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ELETRICIDADE APLICADA I

Prof. Marcos Roberto de Araújo


SUMÁRIO
• Tensão e corrente

• Resistência
INTRODUÇÃO
• O primeiro fenômeno
elétrico foi observado no
ano 641 a.C. por um filósofo
grego chamado Tales, o qual
observou que uma peça de
âmbar (resina de árvore na
forma petrificada), quando
atritada com a pele de
animal, adquiria a
propriedade de atrair
corpos leves tais como
penas, cinzas, pelos, miolo
de sabugueiro, etc.
INTRODUÇÃO
• Como o âmbar no
idioma grego é
chamado de elétron, os
fenômenos resultantes
do atrito desta
substância foram
denominados
fenômenos elétricos.
INTRODUÇÃO
• No ano de 1600, Willian Gilbert, médico inglês,
partindo da experiência de Tales, descobriu que
várias outras substâncias também apresentavam
propriedades elétricas quando atritadas.

• Apesar das descobertas de Tales e Gilbert, a


história do desenvolvimento da ciência da
eletricidade e do magnetismo principia realmente
no século 19, com a descoberta da pilha elétrica
por Alexandre Volta em 1800.
INTRODUÇÃO
• As bases fundamentais desta ciência, as quais
são devidas ao grande progresso da civilização
atual, foram assentadas por físicos notáveis,
entre os quais destacamos Faraday, Maxwell,
Ampère, Coulomb, Ohm, Oesrted, Henry,
cujas experiências no campo da eletricidade e
do magnetismo permitiram a formação um
estudo sistematizado que se chamou
eletrodinâmica.
TENSÃO E CORRENTE
• Objetivos

– tomar conhecimento da estrutura atômica básica de condutores


como o cobre e compreender por que eles são usados tão
extensivamente nessa área;

– compreender como a tensão terminal de uma bateria ou de


qualquer fonte de corrente contínua é estabelecida, e como ela
cria um fluxo de carga no sistema;

– compreender como a corrente é estabelecida em um circuito e


como sua magnitude é afetada pela carga que flui no sistema e
pelo tempo envolvido.
Constituição do átomo

• O elétron em órbita tem carga elétrica negativa, igual


em módulo à carga positiva do próton.
Os átomos e sua estrutura
• Experimentalmente verificou-se que as cargas
de sinais contrários se atraem e as de mesmo
sinal se repelem.
Os átomos e sua estrutura
• A força de atração ou repulsão entre dois corpos
carregados com cargas Q1 e Q2 pode ser
determinada pela Lei de Coulomb:
kQ1Q2
Fatraçao ou repulsao = 2
r
F - força em Newtons
r - distância em metros
k - constante = 9, 0 ×109 Nm2 / C 2
EXEMPLO
• Calcule a força de atração, em Newtons, entre
as cargas Q1 e Q2 mostradas na figura abaixo
para r = 1, r = 2 e r = 3.

kQ1Q2
Fatraçao ou repulsao = 2
r
Os átomos e sua estrutura
• O cobre é o metal mais
comumente usado na
indústria eletroeletrônica.
Um exame de sua estrutura
atômica revela por que ele
tem uma aplicação tão
ampla.

• Ele tem 29 elétrons que


orbitam em torno do
núcleo, com o 29º elétron
aparecendo completamente
sozinho na 4a camada.
Tensão
• Se separamos o 29o elétron
na figura ao lado do resto
da estrutura atômica de
cobre usando uma linha
tracejada, como mostra a
Figura 2.4 (a), criamos
regiões com cargas positivas
e negativas líquidas como
mostra a Figura 2.4 (b) e (c).

• Essa região positiva criada,


que separa o elétron livre
da estrutura, é chamada de
íon positivo.
Tensão
• Em geral, uma fonte de tensão é estabelecida
com a simples criação de uma separação de
cargas positivas e negativas. Quanto maior for
a tensão exigida, maior será a quantidade de
cargas positivas e negativas.
Tensão

• Se um total de 1 joule (J) de energia é usado para mover a carga negativa de 1


coulomb (C), há uma diferença de 1 volt (V) entre os dois pontos. W
Energia é a capacidade de realizar trabalho.
V=

Q
• A tensão é um indicador da quantidade de energia envolvida na movimentação de
uma carga entre dois pontos de um sistema elétrico.
Tensão
• Tendo em vista que a energia potencial
associada a um corpo é definida por sua
posição, o termo potencial é frequentemente
aplicado na definição de níveis de tensão.

W = mgh
Corrente
• À temperatura ambiente, existe no interior do
fio de cobre um movimento aleatório de
elétrons livres criados pela energia térmica
que os elétrons recebem do meio externo.
Corrente
• Os elétrons livres são capazes de se mover
entre íons positivos, enquanto os íons
positivos podem apenas oscilar em torno de
posições fixas.
Corrente
• Na ausência de forças externas aplicadas, o fluxo
líquido de carga em um condutor é nulo em qualquer
direção.

• Com a aplicação de uma “força” entre os terminais do


fio de cobre, será observado um movimento ordenado
de elétrons cruzando o plano imaginário.

• A este fluxo ordenado de elétrons atravessando um


plano dá-se o nome de corrente elétrica.

• A tensão aplicada é o mecanismo de partida; a


corrente é uma reação à tensão aplicada.
Corrente
Corrente
Corrente
Corrente
• Sentido convencional:

– o mais usado em instituições de ensino e na


indústria;
– empregado na representação simbólica de todos
os componentes eletrônicos;
– escolhido pela grande maioria dos pacotes de
software educacionais.
Corrente
• Se 6,242 x 1018 elétrons (1 C) atravessam em 1
segundo, com velocidade uniforme, a seção
reta circular do condutor, dizemos que o fluxo
de carga corresponde a 1 ampère.

Q t = tempo ( s )
I=
t I = corrente em amperes ( A)
A letra maiúscula I foi escolhida a partir da palavra francesa para corrente: intensité.
Curiosidades
• O corpo humano começa a reagir a passagens de correntes em
torno de poucos mA.

• Algumas pessoas suportam correntes em torno de 10mA durante


pequenos intervalos de tempo.

• Correntes de 50 mA podem provocar um grave choque elétrico e


acima de 100 mA podem ser fatais.
Fontes de tensão CC
• O termo CC é uma abreviação para corrente
contínua (em inglês direct current, dc), que
engloba os diversos sistemas elétricos nos quais
há um sentido de cargas unidirecional (uma
direção).
Fontes de tensão CC
• Baterias: células primárias (não recarregáveis) e secundárias
(recarregáveis). Conversão de energia química em elétrica;

• Células Solares: conversão de energia térmica em energia elétrica;

• Geradores: conversão de energia mecânica em energia elétrica;

• Fontes de Alimentação: conversão de energia elétrica em energia


elétrica (retificação).

• Células Combustíveis: conversão de energia química em elétrica.


Fontes de tensão CC
Fontes de tensão CC
Fontes de tensão CC
• As baterias possuem uma especificação de capacidade
dada em ampères-hora (Ah) ou miliampères-hora
(mAh).

• Uma bateria com especificação de 100 ampéres-hora é


capaz, teoricamente, de manter uma corrente de 1A
durante 100 horas, 2A durante 50 horas, 10A durante
10 horas e assim por diante. Ah
Vida util =
I drenada ( A)
• Todavia, a capacidade de uma bateria (em ampère-
horas) muda com a alteração na demanda de corrente.
Fontes de tensão CC
Tipos de materiais
• Condutores: permitem um grande fluxo de elétrons com pouca
tensão aplicada. Em geral, materiais cujo átomo possui apenas um
elétron na camada de valência (grande numero de elétrons livres).
Exemplos: cobre, prata, ouro, platina, etc.

• Isolantes: materiais que necessitam de uma grande tensão para um


fluxo pequeno de elétrons. Em geral, materiais que não possuem
muitos elétrons livres.
Exemplos: mica, vidro, borracha, etc.

• Semicondutores: são materiais intermediários. Em geral, materiais


cujo átomo possui quatro elétrons na camada de valência e são de
importância fundamental para a Eletrônica.
Exemplos: silício, germânio, etc.
Tipos de materiais
Tipos de materiais
Tipos de materiais
Amperímetros e voltímetros
Amperímetro
Voltímetro
RESISTÊNCIA
• Objetivos:

– Familiarizar-se com os parâmetros que determinam a resistência


de um elemento e ser capaz de calcular a resistência dos
materiais a partir de suas características e dimensões.

– Compreender os efeitos da temperatura sobre a resistência de


um material e como calcular a mudança da resistência de
acordo com a temperatura.

– Familiarizar-se com a ampla gama de resistores comercialmente


disponíveis e saber como ler o valor de cada um a partir do
código de cores ou de rótulos.
Resistência
• Resistência pode ser entendida como uma oposição ao
fluxo de elétrons em um determinado material, de
maneira semelhante ao atrito mecânico.

• A colisão entre os elétrons na estrutura atômica é


capaz de converter energia elétrica em térmica (calor).
A unidade de medida de resistência é o ohm [Ω].
Resistência
 A resistência de qualquer material de seção reta uniforme é determinada
por quatro fatores:
1. Material;
2. Comprimento;
3. Área da seção reta;
4. Temperatura.
Resistência
 A estrutura atômica determina quão facilmente
um elétron livre passará por um material.

 Cada material tem uma estrutura molecular


particular que reage diferente a tensões para
estabelecer uma corrente no seu interior.

 Condutores que permitem um grande fluxo de


carga com um pequeno valor de tensão tem uma
resistência baixa.
Resistência
A resistência é diretamente proporcional ao
comprimento e inversamente proporcional à
área da seção reta do condutor.
- Quanto maior o comprimento do material, maior a resistência (maior a chance de colisão
entre os elétrons);
- Quanto maior a área, menor a resistência (menor a chance de colisão entre os elétron);
A resistência pelas propriedades físicas é
expressa por:
ρ − Re sistividade (Ωm)

R=ρ  − Comprimentro (m)
A A − Area da seçao (m 2 )
Resistência
Resistência
 A resistividade depende da temperatura T e do material.

• Quanto mais alta a temperatura dos materiais


condutivos, maiores a vibração interna e o
movimento dos componentes que formam a
estrutura atômica do fio, e mais difícil os elétrons
livres encontrarem um caminho pelo material.

• Valores típicos de resistividade:


=ρ ag 1, 64.10−8 Ω.m=ρ al 2,85.10−8 Ω.m ρ silicio 2,30.103 Ω.m
=

=ρcu 1, 72.10−8 Ω.m ρ poliestireno


= 1016 Ω.m
Resistência
• Outra unidade de medida para a resistência é
a condutância, que é o inverso da resistência:

A 1
G= =
ρ R
Efeitos da temperatura
 Nos condutores um aumento da temperatura resulta em aumento
no valor de resistência;

 Nos semicondutores e isolantes um aumento da temperatura


resulta em uma redução no valor da resistência.
Efeitos da temperatura

 Temperatura absoluta inferida (diferente p/ cada material)


Efeitos da temperatura
Efeitos da temperatura
Efeitos da temperatura
Tipos de resistores
 Os tipos de resistores são:
 Fixos;
 Variáveis;

Em geral, os resistores fixos de baixa potência são compostos de um filme


resistivo (carbono, metal ou óxido metálico) envolto numa haste cerâmica. A
resistência é então obtida cortando-se fora parte do filme resistivo, de maneira
helicoidal. De acordo com a cor do corpo do resistor, é possível saber qual é o
material do filme resistivo:

Bege: filme de carbono. Menor potência entre os três;


Vermelho-tijolo ou verde: filme de metal. Potencia intermediária;
Pastel suave: óxido metálico. Maior potência entre os três.
Tipos de resistores
Tipos de resistores

Importante: o tamanho do resistor não define o valor de sua resistência, mas


sim a potência máxima que pode ser dissipada sem danificar o componente!
Tipos de resistores
Figura 3.15 Vários tipos de resistores
fixos.
Tipos de resistores
Figura 3.15 Vários tipos de resistores fixos.
Tipos de resistores
Figura 3.15 Vários tipos de resistores
fixos.
Código de cores de resistores
 Alguns resistores são tão pequenos para terem valores de
resistências especificados em seus corpos, que foi necessário
adotar um código de cores;
 As faixas coloridas sempre são lidas a partir da que está mais
próxima de uma das extremidade.
Código de cores de resistores
 As cores da 10 e da 20 faixa correspondem, respectivamente,
aos dois primeiros dígitos do valor nominal da resistência;
 A cor da 30 faixa, com exceção da prata e do ouro,
correspondem ao número de zeros que seguem aos dois
primeiros dígitos;
 Caso apareça a cor prata ou ouro, os dois primeiros dígitos
serão multiplicados por 0,01 ou 0,1 respectivamente;
 A 40 faixa indica a tolerância e a 50 faixa é um fator de
segurança, que indica a porcentagem de falhas por 1000 horas
de uso.
Código de cores de resistores
Tipos de resistores

 Os resistores variáveis são conhecidos como reostatos ou


potenciômetros. Quando um dispositivo de dois ou três
terminais é usado como um resistor variável, geralmente ele
é denominado reostato. Se um dispositivo de três terminais é
usado para controlar níveis de potência, então ele é
normalmente denominado potenciômetro.

 Em geral possuem três terminais, nos quais o movimento de


um cursor determina a resistência entre os terminais das
extremidades e o terminal intermediário. No entanto, a
resistência medida entre os terminais extremos é sempre a
mesma.
Tipos de resistores
Tipos de resistores

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