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Julho/2019
Resumo
O objetivo geral do artigo foi apresentar uma abordagem relacionada à gestão da qualidade
como fator de sustentabilidade em projetos de arquitetura e design de interiores. Dentro da
proposta de planejamento da qualidade, alguns conceitos de sustentabilidade foram
acrescentados agregando valor à discussão do tema. A justificativa para o estudo surgiu da
observação de que nem sempre os processos produtivos primam pela qualidade tendo em vista
que muitos colaboradores não tem a exata compreensão da importância do processo para os
resultados e desempenho da organização. A metodologia da pesquisa foi baseada em pesquisa
bibliográfica apresentando esclarecimentos e discussões sobre o tema qualidade e
sustentabilidade relacionadas à melhoria no desenvolvimento de projetos de arquitetura
voltados para ambientes internos. Uma das principais conclusões foi que, independente do
tamanho do espaço ou ambiente a ser trabalhado, a gestão da qualidade dos projetos de
arquitetura e design de interiores podem dinamizar todo o processo contribuindo para o
fortalecimento da sustentabilidade.
1. Introdução
A arquitetura voltada para a qualidade nos projetos para interiores vem se estruturando e sendo
pautada nos caminhos da busca pela qualidade de vida com sustentabilidade. Tais aspectos
envolvem uma preocupação por parte dos profissionais arquitetos e design de interiores com a
redução de custos e busca por materiais que permitam desenvolver projetos sustentáveis
capazes de oferecer eficiência, eficácia e efetividade, para que os resultados planejados e os
objetivos esperados possam surgir de forma continua e plena.
Concernente à qualidade de vida, optou-se em apresentar o conceito citado por Lawton (1991)
que abrange quatro dimensões: bem-estar subjetivo; qualidade de vida percebida; competência
comportamental; e, condições ambientais (CONTE; LOPES, 2005, p. 62).
O estudo se justifica pelo fato de que o tema gestão da qualidade é dinâmico, sendo sua evolução
fruto da interação dos diversos fatores que compõem a estrutura e as determinações aplicadas à
elaboração e desenvolvimento de projetos que priorizem os elementos também da
sustentabilidade na arquitetura e design de interiores.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 10, Edição nº 17 Vol. 01 Julho/2019
A gestão da qualidade como elemento para sustentabilidade em projetos de arquitetura e design de
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Pretende-se com este estudo responder ao seguinte questionamento: quais os principais aspectos
que envolvem qualidade e sustentabilidade em projetos de arquitetura e design de interiores?
Nesse aspecto o objetivo do artigo foi abordar algumas questões relativas à qualidade e
sustentabilidade nos ambientes. Com relação ao planejamento da qualidade
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Complementando essa afirmação Boff (2004) define modo de vida com sustentabilidade como
parte de uma sociedade orientada para novo sentido de viver e de trabalhar, de produzir e
preservar.
Para Blumenschein (2004, p. 36) a ”sustentabilidade de um edifício, ou de um material, está
diretamente ligada à sua durabilidade e à sua capacidade de sobreviver adequadamente e
eficientemente ao longo do tempo”.
Corbella; Yannas (2003, p. 17) definem arquitetura sustentável como sendo,
a continuidade mais natural da Bioclimática, considerando também a integração do
edifício à totalidade do meio ambiente, de forma a torná-lo parte de um conjunto
maior. É a arquitetura que quer criar prédios objetivando o aumento da qualidade de
vida do ser humano no ambiente construído e no seu entorno, integrando as
características da vida e do clima locais, consumindo a menor quantidade de energia
compatível com o conforto ambiental, para legar um mundo menos poluído para as
próximas gerações.
métodos de desenvolvimento dos trabalhos. Para isso, será necessário fortalecer cada vez mais
o uso de normas e padrões em todas as etapas do projeto. Com o propósito de oferecer um
conceito preciso de eficiência, Chiavenato (2011, p. 67) propõe o seguinte:
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[...] a eficiência está direcionada à melhor forma pela qual as coisas devem ser
executadas ou feitas (métodos de trabalho), de modo que os recursos (pessoal,
máquinas, matéria-prima, etc.) sejam ampliados de forma mais racional possível.
A eficiência dá atenção aos meios, com os métodos mais adequados, que devem
ser planejados de forma que garantam a otimização dos recursos disponíveis.
A eficácia basicamente visará ao resultado, ou seja, o projeto será sustentável, e com qualidade
a ponto de se mostrar melhor do que os tradicionais que geralmente são utilizados como
modelos. Neste momento, a focalização da arquitetura com qualidade e de forma sustentável
volta-se exclusivamente para a melhoria do ambiente interno e essa preocupação passa a ser de
curto e médio prazo. (Pereira, 2014). A elaboração dos projetos e o seu desenvolvimento devem
preocupar-se com os objetivos e resultados a serem atingidos, ou seja, a eficácia será mais
apurada, quanto mais próxima estiver do resultado determinando pelo projeto.
Seguindo essa linha de pensamento, Torres (2004, p. 175) conceitua eficácia como sendo, “a
preocupação maior que o conceito revela e relaciona simplesmente como atingimento dos
objetivos desejados, independente dos meios e mecanismos utilizados.”.
A efetividade profissional será medida no longo prazo, durante a observação sobre a execução
e os resultados de um projeto voltado para a sustentabilidade sem perder o compromisso com a
qualidade que se deseja alcançar. (PEREIRA, 2014)
Sob essa perspectiva, observamos o conceito de Torres (2004, p. 175), para ele, a efetividade
se concentra na qualidade do resultado e na própria necessidade de certas ações públicas. O
autor descreve que efetividade,
é o mais complexo dos três conceitos, em que a preocupação central é averiguar a
real necessidade e oportunidade de determinadas ações de forma democrática,
transparente e responsável possível, buscando sintonizar e sensibilizar a população
para a implementação das políticas públicas.
Por outro lado, a efetividade de um projeto para interiores que seja sustentável e de qualidade
basicamente consiste em produzir melhor, com menos encargos, o melhor e o mais rapidamente
possível. (Pereira, 2014). Observa-se que a garantia da efetividade do projeto está na
manutenção da fidelidade das normas e regulamentações estabelecidas como premissas de
qualidade e sustentabilidade.
Para Juran (2004) tais descrições constituem as medidas de qualidade específicas do projeto,
incluindo entre outros aspectos de desempenho, confiabilidade do serviço tanto para o processo
do projeto, considerando seus clientes internos e externos, quanto para os produtos do projeto.
Campos (2004) complementa dizendo que estes são elementos fundamentais na realização do
controle da qualidade, tendo em vista que o plano de melhoria contínua dos processos também
se insere no plano de gerenciamento do projeto e define onde devem ser realizadas as análises
visando a melhoria de desempenho.
Portanto, segundo Cheng; Melo Filho (2010) é preciso ter em mente que a implantação de
programas de qualidade envolve o domínio de algumas técnicas específicas, que vão desde a
análise de problemas, levantamentos estatísticos até o conhecimento de normas técnicas para
implantação dos projetos.
Outro aspecto a ser considerado, segundo o autor, é ter em mente que a mudança de postura é
um processo lento, que se desenvolve ao longo de vários anos, demandando reforços externos
que estimulem as pessoas a levarem adiante suas intenções. (CHENG; MELO FILHO, 2010).
Os autores concordam que o estudo e a aplicação eficiente de práticas e ferramentas para
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Esse fato segundo Juran (2004) traz enormes dificuldades operacionais a quem pretende se
manter permanentemente atualizado, exigindo uma série de capacitações, motivações e
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Uma edificação com alta qualidade ambiental deve assumir um compromisso de promover a
eficiência energética, o conforto ambiental e a proteção ao meio ambiente, daí a exigência da
qualidade com sustentabilidade. Tais aspectos requerem adequação arquitetônica ao clima do
lugar; a arquitetura deve ser compatível aos parâmetros ambientais: implantação, forma,
volumetria, padrão construtivo, materiais e acabamentos, dispositivos de sombreamento,
conforto térmico, visual, acústico e de iluminação. (AZEVEDO, 2002).
4.2 Influência da cor
A cor é provavelmente a dimensão física do espaço geralmente capaz de reduzir o brilho e
aumentar os reflexos da luz, observando-se que sua escolha além da estética deve também
considerar sua influência com relação ao comportamento humano. Nesse aspecto deve-se
também considerar as características da cor, que segundo Heimistra; McFarling; (1978, p. 31)
é estabelecida pelas dimensões de luminosidade, tonalidade e saturação, onde, “a luminosidade
é a intensidade da cor; a tonalidade é a cor do objeto ou o comprimento de onda no espectro de
cores predominantes na sua composição; e a saturação é a quantidade de branco presente em
qualquer cor, quanto mais saturada menos branco conterá”
Segundo Fonseca (2013, p. 49) “a cor não é um item que estabelece ligação direta com a função
do ambiente, porém não deve ser escolhida apenas por questões estéticas, já que é um
dispositivo de iluminação por reduzir o brilho e aumentar os reflexos da luz.” Ainda no que diz
respeito a cor Pedrosa (2003, p. 19) afirma que “a cor não tem existência material, mas é a
sensação provocada pela ação da luz sobre o olho, servindo para designar a sensação cromática
pelo estímulo de luz direta ou matiz ou o pigmento de reflexão, ou seja a cor”.
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De acordo com Benneti; Tey (1972) citado por Heimistra; McFarling (1978) estabeleceu-se
talvez por associações do senso comum que cores com variação do vermelho são cores quentes,
por outro lado cores frias são caracterizadas por tons azuis ou verdes. Tais associações, segundo
os autores, levam ainda que hipoteticamente à formação da tonalidade relacionada à
temperatura do lugar, ou seja, frequências de luz dominantes para vermelho dão impressão de
mais calor e espaços com luzes em tons azuis traduzem sensação de frio. Tais características
podem atuar conjuntamente para afetar de maneira diferenciada o conforto térmico dos
ocupantes do espaço.
Heimistra; MacFarling (1978, p. 32) relata que Benneti; Tey (1972) realizaram experimento
para verificação de tonalidade-calor e sua atuação no conforto térmico dos ocupantes de um
determinado ambiente, foi utilizada uma câmara ambiental, uma sala com controles presos
sobre umidade e temperatura.
A temperatura na câmara foi alterada, fazendo-se circular fluido frio ou quente através
de serpentinas conectadas às paredes, que eram de alumínio. A cor outra variável
independente, foi controlada, e cada pessoa deveria usar sucessivamente óculos
vermelhos, azuis e claros. A cada condição de cor, a temperatura da parede foi
aumentada para 39°C e, depois, diminuída para 15°C. As pessoas sentadas próximas
às paredes classificariam periodicamente suas sensações de conforto térmico. As
leituras de temperatura foram obtidas nos pontos em que as pessoas mudaram de uma
condição de conforto térmico para outra em cada uma das condições de cores.
Constatou-se que quanto a conforto térmico, o vermelho não afetou as sensações das
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pessoas de modo diferente daquele das condições azul ou clara. Assim a hipótese
tonalidade-calor é somente intelectual, uma crença arraigada de que certas cores
tornam as salas mais quentes do que as outras.
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Em outro estudo também relatado por Heimistra; McFarling (1978) realizado por Berry (1961)
buscando-se prova do efeito intelectual das cores internas de um ambiente sobre seus ocupantes,
no referido estudo as pessoas foram colocadas numa sala sob diferentes cores de iluminação e
enquanto o experimentador aumentava a temperatura do ar na sala, solicitava que
relatassem quando a sentissem muito quente. Embora não fossem descobertas
quaisquer diferenças entre as cores e o ponto em que os indivíduos declararam uma
sensação de desconforto, os participantes indicaram que as cores como âmbar e
amarelo conduziam mais calor do que as cores como verde e azul consideradas frias.
As autoras concluem afirmando que estes estudos não comprovaram a influência da cor sobre
o conforto ambiental, embora os participantes tenham demonstrado perceber de forma cognitiva
variação de calor relacionada às mudanças de cores dos ambientes interiores.
Assim, a criação de condições ambientais pelo menos satisfatórias pode parecer relativamente
simples, mas nem tanto, já que os indivíduos tem preferências e necessidades físicas e
psicológicas, distintas com relação as condições ambientais. Portanto, dentro de um mesmo
ambiente esse conjunto é que determina comportamentos diferentes entre os indivíduos.
4.3 Conforto ambiental
O conforto ambiental tem como elementos de composição capazes de influenciar os aspectos
de conforto e desconforto para os usuários de determinado ambiente, tendo em vista as
diferentes preferências dos alguns indivíduos quanto a condições ambientais. Conforme Moraes
(2016) os componentes de conforto e abordagens que interferem na percepção humana,
conforme a Figura 1 a seguir:
Conforme Fonseca (2013, p. 49) “o conforto ambiental é afetado por ruídos, temperatura,
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iluminação e odor; as condições ambientais requeridas para satisfazer o usuário vão depender
da função para qual o ambiente foi projetado.”
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Na questão da temperatura, Fonseca (2013, p. 58) explica que “para obter-se um conforto
térmico, o edifício deve estar implantado com orientação solar correta, a fim de que a incidência
solar venha favorecer as atividades que nele ocorrem – a temperatura e iluminação interna.”
É certo, segundo Moraes (2016, p. 35) que fatores ambientais e pessoais podem causar efeitos
fisiológicos e psicológicos em indivíduos e expostos a condições climáticas severas, de alta ou
baixa temperatura, conforme demonstrado na figura a seguir:
Com relação ao ruído, conforme definição de Heimistra; Mcfarling (1978), este tem influência
emocional por causar nervosismo ou provocar interferência direta no comportamento das
pessoas atingidas prejudicando o estado de conforto que o ambiente poderia oferecer.
No que se refere à iluminação, outro elemento que influencia o conforto dos ambientes, pode
interferir na visualização exigindo esforço visual acima do necessário caso as condições de luz
não sejam adequadas. Assim e para que haja um conforto visual, “deve se ter um bom projeto
de iluminação, levando em conta tanto a iluminação natural quanto a artificial, desta forma, é
possível favorecer as tarefas visuais.” (FONSECA, 2013, p. 57).
Já o tamanho e a forma de um ambiente influenciam o comportamento conforme sua função; e
o mobiliário tem o objetivo de acomodar os usuários conforme a função a ser realizada no
ambiente, a qual pode ser favorecida se houver uma boa ergonomia. (FONSECA, 2013, p. 49).
Percebe-se assim que o conforto ambiental vai das questões eminentemente voltadas somente
para o projeto a ser realizado, abrangendo situações e recursos que atuem como referência na
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construção do ambiente tomando-se como referência padrões que servirão de base para uma
avaliação dos resultados e do trabalho realizado.
4.4 A estrutura e a forma
Nota-se que os ambientes precisam ser organizados de forma a atender aos parâmetros
estabelecidos para estrutura e a forma como agentes influenciadores da satisfação dos
indivíduos com o meio que o cerca. Percebe-se que os projetos de ambientes construídos com
relação à qualidade na execução do projeto e sua sustentabilidade envolvem diversos
componentes, que formam o ambiente propriamente dito. Cada um destes ambientes possui
características comuns relacionadas e variáveis como a estrutura física, capazes de trazer ou
não conforto ambiental que por sua vez pode afetar o comportamento dos indivíduos.
(HEIMISTRA; MCFARLING, 1978).
Essas variáveis, segundo os autores, influenciam o ambiente e podem ser agrupadas em duas
categorias. Inicialmente o ambiente pode ser considerado em relação às características como
tamanho e forma do espaço, cujas combinações determinam a quantidade e o tipo de espaço
interno e externo. Uma segunda categoria, mais flexível, de aspectos físicos do ambiente
construído, refere-se aos componentes como disposição de cores e mobiliários, que também
podem agrupar ruídos, iluminação e temperatura, dimensões próprias do conforto ambiental.
Nota-se, portanto, que esse conforto tem como base a dinâmica da qualidade que passa de uma
perspectiva técnica a um movimento de renovação das práticas de melhoria contínua dos
ambientes. Neste aspecto a da qualidade não pode e não deve ser vista como um simples
processo de certificação, mas como uma justificativa para a qualificação sistemática e efetiva
desses ambientes.
Análises do ambiente e de todas as suas variáveis não podem ignorar também as relações
sociais, humanas e culturais, já que estes fatores podem servir como indicadores, com
informações necessárias e mensuráveis para descrever tanto a realidade ambiental encontrada
como as modificações que devem ser realizadas para tornar o ambiente melhor. (HEIMISTRA;
MCFARLING, 1978).
5. Algumas questões críticas para a qualidade nos projetos
A elaboração e desenvolvimento de projetos para interiores levantam muitos pontos essenciais
para a reflexão de quem pensa em implantar programas de qualidade para projetos de
arquitetura. O primeiro ponto a considerar é o que se pretende alcançar com o projeto: se é a
solução imediata de problemas operacionais, talvez o melhor caminho não seja esse. O projeto
de qualidade deve ser entendido como um investimento de retorno a médio e longo prazos, e
pode ainda demandar considerável tempo adicional para que seja implantado de forma
abrangente. (JURAN, 2004)
Qualidade também não pode ser vista como uma solução capaz de resolver todos os problemas
tendo como elemento caracterizador a mudança de postura das pessoas, com a qual se
alavancam resultados desde sua elaboração.
Nessa linha, faz-se necessário melhorar a comunicação entre pessoas e os processos,
estimulando um trabalho em equipe e o compartilhamento de responsabilidades e resultados, e
o engajamento coletivo para atingir objetivos que passam a ser comuns.
No que se refere aos recursos, estes também devem ser vistos como atribuição adicional das
pessoas onde a qualidade, entendida como mudança de postura, não algo simples e natural, pois
demanda recursos especiais. (CHENG; MELO FILHO, 2010).
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Por exemplo, as previsões de orçamento para um projeto de qualidade devem ser analisadas
caso a caso, porque nenhum projeto é igual ao outro, com situações específicas e
particularidades. Para atender essas particularidades é necessário primeiramente haver perfeita
integração entre todas as áreas eventualmente envolvidas; e num segundo momento, a
existência de um suporte funcional, demandando alguma cobertura para que sua área funcional
não seja prejudicada
Essa integração possibilita o amplo sucesso do programa de qualidade, pois seus benefícios são
reconhecidos não apenas pelo público interno, mas também pelo externo. (Juran, 2004). Assim
sendo, é preciso antecipar um plano de comunicação eficiente para a divulgação dos resultados
alcançados por meio do marketing do projeto, capitalizando os benefícios potenciais para a
imagem que se quer alcançar.
A organização interna é essencial para que um projeto de qualidade obtenha sucesso, tendo em
vista que além da valorização da empresa ou profissionais pelo trabalho realizado diante do
mercado competitivo, dificilmente pode ser implantado em um ambiente que não tenha uma
razoável organização e formalidade nos procedimentos.
Esse fato é tão importante que as diferentes normas ISO definem uma série de padrões de
organização e operação das principais áreas relevantes para o desenvolvimento e obtenção de
resultados para o projeto. Esses padrões determinam que as áreas operacionais devam obedecer
a rotinas que podem ser bastante delimitadas, o que exige controles eficientes e registros
confiáveis, e com boa estrutura de recursos disponíveis. (JURAN, 2004).
No entanto, para o autor pode ser dificultada quando existirem problemas que possam interferir
na motivação da equipe para maior empenho e identificação das pessoas com os objetivos da
qualidade que se quer alcançar independente do tamanho do projeto ou do espaço a ser
transformado.
De acordo com Queiroz (2009) o sucesso de um projeto de qualidade dependerá do esforço
comum e deve ser compartilhado por todos os níveis da organização, que de forma coletiva
cabe a responsabilidade de tomar as decisões para prover os recursos envolvidos e promover
eventuais ajustes ao longo do projeto de tal forma que não sejam comprometidos os resultados
do programa.
6. Conclusão
Ao final do estudo pode-se afirmar, com base na literatura analisada, que a gestão da qualidade
é elemento essencial para alcançar a sustentabilidade nos projetos de arquitetura e design de
interiores. Para tanto, se faz necessário escolher os critérios e padrões a serem adotados para
identificar quais recursos disponíveis atendem de forma plena aos objetivos propostos para cada
novo projeto.
A escolha dos elementos e componentes do projeto deve-se primar pela eficácia, eficiência e
efetividade como fatores relacionados à representação que o projeto de qualidade traz a
realidade do ambiente e como o novo espaço pode trazer uma nova experiência, mudanças de
comportamentos, centrados nas estratégias e nos seus resultados. É necessário que o arquiteto
e/ou designer de interiores sinta-se livre para exercitar suas habilidades e competências, para
propor novas ideias e modificações diante das situações ou resultados apresentados.
O conhecimento da natureza do ambiente e dos seus elementos como cor, forma, temperatura,
iluminação, bem como das características dos diferentes indivíduos ali presentes, são critérios
norteadores capazes de facilitar o planejamento, a seleção e organização dos procedimentos e
recursos necessários para se trabalhar os mesmos.
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delimitar quais recursos serão mais pertinentes para dinamizar e melhorar os processos e etapas
de cada projeto.
Sustentabilidade e qualidade na arquitetura e design dos ambientes não dependem apenas de
objetivos e recursos bem operacionalizados, mas de um conjunto de ações capazes de
transformá-los em meios de atingir a satisfação com os resultados alcançados.
Tanto que ambas implicam em considerar outras dimensões que afetam os processos de
elaboração dos projetos e os resultados alcançados, como é especialmente o caso da
identificação dos fatores de influência que estão dentro e fora do ambiente que se quer projetar.
Espera-se com este estudo contribuir para ampliar a reflexão sobre as questões que envolvem a
gestão da qualidade em projetos de arquitetura e design de interiores com sustentabilidade.
Referências
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