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Direito Comercial I

Professora: Eulália
Colaboração: Maria Paula e Marcelo Pacheco
Aula 3 de 23/08/02

DICOTOMIA DO DIREITO PRIVADO

Origens e necessidades sociais – Tribunais de comércio


O que é Direito Comercial
Teorias da aplicabilidade
Do Dto Comercial como dto comerciante ≠ técnicas empresariais → consumidor
Do Dto Comercial como dito do comércio (atos) – privilégios – pessoas que praticam o comércio
Do Dto Comercial como dto das EMPRESAS – organização – atividade econômica
Do Dto Comercial como dto dos comerciantes e dos atos de comércio → 4ª CCOM.

A Dicotomia do direito privado é um terreno bastante latente no Direito Comercial Vs. Direito Civil, na
questão da junção, ou não, destas duas matérias. Mas o Direito Comercial demonstrou, por sua natureza de massa, a
necessidade de ser uma matéria, um instituto tratado em separado do Dto Civil.
O direito comercial como instituto jurídico nasceu da necessidade da sociedade de ter regulamentações autônomas.
Com tal autonomia do dto comercial, surgem os primeiros tribunais de comércio. Hoje, tais tribunais são
inexistentes, o que se aproxima deles são as varas de falência e concordata. O que temos atualmente são os órgão
registráveis, mas estes não tem o condão de julgamento, não têm o condão de apreciação de lides. O direito
comercial enfrenta dificuldades por não possuir um órgão julgador que conheça o mérito dessas contendas.
Naquela época, todas as contendas eram levadas aos tribunais de comércio, uma vez que estes eram
tribunais especiais e portanto, mais céleres.

O que é Direito Comercial ?

O Direito Comercial é o conjunto de normas que regula não só a atividade comercial exercida por
comerciantes mas também por aquelas pessoas que em função de determinação da própria lei exercem uma
atividade mercantil.
Ex: toda a sociedade autônoma é mercantil por determinação legal ( as Holdings são um exemplo típico de AS que
realiza atividade mercantil por determinação legal.).
O que leva o legislador a tipificá-las como tal, e quais os efeitos desta tipificação?
Infelizmente não existe uma Lei de Introdução ao Cód. Comercial, então não se tem, dentro do corpo da lei,
a intenção do elaborador do texto legal. Mas entende-se que a AS presta uma atividade mercantil porque mesmo não
exercendo-a ela visa sempre o lucro. A AS é mercantil porque é uma sociedade de capital e visa meramente o lucro,
que é o fundamento do Dto Comercial.

TEORIAS DA APLICABILIDADE DO DIREITO COMERCIAL

1ª) Teoria da aplicabilidade do D. Comercial como direito do comerciante – É a teoria mais antiga e hoje
não possui nenhuma aplicabilidade. Existe somente para fins acadêmicos. Se circunscreve à figura do comerciante e
hoje sabemos que não é mais a verdade dos nossos dias. Uma das razões do abandono desta teoria é que esta não
leva em consideração o consumidor nas relações de comércio. Está extinta da operacionalização do Dto Comercial.

2ª Teoria da aplicabilidade do D. Comercial como direito do Ato de Comércio - Ato de comércio é, única e
exclusivamente, a atuação, a operação ativa do comerciante para com a sua outra parte. A criação desta teoria data
da Revolução Francesa, e ela tem como característica o PRIVILÉGIO DO ATO DE COMÉRCIO. Não importava
mais a figura do comerciante e sim o ato de comércio do qual resultava uma operação de mercancia.
Foco nas pessoas que participavam do comércio, os produtores, etc. Não se focava apenas no comerciante, o foco
era no todo, em todo o arcaboço que era o comércio.

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Direito Comercial I

3ª) Teoria da aplicabilidade do D. Comercial como direito dos Comerciantes e dos Atos de Comércio - Esta teoria,
nada mais é do que a mistura da 1ª com a 2ª. Ela foi importada dos códigos europeus, e está em vigor até hoje, na
legislação brasileira, no art. 4º do Cód. Comercial.

4ª) Teoria da aplicabilidade do D. Comercial como direito das empresas - Ela foi criada primeiramente pelos
doutrinadores, mas já se tem jurisprudência significativa em relação a empresa, e que agora foi disciplinada pelo
Novo Cód. Civil. A empresa teve a sua 1ª regulamentação no Brasil na CLT. Assim considerada a atividade
econômica exercida de forma organizada. É uma atividade em que a materialidade financeira se perfaz
independentemente de se estar ou não considerada “engessada” nas sociedades comerciais.
Art.966, NCC – empresa
Art. 981, NCC - sociedade

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