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Há atualmente responsabilidade por atos legislativos (ex: por lei depois declarada
inconstitucional) e, se aceita, embora estritamente, responsabilidade por atos
jurisdicionais.
Por acolher o princípio da igualdade de todos perante a lei, o Estado deve aceitar como
injurídico seu comportamento de agravar desigualmente a alguém, ao exercer atividades
no interesse de todos, sem ressarcir ao lesado.
Celso Mello entende não ser necessário buscar apoio em regras de Direito Privado para
sustentar a existência da responsabilidade do Estado, uma vez que a base para admiti-la
reside na própria espinha dorsal do Estado de Direito.
Histórico
Em seguida, foi-se admitida a responsabilidade do Estado, mas que não era gera nem
absoluta.
No Brasil:
Responsabilidade solidária por culpa dos agentes estatais
Responsabilidade por falta de serviço
Responsabilidade objetiva (desde a constituição de 1946)
Fundamentos
Há imputação direta dos atos dos agentes ao Estado. Haverá engajamento do Estado
quando o dano produzido pelo sujeito o foi porque seu autor era um agente público,
graças a esta qualidade de agente público.
Os danos podem ser por atos lícitos materiais (ex: nivelamento de rua com prejuízo para
uma casa que fica rebaixada) ou jurídicos (ex: interdição de uma rua com prejuízo a um
edifício-garagem) ou por atos ilícitos materiais (ex: espancamento de preso) ou jurídicos
(ex: apreensão de jornal fora de hipótese legal).
Logo, a responsabilidade do Estado por ato omissivo é sempre responsabilidade por ato
ilícito. Não bastará, para sua configuração, a simples relação entre ausência do serviço e
dano sofrido.
Deve haver um padrão normal tipificador da obrigação a que o Estado está legalmente
adstrito, adaptada de acordo com o caso concreto, com as situações análogas e com a
expectativa comum da sociedade e do próprio Estado (no sentido de ter tomado atitudes
que o tenham obrigado, a exemplo de autorizar edificações de determinada altura, mas
não ter serviço de combate a incêndio apto a elas).
É importante ressaltar que esse tipo de responsabilidade não deve transformar o Estado
em um segurador universal.
Nos casos de “falta de serviço” admite-se uma presunção de culpa do Poder Público,
sem o que o administrado ficaria com dificuldades de demonstrar que o serviço não se
desempenhou como deveria. Se o Estado provar que não agiu com dolo ou culpa, ficará
excluída a responsabilidade.
Para haver responsabilidade por omissão deve haver fato de natureza a cuja lesividade o
Poder Público não obstou, mas deveria ter feito (ex: desentupimento dos bueiros que
causam alagamentos) ou comportamento material de terceiros cuja atuação lesiva não
foi impedida pelo Poder Público e deveria ter sido.
Uma atuação positiva do Estado, sem ser a causadora imediata do dano, entra
decisivamente em sua linha de causação. Sua atuação é o termo inicial de um
desdobramento que desemboca no evento lesivo. (ex: decorrente de guarda de pessoas
ou coisas perigosas pelo Estado ou de semáforos com defeito; aplica-se a
responsabilidade do Estado inclusive às pessoas sob a guarda dele)
A responsabilidade nesse casos deve ter ligação direta com o risco suscitado, sob pena
de só existir responsabilidade subjetiva, por “falta de serviço”.
Dano Indenizável
O dano deve implicar lesão jurídica, ou seja, lesão a um direito, a algo que
ordem jurídica considere como garantido a favor de um sujeito.
Não há responsabilidade do Estado no caso de mudanças na infra-estrutura que
pioram as imediações para os comerciantes, ou na conversão de bairro residencial
em zona mista de utilização. Não há, nesses casos, agravo a direito.
Pode ser por dano moral a responsabilidade.
O dano deve ser certo, podendo ser, no entanto, atual ou futuro, incluídos danos
emergentes ou lucros cessantes.
Essas duas características são suficientes no caso de ato ilícito do Estado.
O dano deve ser especial, onerando apenas um ou alguns indivíduos.
O dano deve ser anormal, ou seja, deve superar os meros agravos patrimoniais
pequenos e inerentes às condições de convívio social.
Se foi o particular o causador do dano. (e não se ele teve culpa; deve ser
analisado o nexo causal)
Pode haver concausa, em que há atenuação do que o Estado terá que pagar, na
proporção da culpa do particular.
O caso fortuito, de acordo com Celso Mello, sendo um acidente cuja raiz é
desconhecida, não elide o nexo entre o comportamento defeituoso do Estado e o
dano produzido. A impossibilidade de descobrir a falta técnica, por seu caráter
acidental, não elide o defeito de funcionamento do serviço devido pelo Estado.
Há aplicação do artigo 70, III do CPC? Nesse caso, atrasaria o processo, por discutir-se
uma relação que nada tem a ver com a relação Estado-administrado.
O pagamento das indenizações pelo Estado é feito pelo sistema de precatório. (artigo
100 da CF)