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Continuando nossa jornada pelo desenvolvimento de uma inteligência emocional...

Precisamos entender e aceitar que todas as emoções são uteis e necessárias a continuação da espécie
humana, elas servem como uma linguagem muitas vezes não verbal, para nós mesmos e para os
outros. Cada emoção tem sua função, você já parou para pensar que as mais diferentes situações são
capazes de despertar emoções semelhantes? Isso acontece...

Escreva resumidamente 3 situações diferentes que fizeram com que você sentisse as emoções abaixo:
Medo:
1. ______________________________________________________________________________
2. ______________________________________________________________________________
3. ______________________________________________________________________________
Tranquilidade/Calma:
1. ______________________________________________________________________________
2. ______________________________________________________________________________
3. ______________________________________________________________________________
Surpresa:
1. ______________________________________________________________________________
2. ______________________________________________________________________________
3. ______________________________________________________________________________

...Isso acontece, porque elas são como uma espécie de gatilhos para respostas rápidas. Pensar
gasta muita energia e as vezes pode levar tempo. Imaginemos um leão vindo na nossa direção, o
natural é sentirmos medo e respondermos rapidamente a essa emoção, agora o que aconteceria se a
gente parasse para analisar a situação? Pensar se o leão é perigoso, se ele irá nos alcançar, se
deveríamos fazer algo, se devemos sentir medo. É, provavelmente viraríamos jantar de um predador,
apesar hoje não temos mais leões, tigres ou nenhum outro predador dessa espécie atrás da gente, os
predadores não deixaram de existir eles apenas se transformaram, hoje nossos medos são de
maquinas, assaltantes, falhas de segurança na internet e assim por diante... Novos predadores, velhas
emoções rs.
Como vimos, não existe emoção boa nem ruim, existe a desagradável de sentir e a agradável
de sentir, elas estão escritas em nosso DNA e são administradas pela parte do cérebro chamado de
sistema límbico, este sistema está intimamente com nossa saúde mental, assim como o sistema
cardíaco está para o coração.

Vamos ver um pouco sobre a função que cada emoção traz consigo?
Medo = Geralmente sentimos medo quando nos deparamos com situações potencialmente perigosas.
Ele tem como função preservar a vida, ou seja, ela serve para nos proteger e nos levar a proteger as
pessoas que amamos! Além disso, serve também para manter o que chamamos de harmonia social ao
nos impedir de quebrar certas regras para o bom convívio em sociedade.
DICA: Um sentimento que pode ser considerado um derivado dessa emoção é a preocupação.
Nojo = Os sentidos que mais disparam essa emoção são a visão e o olfato, ver algo nojento muitas
vezes nos faz perder o apetite, sentir o cheiro de algo podre mesmo sem olhar é capaz de nos fazer
vomitar. O nojo serve para proteger a integridade do nosso corpo nos afastando do que pode ser
potencialmente contaminante e que poderiam nos deixar vulneráveis e doentes. Indo além da questão
biológica o nojo também serve para manter nosso entendimento do “eu” nos afastando de pessoas e
grupos sociais cuja os valores são contrários aos nossos, sinalizando também quais nichos sociais nos
encaixamos e melhor socializaríamos.
Raiva = Essa emoção é extremamente necessária para nos preservarmos enquanto indivíduos dentro
do coletivo, meio confuso? Vou tentar explicar melhor, graças a essa emoção temos a capacidade de
nos defender frente a ameaças, mesmo nas situações em que não reagimos, sentir raiva é uma forma
de dizer “Eu não concordo com o que está acontecendo comigo e não aceito”. É pela raiva que
podemos dar limites aos outros, não permitindo que façam o que querem com conosco e assim
mantemos nossa identidade. Se analisemos bem sua função chegaríamos a conclusão de que ela é
uma ferramenta para a defesa da vida, da nossa vida.
DICA: O sentimento de injustiça ativa a emoção da raiva.
Tristeza = Uma das emoções mais difíceis entender, aceitar e que menos gostamos de sentir.
Incompreendida, ela é a responsável por ativar partes do nosso cérebro que possibilitam a reflexão, é
graças a ela que biologicamente falando começamos a pensar principalmente sobre nossas ações e
vários movimentos para a mudança têm seu início. Geralmente quando sentimos tristeza podemos
pensar sobre quem somos e como gostaríamos de ser. Uma das sensações que a tristeza gera é o
desconforto, sem ele não teríamos motivos para mudar. Ah já ia esquecendo, além do que já falamos
outra função social da tristeza é o equilíbrio das coisas/pessoas que são de fato importantes e
representativos na nossa vida.
Alegria = Uma das mais agradáveis e bem aceitas socialmente, ela é um importante regulador das
relações sociais. Graças a essa emoção temos a manutenção das relações sociais que nos fazem bem,
permitindo que aqueles que gostamos se mantenham perto da gente num movimento que chamamos
de reciprocidade social. Por meio de comportamentos provenientes dessa emoção adquirimos
adjetivos que são relacionados a pessoas agradáveis e de forma indireta dizemos as pessoas ao nosso
redor, “Não precisa ter medo de mim, eu não irei atacar você” ou “Podemos viver em harmonia pois
estou aberto a socializar”. Os comportamentos que adotamos quando a sentimos, como o sorriso,
também tem uma função de adaptação biológica, pesquisas defendem que bebês que sorriem com
mais frequência tendem inconscientemente a receber mais atenção dos pais.
Amor = Considerada socialmente como a mais linda, eu diria rs. É a que mais varia dentro do
contexto social, mas aqui vamos nos ater a sua função mais básica, que é quando, por meio dela nos
mantemos ligados ao nosso filhote, afinal por que você se dedicaria tanto a ser que, morde, caga, grita
e chora o tempo todo, além de exigir uma quantidade absurda de nossa energia e se quer consegue
verbalizar um ”obrigado”? Reposta, porque você o ama, e isso faz com que suportemos várias
situações estressoras e vamos muitas vezes ao nosso limite para cuidar e proteger e assim garantimos
a perpetuação da espécie humana. O amor gera o sentimento de apego, em termos saudáveis, ou seja,
de cuidador para cuidado e do cuidado para o cuidador, tem o nome de apego bilateral. Essa emoção
garante também que vínculos sociais possam se tornar mais duradouros permitindo assim a ajuda
mútua.
DICA: Um sentimento derivado da emoção amor é o altruísmo.
Se não somos estimulados a pensar sobre elas quem dirá falar sobre nossas emoções! Mas
agora que entendemos que todas as emoções são uteis e que é impossível nos livrar dela – pelo menos
enquanto estivermos vivos. Precisamos ficar atentos ao fato de que, assim como outros aspectos da
nossa vida, quando estão em excesso ou em escassez, elas podem fazer mal a nós mesmos e as pessoas
ao nosso redor.
Tarefa 1: Agora você já sabe, tente conversar com alguém sobre as emoções pode ser de
forma generalizada e veja o que elas pensam e entendem sobre as emoções.
Como foi?
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Tarefa 2: Pois é, tudo em falta ou em demasia tem potencial para nos fazer mal, você consegue
lembrar de pelo menos uma situação em que você reagiu de forma exagerada como resposta a algo
que você sentiu?
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Tarefa 3: A falta das expressões emocionais também é muito prejudicial, principalmente para
nosso corpo. Você consegue lembrar de alguma situação em que você sentiu que ficou “doente” por
algo que você não disse? Ou alguma vez que alguém ao seu redor (ou até mesmo você) ficou mal,
pela falta de expressão emocional?
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Chegamos ao final desse material, espero que tenha gostado e que tenha servido como divisor
de águas em sua vida emocional, que você possa se sentir impulsionada a estimular esse
conhecimento nas pessoas ao seu redor e que a partir de agora você possa experienciar um movimento
consciente das suas expressões emocionais.
Beijinhos da sua psicoterapeuta. Até a próxima!

“Eu quero desaprender para aprender de novo. Raspar as tintas com que pintaram. Desencaixotar
emoções, recuperar sentidos.”
Rubens Alves

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