1q39(B) e cro- trabalho46,47(B).
mossomos 9q40(B), 12q41(D), 13q e 22q42(B).
Pesquisas ainda sugerem que transtornos de Em um estudo com 187 pacientes com TP,
ansiedade, incluindo fobias e TP, são traços o número médio de eventos significativos de vida
complexos que compartilham pelo menos um foi de 7,8 (de 1 a 31), com média de eventos
locus de suscetibilidade que se refere ao cro- positivos de 3,6 (de 1 a 12) e de negativos 5,3
mossomo 4q43(B). (1 a 16). Vinte e cinco porcento dos eventos
foram considerados muito indesejáveis enquanto
No entanto, é importante notar que, apesar 22% foram considerados muito desejáveis.
do fator genético, a expressão fenotípica se Além disso, os eventos negativos foram asso-
estabelece mediante a interação entre genes e ciados com pior psicopatologia, com diferença
fatores ambientais44(D). Estudos com gêmeos significativa48(B).
indicam herdabilidade moderada no TP, ou
seja, contribuições do ambiente e genéticas são Um estudo longitudinal de 5 anos avaliou
paralelamente importantes36,45(B). os fatores envolvidos com o surgimento de
ataques de pânico em 2.000 funcionários admi-
Recomendação nistrativos de uma fábrica. Os eventos recentes
Provavelmente, vários genes contribuam considerados estressores de vida apresentaram
com um pequeno efeito para a suscetibilidade um efeito direto no primeiro episódio de pânico
do TP. Assim, embora estudos de genética mole- (standardized path coefficient de 0,06), com o
cular sugiram algumas regiões cromossômicas e valor preditivo mais forte entre outras variáveis
genes que possam contribuir para a compreensão avaliadas49(A).
da epidemiologia do TP, esses resultados não são
conclusivos43(B). Apesar da alta herdabilidade, Faz-se importante salientar, no entanto,
em torno de 43% a 48%, para TP, e 61%, para que ainda não é possivel formular uma hipótese
agorafobia36(B), para expressão fenotípica do etiológica para o TP, inclinando-se apenas sobre
TP, percebe-se a necessidade de interação entre esses fatores. Os fatores genéticos estão entre
os genes e os fatores ambientais36,45(B). as variáveis preditivas mais fortes para o TP e
precisariam ser também avaliados.
6. Há evidências quanto ao papel dos
stressores ambientais na etiologia do
e Recomendação
TP? Estudos apontam que fatores de vida nega-
tivos poderiam estar envolvidos no surgimento
Uma série de estudos aponta para a alta de ataques de pânico48(B), porém os fatores ge-
prevalência de estressores de vida precedentes néticos são considerados os mais determinantes
ao TP, como uma doença grave ou acidente no aparecimento do TP, não permitindo assim
envolvendo um membro da família, ou amigo hipóteses que só apoiem os fatores ambientais.
das pessoas com TP apresente essa comorbida- quanto ao tipo de tratamento farmacológico
de. Casos de agorafobia sem história de TP são destinado ao TP com e sem agorafobia61(B).
incomuns57(B) e essa categorização diagnóstica No tratamento da fase aguda há redução
ainda é controversa. de risco relativo com terapia combinada em
relação à farmacoterapia de RR=1,24 (IC
Segundo o DSM-IV, os critérios diagnós- 95% 1,02-1,52) e da terapia combinada em
ticos para os dois casos de TP com e sem ago- relação à psicoterapia, com RR=1,16 (IC
rafobia são similares, com exceção de que nos 95% 1,03-1,30). Já para o tratamento na fase
casos com agorafobia faz-se referência a medo, crônica a terapia combinada é mais efetiva que
ansiedade ou esquiva de situações nas quais a farmacoterapia isolada, com redução do risco
possa ocorrer um ataque de pânico e que haja relativo de RR=1,61 (IC 95% 1,23-2,11) e
dificuldade para escapar ou ser resgatado1(D). não existem diferenças significativas entre a
Situações geralmente temidas envolvem estar terapia combinada e a psicoterapia (RR=0,96
em multidões, ir a lugares públicos, viajar com IC 95% 0,79-1,16)60(A).
sozinho, ou viajar para longe de casa.
Uma melhor caracterização dos prejuízos de-
Os prejuízos decorrentes ao TP com ago- correntes ao TP com e sem agorafobia auxiliaria
rafobia em comparação ao TP sem agorafobia na promoção de alternativas mais eficazes para
são pouco conclusivos. Pessoas com TP e o tratamento do quadro agorafóbico.
agorafobia interpretam estímulos externos ou
internos de forma catastrófica, no entanto, Recomendação
uma pesquisa sugeriu que a ansiedade e a Apesar das controvérsias referentes à dife-
catastrofização das consequências do pânico renciação dos prejuízos decorrentes ao TP as-
não foram suficientes para diferenciar TP sociado ou não à agorafobia57(B), é importante
com e sem agorafobia58(B). Por outro lado, ao observar que, muitas vezes, a agorafobia pode
acompanhar pessoas com TP e agorafobia tra- interferir no agravamento do quadro do TP ou
tadas com o método de exposição a situações na dificuldade de remissão do transtorno59(B).
panicogênicas, observou-se que a presença Dessa forma, é de fundamental importância
de agorafobia residual foi forte preditor de que se diagnostique com precisão o quadro
recaídas de ataque de pânico59(B). agorafóbico, estimando-se que um terço dos
pacientes com TP terão agorafobia57(B).
Ao comparar os tipos de tratamento para
o TP com ou sem agorafobia, nota-se que, 9. Qual é o impacto da depressão no diag-
nos dois casos, a combinação de psicoterapia e nóstico e no prognóstico de pacientes
farmacoterapia é mais efetiva do que a aplicação com TP?
de uma das opções isoladamente, durante o
tratamento da fase aguda, enquanto que, na Os transtornos de ansiedade e depressão
fase crônica, deve ser tratada com terapia com- co-ocorrem com grande frequência, onde gran-
binada ou psicoterapia60(A). Adicionalmente, de parte dos casos de depressão é secundária a
não se encontraram diferenças significativas um transtorno de ansiedade (67,9%)62(B). A
mais elevado durante o período de um mês, e estudo que avaliou o impacto e o curso das
maior ansiedade antecipatória72(B). Outras subs- comorbidades no TP, 51% dos pacientes pos-
tâncias psicoativas, como a cocaína, a maconha suíam pelo menos um diagnóstico psiquiátrico
e a nicotina, também parecem ser capazes de adicional, sendo os transtornos de ansiedade os
desencadear ataques de pânico ou de aumentar mais comuns. As comorbidades mais comuns
a frequência e a intensidade desses ataques73(B). foram: transtorno de ansiedade generalizada
(TAG);(32,5%) e transtorno de ansiedade social
Além disso, pacientes que apresentam tanto o (TAS);(13,5%)76(B).
TP como abuso ou dependência de álcool tendem
a relatar mais frequentemente história de depressão Em população brasileira, observou-se que os
e uso de outras substâncias psicoativas. Pacientes transtornos de ansiedade na infância parecem es-
alcoolistas com comorbidade com TP apresentam tar presentes em 59% dos adultos com TP, com
um pior quadro, frequentemente associado a uma associação significativa entre a presença de
outras comorbidades, como depressão e distimia, história de transtorno de ansiedade generalizada
e uma história de maior número de tentativas na infância e a presença de comorbidades com o
de suicídio74(B). Indivíduos que experimentam TP na vida adulta, como agorafobia (p=0,05)
ataques de pânico tentam mais comumente o e depressão (p=0,03)77(B).
suicídio, especialmente se abusam de álcool67(B).
Em uma pesquisa, pacientes com TP evi-
Recomendação denciaram pior qualidade de vida comparada
A grande parte dos estudos sobre o impacto a controles, devida principalmente a sintomas
do uso de substâncias psicoativas no diagnóstico de ansiedade e evitação agorafóbica78(B). Em
e no prognóstico de pacientes com TP refere-se outro estudo, a presença de uma comorbidade
ao álcool. Pacientes com TP e alcoolismo podem do eixo I já foi suficiente para piorar os es-
representar um subgrupo clínico distinto, com cores de qualidade de vida em pacientes com
início mais precoce do TP72(B) e maior gravi- TP79(B).
dade clínica da ansiedade74(B). Uso ocasional
de grandes quantidades de álcool aumenta o Recomendação
risco para a ocorrência de TP, com OR=2,23 A comorbidade entre TP e outros trans-
(IC 95% 1,01-4,91)71(A). Uso de substâncias tornos de ansiedade é comum75(B), em 32,5%
psicoativas é capaz de desencadear ataques de dos casos como ansiedade generalizada e, em
pânico ou de aumentar a frequência e a inten- 13,5% dos casos, como transtorno de ansiedade
sidade desses ataques73(B). social76(B). Essa associação piora a qualidade de
vida de pacientes com TP78,79(B).
11. Qual é o impacto da presença de outros
transtornos de ansiedade no diagnós- 12. Em pacientes com TP deve-se procurar
tico e no prognóstico do TP? diagnosticar transtorno de sono?
No TP, não existe história prévia de expo- orgânico. A normalidade dos resultados desses
sição direta ou indireta à situação de risco da exames confirmará o diagnóstico de TP93(D).
magnitude exigida para desenvolver o TEPT. Ainda no sistema cardiovascular, deve-se
Pelo contrário, o ataque de pânico é espontâneo, diferenciar o TP da insuficiência cardíaca con-
súbito, sem causa aparente, podendo, inclusive, gestiva, hipertensão arterial sistêmica, prolapso
ocorrer durante o sono. da valva mitral, angina pectoris e taquicardia
atrial94(B).
Recomendação
A correta diferenciação entre o TEPT e o Sistema neurológico - Lesões neurológicas,
TP permite o tratamento adequado das duas como epilepsia do lobo temporal, tumores expan-
condições, que apresentam melhora significativa sivos, esclerose múltipla93(D) e Parkinson95(C),
quando são detectadas precocemente. podem simular quadros de ataque do pânico
e seus diagnósticos poderão ser afastados pelo
eletroencefalograma, pela ressonância magnética
16. Quais são as doenças clínicas que de-
ou tomografia computadorizada.
vem ser consideradas no diagnóstico
diferencial do TP?
Sistema endócrino - Doença de Addison,
síndrome de cushing, diabetes, hipoglicemia,
O conjunto de sintomas que caracteriza o ata- hipertireoidismo, hipoparatireoidismo, tireoidite
que de pânico, e que quando repetidos configuram autoimune96(C) e feocromocitoma são entidades
o TP, pode ser confundido com uma série de qua- que podem simular, em sua evolução, quadros
dros clínicos médicos de natureza orgânica92(D) e semelhantes ao ataque de pânico93(D). Além
psiquiátrica, devendo deles ser diferenciado. desses, a síndrome pré-menstrual e transtornos da
menopausa também podem apresentar característi-
No diagnóstico diferencial do TP com enti- cas que podem exigir diagnóstico diferencial93(D).
dades clínicas de natureza orgânica, o início tar-
dio (acima de 45 anos) e a presença de sintomas Doenças pulmonares agudas - Asma, em-
atípicos, como vertigem, inconsciência e perda bolia pulmonar e doenças obstrutivas crônicas
de controle esfincteriano, levam a pensar que ou agudas podem desencadear situações de an-
a causa orgânica seja a razão dos ataques93(D). siedade com quadro clínico similar ao TP92(D).
Dentre essas doenças clínicas, destacam-se:
Outras situações clínicas - Os quadros
Sistema cardiovascular - O infarto agu- de intoxicações com drogas (alucinógenos, ma-
do do miocárdio talvez seja a situação clínica conha, cocaína, anfetamina, teofilina, nitrato
que mais se superponha ao TP, uma vez que de amila, nicotina), bem como as síndromes
o quadro de ansiedade, opressão no peito, de abstinência do álcool (benzodiazepínicos,
falta de ar, taquicardia, sudorese e sensação de opiáceos, cocaína) também podem simular
morte iminente coexistem nas duas situações e, situações de TP93(D).
dessa forma, o paciente deverá ser submetido
a exames como: eletrocardiograma e dosagens O diagnóstico diferencial do TP com outros
de enzimas cardíacas, para descartar o quadro transtornos psiquiátricos inclui simulação,
transtorno factício, hipocondria, TEPT, trans- ataques de pânico ao final do estudo (Fisher’s
torno de despersonalização, transtornos depres- Exact Test. p≤ 0,001)98(B).
sivos e esquizofrenia93(D). Para a realização do
diagnóstico diferencial nessas circunstâncias é No tratamento de pacientes com TP com
indispensável saber se o ataque do pânico foi antidepressivos, após o 7º dia, a queda das
inesperado ou se foi desencadeado por alguma respostas positivas ao CO2 foi estatisticamente
circunstância, como na fobia social ou especí- significativa nos grupos imipramina (20 mg/dia;
fica. O ataque de pânico inesperado e repetido p = 0,004), paroxetina (10 mg/dia; p = 0,001)
caracteriza o TP, enquanto que o desencadeado e sertralina (25 mg/dia; p = 0,004)99(B). Já
por uma circunstância externa, como falar em no tratamento com o toloxatone e placebo, os
público ou elementos fóbicos, configura a fobia pacientes tratados com placebo não relataram
social e específica, respctivamente93(D). nenhuma mudança significativa em sua reati-
vidade ao CO2 a 35%, enquanto os pacientes
Recomendação em uso toloxatone reportaram atenuação signi-
Algumas doenças clínicas apresentam carac- ficativa da reatividade ao final de uma semana
terísticas similares ao TP. Reconhecer a distin-
(Fisher´s exact test. p≤ 0,001)100(B).
ção entre estas e o TP permite o diagnóstico e
o tratamento corretos.
Em geral, o exercício de hiperventilação ou
de prender a respiração, apesar de induzir a uma
17. Quais são os resultados de estudos
alcalose respiratória, com falta de ar passageira,
laboratoriais no TP?
tonturas e ansiedade, não tem se mostrado
suficiente para provocar ataques de pânico na
A indução farmacológica de ataques de pâni-
maioria dos pacientes que se submetem a esse ex-
co no laboratório tem sido uma das estratégias
perimento, exceto em pacientes mais suscetíveis.
na pesquisa com TP. Essa técnica permite a
avaliação da eficácia de drogas para o TP e Essa suscetibilidade parece estar relacionada
torna possível o estudo dos ataques de pânico com aumento de cortisol101(D).
em condições controladas.
Recomendação
Pacientes com TP sem medicação foram Estudos evidenciam que pacientes com
submetidos à inalação de CO2 a 35% e ar TP apresentam maior reação à inalação de
atmosférico comprimido (placebo), onde 71% CO297(C), associada à provocação de ataque de
apresentaram ataques de pânico com o CO2 pânico e à hipersensibilidade desses pacientes a
e nenhum ao ar comprimido97(C). Em outro mudanças na concentração do CO2 respiratório.
estudo do mesmo grupo, o uso de clonazepam Essa sensibilidade parece ser melhorada com o
(2 mg/dia), 1 hora antes do teste, assim como uso de agentes farmacológicos como benzodia-
seu uso por 6 semanas, bloqueou mais ataques zepínicos e antidepressivos98,99(B).
de pânico provocados por CO2 em pacientes com
TP do que o grupo em uso de placebo, onde o 18. Quais são os resultados de estudos com
grupo com clonazepam não apresentou mais neuroimagem no TP?
Com a evolução dos estudos de imagem fun- tronco cerebral estão envolvidas na geração
cional cerebral, regiões do cérebro estão sendo de ataques de pânico108(C).
mapeadas e correlacionadas com distúrbios do
comportamento, entre os quais os transtornos Recomendação
de ansiedade102(B). Exames cerebrais podem auxiliar na loca-
lização das áreas afetadas por um transtorno
Em um estudo de 12 pacientes com TP e psiquiátrico e, assim, desenvolver novas formas
12 indivíduos controles, as amígdalas direita e de tratamento. Regiões cerebrais vêm sendo
esquerda apresentaram diminuição de volume associadas à manifestação do TP, em particular
nos pacientes com TP, enquanto os indivíduos uma diminuição das amigdalas em pacientes
sem o transtorno não apresentavam alteração com TP103(B) e alteração de substância cinzenta
em seu tamanho103(B). Na mesma linha de e aumento do giro temporal superior, mesencé-
pesquisa, outros autores verificaram que o lobo falo e ponte104(C).
temporal esquerdo de 11 portadores de TP apre-
sentava redução de volume quando comparados 19. Há benefícios na realização de exames
a 11 controles sãos104(C).
complementares ( cardiológicos ) no
seguimento do portador de TP?
A região do septo hipocampal parece de-
sempenhar papel importante no controle da
Nos últimos anos, um número crescente de
ansiedade105(D). Assim, há suspeita de que o
estudos tem mostrado altos níveis de comorbi-
sistema septo-hipocampal tenha participação
dade entre doenças físicas crônicas e transtornos
na ocorrência do TP. Foi detectado, em outro
de ansiedade. Um estudo com 5187 indivíduos
estudo106(C), uma frequência elevada de cavum
demonstrou que a presença de qualquer diagnós-
septi pellucidum com alterações eletroence-
falográficas, em pacientes portadores de TP. tico de transtorno de ansiedade foi significativa-
Outra pesquisa, no entanto, não confirmou a mente associado à presença de diversas doenças
observação anterior em 21 portadores de TP físicas. O TP foi associado a condições vascula-
comparados a 21 controles normais107(C). res (OR =2,28), doenças ósseas ou articulares
(OR=2) e condições neurológicas (OR=1,75).
Comparando-se a substância cinzenta Outros transtornos de ansiedade como trans-
de 19 portadores de TP com 20 voluntários torno de ansiedade generalizada, fobia social
sãos, verificou-se aumento de volume da e fobia simples apresentavam menos associação
substância cinzenta na ínsula esquerda dos com doenças físicas que o TP109(A). Estudo de
pacientes com TP comparados a controles base populacional da Noruega avaliou 64 871
sãos. Além disso, observou-se, nos portadores pacientes com a intenção de responder se existe
de TP, aumento no giro temporal superior, correlação entre TP e pressão arterial sistólica.
bem como no mesencéfalo e ponte. Relativo O TAG é associado à presença de pressão arterial
déficit de substância cinzenta foi observado no sistólica baixa, enquanto que os pacientes com
córtex cingulado anterior direito. Os autores TP mantiveram pressão sistólica média de 140
concluíram, ainda, que anormalidades no mmHg110(A).
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